AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES ATA DA 146ª REUNIÃO DO CONSELHO CONSULTIVO REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA Aos quinze dias do mês de fevereiro do ano dois mil e onze, às dez horas, na sede da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, em Brasília, realizou-se a centésima quadragésima sexta Reunião do Conselho Consultivo da Anatel (Reunião Extraordinária), com a presença do Presidente do Conselho Consultivo, Walter José Faiad de Moura, e dos membros Bernardo Felipe Estellita Lins, Cláudio Marcelo Siena, Édio Henrique de Almeida José e Azevedo, Israel Fernando de Carvalho Bayma, José Zunga Alves de Lima, Luiz Francisco Tenório Perrone e Vandenbergue dos Santos Sobreira Machado. Justificaram a ausência à reunião os membros Alfredo Horácio Ferrari Martin e Roberto Augusto Castellanos Pfeiffer. Além dos membros do Conselho Consultivo, estavam presentes na reunião o Superintendente de Universalização, José Gonçalves Neto, o Gerente-geral de Planejamento e Contratação de Obrigações, da Superintendência de Universalização, Ricardo Toshio Itonaga, a servidora Lila Paula de Sousa Ganzer, a Gerente-geral de Competição, da Superintendência de Serviços Públicos, Paula Fontelles do Valle, a Gerente de Defesa da Competição, da Superintendência de Serviços Públicos, Elaine Valente Aragão Maia, o representante da Portugal Telecom, Shakhaf Wine, o representante da Oi, Paulo Mattos, o DiretorExecutivo do Sinditelebrasil, Eduardo Levy Cardoso Moreira, e a Secretária do Conselho Consultivo, Cristina Coutinho Moreira. O Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura deu abertura à reunião e apresentou a seguinte pauta: 1) Abertura pelo Presidente do Conselho Consultivo; 2) Plano Geral de Metas para Universalização – PGMU III – pré-indicação de Relator; 3) Portugal Telecom e Oi – informações sobre a Anuência Prévia para operação de aquisição de ações da Telemar pela Portugal Telecom; Convidados: Representante da Oi, Representante da Portugal Telecom e Representante da SPB; 4) Fust – competência do CC para opinar sobre implementação e gestão dos fundos referentes a telecomunicações previstos em lei. Convidados: Representante da SAD, Representante da SUN, Representante do Ministério da Fazenda e Representante do MPOG; e, 5) Outros assuntos. Em seguida, registrou que, juntamente com os Conselheiros Israel Fernando de Carvalho Bayma e Luiz Francisco Tenório Perrone, esteve presente em uma reunião realizada no estado do Maranhão, que tratou sobre a qualidade dos serviços de telecomunicações. Informou que representou o Conselho Consultivo no evento de inauguração da banda larga conectada na cidade de Manaus/AM, organizado pela empresa Oi. Acrescentou que o Conselheiro Luiz Francisco Tenório Perrone também esteve presente nesse evento, representando a empresa Oi, o qual contou com a participação do governo da Venezuela e dos governos federal, estadual e local. Passando ao item 3 da pauta, afirmou que, desde dois mil e oito, o Conselho Consultivo tem ouvido as empresas envolvidas em movimentações financeiras sobre as características gerais, planos de ação a curto e médios prazos e repercussões para a sociedade. Logo após, concedeu a palavra à Gerente-geral de Competição, da Superintendência de Serviços Públicos, Paula Fontelles do Valle, a qual cumprimentou a todos e passou a prestar esclarecimentos sobre a anuência prévia para operação de aquisição de ações da Oi pela Portugal Telecom. Informou que esse processo deu entrada na Agência em treze de agosto de dois mil e dez e tem como objeto a entrada de um novo acionista no bloco de controle da empresa Telemar. Enfatizou que a operação estava condicionada à anuência prévia da Anatel e à retirada de participação da Portugal Telecom na Brasilcel, empresa, à época, controladora da Vivo. Destacou que, em 28 de julho de 2010, foi publicado o seguinte fato relevante: “...AG Telecom Participações S.A. (“AG”) e LF Tel S.A. (“LF”), acionistas integrantes do grupo de controle da Telemar Participações S.A., com a interveniência de Tmarpart, TNL e TMAR, celebraram com Portugal Telecom, SGPS, S.A. (“Portugal Telecom”) um termo de intenções (“Termsheet”) tendo por objetivo determinar as bases e os princípios que fundamentarão a negociação de uma eventual aliança industrial entre a Portugal Telecom e a TmarPart e suas controladas (“Empresas OI”)...”. Informou que estava prevista no termo de intenções celebrado por acionistas da Oi e pela Portugal Telecom uma cláusula de condição suspensiva da eficácia da operação até a aprovação desta pela Anatel, atendendo, assim, à regulamentação e à lei. Salientou que a anuência prévia da operação Portugal Telecom/Oi foi concedida por meio do Ato n.º 7.378, de 10 de novembro de 2010, ficando condicionada à quitação, por parte das empresas envolvidas, das taxas relativas ao Fundo de Fiscalização das Telecomunicações – Fistel e de multas administrativas. Comentou que o acordo aprovado pelo Conselho Diretor contemplou as seguintes operações: “a) aquisição pela Portugal Telecom de participação societária minoritária na AG e na LF (35% do capital de cada empresa); b) aquisições de participações societárias diretas na Tmarpart: 10% do capital social, adquirido do BNDES e dos fundos; c) aumento de capital social da Tmarpart: até R$ 4,24 bilhões (subscrito pela Portugal Telecom e outros acionistas, mantendo a Portugal Telecom a participação de 10% na Tmarpart); d) aumento de capital na TNL: aproximadamente R$12 bilhões, subscrito pela Tmarpart e demais acionistas da TNL ao exercerem o direito de preferência, sendo que a Portugal Telecom pode adquirir sobras até R$ 2,0 bilhões; e, e) aumento de capital na Oi/TMAR: aproximadamente R$12 bilhões, subscrito pela TNL e demais acionistas da Oi/TMAR ao exercerem seu direito de preferência, sendo que a Portugal Telecom pode adquirir sobras até R$ 1,7 bilhões”. Realçou que, com a concretização dessas operações, a Portugal Telecom contará com 23% das ações da Telemar. Observou que, com a aquisição de cerca de 10% da participação acionária na Telemar Participações S/A, a Portugal Telecom passou a ser signatária do acordo de acionistas da Telemar Participações S/A. Acrescentou que, a partir desse momento, a Portugal Telecom passa a ter os seguintes direitos: a) indicação de administradores executivos e diretores executivos, sendo um membro do Conselho de Administração da Tmarpart e seu respectivo suplente, um diretor da Tmarpart e dois membros efetivos do Conselho de Administração da TNL; b) participação nos diversos comitês formados ou que venham a ser formados para assessoramento do Conselho de Administração nas controladas relevantes da Tmarpart; e, c) veto na determinação dos votos da AG e LF mas reuniões prévias. Explicou que, com a posse desses direitos, a Portugal Telecom equipara-se a controlador e ocorre uma alteração do poder de mando na empresa Telemar. Ressaltou que a área técnica da Anatel, ao verificar que estavam sendo cumpridas todas as condições previstas, encaminhou para o Conselho Diretor um informe sugerindo a aprovação da anuência prévia em tela. Argumentou que o ingresso de um novo sócio, fazendo um aporte significativo de recursos, pode garantir a expansão da Telemar e a melhoria do seu atendimento aos usuários. Frisou que, após a aprovação da anuência prévia, as empresas envolvidas na operação buscaram o Poder Judiciário com o intuito de suspender a execução das multas. Acrescentou que tal pedido foi concedido em três ações judiciais, nos dias 23 de dezembro de 2010, 19 e 21 de janeiro de 2011, tendo em vista que as empresas depositaram em juízo os valores correspondentes às multas aplicadas pela Anatel em sede de PADO(s). Informou que o Poder Judiciário está verificando se os valores pagos pelas empresas estão corretos. Salientou que, em 25 de janeiro de 2011, as requerentes celebraram os primeiros instrumentos contratuais necessários à implementação das operações. Salientou que a Anatel já está tomando providências para dar cumprimento à medida judicial que determina a suspensão da executoriedade das multas administrativas. Enfatizou que a operação não representa risco à ordem econômica, pois se trata apenas de entrada de novo agente, sem participação em outras empresas de telecomunicações no Brasil – a operação foi condicionada à saída da Portugal Telecom da Vivo, a qual ocorreu em setembro do ano anterior. Lembrou que, em termos de manutenção de serviço, a operação pode trazer aportes de capital significativos para a concessão e destacou que a Anatel fiscalizará se haverá melhoria na prestação do serviço. Abordou que a operação foi tempestiva e, portanto, respeitou a prerrogativa da Anatel de analisar previamente a entrada desse novo acionista. Concluiu que o Conselho Diretor acatou a proposta da área técnica de aprovar a concessão dessa anuência prévia. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura passou a palavra para o representante da Portugal Telecom, Shakhaf Wine, o qual saudou a todos e informou que a operação foi pré-anunciada no ano passado, efetivada com a assinatura dos contratos definitivos em 25 de janeiro de 2011, e tem previsão para ser completada em 15 de março deste ano. Realçou que a Portugal Telecom está presente no Brasil desde 1997 e tinha como principal aposta a Vivo, posto que havia firmado uma sociedade com a Telefônica. Acrescentou que essa sociedade, no entanto, foi desfeita com um acerto financeiro entre as partes, o que, segundo ele, não foi reflexo de uma falta de entusiasmo ou comprometimento da Portugal Telecom com o Brasil. Emendou que, simultaneamente com o anúncio de acordo de venda e de saída da Vivo, a Portugal Telecom publicou um memorando bastante detalhado sobre o seu ingresso no grupo de controle da Oi. Enfatizou que foram investidos mais de oito milhões de reais com a visão de fortalecer a capacidade de investimento e competição das empresas do grupo Oi. Frisou que a Portugal Telecom ingressa no capital da Oi com a captação direta e indireta de pouco mais de 22%. Apontou que a Oi também tem intenção de ingressar no capital da Portugal Telecom, fortalecendo, assim, os laços de uma parceria sólida, estável e que cria o maior grupo de telecomunicações de língua portuguesa. Destacou que a Portugal Telecom tem investido muito na convergência fixo/móvel e na banda larga fixa e móvel. Comentou que, em Portugal, foi desenvolvido um programa em que as empresas não pagavam pelas licenças de 3G, mas, em contrapartida, forneciam o serviço de banda larga para as escolas públicas. Comentou que a Portugal Telecom também ingressou no mercado de TV por assinatura e já possui uma cota de mercado de mais de 30%. Acrescentou que a empresa acabou de ganhar um prêmio de melhor projeto de fibra óptica na Europa. Asseverou que o desenvolvimento da Oi atende às necessidades dos seus consumidores e da sociedade em geral. Ressaltou que é necessário criar condições para que o preço da banda larga chegue à população em níveis compatíveis com o seu poder aquisitivo e também para que haja retorno empresarial que compense esse investimento. Em seguida, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura concedeu a palavra ao representante da Oi, Paulo Mattos, o qual afirmou que a operação que envolveu a Portugal Telecom e a Oi fortaleceu o grupo financeiramente e competitivamente. Acrescentou que tal operação representa uma oportunidade de internacionalização do grupo Oi, especialmente nos países de língua portuguesa onde a Portugal Telecom já atua. Destacou que o detalhamento das obrigações e condições nos contratos definitivos não alteram as linhas gerais do termo de intenções, que permitiu a análise da Anatel sobre a anuência prévia. Informou que, adicionalmente, foram protocolados os acordos de acionistas, nos quais a Portugal Telecom aderiu às regras vigentes desde a reestruturação da Telemar. Frisou que o grupo apresentou todos os documentos relativos à regularização fiscal perante o Fistel e realizou pagamentos referentes aos Pados transitados em julgado. Enfatizou que o processo relativo ao ato de concentração também será analisado no âmbito da legislação de defesa da concorrência. Asseverou que a operação não provocou nenhum impacto concorrencial e que não houve qualquer tipo de medida acautelatória por parte da Anatel ou do Cade. Destacou que em 25 de janeiro do presente ano foram previstas as seguintes etapas: aquisição pela Portugal Telecom de ações de emissão da Telemar Participações, aumento de capital na Telemar Participações, entrada da Portugal Telecom nos acordos dos acionistas, aumento de capital na TNL e na TMAR e aquisição pela Portugal Telecom de participação na AG Telecom e na LF Tel. Acrescentou que ainda remanescem as etapas que envolvem operações em bolsas e a conclusão das reduções para pagamento definitivo da participação adquirida por meio dos contratos assinados. Observou que a operação é definitiva em relação aos contratos já constituídos e que os aumentos de capital posteriores poderão elevar a participação da Portugal Telecom no capital total da companhia para 22,4%. Salientou que, após a transação, a Portugal Telecom adquirirá 35% do capital das empresas AG e LF Tel, as quais permanecerão, cada uma, com 19,4% do capital da companhia. Emendou que a Fundação Atlântico continuará com 11,5% do capital da companhia e que o bloco composto por BNDES e Fundos de Pensão reduzirá a sua participação de 49,9% para 37,7%. Enfatizou que a Portugal Telecom, ao adquirir participações do BNDES, da Previ, da Petros e da Funcef, passará a ter 12,1% do capital da companhia. Comentou que os aumentos de capital que ocorrerão na Tele Norte Leste Participações e na Telemar Norte Leste poderão chegar até doze bilhões de reais. Quanto ao BNDES e aos fundos de pensão, ressaltou que, apesar da redução de participação acionária no bloco, permanecerão com os mesmos direitos. Afirmou que foram apresentados documentos que comprovam a regularização da companhia perante o Funttel e considerou que as informações apresentadas, referentes ao ato de concentração, são suficientes para as análises da Anatel e do Cade. Destacou que a Portugal Telecom alienou a sua participação na empresa UOL e que, na operação envolvendo Oi e Portugal Telecom, não ocorre cruzamento de capital com outras empresas de telecomunicações ou de internet. Asseverou que os empregos das empresas envolvidas na operação não estão ameaçados, pois não há sobreposição de funções ou atividades. Frisou que a operação é benéfica para o consumidor, pois fomentará a competição e trará diversificação de atividades. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura concedeu a palavra ao Conselheiro Bernardo Felipe Estellita Lins, o qual perguntou se a entrada da Portugal Telecom no rol de acionistas da Oi faria com que o grupo operasse de forma mais intensa em locais não pertencentes às áreas originais de concessão. Indagou ainda se os investimentos em telefonia fixa, telefonia móvel e banda larga sofrerão modificações em razão da entrada da Portugal Telecom. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura franqueou a palavra ao representante da Portugal Telecom, Shakhaf Wine, o qual declarou que, quando foi negociada a parceria estratégica, também foram negociados contratos, acordo, preço, direitos e apoio dos acionistas. Considerou que a entrada da Portugal Telecom no grupo Oi não alterará o rumo da companhia, mas acelerará a trajetória traçada pela empresa. Ressaltou que a companhia buscará a convergência de produtos e serviços para atender mais consumidores. Salientou que o serviço de TV por assinatura ainda tem baixa penetração no Brasil e depende de mudanças regulatórias. Em seguida, o Conselheiro Bernardo Felipe Estellita Lins perguntou se a aprovação do PLC 116, que se encontra no Senado, é um componente crucial para a companhia. Logo após, o representante da Oi, Paulo Mattos, respondeu que a aprovação do PLC 116 seria um desfecho de um processo maduro no Congresso Nacional e na Anatel. Destacou que a Agência, na audiência pública de aprovação da revisão do contrato de concessão, retirou a cláusula que estabelecia uma vedação para empresas das concessionárias participarem do capital de empresas com autorizações de TV a cabo. Acrescentou que a Anatel vem sinalizando uma mudança no mercado de TV por assinatura, a fim de possibilitar aumento de investimentos e da concorrência e diversificação de serviços para o consumidor. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura passou a palavra para o Conselheiro Cláudio Marcelo Siena, o qual cumprimentou a todos e questionou se a companhia já definiu alguma região da sua área de atuação para iniciar o aporte de recursos financeiros e tecnológicos. Em seguida, o representante da Portugal Telecom, Shakhaf Wine, frisou que foram assinados contratos definitivos que obrigam parte a parte, os quais estão condicionados a alguns eventos, sobretudo à conclusão do aumento de capital. Ressaltou que a Portugal Telecom será considerada sócia quando ocorrer a conclusão das operações, que está prevista para o final de março do corrente ano. Afirmou que, até a assinatura dos contratos, houve uma distância entre a Portugal Telecom e as empresas operacionais. Explicou que, atualmente, ocorre um momento de sincronia das equipes operacionais e determinação de onde se deve começar. Informou que os recursos serão destinados às empresas TNL e TMAR e utilizados para investimento geral e quitação de dívidas. Enfatizou que a Portugal Telecom possui um produto de TV por assinatura que inclui funcionalidades avançadas e um produto de DTH de abrangência nacional. Comentou que a Portugal Telecom tem mais de um milhão de cabos de fibra óptica no território português e possui conhecimento técnico do assunto para compartilhar com o grupo Oi. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura concedeu a palavra ao Conselheiro Vandenbergue dos Santos Sobreira Machado, o qual saudou a todos e pediu maior detalhamento do mérito da operação. Em sequência, a Gerente-geral de Competição, da Superintendência de Serviços Públicos, Paula Fontelles do Valle, realçou que o primeiro ponto observado na anuência prévia foi a continuidade dos serviços, tendo em vista que um dos integrantes do grupo é concessionário do Serviço Telefônico Fixo Comutado. Abordou que a Agência também avalia, na anuência prévia, a estrutura da competição no setor, verificando se há concentração econômica relevante do ponto de vista da Resolução n.º 101/2009 da Anatel e da Lei n.º 8.884/1994. Ressaltou que, no caso específico da Oi e da Portugal Telecom, o novo controlador entrante é um novo acionista. Explicou que, quando foi anuída pela Anatel a saída da Portugal Telecom da Brasilcel, deixou de existir a possibilidade de participação cruzada. Destacou que foi verificado que a entrada da Portugal Telecom seria importante para a expansão do STFC. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura perguntou qual o valor absoluto dos depósitos feitos em sede de Pados transitados em julgado e qual o valor do passivo dos Pados. Em seguida, a Gerente de Defesa da Competição, da Superintendência de Serviços Públicos, Elaine Valente Aragão Maia, respondeu que o valor depositado judicialmente, correspondente a três cautelares, é da ordem de duzentos e vinte e oito milhões de reais e que o valor do passivo dos Pados está sendo apurado. Retomando a palavra, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura indagou se a Portugal Telecom pretende realizar a migração das práticas de boa conduta, especificamente em matéria de clareza contratual. Logo após, franqueou a palavra ao representante da Portugal Telecom, Shakhaf Wine, o qual afirmou que sempre que possível a Portugal Telecom adotará a boa conduta. Destacou que o respeito ao consumidor e a boa prestação do serviço são fatores que determinam o sucesso de uma empresa. Elogiou a medida tomada pela Oi de permitir que o consumidor continue usufruindo do serviço, mesmo sem adquirir o aparelho da operadora. Lembrou que as prestações específicas de serviços devem estar de acordo com as condições regulatórias, legais e operacionais, que variam de mercado para mercado. Frisou que a Portugal Telecom espera ter certeza de que as regras de proteção ao consumidor, utilizadas na Europa, podem ser aplicadas no Brasil. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura passou a palavra para o representante da Oi, Paulo Mattos, o qual enfatizou que os desafios que provoquem a melhoria do relacionamento da empresa com o consumidor são sempre bem-vindos. Salientou que a Oi foi a primeira empresa a realizar a integração entre todos os serviços e que a entrada da Portugal Telecom permitirá a melhoria dessa integração. Informou que está em curso na companhia o Projeto Transformação, que visa melhorar a experiência do consumidor em relação ao consumo de pacotes de serviços. Quanto aos contratos de serviços, observou que sempre é possível aprimorá-los e destacou que a companhia depende do diálogo permanente com o órgão regulador para que possa cumprir as regras estabelecidas. Em seguida, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura ressaltou que a Anatel está discutindo a questão dos índices de satisfação e reconheceu a burocracia do marco regulatório no Brasil. Elencou como desafio para as empresas a adoção das práticas de boa conduta nos contratos de serviços. Passando ao item 4 da pauta, argumentou que os recursos do Fust até hoje praticamente não foram utilizados. Logo após, concedeu a palavra ao Superintendente de Universalização José Gonçalves Neto, o qual cumprimentou a todos e destacou que o Fust é uma grande preocupação da Superintendência de Universalização. Em sequência, transferiu a palavra para a servidora Lila Paula de Sousa Ganzer, a qual saudou a todos e frisou que o Fust é um instrumento previsto na Lei Geral de Telecomunicações e serve de complemento para o Plano Geral de Metas para a Universalização. Acrescentou que o Fust foi instituído pela Lei n.º 9.998, de 17 de agosto de 2000, com o objetivo de cobrir a parcela de custos não recuperável pela exploração eficiente do serviço. Informou que o Fust já arrecadou mais de nove bilhões de reais e que esses recursos são utilizados na implementação de programas, projetos e atividades prestados em regime público. Esclareceu que o Ministério das Comunicações formula a política e define diretrizes gerais do Fust e que a Anatel tem a competência de implementar, acompanhar e fiscalizar os projetos definidos com os recursos do referido Fundo. Destacou que cabe ao Conselho Consultivo opinar sobre a implementação e gestão dos fundos referentes a telecomunicações. Salientou que, em dois mil e oito, o Ministério das Comunicações publicou a Portaria n.º 273, que estabelece o trâmite de seleção de projetos, de consultas públicas e de avaliação de propostas. Informou que o primeiro projeto a utilizar recursos do Fust foi o Plano de Metas para Atendimento a Pessoas com Deficiência Auditiva, aprovado pelo Decreto n.º 6.039, de 7 de fevereiro de 2007. Acrescentou que, por meio deste Plano, as instituições elegíveis tiveram direito a acesso individual, concessão da assinatura básica e terminais de telecomunicações para surdos. Relatou que, de um universo de duzentas e dezoito instituições, noventa e uma delas aderiram ao projeto e estão sendo atendidas até hoje. Comentou que está em discussão o PMU II, que prevê atendimento a localidades com menos de cem habitantes. Abordou que a Portaria n.º 555 do Ministério das Comunicações prevê o atendimento com telefone público a cerca de nove mil localidades com menos de cem habitantes. Realçou que o Projeto de Lei n.º 1.481, de 2007, prevê algumas alterações na aplicação dos recursos do Fust. Esclareceu que esse projeto de lei prevê a possibilidade de serem financiados outros projetos no regime público e no regime privado e o atendimento com banda larga a todas as escolas rurais até dois mil e treze. Afirmou que o referido projeto de lei mantém o Ministério das Comunicações como formulador de políticas públicas e a Anatel como gestora do Fust. Destacou que, de acordo com o projeto de lei, não somente as concessionárias poderão implementar os projetos, e os recursos do Fust serão descentralizados para estados e municípios, abrindo a possibilidade de serem feitos convênios e termos de cooperação. Em seguida, o Gerente-geral de Planejamento e Contratação de Obrigações, da Superintendência de Universalização, Ricardo Toshio Itonaga, cumprimentou a todos, lembrou que só há dois projetos com recursos do Fust em andamento e elencou como dificuldade o fato de a implementação de projetos estar limitada à telefonia fixa e às concessionárias. Logo após, a servidora Lila Paula de Sousa Ganzer informou que foram desembolsados em torno de cem mil reais com o Plano de Metas para Atendimento a Pessoas com Deficiência Auditiva. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura concedeu a palavra ao representante da Secretaria de Orçamento Federal do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, Cristiano Andrade, o qual saudou a todos e informou que supervisiona o orçamento do Ministério das Comunicações e do Ministério do Meio Ambiente. Ressaltou que o Ministério das Comunicações possui quatro unidades orçamentárias, quais sejam: administração direta, Anatel, Fust e Funttel. Expôs que o Fust, de 2003 a 2010, teve uma execução da ordem de oitocentos mil reais. Enfatizou que há problemas legais e operacionais que obstam a utilização dos recursos do Fust. Destacou que o limite de movimentação e empenho do Ministério das Comunicações teria que aumentar substancialmente para que pudessem ser incorporados os valores de receita do Fust. Informou que, no exercício de dois mil e onze, quase um bilhão e quatrocentos mil reais do Fust está indo para reserva de contingência. Acrescentou que, para o Projeto de Lei n.º 1.481/2007, foram destinados cinco milhões e oitocentos mil reais, mas observou que a execução do Fust, se houver, deve ficar em torno de um milhão de reais. Em seguida, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura franqueou a palavra ao representante da Secretaria de Logística e Tecnologia de Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Cristiano Heckert, o qual cumprimentou a todos e ressaltou a restrição fiscal enfrentada pelo governo este ano. Declarou que os entraves legais e operacionais para a utilização dos recursos do Fust precisam ser superados e que o Ministério do Planejamento está aberto a negociar os limites de movimentação do Ministério das Comunicações e da Anatel. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura passou a palavra para a servidora Lila Paula de Sousa Ganzer, a qual salientou que, em dois mil e sete, o Ministério das Comunicações realizou um trabalho, junto com outros ministérios, para identificar quais projetos na área de telecomunicações poderiam utilizar os recursos do Fust. Acrescentou que noventa por cento das demandas verificadas se referiam à inclusão digital, o que esbarrava numa questão legal. Destacou que, se for aprovado o Projeto de Lei n.º 1481/2007, será possível atender vários projetos identificados no diagnóstico realizado. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura concedeu a palavra ao Gerente de Arrecadação Antônio Carlos Valadares Peixoto, o qual declarou que, por meio do sistema SFust, as operadoras de serviços prestam suas declarações e geram boletos para pagamento do tributo. Informou que a Anatel também apura valores por meio de relatórios de fiscalização e que a Gerência de Arrecadação gera os créditos e verifica as empresas. Enfatizou que a Gerência de Arrecadação é gestora do SFust, procede às notificações e exerce o controle da arrecadação, verificando se a empresa fez a declaração e se o valor pago corresponde a um por cento da sua receita operacional bruta. Explicou que os recursos transferidos pela Secretaria do Tesouro Nacional também compõem a receita do Fust. Comentou que está sendo desenvolvido um sistema para remodelar o SFust, de forma a torná-lo mais claro. Realçou que a média de arrecadação do Fust por mês é de sessenta milhões de reais. Em seguida, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura franqueou a palavra ao representante da Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Cristiano Andrade, o qual lembrou que a licitação das freqüências do 3G também trouxe uma arrecadação bastante significativa para o Fust. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura passou a palavra para o Conselheiro Luiz Francisco Tenório Perrone, o qual ressaltou que qualquer empresa de telecomunicações paga 1% da sua receita bruta para o Fust e 0,5% da sua receita líquida para o Funttel. Salientou que já houve tentativas de utilização do Fust, uma delas com o objetivo de colocar informática nas escolas do Brasil por meio de circuito telefônico. Acrescentou que tal tentativa foi abortada por liminares interpostas por partidos políticos. Relatou que houve tentativas de utilização do Fust para a saúde e para a segurança pública, as quais também não tiveram êxito. Apontou que há um desânimo por parte das empresas de telecomunicações em contribuir para o Fust, pelo fato de os recursos desse Fundo não estarem sendo utilizados. Realçou que toda a sociedade é prejudicada com a não utilização do Fust e lembrou que em vários países existe um fundo social para desenvolvimento dos serviços de telecomunicações. Enfatizou que não há nenhuma restrição por parte das concessionárias quanto à utilização do Fust por todas as empresas de telecomunicações. Frisou que os legisladores devem se esforçar para modificar a Lei do Fust, a fim de permitir a utilização desse fundo de maneira clara pelas prestadoras de serviços de telecomunicações e a recuperação do maior valor possível das contribuições realizadas. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura concedeu a palavra ao Conselheiro Bernardo Felipe Estellita Lins, o qual perguntou se o Projeto de Lei n.º 1481/2007 é de autoria parlamentar ou do Poder Executivo. Em seguida, a servidora Lila Paula de Sousa Ganzer respondeu que o referido projeto de lei foi apresentado pelo Senador Aloizio Mercadante, encontra-se na Câmara dos Deputados e retornará para o Senado Federal. Retomando a palavra, o Conselheiro Bernardo Felipe Estellita Lins lembrou que o projeto de informatização das escolas tinha dois problemas sérios: um deles é que era um projeto de longo prazo e que precisava estar incluído no plano plurianual com discriminação orçamentária bastante precisa, o que não aconteceu; outro problema é que a licitação tornava uma empresa de telefonia fixa intermediária de compra, fornecimento e manutenção de equipamentos de informática. Destacou que a fonte de complicadores para a utilização do Fust é o descompasso existente entre os artigos 79 a 81 da Lei Geral de Telecomunicações, que dispõem que o Fust deve se destinar à parcela não recuperável das obrigações de universalização, e às pretensões da Lei n.º 9.998, de 17 de agosto de 2000. Defendeu que o Fust deve ser utilizado especificamente em projetos de telefonia e informou que foi veiculada na imprensa uma matéria que dizia que as empresas de telefonia fixa preferem fornecer um celular para um habitante da área rural a custear a chegada do sinal de telefonia fixa na sua residência. Comentou que o interesse do Estado é fazer com que uma infraestrutura permanente chegue a uma área geográfica do País. Salientou que os projetos custeados pelo Fust devem ser interessantes para as empresas, mas sobretudo para a infraestrutura do País. Observou que o governo está utilizando uma parte da receita do Fust para custear o projeto GESAC, coordenado pelo Ministério das Comunicações. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura franqueou a palavra ao Conselheiro Cláudio Marcelo Siena, o qual avaliou que o Fust não foi eficaz na sua proposta. Perguntou ao Senhor Cristiano Andrade de que se tratava o valor mencionado de oitocentos mil reais. Indagou qual é o procedimento para se utilizar os recursos do Fust e quais as mudanças previstas no Projeto de Lei n.º 1481/2007. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura passou a palavra para o Conselheiro Israel Fernando de Carvalho Bayma, o qual cumprimentou a todos e destacou que o Fust, o Fistel e o Funttel são fundos criados para desenvolver o setor de telecomunicações no País. Abordou que o Conselho Consultivo, ao apreciar os Relatórios Anuais da Anatel, tem sido informado sobre a forma de arrecadação e de aplicação dos recursos dos diversos fundos, sobre o contingenciamento financeiro e sobre os prejuízos causados ao exercício fiscalizatório da Agência, às vezes em detrimento de uma atuação mais firme em defesa dos consumidores. Informou que o Conselho Consultivo esteve recentemente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde recebeu de segmentos da população algumas informações sobre a qualidade dos serviços das telecomunicações e sobre a inexistência de alguns serviços de telecomunicações. Ressaltou que não há motivo para que as concessionárias invistam em locais em que a população não dispõe de renda para contratar o serviço. Acrescentou que, nesse caso, deveriam ser aplicados os recursos do Fust. Frisou que tais recursos, a exceção de cem mil reais, não foram efetivamente aplicados. Destacou que é preciso buscar uma solução para o uso do Fust e ponderou que este poderia custear o Plano Nacional de Banda Larga. Em seguida, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura concedeu a palavra ao Conselheiro Vandenbergue dos Santos Sobreira Machado, o qual observou que o Projeto de Lei n.º 1481/2007 foi apresentado no Senado Federal, encontra-se na Câmara dos Deputados, retornará ao Senado Federal e ainda será encaminhado para sanção do Presidente da República, que tem o poder de veto. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura enfatizou que atribuir o insucesso do Fust a uma amarra legal é um argumento muito frágil, pois o Brasil vive com uma grande inflação legislativa e se exige o mínimo de criatividade do gestor público. Perguntou qual é o entrave para se estabelecer a parcela de custo de não recuperável. Indagou qual é o banco de dados que contém informações sobre os projetos financiados pelo Fust e qual é o procedimento a ser seguido pelo cidadão para fazer propostas de utilização desse fundo. Questionou qual é a perspectiva de gastos futuros do Fust e qual valor de contribuição pode ser recuperado. Avaliou que, se o Fust não for utilizado, seria melhor extingui-lo e proporcionar ao consumidor uma redução de preços. Considerou que a mudança no Fust depende da união de todos os setores envolvidos em telecomunicações e não ocorrerá apenas com a alteração da lei. Em sequência, franqueou a palavra ao Conselheiro Israel Fernando de Carvalho Bayma, o qual perguntou por que os recursos do Fistel, que são muito mais volumosos que os recursos do Fust, não são efetivamente utilizados na fiscalização. Em seguida, o Conselheiro Luiz Francisco Tenório Perrone lembrou que o Fistel, inicialmente, foi destinado à manutenção da Anatel e que o governo, posteriormente, alterou a sua destinação. Destacou que o Fistel arrecadou trinta e dois bilhões de reais, o Fust, nove bilhões de reais, e o Funttel, três bilhões de reais. Acrescentou que a utilização desses três fundos não chega a sete por cento da soma das arrecadações. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura interrompeu a discussão do item 4, a fim de que fossem tratados o item 2 da pauta e uma sugestão de encaminhamento do Conselheiro Bernardo Felipe Estellita Lins. Informou que, para a pré-indicação do relator do PGMU III, havia as candidaturas dos Conselheiros Cláudio Marcelo Siena, Edio Henrique de Almeida José e Azevedo e Roberto Augusto Castellanos Pfeiffer, ausente a reunião. Em sequência, passou a palavra para o Conselheiro Bernardo Felipe Estellita Lins, o qual apontou que as negociações sobre o PGMU III estão muito intensas entre o Ministério das Comunicações, a Anatel e as operadoras. Sugeriu a criação de um grupo de trabalho para acompanhar esse processo de negociação e que a indicação do relator ocorra quando já houver alguma definição. Em seguida, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura designou os Conselheiros Cláudio Marcelo Siena, Édio Henrique de Almeida José e Azevedo e Roberto Augusto Castellanos Pfeiffer para comporem o grupo de trabalho sobre o PGMU III. Informou que está vencendo o seu mandato e os mandatos dos Conselheiros Israel Fernando de Carvalho Bayma, José Zunga Alves de Lima e Luiz Francisco Tenório Perrone e que, por isso, o Conselho Consultivo ficaria sem quorum para reunir. Comunicou a nomeação do Senhor Fábio Luis Mendes, representante da Câmara dos Deputados, para a vaga deixada pelo Conselheiro Israel Fernando de Carvalho Bayma e ressaltou que o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo Silva, afirmou que já havia feito as indicações para o Conselho Consultivo. Comentou que estava encaminhando um ofício para a Casa Civil solicitando a recomposição das vagas do Conselho Consultivo. Informou que convocará a próxima reunião para o final do mês de março e que, após a sua saída, o Conselheiro Bernardo Felipe Estellita Lins assumirá a presidência. Logo após, concedeu a palavra ao Conselheiro Israel Fernando de Carvalho Bayma, o qual agradeceu aos Conselheiros, aos servidores da Anatel, à imprensa especializada e aos agentes do setor que estiveram presentes nas reuniões do Conselho Consultivo ao longo dos seus três anos de mandato. Em sequência, o Conselheiro Édio Henrique de Almeida José e Azevedo cumprimentou os Conselheiros que estão em fim de mandato e destacou que o Conselho Consultivo estará aberto às suas participações. Em seguida, o Conselheiro Bernardo Felipe Estellita Lins enfatizou que os Conselheiros que estão em fim de mandato e o Conselheiro Roberto Pinto Martins, que saiu do Conselho Consultivo há um mês, irão deixar um grande vazio de conhecimento e experiência no órgão colegiado. Logo após, o Conselheiro Luiz Francisco Tenório Perrone afirmou que participar do Conselho Consultivo foi gratificante e agradeceu aos Conselheiros pelo companheirismo. Em sequência, o Conselheiro Cláudio Marcelo Siena disse que teve um grande aprendizado com os Conselheiros que estão deixando o Conselho Consultivo e os agradeceu pela dedicação às telecomunicações do País. Em seguida, o Conselheiro Vandenbergue dos Santos Sobreira Machado parabenizou os Conselheiros que estão em fim de mandato, em especial ao Presidente do Conselho Consultivo, Walter José Faiad de Moura, pela maneira firme e democrática com que conduziu os trabalhos do órgão colegiado. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura agradeceu à Secretaria do Conselho Consultivo e às Superintendências da Anatel, que sempre participaram das reuniões do colegiado. Enfatizou que o Conselho Consultivo não pode parar os seus trabalhos nem deixar de produzir o seu relatório de atividades. Em sequência, franqueou a palavra ao Diretor-Executivo do Sinditelebrasil, Eduardo Levy Cardoso Moreira, o qual ressaltou que, relativamente ao Fistel, tem sido feito um apelo para que, pelo menos, com relação aos clientes de celulares pré-pagos, as empresas não sejam oneradas com o pagamento de dezessete reais por ano para uma taxa de fiscalização. Em seguida, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura afirmou que o tema Fistel será pautado para a próxima reunião e passou a palavra para o Gerentegeral de Planejamento e Contratação de Obrigações, da Superintendência de Universalização, Ricardo Toshio Itonaga, o qual se colocou à disposição para fazer apresentações e a responder questionamentos acerca do PGMU III. Comentou que a Superintendência de Universalização tem estudado a possibilidade de utilizar o Fust para a intermediação da pessoa com deficiência auditiva na forma de linguagem de sinais e para a telemedicina. Logo após, transferiu a palavra para a servidora Lila Paula de Sousa Ganzer, a qual afirmou que, quanto à parcela de custo não recuperável, foi feita uma metodologia para utilização dos recursos do fundo que pode ser aplicada para qualquer projeto. Frisou que cabe ao Ministério das Comunicações a seleção dos projetos que utilizarão os recursos do Fust. Acrescentou que a Portaria n.º 273 do Ministério das Comunicações contém detalhes de como e quando devem ser apresentados os projetos. Explicou que o Ministério das Comunicações, após definir um projeto, faz uma consulta pública desse projeto, que resulta em uma portaria, a qual é publicada e encaminhada para a Anatel. Emendou que a Agência, com base na portaria e no termo de referência a ela anexo, elabora a minuta do decreto, que vai a Consulta Pública e, posteriormente, é encaminhada para o Ministério das Comunicações. Salientou que, após publicado o decreto, a Anatel começa o trabalho de contratação por meio de um termo de obrigações, que detalha o processo de implementação das metas e os papeis da empresa e da Anatel na execução do projeto. Destacou que cabe à Anatel verificar se as metas estão sendo alcançadas e realizar o ressarcimento da parcela não recuperável. Apontou ainda que se o projeto tornar-se rentável, os valores retornam ao fundo. Declarou que o Decreto n.º 3.624, de 5 de outubro de 2000, a Resolução n.º 269/2001 da Anatel e a Portaria n.º 273 do Ministério das Comunicações tratam sobre o procedimento de aplicação dos recursos do Fust. Informou que as informações sobre o primeiro e o segundo Plano de Metas para Universalização encontram-se no portal da Anatel. Em seguida, o Gerente-geral de Planejamento e Contratação de Obrigações, da Superintendência de Universalização, Ricardo Toshio Itonaga, informou que a Anatel, juntamente com a Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, está avaliando o primeiro Plano de Metas para Universalização, que atende noventa e uma instituições, para posterior encaminhamento ao Ministério das Comunicações. Acrescentou que está sendo avaliada a possibilidade de aumentar a elegibilidade do Plano ou até mesmo de encerrá-lo. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura franqueou a palavra ao representante da Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Cristiano Andrade, o qual passou a explicar o mecanismo do contingenciamento. Ressaltou que, primeiramente, são feitas as projeções de receita, que variam ao longo das semanas, já que o processo orçamentário começa em maio ou junho e termina em 31 de agosto. Acrescentou que, feitas essas projeções, a Secretaria de Orçamento faz uma série de estudos que levam em conta, no primeiro momento, as demandas do órgão. Frisou que, em determinado momento desses estudos, a Secretaria de Orçamento recebe a informação acerca da necessidade de financiamento do governo central, que inclui aspectos macroeconômicos de metas fiscais e superávit primário. Destacou que essa necessidade de financiamento diminui bastante o valor do referencial financeiro para a elaboração do orçamento. Emendou que o referencial financeiro é distribuído por órgão superior e que cabe ao Ministério das Comunicações, conforme as suas prioridades, dividi-lo para as suas unidades orçamentárias. Enfatizou que, a partir desses estudos, é feito o Projeto de Lei, que é encaminhado ao Congresso Nacional e passa pelas etapas de votação, sanção e publicação para se tornar lei. Observou que a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que o Poder Executivo deve fazer um acompanhamento para saber se a receita é compatível com a despesa que foi fixada. Informou que então foi criado o decreto de contingenciamento, que busca reduzir a despesa a fim de verificar se a receita projetada no ano anterior vai se configurar realmente. Salientou que a Lei de Responsabilidade Fiscal também prevê os relatórios bimestrais de avaliação de receita, que contêm aspectos fiscais, macroeconômicos e de realização de receitas. Realçou que, se a receita for compatível, o limite de movimentação de empenho vai sendo ampliado para comportar a despesa. Comentou que as demandas, o histórico, o perfil de gasto do órgão e de suas unidades, o aspecto econômico e as metas fiscais são variáveis que influenciam os valores que são contingenciados. Esclareceu que os recursos do Fust são vinculados por lei e só podem ser utilizados para a finalidade para a qual foram criados. Informou que a diferença do montante arrecadado do Fust é entesourada e é revertida para o próprio fundo, porém não é utilizada no exercício seguinte ao da arrecadação, por problemas fiscais. Afirmou que, quando o limite de movimentação de empenho é dado ao Ministério das Comunicações, realiza-se uma reunião interna para definir os percentuais que serão destinados a cada uma das unidades orçamentárias. Enfatizou que, por meio de créditos adicionais, busca-se atender demandas supervenientes ao encaminhamento da Lei do Orçamento. Explicou que, no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, é possível verificar a disponibilidade do Fust, que a diferença entre o que é efetivamente arrecadado e o que é gasto. Considerou que a forma de utilizar os recursos arrecadados do Fust seja incorporar gradativamente os saldos verificados em anos anteriores nos orçamentos anuais vigentes do referido fundo. Ponderou que é muito difícil que o valor total de arrecadação do Fust seja absorvido em um curto período de tempo, pois isso causaria um grande impacto nas contas do governo. Asseverou que o Fistel financia grande parte das atividades da Anatel, como relação com usuários, outorga e fiscalização. Em sequência, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura passou a palavra para o representante da Secretaria de Logística e Tecnologia de Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Cristiano Heckert, o qual disse que, entre 2006 e 2007, trabalhou no Ministério das Comunicações, no Departamento de Indústria, Ciência e Tecnologia, que tem entre suas atribuições assessorar tecnicamente o Funttel. Frisou que o Funttel tem uma arrecadação inferior à do Fust, mas tem uma execução bastante superior à execução do Fust. Lembrou que o Conselho Gestor do Funttel aprovou as diretrizes e estratégias para a aplicação dos recursos do fundo nos anos de 2007 a 2009 e que foi feito um planejamento de utilização desses recursos. Ressaltou que o Departamento de Indústria, Ciência e Tecnologia levou esse planejamento para a Secretaria de Orçamento Federal, demonstrando a expectativa de gastos para os anos de 2007 a 2009. Acrescentou que essa conversa levou não só à aprovação de um crédito suplementar no final de 2006, mas também a um grande incremento no orçamento de 2007. Relativamente ao Fust, destacou que o diálogo com o Ministério do Planejamento é uma boa prática a ser seguida e que a sinalização da existência de bons projetos para a aplicação dos recursos é um elemento importante para a ampliação do orçamento. Em seguida, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura concedeu a palavra à servidora Lila Paula de Sousa Ganzer, a qual informou que o valor empenhado para o Primeiro Plano de Metas para a Universalização foi de oitocentos mil reais. Logo após, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura, passando aos outros assuntos, informou que houve uma falha na gravação do áudio da 145ª reunião do Conselho Consultivo e que a ata dessa reunião deverá ser reconstituída. Realçou que, em resposta ao ofício do Conselho Consultivo que solicita providências para os fatos relatados pelo Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revistas em Brasília-DF, a Anatel encaminhou resposta ao Conselho Consultivo, demonstrando o óbice que impede a adoção de qualquer medida por parte da Agência. Agendou para o próximo dia vinte e cinco de março a próxima reunião, para a qual pautou o tema Fistel. Solicitou a edição de ofício para a Anatel informando a constituição do grupo de trabalho sobre o PGMU III. Nada mais havendo a tratar, o Presidente do Conselho Consultivo Walter José Faiad de Moura declarou encerrada a reunião, da qual, eu, Cristina Coutinho Moreira, na qualidade de secretária, lavrei a presente Ata, que, após lida e aprovada, vai por todos assinada. WALTER JOSÉ FAIAD DE MOURA Presidente BERNARDO FELIPE ESTELLITA LINS Vice-Presidente CLÁUDIO MARCELO SIENA Conselheiro ÉDIO HENRIQUE DE ALMEIDA JOSÉ E AZEVEDO Conselheiro ISRAEL FERNANDO DE CARVALHO BAYMA Conselheiro JOSÉ ZUNGA ALVES DE LIMA Conselheiro LUIZ FRANCISCO TENÓRIO PERRONE Conselheiro VANDENBERGUE DOS SANTOS SOBREIRA MACHADO Conselheiro