Calor faz a demanda por sorvetes crescer PÁGINA 2 economia 40 postos de MT são autuados pela ANP [email protected] PÁGINA 3 A GAZETA - 1C CUIABÁ, QUINTA-FEIRA, 23 DE AGOSTO DE 2012 GÁS NATURAL Metro cúbico do combustível está VEICULAR sendo vendido por R$ 1,89 em Cuiabá Preço sobe e fica equivalente ao valor do etanol SILVANA BAZANI DA REDAÇÃO Preço do gás natural veicular (GNV) sofre reajuste de 5,58% nos postos de Cuiabá e Várzea Grande. Metro cúbico passa a ser vendido por R$ 1,89, um aumento de 10 centavos, valor equivalente ao do etanol hidratado. Motoristas estão pagando mais caro desde o início deste mês, mas a alta ainda não foi repassada em toda rede varejista estadual. Em Rondonópolis onde o combustível era comercializado pelo preço praticado atualmente na Capital o reajuste foi contido, conforme a gerente do Posto Cidade, Katilene Kawamura dos Santos. Última alteração no preço do gás ocorreu no 4º trimestre do ano passado. Estabelecimento é o único no município a revender o combustível. “Teríamos que reajustar o preço em 08 centavos em média, mas não fizemos isso ainda para não equiparar ao (preço) do etanol e perder a clientela do GNV”. Proprietário do Posto Ipê em Cuiabá, Waldir de Castro, afirma que a majoração no valor do combustível foi adotada pela Companhia Matogrossense de Gás (MT Gás) e vigora desde o dia 1º de agosto. Informação foi confirmada pelo gerente de outro posto da Capital. Conforme explica o economista e analista regulador da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso (Ager), Paulo Henrique Monteiro Guimarães, a estatal mato-grossense comunicou que faria o reajuste por causa da alta do dólar e elevação nos custos de aquisição e distribuição do produto, que é importado da Bolívia. “Mas a Ager não deferiu ainda o pedido de aumento no preço de venda no atacado”. Para o presidente do Sindicato dos Taxistas de Cuiabá, Adailton Lutz Leite Bispo, mesmo com a alta no preço do gás e redução no valor do etanol, continua sendo mais vantajoso para os profissionais que possuem os veículos adaptados para o uso do GNV abastecer com este produto. Bispo calcula que 10 metros cúbicos de gás sejam suficientes para percorrer 110 quilômetros. Investimento equivalente seria necessário no abastecimento de 10 litros de etanol, que garante um percurso médio de 70 quilômetros. Em Cuiabá, 30% da frota de táxi é abastecida com GNV, equivalente a 181 veículos Otmar de Oliveira Por causa da vantagem no rendimento, motoristas devem continuar demandando gás e não o etanol Demanda por insumo aumenta DA REDAÇÃO Demanda por gás natural no mês de julho em Mato Grosso totalizou 217 mil metros cúbicos, volume 16,66% maior que o registrado em igual período do ano passado, quando foram consumidos 186 mil (m3). Na comparação com junho, a demanda cresceu 3,33%, sendo que naquele mês foram comercializadas 210 mil (m3) de gás, conforme levantamento da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), divulgado nesta quarta-feira (22). Na variação mensal, além da diferença no número de dias entre junho e julho, foi observado crescimento de 3,33% no consumo industrial no Estado, que alcançou 9,3 mil (m3) no 7º mês do ano, ante 9 mil (m3) no mês anterior. Quanto à procura pelo gás natural utilizado no abastecimento de veículos, foi observada uma redução de 1,29% no consumo em julho (198,4 mil/m3) comparativamente com junho (201 mil/m3). Em relação ao mês de julho de 2011, houve crescimento de 10,34% na procura pelo Gás Natural Veicular (GNV). Segundo o proprietário do posto Ipê, Waldir de Castro, com a equivalência nos preços do etanol e do GNV, não houve aumento na procura pelo produto em Cuiabá. “Vendi em julho a mesma quantidade do mês anterior, entre 20 mil e 30 mil metros cúbicos por mês”. No Posto Cidade, em Rondonópolis, as vendas têm evoluído mês a mês, informa a gerente Katilene Kawamura dos Santos. Em julho, foram comercializados 41 mil metros cúbicos pelo estabelecimento, contra 40 mil (m3) em junho e 33 mil (m3) em julho do ano passado. Variações corresponderam, respectivamente, a um incremento de 2,5% e 24% em julho deste ano. Nacional - Números divul- gados pela Abegás mostram variação mensal de 3,33% no consumo regional de gás natural no mês de julho (11,597 milhões/m3) em comparação com junho (11,223 milhões/m3). No país, a demanda permaneceu praticamente estável, com variação equivalente à observada em Mato Grosso e na região Centro-Oeste. No mês passado, o consumo nacional correspondeu a 1,406 bilhão de metros cúbicos de gás natural, contra 1,361 bilhão/m3 demandados em junho. Recuperação no consumo da matriz energética pelo segmento industrial foi notada em todo país, de acordo com a Abegás e correspondeu a uma média diária de 28,9 milhões de metros cúbicos. Maior demanda pelo produto é identificada na região Sudeste, com 30,6 milhões de metros cúbicos diários, seguida pelo Nordeste ( 7,6 milhões m3/dia), Sul (4,8 milhões m3/dia), Norte (2,2 milhões m3/dia) e Centro-Oeste (374,1 mil m3/dia). Produtor estadual paga até US$ 130 por tonelada para o produto chegar ao porto de Santos FERROVIA Teto tarifário será reduzido DA REDAÇÃO Gás natural que chega a Mato Grosso abastece postos e indústrias, além da Termelétrica de Cuiabá Indústria - Gás natural também é utilizado por algumas indústrias em Mato Grosso. Para o setor industrial o produto não teve alteração nos preços e continua sendo fornecido por R$ 1,70 o metro cúbico, conforme o engenheiro responsável da GNC Brasil, Francisco Jammal Soares de Almeida. Ele acrescenta que há grandes indústrias em Cuiabá e Várzea Grande que assinaram contrato com a empresa para utilização do gás. Duas delas irão demandar 300 mil metros cúbicos por mês. Lenine Martins/Secom-MT SILVANA BAZANI Chico Ferreira/Arquivo Abastecimento Fornecimento do gás natural a Mato Grosso foi acertado com a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) em setembro de 2009. Contrato tem validade de 10 anos e garante o envio de 35 mil metros cúbicos por dia ao Estado. Presidente da MT Gás, Helny de Paula, não retornou as ligações da reportagem até o fechamento desta edição para comentar o reajuste nos preços do GNV. Até o fim do próximo mês o governo federal, por meio da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), reduzirá o teto tarifário para o transporte ferroviário em todo país. Com a medida, a revisão das tarifas ficam limitadas. Na prática, porém, ainda não é possível saber se será suficiente para baratear os custos do transporte, explica o coordenador executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz. Ele lembra que o produtor rural do Estado paga entre US$ 120 e US$ 130/tonelada pelo transporte até o porto de Santos. “Esse valor é cobrado pelas tradings, responsáveis em transferir a carga ao concessionário dos trilhos”. Em Mato Grosso, o transporte ferroviário é administrado pela América Latina Logística (ALL). Valor praticado pela empresa no transporte dos produtos não foi informado e, por meio da assessoria de imprensa, disse que só se pronunciará sobre a decisão do governo quando for oficializada. De acordo com o coordenador executivo do Movimento PróLogística, o teto da tarifa poderá ser reduzido em até 25%, dependendo do produto transportado, o trajeto percorrido, entre outros fatores que influenciam no custo logístico. Atualmente esses fatores são considerados na elaboração da tabela do teto tarifário pelo governo. Orientadas pelo teto atual, as empresas definem os preços que adotarão para realizar o transporte. “Em julho do ano passado a ANTT apresentou 3 resoluções e neste ano divulgará mais uma, revendo o teto das tarifas”. Vaz observa que há poucas concessionárias administrando o transporte ferroviário no país, sendo que a maioria delas detém as concessões desde a década de 90. A ALL está entre as principais concessionárias, assim como a Vale e MRS Logística. Com a mudança, há a possibilidade de reduzir a exclusividade na prestação dos serviços de transporte ferroviário.