Ciências Sociais Aplicadas / Administração
IMPUTAÇÃO DOS CUSTOS DE PESQUISA NO ORÇAMENTO DE PROGRAMAS STRICTO SENSU
Ester Pereira da Silva
Graduanda em Administração - Universidade Salvador – UNIFACS
Manoel Joaquim Fernandes de Barros
Prof. Dr./Orientador
Evandro Teixeira Gesteira
Prof. Msc. / Coorientador
Introdução
A relação ensino, pesquisa e extensão é uma sistemática que procura, dentro de uma lógica existente, a configuração de
uma IESP como universidade. Contudo, algumas questões ligadas a essas três dimensões levantam pontos que podem
ser discutidos e avaliados dentro desse contexto.
Dessa forma, o presente estudo questiona a forma pela qual a atividade de pesquisa é desenvolvida nas Instituições de
Ensino Superior – IES, sua dependência aos programas stricto sensu e as dificuldades encontradas em obter recursos
para o desenvolvimento de seus projetos, principalmente as Universidades Particulares, as quais face à legislação
vigente não são contempladas com as linhas de financiamento governamental e são obrigadas a obterem recursos das
receitas de mensalidades dos programas stricto sensu.
A relação universidade, ciência e pesquisa requer, por parte das universidades, estratégias e desenvolvimento de uma
estrutura organizacional que venham distingui-la como uma organização geradora e disseminadora de conhecimento. A
geração e transferência de conhecimento, resultantes da atividade de pesquisa, demanda que as universidades
desenvolvam estratégias de apoio à gestão da atividade, de forma a contemplar a organização, com objetivos claros
quanto a sua capacidade de resposta à sociedade.
Métodos
Para a realização da pesquisa foram empregadas etapas metodológicas as quais consistiram, no estudo da
complexidade do problema através de pesquisa bibliográfica, artigos, literatura e documentos oficiais sobre as IES e a
evolução da atividade de pesquisa nas universidades, a percepção estratégica das Instituições Universitárias Baianas,
quanto à função da atividade de pesquisa sob a perspectiva organizacional e o modelo de gestão utilizado por estas
instituições, considerando sua inserção nos programas stricto sensu.
Em seguida foi feita a organização e catalogação de entrevistas realizadas com Dirigentes de Universidades Particulares
e Universidades Públicas e suas respectivas análises: horizontal, vertical e diagonal. E a última fase constituiu-se do
auxílio na elaboração do artigo intitulado “Inflexão para Autonomia: A Percepção Estratégica da Atividade de Pesquisa
nas Universidades da Região Metropolitana de Salvador”.
Resultados e Discussão
Através da leitura e pesquisa observou-se que a atividade de pesquisa é fomentada e desenvolvida dentro dos
programas stricto sensu. Ela é um dos pilares do princípio norteador da indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da
extensão, responsável pela sustentação do título de universidade para as Instituições de Ensino Superior - IES.
Identificou-se que o responsável pelo custeio dessa atividade nas universidades públicas é o poder público federal ou
estadual, através das linhas de financiamento à pesquisa, diferentemente das universidades particulares que buscam
cobrir esses custos com as mensalidades dos alunos do stricto sensu e complementando com recursos provenientes de
receitas derivadas de outros cursos. Dessa forma, as Universidades Particulares veem assim o seu resultado econômico
mascarado por uma imputação equivocada de custos.
Assim, percebe-se a necessidade dos custos com a atividade de pesquisa serem rateados nas diversas atividades da
universidade que gerem receita, como os cursos de graduação plena e tecnológica, na modalidade presencial e a
distância, lato sensu e demais atividades, como também a pesquisa precisa ser disseminada em toda a estrutura
acadêmica da instituição.
Conclusões
Este estudo procura discutir os gastos com a atividade de pesquisa nos programas stricto sensu nas Instituições
Universitárias Baianas, visto que a pesquisa é à base de sustentação acadêmica que confere o título de universidade às
instituições de ensino superior – IES.
Logo, supõe-se que o rateio dos custos da pesquisa nos orçamentos dos programas stricto sensu está equivocado
requerendo, portanto, uma avaliação do modelo de sustentabilidade financeira dos programas stricto sensu utilizado
pelas universidades.
Observa-se que as universidades pesquisadas praticam uma política de pesquisa definida por Rodrigues (2006) como
“internalista”, ou seja, praticam a gestão da pesquisa, mantém professores pesquisadores em bom nível e estrutura
física com capacidade de permitir o desenvolvimento da atividade de pesquisa, como uma função básica à manutenção
do status de universidade, conforme a legislação vigente, mas, no entanto, não desenvolvem estruturas modernas de
transmissão, pela atividade de ensino e transferência à sociedade, dos conhecimentos desenvolvidos através da
atividade de pesquisa.
Então, sugere-se as IES particulares reavaliarem o modelo acadêmico e administrativo e adotarem um novo modelo de
produção científica com o intuito de interagirem mais com a sociedade e a economia.
Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: Stricto Sensu / Pesquisa / Custos
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Ester Pereira da Silva