Boletim Informativo do SPP/PSP www.spp-psp.pt publicação trimestral ano X n.º 47 Dezembro 2014 Novo presidente do SPP, Mário Andrade, garante: Actuaremos sempre com o lema: Os direitos dos polícias estão acima de tudo! Juntos somos mais fortes! Pág.16 e 17 Adse - Regime Livre Caixa Geral de Depósitos SAMS Quadros Medicina Dentária Análises Clínicas Psicologia Rua dos Jerónimos, 18 1400-211 Lisboa Telf. 218 274 908 Telm. 918 165 562 (24 horas) Medicina Geral e Familiar Ortopedia Massagem Física e Recuperação Segunda a Sexta-feira das 08h às 20h e Sábado das 08h às 13h Siga-nos no facebook ADVOGADOS LISBOA MADEIRA DR. JOSÉ TAVARES 965546531 DR. MADALENO 969105949 DRA VERA MOCINHA 969032788 DR RUI MILHO 964610763 (especialista em acidentes de trabalho e viação) PORTO/AVEIRO DRª EUGÉNIA COUTINHO 935551920 COVILHÃ/GUARDA DR. MANUEL RODRIGUES 963959691 914411858 FARO TORRES NOVAS/COIMBRA/ SANTARÉM/CASTELO BRANCO DR. ALEXANDRE ZAGALO 965092340 DR. FILIPA GONÇALVES 289862322 Nota - Para consultar os advogados de Lisboa deve ligar para a sede para marcar consulta para os restantes advogados é necessário apresentar o cartão de sócio do SPP/PSP EDITORIAL MÁRIO ANDRADE Presidente do SPP-PSP e diretor da revista “o Polícia” Sindicatos devem estar unidos para defender os polícias N ão vamos tapar o sol com uma peneira. A generalidade dos elementos da PSP sabem que para 22.500 polícias – se o quadro estivesse completo, o que não acontece – há pelo menos 12 sindicatos. Alguns com poucos associados que são apenas os delegados e dirigentes sindicais e até com sede em casa do presidente. A verdade, é que na PSP existem sindicatos para todos os gostos e classes. E, segundo dados recentes divulgados pela Direção Nacional da PSP, alguns não chegam, sequer, aos 100 associados. Dos 10 sindicatos que existiam na PSP em 2010, só dois tinham mais de três mil sócios, o SPP incluído. O SPP/PSP é um dos sindicatos que mais tem lutado pelos direitos dos polícias, tendo conseguido conquistas em várias frentes, nomeadamente no que diz respeito aos remunerados, que passaram a ser taxados de forma autónoma, e à passagem da PSP a corpo especial da Função Publica (apenas para dar só dois exemplos das inúmeras conquistas do SPP desde a sua criação, ainda como APP, vitórias essas muitas vezes e injustificadamente reivindicadas por outros sindicatos). A atividade sindical da PSP é regulada por dois diplomas: a lei geral, comum a todos os trabalhadores, e a Lei 14/2002 específica só para a Polícia. De acordo com a legislação, os dirigentes sindicais têm direitos e deveres. O direito mais cobiçada é, infelizmente, a dispensa de serviço durante quatro dias por mês para o exercício de atividades sindicais. Isto, no caso O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 de dirigentes, uma vez que os delegados sindicais têm direito a apenas 12 horas mensais. Porém, os sindicalistas também têm deveres e restrições. Não podem, por exemplo, exercer o direito à greve, fazer declarações sobre matérias de que tomem conhecimento no exercício das suas funções ou respeitem a matérias relativas ao Está na hora de todos os sindicalistas da PSP e polícias em geral provarem que sabem o caminho que querem trilhar dispositivo ou actividade operacional da polícia, etc.., As funções de dirigente sindical são incompatíveis com os cargos de topo na instituição (director nacional, director nacional-adjunto, comandante de comandos …). Dividir para reinar É entendimento generalizado no seio da PSP, sócios do SPP incluídos, que a atual lei sindical carece de aperfeiçoamento e regulamentação, assim tal como está acaba por ser prejudicial a todos os polícias. Desde logo, porque obedece a uma lógica de dividir para reinar. E passo a explicar: a quem interessa que os polícias estejam divididos e puxe cada um a brasa à sua sardinha? Desde logo ao Governo, que vai protelando a aprovação de leis e de- cretos muito importantes para os polícias, sob o falso argumento de que os sindicatos não se entendem e apresentam cada um a sua proposta. E isto, porque são muitos e todos têm de ser ouvidos em sede de negociação, o que prolonga as negociações por meses infindáveis. O SPP-PSP não contesta a existência de mais de uma dezena de sindicatos na PSP, até porque a lei, em nosso entender de forma propositada pelo legislador, assim o permite. Também defendemos a pluralidade de ideias. Mas, neste momento esperado por todos para se iniciarem as negociações de diplomas importantes para o futuro da instituição e dos Policias que a representam, é urgente, através de uma união de esforços, que tal diversidade de ideias sobre matérias transversais e importantes para todas as carreiras e categorias, resulte em propostas conjuntas a apresentar durante as negociações com a tutela. Todos juntos, concertando ideias, talvez consigamos levar a nau a bom porto. Se os sindicatos e todos os polícias começarem a remar em diferentes direções será quase certo o naufrágio. Não é por acaso que o povo diz que a união faz a força. Está na hora de todos os sindicalistas da PSP e polícias em geral provarem que sabem o caminho que querem trilhar. O SPP-PSP tem a via do diálogo sempre aberta com todos aqueles que desejarem lutar pelos direitos dos Polícias, pois é este o nosso grande objetivo como sindicato policial e foi para isso que nascemos. Muito bem-haja a todos os profissionais da PSP que honram a instituição e o país dia após dia, muitos à custa da própria vida! 3 índice 06 indignação 03 editorial Sindicatos devem estar unidos por Mário Andrade Fui expulso de forma ilegal e ainda devo 20 mil euros 05 a voz do presidente Eleições Democráticas por Mário Andrade 10 alertamos 11 esperançados Alerta para os delegados sindicais Direção SPP-PSP Boas-Vindas à nova ministra Direção SPP-PSP 13responsabilidade 16 informamos A Justiça num Estado de Direito O SPP-PSP não vai prejudicar escalas Direção SPP-PSP 14felicitamos Boas-Vindas aos novos polícias Direção SPP-PSP 15mudamos 16 Tomada de Posse Redação O Polícia tema de capa Tudo sobre a nova direção do SPP Direção e Redação O Polícia 20convidada 18O drama de viver longeopinião da família As responsabilidades parentais por Sofia Frias Brito, advogada 21 CASOS DE Justiça 26 O Palhaço por Alexandre Zagalo, advogado prazer e lazer Delegação de Braga festeja Natal 30passatempos o Polícia n. º 47 Dezembro 2014 www.spp-psp.pt Diretor: Mário Andrade Editor: Carlos Tomás Colaboradores: Alexandre Zagalo, António Ramos, Fernando Brito Convidados: José Tavares, Sofia Brito Fotografia: Clara Silva e Vanessa de Sousa Design: Bárbara Gabriel e Bruna Viegas Publicidade: Paulo Cunha Propriedade: Sindicato dos Profissionais de Polícia da PSP Av. de Ceuta Sul, Lote 5, Loja 2 1300-125 Lisboa Telefone: 21 361 0941 Fax: 21 361 1127 Site: www.spp-psp.pt correio electrónico: [email protected] Impressão: Europress, Editores e Distribuidores de Publicações, Rua João Saraiva, 10A 1700-249 Lisboa Periodicidade: Trimestral Tiragem: 1.500 exemplares Eleições Democráticas O SPP-PSP, no passado dia 20 de novembro de 2014, promoveu eleições para os órgãos sociais do Sindicato dos Profissionais de Polícia através de uma lista única, proposta por unanimidade e de forma consensual por todos os associados, na qual fui indigitado para o cargo de presidente. O ato eleitoral, que decorreu de forma democrática, culminou na eleição de uma nova direção do sindicato, legitimando esta a praticar todos os atos. O número expressivo de votantes, mesmo tratando-se de lista única, é demonstrativo da união, de participação ativa dos dirigentes, delegados e associados em todos os processos internos no SPP/ PSP. Assumo o cargo de presidente deste Sindicato (SPP/PSP), para o qual fui proposto por um expressivo número de associados, cargo que desempenharei com lealdade, confiança, seriedade, cordialidade e de forma firme e responsável sempre com objetivos concretos que passam pela “defesa dos interesses coletivos em detrimento dos individuais e pessoais” e a “defesa intransigente dos direitos dos Polícias e da instituição Polícia de Segurança Pública”. Estou ciente que, neste momento, o cargo de presidente do SPP/PSP tem uma responsabilidade acrescida, pois trata-se da substituição do carismático presidente António Ramos, dirigente sindical que em toda a sua carreira policial defendeu de forma intransigente e incondicional os polícias. Com a minha direção o SPP/PSP representará especificamente os seus associados e todos os polícias procurando sempre a melhoria das condições de trabalho Esta alteração não se traduz no simples afastamento do António Ramos da atividade sindical, pois, hoje como ontem, contámos e continuaremos a contar com ele, agora com outros cargos neste sindicato. Durante o mandato que inicio, pretendo atingir os objetivos a que me propus e apresentei aos associados e polícias em geral, dos quais destaco: - Defender com firmeza os direitos dos polícias sem nunca esquecer os deveres; - Unir os polícias, dinamizar, fomentar e tentar aproximar, através do diá- AVOZ DO PRESIDENTE MÁRIO ANDRADE PRESIDENTE DO SPP-PSP logo, todos os sindicatos representativos na PSP, para que de forma concertada se possam defender ideias gerais tendo em vista adequar os diplomas em revisão (estatuto pessoal, estatuto remuneratório, regulamento disciplinar etc…) às verdadeiras necessidades dos polícias, tais como o reconhecimento da profissão de desgaste rápido e risco acrescido. - Representar o SPP sempre de forma a dignificar a instituição Polícia e os polícias que a servem. Com a minha direção o SPP/PSP representará especificamente os seus associados e todos os polícias procurando sempre a melhoria das condições de trabalho. Estou ciente que o caminho é difícil e sinuoso mas, em conjunto com a equipa diretiva que me acompanha, tudo faremos para ultrapassar as adversidades. A prova está em curso, o pouco tempo para revisão dos diploma importantes para a instituição (Estatuto Pessoal, Estatuto Remuneratório, Regulamento Disciplinar e outros de grande importância para os polícias e futuro da instituição PSP) e cujos processos negociais já deveriam estar terminados e só agora iniciaram. Termino relembrando aqui o lema adotado pela direção que agora assumiu funções: “DIREITOS DOS POLÍCIAS ACIMA DE TUDO!” PUBLICIDADE O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 5 INDIGNAÇÃO António Ramos Dirigente do SPP-PSP F ui surpreendido, há algumas semanas, com uma informação que só pode ser surreal. Eu, António Ramos, que assumi o cargo de presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP-PSP) durante mais de uma década e que fui reformado compulsivamente da instituição, de forma ilegal, há mais de oito anos, ainda vou ter de pagar ao Estado 20 mil euros por ter estado sem receber 25 por cento do seu salário bruto, impedido de progredir na carreira, de fazer serviços remunerados e, entre muitas outras coisas, de receber os subsídios de turno e piquete a que teria direito se estivesse no ativo. Mas vamos aos factos: No início deste ano o Supremo Tribunal Administrativo ordenou a minha reintegração na PSP, situação que levou na altura os restantes sindicatos da PSP a exigirem o arquivamento imediato de todos os processos disciplinares contra dirigentes sindicais. Oito anos depois de ter sido reformado compulsivamente por declarações proferidas à comunicação social já fui reintegrado na PSP por decisão de um acórdão do Supremo Tribunal Administrativo (STA), que segundo os sindicatos faz jurisprudência. Na altura, o advogado do SPP, Armando Madaleno, considerou este processo «um ponto de partida» para garantir que os dirigentes sindicais têm liberdade de expressão e «é uma prova que a justiça funciona». Os presidentes do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) e do Sindicato Unificado de Polícia (SUP) demonstraram a sua solidariedade, quer para comigo, quer para com o SPP, e pediram também o arquivamento de todos os processos disciplinares contra dirigentes sindicais, que atingem algumas 6 “Fui expulso de forma ilegal e ainda devo 20 mil euros” dezenas de sindicalistas da PSP. Pelos danos causados, já avancei com um processo cível contra alguns governantes da altura: o primeiro-ministro José Sócrates, o ministro da Administração Interna, António Costa, e o secretário de Estado, José Magalhães. Agora, feitas as contas pelos contabilistas da PSP, a quem apetece oferecer uma máquina de calcular, chegou-se à brilhante conclusão de que, afinal, eu é que ainda devo dinheiro ao Estado. Repare-se nestas contas dos contabilistas da PSP: enquanto polícia “Impedido de progredir” Por ter sido reformado compulsivamente da PSP, recebia, desde 2006, 75 por cento da reforma a que tinha direito, perdi o direito de assistência na saúde concedido aos polícias e fiquei impedido de progredir na carreira. suspenso de funções, recebi 101 mil euros da Caixa de Aposentações em bruto que tenho de devolver. E sobre a verba restante, cerca de 166 mil euros que nunca recebi, aplicam-se as taxas atuais de descontos para a Segurança Social e IRS. Parece bem? Até parece. O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 INDIGNAÇÃO Mas só isso. É que muitas vezes o que parece não é. Fui aposentado compulsivamente e privado de progredir na carreira. Hoje, em condições normais, seria chefe. Nada disso foi contabilizado. Ao invés, aplicaram-me 11 por cento de descontos para a Caixa Geral de Aposentações, de que deixei de usufruir enquanto estive demitido compulsivamente, e ainda me fizeram pagar a taxa suplementar que só entrou em vigor a partir de 2011, entre outros descontos que se lembraram de englobar. Aquilo que eu estou a contestar judicialmente, e que está a afetar milhares de outros funcionários do Estado, é que as três instituições envolvidas nestas contas Finanças, PSP e Caixa Geral de Aposentações -, contabilizem os descontos já efetuados em sede de IRS e que sejam aplicadas as taxas em vigor nos anos a que os rendimentos dizem respeito e que tais verbas não sejam sujeitas a taxas que só foram aplicadas pelo Estado depois de 2011. É que ao longo de oito anos, eu fiquei sem receber os referidos 166 mil euros, mas paguei sempre os impostos para todos os sítios sobre os 101 mil que me foram pagos pela Caixa de Aposentações. A bem da transparência e da minha própria honra, apelo à honestidade, sensibilidade e bom senso das três entidades em causa! PUBLICIDADE Alvará n.º 122/a - do MAI O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 7 INFORMAMOS A JUSTIÇA NUM ESTADO DE DIREITO Fernando Castanheira de Brito Mestre em Direito Membro do Conselho Superior de Polícia Delegado Sindical do SPP/PSP A Investigação criminal é o cerne da justiça que integra o labor dos órgãos de polícia criminal constituindo um procedimento precioso para o normal desenrolar do Estado de direito. É o bom funcionamento do sistema judicial que caracteriza um verdadeiro Estado de direito. Nas palavras de Gomes Canotilho1 o “Estado de direito é um Estado ou uma forma de organização político-estadual cuja atividade é determinada e limitada pelo direito. "Estado de não direito"será, pelo contrário, aquele em que o poder político se proclama desvinculado de limites jurídicos e não reconhece aos indivíduos uma esfera de liberdade ante o poder protegida pelo direito. (…) "Estado de não direito" é aquele em que existem leis arbitrárias, cruéis e desumanas que fazem da força ou do exercício abusivo do poder o direito, deixando sem qualquer defesa jurídica eficaz o indivíduo, os cidadãos, os povos e as minorias. (…) Nos "Estados de não direito" há dois pesos e duas medidas na aplicação das normas jurídicas (leis) consoante as pessoas em causa". Portanto, num Estado de direito toda a actuação do ser livre se encontra limitada pelos cânones da lei e a existência do direito faz pressupor que os seus limites possam ser ultrapassados. Nos últimos tempos temo-nos deparado com uma maior expressão do sistema judicial associado à investigação criminal. Essa expressão é sinónimo de que ainda temos Estado de direito. A verificação da correta aplicação do direito é um papel que cabe a atores diferenciados e em “última rácio” aos tribunais que administram a justiça em nome do povo. No entanto, em Portugal, assim como noutros países civilizacionais, todos os entes investidos de poderes públicos detêm papéis importantíssimos no futuro da justiça, poderes esses que desembocam na atuação da comunicação social mediática, das polícias, dos governantes, dos tribunais ou mesmo dos sindicatos. A Constituição da República Portuguesa, como pilar fundamental do nosso Estado de direito democrático, consagra a separação de poderes e papéis diferenciados para que a actuação de cada um destes entes se faça de forma livre e responsável precisamente para que não haja promiscuidade de uns sobre os outros. Portanto, quando o povo elege os representantes políticos e, por via da democracia empossa toda a administração pública, fá-lo na expectativa de que estes o representem de forma 1 Vide Joaquim José Gomes Canotilho. Estado de Direito, pág. 4. Disponível na Internet em: http://www.libertarianismo.org/ livros/jjgcoedd.pdf 8 O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 INFORMAMOS exemplar, com rigor, isenção e no estrito cumprimento das normas legais, para que isso leve a uma actuação justa e imparcial. É aqui que as polícias e, em particular, a investigação criminal, assumem um papel importantíssimo. Sem elas não seria possível vivermos em paz e segurança. É a investigação criminal que permite a descoberta da verdade, assim como o bom funcionamento dos tribunais e a realização de justiça. Mas para que as polícias e os tribunais funcionem na perfeição é necessário serenidade e consistência no direito. Na responsabilidade que a este Sindicato cabe, tudo faremos para que os polícias que desempenham esta árdua tarefa se sintam integrados e possam cumprir as suas missões com elevado profissionalismo, rigor e isenção. O povo não quererá um Parlamento a legislar ao sabor dos acontecimentos dado que isso poderá acentuar desigualdades e ser nefasto para os princípios de justiça. E, certamente, que também não quererá uma justiça com “dois pesos e duas medidas” nem uma justiça para “ricos” e outra para “pobres”. O povo quererá apenas um Estado de direito O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 democrático em que as polícias atuem, os tribunais funcionem e todos os seus concidadãos sejam iguais perante a lei e a justiça independentemente da situação económica ou do estrato social. O nosso sistema de governo apenas conseguirá alcançar a prosperidade se continuarmos a investir num Estado de direito. É isto que os cidadãos esperam das polícias, das políticas e dos tribunais. 9 ALERTAMOS Alerta para os Delegados Sindicais A proveito o facto de já terem terminado as eleições para os novos órgãos dirigentes do SPP/PSP para mais uma vez alertar aos que se vão manter Delegados Sindicais e os que pela primeira vez executam essa tarefa. Todos sabemos que os Delegados Sindicais são uma das peças fundamentais que têm o árduo trabalho em conseguir aderentes que se processa através de meios de persuasão sobre os agentes cuja adesão se pretende. Mas o que se vê é que a imagem popular tem dos Sindicatos é uma imagem redutora, que só um número insuficiente desse mesmos agentes, responde a esse mesmo desafio, sem preconceitos de ser identificado como “MAIS UM SINDICALISTA” . A eficácia de um Delegado, mede-se pela sua capacidade de ligação entre os Corpos Gerentes do Sindicato e os sócios que representam, bem como defendem os interesses dos associados nos respectivos locais de trabalho, mas também como domina minimamente o essencial de matérias tão diversas, como 10 sejam aquelas que de um forma ou de outra, se ligam á Instituição policial. Como o SPP/PSP quer Delegados honestos e competentes, que são princípios fundamentais e a chave do credibilismo para o sucesso, escrevo estas palavras para quem vai exercer as funções de delegado pensar seriamente em: Ser competente com ele mesmo; Ser honesto, com a sua pessoa e ao ser honesto com a sua pessoa é igualmente honesto com os associados; Nunca aceitarem serem Delegados só por terem direito a 12 horas de dispensa sindical; Mais vale serem poucos mas bons. Luís Manuel Lima Dirigente Nacional / Porto PUBLICIDADE O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 ESPERANÇADOS O SPP-PSP dá as boas-vindas à nova ministra O SPP-PSP dá os parabéns a Anabela Rodrigues, recentemente empossada como ministra da Administração Interna, e espera que ela continue a desenvolver o bom trabalho do seu antecessor, Miguel Macedo, que sempre privilegiou o diálogo com as estruturas sindicais da Polícia. A gora que está sentada à mesa do seu gabinete no Terreiro do Paço, tem à sua espera uma lista de problemas para resolver e muitas reivindicações a que atender (por parte das associações sindicais dos vários corpos e serviços que tutela). Uma das principais tarefas será a revisão do estatuto pessoal da PSP para adaptá-la ao facto de ter voltado a ser um corpo especial na função pública, com regras específicas à semelhança dos militares das Forças Armadas e da GNR. O governo comprometeu-se a aprovar o estatuto até ao final do ano e ainda não iniciou a negociação com as estruturas sindicais, que é obrigatória. Veremos se estes prazos serão agora cumpridos. Outra das tarefas tem a ver com a a revisão da lei orgânica e suplementos. Toda a administração pública está a ser obrigada a rever o tipo de suplementos que existem, por pressão do Ministério das Finanças. Nas forças de segurança, esta é uma matéria “escaldante”. Atualmente, e de acordo com o levantamento feito pelo Ministério das Finanças, o Ministério da Administração Interna paga 53 suplementos salariais diferentes, sendo que só 20 são relativos à atividade de segurança interna. O anterior ministro tinha prometido, com a revisão das leis orgânicas, reativar a Brigada de Trânsito (extinta em 2009 pelo Governo de José Sócrates) e a Brigada Fiscal da GNR até final do ano. Libertar agentes da PSP que fazem tarefas administrativas para servi- O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 © Jornal de Negócios ço de patrulhamento nas ruas foi outro dos objetivos anunciados por Miguel Macedo desde que tomou posse e pouco foi feito. Dias antes de se demitir, o ex-ministro garantia que a reorganização dos comandos metropolitanos Em final de mandato, veremos como evolui o diálogo entre a ministra e as associações sindicais. da PSP do Porto e de Lisboa, que já está em curso, não implicaria redução de agentes policiais e que haveria mais polícias disponíveis porque deixariam de estar presos atrás de uma secretária. Pouco se tem visto. Em final de mandato, veremos como evolui o diálogo entre a ministra e as associações sindicais. Uma das reivindicações do SPP é o reposicio- namento de cerca de 3.000 profissionais da PSP, que consideramos ter sido prejudicados nas posições remuneratórias. Outra das questões em cima da mesa é a revisão da lei sindical. Sem qualquer intervenção do SPP, a verdade é que existem sempre danos colaterais e Anabela Rodrigues terá em mãos a dura tarefa de devolver credibilidade ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, numa altura em que foi abalado pelo escândalo dos vistos gold. Acresce que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, por seu lado, pede um estatuto especial, como o da PSP, e mais inspetores. A nova ministra vai viver com um orçamento de 1.963 milhões de euros, em 2015, o que corresponde a uma diminuição de 4,2% face a 2014. São muitos desafios e pouco dinheiro. O SPP-PSP deseja que a primeira mulher a gerir o Ministério da Administração Interna atue de forma honesta, prudente e, acima de tudo, com sensibilidade, razoabilidade e bom senso. A Direção do SPP-PSP 11 RESPONSABILIDADE O SPP-PSP não vai estragar escalas nem prejudicar ninguém A Direção do Sindicato dos Profissionais de Polícia – SPP/ PSP, tal como tem feito em anos anteriores, informa que nenhum dirigente ou delegado sindical deste sindicato estará com dispensas de serviço para actividade sindical entre os dias 20 de Dezembro de 2014 e 04 de Janeiro de 2015, por neste período, normalmente, não existem iniciativas sindicais que o justifiquem. Se, durante este período, existirem situações merecedoras de algum tipo de iniciativa especifica e que envolva uma maior participação de dirigentes, delegados e/ou Polícias em geral será, a seu tempo, feita a mobilização e assinados excepcionalmente, pela Direcção Nacional do SPP, os respectivos pedidos de dispensas para actividade sindical a serem entregues aos responsáveis dos serviços da PSP. Relembramos todos que a Direcção Nacional do SPP não autoriza que dirigentes ou delegados sindicais do SPP utilizem dispensas para actividade sindical em dias como Carnaval, Páscoa, Natal e Ano Novo, porque nestes dias, normalmente, não existem iniciativas sindicais que o justifiquem, e, ao gozarem dispensas nestas datas, prejudicam-se gravemente os colegas de trabalho e nós existimos para auxiliar e não para prejudicar quem quer que seja. Embora esta decisão tenha inicial- O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 mente originado “discordâncias” de alguns elementos, estamos convictos que este é o caminho certo, pretende- poderem ter o excesso merecido porque, pseudo sindicalistas estão em pseudo atividades sindicais! Connosco não… e, (...) a Direcção Nacional do SPP não autoriza que dirigentes ou delegados sindicais do SPP utilizem dispensas para actividade sindical em dias como Carnaval, Páscoa, Natal e Ano Novo (...) mos contribuir para a moralização da actividade sindical na PSP e não contribuiremos para os abusos que aqui e ali existem prejudicando polícias. Muitas vezes esta é a razão de alguns não mais uma vez, repetimos o mesmo comunicado de anos anteriores para que dúvidas não existam. A Direção Nacional do SPP-PSP PUBLICIDADE 13 FELICITAMOS Bem-vindos à PSP J ovens colegas com o encerramento do 10.º Curso de Formação de Agentes, no passado mês de Outubro de 2014 começa agora uma nova etapa das vossas vidas e depressa chegam à conclusão que a vida de Polícia tem muito de esforço, dedicação e empenho e muito pouco de descanso e compreensão. Felizmente, os polícias, por todo o País e apesar de muitas vezes não serem reconhecidos pelo seu trabalho, quer pela população, quer pelas entidades competentes, continuam com muito esforço a dar provas do seu profissionalismo e espírito de missão. É esta postura que reforça a nossa luta e nos legitima a criticar aqueles que nos apontam apenas com defeitos. Não muito longe vão os tempos em que os turnos de serviço praticados não permitiam o descanso merecido junto dos familiares, não permitiam descansar um único fim-de-semana completo (sábado e domingo) e metade do tempo era gasto nas deslocações. Graças à luta e sacrifício de muitos, conseguimos dignificar a nossa função e a população em geral deixa de nos olhar 14 de forma desconfiada e receosa para nos ver como aqueles que ali estão para salvaguarda dos direitos de cidadania. Somos hoje um verdadeiro pilar da democracia em Portugal e mesmo aqueles que nos criticam”por dá cá aquela palha” são os primeiros a socorrer-se de nós quando estão aflitos ou vêem os seus bens em perigo. Cabe a todos nós Polícias, onde vós já estais incluídos, continuarmos a lutar pela nossa dignificação, esse é o caminho escolhido pelo SPP-PSP onde encontraram, sempre, uma voz amiga e uma organização que não se negará a defender os direitos. Uma vez mais damos-vos as boas vindas e fazemos votos para que em breve também façam parte do SPP-PSP e, dessa forma, contribuir para uma PSP ainda mais eficaz e respeitadora dos direitos dos seus profissionais, que somos nós Policias. A Direcção Nacional do SPP-PSP O POLÍCIA N.º 47 DEZ 2014 MUDAMOS Transição Pacífica N ovos rostos. Mais ideias. O Sindicato dos Profissionais de Polícia realizou, no passado dia 28 de Novembro, no Centro Paroquial de S. Domingos de Benfica, a Assembleia geral que deu posse aos seus novos órgãos diretivos. Assim, na sequência da votação ocorrida dias antes, foram empossados legitimamente, o chefe Mário Andrade, como presidente do SPP para o Triénio 2014/17, bem como o agente principal Paulo Macedo, vice-presidente para a região sul, o chefe Joaquim Pinto, vice-presidente para a região centro, e o agente principal Carlos Flor, vice-presidente para a região norte. Tomaram ainda posse, entre muitos outros, o chefe Carlos Amaral, que assume funções de secretário-geral, Raúl Bettencourt, que mantém as funções de tesoureiro do SPP, o agente principal Fernando Tiago, presidente da Assembleia Geral e o agente António Ramos, ex-presidente do SPP, mandatário da candidatura vencedora e que vai agora O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 assumir a vice-presidência da Mesa da Assembleia-Geral. Com o lema "Direitos dos Polícias Acima de Tudo", a nova direção promete atuar em todas as áreas que digam respeito à atividade policial: "So- "Estou aqui para defender todos os elementos da PSP e o sindicato serve para isso mesmo" mos um sindicato plural e onde todos têm voz. Defendemos os direitos dos polícias em quaisquer circunstâncias, independentemente da cor política que estiver no Governo. Sempre nos pautamos pela independência e é assim que iremos continuar. Não estou aqui para ser o presidente do SPP. Estou aqui para defender todos os elementos da PSP e o sindicato serve para isso mesmo", explicou na cerimónia Mário Andrade, o novo líder de um dos sindicatos mais representativos da PSP, acrescentando: "Somos a força sindical que tem obtido mais conquistas em prol dos polícias." António Ramos, ex-presidente, afinou pelo mesmo diapasão e salientou que a sua saída da liderança do SPP-PSP não é um adeus. "Isto não é um adeus. Apenas cheguei à conclusão, após tantos anos à frente do sindicato, que deveria dar a vez a pessoas com outras ideias e mais jovens. Tenho a certeza que todos ficam em boas mãos com esta nova direção e com este novo presidente. No entanto, vou continuar no sindicato, agora na Assembleia Geral e também tentar dinamizar a Distrital de Lisboa do SPP. Como sempre disse, enquanto houver um polícia em apuros, estarei cá para o defender e o sindicato também. Bem -haja a todos!". A redação de "O Polícia" 15 TEMA DE CAPA Pela defesa dos polícias Nenhum outro sindicato ou pessoa defendeu tantos os polícias como o SPP/PSP e os seus dirigentes, agora com uma nova direção, eleita democraticamente e na sequência da tomada de posse que decorreu a 28 de Novembro de 2014. A Direção do SPP-PSP N enhum outro sindicato ou pessoa defendeu tantos os polícias como o SPP/PSP e os seus dirigentes, agora com uma nova direção, eleita democraticamente e na sequência da tomada de posse que decorreu a 28 de Novembro de 2014. A maioria dos membros desta direcção, tal como das anteriores, estiveram em todas as lutas, muitas vezes sozinhos e com outros a dizerem que não iríamos conseguir nada. Não desistimos e muitas das vezes ficaram provadas as nossas razões. RELEMBREMOS: Quem conseguiu que os serviços remunerados/gratificados fossem tributados a 10% e não a 30% ? Foi o SPP/PSP;. Quem é que sempre lutou, e continua a lutar, para que as promoções/progressões sejam feitas por antiguidade? O SPP; Quem é que nunca aceitou as avaliações de serviço que nos foram impostas, por serem injustas? O SPP; Quem é que desde o primeiro momento se insurgiu contra a saída dos conjugues do SAD e logo, apresentou propostas de como deveria ser solucionada a situação? O SPP; Quem é que não se tem calado contra um Regulamento Disciplinar injusto e desatualizado, apresentando já, no MAI, uma proposta de regulamento de acordo com a atualidade policial? O SPP; Quem é que teve e ainda tem dirigentes com processos disciplinares a correrem, alguns em fase de recurso, por terem dado a cara publicamente pelos polícias, mesmo quando foi necessário “chocar” com alguma hierarquia? O SPP; Quem é que exigiu que os Serviços Sociais tivessem alojamentos para os 16 polícias que “caíam” em Lisboa após acabarem o curso de formação? O SPP; Quem é que conseguiu alterar o diploma regulador dos serviços remunerados? O SPP; Quem é que sempre lutou, e lutará, contra o banco de horas que a D. N. da PSP pretendia impor e apresentou propostas de novas matrizes de horários que foram aceites? O SPP; Quem é que se opôs à alteração de horários sem que o efetivo envolvido fosse ouvido? O SPP; Quem forçou/ sugeriu a implementação, a título experimental, de um horário de serviço com turnos de 8 Horas, no COMETLIS (4ª Divisão)? O SPP; Quem forçou a D.N. para a manutenção do horário de serviço no comando de Setúbal? O SPP; Quem lutou para que os polícias tivessem, hoje, o subsídio de turno e piquete? O SPP. Quem é que tem a nível nacional uma cobertura de juristas para defenderem os polícias de todas as adversidades? O SPP. Quem foi o primeiro sindicato a de- monstrar a necessidade de criação de gabinetes de psicologia? O SPP tem um gabinete de psicologia e psiquiatria para apoiar todos os polícias que o procurarem e os respetivos familiares. O QUE PRETENDEMOS FAZER PARA DEFENDER OS POLÍCIAS Apesar das inúmeras conquistas, a crise também afetou todos os polícias e é urgente não baixar os braços. O Sindicato dos Profissionais de Polícia, que, como referido, tem agora uma nova equipa de dirigentes e delegados, continuará como sempre, e sem quebrar os laços com as anteriores direções, a desenvolver a sua atividade diariamente, de forma a apoiar os seus associados bem como todos os polícias, procurando melhorar as suas condições de trabalho sem percas de quaisquer direitos e tentando reconquistar outros que nos foram paulatinamente retirados no âmbito do cenário de crise que o país atravessou. O compromisso da nova direção é, sem dúvida, que, de uma vez por todas, os polícias sejam efetivamente reconhecidos como uma força especial porque trabalham em condições diversas dos O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 TEMA DE CAPA em todas as frentes restantes funcionários públicos. Não basta estar no papel, é preciso que isso seja posto em prática. Assim, vamos, desde logo, em termos internos, dinamizar e apoiar as reuniões periódicas entre os elementos, que compõem as estruturas centralizando a mesma nas pessoas responsáveis pela área protocolar; e, ainda, entre outros objetivos, continuar a assinalar o nosso enorme respeito por aqueles que, infelizmente tombaram e já não se encontram entre nós, com o “dia nacional de luto pelos polícias mortos” (missa em fevereiro). TENTAR COLABORAR O SPP não se esgota na sua estrutura interna e quer ir mais além, aliás como sempre tem feito desde a sua criação. Por isso, a nova direção vai apostar, ao longo dos seus três anos de mandato, em manter e fomentar o diálogo com a Direção Nacional da PSP, O compromisso da nova direção é, sem dúvida, que, de uma vez por todas, os polícias sejam efetivamente reconhecidos como uma força especial e que trabalham em condições diversas dos restantes funcionários públicos. distritais; aprofundar e melhorar a divulgação de todo o trabalho desenvolvido no SPP fazendo chegar a todos os associados e polícias em geral uma melhor perceção do trabalho elaborado pela estrutura do sindicato; aproximar a direção nacional do SPP das estruturas distritais; melhorar e ampliar todo o trabalho feito ao nível de parcerias e protocolos entre o SPP e outras entidades, recolhendo informação e O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 com o governo e com outras entidades institucionais ou particulares, no sentido de obter sempre o melhor para os polícias; apostar numa forte capacidade de vincular informação do SPP junto dos diversos órgãos de Comunicação Social, melhorando os serviços de Imprensa e de recolha de informação do sindicato; Finalmente, assegurar que os polícias terão direito automático à pré-aposentação aos 55 anos de idade ou aos 36 anos de serviço, assegurar que todas as matrizes de horários de trabalho sejam de 36 horas semanais e efetivamente cumpridas e, ainda, pugnar para que nenhum polícia sofra reduções na respetiva massa salarial. O SPP vai ainda continuar a defender, sem quaisquer intransigência, a revisão urgente do Regulamento Disciplinar e a eliminação do artigo 38º – que viola todas as regras democráticas, uma vez que pune os polícias sem culpa formada. Será, por fim, feita uma aposta na formação dos polícias em atividades de âmbito educativo, cultural e recreativo. Continuaremos a defender a unificação das forças de segurança (PSP,GNR e PJ). Iremos exigir alterações ao Código de Processo Penal nos crimes contra os agentes das forças de segurança, visando a diminuição das agressões que se têm vindo a registar. O SPP lutará sempre pelo reconhecimento incondicional do valor da Junta Superior de Saúde da PSP. Os polícias não podem estar a aguardar confirmação das juntas médicas dos serviços exteriores (CGA ou S.S.) Pensamos ter hoje um sindicato estruturado e com capacidade para desenvolver e levar a cabo as tarefas para as quais nos propomos. O elemento essencial numa organização destas é o sócio, e será por ele que continuaremos a batalhar. Só assim teremos uma polícia mais eficaz e justa. 17 CONVIDADO 18 O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 MENSAGEM DE NATAL Novos Corpos Gerentes 2014/2017 O SPP/PSP tem desde as eleições de 20 de Novembro de 2014 novos corpos gerentes. Com uma renovação de dirigentes e um novo presidente, Mário Andrade, o SPP prepara-se para enfrentar, com os seus associados, os tempos difíceis que se avizinham. Sem esquecer todo o caminho percorrido desde a criação da então APP, o SPP caminhou sempre, firme, na defesa dos Policias independentemente de serem ou não associados, batendo-se, por vezes contra vistas curtas e interesses inconfessados. Hoje, retomamos a caminhada, centrados na defesa democrática dos direitos dos polícias, através de O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 um diálogo social e institucional. Este grupo de trabalho que agora inicia funções pelo período 20142017, tem consciência dos desafios que tem à sua frente. E sabe que sua ação será determinada por tudo aquilo que a maioria dos seus associados entender. Oriundos de vários Comandos colocarão toda a experiência e conhecimento ao serviço da causa comum. O sindicato é e será sempre o que os seus associados quiserem que ele seja! Hoje, aqui estamos a convidá-lo à participação necessária à alteração de um estado de coisas que a todos preocupa. Pela nossa parte há muito que metemos pés ao caminho. Um caminho tornado cada vez mais difícil, mas o amanhã está sempre aí, à espreita. Hoje, aqui estamos na estrada, defendendo de novo remunerações justas, um regulamento disciplinar adequado e equilibrado, promoções transversais em todas as carreiras e um estatuto pessoal que reconheça verdadeiramente a CONDIÇÃO POLICIAL. Nesta época festiva, em nome do grupo a que tenho a imensa honra de pertencer, votos de BOAS FESTAS. A Direção 19 CONVIDADA As responsabilidades parentais e o superior interesse do menor Sofia Frias Brito Advogada O s filhos estão sujeitos ao poder paternal até à sua maioridade, que se atinge aos 18 anos, ou até à sua emancipação, que se verifica com o seu casamento autorizado aos 16 anos de idade. O poder paternal exercido pelos pais em relação a um filho menor é um poder-dever, que compreende o poder-dever de guarda, de educação, de auxílio e assistência, de representação e de administração. A lei estabelece como regra geral que o poder paternal de filhos nascidos na constância do matrimónio compete a ambos os pais, de igual modo. Assim, existindo filhos menores nascidos de pessoas não unidas pelo matrimónio, crescimento e desenvolvimento saudáveis e harmoniosos. Atualmente o exercício das responsabilidades parentais é, por regra, exercido em conjunto por ambos os pais, pois que ambos os pais são iguais perante a lei, tanto em termos de direitos como de deveres que sobre si impendem em relação a um filho menor. Donde, as questões de particular importância para a vida de um filho menor devem ser decididas por ambos os pais, sejam estes casados, solteiros, separados ou divorciados. É o caso, por exemplo, de questões rela- tivas à saúde, à escola a frequentar pelo menor, de atividades a serem praticadas pelo menor, de religião e outros princípios a serem incutidos ao menor. As responsabilidades parentais são atualmente exercidas por ambos os pais e as questões essenciais a serem decididas no âmbito de um processo com vista à homologação de acordo ou à tomada de um decisão judicial são atinentes à sua fixação da residência do filho menor junto de um dos pais, à fixação de um regime de visitas e da prestação de alimentos a cargo do progenitor a quem o menor não for confiado. O poder paternal exercido pelos pais em relação a um filho menor é um poderdever, que compreende o poder-dever de guarda, de educação, de auxílio e assistência, de representação e de administração. de pessoas separadas ou divorciadas, o exercício do poder paternal tem que ser disciplinado e deverá ser fixado, mesmo existindo acordo entre ambos os pais, tudo em obediência ao superior interesse do menor e de modo a que seja possível proporcionar-lhe um 20 O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 CONVIDADA Sendo as responsabilidades parentais exercidas conjuntamente por ambos os pais, a lei permite que venha a ser estabelecido um acordo ou tomada decisão judicial que passe pela fixação da residência do filho menor junto de um dos pais (em que o menor fica a residir em casa de um dos pais e ao outro assiste o direito de visitar e permanecer com o menor apenas aos fins-de-semana, em período de férias) ou pela fixação da residência alternada (em que o menor fica a residir com cada um dos pais durante um período temporal, anual, semestral, mensal, quinzenal). O exercício conjunto das responsabilidades parentais com residência alternada não se pode confundir com a chamada guarda alternada (no período de tempo em que o menor fica confiado a um dos pais este exerce em exclusivo o poder paternal, sem interferência do outro). Nos dias que correm, por força da crise por que atravessa o nosso País e que afeta inúmeras famílias, a fixação de um regime de exercício das responsabilidades parentais com residência alternada está a ser cada vez mais implementada nos acordos e nas recusada, seja pelo Ministério Público seja pelo Juiz. O princípio norteador na tomada destas decisões, seja pelos pais, seja pelo Ministério Público e pelo Juiz que tenham que se pronunciar acerca do exercício das responsabilidades parentais deverá ser sempre o do superior interesse do filho menor. Ou seja, não se trata de atender ao que o pai quer, ao que a mãe quer ou ao que o filho menor quer, mas de atender ao que é necessário para que o filho menor tenha um crescimento e desenvolvimento saudáveis e harmoniosos, o que é possível apurar mediante provas que venham a ser consideradas necessárias para o efeito, nomeadamente através de inquéritos e exames médico-psicológicos. (...) mesmo existindo um bom entendimento entre os pais, o efeito traumático decorrente de todas estas mudanças e alterações na vida do menor pode verificar-se (...) decisões judiciais tomadas mas é de salientar que este regime de residência alternada pressupõe, entre outros requisitos, que exista um bom entendimento entre ambos os pais do menor, pois que exige por parte dos pais uma cooperação constante, na medida em que todas as decisões relativas ao menor continuam a ser tomadas conjuntamente. No entanto, mesmo existindo um bom entendimento entre os pais, o efeito traumático decorrente de todas estas mudanças e alterações na vida do menor pode verificar-se e por isso tal solução pode vir a mostrar-se nefasta ao interesse da criança e vir a ser O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 21 OPINIÃO José Tavares Advogado do SPP/PSP O drama de viver longe da família D esde sempre, este é um dos temas mais ingratos na PSP. Quem incorpora na polícia já sabe de antemão que vai viver uns anos largos afastado da família. Um jovem que se candidate à PSP, já sabe que vai ter de trabalhar muito tempo previsivelmente ou no Comando do Porto ou no de Lisboa. Naturalmente, que estes são os grandes centros metropolitanos do país. Parece uma inevitabilidade. Realmente em tempos de crise, a PSP, enquanto instituição, devia promover uma incrementação de verdadeiros polos – habitações condignas e baratas para esses seus efetivos. Trata-se de um investimento com ganho garantido absolutamente evidente e necessário. Um jovem de Beja, Viana do Castelo ou Viseu, colocado em início de carreira em Lisboa ou no Porto, devia ter à sua disposição uma habitação condigna sem custo para o exercício da sua atividade. O estado é proprietário de dezenas de milhares de imóveis sem lhes dar qualquer uso, alguns deles completamente devolutos (isto sem falar dos quartéis e todo o tipo de instalações militares – milhares de camas ao abandono). Isto é um facto público e notório. As chefias da PSP, (os lá de cima) deviam prestar contas relativamente a esta situação que parece perfeitamente indigna no século XXI. Um elemento policial, desterrado em Lisboa, em início de carreira, com os custos de habitação, e deslocações, pouco mais consegue do que alimentar-se. Isto é inacreditável e é um problema real que pode e deve ser resolvido. Outro problema, para mim de mais difícil resolução, mas de imperiosa regulamentação legal clara e inequívoca, prende-se com os diferentes instrumentos de mobilidade interna da PSP. O art. 66.º do Estatuto prevê várias modalidades, a colocação por oferecimento, a colocação por nomeação em categoria superior; a colocação por con- 22 vite; a colocação por conveniência de serviço; a colocação a título excepcional. Falo-vos somente desta última. Artigo 71.º Colocação a título excepcional 1 - A colocação a título excepcional consiste na colocação temporária num comando territorial para desempenho de funções na mesma categoria, por motivos de saúde do próprio, do cônjuge ou da pessoa que com ele viva em união de facto, descendentes e ascendentes a cargo ou reagrupamento familiar no caso de ambos os cônjugesserem elementos policiais. 2 - A colocação a título excepcional é casuisticamente ponderada e concedida por períodos de três meses a um ano, extinguindo -se o direito à colocação com a cessação dos seus pressupostos. Esta colocação é temporária. Visa atender a situações de urgência por motivos de saúde do requerente ou seus familiares diretos. A transferência a título excecional é casuisticamente fundamentada. Aqui é que reside o busílis da questão. Asseguro-vos que depois dos processos disciplinares e judiciais, esta é a matéria mais controvertida e trabalhada por mim. Faço um ponto prévio. Se existem assuntos e matérias, nas quais as chefias e as cúpulas da PSP, podiam e deviam fazer muito melhor na prossecução dos interesses dos polícias e se existem (…), este é, por certo, um dos problemas em que não falta boa vontade. Quase sempre, na esmagadora maioria existe deferimento das unidades de destino e de origem em ordem à efetivação da transferência. Também entendo que pelo menos nesta matéria é seguramente impossível à DN prover a todos. Se a maioria dos pedidos de transferência a título excecional, que me chegam às mãos, não se enquadram no seu parâmetro legal, por serem quase sempre motivações económicas “salpicadas” por complicações familiares e humanas, que infelizmente afetam todos, outras há de verdadeiro interesse público. Situações verdadeiramente trágicas que não são salvaguardadas. E outras talvez menos gravosas que são atendidas. Não há maneira de reagir a esta injustiça, uma vez que o poder discricionário da PSP, neste particular é evidente. Os agentes que veem os seus pedidos recusados, tendo a sua vaga sido ocupada por colegas deveriam, a coberto do sigilo profissional, pelo menos ter acesso aos procedimentos dos colegas, em ordem a clarificar o quadro legal, todo ele muito nebuloso. O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 CASOS DE JUSTIÇA "O Palhaço" Alexandre Zagalo Jurista do SPP-PSP E m Portugal faz-se demasiada Política nos Tribunais, os processos judiciais, sobretudo os criminais, são usados como armas de arremesso na luta e nas guerrilhas políticas. Um ilustre comentarista da nossa praça apelidou publicamente, recentemente, o Sr. Prof. Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa, eleito democraticamente em eleições livres, de “palhaço”. De imediato vozes se levantaram de que estaríamos diante da prática de um crime de ofensa à honra de um órgão de soberania. Não temos dúvidas de que esta expressão revela falta de educação, é, até, muito deselegante, sobretudo porque foi proferida por um consagrado escritor português, mas, na verdade, estamos muito longe de alvitrar que existe objetivamente e subjetivamente um crime. O exercício de cargos políticos implica um alargamento substancial do perímetro da proteção jurídica da reserva da vida privada e do direito ao bom nome. 24 Obviamente que não me revejo no uso desta expressão infeliz utilizada por aquele comentarista, mas, embora não concordando com ele, combato frontalmente qualquer tentativa de o silenciar na sua liberdade de expressão através da ameaça de um procedimento criminal. É certo que os Tribunais não servem só para condenar os culpados mas também para absolver os inocentes, sendo que, muitas vezes, só nos podemos defender quando sabemos daquilo que nos acusam, isto porque o pior que pode acontecer é viver-se com a ameaça de um processo-crime que visa instalar nos visados um sentimento de medo e condená-los sem qualquer contraditório na praça pública. Chegados aqui, aproveito o ensejo para me congratular com a integração imediata nos quadros da PSP de um destacado dirigente do SPP, António Ramos, este ano, que foi vítima de uma tremenda injustiça ao longo de mais sete anos. Mas não deixar de lamentar que o mesmo ainda não tenha aconte- cido com outro destacado dirigente sindical, António Cartaxo. Ao que julgo saber, nem um nem outro ousaram chamar “palhaço” a ninguém e foram aposentados compulsivamente pelo facto de na sua atividade sindical terem exercido o direito de liberdade de expressão relativamente ao primeiro-ministro do governo anterior, José Sócrates, agora preso por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, no Estabelecimento Prisional de Évora, e do então diretor nacional da PSP. As expressões usadas por aqueles sindicalistas não foram sequer objeto de um qualquer processo-crime que permitisse provar a sua inocência. Mas o certo é que foram afastados de funções e ainda hoje lutam para que lhes seja feita a devida justiça. PUBLICIDADE O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 PRAZER & LAZER Delegação de Braga festeja Natal em Guimarães A delegação de Braga do SPP vai realizar, mais uma vez, a sua Festa de Natal, no próximo dia 18 de Dezembro de 2014, nas instalações gentilmente cedidas pelo Seminário Missionário Verbo Divino, em Guimarães, e onde não irá faltar a habitual entrega de presentes às crianças presentes e um lanche de convívio, no restaurante daquela instituição religiosa, entre dirigentes e delegados da enorme família que é o SPP-PSP. Pontos altos do convívio serão a atuação do Grupo de Teatro Osmusiké e dos palhaços Tremidinho e Catatau. O evento irá culminar com a chegada do Pai Natal ao Seminário. Que este Natal e Ano Novo sejam mais do que confraternizações porque todos os momentos, em especial este novo ano, deverão ser iluminados, abençoados e que os 365 dias, sejam vividos na sua totalidade. Já que Natal significa nascer, nasçamos então dia 25, para que os doze vinte e cinco vindouros, sejam a busca da paz, conquista, compreensão, reflexão, prosperidade. Feliz Natal e Ano Novo! Magusto em Belas N o final do mês de Novembro a Delegação de Sintra do SPP-PSP promoveu um convívio entre todos os polícias no pavilhão do Rancho Folclórico de Belas, onde não faltou animação através de um DJ e se promoveu a prática desportiva, com a realização de diversos jogos tradicionais, como o jogo da malha, da corda e sueca. No final houve 26 oportunidade para todos retemperarem as forças com um lanche. “O importante foi o convívio. Os polícias trabalham 24 sobre 24 horas e raramente têm tempo de estar com as suas famílias. Este evento permitiu juntar em Belas diversos casais e os respetivos filhos. Contamos repetir o evento no próximo ano”, explicou Carlos Andrade, dirigente do SPP-PSP em Sintra. O POLÍCIA N.º 47 DEZ. 2014 PASSATEMPOS Anedotas Até o Pai Natal gosta de sorrir: Oh! Oh! Oh! A Loira e o Pai Natal Sudoku Uma loira telefona para o Pai Natal: - Eu queria falar com o Pai Natal. - É o próprio. - Senhor Próprio, podia chamar o Pai Natal? Reis Magos O que se teria passado, se, em vez de três Reis Magos, tivessem sido três Rainhas Magas? - Teriam perguntado como chegar ao local e teriam chegado a horas. - Teriam ajudado no parto e deixado o estábulo a brilhar. - Teriam ainda preparado uma panela de comida e teriam trazido ofertas mais práticas. A palavra Sudoku significa “número sozinho” em japonês, o que Mas quais teriam sido os seus comentários ao partirem? - Viste as sandálias que a Maria usava com aquela túnica? - O menino não se parece nada com o José! - Virgem! Pois está bem! Já a conheço desde o liceu! - Como é que é possível que tenha todos esses animais imundos a viver dentro de casa? - Disseram-me que o José está desempregado! - Queres apostar em como não te devolvem a panela? mostra exactamente o objectivo do jogo. O Sudoku existe desde a década de 70, mas começou a ganhar popularidade no final de 2004 quando começou a ser publicado diariamente na sessão de Puzzles do jornal The Times. Entre Abril e Maio de 2005 o puzzle começou a ganhar um espaço na publicação de outros jornais Britânicos e, poucos meses depois, ganhou popularidade mundial. Fonte: wikipedia.org Solução Carta a Jesus Caro Menino Jesus, Fui informado pela Bíblia que você tem o dom de estar em todo o lado ao mesmo tempo. Ora, eu estive a pensar e isso significa que também está sempre na minha casa, no meu escritório, no meu barco e em todos os meus automóveis. Portanto, segundo o Código Civil, você deve-me 2000 anos de renda. Tem até dia 31 de Dezembro para saldar a dívida. E olhe que eu sou muito rigoroso com os prazos de pagamento. Sem outro assunto, pague o que deve! Presépio partido Visite-nos em: Estavam uns garotos a brincar no pátio da igrejas por alturas do Natal. Até que um deles sem querer esbarra num dos bonecos do presépio e parte-o. Passado um bocado chega o padre: - Quem é que partiu o pastor? Todos ficam muito calados até que depois de muita insistência o culpado se acusa. - Então tens de pagar o estrago. - Eu não tenho dinheiro senhor padre. - Então paga o teu pai. - Eu não tenho pai. - Paga a tua mãe! - Também não tenho mãe... - Então não tens ninguém? És sozinho no mundo? - Não! Eu tenho uma irmã mais velha. - Pronto paga ela. - Ela também não pode pagar, não tem dinheiro. É freira. - Não se diz freira; diz-se esposa de Cristo. - Ah, então o meu cunhado que pague!... www.spp-psp.pt 30 O POLÍCIA N.º 47 DEZ 2014 Feliz Natal e Próspero Ano Novo! Época natalícia: as palavras são as mesmas de sempre, porém os sentimentos e a sinceridade são sempre renovados e crescentes, pois é uma honra para “o Polícia” e para o SPP-PSP tê-los a todos como sócios, anunciantes e leitores. Que todos sejamos capazes de manter bem viva a esperança no futuro e, mesmo que se percam outras coisas ao longo do tempo, consigamos conservar esta época do ano como algo brilhante.