Além das Possibilidades Copyright © by Jim Stier Março de 2012 Capa: Eurípedes Mendes Diagramação: Marcos de Souza Borges Correção: Carlos André de J. Sales e Ana Glaubia de Souza Paiva Não se autoriza a reprodução deste livro, nem de partes do mesmo, sem permissão do autor. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Stier, Jim Além das Possibilidades / Jim Stier - Almirante Tamandaré, PR: Editora Jocum, 2012. 240 páginas; 18cm ISBN 85-868779-01-0 Edição, Impressão e Acabamento Editora Jocum Brasil ͳǤϐǤʹǤ Ǥ͵ǤÙǤ 4. História do cristianismo. I. Título. ʹ͵Ͳ Distribuição e Vendas: Índice para catálogo sistemático: Editora Jocum Brasil ͳǤǦʹ͵Ͳ www.editorajocum.com.br ǣȁͷͷȁͶͳ͵ͷǦʹͲͺ RECONHECIMENTO Escrever um livro é um esforço de equipe, e gostaria de reconhecer os seus membros. Antes de tudo, um agradecimento especial para Janice Rogers, minha editora. Eu não sabia nada sobre escrever livros, e ela me dirigiu graciosamente ± Ù ǤÙ ϐ ǡ manuscrito. Sem ela, isto nunca teria acontecido. Devo também um agradecimento especial para Jim Rogers, esposo de Janice e membros da equipe editorial. Ele nos manteve trabalhando e nos deu ÙǤ Muitos outros leram, editaram, sugeriram mudanças e contribuíram de muitas maneiras para este projeto: Lucy Allen, Nancy Boerman, Sharon Brookshire, Phyllis Griswold, Jim Shaw e Pam Warren. Muito obrigado, especialmente para Jimi Miller pelo uso da sua casa durante o processo editorial. Muito obrigado a todos vocês. Também houve aqueles que viveram através dos muitos acontecimentos incluídos neste livro, e que leram todo o manuscrito para nos assegurar de que nossos fatos eram corretos. Gerson e Elisa Ribeiro, Jaime e Maristela Araújo, Pamela Stier, Marcelo e Rosane Machado e George e Dolly Foster. Todos ajudaram. Dedico este livro a Pamela, minha esposa. Se existe algum herói neste livro, é ela. As vitórias não teriam sido possíveis sem sua dedicação, fé e coragem. PREFÁCIO ±ϐÀ ǡǤ2ϐ sempre ruins, ou que prosperidade e abundância com facilidade são sempre boas. Jesus disse que qualquer que amar a sua própria vida neste mundo perdê-la-á, e qualquer que perder a vida por Sua causa e por causa do Evangelho, encontrá-la-á. Nestas páginas você encontrará a história de ϐ ×Ǥ pessoas envolvidas fracassaram por muitas vezes, mas, pela graça de Deus, conseguiram manter o rumo certo. As palavras de Jesus se tornaram realidade. Minha oração por você, leitor, é que encontre a sua vida, e que este livro seja de ajuda nessa busca. Jim Stier INTRODUÇÃO ϐcada e bem preparada. Quando muito, era um grupo de dezessete jovens mal vestidos, a caminho da África para salvar almas. Até mesmo a vista rotineira do aeroporto internacional do Rio os entusiasmava. Cada experiência era nova, e eles a recebiam como a primeira de suas vidas. Uma das moças empurrava um carrinho empilhado de malas pela escada rolante. O nariz do carro começou a empinar, e alguém lá embaixo gritou um aviso apontando para o carrinho. As pessoas pularam para os lados quando a carga, submissa à gravidade, ganhou impulso. Uma avalanche de valises, malas e sacos de dormir desceu, fazendo acrobacias pela escada rolante. Outro jovem casal viu um sinal com letras grandes: “Passagem C”. Eles não leram as letras menores, mas pularam por uma plataforma pequena através de um labirinto de corredores, emergindo na “Passagem C”. Tinham passado por cima da balança para grandes bagagens e entrado numa área restrita, chegando à sala de embarque internacional sem se submeterem ao controle de passaportes! Essa escapada quase se tornou um incidente internacional entre os seguranças e a polícia federal, que depois de uma repreensão, ϐǡ Ǥ 9 Um membro da equipe com uma bagagem enorme tentou espremer-se através do portão de segurança. Os guardas gritaram: — Espere! Espere! Esteira de segurança! O jovem entendeu mal, pulou sobre a esteira de segurança, e continuou através da máquina de raio-X. ϐ ǡ eram a Casta Zany. Eles podiam não ser os missionários mais serenos, comissionados para um camϐÀ ǡ Ǥ Eu estava preocupado com eles. Conseguiram tanto sustento quanto era possível nas igrejas, mas a quantia não supriria suas necessidades básicas. Teriam que contar com o mínimo para sobreviver na África. Fôramos avisados que as enfermidades eram avassaladoras no lugar para onde eles se dirigiam, e sabíamos que praticamente não haveria médicos, nem hospitais para ajudar. Temia pelos meus jovens amigos. Orava por eles. E, por incrível que pareça, tinha inveja deles. Lembrava bem quando Pamela e eu, com a mesma idade deles, preparávamo-nos para embarcar na mais maravilhosa, perigosa e assustadora aventura de nossas vidas. Nossa experiência, como a deles, começou no mesmo aeroporto. Nós também tínhamos sido jovens, inexperientes e sem um sustento mensal adequado. Não sabíamos português, nossa passagem, de uma via só, não incluía vistos, e tudo que tínhamos no bolso eram três dólares em dinheiro e um cheque de sessenta dólares. Uma grande diferença separava nossa situação: ao invés da fé cega 10 que eles transpiravam, tinha sido perseguido pela insegurança e muitas perguntas. Nunca duvidei de Deus, mas muitas vezes duvidei de mim mesmo. Lembro-me de ter dependido da segurança de Pamela, minha esposa, durante onze meses, para me sentir seguro. Ȅ ² ǫ chegamos aqui, anos atrás. Respondi com uma litania de problemas em potencial, a maioria deles ǣ Dz ǤǤǤǫdz pondeu com duas perguntas: Ȅ ² ²ǫ Balancei a cabeça. Lembro-me de tudo que Deus ϐ±Ǥ Ȅ ǡ ² ǫ Ela repetiria sua pergunta muitas vezes duran ǤDz ² ²ǫ ǡ ǫdzǡtava profundamente enraizada numa infância soliϐÀ ǡ ϐ aquele bando alegre de jovens missionários. Mas aconteceria — e aconteceu — porque era parte do plano de Deus... Esta é minha história. 11 1 Anoitecia quando o ônibus escolar passava através do deserto em direção ao estacionamento onde ϐ Ǥ ϐ nutos dali. Estava cansado e mal-humorado. Por À ǫ saudade da Califórnia. Fechei os olhos e imaginei meus amigos, os ribeiros de trutas, e nossa casa de dois andares no meio de uma clareira entre muitos pinheiros. Lá em Burney, tinha até meu próprio dinheiro. Trabalhava limpando o cinema local — cinema coberto no inverno e drive-in no verão. A cada dia, quando terminava, era recompensado com meu refrigerante predileto, um chiclete Beeman e uma moeda de vinte e cinco centavos. Meu pai era o dono do Posto Shell local. Nas ma ϐǡ abrir o posto. Normalmente, éramos os primeiros a transitar na rua principal. Eu gostava muito de ter meu pai só para mim, enquanto sentávamos dentro do posto quentinho esperando pelos primeiros clientes. Todos gostavam do papai. Ele era bonito, tinha um sorriso fácil e seu cabelo, prematuramen13 te branco, era jogado para trás e deixava ver um Ǥ ϐ Ǥ Gostaria que nunca tivesse vendido o posto, e que nunca tivéssemos saído de Burney. ǤÀ-se também. Apenas nossos amigos Jack e Lucille tinham crianças da minha idade, mas todas eram meninas. Algumas vezes, ia até lá para brincar. Tomava cuidado para me comportar bem. Lucille era uma mulher grande, com um sotaque lento de Oklahoma e uns modos discretos. Não queria deixá-la zangada. Quando chegávamos perto do estacionamento do trailer, o ônibus ia mais devagar. Eu descia e caminhava pesadamente até a casa móvel, desejando, mais uma vez, que fosse nossa grande casa em Burney. Numa ocasião, minhas irmãs estavam no parque aproveitando os últimos raios de sol. Perguntei-me: será que elas detestam aqui tanto quanǫ ǡ próximos minutos assinalariam uma mudança que afetaria o resto de nossas vidas. Já estava escurecendo quando entrei na pequena sala. Mamãe estava sozinha, nas sombras. Ȅ ǡ ǫ ǫ ǡ gesto brusco. Seu cabelo louro escuro estava caído sobre os olhos, e quando ela o puxou para trás, vi suas lágrimas. Ȅ ǡǤ Ȅ²ǫ ² ǫ 14 Ȅ ×Ǥ empacotar nossas coisas. Parei surpreso, em parte por causa das notícias, e também pela reação dela. — Mas isso é ótimo! Por que você está choranǫ — Porque seu pai não vem conosco. Ele não nos quer mais. ǡϐǤ ǫ Ǥney, conhecia apenas uma menina cujos pais eram divorciados, e ela parecia um pouco estranha. Será ǫ ǡ não ia deixar! Gritei e bati meus pés dentro do trailer, cego pelas lágrimas. — Não! Não! Não! Mamãe pulou do sofá e correu para me segurar. Ȅ ǡ ϐ Ǥ ²Ǥ limpou as lágrimas do meu rosto. Parei de chorar e a empurrei. Corri para fora, no deserto escuro. ϐ À desagradável que minha mãe me dera. Depois de alguns minutos, estava tremendo de tristeza e de frio. Piscava para afastar as lágrimas e olhava para as luzes de nossa casa trailer. Claro que não era verdade. Nós éramos uma família. Endureci o rosto e fechei os punhos enquanto andava para casa. Tudo daria certo. Nada mais foi dito, mas durante os próximos dias, vi pequenos detalhes que não via antes. Papai passava cada vez mais tempo na casa de Lucille e, quando estava em casa, ele e mamãe mal se fala15 vam. Eu podia sentir a tensão. Certo dia, porém, um pouco de esperança chegou ao meu coração. Meus pais chamaram minhas duas irmãs e eu para uma reunião familiar na sala. — Algumas pessoas ainda nos devem dinheiro pela nossa casa e o posto de gasolina em Burney, ǤȄ ²ǡ ǡ ϐ× Ǥ pegarei vocês mais tarde, quando tudo tiver terminado. Olhei minhas irmãs para sentir sua reação. Elas estavam rindo. — Isso é ótimo, pensei. Nossos pais estão se entendendo novamente. Eles devem estar, porque es Ǥ±ϐ amigos em Burney. Eu esperava que pudéssemos ϐ Ǥ se para nos buscar, ele decidisse nunca mais voltar para Utah! No sábado, levantamo-nos cedo para a viagem a Canion Bryce, a cidade mais próxima, onde pegaríamos um ônibus. Papai guiou nosso novo Dodge ǡͳͻͳǤǡ ǡdava bem rápido. Na estação do ônibus, tomamos ǡǤǦ para meu pai que estava abraçando minhas irmãs despedindo-se, e disse-lhe: — Até logo, papai. — Com certeza, Jim. Tenha uma boa viagem – disse ele, abraçando-me bem apertado. O ônibus saiu da estação e acenei para ele. Em pé na calçada, papai parecia tão masculino e forte 16 com suas costas largas e braços grossos. Ir sem ele dava um pouco de medo. Claro, nós o veríamos logo, assegurava a mim mesmo. Todos estaríamos juntos de volta à Califórnia. Agarrava-me a esta ideia enquanto o ônibus passava pelos caminhos e os desertos planos de Nevada. As horas se passavam, e, ϐǡ Ǥǣ Ȅ ǡ ǫ Ela se virou para mim, e novamente vi suas lágrimas. — Jim, papai não virá nunca mais nos buscar. Ele agora encontrou outra família e não nos quer mais. Ǥǡϐǡ tinha passado. Lembrei-me de papai nos acenando, parado na estação quando saímos. E então lembrei-me de algo mais: Lucille, alta e forte. Pensei naque Ù ela e papai estavam conversando e rindo, e nas vezes em que ele estivera no trailer dela e não no nosso. Uma dor estúpida encheu meu peito. O resto da viagem passou como em uma neblina. ———————— Logo que chegamos de volta a Burney, visitamos nossos antigos vizinhos. Enquanto mamãe estava com uma amiga, esgueirei-me para fora e fui para um pinheiro alto onde meus amigos e eu tínhamos entalhado nossas iniciais em dias mais alegres. Tracei com meus dedos as cicatrizes e lembrei como eram as coisas naquele tempo. Encostei o rosto na casca áspera e abracei a árvore, o mais apertado que podia. Alguma coisa em minha vida seria forte ǫ 17 Mamãe inscreveu-se no Colégio Estadual da cidade de Chico. Estava retornando à escola para ser professora. Como não tínhamos dinheiro, ela e minhas irmãs mudaram-se para um trailer de viagem ǡϐ em Burney — duas horas e meia longe delas. Antes de se mudar, mamãe me levou para ver meu velho amigo, o médico dos pés. Nasci com os pés deformados e passara por duas cirurgias, uma quando bebê e outra com quatro anos. Desde então, pensava que meus pés estavam bem, pois podia ganhar de qualquer um dos meus colegas de classe numa corrida. Contudo, o médico me disse que teria que operar mais uma vez, tão logo saísse da escola. Nunca pensei que teria medo do início das férias ǡǤǡϐte, chegou o dia, sentei-me ao lado de mamãe, deprimido, para a viagem de Burney até Redding. Ela segurava minha mão enquanto andávamos, e nossos passos ecoavam pelo corredor. O lugar cheirava a remédio, e as enfermeiras, com sapatos de solas de borracha, movimentavam-se rapidamente. Meu humor melhorou quando me deram um quarto. A ǡϐ com os adultos. Isso me fez sentir importante. Logo chegou o momento de mamãe ir embora. Ela acenou adeus, parecendo terrivelmente triste, e me deixou sozinho na cama branca e fria. — Isso será uma grande aventura, decidi. Então veio uma enfermeira e me fez uma lavagem intestinal. Que indignidade! — Nada pode ser pior que isto, pensei. Nem mesmo a cirurgia. É claro que estava errado. 18 Eu devia ter uma fusão de ossos nos dois pés. ϐ ± tempo para responder às minhas perguntas. Disseram-me, apenas, que seria para impedir meus pés Ǥ ǡ ϐ Ǥ ǡ ϐ ǡ ǡϐtado quando perguntei que anestesia usariam e me responderam “pó mágico”. — Que é isso, meu irmão! ———————— ǫsei logo que acordei. Então senti a dor. Parecia que alguém tinha esmagado meu pé direito. Toda minha perna latejava, e cerrei os dentes. Mamãe veio e implorei por alguma coisa para diminuir a dor. As ǤǦcontrar uma posição para diminuir o fogo no meu pé, mas a dor não parava. O médico veio e explicou que ele não pudera operar os dois pés de uma vez; em dez dias, teria que ser operado novamente. Alguns dias mais tarde, meu pé começou a coçar. Cutuquei no gesso até fazer um buraco por onde colocava o dedo para coǤ ǤÙ estranhas se espalharam pelo meu corpo. O que é ǫ do meu pé! Exigia respostas de cada pessoa que via. Finalmente, eles me disseram que tinham deixado pinos no meu pé até que os ossos sarassem um pouco. Infelizmente, assim que a dor diminuiu um pouco, 19 marcaram a cirurgia para o pé esquerdo. Mais uma vez de volta às noites sem dormir, só que agora eu estava cansado das dores e debilitado. Implorei por ± ϐ uma injeção. Foi tão bom poder dormir! No meio da noite, despertei precisando ir ao banheiro. Quando tentei me levantar, encontrei barras Ǥǡ±ϐ da cama e pulei — bem em cima dos pinos que saíam dos meus calcanhares! Contorcia-me no chão de dor, cerrando os dentes e tentando não fazer nenhum barulho. Tinha sido avisado para nunca incomodar meu companheiro de quarto, um senhor de idade. Finalmente, engatinhei em volta da cama e apertei o botão para chamar a enfermeira. Desde então, amarravam-me à cama quando as luzes se apagavam. Após um mês, recebi alta do hospital, mas fui conϐ nas. Quando fui promovido para as muletas, minhas pernas estavam como borracha e meu senso de equilíbrio se fora. Teria que aprender a andar novamente. Um dia, depois de um novo gesso no pé, proibiram-me de andar por várias horas. Ao chegarmos a casa, ²ͷ me arrastou pela casa. Podia vê-la resistindo à dor, devido ao meu peso. Sabia que aquilo prejudicava a bursite em seu ombro. Fechei os olhos para não ver, e decidi nunca mais ser uma carga. Melhoraria, e nunca mais incomodaria ninguém! Quando as aulas recomeçaram, movimentava-me muito bem com as muletas. Odiava a mim mesϐ ǡ20 te todo aquele tempo no hospital. Não podia correr e brincar como as outras crianças, e minha auto ϐǤϐǡ ±ǫ próprio pai nem se preocupava comigo! Finalmente, o médico tirou o gesso pela última vez. Pensava que seria capaz de correr e brincar imediatamente, mas enfrentei mais um mês de diϐ Ǥ de convalescença, ainda tinha um modo de andar muito estranho e peculiar. Bastavam apenas alguns minutos em pé para sentir dores. Os colegas na escola caçoavam da maneira como eu caminhava. Finalmente, peguei um dos mais fortes e briguei com ele. Depois disso, os outros me deixaram em paz. Mamãe conseguiu outro lugar um pouco maior e fui morar novamente com ela e minhas irmãs. Nos meses de agosto e setembro, nossa casa parecia um Ǥǡϐ ǡǣ ± ± ǫ ± ϐÀ ǫ ϐǡ ²ǫ meu quarto lendo livros. Não tinha muitos amigos. Meu ressentimento para com meu pai crescia com o passar dos meses. Pensava nele e em Lucille. Onde ǫ ǫ ǫ Frequentávamos uma igreja coberta de trepadeiras, próxima ao Colégio Estadual da cidade de Chico. Aquilo parecia ajudar a mamãe, mas não fazia nada para melhorar o vazio que eu sentia por dentro. Contudo, um domingo especial se sobressai em minha memória. Estava muito nervoso naque21 la manhã porque nossa classe de catecúmenos ia participar do culto, e eu tinha algo para falar. Nós ϐ ϐ ǡ banco da frente. A luz do sol entremeava pelas janelas, mostrando partículas de poeira rodopiando em frente ao altar. Então, o órgão encheu o ar com a antífona de abertura. Eu me virei e olhei para várias centenas de pessoas atrás de mim, nos bancos. Ǥ±ϐ ǫ Cantou-se os hinos e leu-se a Escritura. Se apenas outra pessoa pudesse fazer minha parte, pensei. Sentia-me gordo e incompetente, e desejei, pelo menos, poder andar melhor. De repente, o pastor estava dizendo: — Agora, a classe de catecúmenos apresentará um programa especial para nós. Fomos para o altar e, quando chegou minha vez, claudiquei até o púlpito, tentando lembrar minhas linhas. Perguntava-me se minha voz iria funcionar. Olhei para a multidão e lá estava mamãe, sorrindo para mim. — Meu povo, o povo de Israel... comecei. As palaÀ ϐma sem maiores desastres. Quando acabou, voltamos para nossos bancos. Que alívio! ǡ ϐ culto, e abraçou-me carinhosamente, dizendo: — Jim você esteve ótimo! Que mais poderia di ǫǡ to surpreendente: — Sabe de uma coisa, Jim, acho que você algum dia será um pastor. 22