Cadeia precária em Mara Rosa Euclides Oliveira Mara Rosa A delegada Luciane Aguiar Faria Shono, titular da Delegacia de Polícia Civil de Mara Rosa, onde também funciona a cadeia pública da cidade, afirmou, na tarde de sexta (16), que a segurança da unidade sob seu comando é “precária”. Nas sete celas do local, estão recolhidos 32 detentos. A autoridade policial negou que a cadeia esteja enfrentando problemas de superlotação, mas disse que a situação encontra-se “no limite”. Ela espera que a Agência Goiana do Sistema Prisional (Agsp) assuma o comando da cadeia, a exemplo do que foi feito recentemente em Niquelândia, Minaçu e Uruaçu. Do total de 32 presos, 16 deles foram condenados pela Justiça a cumprirem pena em regime fechado. Dois menores infratores também estão recolhidos na carceragem do local, também em regime fechado. Seis detentos estão no regime semi-aberto (quando o preso trabalha durante o dia e volta para a cadeia à noite, para dormir). Por fim, quatro presos cumprem suas penas em limitação dos finais de semana (trabalhando normalmente nos dias úteis, sendo obrigados pela Justiça a permanecerem presos nos sábados e domingos). A segurança da cadeia é feita pela Polícia Civil. Segundo a delegada, a equipe da unidade é composta por um motorista, três agentes carcerários e três agentes de polícia, que deveriam atuar nas ações de investigação. Porém, dois desses agentes atuam em ‘desvio de função’, revezando-se com os agentes carcerários na guarda das celas. “Nós temos aqui de tudo um pouco. Há acusados por furto, roubo, homicídio e estupro. A segurança é precária, tendo em vista que, em cada turno, temos apenas um agente carcerário para fazer todo o monitoramento da custódia desses presos. Pela quantidade de pessoas recolhidas, nós deveríamos ter dois policiais em cada plantão, mas só temos um. Eu espero que a Agência Prisional assuma logo a responsabilidade da nossa cadeia, até porque essa não é uma atribuição da Polícia Civil, que vem desenvolvendo esse trabalho de uma forma difícil e sacrificada. A vinda da Agência vai ‘liberar’ os nossos agentes para que retomem as investigações, que é a principal função deles. Eu, como delegada, tenho que investigar, presidir os inquéritos e também orientar o trabalho dos policiais. Hoje, fazemos isso com limitações”, detalhou a autoridade policial. A delegada, no entanto, afirmou que a cadeia de Mara Rosa não vive sob a ameaça de uma rebelião. Sobre o fato de responder conjuntamente pelo trabalho da Polícia Civil em quatro cidades, a delegada confirmou que as dificuldades, de um modo geral, estão sendo contornadas com o empenho dos escrivães de Mara Rosa, Estrela e Mutunópolis. Em Amaralina, não há policiais civis lotados na cidade e o prédio onde deveria funcionar a cadeia pública encontra-se desativado. Em Estrela do Norte, há sete presos, sendo cinco do próprio município e dois de Mutunopólis. A delegada garantiu estar atenta às rotinas de seus subordinados, dada sua obrigação de fiscalizar todos os trâmites burocráticos posteriores aos registros das ocorrências. Em sua maioria, os delitos cometidos em Mara Rosa são pequenos furtos (de bicicletas e celulares, entre outros objetos de menor valor) e roubos, em algumas vezes. A delegacia da cidade também registra, mensalmente, vários casos de perturbação do sossego público por embriaguez e diversos crimes contra a honra, como injúrias, calúnias e difamações. Luciane também se faz presente nos casos de flagrante delito, toda vez que ocorre um fato mais grave, como nos dois homicídios registrado em sua área de atuação, neste ano. No dia 31 de janeiro, por volta das 9 horas daquela data, no Assentamento Zebulândia, em Amaralina, Joel Rodrigues de Freitas, de 39 anos, matou Floriano Cardoso dos Santos, de 49 anos. A vítima levou um tiro à queima-roupa nas costas, durante um almoço, após um desentendimento por um negócio desfeito anteriormente entre os dois. O outro crime apurado pela delegada ocorreu em Estrela do Norte, no dia 24 de fevereiro, sexta-feira de Carnaval. Na ocasião, Lindinalvo Pereira Ramos matou, com várias facadas, a jovem Juliana Carla de Oliveira. Ambos tiveram um relacionamento amoroso. Lindinalvo quis reatar o caso e, inconformado ao saber que a moça havia ‘ficado’ com outro rapaz, praticou o crime, na frente do grupo de amigos que os acompanhava. Lindinalvo está preso em Estrela do Norte, onde aguarda o pronunciamento da Justiça.