POLÍTICAS SOCIAIS PÚBLICAS NA AMAZÕNIA: algumas considerações sobre as políticas educacionais no Estado do Pará. Terezinha Fátima Andrade Monteiro dos Santos Professora do Mestrado em Educação e Graduação em Pedagogia da UFPA e.mail: [email protected] Este trabalho a partir dos entes Estado e sociedade, que detêm o poder de decisão de intervenção organizada. Neste sentido, começa-se conceituando como políticas sociais como princípios ou propostas de ações de intervenção objetivando a mudança ou manutenção da realidade. políticas sociais como escolhas de ações demandadas pela sociedade necessárias ao enfrentamento de situações-problema: públicas e privadas políticas sociais públicas - estabelecidas pelo estado visando o desenvolvimento ou para minimizar problemas.por que a relação políticas sociais e meio-ambiente amazônico? Hoje, estamos vivendo num mundo globalizado com intensas transformações: pode-se pontuar dois fatos fundamentais: 1) as transformações científico-tecnológicas e 2) impactos no meio-ambiente Amazônico tem papel importante e vem despertando discussões no cenário mundial - patrimõnio da humanidade. A Amazõnia com uma extensão de mais de cinco milhões de km2 com 1/5 disponibilidade água do planeta; sua floresta densa e diversificada é uma região considerada por alguns segmentos como “almoxarifado de riquezas” A Amazônia ainda não teve um desenvolvimento regional mas um desenvolvimento em seu nome, com base no princípio de segurança nacional. O modelo desenvolvimento adotado pelos governos populistas e autoritários conseguiu colocar o Brasil dentre as oito maiores economias do mundo. mas a Amazõnia não teve benefícios verdadeiros nesse cenário, em termos de políticas sociais e qualidade de vida. Ao contrário, os grandes projetos aqui implantados, além de se beneficiaram da riqueza social, em termos de financiamento público do privado, expropriaram a natureza, contribuíram para a elevação do contingente de populações marginalizadas e da violência e conseqüentemente, da desigualdades sociais. A Amazõnia ainda é vista pela ótica do exótico, pelo romantismo ecológico ou como “pulmão do mundo”. Tal situação de desigualdade e até desprezo é historicamente determinada, a partir do processo de colonização desde Marquês de Pombal, que ainda estamos vivendo em pleno século vinte e um impuseram-nos uma colonização universal, que desprezou nossas populações, nossos costumes e nossa cultura. No processo histórico de desenvolvimento da região sempre estivemos convivendo com a questão da internacionalização, cada vez que Amazõnia aparece nas agendas de discussão a internacionalização aparece como algo novo e a mídia ajuda a disseminar a idéia do perigo que a região sofre, de invasão dos países vizinhos, do narcotráfico, do contrabando, por conta de nossas grande extensão territorial. As políticas públicas podem ser: políticas específicas para promoção do desenvolvimento regional (incentivos fiscais e creditícios, fundos constitucionais, investimentos em infraestrutura e programas de ciência e tecnologia) e políticas de âmbito nacional. políticas sociais públicas dizem respeito á educação, saúde, trabalho, lazer, cultura etc. As políticas sociais têm tido função reguladora e compensatória objetivando apoiar a expansão do capital e reprodução da força de trabalho. Até o fim dos anos oitenta o quadro da educação na Amazõnia não era muito animador, pois carências históricas persistem inalteradas: analfabetismo; elevado índice de professores leigos; carência de escolas especialmente de ensino médio; falta de bibliotecas nas escolas; índices elevados de reprovação e repetência; IDH só comparável a paises africanos. No Pará o IDH é de 0,708, abaixo do Acre, Amazonas, Amapá e se particularizarmos por município a situação se agrava bastante. Na área de saúde doenças epidêmicas em franco crescimento aliadas a outras mais modernas: mortalidade infantil ainda elevada, carência de hospitais e postos de atendimento à população, especialmente nos municipios do interior da região, dentre outras. Grande parte dos espaços amazônicos ainda não têm saneamento básico onde, por exemplo, cerca de 70% lixo urbano é depositado a céu aberto na área de trabalho: só na grande Belém - principal metrópole amazônica, há cerca de 300 mil desempregados; na última década cerca de 100 mil trabalhadores foram incorporados ao mercado informal. Hoje, pode-se dizer que mais de 800 mil pessoas estão sobrevivendo da chamada economia invisível, por conta de um modelo de desenvolvimento excludente, desigual e poupador de postos de trabalho. O centro de Belém possui nove mil ambulantes num mercado onde todos perdem segundo o DIEESE- Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos sócio-Econõmicos: 2 o camelô porque não tem carteira assinada, décimo-terceiro ou outras garantias trabalhistas; o poder público deixa de arrecadar milhões e precisa atender em seu sistema de saúde precário esta força de trabalho, a sociedade fica sem os benefícios sociais; meio-ambiente fica mais feio e descaracterizado... Nos anos noventa há uma relativa melhora nas taxas de escolarização obrigatória; aumento de vagas no ensino fundamental; criação de novas escolas de ensino médio; incorporação de medidas democráticas nas escolas públicas; como conselhos escolares, projetos político-pedagógico; autonomia, “eleições diretas” enquanto políticas educacionais de âmbito nacional, advindas nova lei diretrizes e bases da educação nacional. Na área de saúde não se registram medidas significativas de impacto na melhoria das condições de atendimentos ás populações menos favorecidas, ainda que algumas tímidas ações tenham sido estabelecidas nas zonas urbanas de algumas capitais, como Belém. A Amazônia não tem recebido o tratamento que merece, por sua importância estratégica e pelo seu povo que ocupa uma área que corresponde a de 60% da área total do Brasil. O Estado brasileiro continua a considerá-la como colônia, a ser tutelada. Seu desenvolvimento se dá apenas em seu nome, uma vez que as políticas estabelecidas não foram definidas a partir de interesses e necessidades regionais. O Estado ainda é fundamental e indispensável para coordenar o processo de desenvolvimento em benefício do homem, por meio da criação e gestão de políticas sociais competentes, inclusivas, solidárias e compartilhadas com o empresariado e a sociedade em geral, que precisam vir combinadas com outras políticas econômicas que propiciem as mudanças do quadro atual, por meio de programas de geração de renda e criação de empregos com o incremento do sistema produtivo e melhoria do salários e implementação de programas de responsabilidade social. Um Estado que não é nem mínimo nem máximo, mas um Estado democrático cidadão. A Amazônia precisa de um desenvolvimento sustentável que gere a satisfação das necessidades das populações atuais sem comprometer o futuro, um desenvolvimento que considere o homem que a habita e o respeito à natureza, considerando a região como prioritária e não como espaço de exploração. Mas, tal processo é muito difícil numa sociedade assentada na produção de bens supérfluos, de forma sempre crescente. 3 A política educacional do Estado do Pará, preconizada no Plano Estadual de Educação para o período de 1999/2003, dá continuidade ao Plano de 1995/1999 e estabelece novas ações de gestão pública, objetivando a conquista de um ensino de qualidade para todos, segundo suas intenções lá expressas no documento.. Para a consecução desses objetivos, foram estabelecidas várias ações conjuntas com outros setores ou entidades. Entretanto, há que se fazer dois comentários sobre esses pressupostos. Primeiro: se a LDB estabelece que aos municípios cabe oferecer a educação infantil e, com prioridade, o ensino fundamental e aos estados assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio, depreende-se que há um item comum às duas esferas de poder: a responsabilidade pelo ensino fundamental. Segundo: a colaboração entre o estado e os municípios vem acontecendo somente entre aqueles que concordaram em municipalizar o ensino fundamental, nos moldes do FUNDEF, que foi usado como o grande atrativo. Porém, não houve discussões sobre as condições efetivas (técnicas e financeiras) existentes nos municípios e nem a definição de colaboração para além do que é estabelecido pelo FUNDEF — ressalte-se que este, por Lei, tem prazo determinado para acabar. Destaca-se: até 2003, 94% dos municípios haviam municipalizado o ensino fundamental e destes, 90% municipalizaram de 1ª a 8ª série. As prioridades gerais estabelecidas pelo referido Plano de Educação são: • intensificar o processo de redução do déficit educacional; • reduzir o índice de distorção idade-série; • intensificar as ações vinculadas à gestão democrática da escola; • ampliar a capacitação e habilitação dos profissionais do magistério, sobretudo dos professores leigos; • disseminar os programas de informática educativa na rede pública de ensino; • concluir o processo de extinção do turno intermediário; • disseminar a adoção dos parâmetros curriculares nacionais de ensino fundamental e médio; • reorganizar e expandir o ensino médio e profissionalizante; • manter e ampliar a estratégia adotada no ensino especial de inclusão do aluno portador de necessidades educacionais especiais em classes comuns, com base na proposta de escola inclusiva; • manter a realização dos exames de Educação de Jovens e Adultos; • continuar investindo na melhoria e recuperação da rede escolar; 4 • continuar investindo na aquisição de material pedagógico, mobiliário, equipamentos de informática e equipamentos de cozinhas e cantina para as unidades escolares; • manter a merenda escolar municipalizada; • concluir a municipalização do ensino fundamental; • efetivar a descentralização das atividades administrativas, financeiras e as de apoio pedagógico; • concluir o processo de informatização das atividades técnico-administrativas da Secretaria; As políticas educacionais implementadas no período 1999/2003 estão em estreita consonância com as orientações dos organismos de financiamento mundial (BIRD, FMI, BID) como decorrência dos acordos de cooperação, apesar de incorporarem algumas reivindicações dos segmentos organizados da sociedade, de forma ressignificada técnico e politicamente, de acordo com os interesses do governo, tanto na educação básica como no ensino superior, centradas no objetivo de resolver ou mitigar a crise do sistema educacional em particular e formar recursos humanos necessários ao projeto de modernização conservadora, indispensável para incluir o país no rol das economias desenvolvidas, em conformidade com o novo modo de acumulação de capital flexível, globalizado. O Pará não fugiu a estas orientações mais gerais de políticas educacionais, centrando suas diretrizes na melhoria da qualidade do ensino ministrado nas escolas da educação básica, enfatizando a forma de gestão como um princípio fundamental no cenário de dificuldades apresentado, a partir das prescrições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira que, por sua vez guarda sintonia com as condicionalidades acima referidas. Além disso, essas políticas compensatórias funcionam muito mais como estratégias de regulação social, corporificadas na introjeção de valores e critérios de mercado, ancorados por princípios técnicos, das competências individuais, necessárias ao projeto de desenvolvimento econômico, centrado nos moldes dos países de capitalismo avançado, fortemente representado pelos Estados Unidos, como única possibilidade civilizatória, a que todos os países devem aspirar a atingir, com a ajuda dos financiadores internacionais. Por outro lado, sabe que as medidas adotadas pelo MEC em direção às reformas educacionais fazem parte das funções institucionais desse organismo público, mas nossas divergências estão, além da concepção, nas formas como estão sendo implementadas, de forma autoritária, ainda que o discurso seja democrático e faça algumas concessões em termos de participação da sociedade, por meio de audiências públicas, que servem para legitimá-las, porque as decisões desses fóruns não têm sido consideradas, conforme já explicitamos ao longo deste trabalho. Tais políticas entretanto foram eficientes para os desígnios capitalistas, onde o homem é apenas mais um cliente, que têm os bens do mercado a sua disposição, dependendo de suas condições 5 individuais de buscá-los, do seu esforço, de sua preparação profissional e pessoal. Hoje, a prioridade do governo não é mais a democratização mas a qualidade do ensino oferecido., na direção da eficiência, produtividade em termos de resultados. O novo governo Luis Inácio Lula da Silva foi eleito e assumiu o poder em janeiro de 2003, com um projeto afinado com os interesses dos movimentos sociais organizados que clamam pela inversão e mudança das prioridades na definição das políticas públicas, utilizadas como estratégia de regulação social No que diz respeito à escola, particularmente, urge a mudança de nossas práticas, das concepções cristalizadas de transmissora e reprodutora de conhecimento; das relações de poder; da organização e estrutura, das formas de gestão institucional e do processo pedagógico, numa perspectiva de construção de um projeto novo de homem e sociedade. Tais mudanças não devem ser realizadas para resolver problemas conjunturais, mas precisam estar vinculadas a um projeto maior de sociedade. Não estou com isso defendendo que a Educação tem o poder de propiciar essa transformação social, econômico e política, porém sem ela também não atingimos tais objetivos. Sabe-se que políticas sociais não acabam com a pobreza, mas essas precisam ser resultantes de um modelo de desenvolvimento inclusivo, direcionado para o bem-estar da população como um todo, e isso não apenas na retórica dos planos, como historicamente vem acontecendo, ao longo dos últimos quarenta anos. O ataque às questões sociais é importante para minimizar a enorme dívida com os menos favorecidos, mas um Estado-cidadão deve estar a serviço de toda sociedade, incluindo ricos e pobres. A priorização de atendimento preferencial aos menos favorecidos se impõe pelas históricas carências, que em algum momento deverão ser superadas, pois todos necessitam de uma boa qualidade de vida. Mas, as transformações precisam ser buscadas pela população organizada, por meio da participação democrática, no controle do Estado e na luta contra um sistema desigual e desumano por princípio. O sonho nem a história acabaram, pois as bases fundantes das desigualdades continuam a existir. No que concerne ao atendimento das matrículas da educação básica, por tipo de ensino, os dados da Tabela 4 evidenciam a seguinte distribuição: as matrículas da educação infantil e do ensino fundamental encontram-se concentradas na esfera municipal resultante da política de municipalização, impulsionada a partir de 1997 pelo FUNDEF; e as do ensino médio encontram majoritariamente sob a responsabilidade do governo do Estado. 6 Tabela 4: Matrícula na Educação Básica (Ensino Regular), por Dependência Administrativa-1996-2002 Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Total Geral Est. Mun. Fed. Part. Total Est. Mun. Fed Part. Total Est Mun. Fed. Part. Total 1996 1.850.993 102.757 180.391 923 34.765 318.196 788.288 505.127 4.534 71.481 1.369.430 136.292 2.828 4.693 19.554 163.367 1997 2.017.051 97.470 204.942 799 38.225 341.436 816.692 577.333 4.579 77.252 1.475.856 168.216 2.406 7.024 22.113 199.759 1998 2.011.474 48.464 151.741 802 32.413 233.420 601.452 916.713 4.072 63.002 1.585.239 170.457 962 1.342 20.054 192.815 1999 2.095.383 38.955 165.303 802 36.625 241.685 561.310 986.276 3.848 63.310 1.614.744 213.251 358 5.961 19.384 238.954 2000 2.112.397 30.081 174.341 798 36.171 241.391 451.382 1.089.490 3.825 61.840 1.606.537 237.507 1.275 5.861 19.826 264.469 2001 2.166.637 26.218 197.900 704 42.567 267.389 421.938 1.116.199 3.771 67.825 1.609.733 260.010 1.170 5.338 22.997 289.515 2002 2.195.384 13.037 210.070 593 40.652 264.352 409.710 1.144.917 3.426 65.052 1.623.105 277.383 760 5.492 24.292 307.927 Fonte: INEP-Censo Escolar. Os dados da Tabela 4 informam que as matrículas da Educação Básica no Estado do Pará aumentaram em 18,6 %, de 1996 a 2002, entretanto, apresentando dinâmicas diferenciadas entre as redes de ensino. Por exemplo: a rede estadual as reduziu em 31,9%; a rede municipal, as aumentou em 97,0%; a rede federal, as reduziu em 6,3%; e a rede privada, as aumentou em 3,3%. Comparando esse resultado com o apresentado pela Região Norte e pelo País, verifica-se que o crescimento evidenciado no Pará foi inferior ao da Região Norte (20,3%) e superior ao do País (13,5%). A comparação da situação do Pará com a da Região Norte e do Brasil em relação à dinâmica das matrículas, por rede de ensino, notou-se que, no Pará, a redução das matrículas pela rede estadual foi superior a redução evidenciada na Região Norte (13,1%) e no País (7,4%). O crescimento das matrículas pela rede municipal do Pará foi também superior ao evidenciado na Região Norte (52,0%) e no País (84,7%). 7 A análise das matrículas por tipo de ensino evidenciou que, no Pará, de 1996 a 2002, houve: redução em 16,9% na Educação Infantil; aumento de 18,5%, no ensino fundamental e de 88,5%, no ensino médio. A comparação deste resultado com o apresentado pela Região Norte e pelo País evidencia que, em relação à Educação Infantil, a situação do Pará diferenciou-se da do País, pois enquanto no primeiro as mesmas foram reduzidas, no segundo foram ampliadas em 17,9%. Na Região Norte, as matrículas na Educação Infantil também foram reduzidas (5,6%), mas em menor proporção que no Pará. Quanto ao Ensino Fundamental, notou-se que o crescimento apresentado pelo Pará equivaleu-se ao da Região Norte (17,7%) e foi superior ao do País (6,1%). Sobre o Ensino Médio, o crescimento das matrículas no Pará foi superior ao da Região Norte (78,7%) e ao do País (51,8%). A análise das matrículas por dependência administrativa revela que, no Pará, a rede estadual: as reduziu na Educação Infantil (87,3%) e no ensino fundamental (48,0%) e as ampliou no ensino médio em 103,5%. A rede municipal, por sua vez, apresentou movimento contrário: ampliou as matrículas na Educação Infantil (16,5%) e no Ensino Fundamental (129,6%) e as reduziu no ensino médio (73,1%). A rede privada, ampliou suas matrículas na Educação Infantil (16,9%) e no Ensino Médio (24,2%) – etapas da Educação Básica detentoras dos maiores déficits e as reduziu no ensino fundamental (9,0%). Comparando o resultado do Pará com o apresentado pela Região Norte e pelo País, verificou-se que o comportamento das redes de ensino naquele foi o mesmo evidenciado nestes últimos, ainda que em proporções diferentes. Por exemplo, na Região Norte: a rede estadual reduziu as matrículas na Educação Infantil (77%) e no Ensino Fundamental (24,2%) e as ampliou no Ensino Médio (89,7%); a rede municipal, as aumentou na Educação Infantil (35,4%) e no Ensino Fundamental (100,4%) e as reduziu no Ensino Médio (47,7%). E’ a rede particular, as ampliou na Educação Infantil (44,9%) e no Ensino Médio (28,1%) e as reduziu no Ensino Fundamental (5,5%). No País, a rede estadual também reduziu as matrículas na Educação Infantil (66,9%) e no Ensino Fundamental (22,9%) e as ampliou no Ensino Médio (79,7%); a rede municipal, as ampliou na Educação Infantil (29,2%) e no Ensino Fundamental (61,6%) e as reduziu no Ensino Médio (32,5%); e, a rede particular, as ampliou na Educação Infantil (54,4%) e as reduziu no Ensino Fundamental (12,8%) e no Médio (4,6%). Neste ponto, a situação apresentada pelo Pará e pela Região Norte diferenciou-se. A análise dos dados de matrícula revela que a Política Educacional implementada, nos últimos anos, pelo Governo Estadual, vem adequando o atendimento da Educação Básica às determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Nº 9.394/96), no que concerne à responsabilidade por esfera de governo: a educação infantil e ensino fundamental ofertados pela rede municipal e o ensino fundamental e médio 8 pela rede estadual. Porém, é importante destacar que, a ampliação das matrículas pela rede estadual, no ensino médio, não está ocorrendo na mesma proporção em que as matrículas do Ensino Fundamental e da Educação Infantil estão sendo transferidas para as redes municipais. Por exemplo, a rede estadual reduziu 468.298 matrículas nessas duas etapas de ensino juntas e ampliou em 141.091 no Ensino Médio, ou seja, essa rede ensino deixou de ofertar 327.207 matrículas, que pela política preconizada no Plano Estadual de Educação deveriam ser destinadas ao Ensino Médio.É importante lembrar que o quantitativo de matrículas não ofertado pela rede estadual é superior ao número de matrículas existentes nessa etapa de ensino. 9 10 As políticas sociais implementadas nos últimos trinta anos não contribuiram para a melhoria da qualidade de vida dos amazõnidas diante desse perverso cenário o que se quer? novas diretrizes para o desenvolvimento econõmico, social e político da região que tenham como parâmetro o respeito à natureza e aos habitantes da região, considere a amazõnia como importante para o brasil e para o mundo, prioritária e não mais somente para exploração, enquanto almoxarifado de riquezas. o estado precisa exercer sua função social por meio da criação, implementação e incentivo de políticas públicas sérias, consequentes e comprometidas com a população amazõnica, para provisão eficiente dos serviços sociais básicos com vistas a níveis adequados e civilizados de relaçôes e desenvolvimento humano. políticas públicas que contribuam para incorporação de segmentos excluídos dos beneficios do progresso com a reconstrução do próprio Estado estado democrático que associe democracia política á democracia social - estado distributivo e regulador classe empresarial também tem papel significativo na conformação deste cenário não só na criação de postos de trabalho como também em investimentos em programas de responsabilidade social. isto tem a ver com o que se denomina hoje “desenvolvimento sustentável” entendido pela comissão mundial para o meio-ambiente como “desenvolvimento que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer as possibilidades das futuras gerações em satisfazer suas necessidades. as políticas sociais precisam vir combinadas com outras políticas econõmicas que propiciem as mudanças do quadro atual, por meio de programas de geração de renda e criação de empregos com o incremento do sistema produtivo, e melhoria dos salários dos trabalhadores e criação de programas de responsabilidade social. slide de resumo ν slide de resumo slide de resumo ν o desenvolvimento regional exige práticas solidárias para solução problemas sociais. 11