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Interbio v.9 n.1, Jan-Jun, 2015 - ISSN 1981-3775
FATORES DE RISCO DA GESTAÇÃO ASSOCIADOS COM PESO AO NASCER, NA
MATERNIDADE DE DOURADOS - MS
RISK FACTORS FOR PREGNANCY ASSOCIATED WITH BIRTH WEIGHT,
MATERNITY IN DOURADOS-MS
AGUIAR, Gedni Corrêa1; FERREIRA, Camila Oliveira²; MENDES, Rita de Cássia Dorácio³
Resumo
Os fatores de risco associados a gestação influenciam de alguma maneira no peso ao nascer. O objetivo desse
estudo foi verificar a relação entre fatores como: idade materna, escolaridade, renda per capita, paridade,
intervalo interpartal, tabagismo, etilismo, consultas de pré-natal, ganho de peso na gestação, idade gestacional,
peso, estatura e IMC pré- gestacional. A pesquisa foi do tipo quantitativo-descritivo, no qual serão descritos as
variáveis dos fatores de risco relacionados ao baixo peso ao nascer. Foram entrevistadas 192 puérperas,
adolescentes e adultas, da maternidade de Dourados-MS , através de um questionário, contendo vinte perguntas.
Dentre as entrevistadas 18,75% tiveram crianças com baixo peso ao nascer e 15,63% nasceram com peso
insuficiente Ao analisar os dados constatou que os fatores: tabagismo, etilismo, ganho de peso, semanas de
gestação e idade gestacional, tiveram associação com o baixo peso ao nascer. Conclui-se que a assistência de
enfermagem é de extrema importância, por meio de orientações no pré-natal, para que esses fatores não
influenciem de maneira negativa no peso ao nascer.
Palavra-chave: peso ao nascer, fatores de risco, gestação.
Abstract
The risk factors associated with pregnancy somehow influence on birthweight. The aim of this study was to
investigate the relationship between factors such as maternal age, education, income, parity, birth interval,
smoking, alcohol use, prenatal visits, weight gain during pregnancy, gestational age, weight, height and IMC
pre-pregnancy. The survey was a quantitative-descriptive, which will be described in the variables of risk factors
related to low birthweight. We interviewed 192 mothers, adolescents and adults, maternity Dourados-MS, using
a questionnaire with twenty questions. Among the respondents 18.75% had children with low birth weight and
15.63% were born underweight in analyzing the data found that the factors: smoking, alcohol consumption,
weight gain, gestational age and gestational age were associated with low birth weight. We conclude that nursing
care is extremely important, through guidance in prenatal care, so that these factors do not influence negatively
on birthweight.
Keywords: birth weight, risk factors, pregnancy.
1
Egressa do Curso de Enfermagem Centro Universitário da Grande Dourados
²Acadêmica do Curso de Nutrição Centro Universitário da Grande Dourados
³ Mestre em Ciências da Saúde pela UNB e docente do Centro Universitário da Grande Dourados. Email:
[email protected]
AGUIAR, Gedni Corrêa; FERREIRA, Camila Oliveira; MENDES, Rita de Cássia Dorácio
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Introdução
Na gestação, ocorrem diversas
transformações fisiológicas, psicológicas e
sociais, no entanto alguns fatores podem
influenciar neste período, favorecendo ou
não a saúde do bebê incluindo o baixo peso.
A definição mundial mais aceita para o
baixo peso ao nascer é o peso igual ou
inferior a 2500 g (UCHIMURA et al.,
2003). O peso ao nascer é um importante
indicador do nível de saúde da população,
uma vez que contribui de forma expressiva
nas taxas de mortalidade e morbidade
infantis. É determinado por diversos fatores
correlacionados, dentre eles: condições
sociais, econômicas e ambientais, às quais a
mulher se encontra durante o período de
gestação (CAPELLI et al., 2008). Além da
qualidade da atenção dispensada à gestante,
seu estado nutricional antes e durante a
gestação e os fatores de risco aos quais está
exposta (FRANCESCHINI et al., 2003). De
acordo com Benicio et al. (2002), ainda
destaca-se a idade materna, renda familiar,
escolaridade da mãe, as consultas pré-natais
e o estado civil da mãe.
Em comparação com a população
geral, os recém-nascidos filhos de
adolescentes com menos de 18 anos têm
duas vezes mais chances de pesar menos de
1.500g (BRANDEN, 2000). Sendo a idade
ideal para procriação considerada, pela
literatura, entre 20 e 29 anos, pois nessa fase
são observados os melhores resultados tanto
para a gestante quanto para o produto
conceptual (ZUGAIB; RUOCCO, 2005). Já
a paridade e o intervalo interpartal implicam
em riscos de diferentes magnitudes para a
mulher e o neonato. As primíparas têm
normalmente crianças com média de peso ao
nascer
inferiores
as
multíparas
(FRANCESCHINI et al., 2003).
A literatura descreve que mães com
até oito anos de estudo, por serem mais
desinformadas
e
provavelmente
apresentarem menor interesse ou maior
dificuldade de acesso a serviços de saúde,
demonstram mais chances de gerarem
crianças com baixo peso ao nascer
(NASCIMENTO; GOTLIEB, 2001).O
rendimento mensal familiar também está
intimamente relacionado à esperança de
vida ao nascer, demonstrando, portanto, a
influência da renda sobre um indicador
sensível de saúde, como é a mortalidade
infantil (MARCONDES et al., 2003).
Monteiro et al. (2000), estudando a
tendência secular do peso ao nascer na
cidade de São Paulo também detectaram que
o risco relativo de baixo peso ao nascer
aumentava para mães que viviam sem
companheiro em relação às mães com
companheiro.
O tempo de gestação é habitualmente
referido em semanas lunares e, portanto, tem
duração de 40 semanas, contadas a partir do
primeiro dia da última menstruação (DUM).
Este período corresponde a 10 meses
lunares, nove meses solares mais 10 ou 280
dias. Tem como variação clinicamente
aceitável de 37 semanas lunares completas a
42 incompletas (ZUGAIB; RUOCCO,
2005). Segundo Nascimento e Gotlieb
(2001), a duração da gestação é uma das
variáveis que está associada ao baixo peso
ao nascer. Em seu estudo, o autor encontrou
forte associação entre recém-nascido de
baixo peso e parto prematuro.
Existe uma relação entre a
desnutrição de mães e o peso de nascimento
das crianças. Não só o ganho de peso
durante a gravidez é importante, mas
também o peso pré-gestacional. A grávida
com peso pré-gestacional abaixo de 90% do
ideal tem risco maior de ter um recémnascido pequeno para a idade gestacional
(MARCONDES et al., 2003). O ganho de
peso pode afetar o tamanho de suas células,
comprimento dos ossos e no número de suas
células cerebrais, resultando em um bebê
pequeno em comprimento e de baixo peso,
com dificuldades no aprendizado e
desempenho cognitivo (WATANABE;
FERRI, 2007). Durante o primeiro trimestre
a nutrição materna aparentemente tem
influência mínima, dadas as necessidades
pequenas do embrião/feto. Porém, um ganho
de peso insuficiente a partir do segundo
trimestre (16 semanas) já pode anunciar um
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baixo peso ao nascimento. As repercussões
no terceiro trimestre têm sido mais
enfatizadas, devido ao valor absoluto do
ganho de peso fetal a partir da segunda
metade da gestação, embora, em condições
normais, variações habituais da nutrição
materna tenham pequeno impacto sobre o
crescimento
fetal
(FEFERBAUM;
FALCÃO, 2003).
O fumo durante a gestação contribui
para o baixo peso, deslocamento da
placenta, gravidez ectópica e ruptura
prematura de membrana, e risco maior de
pré- eclampsia (ALEIXO, 1990). O
consumo de álcool exagerado durante o
período gestacional leva a diminuição dos
pesos fetal e placentários, devido ao efeito
teratogênico do acetaldeido, prejudicando o
transporte, pela placenta, de nutrientes
essenciais ao desenvolvimento fetal e
favorece a má nutrição materna (MORAIS,
2000).
Tendo em vista que as distribuições
do peso ao nascer e as condições de saúde
são determinadas por diversos fatores
complexos e inter-relacionados que se
originam de condições biológicas, sociais e
ambientais às quais a mulher está exposta
durante a gestação, é fundamental que se
identifique, durante o pré-natal, quais os
fatores que constituem risco para o
nascimento de crianças com peso
inadequado (LIMA; SAMPAIO, 2004). Ele
se refere ao período que se inicia com a
nidação ovular e teoricamente termina com
o parto. Porém, pode se estender até a
primeira semana após o parto, quando se
realiza a revisão puerperal (WATANABE;
FERRI, 2007). Como destacado por PRIMO
et al. (2008), o pré-natal além de diminuir as
taxas de morbimortalidade materno-infantil,
previne o baixo peso ao nascer e retardo do
crescimento uterino, por favorecer recursos
e conhecimentos para as gestantes sobre
como proceder em casos de doenças e
atenção aos seus filhos, uma vez que muitas
mães desconhecem e não recebem outro tipo
de orientação. A incidência de baixo peso
varia de acordo com o começo da
assistência pré-natal, quando a mãe procura
assistência pela primeira vez no primeiro
trimestre de gestação, a incidência de baixo
peso é de 6,6%; no segundo trimestre 8,7%;
e no terceiro trimestre 8,6%. Entretanto, se a
mãe nunca procura esta assistência a
incidência de baixo peso é de 21% (NEME
,2000).
De acordo com Balaskas (1999), é
durante a gestação que a mulher se prepara
para as inovações em seu novo ciclo de
vida, acontecendo modificações fisiológicas
e psicológicas, às vezes desconhecidas e
preocupantes. Desde o início a mulher
grávida descobre que suas emoções são
facilmente manifestadas e transformadas, e
que esse momento é de preparo não somente
físico, mas também emocional para
vivenciar a gestação e maternidade. Onde a
enfermagem presencia, acompanha e orienta
as gestantes sobre todos os aspectos da
gravidez.
Nettina et al. (2003), descreve que a
assistência de enfermagem no ciclo
gravídico-puerperal consiste na garantia de
atenção eficaz para que cada gestação tenha
resultados positivos, finalizando num
binômio saudável e unidade familiar feliz. O
enfermeiro nesse contexto enfrenta situações
desafiadoras,
devendo
sempre
estar
preparado
profissionalmente,
com
especializações, e apresentarem-se como
excelentes comunicadores, pois terão de
lidar com questões difíceis tais como
gestações de alto risco resultante de fatores
como abuso de drogas, DSTs e síndrome da
imunodeficiência
adquirida
(SIDA),
gravidez precoce ou tardia, cuidados prénatais tardios ou ausentes. Cabe a ele
orientar e fornecer informações necessárias
às mulheres durante a gravidez e até mesmo
antes da concepção, auxiliando na
prevenção do baixo peso, e de outros
possíveis problemas que possam vir a
ocorrer durante e depois da gestação,
diminuindo o risco para o baixo peso ao
nascer e sucessivamente o índice de
morbidade e mortalidade dos bebês
contribuindo significativamente para a
diminuição dos índices de mortalidade
materna e perinatal (BARROS, 2006).
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Considerando que o baixo peso ao
nascer é um risco para a mortalidade
infantil, o resultado desta pesquisa
contribuíra para a formação acadêmica de
novos profissionais de enfermagem, já que
segundo a literatura alguns fatores de risco
favorecem para o baixo peso ao nascer, uma
vez que o enfermeiro possuí papel essencial
no pré-natal, ele é o responsável em
acompanhar fatores de risco que possam vir
a evitar o baixo peso ao nascer, e
consequentemente diminuir o índice de
morbidade e mortalidade entre os recém
nascidos nesta cidade. Assim este estudo
teve como objetivo associar os fatores de
risco da gestação com peso ao nascer. E
como objetivos específicos, avaliar o peso
pré-gestacional e o ganho de peso
gestacional, correlacionar as semanas de
gestação, o número de consultas de pré-natal
e identificar a influência do consumo de
álcool e fumo com o peso ao nascer.
Materiais e Métodos
O presente estudo de campo é do
tipo quantitativo-descritivo, no qual serão
descritas as variáveis dos fatores de risco
relacionados ao baixo peso ao nascer.
Depois da aprovação do Comitê de
Ética em Pesquisa, (CEP) do Centro
Universitário
da
Grande
DouradosUNIGRAN (Anexo A) e assinatura no
Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (Apêndice A) pelas
puérperas que participaram da pesquisa, foi
realizada uma entrevista através de um
questionário com 20 perguntas (Apêndice
B), com as puérperas atendidas no período
de julho a setembro de 2010.
Em Dourados (MS), no ano de 2008,
segundo dados cadastrados no Sistema de
Informações
sobre
Nascidos
Vivos
(SINASC), nasceram 3008 crianças, que
representa uma média de 251 crianças
nascidas por mês, considerando que a coleta
de dados desta pesquisa foi três meses
considerou-se o universo da pesquisa 753
crianças, foi estabelecido uma amostra
mínima de 20% que representa entrevistar
no mínimo 151 puérperas. Foram excluídas
as voluntárias que por qualquer motivo, não
quiseram participar da pesquisa, e as
puérperas de origem indígena.
O questionário apresentou as
seguintes variáveis: idade, profissão, estado
civil, informações obstétricas (paridades,
intervalo interpartal, semanas de gestação,
peso antes da gestação e ganho de peso
durante), número de consultas de pré-natal,
consumo de fumo ou álcool, escolaridade e
renda familiar. Teve a finalidade de
investigar e associar os fatores de risco da
gestação com peso ao nascer.
A idade gestacional foi calculada a
partir da data do primeiro dia da última
menstruação, sendo expressa em semanas ou
informações
coletadas
no
hospital
(BRASIL, 2005).
A paridade foi
categorizada em: primípara (primeiro filho),
multípara (um a quatro filhos) e grande
multípara (cinco a mais filhos) (ALMEIDA
et al., 1998), sendo entendida como número
de gestações que resultaram em nascidos
vivos ou mortos, excluindo os casos de
abortos. A condição sociodemográfica foi
analisada com base na instabilidade
conjugal (solteira e separada), baixa
escolaridade materna (≤ 4 anos de estudo) e
na condição financeira. A renda per capita
(Renda per capita = renda familiar ÷
número de pessoas da família) será
considerado o indicador da condição
financeira das famílias, sendo considerada
família de baixa renda as que tiveram renda
familiar per capita igual ou menor que ¼
salário mínimo, conforme estabelecido na
Lei Orgânica da Assistência Social nº 8.742
(BRASIL, 1993).
O
peso
pré-gestacional
foi
considerado o peso anterior à gravidez,
referido pela gestante, medido há não mais
de dois meses antes da gestação ou na
ausência desta informação, medido no
primeiro trimestre de gestação (antes da 14ª
semana gestacional) (WHO, 1995). O peso
pré-gestacional foi utilizado para o cálculo
do índice de massa corporal (IMC),
dividindo-se o peso (kg) pela estatura (m) ao
quadrado (IMC= P/E2). Já as gestantes
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adolescentes foram avaliadas segundo o
IMC percentilar para a idade.
O ganho ponderal total foi calculado
com base no peso pré-gestacional registrado
e no obtido no final da gestação. O Instituto
de Medicina dos EUA (IOM) recomenda
que: as gestantes que iniciaram a gestação
com diagnóstico nutricional de baixo peso
ganhem de 12,5 a 18Kg na gestação; aquelas
com peso adequado ganhem de 11,5 a 16Kg;
as com sobrepeso ganhem de 7 a 11,5Kg e
as obesas que apresentem um ganho
ponderal total ≥ 7 Kg e adolescentes 7,0 a
9,1 Kg (Figuras 1 e 2) (IOM,1992).
O peso final da gestação foi utilizado
para realizar a avaliação da situação
nutricional ao final da gestação, segundo o
IMC por semana gestacional, (ATALAH et
al., 1997). O peso ao nascer do recémnascido e o comprimento da criança foram
obtidos do cartão da criança. A classificação
do peso ao nascer foi realizada segundo
Puffer e Serrano (1987), sendo considerado
baixo peso ao nascer peso menor que 2500g,
peso insuficiente de 2500 a 2999g e
adequado maior ou igual a 3000g.
O intervalo interpartal do penúltimo
para o último filho foi considerado
adequado quando 2 anos e < 5 anos
(BRASIL, 2000).
Os bebês nascidos antes de 38ª
semanas completas de gestação foram
considerados pré- termo, entre 38ª e a 42ª
semanas nascidos a Termo e após este
período Pós-Termo (ACCIOLY et al.,
2005).
Resultados e Discussão
A amostra foi constituída de 192
puérperas, como mostra a (Tabela 1) 42
(21,88%) eram adolescentes e 150 (78,12%)
adultas. Analisando a situação conjugal
entre as adolescentes 50% eram solteiras e
das adultas apenas 16,67%, a instabilidade
conjugal foi maior entre as adolescentes.
Quanto a escolaridade inadequada (≤ 4
anos) também foi menor (69,05%) entre as
adolescentes comparado com as adultas
Tabela 1- Caracterização geral das puérperas.
(40%) o que pode ter favorecido para que a
prevalência de gestantes com baixa renda
familiar fosse maior entre as adolescentes
que 21,43% relataram renda per capita ≤ ¼
salário mínimo e dentre as adultas apenas
8%. Em contrapartida as gestantes adultas a
maior parte (62,67%) já tinha outros filhos e
dentre as adolescentes a maior parte
(88,10%) esta gestação era do seu primeiro
filho.
O hábito de fumar e de ingerir
bebidas
alcoólicas,
corresponderam
respectivamente 11,90% e 7,14% das
adolescentes e 20% e 7,33% das adultas
(Tabela 1). Considerando que não é
recomendado consumir bebida alcoólica e
tabaco na gestação ambas as porcentagens
podem ser consideradas altas. No estudo de
Suzuki et al., Das 132 mães entrevistadas,
observou-se que 14 (27,5%) fumavam e 2
(3,9%) ingeriam álcool, entretanto, não
houve
diferença
estatisticamente
significativa.
A incidência de recém-nascidos de
baixo peso varia de acordo com o começo
da assistência do pré-natal. Neme (2000) em
seu estudo constatou que, quando a mãe vai
a consulta de pré-natal já no primeiro
trimestre, a incidência de baixo peso ao
nascer é de 6,6%, no segundo trimestre
8,7% e no terceiro trimestre 8,6%.
Das 192 puérperas, 89 realizaram <6
consultas de pré-natal e 103 realizaram ≥6
consultas, como mostra a (tabela 1), as
adolescentes em geral, realizaram menos
consultas de pré-natais do que as puérperas
adultas. O objetivo do pré-natal, é que a mãe
tenha uma gestação sem complicações, e
que possa vir a ter uma criança saudável
(ZUGAIB e RUOCCO, 2005).
A estado nutricional pré-gestacional
adequado das puérperas adolescentes
corresponderam
à
76,19%,
21,43%
apresentava baixo peso e 2,38% sobrepeso;
já as adultas 63,34% estavam com estado
nutricional adequado, 10% baixo peso,
13,33% com sobrepeso e 13,33% com
obesidade, conforme mostra a (tabela 2).
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Situação conjugal
Casada
Solteira
Escolaridade
≤ 4 anos de estudo
> 4 anos de estudo
Renda per capita*
≤ ¼ SM
> ¼ SM
Número de filhos
Nenhum
1 a 4 filhos
5 ou mais filhos
Hábito de Fumar
Sim
Não
Uso de bebida alcoólica
Sim
Não
Pré Natal
< 6 consultas
≥ 6 consultas
Adolescentes (42)
Adultas(150)
Todas(192)
21 (50)
21 (50)
125 (83,33)
25 (16,67)
146 (76,04)
46 (23,96)
29 (69,05)
13 (30,95)
60 (40,00)
90 (60,00)
89 (46,35)
103 (53,65)
09 (21,43)
33 (78,57)
12 (8,00)
138 (92,00)
21 (10,94)
171 (89,06)
37 (88,10)
05 (11,90)
0
56 (37,33)
83 (53,33)
11 (07,34)
93 (48,44)
88 (45,83)
11 (05,73)
05 (11,90)
37 (88,10)
30 (20,00)
120 (80,00)
35 (18,23)
157 (81,77)
03 (07,14)
39 (92,86)
11 (07,33)
139 (92,67)
14 (07,29)
178 (92,71)
22 (52,38)
20 (47,62)
67 (44,67)
83 (55,33)
89 (46,35)
103 (53,65)
1
Valores são expressos como número de puérperas e porcentagens, ( )= número de puérperas por grupo. *Renda
per capita = renda familiar ÷ número de pessoas da família.
Tabela 2- Situação nutricional pré-gestacional e ganho de peso total das puérperas.
Classificação dos indicadores
Adolescentes (42)
Adultas(150)
Todas(192)
nutricionais
Estado nutricional pré-gestacional
Baixo peso
09 (21,43)
15 (10,00)
24 (12,50)
Adequado
32 (76,19)
95 (63,34)
127 (66,14)
Sobrepeso
01 (02,38)
20 (13,33)
21 (10,94)
Obesidade
0
20 (13,33)
20 (10,42)
Ganho de peso total
Adequado
08 (19,05)
42 (28,00)
50 (26,04)
Insuficiente
26 (61,90)
67 (44,67)
93 (48,44)
Excessivo
08 (19,05)
41 (27,33)
49 (25,52)
1
Valores são expressos como número de gestantes e porcentagens, ( )= número de puérperas por grupo.
O ganho de peso total na gestação foi
adequado em 19,05% das adolescentes, e
28% das adultas; insuficiente em 61,9% das
adolescentes e 44,67% das adultas; e ganho
de peso excessivo em 19,05% das
adolescentes e 27,33% das adultas (tabela
2).
A Figura 1 representa a porcentagem
de peso ao nascer, 65,62% (n=126), tiveram
crianças com peso adequado, sendo a média
do peso de 3605,32±238,12g. 15,63%
(n=30) tiveram crianças com peso
insuficiente, sendo a média de peso
2722±100,12kg. 18,75% (n=36) tiveram
AGUIAR, Gedni Corrêa; FERREIRA, Camila Oliveira; MENDES, Rita de Cássia Dorácio
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crianças apresentando baixo peso, com
média de peso de 2103,61±330,02g.
70
65,62%
Porcentagem (%)
60
50
40
30
20
18,75%
10
15,63%
0
Baixo Peso
Peso Insuficiente Peso Adequado
Peso ao Nascer
Figura 1- Porcentagem de peso ao nascer.
ao nascimento, pois ao analisar seus dados
em seus estudo, constatou que das 45
mulheres que não haviam concluído o
ensino médio 32% tiveram crianças com
peso inadequado. No entanto Lima e
Sampaio (2004) relatam que a quantidade de
anos de estudo não interfere no peso do
nascimento (p = 0,57), e ressaltam que essa
constatação é interessante, pois aquelas
mães que frequentaram a escola por mais de
oito anos, tem, portanto, na maior
escolaridade, um fator protetor, para a
incidência de ter crianças de baixo peso.
Quanto ao estado civil, o fato da mãe
ser solteira ou casada, é de fato um aspecto
importante e relevante a ser considerado,
pois a ausência do pai em geral, gera certos
conflitos, tanto psicologicamente, como
fisicamente, pois o pai geralmente traz uma
instabilidade financeira maior, pode em
geral amenizar as angustias da mãe,
acompanhando-a nas consultas de pré-natal,
e a falta dele pode influenciar no baixo peso
no nascimento da criança (VICTORIA C.
G.; BARROS F. C., 1989).
O fato da gestante ser casada,
poderia ser de um melhor prognóstico para o
nascimento de um filho, consequentemente
para um menor índice de baixo peso ao
nascer, mas isso não foi comprovado neste
estudo, pois não houve diferenças
estatísticas (p=0,19) na média do peso ao
nascer relacionado com situação conjugal. O
estado civil também não influenciou no peso
ao nascer (p = 0,458) no estudo de Thiago,
Caldeira e Vieira (2008).
No estudo de Minamisawa et al.
(2004), que foi realizado no estado de
Goiás, as mães solteiras, apresentaram 1,23
vezes mais chances de baixo peso no
nascimento, comparando com as puérperas
casadas. Entretanto recém-nascidos de baixo
peso não foram relacionados ao estado civil
(p = 0,17), em Campinas (CARNIELL et al.
2003, igualmente este estudo que como
mostra a (tabela 3), não foi constatado
diferenças comparando ao peso ao nascer.
Em vários estudos a relação entre a
gestação na adolescência é uma maior
frequência de recém-nascidos com baixo
peso (PHIPPS, SOWERS, 2002). No estudo
de Silva et al., a proporção de baixo peso ao
nascer foi maior nas mulheres com idade
inferior a 20 anos (x =14,9, p = 0,001).
A tabela 3 representa a relação das
características gestacionais consideradas de
risco para baixo peso ao nascer com a média
do peso ao nascer das crianças.
A média do peso ao nascer
relacionado com a idade materna não foi
estatisticamente diferente (p=0,57) o que
significa que nesta população a idade
materna não interferiu no peso ao nascer.
Uchimura et al.(2008), realizou um estudo
sobre os fatores associados ao baixo peso ao
nascer em Maringá-PR e igualmente não
encontraram relação significativa entre a
idade da mãe e o peso do recém-nascido.
Em relação à escolaridade, os dados
encontrados (tabela 3), não teve relevância
nenhuma sobre o peso ao nascer, pois a
média do peso do nascimento não sofreu
modificações consideráveis (p=0,59) com
relação aos anos de estudo das puérperas.
Esse resultado encontrado contradiz com o
trabalho de Haidar, Oliveira, Nascimento
(2001), que encontraram relação estatística
significativa entre menor escolaridade e
baixo peso ao nascer (p = 0,05). Okosun et
al. (2000) relata que a menor escolaridade
materna, está relacionada com o baixo peso
Tabela 3- Peso ao nascer segundo características maternas das puérperas.
AGUIAR, Gedni Corrêa; FERREIRA, Camila Oliveira; MENDES, Rita de Cássia Dorácio
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Interbio v.9 n.1, Jan-Jun, 2015 - ISSN 1981-3775
Características
Gestacionais
Idade (anos)
< 20
20├ 35
≥ 35
Escolaridade
≤ 4 anos
> 4 anos
Estado civil
Com companheiro
Sem companheiro
Renda percapita
≤ ¼ SM
> ¼ SM
Paridade
Primíparas
1 a 4 filhos
5 ou mais
Int. Interpartal (99)
< 24 meses
≥ 24 meses
Tabagismo
Sim
Não
Etilista
Sim
Não
Pré Natal
< 6 consultas
≥ 6 consultas
Frequência
n
%
42
135
15
21,88
70,31
07,81
Peso ao nascer (g)
X ± DP
Valor de F
Valor de p
3183,81 ± 621,38
3205,19 ± 636,72
3016,00 ± 900,06
0,56
0,57
0,29
0,59
1,73
0,19
1,30
0,26
0,61
0,54
1,92
0,17
42,81
< 0,05¹*
6,38
0,01*
1,90
0,17
89
103
46,35
53,65
3158,31 ± 667,63
3209,42 ± 646,49
146
46
76,04
23,96
3220,62 ± 651,81
3075,00 ± 660,56
21
171
10,94
89,06
3030,95 ± 660,79
3203,39 ± 653,22
93
88
11
48,44
45,83
05,73
3176,34 ± 658,31
3169,09 ± 673,33
3398,18 ± 462,25
04
95
04,04
95,96
3637,50 ± 285,82
3175,89 ± 660,68
35
157
18,23
81,77
2592,29 ± 652,60
3318,03 ± 579,71
14
178
07,29
92,71
2765,71 ± 745,60
3218,76 ± 638,19
89
103
46,35
53,65
3115,73 ± 668,96
3246,21 ± 640,05
Dados foram expressos como média ± desvio-padrão; Teste estatístico: Tukey (p<0,05). ¹ p=0,0000000005
A renda per capita não apresentou
diferença estatística (p=0,26) neste presente
estudo, como mostra a (tabela 3). Segundo
Victoria et al (1989), a renda mensal da
família influencia no baixo peso ao nascer,
sendo proporcional ao peso da criança,
como relatado por Leal et al. (2004), em
pesquisa no município de Rio de Janeiro,
quando encontraram diferenças estatísticas
no peso ao nascer, quando comparado com a
renda per capita da família (p = 0,05),
diferente deste estudo, que não foi
constatado relação alguma, sobre a
influência do peso ao nascer com a renda
per capita sendo ela ≤ ¼ SM ou >¼ SM.
Em relação a paridade, não houve
diferença significativa (p = 0,54), entre o
número de filhos das puérperas em relação
ao peso ao nascer. Resultado esse,
semelhante ao estudo de Lima e Sampaio
(2004) que ao analisar o peso do nascimento
com o número de filhos, constataram que
não houve influência significativa (p = 0,70)
em Teresina-Piauí; porém discordam de
alguns estudos que evidenciaram uma
correlação entre a paridade e o baixo peso
ao nascer encontrando valores que
interferem no peso ao nascer quando
comparado a quantidade de filhos (p =
0,04), (NASCIMENTO; GOTHIEB, 1998).
Como observado (Tabela 3), não foi
alcançado diferença significativa entre as
médias de peso do nascimento com intervalo
interpartal (p = 0,17), o trabalho de Priore et
AGUIAR, Gedni Corrêa; FERREIRA, Camila Oliveira; MENDES, Rita de Cássia Dorácio
47
Interbio v.9 n.1, Jan-Jun, 2015 - ISSN 1981-3775
al. (2003), também não encontrou diferença
estatística apresentando o mesmo valor de p,
em relação ao intervalo interpartal e baixo
peso ao nascer. No entanto a literatura
mostra que intervalos <24 meses entre as
gestações, aumenta as chances da criança
nascer com baixo peso (SAMPAIO; LIMA,
2004).
O hábito de fumar e de ingerir
bebidas alcoólicas durante a gestação está
geralmente relacionado com o baixo peso ao
nascer (MONTEIRO; BENICIO; ORTIZ,
2000). Neste estudo apresentado o hábito de
fumar e de ingerir bebidas alcoólicas
apresentou
diferenças
estatísticas
significativas, como mostra a (tabela 3), o
tabagismo apresentou (p = 0,05), e o
etilismo (p = 0,01). Besrtagnon (1989),
também encontrou influências significativas
entre o baixo peso ao nascer e mães
fumantes (p = 0,03). Segundo Thiago,
Caldeira e Vieira (2008), no estudo deles
não foi encontrado significados estatísticos
(p = 0,14), entre o fumo e o baixo peso; com
relação ao consumo de álcool não teve
associação (p = 0,20), no peso ao nascer no
estudo de Costa et al. (1998).
A ausência de consultas de pré-natal
geralmente está relacionada com baixo peso
o nascer (MONTEIRO; BENICIO, 2000).
Neste estudo como mostra a (tabela 3), as
diferenças não foram estatisticamente
significantes (p=0,17). Franchini et al.
(2003), também encontrou resultados
insignificantes (p = 0,77), já Kassar et al.
(2005), em seu estudo encontrou resultados
significantes (p = 0,03) associados as
consultas de pré-natal e o baixo peso ao
nascer.
Tabela 4- Peso ao nascer segundo indicadores antropométricos e semanas de gestação das
puérperas.
Antropometria
Peso pré-gestacional
< 50 Kg
≥ 50 Kg
Estatura (cm)
< 150
≥ 150
IMC pré-gestacional
Baixo Peso
Adequado
Sobrepeso
Obesidade
Ganho de Peso total (kg)
Insuficiente
Adequado
Excesso
Gestação
Pré termo
Termo
Pós Termo
Frequência
n
%
Peso ao nascer (g)
X ± DP
20
172
10,42
89,58
3297,50 ± 646,56
3172,73 ± 656,76
05
187
02,60
97,40
3098,00 ± 806,33
3188,07 ± 653,11
24
127
21
20
12,50
66,14
10,94
10,42
3237,92 ± 638,52
3178,82 ± 662,45
3180,48 ± 598,89
3304,50 ± 609,50
93
50
49
48,44
26,04
25,52
3007,96 ± 684,44b
3458,20 ± 536,52a
3245,10 ± 611,57a
26
162
04
13,54
84,38
02,08
2391,15 ± 852,48b
3319,26 ± 516,99a
2942,50 ± 642,72a
Valor
de F
0,65
Valor
de p
0,42
0,09
0,76
0,25
0,86
8,58
0,0002*
29,57
p<0,05¹*
Dados foram expressos como média ± desvio-padrão; Teste estatístico: Tukey, letras diferentes mostram
diferenças significativas (p < 0,05). *diferença estatística significativa; ¹ p=0,000000000006
Conforme mostra a (tabela 4), os
indicadores antropométricos das puérperas,
como o peso, estatura e IMC pré-
gestacional, não apresentou
estatísticas significativas.
diferenças
AGUIAR, Gedni Corrêa; FERREIRA, Camila Oliveira; MENDES, Rita de Cássia Dorácio
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Interbio v.9 n.1, Jan-Jun, 2015 - ISSN 1981-3775
O estudo de Siqueira, Junior e
Almeida (2000), que por maior que fosse a
estatura não houve interferência no peso ao
nascer (p = 0,89); diferente de Franchini et
al. (2003), que o indicador de estatura (p =
0,008), foi determinante para o baixo peso
ao nascer.
O peso pré-gestacional (tabela 4),
não teve associação com a média de peso
baixo ao nascer (p = 0,42), diferente do
estudo de Krasovec e Anderson (1991) que
o
peso
pré-gestacional
inadequado,
aumentou o risco de baixo peso ao nascer.
A classificação do estado nutricional
da puérpera antes da gestação, como mostra
a (tabela 4), segundo o IMC não interferiu
nas estatísticas encontradas relacionado ao
baixo peso, semelhante ao estudo de Lima e
Sampaio (2004), que não encontrou relação
entre peso, altura e IMC pré-gestacional
com baixo peso ao nascer.
O ganho de peso total na gestação,
como mostra a (tabela 4), foi de 48,44%
insuficiente, houve diferenças estatísticas (p
= 0,0002), neste estudo comparando com o
peso ao nascer. Rocha et al.(2005), confirma
essas estatísticas, ressaltando que as
gestantes que apresentam uma ingestão de
nutrientes insuficientes, podem ter crianças
com baixo peso ao nascer. Lima e Sampaio
(2004), também observou a relação entre
ganho de peso total das gestantes com o
baixo peso ao nascer (p = 0,01).
Em relação a idade gestacional, o
presente estudo, teve três indicadores
gestacionais:
gestação
pré-termo
considerado < 37 semanas, gestação a termo
de 37 à 42 semanas e pós-termo >42
semanas,
houve
grandes
diferenças
estatísticas conforme mostra a (tabela4) – (p
<0,01),evidenciando assim a influência da
idade gestacional com o peso ao nascer,
comprovando o que vários outros estudos já
apresentaram, como no caso da pesquisa de
Vieira, Caldeira e Thiago (2008), que
encontraram resultados significativos (p =
0,001) e Helena et al. (2008), onde
encontraram valores que interferem no peso
ao nascer comparando com a idade
gestacional (p = 0,02).
Na (tabela 5), existe uma correlação
entre os indicadores maternos e o peso ao
nascer, encontrados neste presente estudo.
Os resultados estatisticamente significativos
foram o ganho de peso na gestação, as
semanas de gestação e o comprimento do
recém-nascido, ou seja, conforme esses
indicadores forem menores, sucessivamente
o peso ao nascer também será.
Já o peso, a estatura e o IMC prégestacional, não apresentou resultados
significativos, quando comparados ao peso
ao nascer, evidenciando que por mais que
esses indicadores aumentem ou diminuem
de valores, não irá influenciar no peso do
nascimento como mostra a tabela a baixo.
Tabela 5 - Medida de associação linear entre os indicadores maternos e dos recém-nascidos
Indicadores Maternos
Peso ao nascer
r
P
Peso pré-gestacional
-0,005
0,94
Estatura
-0,01
0,85
IMC pré-gestacional
-0,003
0,95
Ganho de peso total
0,21
0,003*
Semanas de Gestação
0,45
<0.0001*
Comprimento do RN
0,81
<0.0001*
Número de Consultas PN
0,06
0,43
r= coeficiente de correlação (Spearman). Os resultados estatisticamente significativos são assinalados com (*);
RN= recém nascido; PN= pré natal
Conclusão
Este estudo evidenciou prevalências
significativas para um bom planejamento na
saúde, tanto materna como infantil, a
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prevalência de crianças que nasceram com
peso inadequado, foi de 18,75% com baixo
peso e 15,63 com peso insuficiente, o
recém-nascido que nasce com peso
inadequado pode futuramente apresentar
complicações em sua saúde, aumentando o
índice de mortalidade infantil.
Os fatores que apresentaram relação
com baixo ao nascer foram: tabagismo,
consumo de álcool, ganho de peso
insuficiente na gestação e a idade
gestacional. Apesar disso, fatores como
idade materna, escolaridade, estado civil,
renda per capita, paridade, consultas de prénatal, intervalo interpartal, peso, altura e
IMC - pré gestacional não influenciaram
estatisticamente no valor do peso ao nascer.
Analisando os dados obtidos nesta
pesquisa, pode-se comprovar a importância
da qualidade da assistência de enfermagem
prestada no pré-natal, podendo contribuir
para que esses fatores sejam menos
influentes no peso ao nascer, o profissional
de enfermagem deve evitar outros resultados
indesejáveis, alertando futuras mães, para
esses fatores de risco, esclarecendo dúvidas,
amenizando angustias, medos e ansiedade,
orientando a importância da alimentação, de
como o fumo e o álcool podem influenciar
negativamente
em
uma
gestação,
favorecendo para o baixo peso ao nascer.
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