MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA ALLAN RODRIGO HENRIQUE MARIN CAMPOS JOAO GUILHERME AMARANTE ESTUDO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO ESCRITÓRIO VERDE DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, CAMPUS CURITIBA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2011 ALLAN RODRIGO HENRIQUE MARIN CAMPOS JOAO GUILHERME AMARANTE ESTUDO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO ESCRITÓRIO VERDE DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, CAMPUS CURITIBA Proposta de Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado à disciplina de Metodologia aplicada ao TCC, do curso de Engenharia Elétrica do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), como requisito parcial para obtenção do título de bacharel. Orientadora: Prof. Maria de Fátima Ribeiro Raia, Dr. Eng. CURITIBA 2011 1. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3 1.1 1.1.1 TEMA ............................................................................................................... 4 Delimitação do Tema .................................................................................... 4 1.2 PROBLEMA E PREMISSAS ............................................................................ 4 1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................... 5 1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 5 1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 6 1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 6 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................... 7 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ......................................................................... 8 1.7 CRONOGRAMA ............................................................................................. 10 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 11 3 1. INTRODUÇÃO Atualmente, há uma necessidade crescente de energia elétrica, tanto nos ramos industriais quanto residenciais (CHRISTOFOLI, 2011). Com esse crescimento desenfreado na demanda por energia, é inevitável que profissionais e competentes técnicos repensem sobre os padrões que vem sendo adotados mundialmente, tanto na geração, quanto na transmissão e distribuição da energia elétrica. No Brasil, temos o privilégio de utilizar a energia a partir dos declives dos rios: as chamadas usinas hidrelétricas, que representam 75% da atual capacidade instalada (CHRISTOFOLI, 2011). Entretanto, é do conhecimento de todos as complicações advindas da construção de uma usina hidrelétrica, o transtorno gerado para a população local, para os animais e o ecossistema dos rios como um todo. Sem falar que uma hora esse sistema atingirá um esgotamento. Conforme Bruno de Andrade, em seu artigo no Jornal da Energia: “Nesse contexto, o Brasil enfrentou uma questão fundamental: a necessidade de expansão da capacidade instalada de energia de 5 GW ao ano (equivalente a construção de uma usina hidrelétrica de Belo Monte a cada dois anos), permitindo assim o crescimento do seu PIB anualmente a uma média de 5%”. Não se pode deixar de citar os Estados Unidos, que ainda utiliza o petróleo como matéria-prima principal para geração de energia (CNI, 2007). É preciso inovar. Não só repensar a forma de gerar energia, mas também a sua distribuição. De que forma os painéis fotovoltaicos reduziriam os impactos no sistema elétrico brasileiro? Hoje já se fala nas tecnologias “Grid On” e “Smart Grid”. Esses são os sistemas em que painéis fotovoltaicos interligados á rede convertem a energia solar em energia elétrica, tornando-a disponível para o consumo. Dessa forma, aumenta-se a eficiência energética, uma vez que a geração está próxima ao local de consumo. Caracteriza-se, assim, a chamada geração distribuída (INEE, 2011), em que a energia solar armazenada em baterias poderá suprir a demanda por energia elétrica na instalação. Essa microgeração já é considerada viável e possuirá normatização própria, para sistemas de até 10kVA, monofásicos e polifásicos ( BEZUTTI, 2011). Tal tecnologia implicará na redução da demanda por energia elétrica no local, reduzindo assim a fatura de energia do consumidor. Outra tecnologia promissora é o LED, que gera a mesma intensidade luminosa de uma lâmpada fluorescente ou incandescente, para um menor consumo de potência 4 (INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, 2009). Por isso, novas tecnologias vêm sendo desenvolvidas sobre a perspectiva da eficiência energética, que segundo Santos, “é quando se consegue realizar um serviço e / ou produzir um bem com uma quantidade de energia inferior a que era usualmente consumida” (2001). Este trabalho irá estudar estas novas tecnologias implantadas no Escritório Verde (EV) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Curitiba. 1.1 TEMA Eficiência energética de uma instalação elétrica. 1.1.1 Delimitação do Tema Este estudo da eficiência energética será realizado nas instalações elétricas do EV, que se encontra nas dependências da UTFPR, que é planejado para ser uma construção eco sustentável. 1.2 PROBLEMA E PREMISSAS “O Escritório Verde é um órgão da Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR que tem a aprovação do Gabinete da Diretoria do Campus Curitiba para desenvolver a política de sustentabilidade do campus, unindo pesquisadores, professores, estudantes e pessoal administrativo” (ESCRITÓRIO VERDE ONLINE, 2011). Os projetos implantados no EV no que diz respeito à eficiência energética ainda são desconhecidos, do ponto de vista prático. Inclusive pelo fato da obra estar em andamento, o que se têm até o momento é um conjunto de metas entre as quais apenas uma parcela já foi atingida. A função desse trabalho está, principalmente, em efetuar as medições necessárias que ainda não existem, a partir de um estudo 5 detalhado das novas tecnologias aplicadas. Dessa forma, o trabalho poderá inferir sobre a eficiência energética do edifício, alem de apresentar as inovações propostas pelo projeto. A etapa de medições no EV está condicionada ao final da obra, que está previsto para outubro de 2011 e acredita-se que até o final de toda a instalação elétrica estará completa, incluindo a fonte auxiliar de energia do local, que serão os painéis fotovoltaicos. Os medidores de energia já instalados permitirão conhecer o consumo de energia total da instalação. O fornecimento de energia será proveniente, em parte, dos painéis fotovoltaicos, caso haja insuficiência de energia, a energia da COPEL suprirá a demanda necessária da instalação. A construção e implantação das tecnologias no EV exigem um investimento financeiro acima do padrão do mercado, o que não torna sua aplicação atrativa o bastante para ser implantada em larga escala. Porém, a partir de uma conscientização em massa para o uso de novas tecnologias, as empresas poderão perceber um mercado em potencial para produtos mais inteligentes e modernos, o que acarretaria em uma modificação significativa das formas de tratar a energia atualmente. A tendência atual é de iniciação a métodos mais eficazes, analisando o incentivo de recursos financeiros e materiais para o projeto, por empresas parceiras, que utilizam projetos similares para testes e apresentação de suas inovações. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Estudar a eficiência energética da instalação elétrica do EV. 6 1.3.2 Objetivos Específicos Estudar o referencial teórico a respeito de eficiência energética, desenvolvimento sustentável, leis governamentais da eficiência energética, energia solar, iluminação a base de LEDS, características de “Smart Grids” e “Grid On”, características de arquiteturas bioclimáticas, entre outros; buscar um breve histórico acerca do projeto do Escritório Verde; efetuar um levantamento da carga elétrica instalada no Escritório; traçar a curva de carga do EV ao longo de um dia, calcular fator de potência, fator de carga e parâmetros luminotécnicos. efetuar um levantamento de fontes energéticas utilizadas no edifício; estudar o fornecimento de energia através dos painéis fotovoltaicos, bem como a forma de acumulação da energia por baterias, caracterizando um sistema de geração distribuída; relacionar o conceito e as características de uma arquitetura bioclimática e o projeto do EV, sobre o enfoque da eficiência energética; aferir os equipamentos utilizados no projeto tendo como enfoque a eficiência energética. 1.4 JUSTIFICATIVA Não há exemplo de geração distribuída em Curitiba que utilize painéis fotovoltaicos. O estudo de projetos como o EV servirá de exemplo perante autoridades competentes do ramo de geração de energia, apresentando o funcionamento desse processo e suas vantagens. O EV também é pioneiro no Estado do Paraná e deverá ser enquadrado no processo de certificação de construção sustentável AQUA (Alta Qualidade Ambiental), da Fundação Vanzolini, da USP de São Paulo (UTFPR, 2011). Estudar a eficiência energética do EV é uma forma de divulgar para o mercado do Paraná, tanto consumidores quanto empresários, a necessidade de se repensar as formas de utilização da energia. O 7 emprego de novas tecnologias, que representem um compromisso ambiental mais satisfatório, é o que se pretende para garantir uma qualidade de vida maior às pessoas, e isso é resultado direto da forma como o ser humano trata o meio ambiente. Essa avaliação do EV, do ponto de vista energético, ampliará as oportunidades de inserção no mercado dessas inovações tecnológicas. Esse pode ser o início de novos projetos, a nível residencial e até industrial, que poderão promover uma mudança no perfil de Curitiba, com relação à emissão de carbono, consumo e geração de energia, visando atingindo um patamar de sustentabilidade maior. 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Fazer um levantamento bibliográfico é uma etapa importante para a pesquisa. Serão listados livros, monografias, artigos, reportagens, revistas além de sites referentes ao tema de pesquisa, a saber: eficiência energética e suas leis governamentais, tecnologia LED, geração fotovoltaica, geração distribuída “Grid On” e “Smart Grid”, baterias para acumulador de energia gerada, inversores, sistema de aquecimento solar termodinâmico, características de uma estrutura bioclimática, entre outros. Esse material será necessário para uma visão global do tema pesquisado, além da necessidade desse referencial teórico para elaboração de raciocínios sistêmicos e conclusões, fundamentais antes, durante e após as medições. Uma apresentação sobre o EV será feita com a intenção de situar o leitor sobre esse projeto da UTFPR, seus principais colaboradores, os objetivos, enfim, orientar o motivo determinante na delimitação do tema. Partir-se-á para um levantamento da carga elétrica instalada. Aferidos esses valores será possível levantar a curva de carga do EV ao longo de um dia. Essa medição será feita utilizando o gerenciador de energia, um equipamento disponível para medição, pertencente ao DAELT, Departamento Acadêmico de Eletrotécnica, da Universidade. Outros parâmetros serão calculados, como o fator de potência dos equipamentos, o fator de carga da instalação, além de parâmetros referentes à iluminação utilizando lâmpadas LED. Para efetuar as medições relacionadas à 8 iluminação serão utilizados equipamentos como luxímetro e wattímetro. Algumas comparações serão feitas, a partir de medições efetuadas no EV e dados do fabricante, entre as lâmpadas convencionais (incandescente, fluorescente, etc.) e lâmpadas a LED, como o nível de intensidade luminosa produzida por unidade de potência. Com o levantamento realizado serão apuradas as fontes energéticas auxiliares que integram o projeto. É importante estudar o sistema de geração distribuída instalado no EV, desde a captação da energia solar pelos painéis fotovoltaicos, a sua inversão de corrente contínua (CC) para corrente alternada (CA), até a acumulação dessa energia por meios de baterias. Têm-se a intenção de conhecer a autonomia de fornecimento de energia, o quanto poderá ser fornecido à rede da COPEL, em caso de excedentes, além da economia na fatura de energia do consumidor. Para obter-se tal conhecimento serão estudadas as medições, a partir dos três medidores de energia que constam no EV, sendo um para monitorar o quanto é gerado a partir dos painéis fotovoltaicos, outro para monitorar a demanda de energia no local e um último para o excedente ou falta de energia devido ao descompasso entre geração fotovoltaica e consumo no edifício. Inclui-se nesse estudo, a observação dos gastos relatados na fatura de energia da COPEL. A partir do trabalho de pesquisa efetuado, será estudado o conceito e às características de um projeto de arquitetura bioclimática, como isolamento térmico e acústico, iluminação e ventilação natural, entre outros. A seguir, os equipamentos apresentados serão aferidos , tendo como enfoque principal a eficiência energética. 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO Capítulo 1 – Introdução com apresentação e delimitação do tema, problemas e premissas, objetivos principais, justificativa, metodologia, além de cronograma e referências. Capítulo 2 – Referencial teórico relacionado ao tema, destacando-se: eficiência energética, geração distribuída, desenvolvimento sustentável, entre outros. Capítulo 3 – Apresentação do Escritório Verde, com breve histórico, além dos métodos a serem implantados. 9 Capítulo 4 – Levantamentos da carga elétrica e fontes de energia do EV. Capítulo 5 – Estudo do fornecimento de energia através dos painéis fotovoltaicos. Capítulo 6 – O projeto do EV e a arquitetura bioclimática. Capítulo 7 – Medições, gráficos e cálculos. Capítulo 8 – Conclusão. Referências. 10 1.7 CRONOGRAMA Atividades Fev Pesquisa de X Mar Abr Mai X X Jun Jul Ago X X X X Set Out Nov bibliografia técnica Estudo da X bibliografia listada Escrita do desenvolvimento teórico Defesa parcial X da monografia – TCC1 Levantamento X de carga e de fontes de energia Medições, X ensaios e gráficos Resultados e X conclusões Defesa do projeto de TCC X 11 REFERÊNCIAS MARTINS, Rosilda. Metodologia Científica: Como tornar mais agradável a elaboração de trabalhos acadêmicos. Curitiba: Editora Juruá, 2006. Santos, Afonso H. Moreira. Conservação de Energia: Eficiência Energética de Instalações e Equipamentos. Itajubá: Editora EFEI, 2001. CHRISTOFOLI, Bruno de Andrade. Superação das barreiras ambientais à expansão das energias alternativas limpas. São Paulo: Jornal da energia, 2011. Disponível em: <http://www.jornaldaenergia.com.br/artigo_ler.php?id_artigo=47>. Acesso em: 25 set. 2011. CNI Confederação Nacional da Indústria. Matriz Energética: cenários, oportunidades e desafios. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.cni.org.br/portal/data/files/8A9015D015A0F71F0115AE4B9A37466D/Ma triz%20Energ%C3%A9tica.pdf>. Acesso em: 26 set.2011. Sobre GD e Cogeração. INEE: Instituto Nacional de Eficiência Energética. Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.inee.org.br/forum_sobre_gd_cg.asp?Cat=forum>. Acesso em: 26 set.2011. BEZUTTI, Natália. Inversores solares terão normatização; Aneel já vê microgeração como viável. São Paulo: Jornal da energia, 2011. Disponível em: <http://www.jornaldaenergia.com.br/ler_noticia.php?id_noticia=7727&id_secao=2&tit ulo_info=Aneel%20v%26ecirc%3B%20microgera%26ccedil%3B%26atilde%3Bo%20 solar%20vi%26aacute%3Bvel> . Acesso em: 19 set. 2011. LEDs orgânicos superam eficiência das lâmpadas fluorescentes. Redação do Site Inovação Tecnológica. Disponível em: 12 <http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=leds-organicossuperam-eficiencia-das-lampadas-fluorescentes&id=010115090526>. Acesso em: 26 set.2011. ESCRITÓRIO VERDE ONLINE. Disponível em: < http://www.escritorioverdeonline.com.br/ > . Acesso em: 25 set. 2011. UTFPR. Disponível em: < http://www.utfpr.edu.br/estrutura-universitaria/diretorias-degestao/dircom/noticias/noticias/escritorio-verde-sustentavel-e-construido-no-campuscuritiba> . Acesso em: 25 set. 2011. Gazeta do povo. Disponível em: < http://www.gazetadopovo.com.br/imobiliario/conteudo.phtml?id=1103916> . Acesso em: 25 set. 2011.