IV– ELETROMAGNETISMO 1. Introdução “Os primeiros relatos sobre as propriedades "maravilhosas" de um certo minério de ferro foram feitos pelos gregos e datam de 800 a.C.. O minério, depois reconhecido como sendo Fe3O4, foi chamado de magnetita, pois era encontrado na Magnésia, região da Ásia Menor. Durante séculos ele intrigou cientistas e filósofos com suas propriedades de atrair e repelir minérios de ferro e de se orientar na Terra.” (Rev. Bras. Ens. Fís. v.22, n.3, 2000) Em 1820, Oersted observou que a corrente elétrica era capaz de desviar a orientação de uma bússola: Figura 1: experimento de Oersted Apartir deste experimento, dois campos da ciência que até o momento eram separados (eletricidade e magnetismo) formaram um novo campo chamado eletromagnetismo. O campo magnético que sensibiliza imãs, correntes e cargas em movimento tem sua origem, em qualquer caso, nas cargas em movimento. O campo magnético de um imã, por S (a) Imã (b) Condutor com corrente N (c) Solenóide Figura 2: linhas de indução. Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. exemplo, é explicado pelos movimentos orbital e de spin dos elétrons. Na figura 2, é representado o campo magnético B por linhas de indução. 2. Força Magnética sobre uma Carga Quando uma carga está inserida em um campo elétrico, sofre uma força F q E que será paralela ou antiparalela ao campo E. Da mesma forma, uma carga elétrica sofre uma força magnética quando está inserida num campo magnético B, porém esta força dependerá da velocidade V da carga e será perpendicular ao plano formado por B e V. - + Figura 3: Força magnética sobre uma carga Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. A direção e sentido de F pode ser encontrados pela “regra do tapa” e seu valor é dado por: FB qVB sen (1) onde é ângulo entre V e B. Estas informações se encontram na equação vetorial: FB qV B (2) Note que: FB será máximo com =90o e nula se =0o e 180o ; O sentido de FB depende do sinal da carga q. A unidade do S. I. para B é Tesla (T). Exemplo 1: Um campo magnético uniforme B,de módulo 1,2 mT, aponta verticalmente para cima por todo o volume de uma câmara de laboratório. Um próton com uma energia cinética de 5,3 MeV entra na câmara, movendo-se horizontalmente do sul para o norte. Que força Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 56 defletora magnética atua sobre o próton quando ele entra na câmara? A massa do próton é 1,67 X 10-27 kg. 3. Força Magnética Sobre um Condutor com Corrente Elétrica Como a corrente elétrica é constituída por cargas em movimento, uma força magnética atuará sobre o fio condutor. Na figura 2 é mostrado três situações: (a) condutor sem corrente onde não há força magnética (b) corrente para cima e força magnética para direita e (c) corrente para baixo e força magnética para esquerda. Figura 4: Força magnética sobre um fio condutor com corrente. Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. A direção e sentido, neste caso, também pode ser determinado pela “regra do tapa”. Agora vamos encontrar a equação que nos dá o módulo da força magnética. A corrente flui com uma velocidade Vd chamada velocidade de arraste ou velocidade de deriva. Em um comprimento L, que está submetido a um campo magnético B, temos: Vd L L (3) t t Vd A intensidade da corrente é: i q q t (4) t i Com as equações (3) e (4): L q iL (5) q Vd i Vd Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 57 A força magnética que atua sobre q é FB qVB sen , então: FB iL VB sen Vd (6) Como V=Vd, teremos: FB iLB sen ou FB i L B (7) Figura 5: Força sobre um condutor com corrente quando está inserido num campo magnético B. Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. Quando o condutor forma uma espira (Uma volta) a força provocará um torque (tendência a rotação). Veja a figura 6, onde a direção e sentido da força é determinado pela “regra do tapa”. Exemplo 2: A figura 7 mostra um comprimento de fio com um arco central, colocado num campo magnético uniforme B que aponta para fora do plano da figura. Sabendo-se que o fio transporta uma corrente i, que força magnética resultante F atua sobre ele? Figura 7: Um segmento de fio transportando corrente i está imerso num campo magnético. Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 58 4. Torque sobre uma espira com corrente Figura 6: Torque produzido pela força magnética, é o princípio de funcionamento dos motores elétricos. Fonte: Alvarenga e Máximo, vol 3. Na figura acima vemos uma espira recebendo um torque devido as formas elétricas que agem nos trechos CD e EG. Nos trechos DE e GE a força é zero, pois o ângulo formado entre o fio condutor e o campo magnético aplicado é 900. No trecho CD a força é para cima e no trecho EG é para baixo. Essas duas forças promovem um torque cujo módulo é dado pela expressão: ( ) , como , como , então: ( ): , onde N é o número de voltas. Exemplo: Determinar a constante da mola que produz um contra torque no ponteiro de um galvanômetro. A bobina tem 2,1 cm de altura, 1,2 cm de largura, 250 espiras, o campo B aplicado tem valor de 0,2 T e é necessária uma deflexão de 28 graus quando registra uma corrente elétrica de 100μA. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 59 5. Lei de Biot-Savart “Em 30 de Outubro de 1820, os físicos franceses Jean Baptiste Biot (17741862) e Félix Savart (1791-1841) comunicaram à Academia Francesa de Ciências a descoberta experimental que fizeram sobre a lei que permite calcular a intensidade do campo magnético criado por uma corrente elétrica que circula em um fio condutor...” (BASSALO, 1998) Analogia com lei de Coulomb: Para o problema do cálculo do campo elétrico devido a um anel carregado, escrevemos a expressão: dE 1 dq 4 0 r 2 Que também poderia ser escrita como: dE 1 dq r (8) 4 0 r 3 Veja a figura ao lado, onde é possível observar algumas semelhanças entre o cálculo do campo elétrico e o cálculo do campo magnético. De forma análoga a equação (8), Figura 8: Analogia entre o cálculo de E e de B. Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. escrevemos a equação para cálculo do campo magnético: dB 0 ids sen 4 r2 onde 0 é uma constante chamada constante permeabilidade do vácuo. O valor de o é 4 10-7 T.m/A. Na forma vetorial essa expressão fica: 0 ids r dB 4 r 3 (9) (Lei de Biot-Savart) Exemplo 4: Mostrar que o campo magnético a uma distância r de um fio que transporta uma corrente i é dado pela equação B 0i , dada pelos livros do ensino médio. 2r Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 60 6. Lei de Ampère Vimos que segundo a experiência de Oersted, uma corrente produz um campo B ao seu redor, veremos, agora, a lei de Ampère, afim de calcular o valor deste campo. Esta lei é semelhante a lei de Gauss da eletrostática (cap.III), porém, não imaginaremos uma superfície fechada mas uma linha fechada, chamada de curva amperiana. A Lei de Ampère é escrita como: B ds i o (10) onde o = 4 10-7 T.m/A é a constante de permeabilidade do vácuo, i é a corrente resultante que passa por dentro da curva amperiana. Para a curva ao lado, podemos escrever: Figura 9: Lei de Ampère aplicada a uma curva amperiana arbitrária. Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. B ds o (i1 i2 ) Pela lei de Ampère também encontramos que o campo magnético a uma distância r de um condutor onde passa uma corrente i é dado por: B 0i (11) 2r Exemplo 5: Mostrar que o campo magnético a uma distância r de um fio que transporta uma corrente i é dado pela equação 11. 7. Lei da Indução de Faraday Vimos que uma corrente elétrica é capaz de produzir um torque, será que o processo inverso não pode ocorrer? Faraday observou que a variação do fluxo do campo magnético na região de uma espira é capaz de produzir uma corrente induzida. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 61 Figura 10: produção de uma corrente induzida, apartir de uma variação do fluxo magnético. Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. O fluxo magnético é dado por: B B dA (12) A força eletromotriz que aparece na espira quando o fluxo varia, é dado por: d B (13) Lei de Faraday dt Para compreender o sinal negativo na lei de Faraday, precisamos conhecer a lei de Lens que afirma que a corrente induzida produzida na espira, dá origem a um campo magnético com uma polaridade que sempre se oporá a variação que o produziu. Observe na figura 11-a, a convenção usada para determinar o sentido do vetor área (A). Na figura 11 e 12, a mão direita no imã, indica, através do polegar, o sentido do vetor área e os demais dedos indicam o sentido positivo de alguma grandeza que possa "circular" pelo espira. Agora, vamos nos deter no caso em que o imã está sendo aproximado com o polo norte voltado para a espira como na figura 11-b, 11-c , 12. Na figura 12 , 11-b e 11-c observamos que o fluxo é positivo e deverá aumentar durante a aproximação, portanto d B 0 . Veja que o fluxo final dt será maior que o inicial. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 62 Figura 11: (a) escolha do sentido positivo da grandeza que circula pela espira, (b) fluxo positivo, pois é menor que 900, (c) Fluxo aumentando pela aproximação do imã. Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. Agora vamos verificar o sentido da força eletromotriz que é o mesmo da corrente elétrica que surge na espira. Pela lei de Lenz, a polaridade e o campo magnético na espira, durante a aproximação, deverá obedecer a figura 12. Olhando, então para a direção do campo magnético da espira e usando a regra do saca rolha, concluímos que o sentido da corrente e da força eletromotriz é contrário ao sentido convencionado como positivo. Por esse motivo, a força eletromotriz é negativa, como d B d B 0 , deverá haver o sinal (-) na equação . dt dt Figura 12: (a) imã aproximando. Figura. (b) polaridade da espira. Fonte: Halliday, Resnick e Walker, vol 3. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 63 8. Equações de Maxwell Para escrever as equações na forma diferencial, será necessário aplicar os seguintes teoremas: (i) Teorema da Divergência ou de Gauss: afirma que o fluxo de um vetor através de uma superfície fechada é igual à integral da divergência do vetor no volume delimitado pela superfície fechada considerada, ou seja: X d A X dV onde X é um vetor qualquer S V (ii) Teorema de Stokes: a circulação de um vetor através de uma curva fechada é igual ao fluxo do rotacional deste vetor através de uma superfície delimitada por esta curva fechada, ou seja: X ds X dA onde X é um vetor qualquer C S Também é importante lembrar que o operador vetorial diferencial apresenta a forma: i j k , que pode ser aplicado das seguintes formas: x y z Gradiente f : relacionado a direção de máxima variação de um campo escalar. Divergente f : relacionado ao fluxo por um cubo infinitesimal. Rotacional f : relacionado às propriedades de circulação/rotação de um campo vetorial. Lei de Gauss da eletricidade A lei de Gauss relaciona o fluxo do campo elétrico através de uma superfície fechada com a carga em seu interior: Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 64 q ou E E dA 0 1 E dA 0 Aplicando o teorema da divergência dV (14) V X d A X dV chegamos a: S V (15) (lei de Gauss na forma diferencial. E 0 Lei de Ampère A lei de Ampère relaciona a distribuição do campo magnetico em pontos sobre a curva amperiana (hipotética) com a corrente que passa através da curva, B ds oi (16) onde o = 4 10-7 T.m/A é a constante de permeabilidade do vácuo, i é a corrente resultante que passa por dentro da curva amperiana. Para a curva ao lado, podemos escrever: B ds o (i 2 i1 i3 ) I2 B i1 I3 I4 ds Figura 13: comportamento do campo magnético sobre uma curva amperiana. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 65 A lei de Ampère também pode ser escrita como B ds 0 J ds onde J é a densidade s de corrente. Com o teorema de Stokes X d s X dA podemos chegamos a: C S B 0 J (17) lei de ampère na forma diferencial. Lei da Indução de Faraday Vimos a lei da indução de Faraday como: d B (18) onde B B dA dt Ela indica que ao variar o fluxo do campo Magnético B surge na espira uma força eletromotriz . O sinal negativo1 é justificado a partir da lei de Lenz: através de experimentos observa-se que o campo magnético gerado pela corrente induzida, se opõe a variação do campo magnético que a gerou. Se colocarmos um anel de cobre num campo magnético variável, surgirá nele uma corrente induzida, então, um campo elétrico E deve estar presente em todos os pontos do interior do anel. Este campo, chamada mais precisamente de campo elétrico induzido, existe somente quando há variação do fluxo do campo magnético. Este campo elétrico é tão real quanto ao campo gerado por uma carga eletrostática q, e estará presente mesmo na ausência do anel de cobre. Resumindo o que falamos até aqui: Um campo magnético variável GERA Um campo elétrico Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 66 Imaginando o anel ampliado, vamos fazer pequenas alterações no formalismo matemático: Fd F 2r W F F Eq F Portanto: Eq 2r W F Para uma pequena carga (infinitezimal): E 2rdq dW ou E 2r Lembrado que F dW dq dW dq chegamos a: Figura 14: anel percorrido por uma corrente i devido a forças elétricas que neles atuam. E2r (19) Escrevendo a equação (19) generalizada, temos: E ds (20) A partir da equação (20) e da equação (18), chegamos a uma nova face para lei de faraday. d B E (21) ds dt Assim temos a terceira equação de Maxwell na forma integral. Para escrever essa equação na forma diferencial, aplicamos o teorema de Stokes e chegamos a: B (22) Lei da indução de Faraday na forma diferencial. E t Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 67 Lei de Gauss do Magnetismo A lei de Gauss do magnetismo é a formalização da afirmação de que não existe monopolos magnéticos, ou, não há como separar os pólos magnéticos sul e norte de uma imã. (b) (a) Figura 15: o fluxo do campo magnético é igual a zero para qualquer superfície fechada. B B dA 0 (23) Devido a natureza do campo magnético, a integral acima sempre será igual a zero. Veja figura 15. Para escrever essa equação na forma diferencial, aplicamos o teorema da divergência e chegamos em: B 0 (24) Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 68 Lei de Ampère-Maxwell Antes de continuar, vamos observar as quatro principais equações citadas até aqui na sua forma integral. q E dA Leis de Gauss da eletricidade 0 B dA 0 Leis de Gauss do magnetismo d B E ds dt Lei de Faraday B ds oi Lei de Ampère Veja a similaridade do lado esquerdo das quatro equações; enquanto que do lado direito isto não ocorre. A equação indica que variando-se um campo magnético ( d B ) , produz-se um dt campo elétrico ( E ds ). De acordo como o princípio de simetria, podemos suspeitar que: variando-se um campo elétrico ( d B ) , produz-se um campo dt magnético ( B ds ). Esta hipótese foi confirmada experimentalmente. O campo elétrico entre duas placas de um capacitor durante a carga e descarga é variável, então observa-se o surgimento de um campo magnético. Com este fato, podemos complementar a lei de Ampère com expressão d E B ds dt , porém não está dimensionalmente correta, é necessário incluir as constantes o e º Assim: B ds 0 0 d E dt (25) Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 69 Veja que o campo magnético, além de ser produzido por uma corrente – como afirma a lei de Ampère – pode ser produzido por um campo magnético, portanto a lei de Ampère necessita de um complemento, isto conduz a uma nova equação chamada de Lei de Ampère-Maxwell. B ds 0 0 d E oi dt (26) Aplicando o teorema de Stokes é possível escrever essa equação na forma diferencial: E (27) B 0 J 0 0 t Quadro final das equações de Maxwell: Equação Forma integral Forma diferencial q E dA Lei de Gauss da eletricidade 0 Lei de Ampère-Maxwell Lei de Faraday Lei de Gauss B ds 0 0 do (14) d E o i (26) dt d B (21) E ds dt B dA 0 (23) (15) E 0 E (27) B 0 J 0 0 t B (22) E t B 0 (24) Magnetismo Exemplo 6: Determine E pela lei de Faraday nas formas integral e diferencial na seguinte condição: ⃗ ̂ Exemplo 7: Determinine o valor da corrente de deslocamento id no momento da descarga do capacitor. 9. Produção das Ondas Eletromagnéticas Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 70 Segundo a lei de Faraday um campo magnético variável produz um campo elétrico, e segundo a lei de Ampère-Maxwell, um campo elétrico variável produz um campo magnético. Caso o campo elétrico produzido pela variação do magnético também for variável, então este mesmo produzirá um novo campo magnético, sendo este novamente variável produzirá um elétrico, e o processo continuará formando assim uma onda eletromagnética. Um campo magnético variável Um campo elétrico variável Esta previsão de Maxwell foi confirmada pela experiência Realizada por Hertz em 1888. Ele produziu uma onda eletromagnética a partir de um dipolo elétrico oscilante. A oscilação tem origem no circuito LC que é formado basicamente por um indutor L (enrolamento) e um capacitor C. O circuito secundário por Figura 16: o experimento de Hertz (fonte:Nussenzveig, v.4, p.287). indução magnética recebe a corrente alternada do primário e o dipolo gera um campo eletromagnético variável que se propaga até a espira semicircular. O dipolo que origina a onda possui uma faisca alternada. O interessante é que para cada faisca no primeiro dipolo, surge uma faisca no segundo dipolo, comprovando que informações elétricas e magnéticas são transportadas, semelhante ao pulso em uma corda que se propaga por ela. Imagine um capacitor sendo carregado por uma bateria. Em pouco tempo o capacitor atinge a carga máxima, ficando com uma diferença de potencial entre suas placas igual da bateria. Fazendo um análogo com um oscilador massa-mola, temos neste instante, algo Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 71 equivalente a mola distendida. Agora, ligamos uma bobina as extremidades do capacitor. O capacitor irá descarregar, porém será um processo relativamente lento, devido a auto-indução da bobina. Mas, o que é auto-indução? R: Por uma espira mergulhada em um campo magnético variável, circula uma corrente induzida, este fenômeno chamamos de Indução. No nosso caso, a bobina gera através da corrente variável que passa por ele um campo variável, este gera na própria bobina uma corrente induzida, que pela lei de Lenz, tentará se opor ás variações, isto é auto-indução. Figura 17 : Corrente alternada no circuito oscilante (fonte: Greef, vol. 3, p. 240). Quando a corrente que surge devido a descarga do capacitor cresce, a corrente induzida é oposta gerando uma inércia em sua variação. Quando a corrente devido a descarga passa a diminuir por estar chegando ao fim a carga do capacitor, a corrente induzida é no sentido da mesma levando o capacitor ficar carregado com cargas opostas da situação anterior. O capacitor agora esta novamente carregado e o processo se repete. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 72 A freqüência das oscilações dependerá da capacitância do capacitor e da indutância do indutor. Estas propriedades dependem da geometria de ambos. Uma estação de rádio possui um circuito deste tipo para gerar ondas eletromagnéticas. Cada estação é autorizada para funcionar numa certa freqüência. O aparelho receptor de rádio também tem um circuito desse tipo. Ë através dele que sintonizamos uma certa estação, variando sua capacitância e indutância de modo que a freqüência própria do circuito oscilante do aparelho receptor coincida com a da estação sintonizada. Nessas condições, dizemos que ocorre ressonância elétrica. Entretanto, para que seja possível sintonizar as diferentes estações, o circuito oscilante do aparelho receptor de rádio deve ser capaz de permitir diferentes calibrações. Isto significa variar a capacitância e a indutância do circuito e, conseqüentemente, sua freqüência própria. Os aparelhos de rádio utilizam um tipo de capacitor, cuja capacitância varia através da alteração no tamanho das placas, quando mudamos a posição do botão de sintonia. Assim, a freqüência própria do circuito vai se alterando e coincidindo com a freqüência das diferentes estações. (Greef, vol. 3, p.241) As ondas eletromagnéticas são produzidas quando cargas elétricas livres são aceleradas ou quando os elétrons dos átomos sofrem transições para níveis de menor energia. Cargas em repouso produzem apenas um campo elétrico estático, uma carga em movimento retilíneo uniforme que é uma corrente elétrica contínua produz um campo elétrico e magnético estático, mas uma carga acelerada produz uma onda eletromagnética, isto é conseguido em uma antena de dipolo elétrico. Fonte Figura 18: Produção de uma onda eletromagnética por uma antena (fonte: Halliday, Resnick e Walquer, vol 4, p. 3). Para ter uma visão de todo processo, é mostrado a figura 19. Veja que a propagação é praticamente nula na direção vertical. A intensidade do campo E cai na forma 1/r. As linhas representam o campo elétrico vertical e os pontos e cruzes representam o campo magnético horizontal. Na figura 20 são apresentados o comportamento de E e B para um ponto distantes da fonte. Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 73 Figura 19: propagação da onda no espaço (fonte: Halliday, Resnick e Walquer, vol 4, p. 3). Na figura 20 é mostrado uma onda eletromagnética plana propagando-se em linha reta na direção de um observador parado no ponto distante da fonte. Figura 20:eletromagnética onda eletromagnética Resnick Walquer, vol 4,entre p.6).e com A onda sempre(fonte: mantémHalliday, os campos E e B eperpendiculares a velocidade de propagação. Qualquer onda transversal, mecânica ou não, pode ser descrita por uma senóide 2 que é solução da equação diferencial de onda: y( x, t ) y m sen(kx t ) (28) onde : Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 74 k é o número de onda angular, k e a velocidade é dado por V k 2 ; é freqüência angular 2 T , ou por V f . As equações abaixo descrevem as componentes do campo Elétrico magnético de uma onda eletromagnética como mostrada na figura 20. E ( x, t ) E m sen(kx t ) (29) B( x, t ) Bm sen(kx t ) (30) Os campos E e B oscilam numa direção transversal a direção de propagação e são perpendiculares entre si. 10. Cálculo da velocidade da onda eletromagnética Observando a figura 21 que o campo elétrico E oscila no plano xy e o campo magnético B oscila no plano zx, de tal forma que: Ez =Ex=0, EY≠0 e Bz≠0, BY=Bx=0. B Trabalhando também com a lei de Faraday E : t B E z k t i j k E y E y B E B E , logo ou (31) z x y z x x t x t Ex E y Ez Derivando a equação (31) com relação a x e depois em relação ao tempo, obtemos: 2E 2B xt x 2 (32) 2E 2B 2 xt t (33) Para esse caso, na ausência de correntes e cargas, a lei de Ampère – Maxwell fica Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 75 i E y B 0 0 j sendo que B x t Bx E y B z j 0 0 j x t ou B x j y By 0 0 E t k B z j então: z x Bz (34) Derivando a equação (34) em relação a x, encontramos: 2B x 2 2E 0 0 xt (35) Com (35) e (33) emcontramos: 2B x 2 2B 0 0 2 t (36) Lembrando da equação geral de onda: 2Y x 2 esse equação com a equação (36), obtemos: v 1 0 0 1 2Y 2 2 onde v é a velocidade. Comparando v t (37), nesse caso chamaremos v de c (vem da palavra grega celere, que que significa rapidez ou velocidade). 1 c 8,85 10 12 2,99792 10 8 m / s 2 C m 1,26 10 6 T 2 A Nm Derivando a equação (34) em relação a t, encontramos: 2B xt 0 0 2E t 2 (38) Com (38) e (32) emcontramos: Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 76 2E x 2 0 0 2E t 2 (39) Que também está de acordo com a forma da equação geral de onda: leva ao resultado: 1 v 0 0 1 e c 8,85 10 12 2Y x 2 1 2Y o que v 2 t 2 2,99792 10 8 m / s . 2 C m 1,26 10 6 T 2 A Nm Na época de Maxwell, o valor de c era conhecido pelas experiências com observações astronômicas dos satélites de júpiter e por medições terrestres de Fizeau e de Foucolt. O valor de 0 e 0 havia sido determinados por experiência puramente eletromagnética de Kohlrausch e Weber. A equivalência dos dois resultados sugere que a luz é uma onda eletromagnética 11. Espectro Eletromagnético Ondas de rádio, TV, telefone Celular, raios-x, infravermelho, luz visível, apesar da diferença na utilização e propriedades, são todas ondas eletromagnéticas formadas pela propagação campo elétrico e magnético. O que as torna diferente é o seu comprimento de onda. Todas possuem a mesma velocidade c no vácuo que também pode ser considerada no ar. Quando as mesmas mudam de meio, mudam também de velocidade. O comprimento de onda e a freqüência f são inversamente proporcionais, por isso podemos classifica-las pelo comprimento ou pela freqüência, é importante perceber que quanto maior o comprimento de onda, menor é a freqüência e vice-versa. A freqüência, velocidade e comprimento de uma onda eletromagnética estão relacionados pela equação: c f (27) onde é dado em metros, f em s-1=Hz (Hertz) e c=3,0x108m/s. Segue o espectro e a seguir uma tabela sobre a luz visível. Luz Comprimento de -7 Freqüência onda (10 m) (1014Hz) Violeta 4,0 a 4,5 6,7 a 7,5 Anil 4,5 a 5,0 6,0 a 6,7 Azul 5,0 a 5,3 5,7 a 6,0 Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 77 Verde 5,3 a 5,7 5,3 a 5,7 Amarela 5,7 a 5,9 5,0 a 5,3 Alaranjada 5,9 a 6,2 4,8 a 5,0 Vermelha 6,2 a 7,5 4,0 a 4,8 12. Energia: vetor de Poynting Já mostramos que E w E V c , também é possível mostrar que m V c e V c . k B Bm Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 78 O valor da densidade de energia elétrica (energia/volume) transportada na onda a cada instante é dada por: uE 1 1 0E 2 B B2 2 2 0 e 1 1 1 , é possível mostrar que u E 0 E 2 B 2 ou u E u B 2 2 0 0 0 Como c Então podemos escrever: u uE uB u 2u E u 0E2 1 0 B2 Agora vamos trabalhar com uma onda eletromagnética. Quando a onda passa pela volume imaginário abaixo, a energia nesse volume é dado por dU dudV onde dV é o volume do objeto imaginário abaixo que possui uma área A e uma largura cdt. Então: dU c 0 E 2 Adt Nessa expressão temos a energia que interage com uma área, pode-se pensar que a energia está sendo medida nessa área e o tempo para essa medida ser executada é o tempo dt. Essa quantidade é chamada de vetor Poyting (S). S c 0 E 2 c 2 0 EB 1 0 1 EB e na forma vetorial: S E B o vetor S também é. 0 Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 79 É interessante escrever a intensidade I, que é a potência por área. Essa quantidade é igual ao S médio (divide por 2): I Potência 1 1 c 2 2 S médio Em Em Bm Bm . 2 c 2 2 Área 0 0 0 13. Momento e Pressão da radiação Além de energia, as ondas possuem momento linear e o transfere a matéria. Quando a onda encontra uma partícula com carga q, o campo E provoca uma força (F=Eq) levando a partícula a oscilar na direção y. A ação de E não desloca a partícula de uma posição média, apenas provoca oscilação e transfere energia. v y v0 y at v y at F qE t t m m Calculando a energia cinética, teremos: 1 2 mvy 2 1 q2E 2 2 Ec m t U 2 m Ec Essa é a energia transferida, que chamamos de U. O campo magnético B encontra a partícula vibrando em y e gera uma força sobre ela igual a: FM qv y Biˆ Portanto haverá uma força que aponta para x crescente, que provoca transferência de momento. FM qv y Biˆ Essa força também pode ser escrito como: q 2 EVt FM i m Conhecendo a força que opera num instante t é possível determinar a variação da quantidade de movimento: Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 80 dp F dt dp Fdt q 2 EBt dt 1 q 2 EBt 2 p m 2 m 0 t Usando a relação B=E/c, é possível escrever: 1 qE 2 t 2 p c 2m Como 1 q2E 2 2 m t U , temos então um momento p transferido a partícula com carga q 2 m igual a: p U c Para a absorção completa da radiação p U e para reflexão p 2 U . c c Cerca de 30 anos após as previsões de Maxwell os russos Nichols e Hull fizeram um experimento onde mediram a força encontrando um valor de acordo com a previsão de Maxwell. A pressão instantânea exercida pela onda com incidência normal a uma superfície totalmente absorvedora de área A é: P F 1 dp A A dt Como p P U 1 dU dU , P , como S c Ac dt Adt S (essa é a pressão instantânea sofrida por uma superfície). c A pressão média pode ser escrita em função do Smédio que é a intensidade I: Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 81 Pmédia I C Quarta Lista de Exercícios – Eletromagnetismo 1. Imagine que você esteja sentado numa sala com as costas voltadas para uma parede e que um feixe de elétrons, se movendo horizontalmente, a partir dessa parede para a parede em frente, seja defletido para a sua direita. Quais serão a direção e o sentido do campo magnético uniforme existente na sala? R: Vertical para baixo. 2. Um elétron que tem velocidade V = 2,0 x 106 i + 3,0 x 106 j, penetra num campo magnético B = 0,030 i – 0,15 j. (a) Determine o módulo direção e sentido da força sobre o elétron. (b) Repita o cálculo para um próton tendo a mesma velocidade. R: (a) 6,2x10-14 N k (b) - 6,2x10-14 N k 3. Determine a força magnética sobre um elétron que se move na direção x com velocidade v=200,0 m/s i + 150,0m/s j e interage com um campo elétrico na direção y B=10 mT j. 4. Um fio de 1,80 m de comprimento transportando uma corrente de 13,0 A e faz um ângulo de 35,0 O com um campo magnético uniforme B = 1,50 T. Calcular a força magnética sobre o fio. R: 20,1 N 5. Um fio de 62,0 cm de comprimento e 13,0 g de massa está suspenso por um par de condutores flexíveis num campo magnético de 0,440 T. Quais são a intensidade e o sentido da corrente necessários para anular a tensão no fio suporte? R: 0,46 A (direita) 6. O módulo do campo magnético a 88,0 cm do eixo de um fio retilíneo longo é 7,30 T. Calcular a corrente no fio. R: 32,12 A 7. Um fio longo transportando uma corrente de 100 A é colocado num campo magnético externo de 5,0 mT. O fio é perpendicular ao campo. Localize um ponto onde o campo magnético resultante é zero. R; 4mm Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 82 8. Um topógrafo está usando uma bússola a 6 m abaixo de uma linha de transmissão na qual existe uma corrente constante de 100 A. (a) Qual o campo magnético no local da bússola em virtude da linha de transmissão? (b) Isso irá interferir seriamente na leitura da bússola? O componente horizontal do campo da terra no local é de 20T. (a) 3,3x10-6 T (b) Sim 9. Cada um dos oito condutores mostrados na figura ao lado, transporta uam corrente de 2,0 A para dentro ou para fora da página. Dois caminhos são indicados para integral de linha B ds . Qual é o valor da integral para (a) o caminho pontilhado (b) para o caminho tracejado. 10. Fale sobre o surgimento da corrente elétrica registrada no amperímetro da figura abaixo, levando em consideração que não há contato elétrico entre os enrolamentos primário e secundário. (2,0) Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 83 11. Um imã pólo norte voltado para um anel de cobre, é afastado do anel como mostra a figura, qual é a polaridade da espira e qual é o sentido da corrente na parte do anel mais afastada do leitor? 12. Uma barra metálica está se movendo com velocidade constante ao longo de dois trilhos metálicos paralelos, como mostra a figura deste exercício. Um campo magnético B de 0,350 T aponta para fora da página. (a) sabendo-se que os trilhos estão separados em 25,0 cm e a velocidade escalar da barra é 55,0 cm/s, que fem é gerada? (b) Sabendo-se que a resistência da barra vale 18,0 e que a resistência dos trilhos é desprezível, qual é a corrente na barra? R: (a) 48,1 mV (b) 2,67 mA 13. Uma bobina retangular, com N espiras, comprimento a e largura b, é girada com uma freqüência f (f=/2) num campo magnético uniforme B, como mostra a figura deste exercício. Mostre que uma força eletromotriz é dado por: 2fNabB sen 2ft Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 84 14. O fio abaixo transporta uma corrente i e consiste num arco circular, de raio R e ângulo central de 3/2 rad e de dois trechos retilíneos cujos prolongamentos interceptam o centro C do arco. Que campo magnético a corrente produz em C. R: i i i i R C 15. Determinar o campo magnético gerado no ponto P da figura abaixo, por meio da lei de Biot-Savart. R: B 0i 4r Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 85 16. módulo do campo magnético entre os pólos de eletroimã aumenta a uma taxa crescente de 0,020 T/s. A área da espira condutora imersa no campo é igual a 120 cm2 e a resistência total do circuito incluindo o galvanômetro, é igual a 5,0 . Calcule a força eletromotriz induzida e a corrente induzida no circuito. R:0,24 mV e 0,048 mA 17. (a) Escreva as equações de Maxwell na forma diferencial apropriadas para o estudo de fenômenos eletromagnéticos em regiões do espaço onde não existam cargas nem correntes elétricas. (b) Indique em que circunstância se produz uma onda. 18. Qual a dimensão da expressão E ? t 0 19. Considere uma onda eletromagnética plana se propagando ao longo do eixo x. Escreva a expressão do módulo (a) do campo elétrico, (b) do campo magnético, (c) fixe o valor de x e verifique o comportamento do campo elétrico num ponto do espaço e após fixe o valor de t (como se fosse uma fotografia) e verifique o comportamento do campo elétrico de uma onda eletromagnética progressiva (represente com gráficos de E com relação a x e E com relação a t) 20. Mostre que as funções de onda E y Em sen(kx t ) e Bz Bm sen(kx t ) são realmente soluções das equações de uma onda eletromagnética 2 Ey x 2 2 1 2 Bz 1 E y 2 Bz e . x 2 c 2 t 2 c 2 t 2 21. Qual é a dimensão do vetor poyinting? E quais são as unidades no sistema MKS? Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 86 22. (a) Um feixe de ondas eletromagnéticas planas e paralelas possui intensidade de 2000 W/m 2. Calcule a potência incidente sobre uma área de 0,05 m2 ortogonal á direção de propagação do feixe. R: 100 W (b) Caso esta área fosse preenchida por uma certa substância absorvente semelhante a um filme fotográfico e ficasse exposto por 2 s, qual a energia absorvida, considerando que a superfície absorve totalmente a onda. R: 200 J 23. Uma lâmpada emite ondas eletromagnéticas uniformemente em todas as direções. Determine (a) a intensidade; (b) os campos elétricos e magnéticos (suas amplitudes) a uma distância de 3 m da lâmpada, supondo que a potência total da radiação eletromagnética emitida seja 50 W. R: (a) 0,442W/m2 (b) 6,08x10-8T, 18,2 V/m. 24. Um satélite em órbita em torno da Terra possui um painel coletor de energia solar com área total igual a 4,0 m2. Sabendo que a luz solar é perpendicular à superfície do painel e sua intensidade é 1,4x103W/m2 sendo totalmente absorvida, calcule a potência solar média absorvida. R: 5,6kW, 25. Considere uma onda de rádio plana. Suponha que a amplitude do campo elétrico desta onda seja dada por E0= 1,5 x 10-4 V/m. Calcule o módulo: (a) da amplitude da indução magnética, (b) da amplitude do vetor de Poyinting. R: (a) Bm=5x10-13 Wb/m2 (b) 6,0x10-11 W/m2. 26. Como vimos, velocidade de uma onda eletromagnética viajando no vácuo é c ondas que se propagam num meio transparente a velocidade é menor V 1 0 0 1 00 . Mas para , onde é constante dielétrica do material. Esta constante é adimensional. Para ter uma idéia de seu significado, imagine um capacitor de placas paralelas com vácuo no seu interior, existe um campo E entre as placas, agora é colocado um dielétrico entre as placas e um campo elétrico menor E 0 passará a existir. A constante dielétrica é a razão entre E e E0. (a) Para um determinado tipo de vidro temos = 2,2, qual é velocidade da luz neste material? (b) A velocidade da luz na água é de 2,25x108m/s, qual a sua constante dielétrica? R: (a) 2,0 x 108 m/s (b) 1,78 27. Questão que caiu na prova do ENADE 2008: Qual das equações do eletromagnetismo apresentadas a seguir implica a não-existência de monopólos magnéticos? Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 87 (a) E 0 (b) B 0 B (c) E 0 t E (d) B 0 0 0 J t (e) J 0 t 28. Determine as componentes de E pela forma integral e diferencial da lei de Faraday, para a situação ̂ é estabelecido. R: ⃗ ̂ em que um campo ⃗ 29. Usando a equação da questão 26 V 1 00 e a equação onde n é o índice de refração e V a velocidade da luz no meio determine o índice de refração do vidro a partir da sua constante dielétrica k=3,8. R: 1,95 (esse é um cálculo aproximado) 30. Uma lâmpada de 100 W emite ondas eletromagnéticas esféricas uniformemente em todas as direções. Um anteparo não refletor é colocado é colocado a 5m da lâmpada. (a) Determine a intensidade das ondas eletromagnéticas no anteparo. (b) Quais são os valores máximos dos campos elétrico e magnético no anteparo? R: (a) 0,32W/m2; (b) 5,1x10-8T, 15,5N/C 31. Um laser tem potência de 10 mW e emite um feixe de 2mm de diâmetro que é refletido por um anteparo a 5m (a) Determine a intensidade das ondas eletromagnéticas no anteparo. (b) Quais são os valores máximos dos campos elétrico e magnético no anteparo? (c) Compare com as respostas da questão 30 e justifique as diferenças. R: (a) 3,2 kW/m2; (b) 5,7x10-6T, 1,7 kN/C 32. A intensidade da radiação solar na atmosfera da Terra é de 1340 W/m 2. Determine a pressão média sobre um objeto metálico que absorve toda radiação e um que reflete toda. R: 4,5x10-6Pa e 9,0x106Pa. 33. Determine a força média exercida num objeto circular de raio R=1 cm por um laser de alta potência de intensidade 3,3x1013 W/m2. Considere que o objeto (a) absorve totalmente a energia do laser, (b) a reflita totalmente. R: (a) 35 N (b) 70N. 34. Um feixe de luz com uma potência de 18 W incide sobre um espelho plano perfeitamente refletor de 1,5 cm2. Qual a força exercida sobre o espelho? R: 1,2x10-7N 35. Um capacitor de placas paralelas está sendo descarregado de forma que o campo elétrico decresce a uma taxa de 1,50x108 N/Cs. (a) Nessa situação ocorre a formação de um campo magnético na Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 88 região do capacitor? (b) Quanto vale a densidade de corrente de deslocamento no espaço entre as placas? R: (a) Sim... (b) 1,3 x10-3 A/m2 36. Um capacitor de placas paralelas de área de 50 cm2 está preenchido com material cuja constante dielétrica vale 7. O campo elétrico no material dielétrico varia à taxa . (a) Qual a densidade de corrente de deslocamento no material? (b) Qual a corrente elétrica no circuito que alimenta o capacitor? R: (a) ~5,0 A/m2 (b) ~0,025 A. 37. A indutância de uma bobina compacta de 400 espiras vale 8,0 mH. Calcule o fluxo magnético através da bobina quando a corrente é de 5,0 mA. R: 0,1μWb 38. A energia armazenada num certo indutor é 25 mJ quando a corrente é 60,0 mA. (a) Calcular a indutância. (b) Que corrente é necessária para a energia magnética armazenada ser quatro vezes maior? R: (a) 13,9 H (b) 120 mA Prof. Paulo R. Innocente – Laboratório de Física – Área de Ciências Exatas e Ambientais 89