ESTADODEMINAS● SEGU N DA-FEI RA , 20 DE AB R I L DE 2015 ● EDITOR A: Silvana Arantes ● EDITOR A-ASSISTENTE: Ângela Faria ● E-M AI L: [email protected] ● TELEFON E: (31) 3263-5126
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MISSÃO IMPOSSÍVEL?
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A designer Bela
Bordeaux tenta
publicar o primeiro
livro, mas enfrenta
grandes dificuldades
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FELIPE BASTOS/DIVULGAÇÃO
FLIPOÇOS/DIVULGAÇÃO
Será aberta no sábado a programação da Feira Nacional do Livro e do Festival Literário de
Poços de Caldas, reunindo grande número de autores e expositores e mais de 80 mil títulos
O escritor Ignácio de Loyola Brandão participa pela terceira vez da Flipoços, aproveitando a nova oportunidade para lançar o livro Os olhos cegos dos cavalos loucos
DEZ ANOS DE FESTA
ADRIANA MACHADO/DIVULGAÇÃO
ANA CLARA BRANT
Na 1ª edição da Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas,
realizada em maio de 2006, o
evento contou com apenas 30
expositores e uma programação voltada apenas para atividades infantis. Este ano, a feira,
que é realizada simultaneamente com o Festival Literário
de Poços de Caldas (Flipoços),
vai reunir, de sábado até 3 de
maio, no Espaço Cultural da
Urca, na cidade do Sul de Minas, cerca de 50 expositores
com mais de 80 mil títulos de
livros a preços atrativos, dezenas de palestrantes e atrações
variadas ligadas não só à literatura, mas à música, cinema, teatro e gastronomia.
“Começamos timidamente,
com poucos convidados, mas a
receptividade da população foi
impressionante”, explica Gisele
Ferreira, diretora da GSC, empresa organizadora do festival.
“Poços é uma cidade muito literária, desde a sua criação, em
1872, e tudo isso favoreceu para
que tanto a feira quanto o festival crescessem ao longo dos
anos. A Flipoços se consolidou e
se tornou um dos principais
eventos de literatura do Brasil
e o maior do estado”, destaca,
enumerando alguns dos palestrantes confirmados: Ignácio
de Loyola Brandão, Zuenir
Ventura, João Carrascoza, Ana
Miranda, Clóvis de Barros, Luís
Erlanger, Antônia Pellegrino e
Carlos Herculano Lopes.
Em 2015, o tema escolhido
para celebrar os 10 anos do Festival Literário é “A literatura como resgate da velha infância”,
que convida todos a uma reflexão sobre os bons tempos em
que as brincadeiras de rua e os
livros faziam parte do universo
infantil. O patrono da Flipoços
2015 será o escritor, jornalista e
cartunista mineiro Ziraldo, que
participa pela primeira vez do
evento. “A ideia é redescobrir a
criança que existe dentro de
nós por meio dos livros e fazer
com que a garotada de hoje viva mais no mundo das crianças,
com as brincadeiras de rua e jogos coletivos, do que no mundo
da tecnologia. E o Ziraldo tem
tudo a ver com isso, porque ele
pega todas as gerações e ainda
hoje vem conquistando os pequenos cada vez mais”, acrescenta Gisele.
PEDIDO DE PERDÃO Primeiro escritor de renome que foi à
Flipoços, Ignácio de Loyola
Brandão participa do evento pela terceira vez. Ele vai lançar nessa edição um livro que tem tudo a ver com a temática do festival: Os olhos cegos dos cavalos
loucos. O escritor revela que levou 60 anos para escrever este
livro, que é uma homenagem
ao avô, Zé Maria, um marceneiro que construiu um carrossel
de cavalos de madeira e cujos
olhos eram bolinhas de gude.
Um dia houve um incêndio e
do carrossel só restaram as
bolinhas, que ficaram guardadas numa caixa. Numa traquinagem, o neto Ignácio pegou as bolas de gude e foi
brincar com os amiguinhos.
No entanto, acabou perdendo todas elas.
“Vovô ficou muito deprimido porque era a única coisa
que tinha restado do carrossel”, lembra o escritor. “Minha
avó ficou cobrando quem tinha pegado as bolinhas, mas
meu avô nunca acusou
ninguém. Anos depois, ele me
deu aquela caixa vazia, e me
disse que sempre soube que
era eu quem tinha pegado as
bolinhas e que era para eu
guardar as melhores coisas da
minha vida dentro dela. Nunca
guardei nada porque nunca
achei que tivesse nada mais
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
✔ Dia 25
Abertura Orquestra Ouro Preto com o espetáculo
Cantigas de bem querer
Palestra de Stella Maris Rezende
“A aventura de ler na juventude”
✔ Dia 26
Homenagem especial e bate-papo com Ziraldo
✔ Dia 27
Ignácio de Loyola Brandão lança
Os olhos cegos dos cavalos loucos
✔ Dia 28
Encontro Arte da Periferia
✔ Dia 29
Encontro dos Escritores Lusitanos
✔ Dia 30
Bate-papo com o escritor e jornalista Luis Erlanger
João Carrascoza conversa sobre o livro Aquela água toda
✔ Dia 1º
Zuenir Ventura e Merval Pereira debatem o jornalismo
Encontro “Ler é bacana”, com Thalita Rebouças e Babi Dewet
✔ Dia 2
Bate-papo com Ana Miranda
10ª FEIRA NACIONAL DO LIVRO DE POÇOS
DE CALDAS E FESTIVAL LITERÁRIO (FLIPOÇOS)
Estreante no evento, Stella Maris Rezende não esconde a ansiedade
importante do aquilo que o
meu avô tinha”, acredita Loyola,
que considera Os olhos cegos
dos cavalos loucos uma espécie
de pedido de perdão ao avô.
Acostumado a participar de
eventos literários país afora, Ignácio de Loyola Brandão afirma
que quanto mais feiras, festivais, fóruns e bienais de literatura forem realizados, mais se
chama a atenção para livros e
autores, mas é importante que
isso se transforme também em
formação de leitores. “Acho
fundamental levar os escritores
para as escolas, para a periferia
e outros locais porque há casos
em que a feira fica lá e as pessoas acabam não tendo acesso, ficam com receio, ou não querem ir. Muitas vezes nós é temos que ir em busca do leitor.”
JUVENTUDE Estreante na Flipo-
ços, a escritora mineira Stella
Maris Rezende, que mora no
Rio de Janeiro, está bastante an-
De 25 de abril a 3 de maio, no Espaço Cultural da Urca
– Poços de Caldas. Entrada franca. Para as palestras
masters é necessário ingresso, que é trocado por livros
doados Informações: www.flipocos.com
siosa por causa da palestra que
fará sobre “A aventura de ler na
juventude”. “Sempre ficava me
perguntando quando iriam me
convidar, porque é um evento
superconsolidado. Pretendo falar sobre essa descoberta da leitura, a magia e outras coisas
que surgem na juventude, como a sexualidade, as primeiras
desilusões”, frisa.
Vencedora do Prêmio Jabuti
de ficção em 2012 com o livro
A mocinha do Mercado Cen-
tral, Stella aprovou o tema do
festival, ainda mais que está
acostumada a escrever para
crianças e acha extremamente
relevante resgatar os valores
antigos da infância. Nascida
em Dores do Indaiá, ela é outra
que tem participado de vários
eventos de literatura no Brasil
e só tem a celebrar a proliferação deles. “Todos são importantes e, apesar de se parecerem em vários aspectos, cada
um tem a sua particularidade.”
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