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Rio de Janeiro, 01 de Novembro de 2012 - Número 4494
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Fast Shop é terra rara cobiçada por todos os lados
Se o varejo de eletroeletrônicos fosse comparado ao setor de mineração, o empresário Milton Kakumoto seria dono de
uma das maiores reservas de terras raras do Brasil. Neste caso, o almejado mineral não atende pelo nome de lantânio,
lutécio ou neodímio, mas, sim, de Fast Shop. É crescente a cobiça da concorrência pela empresa controlada por
Kakumoto. O interesse é inflado exatamente pelo que ela tem de raridade: trata-se de uma das poucas redes de
eletroeletrônicos do país moldadas à imagem e semelhança da classe A. O empresário vem sendo assediado por uma
sortida plêiade de candidatos, investidores que apostam suas fichas na célebre frase de Oscar Wilde: "Se me derem o
supérfluo, eu abro mão do indispensável". Nos últimos meses, foi procurado pelo Magazine Luiza, que estaria decidido a
ter uma operação focada exclusivamente em um público mais sofisticado. Segundo fonte próxima a Kakumoto, o
norte-americano Carlyle e o BTG Pactual também bateram à porta do empresário. O informante do RR calcula que a Fast
Shop não sai da vitrine por menos de R$ 2 bilhões.
Praticamente todo o formato da Fast Shop - desde o portfólio até a arquitetura das lojas, com amplos e reservados
espaços dedicados a linhas específicas de produtos - foi elaborado para atender as preferências da turma mais
endinheirada. O próprio atendimento se diferencia do padrão do varejo. Os vendedores são orientados a não abordar os
clientes de imediato, para estimulá-los a percorrer toda a loja. Em cima deste modelo, a Fast Shop chegou a mais de 70
pontos de venda e faturamento em torno de R$ 3,5 bilhões por ano.
Ainda assim, a Fast Shop enfrenta alguns percalços. Não tem conseguido crescer em um ritmo similar aos das grandes
redes de varejo. De 2010 para cá, abriu apenas oito lojas - atualmente, são 71 pontos de venda. Além disso, há uma
questão ainda mais delicada, que transita na tênue e frágil fronteira entre o societário e o matrimonial. O discretíssimo
Kakumoto - tão discreto que há até quem duvide que ele exista - divide o controle da Fast Shop com a esposa, Marie. De
acordo com a mesma fonte, o casal tem falado línguas distintas no que diz respeito aos investimentos em expansão e à
própria possibilidade de venda de uma participação ou do controle da rede varejista. O RR apurou que Marie enxergaria a
negociação com mais simpatia do que o marido. Procurada, a Fast Shop não se pronunciou. Carlyle e BTG informaram
"não comentar especulações de mercado". Já o Magazine Luiza negou qualquer negociação.
Lusoarenas
A Lusoarenas estuda entrar na Justiça contra o governo mineira. A empresa foi chutada para escanteio no consórcio
Minas Arenas, que terá a concessão do Mineirão por 25 anos.
Copebrás luta contra o rótulo de "vendida"
Há empresas que não conseguem se livrar de certas pechas. Aos olhos do mercado, a placa de "vende- se" continua
pendurada na porta da Copebrás. A Anglo American, que passou 2009 e 2010 em busca de um comprador para a
fabricante de fertilizantes, tenta provar que o desencanto pelo negócio é página virada. Está retomando os projetos de
expansão da produção de concentrado de fosfato na fábrica de Catalão. Hoje, a capacidade está na casa de 1,2 milhão de
toneladas no ano.
Mas que ninguém espere que, de uma hora para a outra, a Anglo American vai partir para a duplicação da planta
industrial, como reza o projeto original, orçado em quase US$ 900 milhões. O investimento será na base do conta-gotas.
Inicialmente, o grupo deverá expandir a produção em até 40% - a medida será avaliada em reunião do board da Anglo
American ainda neste ano. Dependendo do comportamento do mercado, novas ampliações serão estudadas. Tudo muito
bom, tudo muito bem, mas o problema é o maldito estigma. No setor, há quem diga que os angloafricanos só estão
fazendo isso para engordar a Copebrás com vistas a uma nova tentativa de venda. É duro lutar contra a própria fama.
Procurada, a Copebrás informou que a Anglo American já anunciou a intenção de manter seu controle e que "continuará
a avaliar seu potencial de expansão."
Dufry
O Brasil vai subir mais alguns degraus na operação da Dufry. Deverá fechar o ano respondendo por aproximadamente
40% da empresa suíça operadora de free shops.
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Cadeira elétrica
O ex-presidente da Eletrobras, Firmino Sampaio, corre sério risco de ser eletrocutado da diretoria da Equatorial Energia.
Sampaio foi o único executivo que se posicionou contra a compra da Celpa. Não apenas foi voto vencido, como angariou
a antipatia de seus pares e, sobretudo, de Gilberto Sayão, do Vinci Partners, controlador da holding.
TV do senhor
RR Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, está obcecado pela ideia de ter a sua própria emissora. Já
pensou na Rede TV e na CNT! Não! No SBT, ele ainda não pensou.
Sinal de ocupado
A parceria entre a Intelbras e a Cisco, para distribuição de equipamentos da companhia norte-americana no Brasil, estaria
gerando alguns ruídos. Segundo uma fonte ligada ao grupo, a Cisco entende que a empresa catarinense estaria
descumprindo pontos do acordo, com impacto sobre suas vendas no país. Consultada, a Intelbras garantiu que "a parceria
avança de acordo com o esperado". Já a Cisco negou qualquer desavença
Bicicleta chinesa
A chinesa Ningbo Maoying, uma das maiores fabricantes de bicicletas do mundo, está com vontade de pedalar no
controle da Caloi. Procurada, a Caloi comunicou que "não comenta especulações".
Hotelaria
A francesa Accor estaria de olho em hotéis da Cesto Participações no Nordeste. O problema são as amarras entre a Cesto
e o BHG, da GP, que fizeram um acordo para troca de ações em alguns empreendimentos. A Accor informou ao RR que
"não comenta especulações de mercado". Já a Cesto não se pronunciou.
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