55 cientistas, na reunião da SBPC, de apresentarem as suas criatividades assim demonstrando as autoridades locais, como era um congresso científico de alto padrão. Em 1957, Maurício da Rocha e Silva, no auge de sua carreira, foi convidado a lecionar na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, deixando a saudade de seu dinamismo no Instituto Biológico. Agradecemos a colaboração de Eli Carvalho Rosa e Márcia Maria Rebouças do CCTC do Instituto Biológico. Bibliografia CENTRO DE MEMÓRIA DO INSTITUTO BIOLÓGICO – Coleção Maurício Oscar da Rocha e Silva. RIBEIRO, M.A.R. História, Ciência e Tecnologia – 70 anos do Instituto Biológico de São Paulo na Defesa da Agricultura 1927-1997. São Paulo: 1997. 284p. VALLE, J.R.A Farmacologia no Brasil - antecedentes e perspectivas. São Paulo: Publicação da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, 1978. 288p. ROCHA E SILVA, M.I. (Org.). Maurício Oscar da Rocha e Silva: o homem e suas circunstâncias. São Paulo: Lato Senso, 2005. 232p. Maria Maia Braggio, Harry Léo Wysocki Júnior, Mitsue Haraguchi Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal Instituto Biológico Foto da revista Médicos que homenageia os dez mais conceituados cientistas brasileiros do século XX. Essa escolha foi feita pelo Conselho de Medicina, consultando todos os médicos brasileiros. SYLVIA OLIVEIRA ANDRADE DE ORNELLAS Pesquisadora em química de proteínas, sendo a primeira aplicar cromatografia em papel no Brasil. Empregou diversas técnicas cromatográficas no material bruto no qual continha a bradicinina e finalmente em 1955 com o uso de resina de troca iônica foi obtida a substância pura, altamente ativa. Coordenou os estudos sobre as plantas tóxicas no Estado de São Paulo para animais domésticos. Nasceu na Cidade de Campinas, SP, em 17 de abril de 1921. Após terminar os cursos fundamentais, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo graduando-se em Química, no ano de 1941. Em maio de 1943, foi convidada como assistente pelo recém nomeado chefe da Seção de Bioquímica e Farmacodinâmica do Instituto Biológico, o Pesquisador Maurício da Rocha e Silva, pela sua inteligência e serenidade. Através dos ensinamentos transmitidos por esse pesquisador, tornou-se uma promissora pesquisadora em química de proteínas, sendo a primeira aplicar cromatografia em papel no Brasil. Trabalhou arduamente na purificação do material bruto da bradicinina empregando diversas técnicas cromatográficas e finalmente em 1955 com o uso de uma resina de troca iônica foi obtida a substância pura e altamente ativa cujos resultados foram publicados no Biochemical Journal, revista internacional Biológico, São Paulo, v.69, n.1, p.49-57, jan./jun., 2007 56 11 1) Juvenal Ricardo Meyer, 2) A. A. Bitancourt, visitante, 3) Genésio Pacheco, 4) Paulo da Cunha Nóbrega, 5) Adopho Martins Penha, 6) Tsugui Tomioka Nilsson, 7) Regina E. de M. Amaral, 8) Silvia Oliveira Andrade Ornellas, 9) V. Victória Rossetti, 10) Mário D’Apice, 11) E. Trapp, 12) Anderson C. de Andrade, 13) F. Pereira Lima, 14) Maria Brasil, 15) ”Coronel”, 16) Cyro Troise, 17) M. J. Mello, 18) Antonio Orlando, 19) Maria Raphaela Musumecci, 20) C. A. Campaci, 21) Tauba G.Abuab, 22) Romeu Macruz, 23) José Cavalcante de Queiroz, 24) Ayama D. Caldas, 25) Oswaldo Giannotti, 26) K. M. Silberschmith, 27) Antonietta Pigatti, 28) Durval de Mello, 29) Carlos Alberto Santa Rosa, 30) Cybele P. V. Pimenta, 31) Odete Wegmuller, 32) Gilda M. M. Fazio, 33) Esmeralda J. R. Mello, 34) Nelson Monici, 35) Elizabeth L. Holzhcke, 36) Marly de grande impacto. A partir desta data, teve início a história da bradicinina com o pesquisador e Dr. Maurício da Rocha e Silva, através de várias publicações em revistas, livros, congressos e simpósios. Outra abordagem da pesquisadora foi sobre o estudo da dicumarina, substância contida no trevo doce (Melilotus alba e M. officinalis) responsável por uma doença hemorrágica em bovinos. A substância era de grande importância para a medicina veterinária principalmente nos países onde se adotava a silagem de forragem. Na época, o princípio hemorrágico responsável, a dicumarina, estava sendo muito usado na medicina humana no tratamento preventivo e curativo de doenças tromboplásticas. Dada a importância para a medicina veterinária e para terapêutica humana, às experiências com a dicumarina em animais de laboratório foram realizados imediatamente no Brasil. Em 1957, o Dr. Maurício da Rocha e Silva assumiu a cátedra de Farmacologia na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, SP, quando, então, a Dra. Sylvia passou a ser a chefe da Seção de Bioquímica e Farmacodinâmica. Empenhou seus esforços para os estudos sobre as plantas tóxicas nocivas ao rebanho, realizando levantamento da distribuição geográfica no Estado de São Paulo de algumas plantas tóxicas. Este estudo teve como objetivo estabelecer a correlação entre a incidência de doenças hemorrágicas e de fotossensibilização dos bovinos e a presença dessas plantas, principalmente, nas pastagens recém abertas pela expansão da atividade pecuária, nas quais predominavam plantas ativas. O levantamento das plantas nocivas à criação envolvia o estudo da literatura sobre plantas tóxicas, a verificação do material coletado por meio de teste de toxidez, o isolamento e a identificação dos princípios ativos além do seu estudo farmacológico. O avanço da pecuária para regiões de pastagens naturais trouxe a necessidade de se conhecerem os efeitos de diversas plantas nativas sobre os bovinos, em decorrência da freqüência de mortes por intoxicações do gado. Biológico, São Paulo, v.69, n.1, p.49-57, jan./jun., 2007 57 Na década de 60 foi firmado um convênio entre a Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, para o desenvolvimento do projeto “Estudos das plantas tóxicas do Estado de São Paulo para animais domésticos”, cujos resultados de seus trabalhos foram divulgados em eventos científicos e publicados em revistas nacionais e internacionais. Em 10 de março de 1979, a Dra Sylvia se aposenta deixando sua brilhante contribuição para a comunidade científica e a nossa sociedade. Agradecemos aos familiares, Eli Carvalho Rosa do NETC e Márcia Maria Rebouças e ao Centro de Memória do CCTC do Instituto Biológico. Bibliografia CENTRO DE MEMÓRIA DO INSTITUTO BIOLÓGICO. Coleção Sylvia Oliveira Andrade de Ornellas RIBEIRO, M.A.R. História, ciência e tecnologia – 70 anos do Instituto Biológico de São Paulo na DE FESA DA AGRICULTURA 1927 -1997. São Paulo: 1997. 284p. ROCHA E SILVA, M.I. (Org.) - Maurício Oscar da Rocha e Silva: o homem e suas circunstâncias. São Paulo: Lato Senso, 2005. 232p. Maria Maia Braggio, Harry Léo Wysocki Júnior, Mitsue Haraguchi Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal Instituto Biológico Levantamento da distribuição geográfica das plantas tóxicas no Estado de São Paulo em 1968. Biológico, São Paulo, v.69, n.1, p.49-57, jan./jun., 2007