ID: 57878671
05-02-2015
ECONOMIA
Tiragem: 7500
Pág: 7
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 25,60 x 32,70 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 2
Turismo do Algarve:
Um por todos,
todos por um
«Todos - privados, empresas, autarquias - têm que
se envolver em parcerias para valorizar o destino»,
alertou o presidente da Região de Turismo do Algarve
TEXTO E FOTO Ana Sofia Varela
É verdade que o turismo
no Algarve já tem produtos
consolidados que atraem e
fidelizam turistas de vários
países, mas há que conseguir
reestruturar novos segmentos, captar outros mercados
e diversificar a oferta para
chegar a um grupo mais vasto. As linhas que vão orientar
esta nova fase de promoção
do turismo na região já estão
demarcadas no Plano de Marketing Estratégico para o Turismo do Algarve 2015-2018,
apresentado esta terça-feira,
em Faro.
«O trabalho já está iniciado», pois o documento apresentado já aponta os pontos
fortes e o que ainda tem que
ser valorizado nos próximos
três anos, disse ao «barlavento» o presidente da Região
de Turismo do Algarve (RTA)
Desidério Silva. No entanto,
esta não pode ser uma tarefa
a realizar apenas pela entidade que gere este sector na
região, pois «todos - privados,
empresas, autarquias - têm
que se envolver em parcerias
para valorizar o destino»,
acrescentou.
Por outro lado, são necessárias verbas extra ao orçamento desta entidade, por
isso, «serão apresentadas
duas candidaturas a fundos
comunitários», uma delas
terá como base o plano agora
divulgado, com o apoio de entidades como o Turismo de
Portugal e a CCDR, enquanto
a outra servirá para promover a marca Algarve, esclareceu o presidente da RTA.
O documento aponta, assim, três grupos de produtos – consolidado (sol e mar,
golfe e o turismo residencial),
em desenvolvimento (negócios, natureza e náutico) e a
complementar (gastronomia
e vinhos, touring e saúde).
No caso do sol e mar
e do golfe, são diversos os
galardões e distinções que
o Algarve ostenta todos os
anos. O turismo residencial
é importante, porque origina
fluxos de procura ao longo de
todo o ano, sustenta rotas de
companhias áreas e permite
a redução da sazonalidade.
O clima, as acessibilidades, o
golfe ou a oferta de voos de
baixo custo são as principais
razões que levam à compra
de segunda habitação no Algarve.
Desidério acredita que é
necessário «continuar a promover os produtos já consolidados, enquanto se reestrutura e suscita interesse
pelos outros». E, cada vez
mais, vão surgindo condições
para se implementar oferta
diversificada para estes segmentos. «Temos trabalhado
a questão do turismo cultural
ou de negócios, pois há uma
série de espaços que podem
ser aproveitados como mais
valias», justificou. No caso da
cultura, esta é apontada, pelos dados do Eurobarómetro,
como a segunda motivação
para a escolha de um destino de férias pelos europeus.
O Algarve conta com uma
grande diversidade cultural,
tendo sido identificados, num
estudo desenvolvido pela
Universidade do Algarve,
1477 recursos na região.
Já a natureza pode explorar nichos como a observação de aves, o turismo
equestre, o cicloturismo,
«que movimenta muitos
turistas e gera vários milhões
de viagens na Europa» ou as
caminhadas, que estão em
crescimento na Europa, em
especial nos mercados que o
Algarve pretende atingir (Alemanha e Holanda), argumentou Desidério Silva.
No caso do turismo náutico, as escalas de cruzeiros,
os galardões internacionais
atribuídos às marinas algarvias ou os novos projetos das
empresas marítimo-turísticas são enumerados pelo
presidente da RTA. Um dos
exemplos pode ser também
o «Ocean Revival», projeto
implementado ao largo de
Portimão, com o afundamento de navios da Marinha, para
promover o mergulho subaquático.
No caso dos produtos a
complementar há a gastronomia e vinhos (dieta mediterrânica, cataplana algarvia ou
a rota dos vinhos do Algarve),
o turismo de lazer ou o de
saúde (que abrange o turismo
médico ou estético, talassoterapia, termalismo, SPAs,
climatismo, health & wellness
resorts e residências assistidas, com apoio médico e cuidados de saúde).
«Sabemos o que temos de
bom e o que queremos promover. Cada vez mais, hoje, o
turista quer ir para um hotel
e quer encontrar atividades
do seu interesse. Já não é só
sol e praia. Vem uma família e
cada um quer fazer uma atividade. Por isso, o hotel tem
que se preparar e mostrar
um conjunto de produtos ou
programas com oferta diversificada que agradem ao
turista», alertou Desidério.
E os números de 2014
não deixam margem para
dúvidas quando se fala da
importância do Algarve para
o sector do turismo, pois atingiu os três milhões de dormidas num único mês (agosto),
ultrapassou de novo o milhão
de voltas nos campos de golfe
e o aeroporto de Faro movi-
mentou mais de seis milhões
de passageiros num só ano. O
presidente da RTA concluiu,
contudo, com um aviso. É necessário investir em eventos
e promoção para combater
a sazonalidade e continuar a
crescer.
Novos mercados têm
que ser uma aposta
Canadá, França, Bélgica,
Dinamarca, Suécia ou Suíça
são os mercados que de-
vem ser uma aposta para o
Algarve nos próximos três
anos. Há que continuar a promover o destino nos «mercados tradicionais, continuando a cativá-los, mas também
é necessário ter em conta
mercados como o alemão ou
o francês que subiu muito».
Há outros países emissores
que se vão implementado,
mas que ainda não têm uma
expressão tão significativa,
como a Bélgica ou Luxemburgo.
O presidente da Região
do Turismo do Algarve
Desidério Silva é, todavia,
perentório ao afirmar que
«temos que conseguir captar
outros turistas», por isso já
avisou «o Governo que devemos atacar o mercados canadiano e o nórdico, pois são
turistas que não vêm passar
duas noites, mas 15 dias». Em
consequência, há que conseguir criar voos diretos e captar novas rotas para desenvolver o turismo na região.
ID: 57878671
Tiragem: 7500
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 15,68 x 9,74 cm²
Turismo
do Algarve:
Um por todos,
todos por um
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Âmbito: Regional
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