m ÔP) m fttOX*!. O.eCl, JCL.qftff-W h Durante 15 anos, Antônio Ferreira Pacheco, industrial de visão, presidiu os destinos da indústria goiana. Foi presidente da Federação das Indústrias de Goiás até que, em 1967, a morte súbita o transformou em patrono da indústria daquele estado. Em reconhecimento à sua obra, seus companheiros industriais criaram o Clube Antônio Ferreira Pacheco, em benefício dos trabalhadores. f t I <*2 A política do SESI tem dado grande relevo à criação desses Clubes de Trabalhadores em todo o Brasil. Neles, através do intercâmbio de experiências e emoções, os operários aprendem importantes lições de convivência. Dentro dessa diretriz, o SESI de Goiás, sob o comando do industrial José Aquino Porto, construiu em dois alqueires o seu Clube do Trabalhador. Localizado próximo ao centro de Goiânia (Bairro de Santa Genoveva), possui piscinas, campos de esportes, bosque repousante, que representam para os operários um esfôrço-pilôto na maior compreensão entre capital e trabalho. x Na festa inaugural o Presidente José Aquino Porto, da FIEG, afirmou: "O trabalhador, o homem que, ao lado do empresário, impulsiona a riqueza e a grandeza do país. deve ser olhado e tratado com dignidade. Seus filhos e suas famílias devem receber o mesmo conforto e respeito que se dispensa aos associados dos grandes clubes." Representando o Sr. Thomas Pompeu Netto. presidente da CNI. o Sr. Zulfo de Freitas Mallmann asseverou que "com mais esse Clube de Trabalhador se abrem novas perspectivas para a amizade e a compreensão entre todos os que realizam a meritória e benemérita obra do Serviço Social da Indústria, traduzida no lema da paz social no Brasil". Construído numa área de dois alqueires, o Clube dos Trabalhadores de Goiás tem 1.473 m2 cobertos. Além de modernas piscinas, tem biblioteca com livros doados por industriais. O SESI remodela assim suas bases programaticas, quais sejam as da pesquisa, saúde, recreação, habitação e educação, abrangendo economia, família, moral e cívica, formando o indivíduo para a vida grupai, intergrupal e comunitária, É a forma de promover bem-estar social do trabalhador, através do que será possível condicionar a elevação da produtividade. > ^•orl^r^^^ if W^<o No meio de um belo bosque, o playground faz a alegria das crianças que o freqüentam. ÍH.B.&IMW' 3P> AkltP>90>&-oꀣi,ACL.4-ftt,Y- Mais uma atriz de cinema vai se divorciar de marido famoso para tentar fazer carreira por conta própria escolheu a liberdade Do nosso Bureau de Nova forque % Sí O <T I Entre Peter Sellers e Britt Eklund tudo está acabado. O casamento do cômico inglês com a linda sueca chegou ao fim. Isso, pelo menos é o que se comenta em Hollywood, onde o mau humor de Peter agravou-se tremendamente nos últimos dias. Ele agora passa semanas trancado em casa sem querer ver ninguém. Enquanto isso, em Nova Iorque, Britt mostra-se radiante, freqüenta todas as boates, sendo vista nas mais variadas companhias. O fato é que desde quando se separaram, há mais de dois meses, para trabalharem em filmes diferentes — um em Nova Iorque, outro em Hollywood — foi que as coisas começaram a esfriar. Na verdade, muitos já haviam previsto essa separação. Talvez tudo não passe de uma crise do quinto ano de matrimônio, mas a opinião mais generalizada é a de que Britt, depois de ter sido encaminhada por Peter nos primeiros passos de sua carreira cinematográfica, sentiu necessidade de começar a voar com suas próprias asas. E sob o ponto de vista profissional tal pretexto não faltou. De repente, Britt viu-se alçada à altura de principal estrela do filme Uma Natti de Minsky onde interpreta o papel de uma menina de provincia que chega em Nova Iorque e se torna artista de strip-tease. No seu primeiro grande papel, é sintomático que a atriz tenha feito questão de trabalhar sem a assistência, o apoio e a supervisão do marido. Há quem diga que êle fêz tudo para evitar esse momento, tendo insistido junto aos grandes do cinema para que só entregassem papéis de menor importância à mulher. O casamento de Peter Sellers com Britt Eklund tol o primeiro trampolim para que ela se lançasse na grande aventura do cinema. Antigamente, ela só entrava num estúdio (à esquerda) para observar o traba*ho do marido. Hoje, é uma estrela de primeira grandeza. BP> MtK90W.O.€Sl,ACL.4[%^ esta de Táscoa so e alegre quando esta em cena. Em casa é triste e m a l - h u m o r a d o . E s t a foi u m a d a s causas da separação Uma cena Que não se repetirá mais: o beijo carinhoso na esposa. Há dois meses que eles não se talam e tudo indica que o casamento será desfeito, depois de terem vivido cinco anos felizes. Alguns meses atrás, Britt ainda pensava em conciliar o casamento com a carreira. Interrogada sobre esse assunto: respondeu: "£ um problema que não existe, porque eu e Peter trabalharemos sempre juntos." A realidade se encarregou de desmentir suas palavras. Hoje, sabe-se que era muito comum que as chamadas telefônicas — em tom desesperado — que Peter fazia para o apartamento da mulher obtivessem uma única resposta: "A Senhora Eklund saiu." e Leite Moca * ffi&3r m*: * iVâJ** i m ÍS As relações de Britt com o marido passaram por diversas fases. No início, ela desempenhou o papel da mulher obediente, inteiramente devotada ao lar; depois surgiu a atriz desprotegida, que necessitava do marido para ensinar como se interpreta um papel. Ela não se envergonhava de confessar que devia tudo a ele. Era o comportamento ideal que uma jovem de 26 anos poderia ter para com um marido quarentão, famoso, rico — e sobretudo ciumento. Mas Peter Sellers, como a maioria dos atores, é brilhante em cena e enfadonho na vida real. Em casa, não sorri e não diverte ninguém: passa o tempo todo lendo. Britt foi começando a reclamar disso tudo, a dizer que não queria mais ficar trancada em casa, que queria sair à noite, dançar, ir aos lugares da moda, divertir-se. As declarações de Britt Eklund não deixam margens a dúvidas. Com apenas vinte e seis anos e uma carreira brilhante pela frente, ela decidiu sacrificar o lar pelo êxito no cinema. 134 • de verdade Vfaz com carinho Como as coisas puderam chegar a esse ponto? Que teria acontecido a Britt Eklund? Antigamente cia dizia: "Quando encontrei Peter toda a minha fortuna consistia em duas valises de mão. Devo tudo a ele." Talvez o dinheiro, forçando uma verdadeira dependência econômica, tenha sido o grande cio de união entre os dois. Mas as contas bancárias de Peter Sellers não sSo as maiores do mundo do cinema. Há outras, bem mais atraentes. (As do produtor Zanuck, por exemplo.) Peter Sellers tinha consciência de que casara com uma mulher bela e jovem. Por isso, nos primeiros anos do casamento, procurava distraí-la como podia, com viagens, passeios e noitadas alegres. Depois, veio o tédio. As ambições de Britt Eklund não se limitavam a uma vida conjugai feliz. Em Nova Iorque, cia já comprou um apartamento luxuosíssimo na Sétima Avenida e mandou buscar sua mãe na Suécia. E já assinou vários contratos para novos filmes. Para se ter uma idéia de como mudou a outrora dócil mulher de Peter Sellers, basta ler suas últimas declarações: "Ê melhor falar claro. Entre o casamento e a carreira artística, aquela que escolher o marido vai se arrepender. Quem quiser subir tem que trabalhar; especialmente se é jovem como e u . " ¥ -vv^-^. / A. 1 2 PASCOALINAS-Leve ao fogo 1 latade Leite Moça, a m e s m a medida de açúcar e de cast a n h a s do Pará moídas. Mexa até desprender do fundo da panela. Passe para u m a tigela. Q u a n d o frio, j u n t e aos poucos 4 colheres (sopa) de farinha de trigo. Amasse até soltar das m ã o s . Faça bolinhas e ponha e m forminhas aluminizadas. Decore c o m castanha picada. Doure ao forno. Dá 50 docinhos.; TORTA DE COCO - Peneire 1 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo e 1 colher (chá) de fermento, j u n t e 1 ovo, 3/4 de xícara (chá) de açúcar e 3/4 de xícara (chá) de manteiga. Amasse b e m . Leve à geladeira por 30 m i n u t o s . Abra e forre o fundo e os lados de u m a fôrma. Asse e m forno q u e n t e por 10 m i n u t o s . Retire, espalhe 1 coco ralado e despeje aos poucos 1 lata de Leite Moça. Volte ao forno até dourar. 3 4 irvr T O R T I N H A S DE AMEIXA-Forre formin h a s para e m p a d a s c o m m a s s a e asse. Recheio: Bata n o liqüidificador 1 lata de Leite Moça, a m e s m a medida de leite, 2 g e m a s e 1 colher (sobremesa) d e Maizena. Leve ao fogo a t é engrossar. Recheie a s t o r t i nhas,decore c o m chantilly e ameixa preta. CENOURINHAS DE PÁSCOA - Leve ao fogo 1 kg de cenoura ralada, 1 lata de Leite Moça, 2 vezes a m e s m a medida d e açúcar. Mexa até soltar do fundo da panela. Deixe esfriar, enrole as cenourinhas, passe e m açúcar refinado. Enfeite c o m galhinhos de melindre ou folhinhas de papel. Prepare na véspera. (Dá 30 cenourinhas.) Receba receitas do produto Nestlé de sua preferência, enviando u m rótulo do m e s m o para: Depto. MH Caixa Postal 8118 - SP E lembre-se: pudim-de-Ieite de verdade, e gostoso m e s m o , só c o m Leite Moça! à Que idéias Vtem com Leite Moca! \ li I ***** CONDENSADO MOÇA d £P — / W ( P>to Os melhores exemplares da pecuária brasileira são expostos anualmente em C u r i t i b a num certame de repercussão internacional & X^.O.GCi, ^CL- 4 144 * % i^st 3P> MÍ, P>Io/^.o. ezi,ftci-.4-IW,v>Mo # Texto .)ii.?~M:w* u,***$.+ : ?•>£*» ^ WÊ^r *• JP * -4T j . L . "" v„ ai «Si* f •i j icfc !.. -ij V: *3 de Geraldo Russi Fotos de Sérgio Jorge Tudo começou com um moço chamado Paulo Pimentel. Em 1961 êle era secretário da Agricultura. O Estado do Paraná tinha, então, um rebanho bovino quase todo formado de raças brasileiras do século passado. A raça caracu predominava e o estado não figurava como produtor de carne e leite. Conhecedor dos problemas agropecuários paranaenses, isso não lhe agradava. Empossado no cargo de governador do estado, lançou imediatamente o Plano de Fomento à Pecuária de Corte, que se resumia no seguinte: o estado entregava aos criadores reprodutores de alta linhagem, de raças indianas — gir, nelore e guzerá — exigindo apenas, em troca, o reprodutor improdutivo. Era a primeira tentativa séria que se fazia depois da morte do interventor federal Manoel Ribas, na década de 40. Hoje, oito anos depois, o Paraná tem um dos melhores rebanhos do país e caminha rapidamente para o primeiro lugar. i *• I I «A O Parque Castelo Branco, em Curitiba, transforma-se num mundo de luz e Côr durante os oito dias das grandes exposições que o governo do Paraná promove anualmen Reprodutores charoteses premiados. corte, que está sendo introduzida 138 Trata-se de uma raça francesa, para na região sul do Estado do Paraná. i V Choveu no dia da inauguração, porém, milhares viram o governador, o ministro e o secretário da Agricultura (ã esquerda) inaugurarem a mostra. Magnífico exemplar da raça gir. Milhares desses reprodutores foram distribuídos aos criadores, de acordo com o programa de incremento à pecuária. 139 a^ 4AJ,^lox^.o.eshQCL.qjtf.pMi Nao há, mais bilhete branco * ^ O Governador Paulo Pimentel jã a n u n c i o u q u e e m 1970 a Exposição Agropecuária d e Curitiba será internacional Loteria Federal TÚDfl VEZ QUE V. COMPM UM BILHETE 01 LOTERU FEOERIL, V. ESTl PRESTIMDO flUOSI UUDI I QUEM PRECISI. PIRI CERTIS PESSOAS, ISSO Já É UM PRÊMIO. A Loteria Federal n ã o existe a p e n a s p a r a dar g r a n d e s prêmios e m dinheiro. Ela c o n tribui, diretamente, p a r a o bem-estar social d o País, c o m s u a r e n d a líquida anual. A L o teria Federal criou e m a n t é m o F u n d o Especial d e Financiamento d a Assistência Médica, o F u n d o Especial d e Serviços Públicos e Investimentos Municipais e o F u n d o Especial d e D e s e n v o l v i m e n t o d a s o p e r a ç õ e s das Caixas E c o n ô m i c a s Federais. Parte d o dinheiro q u e você e m p r e g a n a c o m p r a d e c a d a bilhete é aplicada nesses fundos. P a r a prestar auxílio à s S a n t a s C a s a s d e Misericórdia e outras instituições hospitalares. P a r a dar, a populações longínquas, oportunidade d e construírem u r n a rede d e á g u a e esgoto. O u outra o b r a f u n d a m e n t a l e indispensável. Para. ampliar o s recursos d a s C a i x a s Econ ô m i c a s Federais, possibilitando a aquisição d a c a s a própria a u m maior n ú m e r o d e famílias. E m s u m a : t o d a v e z q u e v o c ê c o m p r a UO u m bilhete d a Loteria Federal, v o c ê está p r e s t a n d o u m auxílio importante a q u e m necessita. P a r a certas pessoas, esse j á é u m prêmio a q u e t o d o s t ê m direito, n a Loteria Federal. O outro prêmio, b e m . . . j á imaginou o q u e é tirar a sorte g r a n d e ? Ficar milionário d a noite p r o d i a ? C o n v e n h a m o s : isso n ã o f a z m a l a ninguém, n a o é m e s m o ? Portanto, nós lhe d e s e j a m o s b o a sorte. r e s t a m o s lhe dizendo t u d o isso p o r q u e v o c ê precisava. conhecer 00UTRÕ1 LADO DA LOTERIA FEDERAL, Dentro de poucos anos passará a ser exportador de touros de raça nobre, retribuindo dessa forma a ajuda que recebeu de outros estados onde foi buscar os reprodutores necessários à execução do plano. Isso o Paraná — embora em pequena escala — já vem fazendo há alguns anos Precisamente, desde 1964, quando o então secretário da Agricultura criou a I Exposiçâo-Feira de Animais e Produtos Derivados de Curitiba. A finalidade era a mesma: estimulo à pecuária. Em 66 Pauto Pimentel foi eleito governador do estado, e em 66 aquela pequena mostra transformou-se na Grande Feira. Pecuaristas de sete estados — inclusive da Guanabara — expuseram, este ano. seus melhores exemplares, e ao final centenas foram leiloados Isto representa novas injeções de sangue novo na pecuária brasileira e em especial na paranaense. Os números mostram a veracidade da afirmativa. Em 66. a soma total dos leilões atingiu a importância de 120 mil cruzeiros novos, enquanto na última exposição subiu para 326 mil cruzeiros novos. A IV Exposiçào-Feira de Animais e Produtos Derivados de Curitiba e a II Exposição-Feira Governador Paulo Pimentel, de caráter nacional, numa homenagem prestada pelos pecuaristas contra a vontade do governador, terminaram no último dia 24 com sucesso que não teve precedentes. Um milhão de pessoas compareceram ao Parque Castelo Branco, em Curitiba, onde as exposições são realizadas, e já não viram apenas gado bovino. Observaram uma nova etapa do desenvolvimento da economia paranaense, representada na indústria de transformação de produtos agropecuários, implantada graças às estradas asfaltadas, energia elétrica, comunicações, fomento e assistência técnica permanente que o governo do Paraná presta aos agricultores e pecuaristas. O secretário da Agricu!tura. Sr. Oscar Felipe Loureiro do Amaral, bem definiu as últimas exposições como sendo um serviço que o Paraná presta ao resto do pais. Netas foram colocadas à disposição de todos os criadores a experiência vitoriosa dos paranaenses no campo técnico. Trata-se de uma outra forma de retribuição. Por outro lado. conforme o critério do Sr. Oscar Felipe Loureiro do Amaral, as Exposiçôes-Feiras transformaram-se numa grande festa popular, onde, a par dos progressos na bovinocultura e suinocultura. as crianças ocupam lugar de destaque: podem divertir-se livremente enquanto seus pais tomam conhecimento do que o estado está fazendo em todos os setores da administração pública. Peta amplitude atingida, inclusive, a Grande Feira está para ser incluída no Calendário Turístico Nacional. Será mais um impulso que receberá. O governo do Paraná não pretende parar ai. Dentro de uma mentalidade jovem, simbolizada pelo Governador Paulo Pimentel. e do atual secretário da Agricultura. Oscar Amaral, a Grande Feira vai crescer conjuntamente com a economia paranaense. Se o Sr. Paulo Pimentel. quando secretário, distribuiu seis mil reprodutores, no seu governo, em dois anos, outros seis mil foram entregues. Agora o plano passará para uma nova etapa, a do "Touro em Ampòla" Sêmen de gado de alta linhagem, e não só indiano, mas também charolés e holandês, estará à disposição dos pecuaristas nos 200 postos que a Secretaria da Agricultura do Paraná mantém em todo o estado. Para 1970 o Governador Paulo Pimentel pretende muito mais e já anunciou que realizará em Curitiba uma Exposição Internacional da Agropecuária. m ;,. LO PIMENTEL iniciada em 1964, a Exposição-Feira de Curitiba acabou transtormando-se numa grande testa popular. Este ano. mais de um mifhào de ocssoas visitaram o Parque Castelo Branco Além dos produtos pecuários, o Paraná produz grande quantidade de trigo. O governador examina o produto funtamente com o Ministro ivo Arzua e o Secretário Oscar Amaral Ml Jt Um sábio francês, modesto e retraído, devassa os segredos da partenogênese e proclama que, em breve, o homem de gênio poderá ser produzido em séries de até cem milhões. De suas mãos mágicas, surgem coisas espantosas, como sapos albinos e rãs de cinco patas. Filho de um dramaturgo famoso e enriquecido pelo cinema, nunca vai ao tçatro e despreza os filmes. Para êle, os maiores dramas são os que observamos diretamente na natureza, a olho nu ou ao microscópio. \ r •<:*» ri<: i i o % u : \ i •: t :%• m u A O a \ li m mm WSrãfòr^"^/; ifi a H WfSBÊ. W WatÊsmÊÊBâ Uw&*» £ w ean Rostand é um dos sábios mais extraordinários e mais modestos do mundo contemporâneo. Êle não procura a publicidade, mas a imprensa não se esquece de pôr em relevo o seu nome. Há repórteres constantemente a zrssediá-lo, em seu retiro de Ville d'Avray. Já houve quem o comparasse ao lendário Dr. Fausto. A um Dr. Fausto do século XX, que faz maravilhas mesmo sem a ajuda de Mefistófeles. A quem o visita, êle pode mostrar coisas que estariam perfeitamente bem num Museu de Fenômenos: sapos inteiramente brancos, por efeito do albinismo provocado, e rãs de cinco patas, em conseqüência de mutação também provocada. Membro da Academia Francesa a que também pertenceu seu ilustre pai, o poeta e dramaturgo Edmond Rostand, êle não tem problemas de dinheiro. Todos os dias, em algum lugar do mundo, uma companhia teatral representa alguma peça de seu pai, como o famoso Cyrano de Bergerac ou Os Romanescos, ainda há pouco convertida num musical de êxito, em língua inglesa, sob o título de The Fantastiks. Jean Rostand é hoje o herdeiro único dos direitos autorais dessas peças, por morte do autor e de seu outro filho, o poeta e dramaturgo Maurice Rostand. Além disso, o cinema já filmou várias vezes Cyrano de Bergerac e ainda voltará a filmar a grande peça, pagando de cada vez somas fabulosas por sua utilização. Tudo isso dá a Jean Cyrus Rostand uma segurança financera que lhe permite dedicarse tranqüilamente a pesquisas biológicas desinteressadas. Êle é um dos únicos sábios do mundo que trabalham sem assistentes, tudo fazendo pessoalmente. "Sou o último dos individualistas e um verdadeiro artesão da ciência", disse êle, recentemente, a um jornalista que o entrevistou. Não é que o governo francês não esteja disposto a lhe abrir os seus laboratórios, a pôr à sua disposição instrumentos de precisão, a dar-lhe uma subvenção. Êle mesmo é que recusa qualquer auxilio dessa espécie, para permanecer livre, para não ser um cientista oficial, para não ace;tar limites ou orientações impostas à sua ação. Muitos acham que se trata de um selvagem, que não sai quase de sua toca e que, embora filho de um grande dramaturgo, não comparece nunca aos teatros, nem se interessa por cinema. Êie se justifica, dizendo, sem nenhum desapreço pela obra paterna: "Não há drama tão absorvente como o da observação direta da vida, quer a Olho nu, quer ao microscópio." Como equipamento êle tem dois microscópios, uma geladeira de modelo antigo e meia dúzia de outros instrumentos. Esse velho selvagem, com bigodes de leão marinho, é adorado pelas crianças da vizinhança, por estar sempre disposto a comprar todos os sapos e rãs que elas consigam capturar. A vocação de Jean Rostand para a ciência se revelou quando, no curso primário, lhe deram um caderno escolar, em cuja capa havia Em Ville-d'Avray, enquanto o filho toca piano, o sábio Jean Rostand joga xadrez com sua esposa. SEGUE l<- xto de l i . MAGJUJÊAES J í VfO« 145 6 ?> AAI , p, t o x<=). o. £sr.Acz.. hjs?,j>m O BANCO NACIONAL DO NORTE. DENTRO DE SEU ESPIRITO DE SERVIÇO. INFORMA: talvez sua firma esteja pagando imposto de renda demais.faça um teste com estes 10 itens Declaração de imposto de renda de pessoas jurídicas varia de firma para firma, de atividade para atividade. Apresentamos aqui apenas alguns lembretes atualizados sôbrededuções que a lei permite e que são, por vezes, esquecidas ou desconhecidas. se estão de 1Verifique duzidos corretamente os valores máximos creditados a sócios, diretores etc. de vez que esses valores são deduzidos do lucro operacional. Para pequenas empresas, de capital realizado até NCr$ 54.571.00 os limites para desconto mensal são: firma individual NCr$ 437.00 e colegiado, com limite nor mal de 3 beneficiários, NCr$ t.311.00 mensais Se o capital de sua empresa for maior, confira a tabela de limites de remuneração ser computada como custo 2 ouPoderá encargo, a importância correspondente à diminuição do valordos bens do Ativo, resultantedodesgastepelouso, ação da natureza e obsolescência normal de móveis, máquinas e imóveis utilizados na produção. Algumas firmas são beneficiadas com depreciação acelerada, tais como metalurgia primária de chumbo, zinco e alumínio, fiação e tecelagem, calçados, produtos alimentares, cimento e pre-fabrícados para habitação, papel e artes gráficas, materiais de construção civil. ser deduzidas do lucro ope3 Podem racional, as gratificações pagas a empregados até o limite de NCr$ 3.300,00 por cada um. também ser deduzidas do Igualmente podem ser utilizados os 8 Podem 4 adicionais lucro operacional as doações e conrestituíveis pagos em 1957. mas exclusivamente pelos contribuintes que os recolheram nos estados da Guanabara, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, excetuando a cidade de São Paulo. Da mesma maneira o 5 empréstimo compulsó- rio do artigo 72 da Lei n.° 4242 de 17dejulhode 1963 poderá servir como compensação para pagamento de seu i m p o s t o de renda. monetá6 Ariacorreção das "Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional", poderá ser incorporada ao capital de sua empresa, não incidindo sobre ela o imposto de renda. Mais da metade do imposto que V. pagaria normalmente poderá ser aplicada em investimentos lucrativos para sua empresa. Por exemplo, 50% do imposto poderá ser destinado a empreendimentos nas áreas da SUDAM ou da SUDENE, E mais 5% V. poderá destinar á compra de certificados de ações fornecidos por Bancos ou Companhias de Investimentos autorizadas pelo Banco Central. v -.. tribuições feitas a instituições filantrópicas, de educação, pesquisas científicas e-tecnológícas, desenvolvimento cultural ou artístico, que preencham os requisitos legais. 9 Verifique cuidadosamente se sua firma está fazendo uso dos incentivos fiscais a que porventura tenha direito, tais c o m o e s t a b i l i z a ç ã o de p r e ç o s (CONEP), estimulo à exportação, ao desenvolvimento da indústria química, de fiação e tecelagem, indústria de produtos alimentares, de papéis de artes gráficas, empreendimentos florestais, indústria da pesca, indústrias instaladas na área da SUDENE ou da SUDAM que gozam de isenções especiais e que podem ir até 100% como no caso da Amazônia. 1 0 ^ aquisição de Letras Imobiliárias • W e todo o estímulo a empreendimento dentro do Plano Nacional de Habitação gozam também de isenções especiais. Assim como. empreendimentos de estímulo ao turismo, ligados à EM BRATUR. É função social da empresa recolher corretamente os impostos devidos, de modo especial o Imposto de Renda, que dá ao país os recursos necessários ao seu desenvolvimento. Prestando esses esclarecimentos, o Banco Nacional do Norte S.A. procura contribuir para que as empresas possam apresentar declarações dentro do maior critério, gozando com isso, de todos os favorecimentos que a lei permite. É mais um serviço de seu "amigo na praça". N i BANCO NACIONAL 00 NORTE S.A um amigo na praça A figura de um escaravelho bastou para deflagrar uma vocação científica V a figura de um escaravelho rolando u m a bola de excremento. N a página interna, havia u m a descrição d o inseto extraída de um livro d o naturalista J . H. Fabre. Imediatamente, o j o v e m Jean Rostand escreveu uma carta ao autor, p e dindo-lhe um exemplar d a obra. O livro e r a sério e não fora escrito para crianças, mas o menino o devorou, c o m o se fosse u m romance. Continuou a ser péssimo aluno para tudo quanto não se relacionasse c o m as ciências naturais. Quando terminava os preparatórios, u m professor, querendo ajudá-lo n o exame de história, perguntou-lhe se sabia alguma coisa sobre o rei de Roma, também conhecido c o m o Duque de Reichstadt. A resposta f o i : " N ã o sei n a d a . " O examinador supunha t e r feito u m a pergunta fácil, pois o p a i d o estudante e r a autor d e uma célebre peça criada e m travesti por Sarah Bernhardt, c o m o titulo d e L'Aiglon (O Filhote de Águia), cuja figura central era precisamente tal personagem, filho d e Napoleão Bonaparte e d e Maria Luísa. . . Jean Rostand não se envergonha d e recordar esse episódio d e sua juventude, Êle acha O sábio francês de Ville-d Avray, Jean Rostand, no laboratório examina uma criação de rãs. que um estudante d e biologia o u de medicina não deve cansar a memória c o m matérias q u e não se entendem c o m o seu campo. Lembra, t a m b é m , q u e um secretário d e seu p a i , chamado Labate, deu-lhe, a seu pedido, u m livro d e ciências naturais, mas sendo um meticuloso moralista, examinara antes se o volume era " c o n v e n i e n t e " e colara, cuidadosamente, as páginas q u e falavam sobre sexo e procriação. Menino obediente, Jean Rostand não descolou as páginas, mas fêz malabarismos para conseguir ler o conteúdo das mesmas, envíezando o olhar. Tais páginas foram precisamente as d e maior interesse para o futuro sábio. Quando êle iniciou suas pesquisas biológicas, Ville-d'Avray c o m e ç o u a se encher d e sapos. Chegou a receber 70 m i l batráquios num único a n o . A l é m d a s crianças, q u e o s forneciam e ainda fornecem, êle encontrou outro g r a n d e fornecedor num laboratório farmacêutico que, s e m matá-los, extrai d e suas glândulas u m veneno e m p r e g a d o na cura d o s males reumáticos. Logo q u e terminou os estudos superiores, Jeap Rostand j á estava d e c i d i d o a dedicar-se ao ramo da partenogènese, isto é, ao problema d a reprodução d e plantas e d e espécies animais, independentemente da fecundação ovular. A palavra é uma fusão d e dois vocábulos gregos: parthénos, q u e quer dizer virgem, e gênesis, isto é , geração. E m outras palavras: trata-se da reprodução d a vida s e m a intervenção d o macho, o u d a fabricação d e filhos sem p a i . Trata-se, é claro, de u m a anomalia d a natureza, existente n ã o só n o reino vegetal, em que é c o m u m uma planta " p e g a r d e g a l h o " , mas ainda, e m muitos casos, no reino animal. Entre as abelhas, a partenogènese preside a o nascimento das operárias e d a s rainhas. Entre . os pulgões, a espécie, durante uma estação d o ano, se reproduz apenas graças às fêmeas. Mas noutra estação, a d o outono, o s machos reassumem os seus direitos e as suas funções. Em certas espécies d o m u n d o dos insetos, o macho desapareceu totalmente. As fêmeas se encarregam, sozinhas, d e perpetuar a espécie. É um campo fascinante, cujas possibilidades serão extraordinárias. " M a s eu m e limito a f a zer experiências c o m animais inferiores. Não pretendo chegar ao h o m e m " , d i z Jean Rostand. O sábio francês muito adiantou as pesquisas nesse domínio, mas não foi o seu pioneiro. Antes dele, um norte-americano, Jacques Loeb, professor d e Biologia d a s Universidades d e Chicago e d a Califórnia, e diretor d a Divisão de Biologia Experimental da Fundação Rockefeller. ao lado de outras experiências famosas, conseg u i u pela primeira vez, h á mais d e 50 anos, fecundar ovos virgens de um invertebrado marinho, o o u r i ç o , submetendo-os a tratamentos químicos, por meio d e soluções ácidas e alcalinas. Depois, e m 1910, o francês Bataillon c o n seguiu provocar a partenogènese em animais veiteorados, perfurando, c o m u m fino estilete de vidro, ovos d e rãs e d e sapos. A principio, acreditara q u e a incisão e r a responsável pela fecundação. Mas não tardou a perceber q u e o motivo fora o u t r o : o estilete, d e q u e se servira, estava embebido e m sangue fresco e as goticulas sangüíneas d o s batráquios é q u e t i nham provocado a fecundação. Jean Rostand levou muito mais longe os seus estudos, e n trando no campo d a he^editariedade e n o das pesquisas sobre os cromossomos — partículas constituídas sobretudo de macromoléculas de ácido desoxirribonucléico. Os cromossomos é que contêm toda a carga hereditária. " S ã o eles. diz Jean Rostand, numa c o m p a r a ç ã o cheia d e pitoresco, q u e fazem c o m q u e um homem seja diferente d e um elefante e d e um pé de c o u v e . " O estudo d o s cromossomos c o m e ç o u , precisamente, pelo d o s insetos. Mas, j á em 1957, o c r o m o s s o m o humano podia ser fotografado, identificado, classificado e contado. Dois estudiosos, um norte-americano, Levan, e um sueco, Tjio, verificaram que o homem t e m não 24 pares d e cromossomos, c o m o antes se pensava, mas apenas 23. Há cromossomos normais e cromossomos anormais, o u mal formados, que são responsáveis por uma série de doenças o u defeitos congênitos. Cromossomos defeituosos são responsáveis pelos casos de mongolismo E s t á nesse caso, por exemplo o m o n g o lismo — deciara Jean Rostand. — A s crianças portadoras desse defeito são assim chamadas por terem os olhos amendoados, c o m o as pessoas d a raça mongólica. Todos os q u e são afetados p o r esse mal apresentam sempre c o n siderável retardamento mental. Foi o Dr. Jerôme Lejeune q u e m , juntamente c o m o Professor Turpin, da Faculdade de Medicina d e Paris, desc o b r i u recentemente q u e há n o s mongolóides um dos cromossomos que. em vez d e ser duplo, c o m o nas pessoas normais, é triplo. Trata-se de u m a descoberta da maior importância, porq u e essa terrível moléstia ataca u m a criança em cada seiscentas que nascem. Existem também anomalias sexuais que resultam d e aberrações cromossomáticas. Em média, uma criança e m cada mil apresenta características hermafroditas, isto é, possui simultaneamente c a racterísticas masculinas e femininas. Desco- M j. m Jean logia Rostand diz que as relações entre a bioe a moral são cada vez mais intimas. briu-se q u e , em alguns casos, essas pessoas possuíam, e m vez de 46 cromossomos (23 pares), 47 o u , então, 45, sendo essa diferença, ora para mais, o r a para menos, responsável por tal anomalia. Jean Rostand d á grande ênfase aos estudos sobre os cromossomos. Afirma q u e pesquisadores norte-americanos já afirmaram que certas formas de leucemia têm o r i g e m em deficiências cromossomáticas. E pergunta: " Q u e m sabe se por esse caminho n ã o chegaremos t a m b é m a d e s c o b r i r as origens d o c â n c e r ? " Uma d e suas paixões é o jogo de xadrez, q u e absorve as suas horas livres. T e m na própria esposa uma constante parceira. Jogam longamente, enquanto o filho. François Rostand. grande matemático, toca piano para os pais. O velho sábio, d e quando e m quando, acede em fazer uma conferência, para homens d e ciência, o u e m escrever u m livro, a pedido d e uma e d i tora. Na juventude, fêz literatura, c o m o o pai e o irmão. E m 1920, publicou Le Retour des Pauvres e, depois, Pendant quon Souftre Encore, Le Mariage (um panfleto contra a "opressão do c a s a m e n t o " ) , La Dispute (com o título m u d a d o , na segunda edição, para Valère, ou (Exaspere) e, finalmente, Journal dun Caractère. A partir d a i , s ó s e o c u p o u , c o m o escritor, d e assuntos científicos. Um de seus livros, A Vida e Seus Problemas, foi editado no Brasil, e m 1943, pela Casa Editora Vecchi Ltda.. em tradução d e Lívio d e Almeida. Nessa obra, uma d a s MATRIZ: Recife -.DEPARTAMENTOS: Aracaju, Arcoverde, Belém, Belo Horizonte, Campina Grande, Caruaru, Curitiba, Fortaleza, Garanhuns, João Pessoa, Limoeiro, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís, São Paulo, Teresina, Timbaúba, Vitória e mais 13 agências urbanas. 147 BP) MJ,P>'0 X í ?.O.e£». I 4CL.4/tt,j>.<l6 O progresso científico a c a b a r á controlando, por m e i o s químicos, o comportamento h u m a n o verdade, é aquela luta desapiedada que Charles Darwin descreveu no século passado. Luta de todos contra todos, num ambiente cego e encamiçado, em que a força bruta triunfa. A biologia justifica e, de certo modo, aprova essa batalha cruel e incessante, pois nela identifica a condição primeira do progresso vital. Afinal de contas e sentimentalismos à parte, náo foi através da eliminação dos débeis, da extirpação dos inadaptados, por via da concorrência e da seleção natural, que se realizou o grande fenômeno da evolução, responsável, no espaço de alguns milhões de séculos, pelo aperfeiçoamento da nossa espécie?" Meheran Goulian e Arthur Kornberg, biólogos americanos, na mesma linha das pesquisas de Loeb, Bataillon e Jean Rostand, criaram um virus vivo no laboratório: o DNA, prodígio de partenogénese. coisas mais interessantes é a sua definição do que é o homem: — "Como todo animal superior, o homem é um agregado de muitos trilhões de células, cada uma das quais representa uma reunião de moléculas diversas. Em última análise, dá a impressão de um edifício prodigiosamente complexo de elétrons, que devem à forma particular do seu agrupamento o singular privilégio de poder afirmar a sua existência. No que toca à ordenação do pensamento, orgulho principal do homem, as peças-mestras da arquitetura biológica são constituídas pelas células do cortex cerebral, É aqui, nessa película, que se produzem as reações químicas e as transformações de energia que dão lugar ao que chamamos de consciência, da qual nada sabemos, a não ser que ela está indissolúvelmente ligada a essas reações e transformações. É aí que se elaboram as mais altas manifestações do espírito, o gênio de Sir Isaac Newton e as angústias de Blaise Pascal... Encontrem-se as células do cérebro, durante alguns minutos, privadas de oxigênio, e a consciência infalívelmente desfalece..." Ninguém, antes dele, definiu o homem de tal forma. A consciência, como as virtudes humanas, para Jean Rostand estão na dependência de fatores que náo são apenas éticos ou morais, mas igualmente orgânicos e químicos. Tendo uma vasta experiência cientifica, iniciada aos 16 anos, em 1910. quando começou a se interessar pela partenogénese, no ano de 1946 Jean Rostand conseguia conservar o sêmen animal — a semente da vida — em glicehna. Êle chegou, depois disso, a sustentar que se poderia, graças à inseminação artificial, produzir homens de gênio em série, com o sêmen humano em conserva, ou congelado. "Por esse meio — disse êle — pode-se obter cem milhões de exemplares de um grande homem." Isto no caso de seus filhos conservarem as características hereditárias responsá- 148 veis pela grandeza paterna. Jean Rostand, aos 74 anos, continua a estudar a natureza, a provocar mutações, a mudar as características sexuais dos animais, a produzir monstros da natureza e filhos sem pai. Êle diz: "Amanhã, os biólogos poderão influir na formação do embrião humano. E de tal forma que poderão ativar o desenvolvimento daqueles preciosos lobos frontais, que são a sede do que há de mais humano no homem: os centros determinantes das boas ações. Ou usaremos, ainda mais simplesmente, para ajudar o exercício da virtude, alguns produtos químicos sabiamente dosados nos laboratórios. Quem duvidará, nos dias de hoje, independentemente do preconceito filosófico sobre as relações entre o físico e o moral, de que todos os nossos sentimentos, temperamentos, estados-d'a!ma e emoções, não estejam diretamente ligados às condições de nossas secreções internas? Está na linha direta do progresso científico o controle, por meios químicos, do nosso comportamento, assim como de outros fenômenos da vida. Atualmente, com o emprego de um hormônio, de um oligo-etemento, ou até mesmo de uma vitamina, exaltamos a coragem, desenvolvemos o amor materno e acentuamos a força de vontade. Depois dos "tranqüilizantes", hoje tão numerosos, virão os produtos farmacêuticos que Chamaremos de "moralizantss". Para Jean Rostand, o homem descende de um mamífero desaparecido ^ * ontinua o bruxo de Vil!e-d'Avray: "Os amigos da virtude sempre olharam para a biologia com algum temor, como se dela nada de bom pudesse a humanidade esperar. É que o espetáculo da natureza em movimento não é de molde a confirmar, pelo menos na aparência, as nossas convicções éticas. O que vemos, na Esse rasgo darwinista, numa conferência recente, não surpreendeu os conhecedores de sua obra. Em A Vida e Seus Problemas êle já havia dito: "O problema da origem do homem foi resolvido em teoria, de uma vez por todas, pela doutrina da evolução. Não podemos hoje duvidar de que a espécie humana, como qualquer outra espécie viva, deriva de uma espécie menos complexa, a qual derivava de outra espécie ainda menos complexa e assim sucessivamente, retrogradando até os entes rudimentares das primeiras idadas". Entretanto. Jean Rostand não acredita que o homem descenda, necessariamente, do macaco. E então já escrevia: "Repete-se a miúdo que o homem descende dos símios. Essa asserção não tem sentido exato. O homem não pode descender de nenhum dos símios que vivem hoje sobre a terra. O que sabemos, ao certo, é que êle tem por antepassado um mamífero desaparecido, que devia parecer-se muito com os antropóides atuais." Isto é, que devia parecer-se com os símios de maior estatura, os macacos catarríneos e sem cauda, ou seja, com os gorílas, orangotangos e chimpanzés. Naquela conferência recente, Jean Rostand disse: Se pusermos de parte os preconceitos sentimentais, não é forçoso concluirmos que o homem deve imitar a natureza e, desse modo, sacrificar os imperativos convencionais da moral, — altruísmo, solidariedade, caridade e, numa palavra, tudo quanto de São Paulo ao Dr. Albert Schweitzer, convencionou-se chamar virtudes? No século passado, um filósofo germânico, Friedrich Nietzsche, revolucionando a velha tábua de valores, lançou um anátema contra essas virtudes, denunciando-as com o pecado biológico por excelência, inimigo de todo o progresso e de toda a grandeza. Segundo o autor de Assim Falou Zaratustra, o homem virtuoso não era senão uma fera domesticada e degenerada, um doente e um débil de espírito, um prisioneiro irremediável dos preconceitos. Condenando por inútil toda a piedade, sustentava Nietzsche que se devia ajudar os fortes a se desembaraçarem dos que tombam. Mas, na mesma época, Thomas Huxley, discípulo de Darwin, dizia que a teoria evolucionista é mora.mente perversa". Essa confissão êle a fêz a contragosto, com a lealdade do homem de ciência, que não pode sufocar a verdade, ainda que isso muito lhe custe. Um pouco mais tarde, Féiix Le Dantec fazia denúncia idêntica, dizendo que a biologia não ensina aos homens senão a detestável "lei do mais forte". Será, porém, apenas essa a mensagem da biologia? Há realmente um desacordo entre as lições dos fatos e as aspirações do nosso sentimento ? Um biólogo que cultive a moral tradicional será obrigado a dividir-se entre os anseios de seu coração e o respeito à verdade positiva?" "Essas interrogações — diz Jean Rostand — são hoje respondidas por homens de ciência de alto gabarito, por especialistas que rejeitam formaimente. em nome da própria disciplina, as conc.usões de um bio.ogismo intemperante. E, não satisfeitos em refutar o imoralismo nietzschiano, propõem até, diz Jean a gente pensa, anda, procura, fica chateada e anda e pensa e procura e fica chateada... até que u m dia a g e n t e . . . $9> 4*Jt Pão x^.0.€Sl,/rCL,4/í$ ; p.ttV Dentro de alguns anos, será fabricada a 'pílula da virtude' GARRAFA SYPHON TCHECA - o detalhe qie catenriza! Rostand, uma "moral biológica", inteiramente contrária à que se pretendia extrair da ciência da vida. Uma moral biológica que, aliás, muito se avizinha da moral comum, como nós a entendemos. Cm primeiro lugar, o biólogo de hoje compreendeu que o homem não devia buscar o seu modelo nos animais inferiores. Ao contrário devia procurar em si mesmo a sua lei. Uma lei animai, é certo, mas não igual à dos outros animais. "O homem é um ser único", disse Julian Huxley. E Simpson acrescentou: "O homem é um animal moral." E Dobzhansky: "É o senso moral do homem que o toma verdadeiramente humano". Por isso, a verdade antropológica se opõe à verdade zoológica. O homem segue a sua própria natureza, e não a natureza, em geral. Tudo o smgulariza e o distancia do grande rebanho animal. A conduta moral entra em sua definição do mesmo modo que a atitude vertical e o dom da linguagem articulada." A ciência desenvolverá a inteligência e outras qualidades do homem Fino Cristal Tcheco, com revestimento telado de metal. Cada garrafa vem acompanhada de 10 cargas de gás. "Garantimos reposição de cargas" Revendedores autorizados no varejo: S. P A U L O : Joalheria Adamo - Mappin - César Bertazzom « G U A N A B A R A : Oistrib. Fracalanza r. Miguel Couto. 42 • C U R I T I B A : r. Duque de Caxias 3 3 6 « S A L V A D O R : Pandora Decorações Ltda - Av. 7 de Setembro. 345 • R E C I F E : A Pulseira de Ouro - r. Aurora. 55 • B E L É M : Jóias Isaura Ltda. - r. João Alfredo. 345 • FORT A L E Z A : Importadora Duarte - r. Pedro Pereira. 460 • a » andar • R I B . P R E T O : ( S P ) A Modelar S. A. - r. Amador Bueno. 532 • S A N T O S : ( S P ) • r Pereira Barreto. 20 Vendas no atacado com o importador exclusivo para o Brasil: 'mar mm rossegue o famoso sábio francos: "Ser virtuoso, segundo os biólogos, consiste em utilizar corretamente as funções do cérebro, evitando que permaneçam inativas as suas células mais preciosas e mais nobres. Significa exigir o pleno emprego do ser, fazer honra à própria totalidade orgânica, elevar-se da maneira mais Completa acima da animalidade, abundar no sentido da evolução desfrutando os bens supremos recebidos das gerações anteriores, fazer com que primem as qualidades que fizeram a excelência da nossa espécie e. em suma, preferir viver no mais alto plano humano. Um estudo do desenvolvimento do ser humano mostra que êle começa afetado pelo egoísmo para chegar, por fim, ao altruísmo, à faculdade do sacrifício. O egoísmo é, portanto, um infantilismo. uma paralisação do crescimento na ordem moral, um sinal de imaturidade, qualquer coisa de semelhante à persistência dos dentes de leite ou do amolecimento da moleira. O indivíduo virtuoso é um ser maduro, o melhor de sua espécie. Representa o estado perfeito, o oposto daquelas larvas humanas que são os seres imorais. Aquisição tardia, a virtude é uma conquista, uma promoção ao estágio superior do ser. Não existe virtude sem virilidade. Bem entendido: as mulheres podem, igualmente, aspirar a essa maturidade da alma, tal qual os homens. co no ser humano. E, então, todos os homens se sentirão naturalmente inclinados ao altruísmo. Preferir o próximo a si mesmo será coisa comum: não como aquele trevo de quatro folhas, de que fala Schopenhauer, mas tão vulgar como um trevo de três folhas. E um dia não será impossível que a ciência possa intervir diretamente na evolução da virtude. Uma seleção metódica do sêmen, dirigida no sentido de afirmar as faculdades morais, já foi sugerida por alguns biólogos. Mas a sua realização levantaria graves objeçôes. Diriam muitos que estaríamos tentando criar o homem como os veterinários selecionam o gado. E provável, porém, que o códice dos elementos hereditários em breve seja finalmente decifrado e assim possamos alterar a nosso talante a estrutura mesma do "genes", nele introduzindo felizes mutações, capazes de produzir virtudes. Graças a um nivelamento no plano superior, todos atingiriam e decerto superariam o quociente moral dos melhores homens que existem em nosso tempo. Mais breve do que se pensa, surgirão as pílulas que moderarão a inveja, acalmarão a ambição, reduzirão a mania de conquistar honrarias, ou podères. Quando as "drágeas da abnegação", os "comprimidos da mansuetude". as "pastilhas de dedução" afinal chegarão ao mercado? Por enquanto, ainda não podemos dizer. Mas a ciência não tardará muito a descobrir essa técnica, a técnica de uma verdadeira alquimia espiritual, através da qual transformara o vitriolo do vício no açúcar-cande da virtude. O pensamento de tornar o homem mais humano através da química desumana tanto suscita entusiasmos como revoltas. Naturalmente, preferiríamos todos a virtude integral, natural e espontânea, a essa virtude sintética, que teremos que ir buscar nas farmácias. Mas, por certo, as formas da sociedade humana mudarão, com a aplicação da virtude, natural ou fabricada. Nenhum sistema filosófico, nenhum "parti-pris" doutrinário poderão desprezar uma vida de paciência e de sacrifício. Tudo passará: a nossa filosofia, a nossa estética, a nossa moral. E até mesmo a própria moral biológica. Mas uma dedicação continuará a ser uma dedicação, uma fidelidade será ainda uma fidelidade. Através do curso dos séculos e das transformações que eles acarretarem, o homem permanecerá- E, com êle, a virtude, condição de sua existência, essência de seu próprio ser" ..encontra tudo de mais bacaninha em estidos, malhas e lingerie nas vitrines a nova Etam. A Etam está lançando oda antes de todo m u n d o . E isso nao nada difícil para quem tem fábricas e ojas na França, Inglaterra, Alemanha, olanda etc. Você nao acha? Em latôes de leite, Jean Rostand conduz sapos e rãs por ê/e capturados em sua propriedade. Quem medita sobre a virtude sabe que o egoísmo é incompatível com a perfeita saúde do espirito. "O amor ao próximo — escreve o psicólogo De Greef — corresponde a funções delicadas mas indispensáveis do nosso equilíbrio interior." Sob este aspecto, o egoísmo é um defeito, uma carência, um sintoma. Matar em si mesmo a besta, superar a infância, fugir às nevroses — esses serão, em breve, os imperativos cardeais da moral biológica. A primeira vista, parecem pouco exigentes. Mas têm extraordinária amplitude. Fala-se hoje na pluralidade dos mundos habitados. Mas, se em algum outro planeta existirem seres como nós, eles não merecerão o nome de homens se não forem capazes de altruísmo. Mesmo que eles fossem dotados da mais alta inteligência, não seriam nossos semelhantes se não tivessem amor ao próximo. É bem verdade que ainda são débeis e rudimentares as nossas tendências inatas ao altruísmo. E que muitas vezes cedemos aos instintos de egoísmo e de domínio, mais poderosos em nós, porque mais antigos. Mas um dia virá em que aquelas nobres tendências se afirmarão vencedoras, através da hereditariedade, que as encarnará pouco a pou- • • , - -1. : éá IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO LTDA r Oscar Freire. 2428 - T 282-0486 - SP 150 . ojas Etam São Paulo Rio de Janeiro Recife Salvador Santos Campinas Porto Alegre Curitiba ™ GALEÃO OU SANTA CRUZ Em 1970 um ilustre visitante virá ao Brasil. Trata-se do Concorde, o primeiro avião supersônico a operar nas linhas comerciais do mundo. Até lá deverá estar concluído um moderno aeroporto supersônico onde o gigantesco aparelho irá aterrissar. Neste sentido, o governo federal designou uma Comissão Coordenadora do Projeto do Aeroporto Supersônico Internacional. Doze grandes firmas brasileiras e treze estrangeiras concorreram para a realização dos estudos de viabilidade da obra, cujo contrato será firmado com um dos três grandes consórcios internacionais classificados na seleção inicial. A Comissão é presidida peto Tenente-Brigadeiro Joelmar Campos de Araripe e tais estudes estão orçados em cerca de um milhão de dólares. Pesquisas feitas em todo o mundo indicam que em 1980 os 25 principais aeroportos terão um movimento superior a 20 milhões de passageiros — cerca de 120 mil por dia — grande parte dos quais viajando em aviões supersônicos. A esta altura, para ser incluído nas rotas das grandes companhias, o Brasil deverá ter, pelo menos, um aeroporto supersônico em pleno funcionamento. O avião supersônico será empregado apenas nos percursos longos, geralmente intercontinentais, dada a grande altitude em que voa — cerca de 25 mil metros — e a necessidade de economia com os gastos de operação e decolagem. Há aspectos curiosos na operação de um supersônico tipo Concorde, velocidade Mach 3. Aliás, as velocidades supersônicas não são contadas em km/h, mas pelo número Mach. Assim, com Mach 1, o avião está voando com a velocidade do som; com Mach 2 temos duas vezes a velocidade do som; acima de Mach 5 atingimos a velocidade hipersônica. Ora, se um aparelho, voando à velocidade Mach 3 quiser fazer uma curva de 15 graus de inclinação, o diâmetro desta curva será de 600 km. Se a curva fôr iniciada em São Paulo, a aeronave passará em cima de Vitória e Belo Horizonte... Além disso, os supersônicos deverão operar em qualquer tempo, exigindo sempre aeroportos descongestionados. Para o tráfego dos grandes jatos, o comprimento e a largura de pista não constituem o principal problema. Ao nível do mar, eles ne- BP> M,P>to*q.o,eci,4CL.tr BK M, UMA PISTA cessitam de 3.200 m de pista com um mínimo de 45 m de largura. Dentre os vários locais que a Comissão Coor denadora cogita para a construção do aeroporto supersônico, destacam-se: Viracopos, Santa Cruz e Galeão. Viracopos, que no momento tem 3.240 metros de pista, fica a 14 km de Campinas e 85 km de São Paulo. Sua temperatura de referência é de 24,8° C, considerada favorável, pois quanto mais alta a temperatura mais rapidamente cai o rendimento das turbinas. Não há obstrução nas cabeceiras das pistas e suas condições meteorológicas são excelentes. Analisando a possibilidade da localização do Aeroporto Supersônico em São Paulo, o Governador Abreu Sodré declara: — "Parece-me que, em se tratando de um empreendimento que deve ser fundamentalmente analisado sob critérios técnicos e econômicos, não há porque falar em reivindicações regionais. O governo de São Paulo, através de órgãos como a Secretaria de Transportes, está à disposição da Comissão Coordenadora para o que se fizer necessário. Segundo elementos que já colhemos, a título de cooperação, a localização de um aeroporto supersônico necessita levar em conta: 1 Relação com as áreas econômicas geradoras de tráfego, passageiros e carga. É importante o potencial econômico da região que gera a necessidade do transporte. 2 As pistas devem ser mais longas, os pa vimentos mais resistentes, as superfícies mais ásperas, a fim de aumentar a capacidade de frenagem dos aviões. 3 Os espaços aéreos de aproximação devem ser maiores e mais livres, destinando-se o tráfego doméstico para aeroportos secundários. 4 Facilidades para carga e descarga rápida dos aviões. 5 Abastecimento rápido, com todas as instalações embutidas nos pátios de estacionamento. 6 Múltiplas estações de passageiros. 7 Rápida comunicação com os grandes centros urbanos. 8 Uma distância razoável dos grandes centros habitados, em virtude do problema do ruído. O avião supersônico, em cruzeiro, voa a qua- se três vezes a velocidade do som. Depois da decolagem dá-se o fenômeno da formação de uma onda de choque, que caminha à frente do avião. O ruído é de tal violência, que não pode verificar se sobre área habitada. — "Com o propósito de contribuir para o levantamento de dados objetivos sobre tão importante problema, creio que Viracopos enquadra-se satisfatoriamente nas condições e requisitos de um projeto de aeroporto supersônico. No Brasil, Sao Paulo é o estado que tem a maior capacidade geradora de tráfego aéreo, seja doméstico ou internacional. Viracopos está fora das linhas domésticas de maior movimentação; situa-se em região de ondulações leves, sem obstáculos; nele não existem construções nas proximidades que possam ressentir se do ruído des aviões; a região é argi Io arenosa, com excelentes condições de suporte para o pavimento das pistas. Finalmente, não há problemas nas ligações de Viracopos a São Paula" Outro que poderá ser transformado em aeroporto supersônico é o Galeão, cuja pista de concreto mede 3300 metros por 47 de largura. Está situado a 12 quilômetros do centro urbano do Rio e sua temperatura de referência é de 29 ° C. O fato de estar muito próximo ao Rio coloca-o em posição desfavorável para grandes jatosr que na fase de desaceleração necessitam de 200 km. Também a Base Aérea de Santa Cruz está nos cálculos da Comissão. A pista de concreto tem 1.950 metros e está situada a 50 km do Rio e 320 de São Paulo. Santa Cruz tem uma das cabeceiras livres — a do lado do mar — mas a outra apresenta — a 15 km — o morro de Nova Iguaçu, que tem 900 m de altitude. Mais adiante está a ponta da serra do Mar, com altitudes maiores. Além disso, no momento. Santa Cruz é um aeroporto militar. O Governador Negrão de Lima mostra-se entusiasmado com a possibilidade da criação do Rio-Supersônico. £le argumenta: — "A nessa posição é no sentido de que a decisão técnica a ser tomada petos órgãos federais competentes não ignore os fatores que militam em favor da Guanabara. Deverá ser levada em conta uma série de razões de caráter político, econômico e financeiro. Um aeroporto não é ia um campo de pouso. Êle é parte de Reportagem de Sebastião Aguiar e Muniz Sodré • Fofo de Mituo Shiguihara um complexo. E o Rio continua sendo o complexo mais importante para receber o aeroporto supersônico. Eis algumas razões: 1 O Rio, desde a perda da capital, não recebeu qualquer compensação peta perda da situação que ostentava. Essa é uma razão de ordem política, que interessa à manutenção do status guanabarino na convivência federativa. 2 O centro administrativo e financeiro do país, ainda por muitos anos, continuará sendo o Rio. E assim permanecerá desde que, ao lado de outras facilidades de comunicação, ofereça mais essa — a de sede do futuro aeroporto supersônico. 3 O próprio aeroporto será um grande investimento, vital e necessário à economia da Guanabara, cuja posição relativa se enfraqueceu depois que a política de industrialização, de 1957 para cá, concentrou investimentos em São Paulo e no Nordeste. — "Como os estudos estão sendo realizados na esfera federal, não cabe ao Estado da Guanabara interferir na decisão das alternativas. Mas o governador está atento, e tem revelado absoluto empenho pela localização do aeroporto no Rio. O meu governo obriga-se a colaborar irrestritamente com as autoridades federais, fornecendo os recursos e as facilidades para a execução do projeto. A cooperação será total. — "Não desejo entrar no mérito técnico do problema e analisar as condições de sede do aeroporto. Saliento, por evidentes, os argumentos favoráveis à localização: a circunstância do Rio ser o centro do país; o tato de dois aero- - - -» i * ~ - Qualquer que sela a localização do futuro aeroporto supersônico, um fator terá que ser levado em conta: o ruído dos gigantescos aviões é Incompatível com os grandes aglomerados habitacionais. P>iOX^.O. ésij&U <\ portos da Guanabara poderem ser utilizados, potencialmente, como supersônicos: o Galeão e Santa Cruz. Ambos estão próximos do mar: o bang da barreira sônica dar-se-ia sobre as águas, sem criar problema urbanístico." O Tenente Brigadeiro Joelmar Araripe de Macedo, presidente da Comissão Coordenadora do Projeto do Aeroporto Supersônico Internacional, fornece alguns ciados sobre os critérios que presidirão à escolha do local. Diz êle: — "O estudo de viabilidade técnica e econômica abordará, prioritariamente, os seguintes pontos fundamentais: 1 A localização do principal aeroporto internacional do Brasil. 2 O dímensionamento do aeroporto, para atender ao tráfego aéreo previsto para os próximos 20 anos bem como ao desenvolvimento tecnológico dos grandes aviões comerciais, neste período. 3 As melhorias a serem introduzidas em outros aeroportos, objetivando complementar ao atendimento ao tráfego aéreo internacional. Quanto aos critérios que presidirão à escolha do local, posso apenas adiantar que o estudo da viabilidade visa, precisamente, identificar, ponderar e analisar as inter-relações entre os múltiplos fatores que intervém no problema. Todavia, precisamos ter em mente que o principal aeroporto internacional do Brasil representará uma peça importante no sistema aeroviário intercontinental, sem o que estaria o nosso país investindo milhões numa espécie de elefante branco. Nessas condições, os critérios que venham a ser estabelecidos terão que considerar as características do tráfego aéreo internacional, sem desprezar, entretanto, os parâmetros de todo o sistema viário nacional e os demais fatores geo-econômicos intervenientes. 1 — "Para se localizar adequadamente um aeroporto supersônico, desde que já tenha sido definida a região geográfica a ser servida, é necessário, ainda, localizá-lo topogràficamente. Esta é a tarefa mais difícil, pois, de um modo geral, os fatores em jogo são conflitantes entre si. Um aeroporto, em princípio, não pode ser muito distante do centro gerador de transporte aéreo a que serve. Por outro lado, o problema do ruído torna o aeroporto moderno incompatível com os grandes aglomerados habitacionais, hospitais, escolas e outras atividades humanas. Suas dimensões desproporcionadas tomam ainda mais difícil a escolha do local, não só face à topografia do terreno, mas também pelas vultosas desapropriações que se fazem necessárias. — "Por outro lado, a disputa entre as grandes indústrias de aviação é grande. Até o momento, em matéria de supersônicos, ganha o Concorde que estará voando comercialmente em 1970. Êle tem uma velocidade de 2330 km/h, 150 toneladas de peso, com capacidade para 140 passageiros. A Inglaterra está aprontando o Boeing 733 para o ano de 1973. Sua velocidade é de 2.900 km/h, tem 260 toneladas de peso, com capacidade para 250 passageiros. Os russos prometem o TU-144, ainda para 1970. Voará a 2.400 km/h, terá 130 toneladas, com capacidade para 120 passageiros. — "Por fim, o aeroporto supersônico não poderá ser dissociado, de maneira alguma, dos demais aeroportos convencionais. Qualquer que seja a sua localização, será necessário uma reformulação completa da infra-estrutura aeroportuária nacional. Cabe-me alertar que o problema mais importante e urgente não é o do avião supersônico propriamente dito, mas sim o dos superjatos para 500 passageiros e milhares de toneladas de carga, cujo impacto nas estações terminais de aeroportos já está provocando uma radical reformulação dos conceitos operacionais que têm ditado os projetos convencionais ainda hoje em uso." SP> AKJ,P)IO W, O. BSi, 4CL.4-jl*,p-l' 3f>> Inaugurado um novo trecho da - 050 que diminuirá em km a distância entre São Paulo e a capital do país MAIS PERTO DO MAR Vencendo etapas, a estrada se aproxima de Brasília, ligando pela rota mais curta o maior porto brasileiro a capital do país. A BR-050 passa por São Paulo e pelo maior parque industrial da América Latina, vence o interior paulista e chega ao Triângulo Mineiro. Ela não se limita, assim, a encurtar em quase 200 km a distância entre Brasília e São Paulo: também integra a economia industrial paulista a outros centros consumidores, que por sua vez retêm um potencial agropecuário cios mais importantes, exportando toda a produção de arroz de Minas Gerais e Goiás. A inauguração da ligação Uberlândia—Araguari — que, pela sua importância, reuniu o presidente da República, cr governador de Minas e altas autoridades do país — ressalta a determinação do governo federai de concluir nos prazos previstos a BR-050, ligando Santos a Brasília, segundo o programa executado pelo ministro dos Transportes, Mário Andreazza, e pelo diretor do D N E R , Eliseu Resende. O Presidente Costa e Silva, o Gov. Israel Pinheiro e o Ministio Andreazza e Rondon Pacheco chegam para a solenidade. AKJ,?>IO W.O. 6C\,ACL.^ÍI?A^ 8P> 4AJ( P>IQ X<?. 0.6SI-^CL.4/W,p.^ /V\Uto//Uí4X PEQUENA TOURING no tamanho - mas INIGUALÁVEL na EFICIÊNCIA MUta/Zli (Super) 128 x 74 x 60 mm • 540 gr Filme 35 mm - Retrato 24x 36 Objetiva ROKKOR QF f 1.8 - 40 mm de 6 elementos Obturador 51V B 1 - V 5 0 0 Foto metro incorporado, podendo-se selecionar a velocidade ou a abertura do diafragma sendo ajustado a outra componente a o fazer coincidir a agulha d o fotômetro com o marcador. A economia d o Triângulo Mineiro p a s s a a ficar melhor entrosada c o m outras regiões e c o n ô m i c a s . Esta integração é u m ad a s características da nova estrada TOURING TOURING TOURING CLUB DO BRASIL MENSAL INFORMATIVO DO PLANO U . M O I U C»W«- .<• .-3 (Popular) 124 i 73x44,9 mm -440 gr f Ame35 mm • Retrata 24x 36 AVISO AOS SÓCIOS Objetiva R O K K O R f 2.8 - 3 8 mm d e 4 elementos Obturador B 1/30 - 1/250 Fotômetro acoplado ao obturador d * programa precisa-se fazer coincidir o índex d a agulha, ajuste manual d o d i a f r a g m a com 1/30 Focalizoção rápida p a r a 3 alcances de distância Distribuidor automático e sincronização p flash O presidente da República descerra a placa comemorativa da Rokkor FAZ A OlFERENCi esta é uma Indústria que está produzindo no Bahia COMPANHIA DE CARBONOS C0L0I0AIS u cec V i s U parcial da f i b n c » de Negro de Fumo, com o ftltro de s»cos e m primeiro // Um monumento de linhas simples marca a ligação Uberland:i)--Acaguart. plano PRODUÇÃO DE: Negro de Fumo dos tipos FEF E HAF LOCALIZAÇÃO: Candeias — Bahia CAPITAL SOCIAL: NCr$ 12.000.000,00, que representam 3.243.000 ações ordinárias e 8.757.000 ações preferenciais, todas no valor de NCr$ 1,00 cada. ASSISTÊNCIA TÉCNICA DA PHILLIPS PETROLEUM COMPANY FINANCIADA PELA U.S.A.I.D. E APOIADA PELA SUDENE E B.N.D.E. OS PNEUMATICOS DO BRASIL SERÃO FABRICADOS COM 0 NEGRO DE FUMO DA BAHIA 156 CAIXAS DE SOCORRO MEDICO DE URGÊNCIA NA VIA DUTRA • A fim de lhes serem assegurados os serviços a que têm direito (inclusive socorro mecânico), queiram trazer consigo, enquanto não receberem o Talão de Pagamentos mensais, o recibo de protocolo que lhes é fornecido ao pagarem a entrada. S e m esses documentos, os sócios não poderão usufruir os referidos serviços, A o longo de toda a Rodovia Dutra, de ambos os lados e distantes uma da outra vinte quilômetros o T O U R I N G C L U B D O B R A S I L já instalou Caixas de Socorro Médico de Urgência. T r a t a - s e de mais um serviço de utilidade pública que a tradicional Entidade instituiu em favor dos automobilistas em geral. Cada uma das Caixas contém material medico-cirúrgico indispensável para socorros de urgência em casos de acidente, e um manual com indicações para uso dos materiais e medicamentos, bem como instruções sobre os cuidados que devem ser tomados de acordo com a natureza dos acidentes. As caixas são facilmente localizadas e identificadas. Às chaves se encontram e m poder da Polícia Rodoviária e nos seguintes locais: Posto Shell Senador - K m 3 9 3 - pista de S . Paulo; Posto Atlantic Bonsucesso - K 3 7 1 - pista de S . Paulo; Churrascaria Galeto de Ouro - K m 3 4 0 - pista do Rio; Posto Esso M e i a - L u a - K m 3 2 3 - pista de S . Paulo; Posto Petrominas Caçados - K m 2 3 9 - pista de S . Paulo; Posto Atlantic Soares & Cia. - K m 2 7 7 - pista do Rio; Posto Shell - K m 2 5 8 - pista do Rio; Posto Petrominas Paineiras - K m 2 4 5 pista do Rio; Posto Shell Clube dos 5 0 0 - K m 2 2 5 - pista de S . Paulo: Posto Shell Amarelinho - K m 2 0 3 - pista do Rio; Posto Atlantic - São João Pioneiro - K m 176 - pista de S . Paulo; Posto Shell - Nova Era - K m 153 - pista do Rio; Posto Fernão Dias - K m 1 3 4 - pista de S . Paulo; Posto Shell São Silvestre - K m 1 0 9 - pista de S. Paulo; Posto PetrobrásPlanalto K m 8 2 - pista de S . Paulo; Posto Esso - Dominante • T r a g a m , sempre, consigo o documento de quitação com o T O U R I N G (recibo do protocolo ou o último recibo mensal). • Registrem os seus automóveis no Serviço de Sócios do "TOURING CLUB DO BRASIL". solenidade. COMÉ1CIO UtTtAMARINO COSA S. A- O f. 1939 -TC 0 0 - 110 Df JANEItO MELHORES FOTOGRAFIAS NACIONAL O Departamento de Turismo do T O U R I N G C L U B D O BRASIL está recebendo inscrições para o seu tradicional C R U Z E I R O T U R Í S T I C O AO N O R T E , cuja partida será a 3 de julho vindouro,"a bordo do "ROSA DA F O N S E C A " , luxuoso transatlântico do Lloyde Brasileiro. O itinerário compreende: Santos - Rio de Janeiro - Vitória - Salvador - Recife - João Pessoa - Fortaleza - Belém - Santarém e Manaus no qual estão incluídos, além das vistas aos pontos turísticos locais, também refeições típicas nos melhores Clubes do Norte e Nordeste, assim como 'Shows'' - folclóricos regionais. Os interessados nessa magnífica promoção, deverão dirigir-se aos escritórios do T O U R I N G C L U B DO B R A S I L , onde lhes serão dadas informações pormenorizadas, inclusive sobre preços. Telêmetro de focalizarão rápido Disparador automático e sincronização M X p/flash Minolta = UEIEXPANSÃO 31.o CRUZEIRO TURÍSTICO AO NORTE N?51 /WUl0/fUtCL-F> TOURING TOURING Na trajetória da BR-050, uma das mais importantes radiais do sistema rodoviário brasileiro, a etapa entre Uberlândia e Araguari acaba de ser vencida. As duas cidades lideram, com Uberaba, a economia de vasta e próspera região, e estão agora mais próximas, acentuando, conforme a expressão do Governador Israel Pinheiro, a importância de Minas como eixo de convergência do fluxo comercial e da produção do Centro-Oeste brasileiro para os grandes mercados do Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Além disso, aquela ligação vem demonstrar, mais uma vez, os bons resultados alcançados na conjugação de esforços do DNER e do DER de Minas, sob a orientação do engenheiro Eduardo Bambirra. O trecho faz parte das obras delegadas pelo órgão federal ao Departamento de Estradas de Rodagem de Minas. Ao inaugurá-lo, o Ministro Andreazza deu início também ao prosseguimento das obras de asfaltamento da BR-050 a partir de Araguari, em direção a Catalão, passando pelos limites entre Minas e Goiás — obra também delegada, a ser construída com recursos do DNER e supervisão do DER, pela firma Coenge S. A. — Engenharia e Construções, que foi a responsável pela ligação Uberlândia—Araguari, trecho que teve um ano e seis meses como prazo de execução. - K m 6 - pista do Rio; Posto Atlantic - São Miguel - K m 4 4 - pista do Rio; Posto Petrominas - T i o Luiz - K m 2 0 pista de S . Paulo; Posto Shell - 13 - K m 13 - pista do R i o . São 19 os postos, distantes um dos outros 2 0 K m . 0 TOURING CLUB DO BRASIL ACHA-SE INSTALADO EM 19 CAPITAIS E CERCA DE 200 CIDADES DO TERRITÓRIO NACIONAL. 0 TÍTULO SOCIAL ASSEGURA 0 SEU PORTADOR OS MESMOS SERVIÇOS EM TODOS OS ESTADOS. BASTANDO APRESENTAR 0 ÚLTIMO RECIBO OU 0 CARNET (SE AINDA ESTIVER DENTRO DO PRIMEIRO ANO DA AQUISIÇÃO DO TÍTULO). CONSÓRCIO DE AUTOMÓVEIS 0 Consórcio de Automóveis do T.C.B. oferece e garantias. Eis algumas delas: reais vantagens mínimo de dois carros por mês, por grupo um por sorteio, os demais por lance os lances vitoriosos garantem a imediata entrega dos carros não há lance retido 5 / de equipamentos a escolha do consorciado o carro usado pode ser dado como lance conta vinculada e m banco, no qual são feitos os depósitos dos recursos coletados dos participantes, de acordo com a resolução n." 6 7 do Banco Central do Brasil. Em nossos escritórios temos pessoas habilitadas para prestar todos os esclarecimentos. Não podendo comparecer pessoalmente, solicite, por telefone, a presença de um nosso representante, em sua casa ou no seu escritório. SÃO PAULO: Rua Basiiio da Gama, 98 - tel. 35-9156 RIO DE JANEIRO: Rua das Marrecas, 27 - tels. 22-4006. 32-0331 e 42-7890 BRASÍLIA: Eixo Monumental-Esp. dos Ministérios - tels. 33-487, 33-455 e 33-477 AOS SRS. ASSOCIADOS Para que possamos atualizar nossos fichários e prestar Assistência Social mas eficiente, solicitamos aos Srs. Associados que devolvam às nossas Sedes Estaduais, Delegacias, Postos de Serviços ou Escritórios Regionais, devidamente preenchido e assinado, o formulário abaixo: NOME ) * stv) AOQ^iUAqH^V CONSÓRCIO ^ i f t V í •• H> DE MATRICULA ENDEREÇO 0 tne" \Jm t a l * RESIDÊNCIA to ENO PROFISSIONAL C\* TOURING TOURING TOURING TOURIN iWSHtf* oo„ IO* 1 1 IlilBA do *t*t° s Oi sociw* o***** TOURING 157 dP> 4A/, P>/o *°>. O. t£l, ACL . 4/4g,p.U3 APERTE O BOTÃO E OBTENHA A FOTO PERFEITA Assim é a Olympus Pen EE. Um "olho" (célula) especial, ao lado da lente, calcula a abertura e a velocidade automaticamente, com precisão. Você só precisa apertar o botão. E é muito menor que as outras máquinas, porque usa apenas a metade do formato. Bate o dobro de fotos com o mesmo rolo de filme, de 35mm. Em Preto e Branco ou a Cores, você obtém sempre a foto perfeita. Veja a Olympus Pen EE. livros Plinio: quando o sigma cresceu no terrível tempo de suástica. Os erros de um embaixador do I Reich Olympus mhEE ^Nl TOKVO Olympus Olympus Opticnl Co., Ltd., Tokyo, Japan A VENDA NAS MELHORES CASAS ESPECIALIZADAS Distribuidores Exclusivos (vendas só por atacado) COMERCIAL E IMPORTADORA TROPICAL LTDA. São Pauto - Caixa Postal N.° 6660 — M i 52-4626 Rio de Janeiro — R u a Anfilófio d e Carvalho. 29 G r u p o 1215 — 12.» andar T e l . : 22-1770 A tradução brasileira, recentemente lançada, de O /// Retch e o Brasil baseia-se no texto inglês editado pelo governo dos Estados Unidos e foi efetuada com autorização do Departamento de Estado. Os documentos são extraídos da série D, volume V da edição original. Esta resulta das pesquisas nos arquivos alemães, principalmente do Ministério do Exterior e da Chancelaria do Reich, capturados na II Guerra Mundial e microfilmados pelos aliados. A Editora Laudes, responsável pela edição em português, apresenta a matéria dentro da seguinte seqüência: * A correspondência entre Berlim e suas Embaixadas no Rio de Janeiro e em outras capitais do continente. * O que o embaixador alemão dizia a Hitler sobre o Brasil, Vargas e os integralistas. * Os brasileiros de origem alemã no sul do país, * As instruções de Hitler a seu embaixador no Rio. Nosso potencial humano e estratégico foi subestimado Dentro desse quadro, começa a mover-se, nas 160 páginas do livro, a comparsaria graúda e miúda que gravitava em torno da embaixada alemã e suas intrigas no Rio e no resto do país, nos idos de 1938. Entre outros, desfilam Gustavo Barroso, Plínio Salgado e Francisco Campos. Getúlio Vargas e Osvaldo Aranha também são citados várias vezes, mas aparecem em ângulos históricos positivos. O primeiro, desmontando preventivamente a máquina nazista de subversão e expansionismo, montada no sul do país de parceria com os integralistas. Já Osvaldo Aranha é apanhado pelo flash da História quando repelia a ousadia do Embaixador Ritter e este era obrigado a desculpar-se junto ao governo brasileiro, por ordem de Berlim . Como foi desmontada preventivamente a máquina nazista Em cada página, uma surpresa, uma atração. Totalmente n< para você que gosta de ui revista alegre, útil e atual. selecionados, artigos de seu interesse espetacular fotonovela completa, a cores, com seu artista preferido. Sétimo Céu abre um mundo novo de emoções para você. Ef isso que queremos, agradar cad< vez mais, para que você leia Sétimo Céu com bons olhos. S 6 t í m O 53 c e u A REVISTA CADA VEZ MAIS JOVEM I Aliás, esse Ritter, embaixador de carreira mas nazista convicto, resulta numa curiosa e desamparada figura histórica. Enquanto, com a maior desenvolvutra, escondia líderes nazistas procurados pelas forças armadas brasileiras, na própria embaixada alemã, encaminhava a seu governo sucessivos memorandos que refletem uma espantosa incapacidade de compreender o momento histórico que estava vivendo. Por exemplo: a tomada de posição da opinião pública brasileira em favor da causa democrática internacional parecia a Ritter, em 1938, puro reflexo "de artigos de imprensa, em sua maioria, atribuídos a judeus, 'emigres*, padres católicos irados, e a seus seguidores, alemães descontentes e desafetos". Também o potência! humano e estratégico do Brasil, para o caso de uma guerra entre o Eixo e as democracias, era grosseiramente subestimado pelo Embaixador Ritter, quando escrevia; "O único oponente militar potencial do Brasil é a Argentina. Mas o Brasil é decididamente inferior à Argentina, sob o ponto de vista militar, e continuará a sê-lo por muito tempo." Quatro anos depois dessa gafe histórica, o Brasil, lutando na Europa ao lado dos aliados, provava que Herr Ritter estava redondamente enganado. H. H. Foi assim que Carybé viu a mais moderna fábrica de produtos de cimento amianto do Brasil: 6ft Akl, ^OX^-O.tC^ftCL.^ÍipB O a u t o r d e A Sansrue-Frio assistiu a o f i l m e e x t r a í d o d e s e u f a m o s o livro, p e l a primeira vez, na s e m a n a p a s s a d a , e m Rarls quando o crime compensa Do nosso dureau em Paris. Fotos Apis. Via VARtG Truman Capote chega a Paris, com o diretor Richard Brooks, para a estreia de A Sangue-Frio. Para assistir em Paris à estréia do filme A Sangue-Frio, extraído de seu livro In Cold Blood, Truman Capote desembarcou, há dias, no Aeroporto de Orly, juntamente com o diretor Richard Brooks. O traje informal do cineasta contrastava com a elegância um tanto equívoca do escritor, pequenino, de óculos escuros, com um estranho boné enfeitado com pompom sobre a cabeça e vestindo um cosmocoat (casaco cósmico), de Cardin. Truman Capote desmente a frase feita, segundo a qual o crime não compensa. Pode não compensar para quem o pratica. E não compensou para os jovens Perry Smith e Richard Hickock, que a 15 de abril de 1959 exterminaram, no Estado de Kansas, o fazendeiro Herbert Clutter, juntamente com toda a sua família. Mas pode compensar para quem o descreva num estilo vigoroso como o de Truman Capote. No livro A Sangue-Frio èle nada inventou. Apenas reconstituiu o crime, literàriamente, com o auxílio dos próprios assassinos, a quem demorada e repetidamente entrevistou antes àâ execução. — Mas não se trata de uma simples reportagem — diz Truman Capote. — O que eu escrevi, na verdade, foi um romance. Baseado em fatos, mas um romance. Em Paris, ele escreveu há pouco um artigo, publicado na revista Paris-Match, no qual lembrou os seus contatos com os jovens assassinos. Um deles, Perry Smith. queria saber quais eram as suas qualificações literárias. Qut tinha èle escrito, até então? Já fizera alguma coisa para o cinema? MM.W no.esijKL 'r Perfeitos sósias personificam na tela os assassinos de Kansas cigarro mistura fina realmente o melhor E NÃO HÁ E X A G E R O : • Porquê os fumos sáo rigorosamente selecionados, desde a sua plantação e cultivo • Porquê os fumos são industrializados conforme as técnicas mais modernas • Porquê os fumos sáo combinados em mistura ideal após longos anos de experiência de laboratório • Porquê a produção é submetida a testes permanentes de qualidade • Porquê o cigarro é suave e uniforme, agrada ao paladar e não irrita • Porquê é o cigarro adequado ao homem e à mulher elegante • Porquê é o cigarro da juventude de ontem e de hoje. • Porquê mantém rigorosamente seus elevados padrões de gosto e apresentação • Porquê, apesar de seu baixo preço, é cigarro da mais alta qualidade • Porquê, numa só palavra, é um produto da Flórida S/A. F Á B R I C A D E C I G A R R O S F L Ó R I D A S. A. 162 FABRICANTES DE CIGARROS DE ALTA QUALIDADE Uma longa doença desenvolveu o Truman Capote lembrou-se de que trabalhara, anos antes, no argugosto do menino Truman pela leitura mento e diálogos de O Diabo Ri por Ultimo CBeat the Deva), filAinda menino, com menos de mado por John Houston na Itália, dez anos, adorava Poe, Dickcns, com Humphrey Bogart. Isso inspiMark Twain. Uma doença, aos rara confiança ao criminoso, que oito anos, prendeu-o ao leito, ledissera: "Bogart! Era o meu ator vando-o a ler incessantemente. E favorito. Vi O Tesouro de Sierra o desejo obsessivo de escrever coMadre uma porção de vezes. E meçou a dominá-lo. Um dos seus uma das coisas que me faziam gosprimeiros brinquedos apaixonantes tar do filme era aquele velho... Cofoi uma máquina datilográfica, em mo era mesmo o nome dele? Walque batia os seus primeiros escriter Houston, não? Êle representava tos. Lia cada vez mais: Oscar um garimpeiro meio doido..." Wilde, Guy de Maupassant, Henry Essa associação com o cinema James, Nathaniel Hawthorne, Gustornou as coisas mais fáceis para tave Flaubert, Jane Austen. . . E, Truman Capote. Vencer obstáainda, Tchekhov, Turguenev, Emiculos sempre foi, para êle, um ly Bronte c, por fim, Mareei estímulo. Êle mesmo se espanta Proust. Quando, aos 18 anos, com as coisas que lhe aconteceram arranjou o seu primeiro emprego, e que o transformaram em milio- Em Kansas, Truman Capote entre Scott Wilson i Robert Blake, escolhidos para na contabilidade da revista The nário, dono de um luxuosíssimo interpretar os dois assassinos Perry Smith e Richard HickocK na película. Neu* Yorker, uma das mais sofisapartamento em Manhattan, onde ticadas do mundo, ninguém ali só vivem pessoas muito ricas e tantos e tão importantes autores. poderia imaginar que conhecesse ilustres. ( O seu vizinho do lado é o Senador Robert F. Kennedy.) O reconhecimento de seus méritos literários começou quando seu A Sangue-Frio rendeu-lhe mais dinheiro e tornou-o mais conhecido do livro Other Voices, Other Rooms foi entusiàsticamente recebido pela que todas as suas obras anteriores, incluindo, mesmo, Breakfast at crítica. Mas os seus êxitos eram, quase sempre, o que os franceses Tiffany'sT que vimos no cinema com Audrey Hepburn (Bowe<?wi«/j<* de chamam de "sucessos de estima". Nada que abalasse o mundo literário Luxo'). Essas obras anteriores incluem novelas, peças de teatro, poemas, e lhe desse, uma massa considerável de leitores em todos os continentes. impressões de viagem, contos (ganhou com uma história intitulada Isso só viria realmente a acontecer com A Sangue-Trio. Vendo o filme Míriam o Prêmio O. Henry de 1939) e páginas de memórias. Além pela primeira vez — numa cabina privada de projeção da Colúmbia de ter ficado milionário, projetou-se, também, no international set. Pictures, em Paris — Truman Capote, que recusara ofertas de vários Antigamente, Capote era convidado para festas do alto mundo produtores e decidira que somente o diretor Richard Brooks poderia ser elegante, por influência de um grupo seleto de amigos, apreciadores de o intermediário entre o seu texto e o cinema, declarou: . seu talento e de sua arte de conversador espirituoso e, não raro, sarcástico. Mas, depois, passou a ser um generoso anfitrião. Das despesas de publicidade de seu livro, saiu o recente baile de máscaras que ofereceu De início, o autor achou que ao longo filme faltavam certas cenas a centenas de celebridades internacionais do grande salão do Plaza Hotel, gastando numa só noite, regada a champanha, o que muitos de seus — Ao iniciar-se o filme, vi a superfície branca da t?la se transforcolegas jamais ganharam em toda uma existência dedicada às letras. Lá mar numa estrada de rodagem sob a luz do crepúsculo. Era a rodovia estavam personalidades como Lynda Bird Johnson, chegada diretamente 50 estirando-se sob um céu chuvoso, em meio de uma campina vazia e da Casa Branca; Rose Kennedy e sua concunhada, a Princesa Lee desolada. Ao fundo do horizonte, começou a aparecer a silhueta de um Radziwill; Sr. e Sra. Henry Ford II; Princesa d'Arenberg e Condêssa ônibus da Greyhound. O ruído de seu motor aumentou e, depois, o Gianni Agnelli (do império da Fiat); Margaret Truman Daniels, filha veículo passou, rápido. A imagem mudou e, em seguida, via-se o interior do ex-presidente que sucedeu a Franklin D. Roosevelt; Alfrcd G. Vando ônibus. Um sono pesado esmagava os passageiros. A objetiva focaliderbilt; Condêssa Crespi e Sra. Stavros Niarchos, para falar só de alguns. zava Dick e Perry. . . E ia de Dick e Perry a Kansas City e, por fim, Se alguém profetizasse tal coisa, no início da carreira de Truman a Holcomb, mostrando Herbert Clutter no momento em que fazia a Capote, ninguém acreditaria. Antes de usar o nom° atual, êle se última refeição de sua vida. Depois, voltavam à tela as imagens de chamava Truman (contração de true man, isto é, de verdadeiro homem*) seus futuros executantes, que até aquele momento não o conheciam. Streckfus Persons. Em 1924, quando tinha quatro anos, sua mãe se Brooks usara a mesma técnica de contraponto, que utilizei em meu livro. iivorciou de seu pai, modesto caixeiro-viajante, para se casar com um As cenas se desenrolavam com uma fluidez notável, mas ao fim de ibastado cubano, de ascendência italiana. Truman (verdadeiro homem, algum tempo comecei a me deixar dominar pela sensação de que faltava mas não fanático) mudou de nome, adotando o do padrasto. Mas não alguma coisa na narrativa cinematográfica. Tive a impressão de que um viveu nunca em companhia deste, ficando entregue a umas tias, a quem anel metálico se apertava sobre o meu coração. Não em razão do que o novo marido de sua mãe enviava o dinheiro necessário para mantê-lo eu via e que era muito belo, mas em razão do que eu não via. Porque tal c educá-lo. e qual pormenor tinham sido omitidos? Onde estava Bobby Rupp? E Susan Kidwell? E a moça do correio e sua mãe? Quando eu pensava Isso tudo êle próprio explicou, há pouco, numa entrevista dada a nessas coisas, o filme pegou fogo e a projeção foi interrompida. Brooks uma revista norte-americana. Disse que abandonou a escola, na terceira declarou: "Não foi nada de grave. Um simples acidente." Mas um iérie, por achá-la aborrecida e por lhe darem sempre notas más. Na acidente afortunado, porque interrompeu a corrente do meu pensamento. lécada de 1930, apareceram pesquisadores sociais e pedagógicos, man"Escuta — disse-me então uma voz interior — esse filme já dura duas dados à sua cidade pelo Governo Roosevelt para aplicar testes de intehoras e não seria razoável quereres encompridá-lo. Se Brooks tivesse igêncía nos alunos das escolas. Ele, que era tido como um retardado nental, saiu desses testes com tão alto índice de inteligência que os colocado nele tudo quanto queres, o filme duraria nove horasl Não te atormentes. Aceita-o assim." Foi o que fiz e, então, senti que nadava em pesquisadores, intrigados, arranjaram meios de mandá-lo estudar em águas familiares, nas quais, de repente, me surprecnclia uma vaga turbiNova Iorque, com tudo pago. Na Universidade de Colúmbia, passou lhonante que me precipitava nas profundezas oceânicas... Depois de também brilhantemente por uma série de testes. Porquê? Porque muito rolar, cheguei a uma praia deserta... Seria eu vítima de um pesaf-èle o instinto literário despertara muito cedo e lhe dera um nível delo, ou de um simples filme? Não,,. Era vítima da brutal realidade. cultural que a escola não lhe poderia ter dado. 163 £3 Georgette Plana, cantora que encerrou a carreira obscuramente, do 150 mil discos de canções da décodo de 20, que ela regravou • Um médico chinês acaba de descobrir um método ponto da nuca. O D i á r i o d o Povo anunciou assim: em 1947, é a nova sensação francesa, vendenno ano passado. Georgette está com 50 anos. de curo para os surdos-mudos, mediante estímulos "Os surdos ouvirão o voz de Mão; os mudos vão Detetives de todo o mundo morcoram encontro em Oberlond, Conon Doyle matou seu herói Sherlock Holmes. Os peregrinos • ^.aiO^.O.eSI.^CL.^p.^ num certo aclamá-lo-" Suíça, onde, a 4 de maio de 1891, Sir vão rememorar os últimos passos do seu Arthur pastor. O mistério de Adolf Hitler continua. Para Albert Wallner, que acaba de lançar suas pesquisas, o führer morreu não em 1945, mas em 1947, e num lugar que ninguém suspeitava: o Tibé. O livro tem 500 páginas. A vida de Porfirio com um iugoslavo, Rubirosa, o p l a y b o y morto em 1965, num desastre de carro, será cinebiografada este ano Berkim Fehmiu, no papel principal. O diretor é Lewis Gilbert, que filmará em vários países. QUE VAIEM H • ALEXANDRE TAVERNE, de 62 anos, barbeiro parisiense, é o herdeiro de todos os bens do compositor Maurice Ravel, com o qual não tem nenhum parentesco. Sua mulher, Jeanne, já falecida, cuidara de um irmão de Ravel, muitos anos atrás, e o compositor fez dela sua herdeira. Jeanne não viveu bastante para ser nomeada, pois a disputa com os parentes de Ravel foi muito longa. • RINGO STARR foi o primeiro beatle a romper o retiro com o Maharishi Yoga, na índia. Depois de dez dias de meditações, Ringo começou a achar o lugar muito barulhento (havia fãs com radinho de pilha em volta do templo) e preferiu meditar sozinho, na sua mansão em Londres. i: • "PROFETA VENAL", eis como a imprensa cubana se refere a Muhammad Ali, coincidindo com a exibição, em Havana, do filme Cassius the Great, sua biografia. É que um jornalista cubano telefonou a Muhammad, pedindo-lhe uma entrevista, e este respondeu que "teria que ser breve, pois não vai me render um tostão". • A IMPRENSA BRITÂNICA condena, unanimemente, a "brutalidade extrema" dos estudantes que se manifestaram contra a guerra do Vietnã, em Grosvenor Square, e entraram em luta com a polícia. Segundo o Daily Express, os policiais foram "gentis", evitaram "usar cavalaria" e mesmo assim 117 deles saíram feridos, contra somente 44 do lado estudantil. • COCO CHANEL, aos 84 anos, procura manter a língua afiada. Numa entrevista à televisão francesa, ela falou mal de praticamente tudo e todos, incluindo um rival (Saint-Laurent, "um razoável imitador de Chanel"), a moda moderna ("a moda Mao é de gosto duvidoso por importar hábitos de uma civilização aterrorizante") e os cantores modernos ("não têm voz, não sabem cantar, não sabem compor e só querem ganhar dinheiro"). • A EDUCAÇÃO SEXUAL, obrigatória nos países nórdicos, será incluída no programa de 70 por cento das escolas americanas, dentro de dois anos. Na França, um inquérito revelou que 80% dos pais gostariam que tais cursos fossem dados a seus filhos. A tevê francesa está apresentando, com grande sucesso, o programa Zoom, no qual a mãe responde com "precisão e pudor" às perguntas de seu filho de 9 anos sobre "fatos da vida". • RUDOLPH HESS, o último dos auxiliares diretos de Hitler que ainda está preso, ocupando sozinho um cárcere em Spandau, custa 6 mil libras por ano às autoridades alemãs. Um deputado oposicionista alemão sugeriu, na tribuna, que esse dinheiro fosse poupado e que se organizasse uma "bela fuga" para Hess. • A ACADEMIA DE CIÊNCIAS de Moscou está estudando um novo princípio de aceleração, capaz de permitir a construção de máquinas com potência de um bilhão de eletronvolts. Com esta potência e segundo a forma tradicional, uma máquina não poderia ser fabricada, pois ocuparia a área equivalente à de uma cidade de 50 mil habitantes. A URSS possui uma máquina de 75 milhões de eletronvolts e seu anel de magnetos tem um quilômetro de circunferência. • CAI A MASCARA DE TUTANKAMON, o faraó egípcio cuja múmia está sendo exposta em Paris. Fotografada com raios gama, a múmia do faraó deixou escapar dois segredos: é feita de centenas de pequenas peças articuladas (e não num único bloco, como se pensava) e o rosto que oculta, o do faraó, tem uma feia cicatriz na face esquerda. • O-RETORNO AO ÉDEM, eis como o cientista Buckminster Fuller, de 72 anos, define a tendência da moda em colocar as mulheres cada vez mais despidas. No número da revista McCalCs dedicado à mulher do futuro, êle escreve: " 0 desnudamento através da moda continuará até que a mulher reconquiste o Paraíso terrestre da liberdade. A nudez geral trará uma redução dos índices de natalidade. Só quando Eva vestiu a sua folha de parreira è que começou a reprodução intensiva." • MICHAEL KAZ10V, de 42 anos, é o último laureado em filosofia pela severa Universidade de Poznan, Polônia, e ainda gaJihou a medalha Herói da Juventude em 1967 conferida por agremiações estudantis polonesas. Kaziov perdeu a vista e os dois braços durante a guerra e estudou através do alfabeto Braille, que lê com os lábios. • VIAJANTE WANG, nas redações japonesas de jornal, é toda pessoa que chega a Hong-Kong vinda da China, trazendo as mais incríveis notícias sobre Mao e sua Guarda Vermelha. 0 que êtes informam é publicado sob reserva, pois é impossível confirmar junto a fontes chinesas. A última de um viajante Wang, porém, só um jornal — o japonês de extrema-direita Tin Tin Yat Pao — teve coragem de publicar. A 2 de fevereiro, segundo o jornal, Mao teria sido derrubado por um golpe liderado por Lin Pião, raptado e executado. Isso não aconteceu porque a vigilância do Palácio onde mora Mao deteve os invasores na porta, derrotando-os. • O NÚMERO DE ANIMAIS sacrificados em testes científicos cresce todos os anos. Em 1966, só na França, foram mortos nos laboratórios dez mil cães, 500 mil ratos, 110 mil porquinhosda-índia e 10 mil macacos. • EM VEZ DE BRANCO, todas as enfermeiras inglesas vestirão roupa azul-claro, sem mangas, e um capote azul marinho nos dias frics. O azul-claro é considerado mais próprio para as funções de enfermagem, segundo os médicos que estudaram o novo uniforme. • LÂMINAS DE BARBEAR quentes são a última novidade lançada nos Estados Unidos pela Gillete. As lâminas são expulsas de um invólucro ao contato com o ar, adquirindo a temperatura que, segundo a Gillette, é a ideal para se fazer a barba. • A BULGÁRIA começa uma grande campanha nacional: "Bulgária Jovem". A Assembléia Nacional acaba de criar novas taxas de auxilio a casais com muitos filhos, ao mesmo tempo em que cobrará impostos de casais sem filhos, "por vontade própria", e dos solteiros de um modo geral. • O PRIMEIRO FILME que é, de fato, um happening vai ser projetado em Roma. Foi feito por um documentarista, Marc Bcureac, em vários países e, por motivos de censura, é de nacionalidade luxemburguesa. O filme se passa todo na festa de um rico advogado parisiense, onde aparecem Hitler, Eva Braun, vietcongues, misturados com cenas pornográficas, de campos de concentração e de guerra. Eichmann é interpretado por um ator judeu. Na França, o filme foi proibido "por fazer apologia do sadismo e do nazismo." Título: The Happening. Um lançamento em homenagem ao aniversário da dinâmica administração ANTÔNIO CARLOS MAGALHÃES Incorporação e Vendas MOTO-CINE MATA (DRIVE-IN) Construção : CONSTRUTORA ATALAIA LTDA, Instalação: 6 »WAÇÕES EMPREENDIMENTOS ELETRÔNICA ELSANCO LTDA. Resp. Técnico: Dr. Jorge Coutinho Ed. Bráulio Xavier - l l . o . s/1103 - 3-7167 Ed. Martins Catharino - gr. 3 0 3 - fone COM O APOIO DA PREFEITURA MUNICIPAL DO SALVADOR 3-7787 Ela iá está rodando as primeiras cenas de uma espetacular superprodução ítalo-soviética missão em Moscou A mais espetacular associação internacional cinematográfica — uma co-produção ítalo-soviética — contará com uma atração não menos espetacular. Cláudia Cardinale vai iniciar esse degelo, estrelando um filme que, entre outros dados surpreendentes, mostra os russos dedicados de corpo e alma a uma superprodução — A Tenda Vermelha, a história de Umberto Nobile e sua dramática expedição com o dirigível Itália ao Pólo Norte, em 1928. Embora o produtor seja o italiano Franco Cristaldi (marido da Cardinale), o diretor é o russo M i k a i 1 Kalatozov (Quando Voam as Cegonhas*), O filme será falado em inglês e o elenco inclui, entre outros, o inglês Peter Finch e os alemães Hardy Kruger e Mario Adorf. Para completar esta salada foi necessário um ano inteiro de entendimentos: Moscou leu e releu o roteiro, pesando prós e contras até concluir que tinha um bom negócio pela frente, capaz de lhe abrir melhor as portas do mercado internacional. E o seu convencimento foi táo completo que o papel principal acabou entregue a Edward Marzevich, primeiro ator do teatro estatal de Moscou, onde está habituado a declamar Tchekov e Shakespeare. Cláudia Cardinale teve de enfrentar o inverno russo para as primeiras cenas, já que o roteiro exige exteriores de Moscou a Roma. O diretor Kalatozov escolheu a Estônia para esta parte do trabalho, que, segundo as previsões mais otimistas, deverá durar muito tempo. Marzevich é o mais satisfeito do elenco: além das férias no palco, poderá dedicar-se com paixão a desempenhar o encantador papel de noivo da Cardinale. < / Fotos AP Na sua mais recente- aparição em público — a pré-estréla L 0 Dia da Coruja —, Cláudia estava acompanhada do produtor filme, Ascanlo Clcogna. Ao chegar a Taltin, na Estônia, para iniciar Franco Cristaldi, marido e produtor, as filmagens, a atriz usava boina à moda Bonnie está certo de que a união com os russos renderá bem. 167 8P> /W,»'OX^.Í3.«/^CL.4 José Severino da Silva, brasileiro, 50 quilos, é o novo campeão sul-americano de boxe, pêso-môsca. Conquistou esse título dias atrás no Ginásio Ibirapuera, em São Paulo, ao derrotar por pontos o argentino Nelson Alarcón. Desde o início da luta a superioridade de Severino revelou-se nítida e ao fim dos doze assaltos a decisão dos jurados foi unânime a seu favor. Agora, êle deverá ir a Buenos Aires, em maio, para tentar arrebatar de Horácio Acavallo o título mundial de moscas. Ainda eufórico com o resultado da luta contra Alarcón, Severino narrou ao repórter Henrique Nunes todos os lances do combate que lhe valeu o título sul-americano. Nesta descrição os detalhes técnicos, os golpes certeiros, as defesas repentinas misturam-se ao lado humano de uma luta de boxe: aqueles angustiosos momentos de espera que antecedem o soar do gongo. 0 brasileiro José Severino, novo campeio sul-americano de boxe na categoria de pesos-môscas, narra os 12 rounds da sua vitória COMO CONQUISTEI MEU TITULO Fotos de C\nira Arruda N m o *v 7s. ' • • - - • . O ^ ^ - 3HB» EM sei quem foi, mas um sujeito da Federação Paulista de Pugilismo chegou à porta do camarim e me disse: "Severino, agora é a sua vez de mostrar quem é o legítimo campeão sulamericano." Assim, como se bastasse eu subir ao ringue e ser aclamado. E não era nada simples, não. Eu é que sabia. Nem mesmo Kid Jofre — êle é o técnico — andando ao meu lado, e a torcida gritando meu nome faziam esquecer que dali a pouco eu teria um adversário perigoso pela frente, e que então estaríamos apenas eu e éle, um contra o outro, numa luta infernal, em que toda a habilidade e treinamento acumulados em anos a fio de suor e dedicação seriam postos à prova. Uma prova final, que, vencida, poderia me levar a enfrentar Horácio Acavallo pelo título mundial. Mas agora não era a vez de Acavallo. Era a vez de Nelson Hugo Alarcón, que já me derrotara em Buenos Aires, em 1966. Não que eu tenha perdido realmente aquela luta, mas os juizes deram mais pontos a êle. Eram todos argentinos, não houve nem discussão. Estavam tocando os hinos brasileiro e argentino. Quando acabou, o juiz Wladimir Baricelli nos chamou ao centro do ringue, para as explicações de praxe, e aí voltamos ao canto. É o momento mais terrível de qualquer luta, aquele em que a gence fica aguardando a batida inicial do gongo. Lernbrei-me de Toninha — Toninha é minha esposa —, e de todos os anos que ela passou pedindo-me para não lutar, dizendo que não valia a pena ficar por aí dando e levando socos, para não ganhar nada a não • » cicatrizes. Olhei para ela, Toninha estava na primeira fila, apertando as mãos, disfarçando a aflição. Eu sabia que ela estava aflita, meu pai também, ao lado dela. Aí o gongo tocou: começava a luta. PRIMEIRO ROUND Momento decisivo: Severino golpeia com precisão. 0 argentino Alarcón ainda tenta reagir, mas está apenas queimando os últimos cartuchos. A luta aproxima-se do fim. Vai nascer um novo campeéo. É uma gentileza meio besta, o cumprimento que a gente troca no centro do ringue, no início da luta, antes de começar a bater um no outro, mas é comum no pugilismo e ninguém deixa de cumprimentar o adversário. Alarcón, à minha frente, era uma massa enorme — todo mundo cresce quando está de braços erguidos e mãos fechadas — e que durante 36 minutos — os 3 minutos de cada um dos 12 rounds — tentaria me nocautear, Pois bem, eu também ia tentar. Fiquei estudando-o, lancei alguns jabs de esquerda, não acertei nenhum. Êle se guardava bem, mas senti que eu estava na ofensiva, e êle se defendendo. Não trocamos golpes, o primeiro round escoou rápido, terminou e comecei a pensar que talvez a luta não apresentasse muitos problemas. Mas não poderia facilitar, o argentino é manhoso: éle também estava me estudando. SEGUNDO ROUND Um minuto de intervalo. A gente nem sente esse minuto. Os três minutos de luta parecem três horas. Todo pugilista diz isso. E é verdade, é mais verdade ainda quando se está perdendo. Mas, naquele minuto, enquanto o Kid me recomendava calma, dizia onde ir colocando os golpes e buscando precisão, eu pensava em meu filho. Ricardo José está com dois anos, e su sabia que naquele' exato momento êle estava dormindo na casa de meu sogro, na Vila Schmidt, em Itaberaba. Deixei-o lá, antes de vir para o Ibirapuera. Uma perua foi nos buscar às sete e meia, demoramos uma hora pelo trânsito da cidade. Ricardo me perguntou, na despedida: "Papai, você vai ganhar?" £ eu respondi que ia, sim. Não podia perder. Eu e Alarcón levantamo-nos ao mesmo tempo, como se estivéssemos assustados com a nova batida do gongo. Nesse segundo round empenhamo-nos mais. Eu cruzava seguidamente com a direita, e Alarcón desviava-se para os lados, com um bom jogo de pernas. Êle se desloca muito. é difícil acertá-lo. Persisti nos golpes, o que eu queria realmente era diminuir a distância entre nós. para poder bater de cheio. O diabo é que bater num sujeito que sabe brigar não é o mesmo que socar o saco de areia. Se a gente bate. tem de estar preparado para se defender, e isso impõe mais cuidados. Mas consegui fazer Alarcón ficar próximo, e terminamos o round trocando bons golpes. Nenhum definitivo. Mas já estava esquentando. TERCEIRO ROUND Lá na Vila Schmidt todo mundo me olha com respeito. Não é por eu saber brigar, não, que pugilista não pode brigar na rua. Mas sou respeitado, aquela é umá gente simples que forma multidão à f.ente de minha casa quando, por 169 B9> Mi, %>0 W.O.&Zi./tCL.^jV A técnica do argentino não resistiu ã agressividade de Severino, que garra exemplo, lá vai o carro de algum jornal e os repórteres ficam para o cafezinho e para a entrevista. Meu pai, o Seu João, quando isso acontece, sempre faz questão de oferecer saque aos visitantes. Pegou esse hábito desde que fui ao Japão e enfrentei o Takeshe Nakamura. Na volta, trouxe-lhe saque. Foi uma festa. O Seu João quer aprender agora a fermentar o arroz, fazer êle mesmo o saque em vez de comprá-lo feito. Mas não sei se êle vai acertar. Duros golpes no estômago. Era o terceiro assalto, mais violento do que o segundo. É sempre nesse assalto que a gente tenta ganhar, bater de verdade, fazer o adversário fraquejar. Fiquei sem fôlego, estendi o braço, senti que Alarcón tinha levado a dele, mas aí êle revidou com vontade, me acertou a cabeça, com a direita. É a sua melhor arma, aquela direita. Se acerta firma é difícil de agüentar. Cruzei também com a direita, e depois ainda lhe acertei uma série de jabs no rosto. Alarcón suava, mas era por animação, não estava nem um pingo derrotado. Estava animado, sentindo o combate. Eu sabia que êle voltaria mais perigoso no quarto assalto. QUARTO ROUND É engraçado: eu tinha onze anos e trabalhava na roça, lá em Pernambuco. Em Bezerros, uma cidadezinha vizinha a Caruaru. Em Pernambuco a gente trabalha desde criança, todos precisam ajudar no sustento. Eu nunca poderia imaginar que seria um pugilista, e que disputaria títulos. Esta vida é mesmo engraçada. Só comecei a treinar aos vinte anos, tarde demais, como me diziam os técnicos. Faz seis anos isso, e nesse tempo lutei 54 vezes: 25 como amador, 29 como profissional. Destas, ganhei 23, empatei < e perdi 2 contra o Nakamura e contra esse mesmo Alarcón que está no outro canto. Cada luta é como a primeira. Todo round é sempre um início. A gente tem de começar tudo de novo, em cada assalto. Alarcón saltou de seu canto pulando bastante, móvel e elástico como uma idéia que a gente não consegue pensar. Êle movimentava bem os braços, tentava me acertar o fígado. Guardei-me bem guardado, não deixei que chegasse muito perto. O Kid tinha me dito: "Não vá atrás dele, não adianta, você só vai se cansar. Cerque-o." Era o que eu estava tentando fazer. Levá-lo às cordas, cercá-io. Quando o consegui, pude colocar bons golpes dentro de sua guarda. Especialmente no rosto. Era isso que eu estava fazendo quando soou o gongo. QUINTO ROUND De Ue agora em diante, você assiste programa que você quer. Quando quer. Onde quer. Sem ficar frustrado, nem forçar ninguém a ver o que não quer: Telefunken apresenta o televisor individual, que põe fim às guerrinhas domésticas. A tela é de 41 cm. Caixa de madeira. Um TV completo, mas compacto. Pra pouca gente ver. Em pequenos ambientes. Visite um revendedor e ouça, veja o novo TV TELEFUNKEN. É o televisor individual. O Pacificador Vinte e nove lutas como profissional. Acho que ganhei uns seis ou sete milhões de cruzeiros (velhos), no total. Quase nada, e a maior parte veio das duas lutas em Tóquio: uns 2.400 dólares. E a luta em Buenos Aires rendeu um m i lhão. Esta de hoje vai dar 800 cruzeiros novos. Está fixado no contrato. Se eu quisesse viver do pugilismo, ia morrer de fome. Só deu mesmo para pagar a entrada da compra de minha casa em Itaberaba. Toninha sempre me dizia: " ô , Zuca, você fica se estragando de graça, é melhor largar dessa mania e se contentar com o emprego na COBRAFE, onde sou calculista e datilografo. Nunca larguei o boxe, ela é que parece ter mudado de opinião. Continuei seguindo as instruções de Kid. Êle sabia o que dizia. Soltei os braços em cima do Alarcón, mas a verdade é que não acertei muito. 0 argentino ficou na defensiva, apenas contragolpeando e me abraçando para evitar um cast go maior. Kíd é assim: o que êle fala, se a gente segue, dá certo. Mas é preciso dosar a ener6 a, não acabar com a força no início e ficar sem t a para os assaltos finais. SEXTO ROUND TELEFUNKEN é outra categoria Rua Aurora, 730. Lembro-me perfeitamente do derêço. Era uma papelaria, e eu, que trabalhava de office-boy na Eletromar, sempre ia lá a serviço. Um prédio pequeno, velho, em que o teto era o assoalho do pavimento superior. E, sempre que ia lá, eu sentia que o mundo estava & abando, parecia que o prédio ia cair. Um dia Perguntei ao cara da papelaria o que era aquela barulheira no andar de cima, e êle me contou que afi funcionava uma academia de boxe. A academia de boxe do Manuel Soares. Os pugilistas treinavam corda o dia inteiro. E o prédio tremia. Foi assim que descobri a existência do boxe. Alarcón não está com o mesmo ritmo dos primeiros assaltos. Está ficando cansado, sua cabeça está mais baixa. Isso é proibido. O combate vai ser meu. Golpeio com a direita e a esquerda, uma variação danada de golpes, mas se não tomar cuidado êle ainda pode me acertar com a cabeça. Recuo um pouco, agora solto-lhe um direito no rosto, êle se protege. Bato-lhe no fígado — este êle sentiu. Mas está se mantendo muito bem, não quer se dar por vencido, e faz aquilo que todo mundo teme: contra-ataca com toda a energia, com um pouco de desespero. Eu recuo, cedo espaço, vou maneirando, e o round termina. SÉTIMO ROUND Caracu Box Club, era o nome o'icíal da academia do Manuel Soares. O que aprendi no início, aprendi com êle. Foi muito, bastou inclusive para obter o título brasileiro. Só que tive de mudar de caõagoria. Eu era galo, desci para mosca, para controlar o peso. Foi a melhor coisa que fiz. A outra coisa boa em minha carreira foi mudar para a academia do Kid Jofre, por recomendação do próprio Manuel Soares. Kid alterou meu jogo, alterou para melhor, tanto que passei a fazer combates com pessoal do ranking mundial. E a^ora estou disputando o título sul-americano. Alarcón está mesmo ficando cansado. Doulhe cruzado com a direita, na cabeça, e com a mesma mão golpeio de baixo para cima, mas sempre na cabeça. Kid me disse para fazer isso, estou fazendo. A cabeça de Alarcón sacode, agora também o público já acredita que estou ganhando. Alarcón quer fugir, e foge me agarrando, o juiz está toda hera nes separando. O argentino é esperto, porém, e estou perdendo muitos de meus golpes. Êle dá um show de saídas e esquivas nas cordas, acho que perdi mais da matade dos golpes que desferi. Mas estou ganhando. OITAVO ROUND O boxe é ingrato. Naquela viagem ao Japão tive de pagar tudo, as despesas são enormes, e o que sobra é apenas isso: uma sobra. Queria levar a Toninha, mas pensei direito e não levei. Já tinha a compra da casa em meus planos, precisava economizar. Quando se é pobre, a genDona Toninha — esposa de Severino — fem assistido com coragem aos combates do manoo. -'22. te passa mais tempo economizando do que ganhando dinheiro, e sempre preocupado com as contas. Mas, de qualquer forma, ainda é melhor do que a roça em Bezerros. Acho que as coisas estão ficando pretas para o argentino. Cerco-o, e êle não consegue escapar, bato-lhe, e êle não consegue se esquivar. Mas o diabo agora contragolpeou, me acertou justo o fígado. Senti a pancada, mas o negócio é não demonstrar. A gente fica firme e o adversário fica em dúvida. É a tática. Agora a platéia está gritando outra vez: acertei de cheio o queixo dele, que tremeu inteiro. Só que êle me segura, para evitar o nocaute, e o round termina. NONO ROUND Lá onde trabalho, o pessoal é legal mesmo. Todos torcem por mim, me incentivam, me dão facilidades para o treinamento. Antes de uma luta a gente passa duas semanas treinando com sparring, em vez do treinamento normal com saco de areia e punching-ball. O diretor da empresa, Sr. João Breviglieri, sempre me dá licença de quinze dias, e o gerente, Sr. Roberto Andréa Patava, chega a ir me buscar de carro em casa, para me levar ao médico e à academia. O argentino defende-se como pode, mas dá sinal de que está sofrendo o castigo. Êle recua, ergue os braços, abaixa o corpo, e me acerta um golpe baixo, o desgraçado. Reclamei ao juiz, Wladimir parou o combate. — Que foi, Severino? — Golpe baixo, seu j u i z . . . Wladímir chama a atenção de Alarcón, a luta prossegue, em ritmo acelerado, o argentino parece que está se agigantando outra vez. Sinto que até o público está preocupado, porque está em silêncio. O round termina, começam os sussurros. Lá embaixo, Toninha rói as unhas. DÉCIMO ROUND Depois desta luta terei de reiniciar o treinamento. É puxado o negócio: 40 minutos de manhã, na pista do Pacaembu, fazendo footing, duas horas à tarde, na academia, com o saco de areia, a corda, o punching-ball, "sombra" e ginástica de solo e em pé. Se nada falhar, antes de ir ao Acavallo, terei de enfrentar o campeão colombiano, Mário de León, em 31 de abril. O titulo mundial poderá vir em fins de maio, começos de junho. Vamos ver. Fiz hora no décimo assalto: queria reservar energias para os dois ú'timos. os decisivos. Fiquei parado, e acho que perdi na contagem. Mas também não levei nenhum golpe sério. Os últimos Deis minutos de luta é que serão para valer. DÉCIMO PRIMEIRO ROUND Toninha ficou olhando para mim : muito séria, e meu pai ergueu o polegar para me incentivar. Ali, parado em meu canto, pressentia a dureza dos assaltos finais. A expectativa de ganhar no fim, por nocaute, o medo de perder tudo numa bobeada, jogando fora o esforço de meia hora de pancadaria. Mas eu sabia o que tinha de fazer, e o Kid lembrou outra vez: saia batendo. Saí batendo, golpeando sem dó; sem me descuidar também. A'arcón sentiu o efeito, nem teve chance de me segurar como tinha feito antes. Bati como quis, e a platéia delirava, todos de pé, gritando meu nome, gritando Severino é o campeão, continua assim que você o derruba! Nem sei o que mais eles gritavam. Só sei que o Alarcón também é um autêntico campeão. Não se entregou em momento algum, conseguiu revidar muito. Foi o assalto mais movimentado do combate, e a luta e?tava praticamente decidida. DÉCIMO SEGUNDO ROUND I è A prefeitura asfaltou a minha rua, lá na Vila Schmidt, no ano passado. Fiquei muito sati:feito. Antes, quando chovia, era só barro, a gente afundava até os calcanhares. Agora não, está uma beleza. Nos finsde-semana, quando não treino, fico em casa. Gosto de cuidar do jardinzinho, regar as plantas, ver aquilo crescendo como gente viva. Alarcón está batido. Sinto isso. Êle golpeia, mas está apenas queimando os últimos cartuchos. Reanimo-me, vou ganhar, basta um esforço maior agora. Sinto as pernas leves, os braços se estendem com facilidade, e a cada momento acelero mais o ritmo do combate. Esta vai ser por pontos, o nocaute não foi possível, nem vai sair. Mas continuo batendo, e Alarcón continua se defendendo. A multidão grita, e grita, e grita, mas não dá para entender nada. Só dá para ouvir o gongo encerrando a luta. Falta a decisão do: juízas. Mas não tenho dúvidas: Eu, José Severino da Silva, sou o novo campeão sul-americano de boxe, na categoria de pêso-môsca. 171 170 O IVIUIMDO EIVI W MVOtf.O.èSXfiCLAJte,: Todos são atendidos nos hospitais do Vietnã No Vietnã do Sul, os médicos civis e militares enfrentam uma situação que dia a dia se torna mais dramática: a falta de leitos para os feridos, nos hospitais. Neste ambulatório de Danang, dois rapazes compartilham a mesma cama, enquanto uma 3.* pessoa aguarda a sua vez. O atendimento aos feridos prossegue, mesmo quando se trata de vietcongues, como os jovens desta foto. ' > Há um pequeno varão na família de Eusébio Já hà um herdeiro para o trono do melhor craque de futebol da Europa: o primeiro filho do famoso Eusébio nasceu hé dias, numa maternidade de Lisboa. Houve grande festa no Benfica. 0 discutido gesto do bailarino Nureiev Marcelo e Sofia recordam o tango de Valentino Na semana passada, Marcelo Mastroiani reviveu diante das câmaras da televisão italiana algumas cenas da comédia musical Rudy (biografia teatral de Rodolfo Valentino), por ê/e interpretada hà dois anos na Broadway. A célebre cena do tango foi recriada com uma sensacional atração a mais: a presença de Sofia Loren. Esta fotografia causa polêmica na Inglaterra. De acordo com as normas protocolares, o bailarino Rudolf Nureiev tinha, ou não, o direito de segurar no braço da Princesa Margaret, para ajudá-la a descer um lance de escadas? O fato aconteceu após uma visita da princesa, dias atrás, à Real Academia de Dança, em Knightsbridge, Londres. Ao fundo, Margot Fonteyn. 0 apelo de Onganía à sua equipe de governo Mármore de Carrara para Bruno Giorgi Reunido, há dias, nas proximidades de Buenos Aires com as mais destacadas autoridades de seu governo, o Presidente Onganía, da Argentina, solicitou de todos o máximo empenho no cumprimento de suas funções. Cerca de duzentas pessoas acompanharam a fala do general, *cu/'a maior preocupação á restabelecer a ordem em seu paia* Na cidade italiana de Carrara, o famoso escultor Bruno Giorgi conduz um bloco de mármore que lhe servirá de matéria-prima para novas obras artísticas. Esses trabalhos se destinam para a sede de MANCHETE, cujo novo prédio está sendo concluído no Rio de Janeiro. 172 173 w to>,?>,o*ct.o.e!S ?'•:<*:•: /£>CL -4te P ,^í *' » V \ * <-* um^o no.esiMiMi^^ O casal partiu em lua-de-mel para Punta dei Este, depois deve ir à Bahia e já tem viagem marcada para os Estados Unidos, em junho amor a primeira vista! A/o casamento civil, assistido apenas pelos lamiliares, os noivos, muito alegres, comportaram-se o tempo todo como um casal de namorados. Realmente nossos produtos apaixonam... e dispensam enfeites, pois a t r a e m pela s u a qualidade, durabilidade, utilidade e beleza. Exija, s e m p r e a m a r c a m a i s procurada Quanto mais usadas, melhor e mais gostosas de serem usadas. Fim Camisas Torre: seis tamanhos de manga para cada número de colarinho, um deles exatamente o seu. 390 • 3 TZsfnatuTdn ra da assinatura *«*»"»*>.* * * Carlos de clnza-escuro. A/a do hvro o noivo ficou sério, mas a noiva sorria te oire camisas 173 CONFECCIONADAS COM TECIDO DE ALGODÃO 'JANFORIZADO' Com a colaboração da Sudene e BNB - Cann DO PRÓPRIO COTONIFJCIO DA TORRE S A 3P> AAjfP>toX^.O.-e5hACL-4-'- - <38 © casal Atanásio vai fixar residência em Porto .Alegre, onde pretende ser feliz pelo resto da rida, "com uns dois ou três filhos, no máximo" À toJ 4tA TV Gaúcha dá mais um grande salto A opinião de todos Que a vêem é de que leda está hoie mais bonita ainda do aue no tempo em que foi miss. Bonita e elegante. Entre os padrinhos estavam o governador do Rio Grande do Sul e Sra. Peracchi Barcelos, o ex-Governador e Sra. lido Meneghetti — do qual José Carlos foi oficial de gabinete, e a Sra. Maria Teresa Goulart com seu filho João Vicente, representando o pai. D. Maria Teresa é muito amiga de leda, tendo interferido para que sua família ficasse com ela nos Estados Unidos, durante o reinado da Miss Universo No dia do casamento civil, leda disse que se candidataria novamente a Miss Brasil, "pela experiência, sem saber se seria ou não eleita", mas José Carlos afirma que, se tiverem uma filha, ela não acompanhará o exemplo, "por pena do noivo". A Sr. Ana Maria Cunha, brasileira residente em Miami e que foi sua acompanhante durante o concurso de Miss Universo, veio ao Brasil somente para o casamento. Na véspera do casamento, para diminuir o nervosismo, passaram o dia passeando. ARRANC Gaúcha muito mais! 1 2 3 4 - As fabulosas novelas da Rede Excelsior de Televisão. Novas séries filmadas, consagradas em todo o mundo. Os shows maiorais da televisão brasileira. Os melhores programas ao vivo: desfile constante de cartazes nacionais e internacionais. Cobertura tele-jornalística total: aconteceu, vai logo para o vídeo. 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VIVEM BATEWPO ME &SSA ME MAÕ A fO^ÇHJE ~r^ Stl } n?OF£S<ÔfcA DOÇ *KA£»L&lKo£ roMTPMgülK MA ^OPMAÇAO De UMA COUTURA AUTENTICAMENTE N/AClOWAL , . . TEM BWTRCI^TADO A BORWCE PA CE(sà^Ul?A OS M E A M P P O S TORTUOSOS PROFESSORA PERGUWTA T E M UMA POUTTICA PPO&UE M A S 4^S E l DA DISTRIBUIÇÃO ^OM?fóMtTIDA, ^ PRESSÃO t>OÇ CRAWDEC TCuSTES WOôU, M AS C o ^ T t W ü A M MEA lMroMpPE£WÍAO J A ' £*9eM Q O E E ^ VÃO S£1 , PO* Q t t FICAM EU PeVIA AMü &M7AO Dfe\/EP.l A PA^AP PôP AMwAL, E^TOU PE MoT l G U ( t > A P £ , MA' DfZ NESTA AWO< ESCOLA / . . . DO I M C , A COCA lORTA DOS / CPUTlCOS PEAGütOARtO^ A PA os ESTI M O L - A ' - U O S , PEPGUMTA^O?' BuK-OíTtsAciA KAPIÍ\AMA &XPOK.TACAD . - OUTROS C O M ^ E & U E M T E Í * MAMOT*At>A£ TOt>0 WA VIOA POl>E EU ME^Mü, WAO . PPdôiKII?£ MEWO* 9 d t TEKJHü H A 'III !Í! E O MVMDO EU . S o ' PE*$E<5U1ÇÃ"0 Í O " PORQUE &U t>RlMCA'plÜí> ' £ <rorv\ es^As. 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