O IECT- Instituto
de Etica e Comportamento no Transito, filiado a ONU(Organização das Nações Unidas).
Reduzir velocidade evita acidentes?
Veja mitos e verdades sobre o trânsito
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Márcio Padrão
Do UOL, em São Paulo
27/08/201506h00
•
Rivaldo Gomes/Folhapress
Movimentação na marginal Pinheiros no primeiro dia após a redução dos limites de velocidade na via
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), tem realizado grandes --e polêmicas-- mudanças
no trânsito da capital em sua gestão. Além de promover o uso de bicicletas e ampliar as
ciclovias na cidade, realizou em julho uma redução de velocidade máxima nas marginais
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Pinheiros e Tietê, que tiveram seus limites alterados de 90 km/h para 70 km/h, sob o argumento de
reduzir a quantidade de mortos e feridos no trânsito.
A prefeitura anunciou ainda que até dezembro todas as vias arteriais terão seu limite de velocidade
reduzido para 50 km/h. Vias arteriais são as ruas e avenidas que fazem ligações entre bairros, têm
semáforos e acessos a ruas secundárias.
Mas essa medida é mesmo eficaz nesse sentido? O UOL levantou esse e mais alguns lugarescomuns divulgados sobre o trânsito com o objetivo de confirmá-los ou desmistificá-los. Para isso, foi
consultado Luiz Vicente Mello, pesquisador de mobilidade urbana e professor de Engenharia
Automotiva da universidade Mackenzie (SP), além de obter as respostas oficiais da própria CET-SP
(Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo).
Verdades ou mitos sobre trânsito
Zanone Fraissat/Folhapress
Reduzir o limite de velocidade melhora o trânsito e reduz acidentes?
VERDADE - Luiz Vicente Mello: "Ao diminuir a velocidade, você reduz o número de veículos na via. No caso
das marginais de São Paulo, não vejo um impacto grande para horários de pico, pois a grande quantidade de
carros deverá manter o fluxo naturalmente mais lento. Fora do pico, a velocidade menor aumenta o tempo de
reação dos motoristas e, assim, tende a melhorar mais a segurança do que a fluidez". De acordo com CET,
"algumas experiências mostram que também há impacto positivo no fluxo de veículos, pois a redução da
velocidade máxima pode aumentar a velocidade média dos carros", complementou o órgão.
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Avener Prado/Folhapress
A presença de bicicletas nas ruas leva à piora do trânsito?
MITO - Diz a CET: "O uso de bicicleta é um modal de transporte que contribui para reduzir o fluxo de carros,
melhorar a segurança no trânsito e a qualidade de vida na cidade. As ciclovias são alinhadas a faixas de
rolamento, faixas exclusivas e corredores de ônibus, o que ajuda a reorganizar o desenho das ruas e o fluxo
dos veículos". Mello concorda. "Não vejo como [as bicicletas] influenciem negativamente, pois cada ciclista é
um carro ou moto a menos na cidade. O que é preciso, porém, é que as faixas sejam mais utilizadas para
levar a essa redução gradual de veículos".
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Silva Junior/Folhapress
A presença de radares aumenta a incidência de multas? DEPENDE - Tanto o especialista Luiz Vicente Mello como a CET concordam: os radares em si são apenas
instrumentos de medição e fiscalização, e as multas vêm do erro dos motoristas. "O que aumenta o índice de
multas é o desrespeito dos condutores às leis de trânsito previstas no Código de Trânsito Brasileiro. (...) Todos
os equipamentos implantados na cidade de São Paulo são periodicamente aferidos por órgãos de medição
competentes, como o Instituto de Pesos e Medidas no Estado de São Paulo", diz a CET. "Com um trabalho
educacional maior, você minimizaria a rejeição do motorista ao radar. Sem educação, cresce a incidência de
multas por causa do radar, mas as pessoas ficam sem saber o porquê da multa", analisa Mello.
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Luiz Guarnieri/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
Criar mais faixas exclusivas para ônibus piora o trânsito?
DEPENDE - A criação da faixa de ônibus deve vir com outras medidas para reduzir seu impacto no restante
do trânsito. A CET afirma que os ônibus que trafegam em faixas ganham até 40 minutos nas viagens. Para os
demais veículos, o órgão diz que adotou adequação da sinalização, readequação geométrica das faixas para
acomodarem carros e ônibus e revisou os limites de velocidade das vias. Já Mello alerta: "A faixa tende a
reduzir o número de carros se for muito bem implantada, levando as pessoas a migrar para o transporte
coletivo. Quando não, não consegue mobilizar as pessoas a usar o ônibus".
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Infomoto
Semáforos sincronizados melhoram o trânsito local?
VERDADE - Luiz Vicente Mello, pesquisador de mobilidade urbana, explica: "o semáforo é o principal
causador do trânsito ao interromper o fluxo e acumular carros no local. Quando os semáforos são
sincronizados, claro que o fluxo fica muito melhor, respeitando o tempo de aceleração da via em questão. Mas
isso [a sincronização] não pode ocorrer em só uma via, tem que ser generalizado".
João Paulo Santos/AGB/Estadão Conteúdo
O rodízio de placas e a restrição a caminhões reduzem o trânsito na cidade?
DEPENDE - A CET informou que o rodízio de veículos existe em São Paulo desde 1997 com o principal
objetivo de diminuir a poluição do ar, mas estudos dizem que a medida também ajuda a reduzir 20% do
congestionamento na cidade. Para Luiz Mello, o impacto do rodízio de carros comuns já foi maior. "Hoje as
pessoas compram um segundo veículo com outra placa ou usam mais o carro nos horários permitidos pelo
rodízio. O próximo passo para restringir o trânsito deverá ser o pedágio urbano. Já para caminhões a medida
é sim eficaz, pois a ausência deles no horário comercial melhora a fluidez".
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O rodízio de placas e a restrição a caminhões reduzem o trânsito na cidade?
DEPENDE - A CET informou que o rodízio de veículos existe em São Paulo desde 1997 com o principal
objetivo de diminuir a poluição do ar, mas estudos dizem que a medida também ajuda a reduzir 20% do
congestionamento na cidade. Para Luiz Mello, o impacto do rodízio de carros comuns já foi maior. "Hoje as
pessoas compram um segundo veículo com outra placa ou usam mais o carro nos horários permitidos pelo
rodízio. O próximo passo para restringir o trânsito deverá ser o pedágio urbano. Já para caminhões a medida
é sim eficaz, pois a ausência deles no horário comercial melhora a fluidez".
Robson Ventura/Folhapress
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A Lei Seca reduziu acidentes e melhorou o trânsito?
VERDADE - No primeiro ano de vigência da Lei Seca mais rigorosa, com multa maior, as mortes em acidentes
de trânsito caíram 10% em todo o país no ano passado em 2013, segundo dados do governo
federal."Atualmente, o trânsito em São Paulo mata menos do que os homicídios dolosos", diz a Secretaria de
Segurança Pública do Estado. Mello concorda, mas com ressalvas. "A mensagem da lei é muito positiva, mas
tem crescido o aprendizado negativo, com formas de burlar a lei, como aplicativos e perfis de redes sociais
que informam a localização de blitze e radares".
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Reprodução!
Radares intimidam os motoristas a ultrapassar a velocidade permitida?
VERDADE - Luiz Vicente Mello afirma que o motorista costuma reduzir a velocidade ao saber da existência do
radar, mas avisa que muitas vezes essa redução vem em forma de uma freagem brusca. "Isso aumenta o
risco de acidentes e pode aumentar a incidência de colisões nas traseiras dos veículos."
Simon Plestenjak/UOL
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Vias mais estreitas tendem a acumular mais trânsito do que avenidas amplas?
MITO - A CET declara que a incidência de congestionamento não está ligada à largura das vias, mas sim à
capacidade das faixas de rolamento quanto ao volume de veículos em diferentes horários. A ligação com
outras vias também pode influenciar este cenário. "Para diminuir os impactos, a CET faz a manutenção do
conjunto semafórico, revitalização da sinalização horizontal para ordenação do trânsito e implantação de
sinalização vertical com placas". Mello completa: "Hoje não dá mais para aumentar o tamanho da via. Temos é
que mudar o modo de se locomover na cidade, fazendo do transporte público uma forma efetiva de
locomoção".
Moacyr Lopes Junior/Folhapress
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O pedestre sempre tem preferência no trânsito?
DEPENDE - Diz a CET: "Nas vias e nos cruzamentos com semáforo, o pedestre deve respeitar a sinalização e
atravessar somente quando o sinal estiver verde para ele. Já nas faixas para travessia de pedestre sem
semáforo, o cidadão deve sinalizar com a mão que pretende atravessar e cabe ao motorista respeitar a
orientação e parar para dar passagem". Mello acha que o problema também é educacional. "Isso [a prioridade
ao pedestre] é uma verdade, mas culturalmente a gente não consegue fazer isso. Claro que na marginal Tietê
será difícil alguém tentar atravessar, mas o poder público sempre tem que criar formas de viabilizar a proteção
ao pedestre".
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