volume I PROJETO PLANALTO POÇOS DE CALDAS Pesquisa Câncer e Radiação Natural MINAS GERAIS – BRASIL 2004 a 2009 SECRETARIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EM SÁUDE Coordenação Geral da Vigilância em Saúde INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER Coordenação de Prevenção e Vigilância SECRETARIA DE Estado DE SAÚDE DE MINAS GERAIS Subsecretaria de Vigilância em Saúde COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR Laboratório de Poços de Caldas O presente projeto foi financiado pelo Projeto de Estruturação do Sistema Estadual de Vigilância em Saúde – VIGISUS II, para a realização da Pesquisa Radiação e Câncer, elaborada pela coordenação do Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer e seus fatores de risco de Minas Gerais e instituições parceiras. Essa publicação conclui a meta 4.1 do Planvigi estadual: Validação dos óbitos por câncer e Radiação Natural no Planalto Poços de Caldas. Contou também com apoio financeiro das instituições parceiras em suas atividades técnicas de rotina em face da pesquisa e que muito contribuíram para o seu êxito. FICHA CATALOGRÁFICA Minas Gerais. Secretaria de Estado de Saúde. M663p Projeto Planalto de Poços de Caldas. Pesquisa câncer e radiação natural: Minas GeraisBrasil: 2004 a 2009 / Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. – Belo Horizonte: SESMG, 2009. xx, 96 p. ; il. Color. ; 30 cm. + mapas. [v. I] 1. Neoplasias. 2. Neoplasias, Radiação natural. 3. Radiação natural, fator de risco para o câncer. 4. Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer e seus Fatores de Risco-PAV-MG. I. Título. II. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. NLM : QZ 266 CDD : 614. 599 9 Tiragem: 2.000 exemplares É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que a fonte seja citada. Esta publicação é uma produção da Superintendência de Epidemiologia da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES/MG, com recursos dos Rendimentos do Convênio INCA/MS/SES-MG nº 199/02 – Prevenção e Controle do Câncer – Minas Gerais – Ações de Vigilância. GOVERNO DO Estado DE MINAS GERAIS GOVERNADOR Aécio Neves da Cunha SECRETÁRIO DE Estado DE SAÚDE DO Estado DE MINAS GERAIS Marcus Vinícius Caetano Pestana da Silva SUBSECRETÁRIO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Luiz Felipe Almeida Caram Guimarães SUPERINTENDENTE DE EPIDEMIOLOGIA Francisco Leopoldo Lemos COORDENADORA ESTADUAL DO PROJETO VIGISUS Norma Sônia Fernandes Dias GERENTE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Jandira Aparecida Campos Lemos PROGRAMA DE AVALIAÇÃO E VIGILÂNCIA DO CÂNCER E FATORES DE RISCO Berenice Navarro Antoniazzi GERENTE REGIONAL DE SAÚDE DE POUSO ALEGRE Gilberto Carvalho Teixeira SECRETÁRIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE ANDRADAS Elvira Maria Marcon Gessoni SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE DE CALDAS Mauricio José Silva Garcia SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE DE IBITIÚRA DE MINAS Agenor Benedito Sales SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE DE POÇOS DE CALDAS José Júlio Balducci SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SANTA RITA DE CALDAS Antonio Carlos Garcia de Carvalho INSTITUIÇÕES parceiras MINISTÉRIO DA SAÚDE MINISTRO José Gomes Temporão INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER DIRETOR-GERAL Luiz Antonio Santini Rodrigues da Silva COORDENADOR DE PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA Claúdio Pompeiano Noronha ÁREA DO CÂNCER OCUPACIONAL E AMBIENTAL Silvana Rubano Barreto Turci SECRETARIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SECRETÁRIO Gerson de Oliveira Penna DIRETOR DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL E DO TRABALHO Guilherme Franco Netto COORDENADORA GERAL DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE Daniela Buosi MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA MINISTRO Sergio Machado Resende PRESIDENTE DA COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR Odair Dias Gonçalves DIRETOR DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO Marcos Nogueira Martins COORDENADOR DO LABORATÓRIO POÇOS DE CALDAS DA COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR Antonio Luiz Quinelato COMISSÃO COORDENADORA INTERINSTITUCIONAL SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE MINAS GERAIS – PAV/SVS/SES/MG Berenice Navarro Antoniazzi COORDENAÇÃO DE PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – CONPREV/INCA Ubirani Barros Otero COORDENAÇÃO GERAL DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE – CGVAM/SVS/MS Tarcísio Neves da Cunha (2005-2008) e consultor (2009) LABORATÓRIO POÇOS DE CALDAS DA COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR – LAPOC/CNEN Moacir Cipriani (2005-2008) Nivaldo Carlos da Silva (2009) Prefácio A situação da população residente nos municípios sob influência da paleocaldeira vulcânica de Poços de Caldas é de especial interesse para a Vigilância em Saúde relacionada a fatores físicos, porquanto apresenta um quadro rico para estudos que acrescentem conhecimentos sobre a exposição de longa duração à radioatividade natural em regiões dotadas de anomalias geológicas com alta concentração de minerais radioativos. Esse conhecimento adquirido, ao ser aplicado pela Vigilância em Saúde, age em duas frentes principais, a saber, na elaboração das políticas públicas adequadas à monitoração e à defesa da saúde da população e na criação e fortalecimento de um canal permanente de comunicação com aquela população que opere nos dois sentidos: o de informar, mas também o de ouvir para permitir aos diversos atores uma interação construtiva. O Brasil envereda pela vida do fortalecimento da capacidade nacional para produzir combustíveis nucleares para consumo próprio e para exportação e também para produção de energia a partir de energia nuclear. Além disso, fortalece sua base de pesquisa e produção autônoma de radiofármacos e outros compostos radioemissores para aplicações em agricultura, indústria, conservação de alimentos e outros. Não é admissível que a Vigilância em Saúde fique à margem desse processo, deixando de prestar à sociedade o valioso serviço de proteção de sua saúde contra possíveis efeitos decorrentes da exposição à radioatividade. O Projeto apresentado neste volume é, como não poderia ser diferente, um esforço multidisciplinar e intersetorial, como resposta aos desafios apresentados, e serve de modelo a ser replicado nas diversas situações em que impõe a necessidade de monitorar as condições de exposição de populações à radioatividade. Gerson de Oliveira Penna SECRETÁRIO NACIONAL DE VIGILÂNCIA EM SÁUDE VI Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 Em 2009, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou a ocorrência de 466 mil novos casos de câncer, que é a segunda causa de morte no Brasil, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. Entender a contribuição de diferentes fatores de risco para cada neoplasia tem sido um desafio constante para gestores e pesquisadores da área da saúde. Cada vez mais as questões ambientais e ocupacionais vêm merecendo destaque na causalidade do câncer. Neste sentido, foi criada no INCA, em 2004, a Área de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente, que tem atuado na elaboração e na execução de estudos que visam ao desenvolvimento de modelos de vigilância para que haja redução da morbidade e da mortalidade decorrentes da exposição a agentes cancerígenos presentes nas atividades laborais e no ambiente. O Projeto Planalto de Poços de Caldas, realizado entre a Área de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente do Instituto Nacional de Câncer, o Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer e seus Fatores de Risco da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e o Laboratório de Poços de Caldas da Comissão Nacional de Energia Nuclear, com o apoio da Coordenação Geral da Vigilância Ambiental da Secretaria de Vigilância em Saúde e das cinco secretarias municipais de saúde da região estadual pesquisada, demonstra sobremaneira a força que a integração interinstitucional pode realizar em face dos complexos desafios relacionados aos fatores ambientais. Esta publicação representa um marco na investigação da radiação natural como fator de risco para câncer porque apresenta resultados elaborados a partir da análise dos resultados de várias etapas e que incluem cálculo da razão de mortalidade proporcional, a aplicação da matriz de Corvalan – que avaliou a percepção sobre o risco que a população tem por viver em área com níveis aumentados de radiação - e das medidas de radiação feitas no solo. Estudos semelhantes foram feitos apenas na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Índia, na China e no Irã. No Brasil, esses resultados apontam para a necessidade de implantação de um modelo permanente de vigilância do câncer e da exposição à radiação natural que possa ser replicado em outras regiões brasileiras com características semelhantes. Desta forma, esperamos contribuir na compreensão desses fatores e na implementação de ações que visem à prevenção e ao controle do câncer em brasileiros. Luiz Antonio Santini Rodrigues da Silva DIRETOR-GERAL DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 VII O Estado de Minas Gerais abriga em seu solo e subsolo imensa riqueza há muito explorada, mas nem sempre em benefício do povo mineiro e do povo brasileiro. Essa realidade tem claramente mudado para melhor na medida em que novas políticas públicas são formuladas com base em ideias esclarecidas, ações objetivas e perseverança. A primeira mina de urânio do Brasil operou na região do Planalto de Poços de Caldas no Estado de Minas Gerais. Como atividade de competência exclusiva da União por força da Constituição Federal, a lavra e a extração de materiais radioativos daquela região foi empreendida sob o comando federal. Entretanto, as muitas implicações de uma exploração daquele tipo e daquele porte transcendem a esfera da engenharia civil e impactam sobre setores da sociedade local que passam a exigir contrapartidas que são de responsabilidade dos municípios e da Unidade da Federação que as abriga. Não se absteve, pois, o Estado de Minas Gerais de suas responsabilidades, de modo que passou a entender a questão com a abrangência institucional que lhe é subjacente. Exemplo eloquente é o presente trabalho. Sob a coordenação da Secretaria de Estado de Saúde, foram unidos os esforços e as competências de instituições parceiras com a finalidade de investigar a relação entre a radioatividade natural em regiões ricas em minérios radioativos e a saúde das populações aí assentadas. O trabalho até aqui desenvolvido é uma prova da capacidade das instituições de se unirem em torno de uma questão-chave e de oferecerem resposta competente à população. É também a consequência da determinação em vencer obstáculos e superar dificuldades por parte de servidores públicos cônscios da alta missão que lhes é confiada pelo povo a quem têm obrigação de servir com qualidade. Luiz Felipe Almeida Caram Guimarães SUBSECRETÁRIO DA VIGILÂNCIA EM SÁUDE VIII Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 O Planalto Poços de Caldas possui diversas anomalias radioativas mundialmente conhecidas, sendo que uma delas, o Morro do Ferro, apresenta umas das mais elevadas taxas de dose externa natural do mundo. Está localizada nesse planalto também a primeira mineração de urânio em escala comercial realizada no País e que, neste momento, encontra-se em processo de fechamento. Desta forma, a discussão sobre as radiações, os seus usos e os seus efeitos sobre a saúde humana sempre estiveram presentes na nossa região. Destaca-se que a ausência de estudos conclusivos acerca de correlações entre agravos à saúde e fatores de riscos ambientais, incluindo a radiação natural, permitiu que o imaginário popular criasse diversos mitos, atribuindo valores elevados de dose a determinadas localizações dentro das cidades, assim como aos efeitos da radiação a ocorrência de diversas enfermidades. Dizia o nosso querido companheiro Moacir Cipriani, que foi o mentor e grande estimulador deste projeto: “Em algumas situações envolvendo riscos, as populações, fortemente influenciadas pelas informações obtidas e pelo imaginário social, constroem coletivamente suas próprias percepções, podendo ter pontos de vista que legitimamente diferem daqueles dos responsáveis diretos pela produção desses riscos, assim como dos órgãos governamentais reguladores dessas atividades”. Atuando como o representante regional da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o Laboratório de Poços de Caldas recebe constantemente solicitações dos poderes públicos municipais e estadual, da sociedade civil organizada e da população em geral acerca dos níveis de radiação a que a população do planalto está sujeita e de seus efeitos sobre a saúde humana. A nossa participação neste projeto tem como primeiro objetivo dar respostas a essas perguntas utilizando uma abordagem multidisciplinar e interinstitucional, envolvendo instituições da área de ciência e tecnologia e de saúde, das esferas federal, estadual e municipal. Para nós, o maior legado deste projeto é o modelo de vigilância de saúde aqui desenvolvido, que, integrando diversas instituições, possibilitou uma visão mais ampla do tema tratado, que poderá ser utilizado em outras regiões do País que apresentem radiação natural similar àquela do Planalto Poços de Caldas. Outro grande legado para as cidades da região é o estabelecimento do Registro de Câncer de Base Populacional, sem o qual qualquer investigação sobre o tema chega a resultado pouco conclusivo. A lição aqui aprendida demonstra que, para o esclarecimento do público, é necessário que os diversos atores envolvidos nesse contexto possam atuar e expressar os seus pontos de vista, levando as conclusões que sejam aceitas por todos. Essa experiência ocorre em um momento oportuno, dado a retomada do Programa Nuclear Brasileiro, que inevitavelmente irá demandar grandes discussões com a sociedade. Antonio Luiz Quinelato COORDENADOR DO LABORATÓRIO POÇOS DE CALDAS COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 IX IN MEMORIAM “A percepção dos indivíduos e grupos sobre problemas que ameaçam o bem estar da humanidade nem sempre é homogênea. Em algumas situações a população pode ter pontos de vista que legitimamente diferem daqueles dos responsáveis diretos pela produção dos riscos bem como de órgãos governamentais reguladores dessas atividades. Hoje os governos e os cidadãos estão geralmente melhor e mais rapidamente informados. Porém, como nem sempre se consegue ter controle de qualidade sobre o fluxo de informações, algumas delas podem ser incompletas ou mesmo erradas. Com o crescimento da competição para se obter a atenção do público, certos setores da mídia e determinados grupos de interesse têm, às vezes, sucumbido à tentação de adotar uma abordagem sensacionalista. Os temores nem sempre estão associados a acontecimentos reais. Mudam constantemente e evoluem da mesma forma que a dinâmica da opinião pública. As condições que mais influenciam na percepção de risco são o medo, a insegurança, o desconhecimento. Portanto, os riscos que matam não são necessariamente aqueles que mais aborrecem ou amedrontam. O Planalto Poços de Caldas é mundialmente conhecido pela sua radioatividade elevada e a ocorrência de minério nuclear. A existência das jazidas do Campo de Cercado (urânio) e Morro do Ferro(tório), além de outras menores espalhadas pela região, influencia o imaginário da sociedade local. A convivência da população com a realidade geológica de sua região mudou em função das mudanças políticas nos últimos 60-70 anos (1950-2005) variando da euforia ao medo. Os fatos demonstram que a população tem medo da radiação e associa a ela elevado número de cânceres na região, de ser frequente o uso político do medo da população, que a empresa produtora e os órgãos reguladores não souberam lidar com o problema e que há o descrédito da população para as avaliações oficiais de segurança. Considerando a necessidade de se obter informações científicas, tecnicamente seguras e eticamente confiáveis sobre os efeitos da radiação na saúde da população e no meio ambiente da região, foi realizada uma cooperação técnica interinstitucional para atender a abrangência e as especificidades dos temas saúde, câncer e radioatividade.” Texto extraído da pesquisa científica “Percepção de Riscos e de Impactos Sócio-Econômicos da Radioatividade, 2002-2003” – Fapemig/ PUC Minas- Poços de Caldas, em parceria com o Laboratório da Comissão Nacional de Energia Nuclear, que teve na equipe de pesquisadores. MOACIR CIPRIANI O doutor Moacir Cipriani foi membro da comissão coordenadora do Projeto Planalto Poços de Caldas (2005-2008), como representante do Laboratório de Poços de Caldas – Comissão Nacional de Energia Nuclear. Possuidor de um vasto e profundo conhecimento na área de radiação, realizou importante contribuição na implantação e no desenvolvimento do presente projeto, sendo também seu grande incentivador, por ser antes de tudo morador e admirador dessa cidade. Na sua visão de mestre, acreditava na necessária reprodutibilidade da varredura das medições em outras regiões brasileiras igualmente expostas à radiação natural elevada. Mediante problemas inevitáveis que surgem em um trabalho desse porte, sempre dizia “só sei que tenho pressa”, e eram obrigatórias coragem e solução... e assim tem sido. Nosso agradecimento e eterna homenagem dos seus colegas da comissão coordenadora Berenice Navarro Antoniazzi, Nivaldo Carlos da Silva, Tarcísio Neves da Cunha e Ubirani Barros Otero. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 XI Doutor Moacir Cipriani Equipe da publicação (esquerda para direita): Ubirani Barros Otero, Nivaldo Carlos da Silva, Berenice Navarro Antoniazzi, Davidysson Abreu Alvarenga e Tarcísio Neves da Cunha. XII Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 ELABORAÇÃO Berenice Navarro Antoniazzi Davidysson Abreu Alvarenga Nivaldo Carlos da Silva Tarcísio Neves da Cunha Ubirani Barros Otero COLABORADORES Antonio Luiz Quinelato Heber Luiz Caponi Alberti Renato Azeredo Teixeira Silvana Rubano Barreto Turci Thays Aparecida Leão D’Alessandro MEDIÇÃO DA RADIAÇÃO IONIZANTE NATURAL Laboratório de Poços de Caldas – Comissão Nacional de Energia Nuclear Eder Tadeu Zenun Guerrero Dinarte Ferreira Mendes Moacir Cipriani Nivaldo Carlos da Silva Subsecretaria de Vigilância em Saúde – Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais Carla Souto Garcia Davidysson Abreu Alvarenga Milton dos Santos VALIDAÇÃO DOS ÓBITOS por cÂncer Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer e Fatores de Risco – Minas Gerais Coleta de Dados Karina Elizabeth Evangelista Angela Maria do Amparo Davidysson Abreu Alvarenga Cristiane Leal Costa Nivia Rodrigues Alves de Oliveira Raquel Paranhos Nogueira Thays Aparecida Leão D’Alessandro Organização e Digitação dos Questionários da Pesquisa Renato Azeredo Teixeira Paula Bispo Vieira Médica Radioterapeuta Analista dos Exames de Diagnóstico Maria Cristina Viegas Cançado Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 XIII AGRADECIMENTOS A todos que colaboraram direta ou indiretamente. Em especial: SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE DE MINAS GERAIS DE Andradas Caldas Ibitiúra de Minas Poços de Caldas Santa Rita de Caldas LABORATÓRIO DE ANATOMIA PATOLÓGICA LAPACI – Poços de Caldas HOSPITAIS DE MINAS GERAIS Hospital Bom Pastor – Varginha Hospital da Unimed – Poços de Caldas Hospital das Clínicas da UFMG – Belo Horizonte Hospital e Maternidade Pronto Socorro Santa Lúcia – Poços de Caldas Hospital Pedro Sanches – Poços de Caldas Santa Casa de Misericórdia de Andradas Santa Casa de Misericórdia de Caldas Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas PROFISSIONAIS XIV Adinei Pereira de Morais Ivani Negrini da Costa Carvalho Rafael José FurlanRavita Adriana Maria da Silva Costa Jandira Maciel da Silva Nigua da Paz Nascimento Aline Lopes Loures João Carlos da Silva Monteiro Regina Silva Molina Amauri Motta Jose Flávio Macacini Renata de Cassia Cassiano Assad Aun Netto Julia Francisca Guimarães de Moraes Resk Frayha Augusto Celso Amoedo Júnior Juliana Wotzasek Rulli Villardi Roberta Lopes Ferraz Bruna Carvalho Kelli de Freitas Machado Romeu José Nacarato Bruno dos Santos de Almeida Mariano Lene Holanda Sadler Veiga Rosa Maria Pereira Cláudio Pompeiano Noronha Lucas Neto Barbosa Rosemeire Pereira Garcia Cristiana Ferreira Jardim de Miranda Marcelo Moreno dos Reis Sandra Braga Grilo Dayse Carneiro Elian Márcio Ribeiro do Valle Salete Maria Novais Diniz Débora Lemos Marcos Eduardo de Andrade Sebastião Navarro Vieira Filho Dorivalda Alves de Lima Maria José da Ré Selma Donizeti Silverio Ramos Edson Avella Maria Helena Tirollo Taddei Soraia Mariano Perez Eduardo Mendonça Maria Lúcia Ferroni Tânia Cristina Vasconcellos Duarte Prado Elis de Oliveira Lima Filho Mário Roberto de Paiva Ferreira Thais Negrão Fátima Regina Silva de Souza Mário Tarcísio de Faria Uilerson de Oliveira Barboza Fátima Sueli Neto Ribeiro Marise Souto Rebelo Valéria de Melo Rodrigues Oliveira Flávia da Silva Franco Marta Raquel Logato Vanderlei Mauro da Silva Júnior Gulnar Azevedo e Silva Moema Miranda Siqueira Victor Augusto Cardillo Helena Maria Barbosa Nilo Persio Paro Yula Merola Horst Fernandes Odete Maria Gonçalves dos Santos Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 APRESENTAÇÃO O presente estudo nasceu da necessidade de dar resposta à população do Planalto Poços de Caldas sobre sua preocupação relacionada com a possível influência das condições ambientais da região sobre a saúde humana. A partir dessa necessidade, um projeto foi elaborado para atender aos diversos interesses técnicos e da população. A formação de uma equipe interinstitucional e multidisciplinar foi uma estratégia de fundamental importância para atender aos vários aspectos dos temas saúde, câncer e radioatividade. Essa integração permitiu que todo o processo fosse acompanhado passo a passo, visando à transparência e à confiabilidade dos dados. Nesse documento são apresentados os resultados alcançados entre 2004 a 2009, que foram didaticamente divididos em três partes. A Parte I descreve o histórico do projeto, o modelo de vigilância em saúde proposto para populações expostas à radiação natural elevada e os resultados preliminares. Na Parte II encontra-se a revisão de literatura nos vários aspectos da radiação natural, o objetivo do estudo, o território de abrangência, a metodologia, as análises e os resultados das medições da radiação ionizante natural externa gama terrestre. As considerações finais e recomendações são realizadas na Parte III. Os mapas das medições de radiação natural gama terrestre encontram-se no Apêndice. A persistência na busca por dados seguros, éticos e confiáveis teve como propósito fornecer o embasamento técnico e científico para uma melhor interação humana com o ambiente natural e dar subsídios para o planejamento das ações de saúde e segurança da população. Considerando que a informação é a melhor estratégia para promover uma vida mais saudável, a expectativa é que o conhecimento produzido promova novas posturas no estilo de vida e possa contribuir para uma convivência harmoniosa com a natureza. Os resultados aqui apresentados não esgotam o assunto. A proposta é que outros aspectos aqui não contemplados sejam abordados em estudos complementares para um cenário mais abrangente e completo. COMISSÃO COORDENADORA Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 XV SUMÁRIO PREFÁCIO ............................................................................................................................. VI IN MEMORIAM ....................................................................................................................... XI ELABORAÇÃO ....................................................................................................................... XIII AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. XIV APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. XV PARTE I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1.1 Histórico ............................................................................................................................ 1.2 Projeto Planalto Poços de Caldas ..................................................................................... 1.3 Objetivo............................................................................................................................. 1.4 A Iniciação ........................................................................................................................ 1.5 Resultados Preliminares ................................................................................................... 1.6 Vigilância do Câncer e seus Fatores de Risco .................................................................. 3 5 5 6 7 14 PARTE II – MEDIÇÕES DA RADIAÇÃO NATURAL GAMA EXTERNA EM CINCO MUNICIPIOS DO PLANALTO POÇOS DE CALDAS – MINAS GERAIS – BRASIL 2.1 Introdução ......................................................................................................................... 2.2 Geologia do Planalto Poços de Caldas ............................................................................. 2.3 Radiação Natural .............................................................................................................. 2.4 Radiação e Câncer ........................................................................................................... 2.5 Território de Abrangência do Estudo ................................................................................. 2.6 Materiais e Métodos .......................................................................................................... 2.7 Resultados e Discussão .................................................................................................... 2.8 Resultados por Município .................................................................................................. 2.9 Resultado do Planalto Poços de Caldas ........................................................................... 19 21 23 29 30 36 42 46 56 PARTE III – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 3.1 Considerações Finais........................................................................................................ 65 3.2 Principais Aspectos e Recomendações............................................................................. 67 3.3 Comunicação Gerencial dos Resultados........................................................................... 68 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 69 APÊNDICE ............................................................................................................................. 75 ANEXOS ................................................................................................................................ 83 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 XVII LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Estudo de Mortalidade por cânceres selecionados segundo municípios ............ 4 e localizações primárias consideradas como de alta e de altíssima prioridade em futuras investigações. Período: 1998 a 2002. Tabela 2 – Distribuição dos óbitos por cânceres selecionados, por município ...................... 11 de residência e sexo, 1999 a 2005 Tabela 3 – Componentes da dose efetiva mundial com base populacional ............................25 Tabela 4 – Classificação das áreas de radioatividade segundo a dose efetiva ......................26 média da radiação natural gama terrestre Tabela 5 – Média das medições da radiação gama externa encontradas .............................28 em estudos – Brasil. Tabela 6 – Número de habitantes e área territorial da malha viária (km²), ............................ 36 total e por zonas urbana e rural, dos municípios selecionados – IBGE, ano 2000. Tabela 7 – Total de pontos de medição por município segundo zonas urbana e rural ........ 42 Tabela 8 – Medições da radiação ionizante natural externa gama externa ...........................44 segundo dose média aritmética e ponderada pela população (mSv/ano). Setembro (2002-2008) Projeto Planalto Poços de Caldas, MG. Tabela 9 – Estatísticas descritivas das medições em mSv/ano por município e zona ........... 45 XVIII Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Fluxograma Projeto Planalto Poços de Caldas ................................................... 5 FIGURA 2 – Localização da área de estudo com destaque para a altitude .......................... 22 e a ocorrência de radionuclideos na região. FIGURA 3 – Penetração das radiações ionizantes .................................................................. 24 FIGURA 4 – Imagem de Satélite do Planalto Poços de Caldas .................................................30 FIGURA 5 – Conjunto instalado em um veículo de passeio: detector gama ........................... 37 de alta sensibilidade acoplado a um GPS e a um microcomputador. FIGURA 6 – Distribuição percentual das doses anuais (mSv/ano) medidas .............................43 FIGURA 7 – Boxplot da dose gama em Poços de Caldas, MG - em mSv/ano......................... 46 FIGURA 8 – Histograma da dose gama na zona urbana de Poços de Caldas ...................... 46 FIGURA 9 – Histograma da dose gama na zona rural de Poços de Caldas ............................ 46 FIGURA 10 – Boxplot da dose gama em Andradas, MG - em mSv/ano .................................. 48 FIGURA 11 – Histograma da dose gama na zona urbana de Andradas ................................ 48 FIGURA 12 – Histograma da dose gama na Zona rural de Andradas .........................................48 FIGURA 13 – Boxplot da dose gama em Caldas, MG - em mSv/ano .................................... 50 FIGURA 14 – Histograma da dose gama na zona urbana de Caldas ..................................... 50 FIGURA 15 – Histograma da dose gama na zona rural de Caldas ........................................ 50 FIGURA 16 – Boxplot da dose gama em Ibitiúra de Minas, MG - em mSv/ano ...................... 52 FIGURA 17 – Histograma da dose gama na zona urbana de Ibitiúra de Minas ..................... 52 FIGURA 18 – Histograma da dose dama na zona rural de Ibitiúra de Minas ........................ 52 FIGURA 19 – Boxplot da dose gama em Santa Rita de Caldas, MG - em mSv/ano ............. 54 FIGURA 20 – Histograma da dose gama na zona urbana de Santa Rita de Caldas ............... 54 FIGURA 21 – Histograma da dose gama na zona rural de Santa Rita de Caldas ................... 54 FIGURA 22 – Número absoluto de medições de dose, segundo categorias ......................... 57 de doses acima de 10 mSv/ano. FIGURA 23 – Dose gama externa – Áreas urbana e rural dos municípios ............................ 58 FIGURA 24 – Dose gama externa nos municípios ................................................................. 59 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 XIX LISTA DE MAPAS Mapa 1 – Dose gama externa no município de Poços de Caldas .......................................... 47 Mapa 2 – Dose gama externa na zona urbana de Poços de Caldas .................................... 47 Mapa 3 – Dose gama externa no município de Andradas ...................................................... 49 Mapa 4 – Dose gama externa na zona urbana de Andradas ................................................ 49 Mapa 5 – Dose gama externa no município de Caldas .......................................................... 51 Mapa 6 – Dose gama externa na zona urbana de Caldas ...................................................... 51 Mapa 7 – Dose gama externa no município de Ibitiúra de Minas ...............................................53 Mapa 8 – Dose gama externa na zona urbana de Ibitiúra de Minas ..........................................53 Mapa 9 – Dose Gama Externa no Município de Santa Rita de Caldas ................................... 55 Mapa 10 – Dose gama externa na zona urbana de Santa Rita de Caldas ................................55 Mapa 11 – Densidade demográfica dos cinco municípios do ................................................. 77 Planalto Poços de Caldas por setores censitários – Minas Gerais Mapa 12 – Doses de radiação gama externa na malha viária ................................................ 78 dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais Mapa 13 – Doses interpoladas de radiação gama externa na malha viária ............................ 79 dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais (por hectare) Mapa 14 – Doses máximas de radiação gama externa na malha viária ................................ 80 dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais (por hectare) Mapa 15 – Doses médias interpoladas de radiação gama externa ........................................ 81 segundo óbitos por câncer e municípios selecionados do Planalto Poços de Caldas Mapa 16 – Doses máximas interpoladas de radiação gama externa ..................................... 82 segundo óbitos por câncer e municípios selecionados do Planalto Poços de Caldas XX Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 PARTE I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 2 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 1.1 Histórico Em 1948 foi detectada radioatividade em minerais de zircônio no Planalto Poços de Caldas. No ano de 1959, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) iniciou uma usina para extração de urânio, encerrada em 1961. Foram descobertas as jazidas no Campo do Agostinho (urânio e molibdênio) em 1965 e a de urânio do Campo do Cercado (atual INB) em 1970, sendo abertas as primeiras galerias em 1974. Nesse mesmo ano foi criado o Laboratório de Poços de Caldas. Em 1982, iniciou-se a exploração comercial de urânio, e em 1995 ocorreu a paralisação da lavra. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, o Instituto Nacional de Câncer e a Comissão Nacional de Energia Nuclear – Laboratório de Poços de Caldas, a partir das várias solicitações de investigação de aumento do número de casos de câncer em municípios da região sul de Minas Gerais, iniciaram os trabalhos em 2004, para maior esclarecimento sobre o problema. No caso específico dos municípios do Planalto Poços de Caldas, existia uma preocupação quanto a uma associação do suposto aumento na incidência de câncer com a exposição à radiação natural, pelo fato de a região ser mundialmente reconhecida como uma área de radiação natural elevada (CULLEN, 1975; PENNA FRANCA et al., 1965; PENNA FRANCA, 1977; AMARAL, 1992). Pela inexistência de Registro de Câncer de Base Populacional nesses municípios, não foi possível identificar a incidência de câncer na população. Portanto, o estudo preliminar foi realizado com os dados disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) (DATASUS, Ministério da Saúde), para avaliar a mortalidade por cânceres selecionados segundo o município de residência do óbito. A metodologia consistiu no cálculo da Razão de Mortalidade Padronizada (RMP) (Standardized Mortality Ratio – SMR), para cada município, que é a razão entre os óbitos observados e os óbitos esperados, sendo considerado excesso os valores acima de 100%, estatisticamente significativos. Para os cálculos utilizou-se como população padrão a do Estado de Minas Gerais por categoria de idade. Foi evidenciado um excesso de óbitos para algumas localizações primárias de câncer, cujos resultados foram apresentados em um fórum estadual realizado em 19/08/2005, em Belo Horizonte, e em 09 a 11/11/05, no I Fórum Regional em Poços de Caldas. Em 2007, o estudo foi publicado com aplicação de uma metodologia de screening para avaliar a mortalidade por câncer. Dessa forma, os municípios de Andradas, Poços de Caldas e Pouso Alegre foram categorizados como de altíssima prioridade de investigação. No I Fórum Regional de Poços de Caldas, foi realizado um importante trabalho com a comunidade, através da construção da Matriz proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – Forças Motrizes, Pressões, Estados, Exposições, Efeitos e Ações (FPEEEA), que é uma metodologia que vem sendo adotada no desenvolvimento da vigilância ambiental em saúde no Brasil (CASTRO et al., 2003). O público participante, formado por profissionais de saúde, representantes de associações e outros interessados da sociedade civil organizada, apontou como fatores de risco mais relevantes para o câncer na região os agrotóxicos e a radiação. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 3 Tabela 1 Estudo de Mortalidade por cânceres selecionados segundo municípios e localizações primárias consideradas como de alta e de altíssima prioridade em futuras investigações. Período: 1998 a 2002. Município/MG Causa de Óbito* Masculino Observado RMP (IC95%) Causa de Óbito* Feminino Observado RMP (IC95%) - - 298 - 127 (112-141) - 232 149 (130-168) 7 17 403 (104-701) 211 (111-312) 13 257 (118-396) Alta Prioridade – RMP entre 100 e 200%** Andradas Todas as neoplasias 92 128 (102-155) - Todas as neoplasias 314 121 (107-134) Todas as neoplasias Pulmão 49 147 (106-188) Tabela 1: Estudo de Mortalidade por cânceres selecionados, segundo municípios Mama 51 168 (122-213) - e Poços de Caldas localizações primárias consideradas como de alta e de altíssima prioridade em futuras Pouso Alegre Todas as neoplasias 283 157 (138-175) Todas as neoplasias investigações. Período: 1998 a 2002. Masculino Feminino Altíssima – RMP acima de 200%*** RMP (IC95%) Prioridade Causa de Óbito* RMP (IC95%) Observado Observado Andradas Pulmão 16 100 e 200%** 208 (106-310) Fígado Alta Prioridade – RMP entre Andradas Todas as neoplasias 92 128 (102-155) Poços de Caldas Leucemia 19 284 (156-412) Leucemia Todas as neoplasias 314 121 (107-134) Todas as neoplsias 298 127 (112-141) Poços dePouso CaldasAlegre Pulmão 49 147 (106-188) - (127-540) Leucemia 10 333 Hematológicos** Mama 51 168 (122-213) Pouso Alegre Todas asetneoplasias 283 157 (138-175) Todas as neoplasias 232 149 (130-168) Fonte: Otero, Antoniazzi al., 2007. Altíssima RMP acima de 200%*** * Classificação Internacional de Doenças – 10ªPrioridade revisão. ** –Linfomas e Mielomas Andradas Pulmão 16 entre208 (106-310) 7 403 (104-701) ** Alta prioridade em futuras investigações: RMP 100% e 200% (IC95%)Fígado Poços de CaldasprioridadeLeucemia 19 RMP284 (156-412) Leucemia 17 211 (111-312) ***Altíssima em futuras investigações: maior que 200% (IC95%) Pouso Alegre Leucemia 10 333 (127-540) Hematológicos** 13 257 (118-396) Município MG Causa de Óbito* Fonte: Otero, Antoniazzi et al, 2007 (Cadernos de Saúde Pública; 23 Sup 4:S537-5548, 2007. ) * Classificação Internacional de Doenças – 10ª revisão. ** Linfomas e Mielomas Em 2006, foi elaborado um projeto, por uma equipe interinstitucional e multidisciplinar, para atender às várias vertentes de vigilância em saúde em populações expostas à radiação Em 2006, foi elaborado um projeto, por uma equipe interinstitucional e natural elevada. Desta forma, o Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer e seus Fatores multidisciplinar, para atender as várias vertentes de vigilância em saúde em populações de Risco (SVS/SES-MG), Área forma, de Vigilância dodeCâncer relacionado expostas a radiação natural elevada.aDessa o Programa Avaliação e Vigilânciaao Trabalho e ao Ambiente do (CONPREV/INCA) Câncer e seus fatores edeo risco (SVS/SES-MG), a Área de Vigilância do Câncer Laboratório de Poços de Caldas da Comissão Nacional de Energia Nuclear relacionado ao Trabalho e ao Ambiente (CONPREV/INCA) e o Laboratório de Poços (LAPOC/CNEN) firmaram uma importante parceria técnica. O apoio da Coordenação Geral de de Caldas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (LAPOC/CNEN), firmaram uma Vigilância Ambiental Saúde e das cinco secretarias municipais de saúde importante parceria técnica. – O CGVAM/Ministério apoio, da Coordenaçãoda Geral de Vigilância Ambiental CGVAM/Ministério da Saúde e das cinco secretarias municipais de saúde, foi foi fundamental para a consolidação da proposta. O financiamento foi realizado pelo projeto do fundamental para a consolidação da proposta. O financiamento foi realizado pelo plano estadual do Vigisus II, meta 4.1 – Pesquisa de Radiação e Câncer, e as instituições parceiras projeto do plano estadual do Vigisus II, meta 4.1 – Pesquisa de Radiação e Câncer e as realizaram o apoio técnico e operacional nas ações às suas instituições parceiras realizaram o apoio técnico e operacional nasrelacionadas ações relacionadas às atividades de rotina. ** alta prioridade em futuras investigações: RMP entre 100% e 200% (IC95%) ***altíssima prioridade em futuras investigações: RMP maior que 200% (IC95%) suas atividades de rotina. I Fórum Regional do Planalto Poços de Caldas - Matriz da OMS Grupo de Discussão de Poços de Caldas. (Em pé): ministrador Marcelo Moreno (INCA) e monitores; Berenice Navarro (SES-MG), Moacir Cipriani (CNEN, ao fundo). Local: Casino Palace – Poços de Caldas – 10/11/2005. I Fórum Regional do Planalto Poços de Caldas- Matriz da OMS Grupo de Discussão de Poços de Caldas - (Em pé): Ministrador Marcelo Moreno (INCA) e monitores; Berenice Navarro (SES-MG), Moacir Cipriani (CNEN, ao fundo) Local: Casino Palace - Poços de Caldas - 10/11/2005. 4 4 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 1.2 Projeto Planalto Poços de Caldas O projeto foi elaborado com foco em cinco municípios do Planalto Poços de Caldas, sendo composto de três etapas: (1) Vigilância do Câncer: para fortalecer a prevenção dos fatores de risco e o SUS local, identificar a incidência da doença (Registro de Câncer de Base Populacional – RCBP) e a qualidade da assistência (Registro Hospitalar de Câncer – RHC); (2) Pesquisa de Radiação Natural e Saúde: em razão da insuficiência de dados, foi indicada a realização de medições da dose de radiação natural para possibilitar a necessária avaliação de risco à saúde, (3) Estudos Epidemiológicos: para elucidar o cenário da mortalidade e morbidade por câncer na região e a influência dos fatores de risco. (4) Comunicação de risco: visa à clareza dos resultados aos diferentes públicos: profissionais, população e stakeholders. Projeto Planalto Poços de Caldas (Poços de Caldas, Andradas, Caldas, Ibitiúra de Minas, Santa Rita de Caldas) 1. Vigilância do Câncer 1.1. Registros de Câncer 2. Radiação Natural e Saúde 1.2 Fortalecimento do SUS 3. Estudos Epidemiológicos 3.1. de Mortalidade 2.0. Etapa Preliminar Levantamento de informações Levantamento de Informações 3.2. de Morbidade (Valid. óbitos leuc/ hem ) 2.1. Medições da Radiação 1 – Externa 2 – Interna 2.2. Outras ações relacionadas 1- Externa 2 - Interna relacionadas 4. Comunicação com o público População Profissional de Saúde Stakeholders Figura 1 – Fluxograma Projeto Planalto Poços de Caldas 1.3 Objetivo Disponibilizar para a população do Planalto Poços de Caldas informações científicas, tecnicamente confiáveis e eticamente seguras sobre a ocorrência de câncer e realizar as medições da radiação ionizante natural externa, em 100% dos cinco municípios pesquisados. A expectativa foi de as informações geradas servirem de ferramentas para os gestores e órgãos reguladores, na implantação e na implementação de ações, para melhorar a qualidade de vida na região. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 5 1.4 A Iniciação 1.4.1 Discussão e Apoio dos Municípios – 2006 A comissão coordenadora interinstitucional visitou as secretarias municipais de saúde dos cinco municípios para apresentar, discutir e solicitar adesão ao projeto. Visitas nas Secretarias Municipais de Saúde de Andradas, Caldas, Ibitiúra de Minas e Santa Rita de Caldas – Maio de 2006 1.4.2 Preparação Técnica Poços de Caldas, Maio/20007 – Curso de Georreferenciamento das medidas de radiação Participação técnica: 25 profissionais 5 SMS – GRS Pouso Alegre – INCA – SES-MG LAPOC/CNEN 6 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 1.5 Resultados Preliminares 1.5.1 Vigilância do Câncer e Estudos Epidemiológicos A Vigilância do Câncer do Estado de Minas Gerais teve como principal foco iniciar na região um sistema permanente de informação de câncer: o Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) e o Registro Hospitalar de Câncer (RHC). O primeiro para a incidência populacional, e o segundo para o perfil da assistência. O sistema do RCBP, por gerar taxas padronizadas, permite realizar análises epidemiológicas comparativas da incidência com outros registros do País e do mundo, inclusive aqueles que também monitoram populações expostas à radiação natural elevada. O RCBP–Poços de Caldas encontrase na vigilância epidemiológica da secretaria municipal de saúde, e a infraestrutura física foi propiciada com os recursos financeiros do Vigisus II. Em 2008, os profissionais foram capacitados em registros de câncer. Em 2009, a comissão assessora foi estabelecida pela Portaria GAB Poços de Caldas, em 11/2009, para o suporte técnico e científico do registro. Os trabalhos estão na fase inicial, de coleta dos casos novos nas fontes (hospitais, laboratórios, clínicas). O Registro Hospitalar de Câncer da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas foi implantado em 2006. Em 2008, participou juntamente da publicação estadual de 23 RHC-MG, com os dados do ano de 2005. Em 2009, finalizou a base de dados dos casos novos do ano de 2007. Por ser um dos centros de referência de alta complexidade do SUS-Brasil para assistência do câncer, é obrigatório o envio anual dos dados ao Instituto Nacional de Câncer (INCA) (Portaria MS, SAS nº 62, 11/03/09), para divulgação nacional no portal da vigilância do INCA/MS. A divulgação das informações dos registros de câncer ocorre em tabulação pública, ou seja, com sigilo dos dados pessoais. Todos os profissionais dos registros de câncer, por meios legais, têm essa obrigatoriedade. No Brasil, o INCA realiza as capacitações técnicas, e os alunos aprovados são certificados pela Coordenação de Ensino e Divulgação Científica – INCA/MS. Estudos Epidemiológicos: Validação dos óbitos por tipos de câncer, segundo residência em Andradas, Caldas e Poços de Caldas A Vigilância Estadual de Câncer conduziu a investigação dos 254 casos de óbitos por cânceres selecionados, ocorridos entre 1999 a 2005, nos municípios analisados, cujos resultados são apresentados nos itens 1.5.5 e 1.5.6. 1.5.2 Radiação Natural e Saúde As informações preliminares foram insuficientes para avaliar a radiação natural e seus efeitos na saúde da população, sendo, portanto indicadas as seguintes ações: (a) medição da radiação ionizante natural gama externa terrestre e a elaboração do mapa de dose da região, (b) análises comparativas com os níveis internacionais, (c) georreferenciamento dos óbitos por cânceres selecionados no mapa de dose. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 7 1.5.3 Vigilância do Câncer – Implantação do Registro de Câncer de Base Populacional de Poços de Caldas (RCBP-PC) – 2008 e 2009 O Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) é um centro de coleta, processamento e análise, de forma sistemática e contínua, para informação da incidência de câncer na população. O RCBP de Poços de Caldas é o primeiro do interior do Estado de Minas Gerais. Em 2009 foi iniciada a coleta dos casos novos, sendo esses trabalhos monitorados pelo Programa Estadual de Vigilância do Câncer da SVS/SES-MG. Capacitação em registros de câncer – RCBP. Belo Horizonte (MG), 2008. Instituições ministradoras: CONPREV/INCA PAV-MG Em destaque, os cinco profissionais capacitados das secretarias municipais de saúde de Poços de Caldas (1), Andradas (2) e Caldas (2). Em 07/08/09, o secretário municipal de Saúde de Poços de Caldas (em destaque) apresentou os membros da Comissão Assessora do RCBP para a GRS de Pouso Alegre e comissão do projeto. A comissão é formada por médicos, patologistas, físico nuclear e técnicos da vigilância em saúde (Portaria GABPC nº 11/2009). 8 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 1.5.4 Vigilância do Câncer: Publicação estadual 23 RHC-MG 1.5.4. Vigilância do Câncer: Publicação estadual 23 RHC-MG Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas – Minas Gerais Hospital Irmandade da de Misericórdia de Poços de Caldas, com sede Irmandade da Santa Casa dedaMisericórdia deSanta PoçosCasa de Caldas – Minas Gerais a Praça Francisco Escobar s/n°, foi fundada em 1904, em um pequeno e modesto prédio doado pela benemérita Dona Maria das Dores do Rosário e instalada inicialmente à Rua O Hospital da Irmandadecom da Santa CasadedeSanta Misericórdia Poços de Caldas, comDe sede na Praça Francisco Assis Figueiredo, o nome Casa, de onde ficou até 1920. 1920 até 1962, trocou o endereço, tamanho e capacidade atendimento por trêspela vezes, graças ao trabalho Escobar s/n°, foi fundado em 1904, em um pequeno e de modesto prédio doado benemérita Dona Maria das incansável de um cem número de abnegados beneméritos cujos nomes não são citados Dores do Rosário e instalado inicialmente na Rua Assis Figueiredo, com o nome de Santa Casa, onde para ficou até não incorrer no erro de não declinar alguns. Finalmente em 20 de maio de 1962, a Santa 1920. De 1920 até 1962 trocou de endereço, tamanho e capacidade de atendimento por três vezes, graças ao Casa foi instalada em seu endereço atual. De lá pra cá, a entidade cresceu a cada dia e hoje trabalho incansável um sem que número de abnegados beneméritos cujospatrimônios nomes não são incorrer podemosdeafirmar a Santa Casa é um dos maiores quecitados Poçospara de não Caldas no erro de não declinar alguns. Finalmente (RHC-MG, v.1, 2008).em 20 de maio de 1962, a Santa Casa foi instalada em seu endereço possui atual. De lá pra cá, a entidade cresceu a cada dia, e hoje podemos afirmar que a Santa Casa é um dos maiores Registro Hospitalar de Câncer patrimôniosInformações que Poços de do Caldas possui (RHC-MG, v. 1, 2008). Coordenador: Nimeo Rafael Gracete Balbuena Informações do Registro Hospitalar de Câncer Registrador: Kelli de Freitas Machado Comissão Assessora: Cláudio Rogério Carneiro, Fabiana Damasceno Bárbara, Kelli de Freitas Machado, Nimeo Rafael Gracete Balbuena. Coordenador: Nimeo Rafael Gracete Balbuena Contato: Oncologia (35) 3729-6121 Registrador: Kelli de Freitas Machado Comissão Assessora: Cláudiorealizada Rogério Carneiro, Fabiana9-Os Damasceno Bárbara, Kelli deSim Freitas Machado, Nimeo 1-Tipo de assistência Técnicos do RHC são Geral pelo hospital capacitados Rafael Gracete Balbuena Filantrópico Não 2-Caráter 10-Sala Exclusiva Contato: Oncologia (35) 3729-6121 3-Unacon / Cacon Sim 11 -Linha Telefônica Não 4-Todas as Consultas Ano 10.800 Sim 12-Informatizado (Total) 9-Os Técnicos do RHC são 1-Tipo de assistência realizada Sim Geral 5-Total de casos novos no último capacitados pelo hospital 453 2005 13-Quais Anos Consolidados ano consolidado pelo RHC 2-Caráter 10-Sala Exclusiva Filantrópico Não 6- Primeiras Clínicas de Entrada Clinico e cirúrgico 14-Tipo de Coleta Casos RHC Prontuário 3-Unacon / Cacon 11 -Linha Telefônica Sim Não 2004 Não 7- Ano de Implantação RHC 15-O RHC tem publicação? 4-Todas as Consultas Ano (Total) 12-Informatizado 10.800 Sim 8-Os registradores são exclusivos Sim Nenhuma 16-Tipo de Divulgação 5-Total de casos novos no último do RHC? 13-Quais Anos Consolidados 453 2005 anoFonte: consolidado pelo RHC de Atualização RHC em 24 de outubro de 2007 (RHC-MG, v.1, 2008) Questionário Equipe de atualizada 04 deenovembro 2009 de Coleta Casos RHC 6- Primeiras Clínicas Entrada emClinico cirúrgico de 14-Tipo 7- Ano de Implantação RHC 2004 15-O RHC tem publicação? 8-Os registradores sãoPoços exclusivos Projeto Planalto de Caldas –Sim Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 16-Tipo de Divulgação do RHC? Prontuário Não Nenhuma 9 Fonte: Questionário de Atualização RHC em 24 de outubro de 2007 (RHC-MG, v.1, 2008) Equipe atualizada em 04 de novembro de 2009 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 9 Distribuição do total de casos de câncer, por localização do tumor primário, segundo o sexo - Casos Analíticos e Não Analíticos - 2005 FEMININO MASCULINO IGNORADO f ‰ f ‰ f ‰ TOTAL f COD LOCALIZAÇÃO DO TUMOR PRIMÁRIO (CID-O) C00 LÁBIO 0 0,000 0 0,000 2 0,009 2 0,004 C01 BASE DA LÍNGUA 0 0,000 1 0,005 1 0,004 2 0,004 C02 OUTRAS PARTES E PARTES NÃO ESPECIFICADAS DA LÍNGUA 0 0,000 1 0,005 2 0,009 3 0,007 C05 PALATO 0 0,000 0 0,000 5 0,022 5 0,011 C06 OUTRAS PARTES E PARTES NÃO ESPECIFICADAS DA BOCA 0 0,000 1 0,005 1 0,004 2 0,004 0 0,000 3 0,014 11 0,047 14 0,031 C06-C00 ********** TOTAL DE TUMORES DE BOCA ********** ‰ C10 OROFARINGE 0 0,000 0 0,000 1 0,004 1 0,002 C11 NASOFARINGE 0 0,000 1 0,005 2 0,009 3 0,007 C13 HIPOFARINGE 0 0,000 0 0,000 2 0,009 2 0,004 C15 ESÔFAGO 0 0,000 1 0,005 13 0,056 14 0,031 C16 ESTÔMAGO 0 0,000 5 0,023 9 0,039 14 0,031 C18 CÓLON 0 0,000 19 0,086 13 0,056 32 0,071 C19 JUNÇÃO RETOSSIGMOIDIANA 0 0,000 2 0,009 7 0,030 9 0,020 C20 RETO 0 0,000 1 0,005 9 0,039 10 0,022 C22 FÍGADO E VIAS BILIARES INTRA-HEPÁTICAS 0 0,000 1 0,005 0 0,000 1 0,002 C25 PÂNCREAS 0 0,000 1 0,005 1 0,004 2 0,004 C31 SEIOS DA FACE 0 0,000 1 0,005 1 0,004 2 0,004 C32 LARINGE 0 0,000 3 0,014 3 0,013 6 0,013 C34 BRÔNQUIOS E PULMÕES 0 0,000 5 0,023 16 0,069 21 0,046 C41 NEOPLASIA MALIGNA DOS OSSOS E DAS CARTILAGENS ARTICULARES DE OUTRAS LOCALIZAÇÕES NÃO-ESPECIFICADAS 0 0,000 1 0,005 0 0,000 1 0,002 C42 SISTEMAS HEMATOPOÉTICO E RETICULOENDOTELIAL 0 0,000 14 0,063 14 0,060 28 0,062 C44 PELE 0 0,000 30 0,136 21 0,091 51 0,113 C49 TECIDO CONJUNTIVO, SUBCUTÂNEO E OUTROS TECIDOS MOLES 0 0,000 0 0,000 4 0,017 4 0,009 C50 MAMA 0 0,000 84 0,380 0 0,000 84 0,185 C53 COLO DO ÚTERO 0 0,000 13 0,059 0 0,000 13 0,029 C54 CORPO DO ÚTERO 0 0,000 5 0,023 0 0,000 5 0,011 C55 ÚTERO 0 0,000 2 0,009 0 0,000 2 0,004 C56 OVÁRIO 0 0,000 13 0,059 0 0,000 13 0,029 C58 PLACENTA 0 0,000 3 0,014 0 0,000 3 0,007 C60 PÊNIS 0 0,000 0 0,000 3 0,013 3 0,007 C61 PRÓSTATA 0 0,000 0 0,000 79 0,341 79 0,174 C62 TESTÍCULO 0 0,000 0 0,000 2 0,009 2 0,004 C64 RIM 0 0,000 2 0,009 2 0,009 4 0,009 C67 BEXIGA 0 0,000 3 0,014 8 0,034 11 0,024 C71 ENCÉFALO 0 0,000 0 0,000 2 0,009 2 0,004 C73 GLÂNDULA TIRÓIDE 0 0,000 0 0,000 1 0,004 1 0,002 C74 GLÂNDULA SUPRA-RENAL 0 0,000 1 0,005 0 0,000 1 0,002 C76 OUTRAS LOCALIZAÇÕES E LOCALIZAÇÕES MAL DEFINIDAS 0 0,000 2 0,009 1 0,004 3 0,007 C77 LINFONODOS (GÂNGLIOS LINFÁTICOS) 0 0,000 3 0,014 7 0,030 10 0,022 C80 TOTAL LOCALIZAÇÃO PRIMÁRIA DESCONHECIDA 0 0,000 2 0,009 0 0,000 0 0,000 221 1,000 232 1,000 Distribuição dos linfomas e leucemias, segundo o tipo histológico, por sexo - - Casos Analíticos e Não Analíticos - 2005 FEMININO MASCULINO IGNORADO TIPO HISTOLÓGICO (CID-O) f ‰ f ‰ f ‰ 2 453 0,004 1,000 COD TOTAL f ‰ 959 Linfoma Maligno, SOE ou Difuso 0 0,000 5 0,278 8 0,333 13 0,310 965 Linfoma de Hodgkin, Celularidade Mista ou Deplecção Linfocítica 0 0,000 0 0,000 3 0,125 3 0,071 969 Linfoma de Células B Maduras 0 0,000 1 0,056 0 0,000 1 0,024 973 Tumores de Plasmócitos 0 0,000 6 0,333 3 0,125 9 0,214 980 Leucemias, SOE 0 0,000 0 0,000 1 0,042 1 0,024 982 Leucemias Linfóides 0 0,000 3 0,167 4 0,167 7 0,167 986 Leucemias Mielóides 0 0,000 1 0,056 3 0,125 4 0,095 996 Alterações Mielo Proliferativas Crônicas 0 0,000 2 0,111 1 0,042 3 0,071 998 Síndrome Mielodisplásica 0 0,000 0 0,000 1 0,042 1 TOTAL 0 0,000 18 1,000 24 1,000 42 Fonte: PAV-MG / SisRHC versão 2.4 - CNES 00002129469 SANTA CASA DE POÇOS DE CALDAS - posição em 09/09/2008 (271 validados incluídos e nenhum incoerente excluído) 0,024 1,000 - 453 casos diagnosticados como neoplasia maligna no ano de 2005 foram tratados nesse hospital. Sabe-se que 262 casos (58%) foram após 60 anos de idade; 115 aos 60-69 (25%); 118 aos 70-79 (26%) e 29 acima de 80 (6,4%). - 274 casos (60%) foram por 5 localizações primárias: 84 casos de mama (18,6%), 79 próstata (17,4%), 51 pele (11,3%), 32 cólon (7,1%) e 28 (6,2%) dos sistemas hematopoiéticos e reticuloendotelial. - 42 casos (9,2%) tiveram histologia de linfomas ou leucemias, sendo 29 (6,4%) de 3 tipos: linfoma maligno soe/difuso (13 casos), tumores de plasmócitos (9 casos) e leucemias linfoides (7 casos). Nota: ressalte-se que os dados hospitalares não representam a incidência populacional, pois os portadores podem tratar-se em outros hospitais, como também nem todos os casos tratados são do mesmo município do hospital. – Apenas o RCBP poderá obter a informação da incidência de câncer na população residente – 10 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 1.5.5 Validação dos Óbitos por Cânceres de Pulmão, Leucemia e Linfoma nos municípios de Andradas, Caldas e Poços de Caldas - MG A causa específica do óbito muitas vezes não é bem caracterizada na declaração de óbito (INCA, 2008). A validação de óbitos consiste em uma análise de concordância (Método Kappa) entre a causa básica do óbito informada no sistema de mortalidade (D.O.) e os dados obtidos na investigação do óbito (MONTEIRO, KOIFMAN, S. KOIFMAN, R.J., 1997). Foram buscadas as informações clínicas e os exames de diagnóstico de 254 óbitos (DATASUS, sistema de mortalidade, 1999 a 2005), segundo residência nos municípios citados e a causa básica por um dos cânceres selecionados (TAB. 2). Uma equipe de registradores de câncer do Registro de Câncer de Base Populacional da SES-MG, sob sigilo ético, foi deslocada para os hospitais de ocorrência dos óbitos investigados, para a coleta de dados em planilhas específicas. Tabela 2 Distribuição dos óbitos por cânceres selecionados*, por município de residência e sexo, 1999 a 2005 Município (MG) Total Homens Mulheres Andradas 40 26 (65,0%) 14 (35,0%) Caldas 19 13 (68,4%) 6 (31,6%) Ibitiúra de Minas 0 - - Poços de Caldas 195 119 (61,0%) 76 (39,0%) Santa Rita de Caldas 0 - - Total da Região 254** 158 (62,2%) 96 (37,8%) Fonte: SIM – Sistema de Informação sobre Mortalidade – MG, 1999-2005 *Cânceres selecionados (CID-10): Pulmão (C34), Leucemias (C-90-95) e Linfomas (C81-C85) ** Vide distribuição dos óbitos nos municípios/Apêndice MAPA 15 Após dois anos (2007 a 2009), o percentual de perdas pela falta de exames de diagnóstico do câncer pesquisado ou por insuficiente anotação médica na documentação consultada foi de 49,6%, sendo esgotada a possibilidade de diminuir esse elevado percentual, o que comprometeria as análises. Há de se destacar a importante participação das instituições de saúde no levantamento desses casos de óbitos, da vigilância epidemiológica das secretarias municipais de saúde e dos agentes comunitários de saúde dos PSF de Andradas e Caldas, na busca domiciliar dessas informações. O grupo de pesquisa optou por apresentar esses resultados para as secretarias municipais de saúde, com vistas à melhoria da informação de saúde e ao acondicionamento da documentação médica, uma vez que o estudo também propunha identificar a qualidade da informação nos serviços de saúde da região e contribuir com a gestão local. A discussão dos resultados preliminares foi realizada em 04/06/08, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) de Poços de Caldas, com os gestores de saúde e posteriormente nas reuniões técnicas com as vigilâncias epidemiológicas dos municípios pesquisados. Em junho de 2009, os trabalhos de investigação foram suspensos definitivamente, sendo enviado um relatório sucinto ao comitê de ética do INCA que realizava o acompanhamento desse estudo. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 11 Em alguns serviços de saúde evidencia-se a melhoria do arquivo médico e a sensibilização dos profissionais de saúde ao preenchimento correto e completo, dos laudos e prontuários, o que muito contribuirá na qualidade dos sistemas de informação dos registros de câncer em atividade. 1.5.6 Trabalho de Campo da Investigação dos Óbitos – 2007/2008 Os registradores de câncer da SES-MG realizaram a coleta de dados nos hospitais de ocorrência dos óbitos investigados. O RHC da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas e o RHC do Hospital Bom Pastor (Varginha), assim como outros hospitais, prestaram importante apoio nos trabalhos. A B (A e B) Coleta de dados nas instituições de ocorrência do óbito por cânceres selecionados; C D (C) Santa Casa de Misericórdia de Andradas, 2008; (D) Hospital Bom Pastor de Varginha, 2009; E F (E) Equipe de campo, médicos da Santa Casa de Poços de Caldas e representante da Vigilância em Saúde; (F) Controle de qualidade – Local: SVS/SES-MG (Superintendência de Epidemiologia). 12 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 1.5.7 Discussão dos resultados preliminares Os resultados preliminares da Vigilância do Câncer e das Medições de Radiação foram apresentados na CIB-Poços de Caldas, em 04/06/08. Também foram realizadas visitas técnicas locais nas secretarias municipais de saúde para uma melhor interação dos profissionais de saúde sobre a questão. A B (A) Reunião SMS-Poços de Caldas; (B) Equipe Coordenadora com o secretário municipal de Saúde de Poços de Caldas Dr. Mário Roberto Ferreira (2008) C D (C) Reunião SMS-Andradas, 2008; (D) Reunião SMS-Caldas, 2008; E (E) Reunião com os gestores, na CIB-Poços de Caldas – Data: 04/06/2008. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 13 1.6 Vigilância do Câncer e SEUS FATORES DE RISCO 1.6.1 O que é Vigilância do Câncer Para descrever a epidemiologia do câncer em uma população é necessário conhecer sua incidência, sua mortalidade e sua sobrevida. A incidência é conhecida por meio dos Registros de Câncer de Base Populacional, e a mortalidade é conhecida por meio do sistema de mortalidade. A sobrevida pode ser estudada por meio de registros populacionais, hospitalares e estudos clínicos (INCA, 2008). A vigilância do câncer atua em todos os níveis de atenção: promoção de saúde, prevenção dos fatores de risco, detecção precoce, tratamento, cuidados paliativos e mortalidade. O principal objetivo é obter e divulgar a informação epidemiológica da doença para subsidiar a gestão em saúde e outras áreas relacionadas, visando à prevenção e ao controle da doença na população. 1.6.2 Registro de Câncer de Base Populacional – RCBP: Incidência É o principal componente na vigilância epidemiológica do câncer. O RCBP é um centro de coleta sistemática e contínua de casos novos anuais ocorridos em uma determinada área geográfica. Existem no Brasil 21 RCBP, a maioria nas capitais, que alimentam o sistema nacional de informação de câncer para a realização das estimativas do País, pelo Instituto Nacional de Câncer. O RCBP da Vigilância do Câncer da Subsecretaria de Vigilância em Saúde / Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais realiza a cobertura da população de Belo Horizonte. 1.6.3 Registro Hospitalar de Câncer – RHC: Perfil da Assistência São centros de coleta sistemática e contínua dos casos de câncer tratados nos hospitais de alta complexidade. A Vigilância do Câncer capacita e monitora 27 registros hospitalares, instalados nos hospitais de alta complexidade de assistência de câncer (Portaria MS, 741/05). As informações subsidiam a avaliação da efetividade da rede assistencial e possibilitam os estudos de sobrevida. A Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas integra a rede estadual dos RHC-MG. 1.6.4 Estudos Epidemiológicos A busca de explicações para o aparecimento do câncer tem envolvido cada vez mais pesquisas que integram as várias áreas de conhecimento médico, epidemiológico, entre outras. A investigação científica permite levantar evidências que também resultarão na melhor gestão dos riscos encontrados. A tendência mundial é o maior esclarecimento sobre a interação do processo saúde e meio ambiente que envolve necessariamente a relação das sociedades humanas (INCA, 2006). 14 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 1.6.5 Fatores de Risco de Câncer O prolongamento da expectativa de vida e o consequente envelhecimento das populações fazem com que doenças crônico-degenerativas destaquem-se no cenário epidemiológico. O câncer é considerado um problema de saúde pública mundial e, por apresentar tendência crescente, continuará a ser prioridade nos próximos anos (MG-PAV, 2008). Não há dúvida que em vários tipos de câncer a susceptibilidade genética tem papel importante, mas é a interação entre essa susceptibilidade e os fatores ou as condições resultantes do modo de vida e do ambiente que determina o risco do surgimento da doença (INCA, 2006). Desta forma, é possível entender a variação encontrada dos principais tipos de câncer entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos (ANTONIAZZI, D’ALESSANDRO, TEIXEIRA, 2008). Mais de 75% dos fatores de risco de câncer são evitáveis e modificáveis (ANTONIAZZI, 2007). A mudança individual de comportamento para um estilo de vida mais saudável tem fundamental importância na redução do risco da doença. Nos países em desenvolvimento, 27% dos cânceres são atribuídos à infecção crônica causada por alguns tipos de vírus, bactérias e parasitas (CDC, 2006). Um dos principais agentes é a bactéria Helicobacter pylori, do carcinoma e linfoma gástricos. O emprego inadequado de alguns métodos de conservação de alimentos é fator de risco, principalmente para os cânceres de estômago e esôfago, como: conservas, picles, defumados, por causa de grandes quantidades de nitratos e nitritos. Ao serem consumidos rotineiramente, como hábito alimentar do indivíduo, essas substâncias são capazes de promover a lesão celular e a formação tumoral (BASUALDO, 2009). Outros agentes infecciosos associados ao câncer são: o vírus Epstein-Barr, associado aos linfomas de Hodgkin e de Burkitt, sendo que o primeiro acomete mais crianças e idosos. O vírus da hepatite B (HBV) e o vírus da hepatite C (HCV) que está associado ao câncer de fígado (hepatocarcinoma). O vírus T-linfotrópico humano tipo I (HTLV-1) associado ao linfoma de células T do adulto; o schistosoma haematobium ao câncer de bexiga; o Opisthorchis viverrini ao câncer das vias biliares e o papilomavírus humano (HPV) ao câncer de colo do útero (INCA, 2006). O tabaco é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão e por 30% das mortes decorrentes de câncer de laringe, faringe, boca, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, leucemia mieloide, além de estar relacionado a várias outras 50 patologias (PINTO, 2008). O álcool aumenta o risco de câncer de boca, faringe, laringe, esôfago, fígado e mama. Esse risco aumenta independentemente do tipo de bebida e é maior para as pessoas que bebem e fumam (INCA, 2002). Mais de 30% dos casos de câncer estão relacionados à alimentação inadequada (BASUALDO, 2009). Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 15 O câncer ocupacional, causado pela exposição, durante a vida laboral, a agentes cancerígenos presentes no ambiente do trabalho, representa cerca de 2% a 4% de todos os casos de câncer, sendo os mais frequentes os cânceres de pulmão, pele, bexiga e leucemias. A International Agency of Câncer (IARC) reconhece 99 substâncias como carcinogênicas. Pode-se citar o alumínio (cânceres de pulmão e de bexiga), a borracha (leucemia e estômago), a coqueria (cânceres de pele, pulmão, rim, intestino e pâncreas), a fundição de ferro e aço (cânceres de pulmão, leucemia, estômago, próstata e rim); a madeira e o mobiliário (cânceres de pulmão, brônquios, nasal, da cavidade oral e mieloma); o couro e sapatos (cânceres de pulmão, cavidade oral, nasal, faringe, estômago, bexiga, adenocarcinoma) (INCA, 2006). Uma quantidade considerável de fatores de risco conhecidos para o câncer está relacionada a exposições de longa duração. Boa parte desses fatores diz respeito a comportamentos construídos nas duas primeiras décadas de vida, como a ausência da prática regular de exercícios físicos, a alimentação inadequada, o uso do tabaco e de álcool, a não vacinação contra agentes infecciosos como a hepatite B, entre outros (INCA, 2006). Fatores de Risco combinados O câncer tem etiologia multifatorial e a combinação dos fatores entre si pode potencializar o desenvolvimento de vários tipos de câncer; por exemplo, o uso do álcool, aumenta em 50% as chances do surgimento do câncer da boca na população exposta ambos os fatores, ou seja, tabaco e álcool (INCA, 2002). A globalização dos fatores de risco é uma realidade, e sabe-se que a redução isolada de apenas um deles pode ser insuficiente para garantir a efetividade das ações preventivas (INCA, 2006). Radiação A radiação ionizante na forma natural está presente no mundo e todas as pessoas estão expostas a uma exposição crônica de baixas doses ao longo da vida. Em relação ao câncer, a maior preocupação é a radiação ionizante artificial proveniente dos equipamentos de raios X (CDC, 2006). 16 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 PARTE II – MEDIÇÕES DA RADIAÇÃO NATURAL GAMA EXTERNA EM CINCO MUNICÍPIOS DO PLANALTO POÇOS DE CALDAS – MINAS GERAIS – BRASIL 18 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 2.1. Introdução A região denominada Planalto Poços de Caldas tem uma história geológica marcada pela existência de um vulcão extinto há cerca de 60 milhões de anos, tendo evoluído para uma formação denominada caldeira. Essa região apresenta não apenas uma riqueza mineral própria, mas também o que se denomina de anomalias radioativas, que são pontos de localização geográfica precisa, com níveis de radioatividade acima daqueles normalmente observados na superfície terrestre (PENNA FRANCA et al., 1965; CULLEN, 1975; SACHETT, 2002). 2.1.1 Radioatividade natural A presença de minerais emissores de radiação pode implicar a elevação da exposição à radioatividade natural da população da região. Isso ocorre independentemente da exploração mineral, pois é fato geológico presente na região em épocas anteriores mesmo à evolução dos primatas. Com o estabelecimento de empreendimentos mineradores na região, é preciso notar que há duas vertentes: (1) a extração de minério radioativo, cuja atividade intrínseca diminui os riscos à saúde, uma vez que remove do ambiente o elemento radioativo; e (2) a extração de outros minérios, que tende a concentrar nos seus rejeitos a parte radioativa do solo, exigindo atenção especial para sua disposição final (CIPRIANI, 2002). Partindo-se do pressuposto aceitável de que o manejo de minérios na região esteja dentro das normas de proteção à saúde, permanece apenas a exposição natural. Esta não pode ser comparada com as exposições elevadas causadas por acidentes radiológicos ou nucleares, pois são muito menos intensas. São também menos intensas do que as usadas em radiodiagnóstico e em radioterapia. As exposições acidentais e clínicas são caracterizadas por serem de alta intensidade, porém de muito curta duração. São denominadas agudas. A exposição ambiental proveniente de solos ricos em minérios radioativos é caracterizada por ser de baixa intensidade e de muito longa duração. É denominada exposição crônica (HENDRY et al., 2009). 2.1.2 Vigilância em Saúde Do ponto de vista da Saúde Pública, a exposição aguda tem seus efeitos bem conhecidos de acordo com a dose absorvida, possibilitando a aplicação de protocolos bem desenvolvidos de mitigação ou atenção à saúde com base em conhecimento científico estabelecido. Para a proteção da saúde cabe a aplicação do Princípio da Prevenção, que indica os meios para redução e, eventualmente, a eliminação de risco (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). Por outro lado, a exposição crônica, se produzir efeitos, o faz em prazos muito extensos e, em geral, não possui limites claros de dose associados a cada possível efeito. A proteção da saúde nesses casos se dá sob incerteza científica e se apoia na aplicação do Princípio da Precaução e na adoção de métodos de gestão de risco em saúde. Tais métodos são conhecidos como Vigilância em Saúde. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 19 2.1.3 Vigilância em Saúde para Populações Expostas à Radioatividade Natural O tema de Saúde Pública “exposição crônica de populações à radioatividade natural” está ligado ao conhecimento tanto da distribuição territorial das emissões quanto da dinâmica da população que transita pela região. O conhecimento dessas duas variáveis permite que se realize o cálculo da dose anual tipicamente absorvida por um cidadão (UNSCEAR, 2000). Conhecendo-se a dose anual absorvida típica, é possível: (1) compará-la com os padrões adotados pelo Brasil e, nos casos de excesso de dose, estabelecer mecanismos de controle da saúde dos expostos; (2) que os casos de morbidade e de mortalidade por causas reconhecidamente radioinduzidas possam ser estudados levando em consideração a exposição de longo prazo do paciente; (3) promover e induzir pesquisas científicas de avaliação de risco e prevenção de agravos. É de fundamental importância entender o papel de muito longo prazo do Setor Saúde perante os grandes empreendimentos, incluindo mineração e processamento de materiais radioativos. Esses empreendimentos frequentemente submetem a população de seu entorno à exposição crônica a fatores ambientais de risco à saúde. As consequências, quando existem, se apresentam muito tardiamente, não raro mesmo após o encerramento do empreendimento causador. A questão central é, portanto, fortalecer o Setor Saúde durante a vida útil do empreendimento para que sobreviva a ele em condições de prestar assistência à população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, [200-?]). Poços de Caldas 20 km Águas da Prata Caldas 25 km 12 km 15 km Andradas 20 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 2.2 Geologia do Planalto Poços de Caldas O Planalto Poços de Caldas está localizado na região Sudeste do Brasil, possui uma formação geológica bem peculiar caracterizada pela enorme intrusão alcalina onde são encontradas anomalias de urânio e tório. A evolução hipotética do Planalto Poços de Caldas foi descrita por Leinz (1998) como sendo um vulcanismo de idade mesozoica, nas rochas encaixantes, gnaisses e granitoides do proterozoico, onde ocorreu colapso da parte central determinando a formação da imensa caldeira com cerca de 30 km de diâmetro. A FIG. 2 mostra a morfologia da caldeira vulcânica e a localização da malha urbana de Poços de Caldas, Andradas, Caldas e Águas da Prata, sendo os três primeiros municípios localizados no Estado de Minas Gerais, e o último, no Estado de São Paulo. Trata-se de uma estrutura de formato dômico, individualizada por cristas e escarpas abruptas, de forma externa circular, delimitada por escarpas de falhas que afetaram o embasamento cristalino e facilitaram a intrusão da chaminé em uma zona de fraqueza do embasamento. Está alojado na porção meridional do Escudo Atlântico, próximo à atual borda nordeste da Bacia do Paraná, no âmbito do chamado Maciço Mediano de Guaxupé. Esse complexo é constituído por uma associação sienítica subsaturada, fortemente alcalina, e caracterizado como Província Agpaítica de Poços de Caldas. As rochas encaixantes são gnaisses e granitoides proterozoicos. Na fase da intrusão admite-se que houve colapso da parte central da estrutura, com a formação de fendas radiais e anelares, pelas quais o magma ascendeu e extravasou ocasionando o vulcanismo (COSTA et al., 2001). Os diversos tipos litológicos de origem alcalina podem ser subdivididos em três grupos principais: brechas, tufos e aglomerados; rochas efusivas e hipabissais e rochas plutônicas (FRAENKEL et al., 1985). Pesquisas para minerais radioativos no complexo alcalino de Poços de Caldas tiveram início em 1952, com os trabalhos executados pelo Conselho Nacional de Pesquisa (FRAYHA, 1962; TOLBERT, 1966). Posteriormente outros estudos podem ser encontrados: Ellert (1959), Tolbert (1966), Oliveira (1974), Almeida e Paradella (1977), Ulbrich (1984), Fraenkel et al. (1985), Almeida Filho (1995). O complexo alcalino apresenta dois grandes sistemas de falhamentos, com direções predominantes em N60W e N40E, estando o primeiro relacionado com a tectônica regional, e o segundo, com o processo formador da caldeira (FRAENKEL et al., 1985). Almeida Filho e Paradella (1977), através da interpretação de imagens Landsat, identificaram existência de sete estruturas circulares no interior da caldeira de Poços de Caldas, possivelmente associadas à presença de cones vulcânicos. A presença de várias ocorrências minerais radioativas ao longo das bordas dessas estruturas levou aqueles autores a considerarem que essas feições constituíram controle estrutural dessas mineralizações. As mineralizações radioativas do maciço alcalino podem ser agrupadas em três associações: urânio-zircônio, tório-terras raras e urânio-molibdênio (TOLBERT, 1966; FRAENKEL et al.,1985). As associações urânio-zircônio constituem as mineralizações mais comuns, ocorrendo como depósitos aluviais, eluviais e como veios e lentes. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 21 As associações tório-terras raras representam o segundo tipo de mineralizações radioativas do maciço sendo o depósito de Morro de Ferro o mais significativo (TOLBERT,1966). Outro aspecto importante é a existência de uma “rocha As associações tório-terras raraslitológico representam o segundo tipo de mineralizações radioativas potássica”, resultante da alteração por processos hidrotermais e de intemperismo do do maciço, sendo o depósito de Morro de Ferro o mais significativo (TOLBERT, 1966). Outro tinguaíto (FRAENKEL et al., 1985), a qual constitui importante controle das aspecto litológico importante existência de uma “rocha potássica”, resultante da alteração por mineralizações uraníferas énoa maciço. processos hidrotermais e de intemperismo do tinguaíto (FRAENKEL et al., 1985), a qual constitui As imagens obtidas pelo sensor SRTMno (Shuttle importante controle das mineralizações uraníferas maciço.Radar Topographic Mission) auxiliaram na delimitação do Planalto Poços de Caldas e identificação de algumas feições estruturais marcantes no revelo. mineralizações radioativas do maciçoauxiliaram As imagens obtidas pelo sensor SRTMAs(Shuttle Radar Topographic Mission) alcalino podem ser agrupadas em três associações: urânio-zircônio, tório-terras raras e na delimitação do Planalto Poços de Fraenkel Caldas eET naAL, identificação de algumas estruturais urânio-molibdênio (Tolbert, 1996; 1985). Almeida Filho efeições Paradella marcantes revelo.daAsinterpretação mineralizações radioativas do maciço alcalinoexistência podem ser (1977),noatravés de imagens Landsat, identificaram de agrupadas 7 estruturas circulares no interior da caldeira raras de Poços de Caldas, possivelmente em três associações: urânio-zircônio, tório-terras e urânio-molibdênio (Tolbert, 1996; associadas à presença cones vulcânicos. Fraenkel et al., 1985). de Almeida Filho e Paradella (1977), através da interpretação de imagens Landsat, identificaram existência de sete estruturas circulares no interior da caldeira de Poços de Caldas, possivelmente associadas presença de cones vulcânicos. Figura 2: Localização da àárea de estudo com, destaque para a altitude e a ocorrência de radionuclideos na região. Fonte:Sensor SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) FIGURA 2 – Localização da área de estudo com destaque para a altitude e a ocorrência de radionuclideos na região. Fonte:Sensor SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) As anomalias radioativas presentes no Planalto Poços de Caldas foram localizadas e caracterizadas, pela primeira vez, pelo geólogo Resk Frayha (1962). Este As anomalias radioativas presentes no depósito PlanaltodePoços foramraras localizadas pesquisador empreendeu grandes esforços nos minériodedeCaldas tório e terras e caracterizadas, pela noprimeira pelo do geólogo Frayhado(1962). Esse do Morro do Ferro, depositovez, do Morro TaquariResk e no Campo Cercado, ondepesquisador foi pela primeira vez, minerado urânio em escala c comercial. empreendeu grandes esforços nos depósito de minério de tório e terras raras do Morro do Ferro, no deposito do Morro do Taquari e no Campo do Cercado, onde foi pela primeira vez minerado urânio em escala comercial. 22 22 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 2.3 Radiação NATURAL 2.3.1 Exposição Populacional à Radiação Ionizante A exposição de seres vivos à radioatividade ou à radiação ionizante a partir de fontes radioativas naturais é uma condição inexorável da existência da vida na terra. Pode-se classificar as radiações ionizantes quanto à sua origem em natural e artificial (ou produzida pelo homem). No que diz respeito à radiação natural, existem dois contribuintes principais na exposição humana: (1) raios cósmicos de alta energia provenientes do espaço sideral e (2) elementos radioativos naturais originados nos primórdios da criação do planeta Terra. Estes são também chamados de isótopos radioativos naturais e fazem parte das séries radioativas naturais do potássio (40K), urânio (238U), tório (232Th) e actínio (235U) presentes em solos, rochas, atmosfera, água e nos organismo dos seres vivos (UNSCEAR, 2000). 2.3.2 Elemento Radioativo Natural Um elemento químico é um átomo constituído por um núcleo, onde estão as partículas nucleares – prótons e nêutrons –, e uma eletrosfera onde estão os elétrons. A maioria dos elementos químicos são estáveis e, portanto, não emitem radiação. Porém, alguns elementos naturais têm instabilidade no arranjo de prótons e nêutrons de seus núcleos atômicos e, para perderem essa instabilidade e tornarem-se estáveis, emitem parte de seus núcleos na forma de matéria e/ou energia. Essas emissões são as radiações alfa (dois prótons e dois nêutrons) e beta (um elétron). Após uma emissão alfa ou beta podem ocorrer pequenos ajustes de energia, emitidos pelo núcleo na forma de ondas eletromagnéticas e denominadas radiação gama (UNSCEAR, 2000). 2.3.3 O Poder de Penetração das Radiações na Matéria A radiação alfa, ao ser emitida, não percorre mais que alguns poucos centímetros de ar e não consegue atravessar sequer uma simples folha de papel. A radiação beta pode percorrer alguns metros de ar, porém, não atravessa uma simples folha de papel alumínio. Já a radiação gama tem grande poder de penetração; para atenuar um feixe de raios gama são usadas barreiras ou blindagens construídas de concreto, aço, chumbo, etc. (UNSCEAR, 2000). Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 23 FIGURA 3 – Penetração das radiações ionizantes Figura elaborada por Elis de Oliveira Lima Filho – LAPOC/CNEN 2.3.4 Exposição Interna e Exposição Externa Neste ambiente de convivência natural de seres vivos com a radioatividade, o corpo humano pode ser atingido pela radiação de duas maneiras diferentes: internamente, através da ingestão, da inalação ou da absorção pela pele, e externamente, em decorrência da radiação recebida do meio ambiente, por morarmos em um planeta naturalmente radioativo. Dose interna: O decaimento radioativo ocorre dentro do corpo, e a radiação perde sua energia de emissão em partes do nosso organismo. Dose externa: O decaimento radioativo ocorre no ambiente externo ao nosso corpo, e a radiação pode atingir nosso corpo perdendo sua energia. Assim a dose é chamada de interna ou externa de acordo com o local em que se encontra a fonte de origem da radioatividade – dentro ou fora do corpo. Devido ao baixo poder de penetração das radioatividades alfa e beta, pode-se afirmar que a dose externa causada por elas é nula. Porém, a radioatividade gama tem alto poder de penetração e, ao incidir sobre um ser vivo, pode transferir para ele sua energia através de um fenômeno físico denominado ionização – daí o termo radiação ionizante. Destaca-se também que as radiações alfa e beta também são denominadas ionizantes (UNSCEAR, 2000). 2.3.5 Dose Efetiva Do ponto de vista de proteção radiológica, a grandeza física correta a ser utilizada para medir a dose em um indivíduo é a dose efetiva, ou simplesmente dose, que é a soma da dose externa e da interna de uma pessoa decorrente da exposição a fontes naturais e artificiais de radiação (UNSCEAR, 2000). 24 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 A unidade de medida da dose efetiva no Sistema Internacional de Unidades é o Sievert (Sv), e por 1 (um) Sv ser um valor muito grande, foram utilizadas subunidades dessa grandeza, ou seja, a milésima = mSv (10-3 Sv), a bilionésima = µSv (10-6 Sv) ou trilhonésima = nSv (10-9 Sv) parte do Sievert (Sv) (UNSCEAR, 2000). 2.3.6 Fator de Ocupação No Anexo A do Comitê Científico (UNSCEAR, 2000 – Dose Assessment Methodologies), a exposição por raios gama terrestres é subdividida em duas categorias indoor e outdoor, atribuindo um valor cerca de 40% superior à primeira em relação à segunda. Entretanto, considera também que o fator de ocupação varia conforme o clima do país e ocupação. Por exemplo, o fator de ocupação indoor, estimado em 80%, é considerado baixo para países industrializados de clima frio, enquanto seria alto para os países de clima temperado e muito alto para os países agrícolas de clima quente, sendo que, nesse último caso, pode-se citar o Brasil. Considerando ainda a indisponibilidade dos dados de dose externa indoor, o presente estudo assumiu que esta seja similar à dose recebida outdoor (UNSCEAR, 2000). 2.3.7 Dose Efetiva Mundial Segundo o Comitê Científico UNSCEAR (2000), a média de dose efetiva mundial é de 2,8 mSv/ano, sendo 2,4 mSv/ano para fontes naturais, distribuída conforme a TAB. 3. Tabela 3 Componentes da dose efetiva mundial com base populacional Raios Cósmicos Dose média (mSv/ano) 0,4 Gama Terrestre 0,5 0,3 – 0,6 a) Subtotal 0,9 – Inalação 1,2 0,2 – 10,0 Ingestão 0,3 0,2 – 0,8 b) Subtotal 1,5 – 1 – TOTAL NATURAL (a + b) 2,4 1,0 – 10,0 Procedimentos médicos Produção de energia nuclear 0,40 0,0002 ND* ND* Testes nucleares na atmosfera 0,005 ND* Acidentes nucleares (Chernobyl e outros) 0,002 ND* 2 – TOTAL ARTIFICIAL 0,4 ND* (1 + 2) 2,8 FONTES DE RADIAÇÃO IONIZANTE a)Exposição Externa 1. NATURAL b) Exposição Interna 2. ARTIFICIAL TOTAL Variação 0,3 – 1,0 Fonte: Adaptado de UNSCEAR, 2000 – ND* = dado não disponibilizado pela fonte consultada. Nota: O objeto do presente estudo é a determinação da dose efetiva em virtude da radiação gama externa emitida por radionuclídeos naturais (em destaque na TAB. 3), considerando que as exposições fora e dentro do domicílio (fator de ocupação) são iguais. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 25 Deve-se ressaltar que o valor estimado da exposição média da população mundial de 2,4 mSv/ano não deve ser tomado como um dado exato, uma vez que os valores médios estimados estão baseados em dados não representativos da população mundial como um todo, segundo Sachett (2002). Por outro lado, a UNSCEAR (2000) menciona que a base de dados de exposição à radiação está aumentando e que a caracterização de distribuição de dose na população, com relação às diferentes fontes de radiação natural, está sendo aperfeiçoada. 2.3.8 Média Global da Dose Externa Gama Terrestre A média global encontrada pela UNSCEAR (2000) foi 0,50 mSv/ano, com base no peso populacional, incluindo países com taxas bem baixas (menos de 0,25 mSv/ano), como Groenlândia, Egito, Holanda e Reino Unido, e outros com taxas mais elevadas (mais de 0,49 mSv/ano), como Austrália, Malásia e Portugal). Da América do Sul, somente as informações do Paraguai e do Chile participaram dessa estatística. O Brasil não foi incluído nesses resultados (UNSCEAR, 2000). 2.3.9 Áreas de Radioatividade Natural Elevada Uma classificação das áreas de radioatividade segundo a dose efetiva média da radiação natural gama terrestre foi utilizada na TAB. 4, que destaca áreas de radioatividade natural elevada nos seguintes países: Sudão (38,4 mSv/ano), Índia (31,4 mS/ano), Ramsar Irã (20,4 mS/ano), Mahallat (14,0 mSv/ano), China (6,4 mSv/ano) (SOHRABI, 1998; UNSCEAR, 2000; HENDRY et al., 2009). Tabela 4 Classificação das áreas de radioatividade segundo a dose efetiva média da radiação natural gama terrestre Normal Dose efetiva média (mSv/ano) <5 Médio 5-20 Elevado 20-50 Muito elevado > 50 Nívelde Classificação Fontes: SOHRABI (1998), UNSCEAR (2000),\HENDRY, J.H et al.(2009) Adaptação (tabela e cor) pelo Projeto Poços de Caldas, 2009. Diversos países têm realizado levantamentos radiométricos ambientais para determinar as concentrações de background de radionuclídeos presentes no solo (SACHETT, 2002). 26 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 2.3.10 Valor Genérico de Referência da CNEN A norma CNEN 3.01/007 preconiza que “uma dose anual existente de 10 mSv/ano deve ser usada como um valor genérico de referência para uma ação de intervenção em situações de exposição crônica de membros do público”, de forma que um valor de 10 mSv/ano sempre demandará uma avaliação para a implementação de medidas de proteção ou de remediação. COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR (CNEN) Órgão de planejamento, orientação, supervisão e fiscalização. Estabelece normas e regulamentos em radioproteção, licencia, fiscaliza e controla a atividade nuclear no Brasil. Desenvolve ainda pesquisas na utilização de técnicas nucleares em benefício da sociedade. Missão: Garantir o uso seguro e pacífico da energia nuclear, desenvolver e disponibilizar tecnologias nuclear e correlatas, visando ao bem-estar da população. 2.3.11 Médias Encontradas por Estudos Brasileiros No Brasil, a taxa média de dose gama ambiental natural por habitante ainda é desconhecida. Os poucos dados são de estudos em regiões de mais alta radioatividade natural. Um extenso levantamento radiométrico para caracterização das áreas de elevada radiação ambiental, até então conhecidas no País, foi efetuado nas décadas de 1960 e 1970, por Cullen et al. (1964; 1977; 1980), Eisenbud (1963), Penna Franca et al. (1965, 1977) e Roser et al. (1962; 1964). A área mais estudada é a região de Poços de Caldas, Rose; Cullen (1962, 1964), Penna Franca (1965, 1977); Cullen (1977), Cullen et al. (1964, 1980)., com o objetivo de caracterização das áreas em relação à exposição gama externa, à ingestão de alimentos cultivados no local e à inalação do radônio e torônio e descendentes. Posteriormente, Amaral (1992) avaliou o aumento da exposição à radioatividade natural, na população rural, em virtude de práticas agrícolas na região de Poços de Caldas. Entretanto, os sistemas de detecção eram tecnologicamente limitados se comparados com os modernos sistemas de rastreamento gama ambiental que possibilitam uma varredura muito mais precisa. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 27 As pesquisas mais recentes são de Sachett (2002) em áreas urbanas selecionadas, da região do Planalto Poços de Caldas (Andradas, Águas da Prata, Caldas, Poços de Caldas), em Guarapari (praias) e no Rio de Janeiro (em parte do Bairro Recreio dos Bandeirantes). Destacamse também os trabalhos de Oliveira (2001), que investigou os níveis de radiação na região urbana, em 43 distritos da cidade de São Paulo, e o trabalho de Veiga et al. (2003), que investigaram a região urbana de Poços de Caldas para esse tipo de exposição. Esses estudos calcularam a dose média aritmética, e, para fins didáticos, as médias originais foram convertidas em mSv/ano, utilizando a mesma metodologia aplicada no presente estudo (TAB. 5). Tabela 5 Média das medições da radiação gama externa encontradas em estudos – Brasil. Notas: Área territorial medida N (Nº de pontos medidos) Médias originais dos autores Média convertida São Paulo, SP* 43 distritos de saúde do município de SP 118 0,52 mSv/ano 0,75 mSv/ano Rio de Janeiro, RJ** Parte do bairro do Recreio Bandeirantes (nas áreas de preservação) 4.268 106,19 nGy/h 0,65 mSv/ano Águas da Prata, SP** 15 áreas urbanas 848 106,65 nGy/h 0,65 mSv/ano Guarapari, ES** 24 áreas urbanas 9.815 119,75 nGy/h 0,73 mSv/ano Andradas, MG** 10 áreas urbanas 3.546 99,48 nGy/h 0,61 mSv/ano Caldas, MG** Área urbana 345 129,67 nGy/h 0,80 mSv/ano Poços de Caldas, MG** 15 áreas urbanas 7.189 145,73 nGy/h 0,89 mSv/ano Poços de Caldas, MG*** Área Urbana 7.189 0,91 mSv/ano 0,91 mSv/ano * Oliveira (2001) – Este autor considerou que a radiação gama externa sofre influencia dos raios cósmicos, e consequentemente, dos valores encontrados foi descontado 0,23 que seria atribuídos aos raios cósmicos. Na média convertida foi acrescentado 0,23 mSv/ano na média original o que explica a diferença encontradada. ** Sachett (2002) – A conversão se aplicou através da fórmula mSv/ano=nGy/h*24*365*0,7/106 (não foram considerados os fatores de ocupação indoor e outdoor). *** Veiga et al.(2003) Os valores encontrados pelos estudos brasileiros são mais elevados que 0,5 mSv/ano (UNSCEAR, 2000). 28 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 2.4 Radiação e Câncer A exposição à radiação pode danificar as células causando morte em algumas delas e modificando outras. Muitos órgãos e tecidos do corpo não são afetados por essas perdas. Contudo, se o número perdido for suficientemente grande, poderá danificar órgãos e conduzir ao óbito. Outra consequência é a modificação celular. O dano às células usualmente é reparado. No entanto, se o reparo não for perfeito, resultará numa modificação que será transmitida a outras células e conduzir eventualmente a um tumor. Relatos da associação entre radiação e câncer são provenientes de grandes estudos realizados pós-acidentes radioativos, como em sobreviventes de bombas atômicas. O Life Span Study, um grande estudo de coorte, realizado com sobreviventes da bomba atômica mostrou efeitos estatisticamente significativos entre radiação e tumores sólidos de estômago, cólon, fígado, pulmão, mama, ovário e bexiga, bem como excesso de risco para câncer de tireoide e câncer de pele não melanoma. Não foram observadas associação entre câncer de reto, pâncreas, laringe, colo de útero, próstata e rins. Há pouca evidência de associação com linfomas e mielomas múltiplos. Embora a radiação natural possa ser entendida como exposição em baixas doses (capazes de agir como um potente iniciador mutacional de tumorogênese), é considerada crônica e seus efeitos podem ser cumulativos e, no caso de câncer, manifestarem-se após longos períodos de latência, de acordo com o tipo de tumor. Por exemplo, para leucemia, são necessários apenas de dois a 10 anos de exposição. Para câncer de pulmão são necessários cerca de 50 anos até a manifestação do tumor. No entanto, o câncer radioinduzido não difere dos cânceres que surgem espontaneamente ou são atribuídos a outros carcinógenos (UNSCEAR, 2000). Efeitos Combinados Efeitos combinados da radiação e outros agentes físicos, químicos ou biológicos no ambiente são inerentes à vida. O tabaco é uma mistura complexa de agentes químicos e físicos e ainda não há clareza dos mecanismos de interação entre esses dois fatores. No entanto, resultados de estudos epidemiológicos de radônio em minas subterrâneas mostram que existe uma interação (mais que aditiva, menos que multiplicativa) entre tabagismo e radiação – níveis médios ou elevados, relacionados ao câncer de pulmão. Há poucos dados sobre interações entre radiação e outros agentes. Isso não significa que elas não ocorram ou não influenciem o risco da radiação em baixas doses (UNSCEAR, 2000). Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 29 2.5 Território de Abrangência do Estudo A seleção foi baseada no critério de inclusão numa circunferência, no raio de 20 km a partir 2.5. TERRITÓRIO DE ABRANGÊNCIA DO ESTUDO da mina de urânio. Como essa área intercepta diversos municípios no Estado de Minas Gerais, A seleçãointegralmente foi baseada no critério inclusão numa circunferência, raio de 20Ibitiúra de Minas, a expansão permitiu incluir cincode municípios: Andradas, noCaldas, km a partir da mina de urânio. Como esta área intercepta diversos municípios no Estado Poços de Caldasdee Minas SantaGerais, Rita dea Caldas. cobertura estudo corresponde ao total da extensão expansão A permitiu incluirdointegralmente cinco municípios: Andradas, Caldas, Ibitiúra de Minas, Poços de Caldas e Santa Rita de Caldas. A territorial dessescobertura municípios, de 2.301,87 km². do estudo corresponde ao total da extensão territorial desses municípios, de 2.301,87 km². Segundo o Plano Diretor de Regionalização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Segundo o Plano Diretor de Regionalização da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais,compõem esses municípios compõem a microrregião de saúde Poços de Gerais, esses municípios a microrregião de saúde de de Poços deCaldas, Caldas, da Gerência da Gerência Regional de Saúde de Pouso Alegre, região sul do Estado. Regional de Saúde de Pouso Alegre, região Sul do Estado. Figura 4: Mapa do Planalto Poços de Caldas Poçosde deCaldas Caldas Poços CNEN-LAPOC CNEN-LAPOC Águasda da Águas Prata Prata Caldas Caldas Minade de Andradas Mina Urânio Urânio Ibitiúra de Minas São João daBoa Vista São João da Boa Vista Caldas de Santa Rita Santa Rita Santa Rita de Caldas Caldas de Nota: O território de abrangência do estudo foi delimitado por uma circunferência de 40 km de diâmetro, tendo como centro a mina de urânio. Dos sete municípios localizados em um raio de até 20 Km Ibitiúra deVista) Minas da mina:Prata 2 pertencem ao Estado de São Paulo (Águas da Prata da Boa e cinco Urânioe São João Ibitiúra de Minas Andradas pertencem ao Estado de Minas Gerais (Andradas, Ibitiúra de Minas, Santa Rita de Caldas, Caldas e Mina de Andradas Águas da Poços de Caldas). As medições de radiação natural gama terrestre foram realizadas nos municípios mineiros. Caldas CNEN-LAPOC No Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil (2000), esses municípios são categorizados como de elevado (Poços de Caldas e Andradas) e médio (Caldas, Ibitiura de Minas e SantadoRita de Caldas) desenvolvimento humano. Figura 4 – Imagem de satélite Planalto de Poços de Caldas Nota: O território de abrangência do estudo foi delimitado por uma circunferência de 40 km de diâmetro, tendo como centro a mina de urânio. Dos sete municípios localizados IDHMaode Poços dePaulo Caldas (0,841) o maior ose cinco 853 pertencem municípios do de Minas Gerais (Andradas, em um raio de até 20 Km da mina, doisO pertencem Estado de São (Águas da Prata ée São João dadentre Boa Vista) ao Estado Poços Caldas Estado Minas Gerais e o 66º dentre de os 5507demunicípios brasileiros. O de Andradas Ibitiúra de Minas, Santa Rita de Caldas,de Caldas e Poços de Caldas). As medições radiação natural gama terrestre foram realizadas nos municípios mineiros. (0,812) é o 20º (MG) e 341º (Brasil); Caldas (0,782) é o 107º (MG) e 997º (Brasil); Ibitiura de Minas (0,775) é o 137º (MG) e 1181º (Brasil) e o de Santa Rita de Caldas No Atlas de Desenvolvimento Humano Brasil (2000), essesummunicípios são categorizados (0,768) é o 182º (MG) e 1181º (Brasil).do Esses valores demonstram padrão de vida superior outros municípios no mesmo país sendoIbitiúra coerentede comMinas as como de elevadomuito (Poços dea Caldas e Andradas) e estado médioe no(Caldas, e Santa Rita evidências de envelhecimento populacional nas pirâmides etárias e outras informações de Caldas) desenvolvimento humano. que são apresentadas a seguir. 30 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 O IDHM de Poços de Caldas (0,841) é o maior dentre os 853 municípios do Estado de Minas Gerais e o 66º dentre os 5.507 municípios brasileiros. O de Andradas (0,812) é o 20º (MG) e o 341º (Brasil); Caldas (0,782) é o 107º (MG) e o 997º (Brasil); Ibitiúra de Minas (0,775) é o 137º (MG) e o 1181º (Brasil) e o de Santa Rita de Caldas (0,768), o 182º (MG) e o 1181º (Brasil). Esses valores demonstram um padrão de vida muito superior a outros municípios no mesmo Estado e no País sendo coerente com as evidências de envelhecimento populacional nas pirâmides etárias e outras informações que são apresentadas a seguir. 30 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 POÇOS DE CALDAS, MG 2.5.1 Características dos Municípios de Abrangência do Estudo 2.5.1.1 POÇOS DE CALDAS O município de Poços de Caldas tem uma extensão territorial de 540,87 km2. A temperatura média anual é de 18,2ºC e a altitude máxima é de 1575 metros, na Serra de Poços de Caldas. É uma cidade turística em razão de suas águas minerais, suas termas para os banhos medicinais e a beleza de suas matas e cachoeiras. Nos belos parques e jardins da cidade, são realizadas as tradicionais serestas. Seus vinhos, doces, queijos e conservas são muito apreciados. Características Valores Estimativa População 2009 151.454 População Masculina 74.199 População Feminina 77.255 IDHM 0,841 IDHM-Renda 0,787 IDHM-Longevidade 0,85 IDHM-Educação 0,886 Esperança de Vida ao Nascer 75,98 Estrutura etária populacional de Poços de Caldas - 2009 80 anos + 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 05 a 09 <1 a 04 2.2 1.8 2.4 3.0 1.4 1.4 2.1 2.6 4.1 3.9 5.5 6.4 6.9 7.1 7.4 5.0 5.8 6.4 6.8 7.3 8.4 8.8 8.1 7.4 7.2 7.1 6.4 15.0 10.0 8.6 9.4 8.8 8.1 7.6 7.7 7.0 5.0 Feminino 0.0 5.0 10.0 15.0 Masculino Fontes: Perfis dos Municípios Mineiros disponíveis em <http://www.almg.gov.br>. Acesso em 04/09/2009. Atlas de Desenvolvimento Humano – PNUD, ano 2000 – IDHM = Índice de Desenvolvimento Humano Médio • Municípios limítrofes: Botelhos, Andradas, Caldas, Bandeira do Sul e Campestre. • Principais rios: Represa da Graminha, Represa de Bortolan, Ribeirão das Antas e Rio Pardo. • Principais atividades econômicas: extração de minerais (metálicos e não metálicos), confecções, produção de alimentos e bebidas, de celulose, papel e seus produtos, de equipamentos de transporte, de produtos químicos, de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, de móveis, de artigos de borracha e plástico, de máquinas e equipamentos, metalurgia básica. Agropecuária, agroindústria. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 31 ANDRADAS, MG 2.5.1.2 ANDRADAS O município de Andradas tem uma extensão territorial de 467 km2, é conhecido como a Terra do Vinho e possui uma das mais importantes vinícolas do Estado. O clima e a topografias são favoráveis para o cultivo das uvas, e outra atividade é a produção de cerâmicas. A temperatura média anual é de 18,2ºC e a altitude máxima é de 1.657 metros, na Serra do Gavião. Características Valores Estimativa População 2009 36.630 População Masculina 18.164 População Feminina 18.466 IDHM 0,812 IDHM-Renda 0,755 IDHM-Longevidade 0,851 IDHM-Educação 0,83 Esperança de Vida ao Nascer 76,07 Estrutura etária populacional de Andradas - 2009 80 anos + 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 05 a 09 <1 a 04 2.3 2.1 2.5 2.9 3.6 1.6 1.8 2.3 2.8 3.7 4.9 5.0 5.9 7.0 7.4 7.7 8.1 8.5 8.2 7.9 7.5 7.0 6.4 15.0 10.0 6.1 6.9 7.4 7.4 8.5 9.1 8.5 8.0 7.2 7.0 6.7 5.0 0.0 Feminino 5.0 10.0 15.0 Masculino Fontes: Perfis dos Municípios Mineiros disponíveis em <http://www.almg.gov.br>. Acesso em 04/09/2009. Atlas de Desenvolvimento Humano – PNUD, ano 2000 – IDHM = Índice de Desenvolvimento Humano Médio. • Municípios limítrofes: Ibitiúra de Minas, Poços de Caldas, Albertina, Jacutinga, Ouro Fino e Santa Rita de Caldas. • Principais rios: Jaguari-Mirim e São João. • Reservas minerais: alumínio (bauxita), argila, feldspato, leucita (rochas potássicas), quartzo. • Principais atividades econômicas: extração de minerais (metálicos e não metálicos), confecções, produção de alimentos e bebidas, de móveis, de artigos de borracha e plástico, de maquinário, de equipamentos, indústrias, preparação de couros e fabricação de calçados e artefatos. 32 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 CALDAS, MG 2.5.1.3 CALDAS O município de Caldas tem uma extensão territorial de 712,1 km2. Suas águas minerais são indicadas para o tratamento de diversas doenças. É conhecido, ainda, por existir na região uma mina de urânio, explorada pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil). A temperatura média anual é de 18,2ºC e a altitude máxima, de 1.764 metros, na Serra da Pedra Branca. Características Valores Estimativa População 2009 14.656 População Masculina 7.707 População Feminina 6.949 IDHM 0,782 IDHM-Renda 0,703 IDHM-Longevidade 0,826 IDHM-Educação 0,817 Esperança de Vida ao Nascer 74,57 Estrutura etária populacional de Caldas - 2009 80 anos + 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 05 a 09 <1 a 04 3.0 2.3 2.9 3.9 4.8 5.4 6.2 2.4 2.1 2.8 3.4 4.5 5.4 6.6 7.4 8.1 7.0 7.0 7.9 7.5 7.8 6.7 6.2 6.0 15.0 10.0 7.7 7.8 7.4 7.3 7.7 8.5 7.1 6.9 6.8 5.8 5.0 0.0 Feminino 5.0 10.0 15.0 Masculino Fontes: Perfis dos Municípios Mineiros disponíveis em <http://www.almg.gov.br>. Acesso em 04/09/2009. Atlas de Desenvolvimento Humano – PNUD, ano 2000 – IDHM = Índice de Desenvolvimento Humano Médio. • Municípios limítrofes: Bandeira do Sul, Poços de Caldas, Andradas, Ibitiúra de Minas, Santa Rita de Caldas e Campestre. • Principais rios: Verde e Jaguari. • Reservas minerais: alumínio (bauxita), argila, leucita (rochas potássicas), manganês e zircônio • Principais atividades econômicas: extração de minerais não metálicos, fabricação de produtos alimentícios e bebidas, de móveis e indústrias diversas. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 33 IBITIÚRA DE MINAS, MG 2.5.1.4 IBITIÚRA DE MINAS O município de Ibitiúra de Minas tem uma extensão territorial de 68,9 km2. A temperatura média anual é de 18,2ºC e a altitude máxima, de 1690 metros, na Serra da Pedra Branca. Características Valores Estimativa População 2009 3.516 População Masculina 1.836 População Feminina 1.680 IDHM 0,775 IDHM-Renda 0,697 IDHM-Longevidade 0,824 IDHM-Educação 0,803 Esperança de Vida ao Nascer 74,41 Estrutura etária populacional de Ibitiúra de Minas - 2009 80 anos + 75 a 79 70 a 74 65 a 69 60 a 64 55 a 59 50 a 54 45 a 49 40 a 44 35 a 39 30 a 34 25 a 29 20 a 24 15 a 19 10 a 14 05 a 09 <1 a 04 2.5 1.6 2.6 2.9 3.4 1.9 1.6 2.4 3.2 4.5 4.6 5.6 5.7 6.8 6.3 7.4 7.1 6.6 6.8 7.0 7.3 7.4 8.3 8.6 8.4 7.9 7.7 7.3 15.0 10.0 8.5 7.9 7.8 8.0 7.6 6.9 5.0 0.0 Feminino 5.0 10.0 15.0 Masculino Fontes: Perfis dos Municípios Mineiros disponíveis em <http://www.almg.gov.br>. Acesso em 04/09/2009. Atlas de Desenvolvimento Humano – PNUD, ano 2000 – IDHM = Índice de Desenvolvimento Humano Médio. • Municípios limítrofes: Caldas, Andradas e Santa Rita de Caldas. • Principal rio: Jaguari-Mirim. • Principais atividades econômicas: confecção de artigos de vestuário e acessórios, fabricação de produtos alimentícios e bebidas. 34 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 SANTA RITA DE CALDAS, MG 2.5.1.5 SANTA RITA DE CALDAS O município de Santa Rita de Caldas tem uma extensão territorial de 502,45 km2. A temperatura média anual é de 18,2ºC e a altitude máxima, de 1764 metros, na Serra da Pedra Branca Características Valores Estimativa População 2009 9.322 População Masculina 4.835 População Feminina 4.487 IDHM 0,768 IDHM-Renda 0,687 IDHM-Longevidade 0,79 IDHM-Educação 0,828 Esperança de Vida ao Nascer 72,38 Fontes: Perfis dos Municípios Mineiros disponíveis em <http://www.almg.gov.br>. Acesso em 04/09/2009. Atlas de Desenvolvimento Humano – PNUD, ano 2000 – IDHM = Índice de Desenvolvimento Humano Médio. • Municípios limítrofes: Caldas, Ibitiúra de Minas, Andradas, Ouro Fino, Ipuiuna e Campestre. • Principais rios: Ribeirão São Bento e Rio Pardo. • Principais atividades econômicas: agropecuária e agroindústria. Seus vinhos, doces e conservas são muito conhecidos. Outras atividades: fabricação de produtos têxteis, alimentos e bebidas. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 35 2.6 Materiais e Métodos Nos cálculos foram utilizados os dados do IBGE do ano 2000, censo e da malha viária dos cincos municípios de estudo, total e por zonas urbana e rural. Tabela 6 Número de habitantes e área territorial da malha viária (km²), total e por zonas urbana e rural, dos municípios selecionados – IBGE, ano 2000. MUNICÍPIOS POPULAÇÃO ANO 2000 * ÁREA (km²) TOTAL Urbana Rural TOTAL Urbana Rural ANDRADAS 32.968 24.087 8.881 469,10 13,570 455,20 CALDAS 12.766 7.232 5.534 715,30 5,486 710,00 IBITIÚRA DE MINAS 3.301 2.049 1.252 68,47 1,744 66,92 POÇOS DE CALDAS 135.627 130.826 4.801 544,90 72,120 476,20 SANTA RITA DE CALDAS 9.278 5.489 3.789 504,10 3,777 500,60 TODOS MUNICÍPIOS 193.940 169.683 24.257 2.301,87 96,697 2.208,92 Fonte população: IBGE – Censo Demográfico, 2000 – Fonte área: IBGE – Malha Digital, 2000. * Nota: vide Apêndice – MAPA 11 – Densidade populacional por setor censitário. A estimativa de dose de radiação gama proveniente do solo foi realizada sobre toda a malha viária (asfaltada ou não). Os mapas utilizados para percorrer todo o Planalto Poços de Caldas foram: os Mapas Municipais Estatísticos – Ano 2000 do IBGE para a zona rural de todos os municípios; e para as áreas urbanas foi utilizada a planta da Prefeitura de Poços de Caldas e os Mapas de Setores Urbanos do IBGE – MRU – Censo 2000 para todos os municípios. Algumas rodovias desses mapas deixaram de existir e, portanto, não foram monitoradas. Observou-se que foram construídas novas rodovias, principalmente nas áreas rurais, as quais foram percorridas e monitoradas. Período das medições: - 23/09/2002 a 23/10/2003 (16 dias úteis) Realizada pela CNEN com a mesma metodologia na zona urbana de Poços de Caldas - 21/09/2006 a 19/09/2008 (70 dias úteis) - Total: 86 dias úteis A diferença nos períodos de medição não interfere na comparabilidade dos dados por ser a radiação do solo um fenômeno estacionário, ou seja, que não apresenta variações a não ser em longos períodos de tempo ou quando ocorrer alterações no uso e na ocupação do solo, que não ocorreu de forma significativa. Entende-se por longos períodos aqueles compatíveis com as meias-vidas dos radionuclídeos naturais, por exemplo, 4,468 bilhões de anos para o urânio e 14,05 bilhões de anos para o tório (UNSCEAR, 2000). 36 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 2.6.1. Medição de Dose de Radiação Gama 2.6.1 Medição de Dose de Radiação Gama O equipamento utilizado para medir as doses de radiação possui um sistema móvel (Figura 5) de medição da radioatividade gama ambiental (marca Eberline Modelo FHT 1376). Este equipamento é formado pordeum detector gamaum desistema alta sensibilidade O equipamento utilizado para medir as doses radiação possui móvel (FIG. 5) de (detector cintilador plástico de 5 litros) acoplado a um GPS (Global Positioning medição da radioatividade gama ambiental (marca Eberline Modelo FHT 1376). EsseSystem) equipamento e a um microcomputador, que foi configurado para tomar uma medida de dose a é formado por um detector gama de alta sensibilidade (detector cintilador plástico de cada cinco litros) segundo. O conjunto foi instalado em um veículo de passeio, de tal forma que a altura acoplado um GPS (Global Positioning e aaoumsolo. microcomputador configurado para tomar do adetector se encontrava a 1 metroSystem) em relação uma medida de dose a cada segundo. O conjunto foi instalado em um veículo de passeio de tal forma Figura 5: Conjunto instalado emaum passeio: detector gama de alta sensibilidade que a altura do detector se encontrava umveículo metrodeem relação ao solo. acoplado a um GPS e a um microcomputador. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 37 Figura 5 – Conjunto instalado em um veículo de passeio: detector gama de alta sensibilidade acoplado a um GPS e a um microcomputador. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 37 2.6.2 Contribuição da radiação cósmica nas medições 2.6.2. Contribuição da radiação cósmica nas medições Um aspecto importante é a definição da contribuição da radiação cósmica nas medições Um aspecto importante é a definição da contribuição radiação para cósmica realizadas. Conforme Wissamam (2006), uma metodologiada adequada estenas ensaio consiste medições realizadas. Conforme Wissamam (2006), uma metodologia adequada para em realizar medições em uma plataforma posicionada sobre um lago com profundidade mínima este ensaio consiste em realizar medições em uma plataforma posicionada sobre um de com distância mínimo, metrosdedas margens. profundidade requerida lagotrês commetros profundidade mínima de, de 3no metros com100 distância no mínimo 100Ametros das émargens. suficiente para absorverrequerida totalmente radiaçãopara gama terrestre, e a distância das margens visa A profundidade é o asuficiente absorver totalmente a radiação gama terrestre e a distância margens visaemitida garantir que radiaçãoincida gamasobre remanescente garantir que radiação gamadas remanescente nas margens o monitor em pequeno emitidas nas margens incida sobre o monitor em pequeno ângulo sólido, tal sua ângulo sólido, tal sua contribuição que possa ser desprezado. contribuição que possa ser desprezado. Desta forma,foi foirealizado realizadoum umexperimento experimentonanaRepresa Represa Cipó (município Desta forma do do Cipó (município de de Poços de Caldas) umaem região com profundidade e distância dasdas margens Poços de em Caldas) uma região com profundidade e distância margenssuperiores superiores aa requerida. A requerida. A altitude local era de 1300 metros. A foto ao experimento seguir demonstra o Observoualtitude do local era de do 1.300 metros. A foto a seguir demonstra realizado. experimento realizado. Observou-se que a taxa de dose média naquele lago foi de se que a taxa de dose média naquele lago foi de 10 nSv/h (0,0876 mSv/ano), o que corresponde à 10 nSv/h (0,0876 mSv/ano), o que na corresponde a contribuição da radiação cósmica na contribuição da radiação cósmica medição realizada. medição realizada. Deve-se esclarecerque queaaradiação radiaçãocósmica cósmicaé édependente dependentedadaaltitude altitudedodolocal, local; assim, essa Deve-se esclarecer contribuição uniforme sobre o planalto, podendo observados valoressermais elevados, desta forma não esta écontribuição nãotodo é uniforme sobre todo ser o planalto, podendo observado maisintensidade elevados, assim como de menor intensidade. . bem comovalores de menor Teste na Represa do Cipó – Poços de Caldas (MG) O teste realizado pelos técnicos do Teste na Represana dorepresa Cipó – Poços de Caldas (MG) LAPOC-CNEN do Cipó (Poços de Caldas) demonstrou que teste realizado pelos técnicos do LAPOC-CNEN éOmuito baixa (0,0876 mSv/ano) a na represa do Cipó (Poços de Caldas) contribuição da radiação cósmicademonstrou quemedições é muito baixa (0,0876 mSv/ano) a contribuição nas realizadas.. da radiação cósmica nas medições realizadas. 2.6.3. Descrição Descrição dos Medições 2.6.3 dosDados DadosGerados Geradospelas pelas Medições O equipamento que coletou os dados da medição, através do software MobSys, O equipamento que coletou os dados da medição, através do software MobSys, gerou gerou os arquivos de cada campanha de medição através do bloco funcional MobiLog os de cada campanha de medição através Foi do bloco funcional no formato .bin no arquivos formato .BIN (formato proprietário do fabricante). utilizado o blocoMobiLog funcional (formato do fabricante). Foieutilizado o bloco funcional MobiView para a orientação dos MobiViewproprietário para a orientação dos trajetos o bloco funcional MobiConv para a conversão dos dados formato .TXT (texto). dados obtidos coordenadas trajetos e opara blocoo funcional MobiConv paraOsa conversão dos foram: dados para o formatode.txt (texto). Os latitudeobtidos e longitude, altitude, data, hora aquisição e a dose em nSv/h data, (nanohora Sieverts dados foram: coordenadas dedalatitude e longitude, altitude, da aquisição e a por hora) dose em nSv/h (nano Sievert por hora). 38 38 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 2.6.4 Tratamento dos Dados das Medições Foi necessário uma adaptação de todos os arquivos gerados pelo MobSys em um único arquivo .dbf, formato aceito pelo o software de geoprocessamento MapInfo. Além disso, foi criada uma coluna adicional com informação da dose convertida de nSv/h para mSv/ano. Como a base de dados das medições apresentou coordenadas de latitude e longitude sobrepostas, devido aos trajetos percorridos de forma coincidente, foi necessário utilizar o aplicativo Microsoft Access 2003 para realizar a seleção de um único ponto por coordenada, mantendo a precisão original das coordenadas do equipamento com cinco dígitos decimais, utilizando como critério de escolha o maior valor de dose encontrada em cada coordenada de latitude e longitude. 2.6.5 Base Cartográfica A base cartográfica utilizada para este trabalho foi a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Malha Digital – Ano 2000, formato shape, utilizado no software MapInfo, com divisões por setores censitários rurais de todos os municípios, e setores censitários urbanos dos municípios de Andradas e Poços de Caldas. A malha digital das zonas urbanas de Caldas, Ibitiúra de Minas e Santa Rita de Caldas, que eram inexistentes na malha digital do IBGE para a malha do ano de 2000, foram obtidas por processo de digitalização e vetorização feita por Alvarenga (2008). 2.6.6 Georreferenciamento das Medições Os dados de dose da radiação gama terrestre foram georreferenciados pelas coordenadas como pontos sobre o território e sobrepostos aos setores censitários definidos como referência territorial da área de estudo, estabelecida pelo mapa de Setores Censitários do IBGE – Ano 2000, cobrindo separadamente as zonas urbanas e as rurais dos cinco municípios. Além disso, foi criada uma camada adicional contendo todos os dados dos núcleos populacionais e de edificações das zonas rurais de todos os municípios deste trabalho, constando informações da coordenada geográfica com o número aproximado de edificações e outras informações. Analista de sistemas Davidysson Abreu Alvarenga apresentando o trabalho feito durante o georreferenciamento dos dados. Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer e seus fatores de risco de Minas Gerais – SVS/SES-MG Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 39 2.6.7 Georreferenciamento de Dados dos Óbitos Os endereços dos óbitos foram obtidos através dos códigos de latitude e longitude do endereço residencial existente no Sistema de Informação sobre Mortalidade da SES-MG, porém, em alguns casos, foi necessário obter a descrição detalhada de cada endereço nas instituições responsáveis pelo preenchimento das declarações de óbitos para uma geocodificação completa. Para o município de Poços de Caldas foi utilizado o software Google Earth para a obtenção das coordenadas desses endereços. Já para os municípios de Andradas e Caldas foi utilizado um aparelho GPS em campo. 2.6.8 Critérios de Análise dos dados Foram consideradas duas divisões sistemáticas do território: a dos setores censitários e a de grades regulares. A divisão territorial em quadrículas adotada foi de 100 m x 100 m (um hectare). As quadrículas foram tratadas para captar informação de dados sociodemográficos a partir dos setores censitários, na proporção da área de intersecção. Para essa divisão territorial foi adotado o valor máximo de dose, critério conservativo em benefício da saúde pública. E ainda foi gerado o valor interpolado das doses de acordo com o inverso do quadrado da distância limitado a um raio de 300 m de seu centro. Esse procedimento permitiu que apenas as regiões contíguas aos trajetos recebessem um valor de dose. O cálculo da dose ponderada pela população segundo o método da UNSCEAR (2000) pode então ser realizado com base na dose média por setor censitário, conforme equação a seguir: 151 Dp = Σ di * pi i=1 pt Onde: Dp é a dose média populacional, di é a dose média no setor censitário i, pi é o número de habitantes no setor censitário i e pt é o número de habitantes do município. € Para cada região delimitada por setor censitário, zona urbana, zona rural ou área municipal, foi feito o cálculo dos valores mínimos, médios e máximos encontrados tanto por quadrícula (com valores máximos ou interpolados) quanto por pontos, o total de pontos obtidos nos municípios pesquisados, são apresentados segundo os setores censitários, zona urbana, zona rural e área municipal de cada município. 40 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 2.6.9 Controle de Qualidade 2.6.9. Controle de Qualidade 2.6.9. Controle de Qualidade Foi realizado o acompanhamento sistemático dos trabalhos de campo pela comissão Foi realizado o acompanhamento sistemático dos trabalhos de campo pela Foi realizado acompanhamento sistemático trabalhos dedas campo pela Essa coordenadora, parte doso membros da saúde oudos desaúde dosimetria radiações. comissãopor coordenadora, por parte da dosárea membros da área da ou de dosimetria das coordenadora, por partededos membros da área da saúde pesquisa ou de dosimetria das decisãocomissão foi importante a interação todos noadesenvolvimento e na oportunidade radiações. Essapara decisão foi importante para interação de todosda no desenvolvimento da radiações. Essa decisão foi importante para a interação de todos no desenvolvimento da de que pesquisa as opiniões manifestadas pela equipe. e nafossem oportunidade de que easdiscutidas opiniões fossem manifestadas e discutidas pela pesquisa e na oportunidade de que as opiniões fossem manifestadas e discutidas pela equipe. equipe. Controle de Qualidade Qualidade dasMedições Medições Controle de de Controle Qualidadedas das Medições Moacir Cipriani. (em pé); Moacir Cipriani. (empé); pé); Moacir Cipriani (em Eder Tadeu Zenun Guerrero (campo de Eder Zenun Guerrerocampo (campo EderTadeu Tadeudas Zenun Guerrero, dede dosimetria dosimetria medições), Davidysson dosimetria das medições), Davidysson das medições; Davidysson Abreu Alvarenga, Abreu Alvarenga (geoprocessamento) e Abreu Alvarenga (geoprocessamento) e geoprocessamento; e Tarcísio Neves da Cunha Tarcísio Neves da Cunha relacionados à Tarcísio Neves da Cunha relacionados à relacionado à base cartográfica. base cartográfica). base cartográfica). (sentados, esquerda direita). (sentados, da da esquerda parapara direita): (sentados, da esquerda para direita): Local: laboratório Poços de Caldas-CNEN – Local: Laboratório de de Poços de Caldas-CNEN – 23/04/08 Local: laboratório de Poços de Caldas-CNEN – 23/04/08 23/04/08 Conferência do georreferenciamento Conferência do georreferenciamento dos óbitos e medições dos óbitos e medições Berenice Navarro (E), Ubirani Otero (D) Berenice Navarro (E), Ubirani Otero (D) Conferência do georreferenciamento dos laboratório óbitos e das medições Local: de Poços de Caldas-CNEN – Local: laboratório de Poços de Caldas-CNEN – 23/04/08 23/04/08 Berenice Navarro (E), Ubirani Otero (D) Local: Laboratório de Poços de Caldas-CNEN – 23/04/08 A integração dos técnicos da SVS/SES-MG e LAPOC-CNE possibilitou um controle de A integração dosdas técnicos da SVS/SES-MG e LAPOC-CNE possibilitou ume Carla controle de qualidade mútuo medições. Na foto (E), Eder Guerrero (LAPOC-CNEN) Souto qualidade mútuo das medições. Na foto (E), Eder Guerrero (LAPOC-CNEN) e Carla Souto Garcia (SES-MG) e (D) o percurso na malha viária na zona rural de Caldas – Pedra do Tripuí Garcia (SES-MG) e (D) percurso na malha viária na zona rural de Caldas – Pedra do Tripuí – Motorista: Milton dos oSantos A integração dos técnicos da SVS/SES-MG e(SES-MG). do Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC-CNE) possibilitou um controle – Motorista: Milton dos Santos (SES-MG). de qualidade mútuo das medições. Nas fotos, (E) Eder Guerrero (LAPOC-CNEN) e Carla Souto Garcia (SES-MG) e (D) o percurso Projeto na malhaPlanalto viária naPoços zona de rural de Caldas – Pedra do–Tripuí. Milton dos Santos (SES-MG). Caldas – Minas Gerais BrasilMotorista: - 2004 a 2009 41 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 41 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 41 2.7 Resultados e Discussão 2.7.1 Total de Pontos de Medição Foram percorridos 5.039 km nas diversas campanhas de medição, realizadas nos períodos de 2002-2003 e 2006-2008, na malha viária das zonas urbana e rural dos cinco municípios investigados. O total da área territorial dos cinco municípios, segundo o IBGE (2000), é de 2.301,87 km² (TAB. 6). Na zona rural foi utilizado o mapa da área viária produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000) que serviu como base para o deslocamento. No entanto, verificou-se que diversas estradas rurais deixaram de existir e outras foram construídas e não haviam sido acrescidas na malha. Desta forma, decidiu-se investigar todas as localizações em que as condições das estradas permitiam acesso do veículo de monitoração. Após o tratamento preliminar dos dados foram definidos 417.324 pontos de medição. Os mapas de setores censitários do IBGE (2000) utilizados na definição das zonas urbanas e rurais registraram áreas de sobreposição e áreas não cobertas por nenhuma das duas. Assim, os totais de cada município não corresponderam à soma dos componentes urbano e rural (1,21% dos pontos) e 8.067 pontos foram descartados por estarem fora dos limites dos cinco municípios (TAB. 7). Portanto, 409.257 pontos de medição formaram a base de cálculo desse estudo e representam toda a extensão territorial dos municípios, uma vez que não foram feitas amostragens. Nos cálculos para os municípios, os pontos sobrepostos foram utilizados. Porém, os resultados por zona urbana e rural não levam em consideração esses pontos. Tabela 7 Total de pontos de medição por município segundo zonas urbana e rural Município Total Área Rural Área Urbana Andradas Caldas Ibitiúra de Minas Poços de Caldas Santa Rita de Caldas Subtotal Fora destes municípios 93.645 113.349 14.119 109.854 78.290 409.257 8.067 72.125 105.692 11.493 49.160 73.041 311.511 - 21.414 8.403 2.811 62.324 5.781 100.732 - Em Ambas as Áreas 173 1.029 244 1.936 546 3.969 - TOTAL 417.324 311.511 100.732 3.969 Não cobertas 321 283 59 306 14 983 983 Fonte: Projeto Planalto Poços de Caldas (MG) – 2004 a 2009 – Volume I – SES-MG A maior concentração dos 409.257 pontos medidos (FIG. 6), ocorre nas duas categorias inferiores, 0,5 mSv/ano e 1,0 mSv/ano, representando aproximadamente 80% do total dos pontos medidos. 42 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 Frequência (%) Dose Anual (mSv/ano) FIGURA 6 – Distribuição percentual das doses anuais (mSv/ano) medidas Fonte: Projeto Planalto Poços de Caldas (MG) – 2004 a 2009 – Volume I – SES-MG. Ressalte-se que o banco de dados das medições obtido pelo presente estudo permite várias possibilidades de cálculos e diversas combinações de espacialização. 2.7.2 Doses Médias Efetivas Foram utilizadas as informações do censo do ano 2000 (IBGE) e os resultados são apresentados por zonas, urbana e rural, como também de todo o território pesquisado (TAB. 8). São apresentados dois tipos de cálculos de doses médias efetivas da radiação ionizante natural externa gama terrestre. Um é a dose média aritmética simples, em que o valor resultante, por ser estável nos próximos milhares de anos, torna-se de grande interesse para a ciência e a tecnologia. O segundo é a dose média ponderada pela população, cujo cálculo é baseado no número de habitantes e, portanto, necessita de recálculos a cada censo. A dose média ponderada pela população é de fundamental importância para a vigilância em saúde (UNSCER, 2000). Comparando os resultados dessa pesquisa (TAB. 8) aos encontrados nos estudos brasileiros (TAB. 5), que se referem apenas a zonas urbanas, observa-se que em Andradas o valor encontrado por Sachett (2002), de 0,6 mSv/ano, foi ligeiramente superior ao desse estudo (0,54 mSv/ano). No entanto, quando a média foi avaliada pelo método da divisão territorial por quadrículas regulares (em que a medida tomada é a máxima dentro de cada quadrícula) foi de 0,68 mSv/ano. O mesmo acontece com Caldas, onde Sachett (2002) apresentou a dose de 0,87 mSv/ano contra 0,75 mSv/ ano deste estudo, com o valor máximo por quadrículas de 0,91 mSv/ano. Em relação a Poços de Caldas, foram encontrados dois valores referidos à mesma campanha de medição: Sachett (2002) com 0,89 mSv/ano e Veiga et al. (2003) com 0,91 mSv/ano, ambos inferiores ao deste estudo, de 0,98 mSv/ano, com máximo por quadrícula de 1,11 mSv/ano. É possível que essas diferenças sejam atribuídas às metodologias adotadas. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 43 Em relação à dose média ponderada (TAB. 8), foram mais próximas da referência de 0,5 mSv/ano (UNSCEAR, 2000) em Andradas (todas) e em zonas rurais de Ibitiúra de Minas e Santa Rita de Caldas. As demais são ligeiramente mais elevadas e, dentre os municípios, as máximas ocorreram em Poços de Caldas. Segundo Sachett (2002), o valor de referência (UNSCEAR, 2000) com base populacional “não deve ser tomado como exato, uma vez que os valores médios estimados estão baseados em dados não representativos da população mundial”. Tabela 8 Medições da radiação ionizante natural externa gama externa segundo dose média aritmética e ponderada pela população (mSv/ano). Setembro (2002-2008) Projeto Planalto Poços de Caldas, MG. MUNICÍPIO 1. Andradas 2. Caldas 3. Ibitiúra de Minas 4. Poços de Caldas 5. Santa Rita de Caldas Área / Zona N (nº de pontos) Município Zona Urbana Zona Rural Município Zona Urbana Zona Rural Município Zona Urbana Zona Rural 93.645 21.413 72.125 113.349 8.363 105.692 14.119 2.810 11.493 (a) Dose média aritmética *** 0,59 0,54 0,61 0,70 0,75 0,69 0,55 0,70 0,52 (a) Valor mínimo (b) Valor máximo 0,19 0,19 0,19 0,13 0,30 0,13 0,23 0,34 0,23 8,60 1,33 8,60 14,43 4,13 14,43 1,96 1,65 1,96 (b) Dose média ponderada pela pop. 0,54 0,54 0,53 0,66 0,71 0,59 0,62 0,69 0,51 Município 109854 1,03 0,15 95,05 0,98 Zona Urbana* Zona Rural 62.363 49.160 0,98 1,09 0,30 0,15 3,74 95,05 0,98 0,85 Município Zona Urbana Zona Rural 78.290 5.781 73.041 0,48 0,64 0,47 0,09 0,26 0,09 1,70 1,26 1,70 0,57 0,64 0,47 Fonte: Pesquisa Planalto Poços de Caldas; IBGE (censo 2000); N = Número de medições georeferenciadas; * dados coletados pela CNEN, antes do presente estudo; ** equivale a 0,56 nS/h; *** Vide apêndice (MAPA 12). Em destaque os maiores valores encontrados no estudo. As doses médias máximas, ponderada e aritmética, apresentam um ranking semelhante nos municípios, mas as doses e o local de ocorrência variam: Ranking: Dose média ponderada mais elevada encontrada no município (mSv/ano): 0,98: Poços de Caldas – total e zona urbana 0,71: Caldas – zona urbana 0,69: Ibitiúra de Minas – zona rural 0,64: Santa Rita de Caldas – zona urbana 0,54: Andradas – total e zona urbana Ranking: Dose média aritmética mais elevada encontrada no município (mSv/ano): 1,09: Poços de Caldas – zona rural 0,75: Caldas – zona urbana 0,70: Ibitiúra de Minas – zona urbana 0,64: Santa Rita de Caldas – zona urbana 0,61: Andradas – zona rural 44 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 Em virtude da grande variação entre os valores máximo e mínimo das doses médias aritméticas, foram também calculadas as doses medianas. Pode-se observar que todas as doses medianas tiveram valores inferiores aos encontrados nas doses aritméticas (TAB. 9). Tabela 9 Estatísticas descritivas das medições em mSv/ano por município e zona Município Andradas Caldas Ibitiúra de Minas Poços de Caldas Santa Rita de Caldas Desvio Mínimo Padrão 0,28 0,19 Zona N Média Q1 Mediana Q3 Máximo Município 93.645 0,59 0,41 0,51 0,68 8,60 Urbana 21.413 0,54 0,14 0,19 0,43 0,51 0,62 1,33 Rural 72.125 0,61 0,31 0,19 0,41 0,51 0,71 8,60 Município 113.349 0,70 0,60 0,13 0,39 0,53 0,81 14,43 Urbana Rural 8.364 0,75 0,24 0,30 0,62 0,72 0,83 4,13 105.692 0,69 0,62 0,13 0,38 0,51 0,81 14,43 Município Urbana Rural 14.119 2.811 11.493 0,55 0,70 0,52 0,18 0,21 0,15 0,23 0,34 0,23 0,43 0,54 0,42 0,51 0,66 0,49 0,63 0,79 0,58 1,96 1,65 1,96 Município 109.854 1,03 1,19 0,15 0,81 0,97 1,14 95,05 Urbana 62.363 0,98 0,18 0,30 0,86 0,97 1,10 3,74 Rural 49.160 1,09 1,77 0,15 0,55 0,95 1,30 95,05 Município 78.290 0,48 0,14 0,09 0,37 0,44 0,55 1,70 Urbana 5.781 0,64 0,15 0,26 0,54 0,61 0,71 1,26 Rural 73.041 0,47 0,14 0,09 0,37 0,43 0,53 1,70 Fonte: Projeto Planalto Poços de Caldas (MG) – 2004 a 2009 – Volume I – SES-MG. 2.7.3 Classificação das áreas segundo nível de radioatividade, em dose média. Todos os valores de doses médias, aritmética ou ponderada, foram inferiores a 5 mSv/ano, o que corresponde à classificação de área de radioatividade normal (Sohrabi, 1998; UNSCEAR, 2000; Hendry et al., 2009). Estudos complementares (exposição indoor) são necessários para que essa classificação preliminar seja confirmada. Destaque-se aqui o comentário de Sachett (2002), ao concluir o seu estudo “as cidades de Andradas, Caldas e Poços de Caldas não apresentam valores elevados, como seria esperado para uma região de elevado nível de radioatividade ambiental”. Nota: Informações conceituais das técnicas utilizadas na apresentação de resultados (a seguir) Boxplot: é a representação gráfica do valor mínimo, 1º quartil (1ª linha da caixeta), mediana (linha do meio da caixeta), 3º quartil (parte superior da caixeta) e valor máximo. Os dados representados em asterisco são discrepantes. O boxplot é rico no sentido de informar, entre outras coisas, a variabilidade e simetria dos dados. Estes são apresentados na publicação por município e por zona (urbana e rural). Histograma de Dose: é a representação gráfica da distribuição das frequências das doses (em mSv/ano) medidas nos municípios agrupados em classes. Nesse estudo, os histogramas são apresentados para cada município por zona, urbana e rural. Georreferenciamento das Medições (ou mapas): espacialização das doses segundo as coordenadas geográficas. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 45 2.8 RESULTADOS POR MUNICÍPIO 2.8. RESULTADOS 2.8.1 Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil POR MUNICÍPIO 2.8.1. Poços de Caldas - Minas Gerais - Brasil Para este município, verificou-se a dose média total de 1,03 mSv/ano (urbana= 0,98 e rural= 1,09), a TAB.verificou-se 8. Já a dose ponderada totaldefoi1,03 de 0,98 mSv/ano (urbana=0,98 e Para segundo este município, dose média total mSv/ano (urbana= 2.8. RESULTADOS 2.8. aRESULTADOS POR MUNICÍPIO POR MUNICÍPIO rural=0,85). Esta diferença do 8.fato queponderada as maiores doses médias do município foram 0,98 e rural= 1,09), segundodecorre a Tabela Já de a dose total foi de 0,98mSv/ano (urbana=0,98 e Caldas rural=0,85). Esta- Gerais diferença decorre do fato de que asconforme maiores doses localizadas a sudoeste com baixa densidade demográfica, Mapa 11. O valor 2.8.1. Poços 2.8.1. de Poços deem Caldas - regiões Minas Minas Gerais - Brasil - Brasil médias do município foram localizadas a sudoeste em regiões com baixa densidade da dose ponderada foi superior em 96% ao valor de referência da UNSCEAR, de 0,5 mSv/ano. demográfica, MAPA 11.verificou-se Omédios ponderada foi emdemais 96% aoinvestigados, Para esteconforme Para município, este município, verificou-se avalor dose da média a dose dose total média de 1,03 total mSv/ano de superior 1,03 mSv/ano (urbana= (urbana= Este município apresentou os valores de dose mais elevados entre os valor de referência da Unscear, dea0,5 valores 0,98 e rural= 0,98 1,09), e rural= segundo 1,09), segundo a Tabela 8.Tabela JámSv/ano. a dose 8. Jáponderada aEste dosemunicípio ponderada total foi apresentou de total 0,98mSv/ano foi de os 0,98mSv/ano provavelmente por ser o único a Esta encontrar-se quase dentro daporcaldeira (urbana=0,98 e rural=0,85). e elevados rural=0,85). Esta dentre diferença decorre investigados, do decorre fato totalmente de do que fato as de maiores que as maiores doses médios(urbana=0,98 de dose mais osdiferença demais provavelmente serdoses o vulcânica, incluindo amunicípio sua do sede. Na zona rurallocalizadas encontra-se aem anomalia docom Ferro, elevada radiação médias médias município foram localizadas foram a sudoeste sudoeste regiões em Morro com regiões baixa densidade baixa densidade único ado encontrar-se quase totalmente dentro daa caldeira vulcânica, incluindo acom sua sede. demográfica, demográfica, conforme conforme MAPAa 11. MAPA O valor 11.Morro da OComparando valor dosedo ponderada daFerro dose ponderada foi superior superior em 96% em aonatural 96% ao urbana) natural reconhecida internacionalmente. ocom valor defoi0,89 mSv/ano (zona Na zona rural encontra-se anomalia elevada radiação valor de valor referência de referência da Unscear, da Unscear, de 0,5 mSv/ano. de 0,5 mSv/ano. Este município Este município apresentou apresentou os valores os valores reconhecida internacionalmente. Comparando valoraqui de 0,89 mSv/anofoi(zona urbana) obtido no estudo de Sachett (2002) – TAB. 5, oo valor encontrado superior em 10%. A FIG. médios de médios dose mais de de dose elevados mais elevados dentre os dentre demais osinvestigados, demais investigados, provavelmente provavelmente porsuperior ser oporem ser o obtido no estudo Sachett (2002) – Tabela 5, o valor aqui encontrado foi 8único e a aFIG. 9 amostram atotalmente distribuição dasdafrequências das vulcânica, doses, entre as sede. zonas urbana e rural, encontrar-se único encontrar-se quase quase totalmente dentro dentro caldeira da vulcânica, caldeira incluindo incluindo a sua a sua sede. 10%. A Figura 8 e Figura 9, mostram a distribuição das freqüências das doses, entre as respectivamente. Nos encontra-se Mapas 1 ea2anomalia são evidenciados acima 1,0 Na zonaurbana Na rural zona encontra-se rural a anomalia Morro do Morro Ferrodocom Ferro elevada com radiação elevadaderadiação natural natural nas zonas zonas e rural, respectivamente. Nos MAPAS 1os e 2valores são evidenciados osmSv/ano, valores reconhecida reconhecida internacionalmente. internacionalmente. Comparando o valor oMapa valor 0,89 de mSv/ano (zona urbana) (zona urbana) urbana rural. No Mapa 12zonas doComparando Apêndice, que mSv/ano um0,89 dosApêndice, setores censitário rural sul, com acima ede 1,0 mSv/ano, nas urbana e observa-se rural. Node 12, do observa-se obtido no obtido estudo no de estudo Sachett de (2002) Sachett – (2002) Tabela – 5, Tabela o valor 5, aqui o valor encontrado aqui encontrado foi superior foi superior em densidade demográfica entre 1 erural 10 habitantes por km², apresentou maior1valor médio desse que um dos setores censitário sul, com densidade demográficao entre e 10em 10%. A Figura 10%. A8Figura e Figura 8 e9,Figura mostram 9, mostram a distribuição a distribuição das freqüências das freqüências das doses, das entre doses, as entre as habitantesde por1,40 km², apresentou o maior valor médio desse município, de 1,40 mSv/ano, município, que corresponde zonas urbana zonase urbana rural,mSv/ano, respectivamente. e rural, respectivamente. Nos MAPAS Nosao MAPAS 1Morro e 2 sãodo 1 evidenciados eFerro. 2 são evidenciados os valores os valores que corresponde ao Morro do Ferro. acima deacima 1,0 mSv/ano, de 1,0 mSv/ano, nas zonasnas urbana zonase urbana rural. No e rural. Mapa No12, Mapa do Apêndice, 12, do Apêndice, observa-se observa-se FIGURA 7 – Boxplot dose gama em Poços de sul, Caldas, –demográfica em mSv/ano que um que dos um setores dosda censitário setores censitário rural sul,rural com densidade comMG densidade demográfica entre 1 entre e 10 1 e 10 Figurahabitantes 7:por Boxplot dakm², Dose Gama vs Zona Ur/Ru P.Caldas habitantes km², por apresentou apresentou o maiormSv/Ano valor o maior médio valor desse médio município, dessede município, de 1,40 mSv/ano, de 1,40 mSv/ano, que corresponde que corresponde ao Morro ao do Morro Ferro. do Ferro. 100 Segundo a classificação de área de radioatividade 60 40 Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) Segundo a classificação de área de (UNSCEAR 2000), em mSv/ano: 2000), radioatividade (Unscear em 80 Figura 7:Figura Boxplot 7: Boxplot da Dose da Gama DosemSv/Ano Gama mSv/Ano vs Zona vs Ur/Ru Zona deUr/Ru P.Caldas de P.Caldas -mSv/ano: os valores discrepantes (acima de 5 mSv/ano) - os valores discrepantes ocorrem apenas na zona rural. (acima de 5 100 100 60 Segundo Segundo a classificação a apenas classificação de naárea de área de mSv/ano) ocorrem zonade rural. - 100%radioatividade da zona urbana encontra-se nível normal de radioatividade (Unscear (Unscear 2000), noem 2000), 100% da zona urbana encontra-se no nível em 80 80 40 radioatividade (até 5 mSv/ano). mSv/ano: mSv/ano: normal de radioatividade (até 5mSv/ano). 20 0 20 60 20 40 20 5 Rural - os valores - os discrepantes valores discrepantes (acima de(acima 5 de 5 mSv/ano) ocorrem mSv/ano) apenas ocorrem naestudo zona apenas rural. na zona rural. Torna-se necessário um complementar Torna-se necessário um estudo - 100% da -zona 100% urbana da zona encontra-se urbana no nívelefetiva no nível (exposição indoor) para concluirencontra-se aindoor) dose da complementar (exposição para normal de normal radioatividade de radioatividade (até 5mSv/ano). (até 5mSv/ano). radiação concluirnatural. a dose efetiva da radiação natural. Urbana 20 Zona (Ur/Ru) 20 Torna-se Torna-se necessárionecessário um estudo um estudo 5 complementar complementar (exposição(exposição indoor) para indoor) para Figura 9: Histograma da Doseradiação Gama natural. concluir a concluir dose efetiva a dose da radiação efetiva danatural. 5 Figura 8: Histograma da Dose Gama Rural Urbana Urbana mSv/AnoRural - ZonaZona Urbana PCaldas * mSv/Ano - Zona Rural P Caldas * (Ur/Ru) Zona (Ur/Ru) FIGURA 8 – Histograma da dose gama na zona FIGURA 9 – Histograma da dose gama na Figura 8:Figura Histograma 8: Histograma da Dose da Gama Dose Gama Figura 9:Figura Histograma 9: Histograma da Dose da Gama Dose Gama urbana Poços de Caldas zona rural de Poços de Caldas * mSv/AnomSv/Ano - Zona Urbana - Zona Urbana PCaldasPCaldas * mSv/Ano * mSv/Ano - Zona Rural - Zona P Rural CaldasP*Caldas * – * 0 0 4000 30000 25000 3000 4000 2000 0 2000 20000 1000 0,90 1,35 1,80 2,25 2,70 Dose Anual (mSv/ano) 3,15 15000 0,90 0,45 1,35 0,90 1,80 1,35 2,25 1,80 2,70 2,25 3,15 2,70 3,60 Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 15000 5000 0 3,60 10000 0 5000 * Histogramas 0 0 com diferentes escalas de frequência 0,45 20000 10000 10000 0,45 25000 15000 Frequência Frequência Frequência 1000 1000 25000 3000 30000 20000 Frequência 2000 3000 30000 Frequência Frequência 4000 3,15 3,60 0 13 5000 0 13 0 026 26 39 52 65 Dose Anual (mSv/ano) 78 1339 2652 3965 5278 6591 Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 91 78 91 * Histogramas * Histogramas com diferentes com escalas diferentes de escalas frequência de frequência * Histogramas com diferentes escalas de frequência 46 46 46 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 Projeto Planalto Poços Caldas – Minas Gerais –Caldas Brasil 2004 a 2009 46 Projetode Planalto ProjetoPoços Planalto de Caldas Poços de – Minas Gerais – –Minas – Brasil Gerais - 2004 – Brasil a 2009 - 2004 a 2009 POços de CALDAS, MG MAPA 1 – Dose gama externa no município de Poços de Caldas MAPA 2 – Dose gama externa na zona urbana de Poços de Caldas Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 47 ANDRADAS , MG ANDRADAS , MG 2.8.2 Andradas – Minas Gerais – Brasil 2.8.2. Andradas - Minas Gerais - Brasil , MG , MG Para este município, verificou-se a dose média ANDRADAS totalANDRADAS de 0,59 mSv/ano (urbana=0,54 e2.8.2. rural=0,61), segundo a- TAB. 8. Gerais Já a- Brasil dose ponderada totaltotal foi dede0,54 (urbana=0,54 e Para Andradas este município, verificou-se dose média 0,59mSv/ano mSv/ano 2.8.2. Andradas - Minas Minas Gerais - aBrasil rural=0,53), as maiores doses8.médias do município foram localizadas (urbana=0,54demonstrando e rural=0,61),que segundo a Tabela Já a dose ponderada total foi de em regiões 0,54mSv/ano (urbana=0,54 e rural=0,53), demonstrando que as11. maiores doses médias com baixa demográfica, conforme Apêndice – Mapa Considerando o valor de referência Paradensidade Para este este município, município, verificou-se verificou-se a dose a dose média média total total de 0,59 de 0,59 mSv/ano mSv/ano do município foram localizadas em regiões com baixa densidade demográfica, da UNSCEAR, mSv/ano, osegundo valor daa dose mundial é similar ao de verificado neste (urbana=0,54 (urbana=0,54 e de rural=0,61), e0,5rural=0,61), segundo a Tabela Tabela 8.ponderada Já8.a Já dose a dose ponderada ponderada total total foi foi de conforme Apêndice – MAPA 11. Considerando o valor de referência da Unscear, de 0,54mSv/ano 0,54mSv/ano (urbana=0,54 (urbana=0,54 e rural=0,53), e rural=0,53), demonstrando que as quemaiores as maiores doses médias médias município. Comparando os valores obtidos comdemonstrando osimilar estudoao deverificado Sachett (2002) –doses TAB. 5, de 0,61 mSv/ 0,5mSv/ano, o valor da dose localizadas ponderada mundial é com neste município. do município do município foram foram localizadas em regiões em regiões com baixa baixa densidade densidade demográfica, demográfica, ano para a zona urbana, os valores foram coerentes. No Mapa 12 (Apêndice) observa-se Comparando osApêndice valores o estudo Sachett (2002) –daTabela 5, de de de que dois conforme conforme Apêndice – MAPA –obtidos MAPA 11. com Considerando 11. Considerando odevalor o valor de referência de referência Unscear, da Unscear, setores censitários rurais ao norte devalores Andradas, com densidade demográfica entremunicípio. 10 e 25 habitantes 0,61mSv/ano zona urbana, os foram coerentes. No 12 neste (Apêndice) 0,5mSv/ano, 0,5mSv/ano, opara valor oavalor da dose da dose ponderada ponderada mundial mundial é similar é similar ao verificado ao MAPA verificado neste município. observa-se queosdois censitários norte Andradas, por km², apresentaram osobtidos maiores valores médios doSachett município, de(2002) 0,95 mSv/ano 0,80 Comparando Comparando valores os setores valores obtidos com com orurais estudo o ao estudo de dedeSachett (2002) –com Tabela – densidade Tabela 5, ede5, demSv/ano. demográfica entre 10 e 25 habitantes por km², apresentaram os maiores valores médios Provavelmente os para desses setores possam ser atribuídos àNo sua localização geográfica dentro 0,61mSv/ano 0,61mSv/ano para avalores zona a zona urbana, urbana, os valores os valores foramforam coerentes. coerentes. No MAPA MAPA 12 (Apêndice) 12 (Apêndice) do município, de 0,95 mSv/ano e 0,80rurais mSv/ano. Provavelmente os com valores destes observa-se observa-se que dois que dois setores setores censitários censitários rurais ao norte ao norte de Andradas, de Andradas, com densidade densidade da caldeira vulcânica, onde os valores são similares aos do município de Poços de Caldas. setores possam serentre atribuídos localização geográfica dentro da caldeira vulcânica, demográfica demográfica entre 10 e 10 25 ehabitantes 25à sua habitantes por km², por km², apresentaram apresentaram os maiores os maiores valores valores médios médios onde os valores são similares aos do município de Poços de Caldas. do município, do município, de 0,95 de 0,95 mSv/ano mSv/ano e 0,80 e 0,80 mSv/ano. mSv/ano. Provavelmente Provavelmente os valores os valores destesdestes Apossam FIG. 11 e aserFIG. 12à mostram a distribuição dasdentro frequências dasvulcânica, doses, entre as zonas setores setores possam ser atribuídos atribuídos suaàlocalização sua localização geográfica geográfica dentro da caldeira da caldeira vulcânica, Figura 11similares e a similares Figura mostram a de das freqüências das doses, urbana evalores rural, respectivamente. Nos Mapas 3distribuição ePoços 4desão evidenciados os valores acima de 1,0 mSv/ ondeonde osA os valores são são aos12 do aos município do município Poços de Caldas. de Caldas. entre as zonas urbana e rural, respectivamente. Nos MAPAS 3 e 4 são evidenciados os ano, nas zonas urbana e rural. valores A acima 1,0 nas urbana e rural. Figura A de Figura 11 mSv/ano, e 11 a Figura e a Figura 12zonas mostram 12 mostram a distribuição a distribuição das freqüências das freqüências das doses, das doses, entre entre as zonas urbana urbana rural, e gama rural, respectivamente. respectivamente. Nos–MAPAS Nos MAPAS 3 e 43são e 4evidenciados são evidenciados os os FIGURA 10as– zonas Boxplot dae dose em Andradas, MG em mSv/ano Figura 10: Boxplot da Dose Gama mSv/Ano vs Zona Ur/Ru de Andradas valores valores acimaacima de 1,0demSv/ano, 1,0 mSv/ano, nas zonas nas zonas urbana urbana e rural. e rural. Segundo a classificação de área de Segundo a classificação de área de radioatividade radioatividade (Unscear 2000), em 8 Figura Figura 10: Boxplot 10: Boxplot da Dose da Dose Gama Gama mSv/Ano mSv/Ano vs Zona vs Zona Ur/Ru Ur/Ru de Andradas Andradas (UNSCEAR 2000), emde mSv/ano: mSv/ano: 7 - Existem alguns pontos discrepantes Segundo Segundo a classificação a classificação de acima área de de área de5 e de 9 9 6 radioatividade radioatividade (Unscear (Unscear 2000), 2000), em em 10 mSv/ano, na discrepantes zona rural (áreas de nível -inferiores Existema alguns pontos acima 8 8 5 5 mSv/ano: mSv/ano: de 5 e de inferiores a 10 mSv/ano, na zona rural médio radioatividade). 7 7 4 (áreas de nível médio de 100% da zona urbana estáradioatividade). no nível normal, assim 6 6 -- 100% Existem - Existem pontospontos discrepantes acimaacima da alguns zonadaalguns urbana está no discrepantes nível normal 3 como a maioria rural. 5 5 5 5 de 5 ede inferiores 5 e inferiores a 10 mSv/ano, a 10 mSv/ano, na zona na rural zona rural assim como a maioria da rural. 2 4 4 (áreas(áreas de nível de médio nível médio de radioatividade). de radioatividade). 1 Torna-se necessário um urbana estudo complementar -Torna-se 100% - 100% da zona da urbana zona está no está no normal nível 3 3 necessário umnível estudonormal 0 (exposição indoor) para concluir dose efetiva da assim assim como como a maioria a maioria da rural. daaindoor) rural. 2 2 complementar (exposição para Rural Urbana radiação natural. Zona (Ur/Ru) concluir a dose efetiva da radiação natural. 1 1 Torna-se Torna-senecessário necessárioum umestudoestudo 0 0 Figura 11: Histograma da Dose Gama Figura 12: Histograma da Dose Gama complementar complementar (exposição (exposição indoor) indoor) para para Rural Rural Urbana Urbana Zona (Ur/Ru) ZonaAndradas* (Ur/Ru) mSv/Ano - Zona Urbana mSv/Ano -aZona Rural concluir concluir doseaefetiva dose efetiva daAndradas* radiação da radiação natural. natural. Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 9 FIGURA 11 –Histograma Histograma dada dose gama naGama zona Figura FIGURA 12 dose gama na Figura Figura 11: 11: Histograma Dose da Dose Gama Figura 12: Histograma 12:– Histograma Histograma dada Dose da Dose Gama Gama urbana de Andradas* zona rural- Andradas* mSv/Ano mSv/Ano - Zona - Zona Urbana Urbana Andradas* Andradas* mSv/Ano mSv/Ano Zona - Zona Rural Rural Andradas* Andradas* 1600 20000 800 1200 1200 600 1000 1000 400 800 200 600 800 600 0 400 400 0,32 200 200 0,48 0,64 0,80 0,96 Dose Anual (mSv/ano) 1,12 0,32 0,48 0,32 0,64 0,48 0,80 0,64 0,96 0,80 1,12 0,96 Dose Anual Dose (mSv/ano) Anual (mSv/ano) 1,28 1,12 20000 10000 15000 15000 5000 10000 0 5000 1,28 * Histogramas com diferentes escalas de frequência 0 0 15000 20000 1,28 0 Frequência 1400 Frequência 1600 1000 1400 Frequência 1200 1600 Frequência Frequência Frequência 1400 10000 5000 1,1 0 1,1 2,2 3,3 4,4 5,5 Dose Anual (mSv/ano) 6,6 2,2 1,1 3,3 2,2 4,4 3,3 5,5 4,4 6,6 5,5 Dose Anual Dose (mSv/ano) Anual (mSv/ano) 7,7 7,7 6,6 7,7 * Histogramas * Histogramas com diferentes com diferentes escalas escalas de frequência de frequência * Histogramas com diferentes escalas de frequência 48 48 48 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 48 Projeto Projeto Planalto Planalto PoçosPoços de Caldas de Caldas – Minas – Minas GeraisGerais – Brasil – Brasil - 2004- 2004 a 2009 a 2009 MAPA 3 – Dose gama externa no município de Andradas MAPA 4 – Dose gama externa na zona urbana de Andradas Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 49 CALDAS, MG 2.8.3 Caldas – Minas Gerais – Brasil CALDAS, MG 2.8.3.Para Caldas Minas Gerais - Brasil este- município, verificou-se uma dose média total de 0,70 mSv/ano (urbana=0,75 e rural=0,69), segundo a TAB. 8. Já a dose ponderada totalCALDAS, foi de 0,66 mSv/ano (urbana=0,71 e MG MG Para este município, verificou-se uma dose média total de CALDAS, 0,70 mSv/ano rural=0,59), demonstrando que as maiores doses médias do município foram localizadas a oeste (urbana=0,75 e rural=0,69), segundo a Tabela 8. Já a dose ponderada total foi de 2.8.3. Caldas 2.8.3. - Minas Caldas Gerais - Minas - Brasil Gerais - Brasil em regiões com baixa densidade demográfica, conforme – Mapa 11. Considerando o 0,66mSv/ano (urbana=0,71 e rural=0,59), demonstrando queApêndice as maiores doses médias valor de referência UNSCEAR 0,5 mSv/ano, o valor da dose ponderada foi superior do município foramda localizadas ao (2000), oeste emderegiões com baixa densidade demográfica, Para este município, Para este município, verificou-severificou-se uma dose uma médiadose totalmédia de 0,70 totalmSv/ano de 0,70 mSv/ano conforme Apêndice – os MAPA 11.obtidos Considerando oavalor referência em 32%. Comparando valores com8.a oTabela estudo –UNSCEAR TAB. quedefoi de 0,80 (urbana=0,75 (urbana=0,75 e rural=0,69), e rural=0,69), segundo a segundo Tabela Já dose 8.dede ponderada JáSachett a dose (2002) ponderada totaldafoi detotal5,foi (2000), de 0,5mSv/ano, o valor da dose ponderada foi superior em 32%. Comparando os mSv/ano para a zona urbana, os valores foram inferiores. 0,66mSv/ano 0,66mSv/ano (urbana=0,71 (urbana=0,71 e rural=0,59), e rural=0,59), demonstrando demonstrando que as maiores que as doses maiores médias doses médias valores obtidos com o foram estudolocalizadas Sachett (2002) – Tabela 5, que foidemográfica, de 0,80 mSv/ano do município doforam município localizadas aodeoeste emaoregiões oeste em com regiões baixa densidade com baixa densidade demográfica, para a zona urbana, os valores foram inferiores. conforme Apêndice conforme–Apêndice MAPA 11. – MAPA Considerando 11. Considerando o valor de oreferência valor de da referência UNSCEAR da UNSCEAR Mapa 120,5mSv/ano, (Apêndice) que três setores censitários rurais No0,5mSv/ano, MAPA 12 (Apêndice) observa-se que três setores censitários rurais ao os oeste de (2000), No de (2000), de o valor da dose oobserva-se valor ponderada da dose foi ponderada superior foi em superior 32%. Comparando em 32%. Comparando osao extremo Caldas, com densidades demográficas e(2002) 25 habitantes por km² apresentaram extremo oeste de obtidos Caldas, com demográficas 0 ede 25 habitantes por mSv/ano km² os maiores valores obtidos valores com o estudo com deodensidades Sachett estudo (2002) de entre Sachett – 0Tabela 5,–entre que Tabela foi 5, 0,80 que foi mSv/ano de 0,80 para a zona para urbana, a zona os valores urbana, foram os valores inferiores. foramde inferiores. apresentaram os maiores do município, commSv/ano valores médios mSv/ano níveis do município, com níveis valores médios 2,50 (Campodedo2,50 Cercado e Mineração de No MAPA No 12 MAPA (Apêndice) 12 (Apêndice) observa-se observa-se que três setores que três censitários setores censitários rurais ao rurais (Campo do Cercado e Mineração de Urânio), com 1,36 mSv/ano (Morro do Taquari) Urânio), com 1,36 mSv/ano (Morro do Taquari) e 0,98 mSv/ano (Setor rural Oeste). e ao extremo oeste extremo de(Setor Caldas, oeste com de Caldas, densidades com densidades demográficas demográficas entre 0 e 25entre habitantes 0 e 25por habitantes km² por km² 0,98 mSv/ano rural Oeste). apresentaram apresentaram os maiores os níveis maiores do município, níveis do município, com valores com médios valores de médios 2,50 mSv/ano de 2,50 mSv/ano Aplicam-se os mesmos argumentos de Andradas para os valores encontrados (Campo do (Campo Cercado do e Mineração Cercado e de Mineração Urânio), de com Urânio), 1,36 mSv/ano com 1,36 (Morro mSv/ano do Taquari) (Morro easTaquari) Aplicam-se os mesmos argumentos de Andradas para os valores encontrados quanto à localização geográfica dentro da caldeira vulcânica, além de incluirdo duas e quanto à 0,98 mSv/ano 0,98 (Setor mSv/ano rural (Setor Oeste). rural Oeste). localização da caldeira vulcânica, além deinternacionalmente incluir as duas anomalias anomalias geográfica de elevadadentro radiação natural reconhecidas neste de elevada Aplicam-seAplicam-se os mesmososargumentos mesmos argumentos de Andradas de para Andradas os valores para os encontrados valores encontrados município. radiação natural internacionalmente neste município. A FIG. 14 e a FIG. 15 mostram quanto à localização quanto reconhecidas à localização geográfica dentro geográfica da caldeira dentro da vulcânica, caldeira além vulcânica, de incluir além as deduas incluir as duas A Figura 14 e a Figura 15 mostram a distribuição das freqüências das doses, aanomalias distribuição frequências doses, entre asreconhecidas zonas urbana e rural,neste respectivamente. Nos anomalias de das elevada de radiação elevadadas natural radiação reconhecidas natural internacionalmente internacionalmente neste entre as zonas urbana e rural, respectivamente. Nos MAPAS 5 e 6 são evidenciados os município.5 município. Mapas e 6 são evidenciados os valores acima de 1,0 mSv/ano, nas zonas urbana e rural. valoresAacima mSv/ano, zonas15 urbana e rural. Figurade14 A1,0 eFigura a Figura 14 e15nas a mostram Figura a mostram distribuição a distribuição das freqüências das freqüências das doses, das doses, entre as zonas entre urbana as zonas e rural, urbana respectivamente. e rural, respectivamente. Nos MAPAS Nos5 MAPAS e 6 são evidenciados 5 e 6 são evidenciados os os FIGURA13: 13 –Boxplot Boxplot da dose gama emmSv/Ano Caldas, MGvs– Zona em mSv/ano Figura da Dose Gama Ur/Ru de Caldas valores acima valores de 1,0acima mSv/ano, de 1,0nas mSv/ano, zonas urbana nas zonas e rural. urbana e rural. Segundo 16 a classificação de área de Segundo a de classificação de de radioatividade (UNSCEAR Figura 13: Figura Boxplot13: daBoxplot Dose Gama da Dose mSv/Ano GamavsmSv/Ano Zona Ur/Ru vs Zona Caldas Ur/Ru 2000), deárea Caldas radioatividade (Unscear em mSv/ano 14 16 1410 14 12 12 10 8 6 8 Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 1612 6 4 2 4 2 0 2000), em mSv/ano 10 8 6 5 4 2 Rural 0 Urbana Zona (Ur/Ru) 0 Rural Rural Zona (Ur/Ru) Urbana Zona (Ur/Ru) Urbana - Existem alguns pontos Segundo a Segundo classificação a classificação de discrepantes área dede acima área de alguns pontos discrepantes acima de 5 e inferiores a de- 5Existem e inferiores 15 (Unscear mSv/ano, na zona radioatividade radioatividade (Unsceara2000), em mSv/ano 2000), em rural, mSv/ano 15 mSv/ano, na zona rural, sendo as áreas com esses valores sendo as áreas com esses valores - Existem alguns - Existem pontosalguns discrepantes pontos acima discrepantes acima classificadas como de nível demédio radioatividade. como de nível derural, de 5 eclassificadas inferiores de a5 15 e inferiores mSv/ano, a na 15médio zona mSv/ano, rural, na zona sendoradioatividade. as sendo áreas as áreas esses com valores valorescomo a - 100% da zonacom urbana está no nível esses normal, assim 5 classificadas classificadas como de nível como médio de nível de médio de - 100% da zona urbana está no nível normal, maioria da rural. radioatividade. radioatividade. assim como a maioria da rural. 5 - 100% da zona - 100% urbana daestá zonanourbana nível normal, está normal, Torna-se necessário um no nível estudo Torna-se necessário um estudo complementar (exposição indoor) assimcomplementar como a assim maioria como da(exposição rural. a maioria daindoor) rural. para Torna-se Torna-se necessário necessário um estudo um estudo para concluir a dose efetiva da radiação natural. concluir a dose efetiva da radiação natural. complementarcomplementar (exposição indoor) (exposiçãoparaindoor) para Figura 15: Histograma Gama concluir a dose concluir efetiva adadose radiação efetivada natural. daDose radiação natural. Figura 14: Histograma da Dose Gama FIGURA Histograma dose gama na zona 15 Histograma da dose na mSv/Ano - –Zona Urbana de Caldas* - Zona Rural Caldas* Figura 14:14Figura Histograma 14: Histograma dadaDose Gama da Dose Gama FiguramSv/Ano 15:FIGURA Figura Histograma 15:–Histograma da Dosede Gama da Dosegama Gama urbana de- mSv/Ano Caldas* zona ruralRural de Caldas* mSv/Ano Zona Urbana - Zona de Urbana Caldas*de Caldas* mSv/Ano - mSv/Ano Zona - Zona de Caldas* Rural de Caldas* 1200 25000 1200 1200 1000 1000 400 400 600 20000 15000 15000 Frequência 600 600 Frequência 20000 800 Frequência 800 Frequência Frequência 800 10000 10000 15000 10000 400 5000 200 200 5000 200 0 0 25000 20000 1000 Frequência 25000 0,5 0,5 1,0 1,0 0 1,5 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 0 4,0 0,5Dose 2,0 Anual 1,0 2,5(mSv/ano) 1,5 3,0 2,0 3,5 2,5 4,0 3,0 Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 5000 3,5 * Histogramas com diferentes escalas de frequência. 0 4,0 0,0 0,0 1,9 1,90 3,8 3,8 5,7 7,6 9,5 11,4 0,05,7 1,97,6 9,5 (mSv/ano) 5,711,4 7,613,3 9,515,2 Dose3,8 Anual Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 13,3 15,2 11,4 13,3 15,2 Histogramas com Histogramas diferentes escalas diferentes de frequência. escalas de frequência. **Histogramas com* diferentes escalascom de frequência. 50 50 50 50 Projeto Planalto Poços dePoços Caldas Minas –-Brasil 2004 a 2009 Projeto Planalto Projeto Poços Planalto de Caldas – Minas de –Caldas Gerais – Gerais Minas – Brasil Gerais 2004 – Brasil a- 2009 - 2004 a 2009 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 MAPA 5 – Dose gama externa no município de Caldas MAPA 6 – Dose gama externa na zona urbana de Caldas Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 51 IBITIÚRA DE MINAS, MG DE MINAS, MG 2.8.4 Ibitiúra de Minas – Minas GeraisIBITIÚRA – Brasil IBITIÚRA IBITIÚRA DE MINAS, DE MINAS, MG MG 2.8.4. Ibitiúra de Minas - Minas Gerais - Brasil Para este município, verificou-se uma dose média total de 0,55 mSv/ano (urbana=0,70 e 2.8.4.2.8.4. Ibitiúra Ibitiúra de Minas de Minas - Minas - Minas Gerais Gerais - Brasil - Brasil rural=0,52), a TAB. verificou-se 8. Já a doseuma ponderada total foi 0,62 mSv/ano (urbana=0,69 e Para segundo este município, dose média totaldede 0,55 mSv/ano rural=0,51), que nãoverificou-se houve uma dose concentração de doses elevadas segundo a zona (urbana=0,70 e rural=0,52), segundo a Tabela 8. Já dose a dose ponderada total foi mSv/ano de Para demonstrando este Para município, este município, verificou-se uma uma média média total de total0,55 de mSv/ano 0,55 0,62mSv/ano eo parâmetro rural=0,51), demonstrando não houve uma (urbana=0,70 (urbana=0,70 e(urbana=0,69 rural=0,52), e rural=0,52), segundo segundo a Tabela a Tabela 8. mSv/ano Já 8. a dose Já da a que ponderada dose ponderada total foi total de de da dose de residência. Considerando de 0,5 UNSCEAR (2000), o foi valor concentração de doses elevadas segundo a zona de residência. Considerando o 0,62mSv/ano 0,62mSv/ano (urbana=0,69 (urbana=0,69 e rural=0,51), e rural=0,51), demonstrando demonstrando que não que houve não houve uma uma ponderada foi superior em 24%. parâmetro de de 0,5 doses mSv/ano daelevadas UNSCEAR o valor doseConsiderando ponderada foi concentração concentração de doses elevadas segundo segundo a(2000), zona a zona de residência. de da residência. Considerando o o superior emde24%. parâmetro parâmetro 0,5demSv/ano 0,5 mSv/ano da UNSCEAR da UNSCEAR (2000),(2000), o valor o valor da dose da ponderada dose ponderada foi foi Não foram obtidos valores de referência na literatura para este município, uma vez que a superior superior em 24%. em 24%. maior parte de suaobtidos localização geográfica está fora da caldeira mas serve Não foram valores de referência na literatura paravulcânica, este município, uma de parâmetro vez que a maior parte de sua localização geográfica está fora da caldeira vulcânica, mas uma Não foram Nãopara foram obtidos valoresvalores de referência deRessalte-se referência na literatura na literatura este paramunicípio, este município, uma de comparação asobtidos demais regiões. que apara inclusão desse município no presente serve de parâmetro de comparação para as demais regiões. Ressalte-se que a inclusão vez que vez a que maior a maior parte de parte sua de localização sua localização geográfica geográfica está fora está da fora caldeira da caldeira vulcânica, vulcânica, mas mas estudo deve-se à sua localização dentro de um raio de 20 km, a partir do centro da mina de urânio, desse serve município no de presente estudo para deve-se à sua localização dentro de que um araio dea inclusão 20 serve de parâmetro de parâmetro comparação de comparação aspara demais as demais regiões. regiões. Ressalte-se Ressalte-se que inclusão conforme a metodologia eleita. km, a desse partir município do centro da de urânio, conforme a sua metodologia eleita. desse município no presente nomina presente estudo estudo deve-se deve-se à sua àlocalização localização dentro dentro de umderaio umderaio 20 de 20 km, a km, partira do partir centro do centro da mina da de mina urânio, de urânio, conforme conforme a metodologia a metodologia eleita.eleita. AA FIG. 17 17 e ae FIG. 18 mostram a distribuição das das frequências dasdas doses, entre as zonas Figura a Figura 18 mostram a distribuição freqüências doses, entre asAezonas rural, respectivamente. MAPAS edas 8 são evidenciados urbana rural, respectivamente. Mapas 7Nos ea8distribuição são evidenciados onde os valores Figura A urbana Figura 17 e ae17Figura e a Figura 18Nos mostram 18 mostram a distribuição das7freqüências freqüências dasocorreram doses, das doses, onde ocorreram os valores pontuais acima de 1,0 e abaixo de 3,0 mSv/ano (os mais entre as entre zonas as zonas urbana urbana ee rural, e rural, respectivamente. respectivamente. Nos elevados MAPAS 7 e 8 7nesse são e 8evidenciados são evidenciados pontuais acima de 1,0 abaixo de 3,0 mSv/anoNos (os MAPAS mais município). elevados nesse município). onde ocorreram onde ocorreram os valores os valores pontuais pontuais acima acima de 1,0dee 1,0 abaixo e abaixo de 3,0demSv/ano 3,0 mSv/ano (os mais (os mais elevados elevados nesse nesse município). município). FIGURA 16 – Boxplot da dose gama em Ibitiúra de Minas, MG – em mSv/ano Figura 16: Boxplot da Dose Gama mSv/Ano vs Zona Ur/Ru de Ibitiúra de Minas a classificação dede área Figura Figura 16: Boxplot 16: Boxplot da Dose da Gama Dose Gama mSv/Ano mSv/Ano vsSegundo Zona vs Zona Ur/Ru Ur/Ru de Ibitiúra de Ibitiúra Minas de de Minas 2,0 Segundo a classificação de área em de radioatividade radioatividade 2000), Segundo Segundo a (Unscear classificação a classificação de mSv/ano: área de de área de em mSv/ano: - (UNSCEAR 100%radioatividade das 2000), zonas urbana e rural estão no radioatividade (Unscear (Unscear 2000), em 2000), mSv/ano: em mSv/ano: normal (até 5urbana mSv/ano). - 100% das zonas estão no nível normal -nível 100% - das 100% zonas das urbana zonase rural urbana e rural eestão rural no estão no -nível Na zona rural ocorrem os valores extremos (aténormal 5nível mSv/ano). normal (até 5 mSv/ano). (até 5 mSv/ano). elevados do município. - Nazona zona rural ocorrem ososvalores mais -mais Na - Narural zona ocorrem rural ocorrem valores osextremos valores extremos extremos -mais A zona urbana apresenta doses mais elevados maisdoelevados do município. do município. elevados município. azona zona urbana rural. -elevadas zona - que A urbana apresenta apresenta doseselevadas doses mais que mais -AA zona urbana apresenta doses mais a elevadas elevadas que a zona que rural. a zona rural. zona rural. É desejável um estudo complementar 2,0 1,5 1,5 Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual Dose (mSv/ano) Anual (mSv/ano) 2,0 1,0 1,0 0,5 0,5 1,5 1,0 0,5 indoor). É(exposição desejável É desejável um estudo um estudo complementar complementar É desejável um estudo complementar (exposição indoor). (exposição (exposição indoor).indoor). 0,0 Rural 0,0 Urbana Zona (Ur/Ru) 0,0 Rural Rural Urbana Urbana Zona (Ur/Ru) (Ur/Ru) Figura 17: Histograma daZonaDose Gama Figura 18: Histograma da Dose Gama mSv/Ano Zona Urbana de Ibitiúra de mSv/Ano Zona Ruralda de Dose Ibitiúra deGama FiguraFigura 17: Histograma 17: Histograma da Dose da Gama Dose GamaFigura Figura 18:-Histograma 18: Histograma da Gama Dose FIGURA 17 – Histograma da dose gama na zona FIGURA 18 – Histograma da dose gama Minas* Minas* mSv/Ano mSv/Ano - Zona- Zona Urbana Urbana de Ibitiúra de Ibitiúra de demSv/Ano mSv/Ano - Zona - Zona RuralRural de Ibitiúra de Ibitiúra de nade urbana de Ibitiúra de Minas* zona rural de Ibitiúra de Minas* Minas* Minas* Minas* Minas* 160 120 140 140 100 120 120 80 100 60 80 40 60 100 80 60 20 40 40 0 20 0,350 20 0,525 0 0,350 0,700 0,875 1,050 1,225 Dose Anual (mSv/ano) 1,400 1,575 0 0,525 0,350 0,700 0,525 0,875 0,700 1,050 0,875 1,225 1,050 1,400 1,225 1,575 1,400 Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 1,575 * Histogramas com diferentes escalas de frequência. 1200 1000 1200 1000 800 1000 800 600 800 600 400 Frequência 180 140 160 Frequência Frequência 1200 160 180 Frequência Frequência Frequência 180 600 400 200 400 200 0 0,225 200 0 0,225 0,450 0,675 0,900 1,125 1,350 1,575 1,800 Dose Anual (mSv/ano) 0 0,450 0,225 0,675 0,450 0,900 0,675 1,125 0,900 1,350 1,125 1,575 1,350 1,800 1,575 Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 1,800 ** Histogramas Histogramas * Histogramas com diferentes com diferentes escalasescalas de frequência. de frequência. com diferentes escalas de frequência. 52 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 52 52 52 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 ProjetoProjeto Planalto Planalto Poços de Poços Caldas de Caldas – Minas– Gerais Minas Gerais – Brasil– -Brasil 2004 -a2004 2009a 2009 MAPA 7 – Dose gama externa no município de Ibitiúra de Minas MAPA 8 – Dose gama externa na zona urbana de Ibitiúra de Minas Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 53 SANTA RITA DE CALDAS, MG 2.8.5. Santa de Caldas MG - Minas Gerais - Brasil SANTA RITARita DE CALDAS, 2.8.5 Santa Rita de Caldas – Minas Gerais – Brasil Para este município, verificou-se uma dose média total de 0,48 mSv/ano (urbana=0,64 e rural=0,47), segundo a Tabela 8. Já a dose ponderada total foi de Para este município, verificou-se umaSANTA dose média totalCALDAS, de 0,48 mSv/ano (urbana=0,64 SANTA RITA RITA DE DE MG não e 0,57mSv/ano (urbana=0,64 e rural=0,47), demonstrando queCALDAS, esteMG município rural=0,47), segundo a TAB. 8. Já a dose ponderada total foi de 0,57 mSv/ano (urbana=0,64 e apresentou concentrações de doses elevadas, segundo a zona de residência. rural=0,47), demonstrando que este município não apresentou concentrações doses 2.8.5. Santa 2.8.5. Santa Rita deRita Caldas de Caldas - Minas -mSv/ano Minas Gerais Gerais -da Brasil - Brasil Considerando o parâmetro de 0,5 UNSCEAR (2000), o de valor daelevadas, dose segundo a zona de residência. Considerando o parâmetro de 0,5 mSv/ano da UNSCEAR (2000), ponderada foi superior em 14%. o valor da dose ponderada foi superior em 14%. Para este Paramunicípio, este município, verificou-se verificou-se uma dose umamédia dose total médiadetotal 0,48demSv/ano 0,48 mSv/ano Não foram obtidos valores de referência na literatura para este município, (urbana=0,64 (urbana=0,64 e rural=0,47), e rural=0,47), segundosegundo a Tabela a Tabela 8. Já a 8.dose Já aponderada dose ponderada total foitotal de foi de uma Não obtidos dee referência nademonstrando literatura este município, uma que a vez que a foram maior parte devalores sua localização geográfica fica fora da caldeira vulcânica, 0,57mSv/ano 0,57mSv/ano (urbana=0,64 (urbana=0,64 e rural=0,47), rural=0,47), demonstrando que para este que município este município não nãovezmas apresentou apresentou concentrações concentrações de doses de elevadas, doses elevadas, segundo segundo a zona a de zona residência. de residência. maior de sua localização geográfica ficaasfora da caldeira vulcânica, mas serve parâmetro serveparte de parâmetro de comparação para demais regiões. Ressalte-se que adeinclusão Considerando Considerando o parâmetro o parâmetro de 0,5 de mSv/ano 0,5 mSv/ano da UNSCEAR da UNSCEAR (2000), (2000), o valor o da valor dose da dose município estudo deve-se à suaque localização de um raio 20 dedesse comparação paranoaspresente demais regiões. Ressalte-se a inclusão dentro desse município no de presente ponderada ponderada foi superior foi superior em 14%.em 14%. km, a partir do centro da mina de urânio, conforme a metodologia anteriormente estudo deve-se à sua localização dentro de um raio de 20 km, a partir do centro da mina de urânio, apresentada. conforme a metodologia apresentada. Não foram Nãoobtidos foramanteriormente obtidos valores valores de referência de referência na literatura na literatura para este para município, este município, uma uma vez quevez a maior que aparte maior departe sua localização de sua localização geográfica geográfica fica forafica da fora caldeira da caldeira vulcânica, vulcânica, mas mas Figura 20de mostram ademais distribuição das freqüências entre as serve parâmetro de comparação de21comparação para as para as demais regiões.regiões. Ressalte-se que a inclusão que doses, a inclusão A Adeserve FIG. 20eparâmetro ea aFigura FIG. 21 mostram a distribuição dasRessalte-se frequências dasdas doses, entre as zonas desse município desse município no presente no presente estudo deve-se estudo deve-se à sua localização à sua localização dentro de dentro um raio de um de raio 20 de 20 zonas urbana e rural, respectivamente. Nos MAPAS 9 e 10 são evidenciados onde urbana rural,a do respectivamente. Mapas 9 e 10conforme são evidenciados ondeanteriormente ocorreram os valores km, a epartir km, centro do pontuais da centro minadaNos de mina urânio, de conforme a metodologia anteriormente ocorreram os partir valores acima de urânio, 1,0 e abaixo de a3,0metodologia mSv/ano (os mais elevados pontuais acima de 1,0 e abaixo de 3,0 mSv/ano (os mais elevados nesse município), a maioria na apresentada. apresentada. nesse município), a maioria na zona urbana. zona urbana. 1,8 1,8 1,6 1,6 1,4 1,4 Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) A Figura A Figura 20 e a Figura 20 e a Figura 21 mostram 21 mostram a distribuição a distribuição das freqüências das freqüências das doses, das entre doses,asentre as zonas urbana zonas urbana e rural, erespectivamente. rural, respectivamente. Nos MAPAS Nos MAPAS 9 e 10 9são e 10 evidenciados são evidenciados onde onde FIGURA 19 – Boxplot da dose gama em Santa Rita de Caldas, MG – em mSv/ano ocorreram ocorreram os Boxplot valores os valores pontuais pontuais acima de acima 1,0mSv/Ano ede abaixo 1,0 e de abaixo mSv/ano de 3,0 mSv/ano (os de maisS. (os elevados mais de elevados Figura 19: da Dose Gama vs3,0 Zona Ur/Ru Rita Caldas Segundo a classificação de área de radioatividade nesse município), nesse município), a maioria a maioria na zona na urbana. zona urbana. 1,8 Segundo a classificação de área de radioatividade (UNSCEAR, 2000), em mSv/ano 1,6 (Unscear, 2000), em mSv/ano - 100% das zonas urbana e rural estão no nível normal 1,4 - 100% das zonas urbana e rural estão no nível (atévsUr/Ru 5 Zona mSv/ano.). Figura Figura 19: Boxplot 19: Boxplot da Doseda Gama DosemSv/Ano Gama mSv/Ano vsnormal Zona de Ur/Ru S. Rita de S. deRita Caldas de Caldas 1,2 (até 5 mSv/ano.). A zona rural ocorre valores extremos mais elevados 1,0 Segundo- Segundo aA classificação a classificação de área de de radioatividade área de radioatividade zona rural ocorre valores extremos mais no município. 0,8 (Unscear, (Unscear, 2000), em 2000), mSv/ano em mSv/ano elevados no município. - 100% das dasurbana urbana zonasapresenta e urbana rural estão e rural no estão nível no enível - Azonas zona maior variabilidade também e 0,6 - - A100% zona urbana apresenta maior variabilidade normal (até normal 5 mSv/ano.). (até 5 mSv/ano.). média de doses mais elevadas que a zona rural. 0,4 também média dosesextremos mais elevadas que - A zona - Arural zona ocorre rural de valores ocorre valores extremos mais maisa zona 0,2 rural. elevados elevados no município. no município. 0,0 umestudo estudo para verificar É- desejável um complementar verificar - A zona urbana AÉ desejável zonaapresenta urbana apresenta maiorcomplementar variabilidade maior variabilidade e para ea Rural Urbana Zona (Ur/Ru) exposição indoor. também amédia também demédia doses de mais doses elevadas mais elevadas que a zona que a zona exposição indoor. 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 rural. rural. Figura 20: Histograma Dose Gama Figura 21: complementar Histograma Gama É desejável É desejável um estudo um complementar estudo para verificar paraDose verificar mSv/Ano-Zona Urbana–S.Rita Caldas* mSv/Ano-Zona Rural-S.Rita Caldas* a exposição a exposição indoor. indoor. 0,2 0,2 0,0 0,0 Rural Rural Zona (Ur/Ru) Urbana Zona (Ur/Ru) Urbana 5000 4000 5000 400 400 4000 4000 300 300 3000 300 200 200 200 2000 Frequência Frequência 500 Frequência 400 500 Frequência Frequência Frequência Figura 20 – Histograma da dose gama na zona Figura 21 – Histograma da dose gama na Figura Figura 20: Histograma 20: Histograma Dose Gama Dose Gama Figura Figura 21: Histograma 21: Histograma Dose Gama Dose Gama 500 5000 urbana demSv/Ano-Zona Santa Rita de Caldas* zona rural de SantaRural-S.Rita Rita de Caldas* mSv/Ano-Zona Urbana–S.Rita Urbana–S.Rita Caldas*Caldas* mSv/Ano-Zona mSv/Ano-Zona Rural-S.Rita Caldas* Caldas* 100 0 3000 2000 2000 1000 100 0 3000 100 0,28 0,28 1000 0,56 0,70 0,84 0,98 1,12 00,42 0,42 0,28 0,56 0,42 0,70 0,84 (mSv/ano) 0,70 0,98 0,84 1,12 0,98 1,26 1,12 Dose0,56 Anual Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 1,26 1,26 1000 0 0 0,21 0 0,42 0,21 0,42 0,63 0,84 1,05 0,21 0,63 0,42 0,84 0,63 1,05 Dose 0,84 1,26 1,05 1,47 1,26 1,68 Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) Dose Anual (mSv/ano) 1,26 1,47 1,47 1,68 1,68 ** Histogramas com diferentes escalas de de frequência. Histogramas * Histogramas com diferentes com diferentes escalas deescalas frequência. frequência. * Histogramas com diferentes escalas de frequência. 54 54 54 54 Projeto Planalto Projeto Planalto Poços de Poços Caldasde de– Caldas Minas – –Minas – Brasil Gerais -–2004 Brasil a 2009 - 2004- 2004 a 2009a 2009 Projeto Planalto Poços CaldasGerais Minas Gerais – Brasil Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 MAPA 9 – Dose gama externa no município de Santa Rita de Caldas MAPA 10 – Dose gama externa na zona urbana de Santa Rita de Caldas Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 55 2.9 Resultado do Planalto Poços de Caldas Considerando que a radiação ionizante natural externa gama terrestre, proveniente do solo, não deve sofrer alteração ao longo de muitos anos, as medições realizadas poderão subsidiar novos estudos, uma vez que os dados estão disponíveis tanto em valores médios de dose como também em medições de dose. Os valores da dose populacional dependem da evolução quantitativa da população, fornecida pelo IBGE, ressaltando-se a necessidade de novos cálculos a cada atualização do censo. O presente estudo assumiu que as doses externas indoor e outdoor sejam equivalentes, e as melhorias que podem ser realizadas são as medições da dose externa indoor, do Fator de Ocupação – que define o tempo de exposição diário e as medições da dose interna – através da medição de radônio, permitindo assim realizar análise fidedigna do risco à saúde. Para a Saúde Pública, a forma de cálculo com base no tamanho da população é a mais indicada (TAB. 3). Em relação à dose média ponderada pela população, cujo valor de referência da radiação ionizante natural externa gama terrestre é de 0,5 mSv/ano, segundo UNSCEAR (2000), os resultados encontrados não foram superiores ao dobro desse parâmetro. Não é possível afirmar se esses valores são elevados (ou não) considerando a limitação na representatividade da população mundial no cálculo da estimativa da dose global (Sachett, 2002). Por outro lado, o comitê admite que muitos locais apresentam níveis típicos de exposição à radiação natural que excedem os níveis médios mundiais, em fatores de 10 e até mesmo de 100 mSv/ano. Foram encontrados três locais com doses bastante elevadas, todos no interior da caldeira vulcânica: no Morro do Ferro (95,5 mSv/ano), zona rural de Poços de Caldas; no Campo do Cercado – Mina de Urânio (14,43 mSv/ano) e no Morro do Taquari (13,56 mSv/ano), o primeiro na zona rural de Poços de Caldas e os dois últimos na zona rural de Caldas. Essas áreas possuem baixa (ou nula) densidade demográfica. Os valores levantados até o momento neste projeto respondem por apenas uma parcela da dose total. Os futuros levantamentos a se realizarem dentro das residências fornecerão doses que serão ponderadas com o tempo de permanência média da população em cada ambiente. Por esse motivo, os pontos alterados, encontrados em áreas despovoadas, contribuirão apenas com a dose outdoor, podendo ser atenuados pela ausência de dose indoor. As áreas no interior da caldeira vulcânica apresentaram os maiores valores de dose aritmética, entretanto, na área urbana, as doses populacionais foram mais altas somente para o município de Poços de Caldas (0,98 mSv/ano), por estar totalmente contido na referida caldeira, enquanto Caldas, que está na borda, apresentou 0,71 mSv/ano. Andradas – 0,54 mSv/ano, Santa Rita de Caldas – 0,64 mSv/ano e Ibitiúra de Minas – 0,69 mSv/ano, que estão mais distantes. Caldas e Ibitiúra de Minas apresentam valores bem próximos, o que aponta para uma situação de não relação entre valor de dose média e distância da caldeira. 56 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 Embora Andradas e Santa Rita de Caldas tenham apresentado valores em torno da média mundial, devem receber atenção especial devido aos pontos com doses elevadas que neles foram constatados. Percebe-se que independentemente dos níveis de radônio que corresponderiam à dose interna (ainda não medidos), pode-se dizer que alguma regiões do planalto se enquadrariam nas categorias de média (dose entre 5-10 mSv/ano), de elevada (dose entre 20 e 50 mSv/ano) e muito elevada radiação natural (dose superior a 50 mSv/ano). Ressalta-se que essas regiões não são habitadas demandando ações do poder público para que não ocorra construção de moradia nestas áreas. Considerando a norma CNEN 3.01/007 que estabelece em 10 mSv/ano o valor genérico de referência para uma ação de intervenção em situações de exposição crônica da população a radiação natural, pode-se destacar os valores individuais analisados por município, acima desse valor de referência dos picos das três anomalias já conhecidas, todos na área rural, na ordem: Morro do Ferro em Poços de Caldas (46 pontos), Mina de Urânio (8 pontos) e Morro do Taquari (5 pontos), esses últimos em Caldas. Além desses, há um ponto isolado na área periurbana de Poços de Caldas. Na área urbana, todos ficaram abaixo desse valor de referência, exceto em Caldas, que apresentou um pico de 4,13 mSv/ano, e Poços de Caldas, com um pico de 3,74 mSv/ano. Das 60 medições com valores acima de 10 mSv/ano (FIG. 22), observa-se que a maior parte desses pontos apresenta valor menor do que 20 mSv/ano. Note-se que essa análise se refere aos valores medidos em pontos específicos e não representam doses médias de exposição. A vigilância em saúde deve monitorar a movimentação de pessoas nessas imediações. Em relação à Mina de Urânio, a CNEN cumpre seu papel fiscalizador, monitorando os níveis de radiação dos trabalhadores e do ambiente do entorno. n Dose Anual (mSv/ano) FIGURA 22 – Número absoluto de medições de dose, segundo categorias de doses acima de 10 mSv/ano Comparando com estudos anteriores, o atual contribuiu com um levantamento sistemático e não amostral dos valores de dose, classificados por município e por zona urbana e rural. Todos os pontos levantados (mais de 417.324) estão georreferenciados, podendo ser tomados pontualmente ou agrupados por qualquer critério. Também aponta exatamente os locais que merecem maior atenção quanto à vigilância em saúde. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 57 Na Figura 23, observa-se na zona urbana que a maior variabilidade ocorre, em Na FIG. 23, observa-se na zona urbana a maiordiscrepantes, variabilidade ocorre em no Caldas e Caldas e Poços de Caldas entretanto, mesmoque os valores encontram-se normal de radioatividade. Poços nível de Caldas; entretanto, mesmo os valores discrepantes encontram-se no nível normal de radioatividade. Na zona rural, a maior discrepância é verificada em Poços de Caldas, com valores tão elevados que foi preciso usar uma escala mais elevada de doses do que a Na zonapara rural, a maior discrepância verificada em Poços de Caldas, com valores tão utilizada a zona urbana. Observe-seé que esses valores discrepantes correspondem elevados preciso usardouma escaladomais elevada dosesdodo Ferro, que a utilizada para a zona às que duasfoianomalias, Morro Taquari e de Morro reconhecidas urbana.internacionalmente. Observe-se que esses valores discrepantes correspondem às duas anomalias, do Morro do Taquari e Morro do Ferro, reconhecidas internacionalmente. Figura 23: Dose Gama Externa – Áreas urbana e rural dos municípios Dose Anual (mSv/ano) 4 3 2 1 0 Andradas Caldas Ibitiúra de Minas Poços de Caldas Santa Rita de Caldas Município - Zona Urbana 100 Dose Anual (mSv/ano) 80 60 40 20 20 5 0 Andradas Caldas Ibitiúra de Minas Poços de Caldas Santa Rita de Caldas Município - Zona Rural FIGURA 23 – Dose gama externa – Áreas urbana e rural dos municípios 58 58 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 Na Figura 24, considerando todas as áreas dos municípios, apenas em Poços de Caldas a medição de dose ultrapassou o valor de 20 mSv/ano, de elevada radioatividade Na FIG.mSv/ano) 24, considerando todas as áreas dos municípios, apenas em Poços de Caldas a (20-50 e muito elevada (>50 mSv/ano). Nos outros municípios, as maiores mediçãovariabilidades de dose ultrapassou o valor de Caldas 20 mSv/ano, de elevada radioatividade mSv/ano) e foram, por ordem: e Andradas, que tiveram valores (20-50 discrepantes que correspondem a áreaNos de radioatividade média.asEm Ibitiúravariabilidades de Minas e Santa Ritapor deordem: muito elevada (> 50 mSv/ano). outros municípios, maiores foram, Caldas não são observadas variações, com todos os valores no nível normal. Todos os Caldas e Andradas, que tiveram valores discrepantes que correspondem a área de radioatividade os valores medianos de doses correspondentes às áreas de média. municípios Em Ibitiúra apresentaram de Minas e Santa Rita de Caldas não são observadas variações, com todos radioatividade normal (< 5 mSv/ano). os valores no nível normal. Todos os municípios apresentaram os valores medianos de doses correspondentes às áreasFigura de radioatividade normal (< 5 mSv/ano). 24: Dose Gama Externa nos municípios 100 Dose Anual (mSv/ano) 80 60 40 20 20 5 0 Andradas Caldas Ibitiúra de Minas Poços de Caldas Santa Rita de Caldas Município FIGURADos 24 –Mapas Dose gama externa nos municípios Em relação à espacialização vários mapas foram produzidos em diferentes combinações de variáveis e o banco de dados, permite que inúmeros outros sejam Dos Mapas criados, conforme a necessidade. Foram aqui selecionados 16 mapas por serem considerados os mais representativos desse estudo. Com o acesso por meio digital a visualização dos mapas poderá melhorada significativamente (zoom), o que Em relação à espacialização, váriossermapas foram produzidos em diferentes combinações de facilitará a observação dos pequenos detalhes. variáveis, e o banco de dados permite que inúmeros outros sejam criados, conforme a necessidade. Foram aqui selecionados 16 mapas por serem considerados os mais representativos desse estudo. Torna-se importante destacar que os mapas aqui apresentados tiveram sete Com o acesso porsegundo meio digital, a visualização dospor mapas poderá ser melhorada significativamente categorias os valores das medições ser essa estratégia mais apropriada para (zoom),uma o que facilitará a observação dos pequenos detalhes. melhor visualização da localização dos pontos mais elevados, intermediários ou baixos. Portanto um valor pode ser considerado elevado se comparado com as outras medições importante da pesquisa e contrariamente ser considerado como “normal”segundo segundoosavalores Torna-se destacar que esses mapas tiveram sete categorias, classificação das áreas de radioatividade proposta por Sohrabi (1998). Unscear (2000) e das medições, por ser essa estratégia mais apropriada para uma melhor visualização da localização Hendry (2009). dos pontos mais elevados, intermediários ou baixos. Portanto, um valor pode ser considerado elevado se comparado com as outras medições da pesquisa e, contrariamente, ser considerado como “normal” segundo a classificação das áreas de radioatividade proposta por Sohrabi (1998), Projeto Planalto Poços deet Caldas – Minas Gerais – Brasil - 2004 a 2009 59 UNSCEAR (2000) e Hendry al. (2009). Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 59 Se a categorização das cores fosse realizada com base nessa última classificação, em torno de 99% dos pontos estariam no mesmo nível (normal, até 5 mSv/ano) e numa mesma cor, o que conferiria um padrão visual homogêneo e faria perder o detalhamento conferido na espacialização dos pontos da pesquisa. Essa técnica também facilitou a visualização do parâmetro de 0,5 mSv/ ano, que é a fração atribuída pela UNSCEAR (2000) à radiação natural externa gama terrestre na dose efetiva mundial com base populacional, que foi o parâmetro adotado para as análises. Outro aspecto é o uso da tecnologia atual com o GPS, que possibilitou obter um mapa com muito mais detalhes do que aquele produzido na década de 1950, relatado por Resk Fraya (1962), por levantamento aéreo, na época da descoberta dos elementos radioativos na região, antes do início da mineração. Pela precisão das medições atuais, torna-se necessária a retificação da frequente citação encontrada na literatura, de que a região do Planalto Poços de Caldas é de elevada radiação natural. Em relação aos mapas apresentados no Apêndice desse documento, são ressaltadas as seguintes considerações: MAPA 11 – Densidade demográfica dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas por setores censitários – Minas Gerais – População Ano 2000 (IBGE) Observa-se que, em todos os municípios pesquisados, as áreas mais densamente povoadas são as zonas urbanas e ocorre uma variação nas zonas rurais. Em Poços de Caldas observa-se um território praticamente dividido em duas partes, de maior densidade demográfica no centro (zona urbana) e no norte da zona rural e menor (sul). Em Andradas e Ibitiúra de Minas ocorre uma distribuição mais homogênea da população nas zonas rurais, enquanto em Santa Rita de Caldas e Caldas a população rural concentra-se em algumas áreas específicas. A distribuição populacional provavelmente se deve às atividades econômicas e ao relevo da região (vide TAB. 6). MAPA 12 – Doses de radiação gama externa na malha viária dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Períodos: 2002/2003 e 2006/2008 Há uma visualização diferenciada na área que compreende a caldeira vulcânica, que concentra os pontos de maior dose. Essa área abrange a quase totalidade do município de Poços de Caldas e parte de Caldas e Andradas. Estão destacados em cor vermelha e preta os pontos de maior valor, no Morro do Ferro, na Mina de Urânio e no Morro do Taquari. Os valores máximos de dose encontrados em Ibitiúra de Minas e Santa Rita de Caldas não podem ser visualizados por serem pontos isolados e de valores relativamente baixos. MAPA 13 – Doses interpoladas de radiação gama externa na malha viária dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Períodos: 2002/2003 e 2006/2008 – Por hectare A importância dessa técnica no presente estudo foi propiciar o cálculo das doses médias populacionais. A diferença com o Mapa 12 é o maior destaque visual obtido pelo espalhamento da dose pelas áreas contíguas aos pontos levantados, refletindo basicamente as mesmas feições já observadas, apenas realçando a influência de cada ponto no seu entorno. 60 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 Mapa 14 – Doses máximas de radiação gama externa na malha viária dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Períodos: 2002/2003 e 2006/2008 – Por hectare. Este mapa mostra o maior valor de dose gama externa encontrado em cada hectare do Planalto Poços de Caldas. Observa-se que os níveis encontrados são superiores aos mostrados no Mapa 13 em diversas regiões, demonstrando anomalias pontuais não encontradas no mapa anterior. Este mapa é fundamental para a vigilância da saúde da população residente muito próximo a essas anomalias. No entanto, é necessário frisar que a dose registrada em cada hectare é do maior ponto encontrado, e não de sua área total, pois foram desconsiderados todos os demais pontos. Mapa 15 – Doses médias interpoladas de radiação gama externa segundo óbitos por câncer e municípios selecionados do Planalto Poços de Caldas Períodos das medições: 2002/2003 e 2006-2008 – Período dos óbitos: 1999-2005 Observa-se que há um distanciamento entre os óbitos e as anomalias que concentram os valores mais elevados de dose. Entretanto, apenas os estudos epidemiológicos de correlação poderão responder cientificamente à questão. Ressalte-se que em Ibitiúra de Minas e Santa Rita de Caldas não ocorreram óbitos pelos cânceres selecionados, entre 1999 a 2005 e, consequentemente, eles não são observados nesses municípios. Mapa 16 – Doses máximas interpoladas de radiação gama externa segundo óbitos por câncer e municípios selecionados do Planalto Poços de Caldas Períodos das medições: 2002/2003 e 2006-2008 – Período dos óbitos: 1999-2005 Mesmo considerando as doses pelo seu valor máximo, que configura a pior das hipóteses, observa-se uma visualização próxima à dos valores médios e ainda à distância entre óbitos e regiões de medições mais elevadas (Mapas 15 e 16). PRINCIPAIS DESTAQUES NOS RESULTADOS DAS MEDIÇÕES As medições da radiação natural gama terrestre realizadas no presente estudo demonstraram que existe uma variação espacial coerente com a geologia da região. Devido à cobertura total da malha viária, foi possível identificar pontualmente onde existem os maiores valores de dose, ou seja, onde podem ser planejados monitoramentos especiais e ações de proteção, sendo esse o diferencial em relação aos estudos anteriores que foram baseados em amostras. Os pontos mais elevados indicam os locais que merecem maior atenção quanto à vigilância em saúde. Por outro lado, ao demonstrar que o problema é pontual e não geral na região, é provável que a conhecida citação região de elevada radiação natural venha a ser alterada para alguns locais da região, uma vez que a maioria dos valores até agora encontrados são muito inferiores a 5 mSv/ ano, classificado como de baixa radiação natural. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 61 Comparando com estudos anteriores, o atual contribuiu com um levantamento sistemático, e não amostral, dos valores de dose, classificados por município e por zona urbana e rural. Todos os pontos levantados estão georreferenciados, podendo ser tomados individualmente ou agrupados por qualquer critério. O banco de medições obtido é uma conquista que deve ser atribuída à integração interinstitucional em virtude da complexidade técnica, operacional, custo, tempo de duração, entre outros fatores envolvidos. Essa realização era necessária, uma vez que esse tipo de radiação pode variar entre pontos muito próximos. O banco de dados das medições, com 417.324 pontos medidos, permite várias possibilidades de análise e diversas combinações de espacialização. Foram apresentadas nesse documento algumas dessas técnicas, por exemplo, dois tipos de cálculos de dose efetiva da radiação natural gama terrestre baseadas na média aritmética dos valores medidos e na média ponderada pela população. A primeira de inegável valor devido à sua estabilidade ao longo dos anos, por depender apenas da concentração dos elementos radioativos do solo. A segunda por estar associada à exposição populacional e, por esse motivo, ser de maior interesse para a gestão da vigilância em saúde. Até o momento, o presente estudo encontrou apenas três locais, a mina de urânio, o Morro do Ferro e o Morro do Taquari, que se enquadram na classificação proposta por Sohrabi (1998), sendo considerado como nível de muita elevada radioatividade (20-50 mSv/ano) e os últimos de nível médio (5-20 mSv/ano). Os 60 pontos mais elevados (acima de 10 mSv/ano) representam 0,01% do total de medições realizadas. Para os demais locais, a medição da dose interna (radônio) e da dose externa indoor é de fundamental importância para seja calculada a dose efetiva global. O alerta é que esses locais de pontos mais elevados de cada município sejam monitorados sistematicamente pela vigilância em saúde, sendo desejável uma ação conjunta com a CNEN. Os pontos com valores superiores a 10 mSv/ano, o Morro do Ferro (zona rural de Poços de Caldas), a Mina de Urânio e o Morro do Taquari (ambos na zona rural de Caldas) estão sujeitos a ações de intervenção estabelecida na norma CNEN 3.01/007, de janeiro de 2007. Os Morros do Ferro e do Taquari não são habitados, o que não exclui a possibilidade de ocorrer alguma movimentação de pessoas nesses locais, sendo necessárias, portanto, medidas de proteção. Em relação à mina de urânio, a CNEN a fiscaliza desde 1959, o que não exclui que ocorra futura ocupação e uso da terra após a conclusão do seu processo de fechamento. Como precaução, recomenda-se que as áreas com valores de dose acima de 1,0 mSv/ano sejam reconhecidas e monitoradas pela vigilância de saúde municipal. 62 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 PARTE III – CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 64 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 3.1 Considerações Finais Muitas vezes, o local reconhecido como área de radioatividade natural elevada causa receio na população, a qual atribui à radiação possíveis aumentos da incidência de câncer e outras doenças radioinduzidas. O medo do risco evidente gera o descrédito nas avaliações oficiais de segurança. O perfil populacional aqui apresentado evidenciou elevados indicadores de desenvolvimento humano e uma expectativa de vida superior à média nacional. O envelhecimento aumenta as chances do surgimento de doenças crônicas, entre as quais o câncer. Outros fatores de risco não menos importantes também foram citados, como o uso do tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas, alimentação inadequada, etc. Portanto, não é possível atribuir a um risco isolado a causalidade do câncer nessas populações. O Projeto Planalto Poços de Caldas foi criado para obter informações científicas confiáveis, tecnicamente precisas e eticamente seguras sobre os efeitos da radiação na saúde da população. Os resultados aqui apresentados apenas iniciam uma longa trajetória para atender aos vários e complexos aspectos relacionados à saúde, ao câncer e à radiação. Portanto, várias etapas foram realizadas e outras serão necessárias. Os estudos realizados fazem parte de um processo que visa ao alcance dos objetivos propostos assim como à divulgação dos resultados encontrados. A investigação dos óbitos por cânceres de pulmão, leucemia e linfoma, denominado estudo de validação, apesar de não ter concretizado o seu principal objetivo teve resultados não menos importantes, pois fundamentou ações para a melhoria dos sistemas de informação, cuja qualidade interfere diretamente no planejamento gerencial fidedigno com a realidade local e no planejamento de ações preventivas no controle das doenças. Do estudo epidemiológico, o principal resultado foi o fortalecimento da vigilância em saúde nesses municípios, através da implantação dos registros de câncer, de base populacional e hospitalar. Outro importante aspecto foi a sensibilização dos profissionais de saúde para um correto e completo preenchimento dos laudos de diagnóstico e prontuários médicos. Várias instituições também promoveram a melhoria na guarda e segurança da documentação médica. A implantação do Registro de Câncer de Base Populacional de Poços de Caldas (RCBP) é um importante passo para se estabelecer o cenário do câncer. Apenas esse tipo de registro gera dados de incidência, que é uma informação ainda inexistente nesses municípios. Apenas o RCBP poderá responder sobre a real ocorrência da doença na população e das condições relacionadas à sua causalidade. O Registro Hospitalar de Câncer da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas já está gerando bases de dados para subsidiar os estudos clínicos e avaliar a efetividade da assistência. Ambos os registros de câncer fazem parte da rede estadual e nacional do sistema de informação da doença. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 65 Em relação ao estudo da radiação ionizante natural externa gama terrestre, o presente estudo identificou três locais com valores de doses médias acima de 10 mSv/ano: o Morro do Ferro (zona rural de Poços de Caldas), a Mina de Urânio e o Morro do Taquari (ambos na zona rural de Caldas). Para esses locais deve-se cumprir a determinação federal Norma CNEN 3.01/007, por ser “valor genérico de referência para uma ação de intervenção em exposição crônica de membros do público”. Os Morros do Ferro e do Taquari não são habitados, o que não exclui a possibilidade de ocorrer alguma movimentação de pessoas nesses locais; portanto, são cabíveis medidas de proteção. Em relação à mina de urânio, desde 1959 há uma fiscalização pela CNEN, o que não exclui que ocorra uma melhor comunicação com o público sobre o assunto. Os demais locais apresentam valores de doses inferiores a 5 mSv/ano, e as áreas correspondentes são consideradas como de nível normal de radioatividade. Para esses locais serão necessários novos estudos da radiação ionizante natural interna por inalação (radônio), nos domicílios. Uma das maiores contribuições desse estudo foi a produção de um banco de dados de 417.334 pontos de medição de dose não amostral, cujos valores são classificados por município e zona de residência, que podem ser tomados individualmente ou agrupados por qualquer critério. Portanto, permite várias possibilidades de análise e de diversas combinações de espacialização. Algumas dessas técnicas foram aqui apresentadas, como os mapas de dose, cuja perspectiva de utilização se estenderá futuramente durante muitos anos. É importante mencionar que, após a complementação do estudo da radiação natural (radônio), novas abordagens poderão ser propostas, para outros tipos de radiação ou para avaliação de risco à saúde, considerando a importância de se obter um cenário mais abrangente e esclarecedor. A integração de várias instituições possibilitou reunir profissionais de várias especialidades para atender aos objetivos desse projeto. Nos últimos cinco anos, cerca de cem pessoas estiveram envolvidas nessa realização e contribuíram para o êxito dos resultados aqui apresentados. Pretende-se que a divulgação desses resultados ao público promova um novo olhar na necessária mudança de hábitos para a conquista de um estilo de vida saudável, sendo essa atitude tão prioritária na saúde humana quanto o respeito e o cuidado com a natureza. A COMISSÃO COORDENADORA 66 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 3.2 principais aspectos e recomendações Os resultados apontaram para: 1) A necessidade de melhora dos registros médicos em laudos e prontuários, bem como o adequado arquivamento dessa documentação por constituírem a comprovação legal do histórico de saúde do paciente. Com isso, o Sistema de Informações sobre Mortalidade ganhará maior qualidade e cumprirá a sua finalidade em informar e subsidiar estudos sobre a doença e no embasamento das ações gerenciais e de vigilância. 2) A necessidade de se obterem informações detalhadas sobre a incidência da doença através da implantação do Registro de Câncer de Base Populacional nos municípios, tendo em vista a demanda de esclarecimento sobre a questão por parte da população e dos profissionais de saúde locais. 3) A importância da integração do setor saúde com o Laboratório de Poços de Caldas - CNEN, responsável pela medição da radiação na região e que possibilitou uma realização conjunta desde a elaboração do projeto, o trabalho de campo, a análise e a divulgação dos resultados, que gerou informações científicas confiáveis, tecnicamente precisas e eticamente seguras nos vários aspectos da saúde, câncer e radioatividade. 4) A importância do banco de dados com medições detalhadas que permitirá trabalhos pontuais nas áreas de interesse, com inegável ganho para a região. Por outro lado, com a abrangência dada, poderá também ser utilizado de forma municipal ou regional. Um dos aspectos que passa a ser da responsabilidade da vigilância em saúde municipal é o monitoramento das áreas atualmente despovoadas e que se apresentam com maiores níveis de radiação natural externa. 5) A CNEN e o setor saúde local passam a identificar pontualmente as áreas que necessitam de um maior monitoramento, seja nos pontos elevados (acima de 20 mSv/ano), cujas ações já são definidas pela Norma CNEN 3.01/007, seja naqueles outros que demandem estudos complementares (radiação natural indoor), o que permitirá o cálculo da totalidade da dose média efetiva. Antes disso, não é possível afirmar que exista necessidade de ações especiais. 6) Um aproveitamento de longuíssimo prazo, uma vez que as medições de radiação natural gama externa são estáveis ao longo do tempo. Dessa forma, o cálculo da dose média aritmética será constante. 7) Atualização dos cálculos a cada novo censo, em razão da variação esperada da população residente. Essa realização é uma iniciativa pioneira no Brasil e cuja metodologia poderá ser replicada em outras áreas similares do País. Esse método já é amplamente utilizado em outros países que apresentam características semelhantes. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 67 3.3 comunicação gerencial dos resultados (À esquerda) Reunião da equipe coordenadora com os secretários municipais de saúde (E) de Andradas, Caldas e Ibitiúra de Minas. (À direita) com o secretário municipal de saúde de Poços de Caldas e a comissão assessora do RCBP-Poços de Caldas. Subsecretário de Vigilância em Saúde, Dr. Luiz Felipe Almeida Caram (ao centro) e Superintendência de Epidemiologia: Francisco Leopoldo Lemos (à direita), Norma Sônia Fernandes Dias, coordenadora estadual do VIGISUS (centro), e Berenice Navarro Antoniazzi. Preparação do lançamento da publicação, em 04/11/09. 68 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 REFERÊNCIAS Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 69 70 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 REFERÊNCIAS ALMEIDA FILHO, R.; PARADELLA, W.R. Estudo do maciço alcalino de Poços de Caldas através de imagens Landsat com ênfase em mineralizações radioativas. São José dos Campos: INPE, 1977.130 p. [INPE-111-TPT/060]. ALMEIDA FILHO, R. Integração, manipulação e análise espacial de dados na pesquisa mineral através de modelos empíricos de prospecção: um exemplo no planalto de Poços de Caldas. 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Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 73 APÊNDICE Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 75 76 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 MAPA 11 – Densidade demográfica dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas por setores censitários – Minas Gerais População: Ano 2000 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, 2000 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 77 MAPA 12 – Doses de radiação gama externa na malha viária dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais Períodos: 2002/2003 e 2006/2008. Fonte: Projeto Planalto Poços de Caldas – Malha digital IBGE, 2000 78 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 MAPA 13 – Doses interpoladas de radiação gama externa na malha viária dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais (por hectare) Períodos: 2002/2003 e 2006/2008 Fonte: Projeto Planalto Poços de Caldas – Malha digital IBGE, 2000 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 79 MAPA 14 – Doses máximas de radiação gama externa na malha viária dos cinco municípios do Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais (por hectare) Períodos: 2002/2003 e 2006/2008 Fonte: Projeto Planalto Poços de Caldas – Malha digital IBGE, 2000 80 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 MAPA 15 – Doses médias interpoladas de radiação gama externa segundo óbitos por câncer e municípios selecionados do Planalto Poços de Caldas Períodos das medições: 2002/2003 e 2006-2008 – Período dos óbitos: 1999-2005 Fonte: SIM, 1999-2005; Medições 2002-2003/2006-2008; Malha digital IBGE, 2000 Tamanho da célula: 0,3 km Expoente: 2 Fronteira da Grade: 0 km Dimensões da Grade: 232 x 199 Radio de busca: 9,9 km Agregação: Média Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 81 MAPA 16 – Doses máximas interpoladas de radiação gama externa segundo óbitos por câncer e municípios selecionados do Planalto Poços de Caldas Períodos das medições: 2002/2003 e 2006-2008 – Período dos óbitos: 1999-2005 Fonte: SIM, 1999-2005; Medições 2002-2003/2006-2008; Malha digital IBGE, 2000 Tamanho da célula: 0,3 km Expoente: 2 Fronteira da Grade: 0 km 82 Dimensões da Grade: 232 x 199 Radio de busca: 9,9 km Agregação: Máximo Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 ANEXOS Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 83 84 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 I Fórum Regional dos Cânceres Relacionados ao Meio Ambiente e da Ocupação do Planalto Poços de Caldas Período: 09 a 12 de Novembro de 2005 Local: Cassino Palace – Poços de Caldas – Minas Gerais Detalhamento das atividades Realização: Secretaria Municipal de Saúde de Poços de Caldas A Comissão Organizadora do evento foi composta por: • Nível local: Moacir Cipriani (LAPOC/ CNEN) • Nível estadual: Berenice Navarro Antoniazzi (PAV/SE/SES/MG) • Nível federal: Área de Vigilância do Câncer Ocupacional e Ambiental – INCA/ CONPREV, sob a responsabilidade técnica de Silvana Rubano Turci. O evento de Poços de Caldas foi aberto para outros municípios vizinhos, iniciativa que possibilitou uma importante participação de Andradas, Caldas e Ibitiúra de Minas. Outras representações também se fizeram presentes, como os municípios de Pouso Alegre, Catalão (Goiás), Caitité (Bahia) e membros da sociedade civil organizada. Observe-se que Catalão e Caitité são municípios expostos ao mesmo fator de risco ambiental. Dia 08/11/05 – 3ª. Feira – Atividade preliminar Visita ao laboratório da CNEN em Poços de Caldas e à Indústria Nacional Brasileira (INB), pelos técnicos da SE/SES-MG, Ministério da Saúde/Secretaria da Vigilância em Saúde/CGVAM e da área da Vigilância do Câncer Ocupacional e Ambiental/ CONPREV do Instituto Nacional de Câncer. O fiscal da CNEN Dr. Moacir Cipriani conduziu o grupo técnico da SE/SES-MG: Berenice, Ângela, João e Flávia da Diretoria do Meio Ambiente, os três primeiros do Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer (PAV-MG) e de seus fatores de riscos e os dois últimos da Diretoria do Meio Ambiente. A equipe estadual solicitou a realização de fotos na visita da mina, o que foi autorizado pela gerência. Posteriormente foram realizadas as visitas dos técnicos da Divisão do Meio Ambiente e da Ocupação do INCA (Silvana e Ubirani) e do Ministério da Saúde/SVS/CGVAM – Vigilância Ambiental (Tarcísio). Dia 09/11/05 – 4ª. Feira – Fórum/palestras A abertura foi realizada pelo senhor prefeito de Poços de Caldas, Dr. Sebastião Navarro Vieira Filho. As autoridades que proferiram palavra na solenidade foram o secretário municipal de Saúde (Dr. Márcio Ribeiro do Valle), o coordenador do CNEN (Dr. Antonio Luiz Quinelato), a representante da CONPREV/Instituto Nacional de Câncer (Dra. Silvana Rubano Turci) e a coordenadora do Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer do Estado de Minas Gerais (Dra. Berenice Navarro Antoniazzi), que expressaram sobre as expectativas da realização do evento. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 85 Após a solenidade, a Dra. Berenice coordenou os trabalhos do dia, que consistiram na ministração de palestras e discussões dos temas, nos períodos da manhã e da tarde. Os palestrantes responderam a todas as perguntas realizadas pelo público presente de aproximadamente 150 pessoas. Ministradores convidados e temas, por sequência de apresentação: (Manhã) • Silvana Rubano Turci (Área de Câncer Ocupacional e Ambiental CONPREV/INCA/ MSaúde): Vigilância dos Fatores de Riscos de Câncer; Ubirani B. Otero (epidemiologista do INCA/ CONPREV) e Berenice N. Antoniazzi (epidemiologista PAV/SE/SES/MG): Estudo da Mortalidade por Cânceres relacionados ao Meio Ambiente e Ocupação no Planalto Poços de Caldas, entre 1998 a 2002; • Lene Holanda Sadler Veiga (epidemiologista do IRD): Riscos Associados à Radiação Ionizante. Discussão • Marcos Eduardo de Andrade (médico oncologista do CACON SCMC – Poços de Caldas) Aspectos da Saúde no Planalto Poços de Caldas em relação ao Câncer; • Resk Fraya (geólogo pesquisador do Departamento Nacional de Tradução Mineral): Radioatividade Natural do Planalto Poços de Caldas; • Moema Miranda Siqueira (socióloga e doutora em Administração Pública) Radioatividade Natural, Imaginário Social e Gestão de Risco; • Moacir Cipriani (pesquisador, Laboratório CNEN – Poços de Caldas) Projeto Planalto Poços de Caldas; • Berenice Navarro Antoniazzi (epidemiologista Vigilância Câncer e Riscos, SE/SES-MG) Registros de Câncer, de base hospitalar e de base populacional; • Tarcísio Neves Cunha (coordenador Geral da Vigilância Ambiental do Ministério da Saúde/ CGEVAM/SVS) Análise de Risco. Durante as discussões foi possível verificar uma preocupação dos presentes nos vários aspectos relacionados à radiação e os enfoques principais dos temas apresentados foram: 1. A necessidade de se criar um mecanismo pelos órgãos competentes para disponibilizar as informações sobre as medições realizadas da radioatividade na região, visando à clareza do processo para eliminar ou suavizar o medo imaginário, pernicioso à saúde mental e social da população, normalmente aumentados pelas dúvidas ou pelos fatos irreais criados pela cultura popular 86 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 Esse cenário imaginário foi coerente aos Estudos da Percepção do Risco (perspectiva socioantropológica) apresentados que também considerou são os fatores intervenientes da gestão: a credibilidade das informações, a capacidade do controle da informação, a credibilidade nas autoridades, a política de divulgação e estudantes como multiplicadores. Outro enfoque foi dado para que o risco objetivo não se oponha ao risco subjetivo, de acordo o risco e responsabilidade social. Esse tema foi complementado com outra palestra, sobre um estudo de caso sobre a Percepção de Risco no Planalto Poços de Caldas que encontrou os seguintes fatos: • • • • A população tem medo da radiação e associa a ela elevado número de cânceres na região; Frequente uso político do medo da população; A empresa produtora e os órgãos reguladores não souberam lidar com o problema; A empresa foi considerada segura por todas as comissões de avaliação, formadas ao longo de sua vida. Por razão dos fatos citados, foi apresentada uma proposta de desdobramento do Projeto Planalto Poços de Caldas, com o objetivo geral de disponibilizar para população do Planalto Poços de Caldas informações científicas, tecnicamente seguras e eticamente confiáveis, sobre os efeitos da radiação na saúde da população e sobre o meio ambiente da região e que possam servir de ferramentas para os decisores e órgãos reguladores na implementação de ações para melhorar a qualidade de vida. 2. Outros Estudos apresentados: Radiação e Câncer: A pesquisadora do IRD Lene Veiga apresentou as pesquisas epidemiológicas mundiais sobre a radiação natural que concluíram que os riscos são inconsistentes e muito pequenos perante outros fatores de risco ambientais para câncer, como fumo, álcool, dieta, exposição ocupacional, entre outros. Do estudo realizado em Poços de Caldas (1998), pela mesma pesquisadora, apenas a zona rural de Poços de Caldas pode ser classificada como área de médio nível de radiação natural. Não existem evidências científicas de que os níveis de radiação ambiental encontrados nestas áreas possam causar dano à saúde da população. Estudo da Mortalidade por cânceres relacionados ao Meio Ambiente e Ocupação: As pesquisadoras do INCA (Ubirani Otero) e da SES-MG (Berenice Navarro) apresentaram o estudo de excessos de óbitos por cânceres considerados nas macrorregiões e municípios selecionados. Foram relatadas as limitações dos resultados e a conclusão de que outros estudos complementares são necessários, para maior fidedignidade (como novas medições da radiação natural ou validação dos óbitos avaliados) ou para produzir dados ainda inexistentes, como a incidência do câncer no município. Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 87 3. Um importante momento ocorreu com o respeitado palestrante Dr. Resk Fraya, geólogo, que falou sobre a radioatividade natural do Planalto Poços de Caldas, destacando a radiação artificial como a mais importante, e também discorreu sobre a necessidade que sejam diferenciados o que é lixo nuclear de resíduo. Esse palestrante mereceu um grande respeito do público presente. 4. Foram colocadas as dificuldades encontradas pelo CACON de Poços de Caldas, desde a sua implantação até o momento atual. A população de abrangência desse centro é de aproximadamente um milhão de habitantes, referenciadas pelos municípios de Guaxupé, Machado, Alfenas, Poços de Caldas e Pouso Alegre. 5. Foi apresentado que a gestão do risco atualmente tem uma nova abordagem, pois acresce à avaliação clássica do risco estabelecido (estudos, análises, etc.) o risco percebido, que incorpora as informações culturais. Desta forma, a comunicação de risco tem como princípio a precaução com o envolvimento de todas as partes interessadas, que define o modelo atual de Vigilância em Saúde em três pilares: Direito à Saúde, Direito à Informação e o Princípio da Precaução. Após a finalização dos trabalhos do primeiro dia, os presentes foram convidados a participar do segundo dia, sobre a realização da Matriz da O.M.S. Dias 10 e 11/ 11/ 05 – 5ª. Feira – Fórum: Matriz da O.M.S.: F.P.E.E.E.A. Força motriz, pressão, estado, exposição, efeito, ações. O início das atividades foi uma breve palestra sobre o objetivo da realização da matriz com o público presente, proferida pelo coordenador desses trabalhos, Marcelo Moreno dos Reis, da Área do Câncer Ocupacional e Ambiental, INCA/ CONPREV, para a construção de indicadores da saúde ambiental. O público formado por técnicos e representantes da sociedade civil organizada foi dividido em dois grupos, que contou com colaboradores de outros municípios também presentes: 1. Grupo de Poços de Caldas: Facilitadores: Marcelo Moreno dos Reis e Ubirani Barros Otero (INCA) 2. Grupo de Andradas, Caldas e Ibitiúra de Minas: Facilitadores: Fátima Sueli Neto Ribeiro e Tarcísio Cunha (INCA e CEGEVAM) O Grupo 2 solicitou uma reunião com os secretários municipais ou seus representantes, que foi realizada no dia 11/11/05 (6ª. Feira), tendo como pauta a criação de uma Comissão Intermunicipal de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Meio Ambiente. Os facilitadores dos Grupos 1 e 2 realizaram posteriormente os relatórios preliminares. Dia 12/11/05 – Relatório consolidado do evento. 88 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 Portaria gab. poços de caldas nº 11/2009 Cria a Comissão Assessora de Registro de Câncer de Base Populacional, define responsabilidades da Secretaria Municipal de Saúde referentes ao sigilo dos dados contidos nos registros das incidências de câncer, dá outras providências. O Secretário de Saúde, gestor do Sistema Único de Saúde do município de Poços de Caldas, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto no inciso X do artigo 15 da Lei nº 13317 de 24 de setembro de 1999 e considerando: • Que o câncer é um problema de saúde publica e uma das principais causas de morte por doença no País; • Que é competência da SMS a coleta das ocorrências de câncer verificadas no município, para o conhecimento da prevalência e incidência da patologia; • A necessidade de desenvolver no município o “Programa Nacional de Avaliação e Vigilância do Câncer e seus fatores de riscos” pela institucionalização dos Registros de Câncer de Base Populacional-RCBP/MG. Consoante os termos do convênio celebrado nº. 761/99 celebrado entre o Ministério da Saúde/MS, Instituto Nacional do Câncer/INCA e a SES/SU/MG; • A necessidade de padronizar os dados a serem coletados nos estabelecimentos de saúde do município, que subsidiarão os RCBP/MG; • A necessidade de gerar informações por meio da coleta de dados, para posterior analises do INCA/MS; • A necessidade de desenvolver um trabalho visando à sensibilização dos profissionais de saúde, dos conselhos e associações regionais de classe das áreas afins, para o fornecimento e preenchimento dos dados de forma legível, completa e correta; • A necessidade de garantir o sigilo médico, fora do âmbito administrativo dos RCBP/MG, quanto às informações coletadas, não identificando as fontes notificadoras e a identidade do paciente e • A necessidade de garantir a confidencialidade dos dados coletados pela equipe técnica dos RCBP/MG em observância ao disposto parte final do art. 108 do Código de Ética Médica Resolve: Art. 1º- Fica criada a Comissão Assessora de Registros de Câncer de Base Populacional, com a finalidade de desenvolver estudos referentes à implementação de normas e procedimentos complementares ao “Manual de Normas e procedimentos para Registros de Câncer de Base Populacional-INCA/MS”, verificando a qualidade da informação das ocorrências de câncer geradas pelos RCBP/MG, em consonância com o disciplinado no item 1.3 do referido Manual, com a seguinte composição, sob a coordenação do primeiro: Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 89 I- Yula de Lima Merola – Coordenadora da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde; II- Rosimere Garcia – Técnica em Laboratórios da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde III- Reinaldo Lima – Digitador da Divisão de Vigilância Epidemiológica IV- Helena Maria L Barbosa – Médica Oncologista V- Victor Cardillo – Hospital da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Poços de Caldas VI- Rosane Aterje – Médica Pediatra VII- André Almeida Schenka – Médico Patologista VIII- Nivaldo Carlos da Silva – Físico do Departamento de Pesquisas em Radioatividade Natural da Comissão Nacional de Energia Nuclear IX- Romeu Nacarato – Cirurgião Geral Parágrafo único: Os profissionais identificados nos incisos IV, V, VI, VII, VIII e IX deste artigo exercerão suas funções a título de colaboração, sem ônus para o município. Art. 2º A comissão terá a seu cargo, além de atribuições contidas no artigo anterior, o monitoramento da questão ética e legal nos trabalhos a serem desenvolvidos pelos RCBP/MG-Programa BASEPOP, inclusive quando necessária à publicidade dos dados dos registros das ocorrências de câncer, bem como os trabalhos necessários à sensibilização dos Conselhos e das Associações Regionais de Medicina e Odontologia. Art. 3º- Fica instituída a ficha de coleta de dados padronizados pelo INCA/MS, como instrumento oficial para registros das ocorrências de câncer de base populacional-RCBP/MG – Programa BASEPOP. §1º os dados da ficha de coleta das ocorrências poderão ser complementadas de acordo com as necessidades locais; § 2º Os estabelecimentos de saúde, bem como os profissionais das áreas de oncologia, deverão ser cadastrados pelos RCBP/MG como fontes notificadoras das ocorrências de câncer; § 3º Serão sempre mantidos em sigilo a identidade dos pacientes e de fontes notificadoras, inclusive quando necessária a publicidade dos dados estatísticos por parte da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal Saúde. Art. 4º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação e revogadas as disposições em contrário. 90 Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 GOVERNO DO Estado DE MINAS GERAIS SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE EPIDEMIOLOGIA Minas: Aqui se constrói um país Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer e seus Fatores de Riscos de Minas Gerais – PAV-MG Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais – SES-MG Subsecretaria de Vigilância em Saúde - SVS Superintendência de Epidemiologia - SE Gerência de Vigilância Epidemiológica - GVE Novembro de 2009 Coordenadora BERENICE NAVARRO ANTONIAZZI (epidemiologista) Estatísticos RENATO AZEREDO TEIXEIRA THAYS APARECIDA LEÃO D’ALESSANDRO Analista de Sistemas DAVIDYSSON ABREU ALVARENGA Supervisão do Registro de Câncer de Base Populacional KARINA ELIZABETH EVANGELISTA Registradores de Câncer – Trabalho de campo do RCBP-BH CARLA CRISTIANA DE SOUZA EVANDRO BRÍGIDO DAMASCENO GILCÉA APARECIDA MARTINHO MARIA ELIZA DE MATOS SALDANHA ROSA MARIA HELENA OLIVEIRA SILVA NIVIA RODRIGUES ALVES DE OLIVEIRA MARCONDES SOARES DE AZEVEDO PAULA BISPO VIEIRA Supervisão de Registros Hospitalares de Câncer de Minas Gerais MARIA CRISTINA VIEGAS CANÇADO (médica) CLAUDINA AGNESE CASALE (supervisão de campo) Codificação do RCBP-BH – Supervisão de Inquéritos - Apoio Administrativo ANGELA MARIA DO AMPARO Esta publicação é uma produção da Superintendência de Epidemiologia da Subsecretaria de Vigilância em Saúde da SES/MG, com recursos dos Rendimentos do Convênio INCA/MS/SES-MG nº 199/02 – Prevenção e Controle do Câncer – Minas Gerais – Ações de Vigilância. CONTATO Av. Afonso Pena, 2300 – 15º andar – CEP 30130-130 – Belo Horizonte, MG Telefone/Fax: (31) 3215-7246 / 3215-7247 E-mail: [email protected] Projeto Planalto Poços de Caldas – Minas Gerais – Brasil – 2004 a 2009 91