SISTEMAS OPERACIONAIS Quem está acostumado a instalar programas no Windows sabe que deve procurar pelo instalador do aplicativo, geralmente algum arquivo chamado setup.exe ou config.exe. Executa este arquivo, segue as instruções e pronto – programa instalado e funcionando. É um sistema prático e rápido e no Linux até existe também esse tipo de instalação, mas não é o modo padrão: o método clássico e tradicional de instalação no Linux é partir do código-fonte do programa, que precisa ser compilado e “linkado” para depois sair procurando pelas bibliotecas necessárias. Para um programador estes passos todos são a coisa mais natural do mundo, mas para um iniciante o processo clássico do Linux é uma complicação intransponível. Esse foi um dos fatores que, historicamente, dificultaram a adoção do Linux em larga escala. Felizmente, nas distribuições Linux modernas este complicador foi completamente eliminado e hoje em dia só instala programas pelo método tradicional do Linux alguns poucos que realmente precisam, preferem ou gostam de compilar seus próprios programas. Para o restante do mundo, distribuições como Mandriva, SuSe e Ubuntu adotaram soluções que são até mais práticas, seguras e eficientes do que os métodos adotados no Windows. O objetivo deste artigo é, portanto, explicar de forma panorâmica para quem vem do mundo Windows as várias maneiras que existem para instalar aplicativos no Linux, indo desde o método clássico até as maneiras mais simples e objetivas adotadas nas distribuições Linux atuais. TIPOS DE INSTALAÇÃO NO LINUX Para facilitar o entendimento podemos dividir os processos de instalação de programas no Linux em três grandes grupos. Há várias opções dentro de cada grupo, citaremos aqui apenas as mais conhecidos: 1 • PROGRAMAS DE INSTALAÇÃO – São equivalentes ao procedimento do Windows, ou seja: existe um arquivo executável (geralmente um script) que vai baixar, compilar e instalar tudo o que for necessário para que o aplicativo fun26 cione. Como os scripts ou programas executáveis que fazem a instalação estão nos formatos BIN ou SH e rodam através da linha de comando, este modo de instalação pode ser considerado como fazendo parte do grupo 2 abaixo citado: 2 • LINHA DE COMANDO – Estão neste grupo os processos de instalação mais antigos e tradicionais do Linux, que rodam direto no prompt de comando e tornam necessário conhecer os comandos e digitá-los prestando atenção a cada detalhe. Dentre os métodos de instalação que rodam via linha de comando estão estes: • Compilação e instalação a partir do código-fonte, geralmente a partir de um “tarball” que é um arquivo contendo o código-fonte do aplicativo compactado no formato tar.gz, tar.bz2 ou zip. Este é o método clássico (pág. 27). • Instalação de arquivos binários (.BIN ou .SH, pág. 32) • Pacotes de instalação no formato RPM (pág. 28) • Sistema APT-GET (criado pela Debian, ver pág. 29) • Sistema URPM da Mandriva (antiga Mandrake, pág. 31) • Instalador YUM da distribuição Fedora (pág. 32) • Sistema slackpkg do Slackware (pág. 32) • Instalador emerge do Gentoo Linux (pág. 33) • Pacotes tipo AutoPackage (arquivos .package, pág. 33) 3 • INTERFACE GRÁFICA – Esta costuma ser apenas uma maneira de facilitar o acesso às linhas de comando necessárias para instalar um aplicativo. A interface gráfica facilita a tarefa, mas a instalação continua sendo feita em modo texto (pelo prompt de comando) mas o usuário provavelmente nem perceberá isso. Dentre os instaladores que funcionam em modo gráfico (GUI) podemos destacar estes: • Synaptic usado no Ubuntu e no Fedora Linux (pág. 30) • YaST usado no SuSE e openSuSE Linux (pág. 32) • RPMDrake usado no Mandriva (vide pág. 31) Para iniciantes em Linux a melhor alternativa costuma ser usar a ferramenta nativa da distribuição em uso, seja em modo texto ou gráfico, mas é bom saber como essa ferramenta se encaixa dentro das diversas opções existentes, para facilitar o estudo e o uso do Linux para seus propósitos futuros. Comecemos, então, mostrando o método mais complicado e avançado, que é a compilação do código-fonte: www.revistaPnP.com.br Revista PnP nº 22