PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO
CONTINUADA
1 Comissão de Educação Continuada
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AUTORIZAÇÃO PARA USO
• Você está autorizado a usar esta apresentação
nas seguintes condições:
– Exclusivamente para uso educacional, sendo vedada
a utilização comercial
– Não modificar gráficos e figuras ou utilizá-los em
outras apresentações que não a original
– Citar os autores e manter a logomarca e o endereço
eletrônico www.sbgg.org.br
2 Comissão de Educação Continuada
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Doença de Alzheimer:
Diagnóstico
Lara Miguel Quirino Araújo
Leonardo da Costa Lopes
Dezembro/2009
Atualizada em Fevereiro/2013
3 Comissão de Educação Continuada
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AUTORES
Araújo LMQ
Lara Miguel Quirino Araújo
– Médica Especialista em Geriatria pela SBGG/AMB
– Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo
– Médica da Disciplina de Geriatria e Gerontologia da Universidade
Federal de São Paulo
Lopes LC
Leonardo da Costa Lopes
– Médico Especialista em Geriatria pela SBGG/AMB
– Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo
– Médico Assistente da Divisão de Clínica Médica do Hospital Universitário
da Universidade de São Paulo
4 Comissão de Educação Continuada
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Declaração de Conflitos de Interesse
Lara M. Q. Araújo
Leonardo da Costa Lopes
• Nenhum conflito de interesse relativo a essa
aula.
5 Araújo LMQ, Lopes LC
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Doença de Alzheimer: Diagnóstico
• Objetivos:
– Apresentar orientações para o diagnóstico da
Doença de Alzheimer.
6 Araújo LMQ, Lopes LC
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Doença de Alzheimer (DA)
• Síndrome:
• comprometimento da memória (alteração da capacidade de
aprender informações novas ou de recordar informações
antigas);
• prejuízo em uma das funções cognitivas (linguagem, gnosias,
praxias ou funções executivas);
• interfere no desempenho social e/ou profissional do
indivíduo;
• declínio em relação ao nível de funcionamento anterior;
• início é insidioso e gradual e o declínio é contínuo.
7 Araújo LMQ, Lopes LC
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Critérios Diagnósticos de DA
1. Diagnostic and Statistic Manual - DSM III-R, DSM IV
2. National Institute of Neurological and
Communicative Disorders and Stroke-Alzheimer’s
Disease and Related Disorders Association NINCDS-ADRDA
1. DA provável
2. DA possível
3. DA definitiva
8 Araújo LMQ, Lopes LC
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Síntese dos Critérios NINCDS-ADRDA
• DA provável: demência estabelecida por exame clínico e
documentada por teste objetivo (ex, Mini Exame do Estado
Mental) e confirmada por testes neuropsicológicos;
• DA possível: déficit em duas ou mais áreas da cognição; com
piora progressiva, início entre os 40 e os 90 anos de idade e
ausência de transtornos sistêmicos ou outra doença cerebral
que possa causar os déficits progressivos de memória e
cognição.
• DA definitiva são critérios para provável DA e evidência
histopatológica obtida de biópsia ou necrópsia.
9 Araújo LMQ, Lopes LC
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Síntese dos Critérios DSM-IV
• Prejuízo da memória e de uma das funções cognitivas
– Afasia - perturbação da linguagem;
– Apraxia - capacidade prejudicada de executar atividades motoras,
apesar de um funcionamento motor intacto;
– Agnosia - incapacidade de reconhecer ou identificar objetos, apesar de
um funcionamento sensorial intacto;
– Perturbação do funcionamento executivo, isto é, planejamento,
organização, sequenciamento, abstração.
•
•
•
•
Prejuízo na capacidade funcional
Início gradual e um declínio cognitivo contínuo.
Os déficits cognitivos não se explicam por outras condições
Diagnóstico na ausência de delirium
10 Araújo LMQ, Lopes LC
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Considerar os seguintes
diagnósticos diferenciais:
• outras condições do sistema nervoso central que causam déficits
progressivos na memória e cognição (doença cerebrovascular, doença de
Parkinson, doença de Huntington, hematoma subdural, hidrocefalia de
pressão normal, tumor cerebral);
• condições sistêmicas que comprovadamente causam demência
(hipotiroidismo, deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico, deficiência de
niacina, hipercalcemia, neurossífilis, infecção com HIV);
• condições induzidas por substâncias;
• transtornos psiquiátricos (depressão, esquizofrenia);
• delirium.
11 Araújo LMQ, Lopes LC
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Como fazer o diagnóstico?
• A presença continuada de um cuidador confiável que
conheça e conviva com o paciente é muito
importante tanto para o diagnóstico como para as
medidas de controle dos sintomas comportamentais
associados à demência.
• Muitas vezes o diagnóstico não será definido na 1ª
avaliação geriátrica e dependerá de um continuum
da avaliação.
12 Araújo LMQ, Lopes LC
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Como fazer o diagnóstico?
• Fazer anamnese com o paciente e com o informante
que conviva com o paciente.
• Considerar o critérios padronizados.
• Considerar diagnósticos diferenciais.
• Utilizar instrumentos e escalas para avaliação
cognitiva e funcional.
• Considerar repetir a avaliação alguns meses,
principalmente em casos iniciais e pacientes com alta
escolaridade.
13 Araújo LMQ, Lopes LC
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Prevalência
• Aumenta com o
envelhecimento.
• No Brasil, a taxa estimada de
DA foi de 7,7 por 1000
pessoas-ano em indivíduos
com mais de 65 anos.
• 55,1% são decorrentes de
Doença de Alzheimer e 14,1%
são decorrentes de Alzheimer
associado à doença
cerebrovascular (Mista).
1,20%
3,70% 7,90%
16,40%
65 a 69 anos
70 aos 74 anos
54,88%
75 aos 79 anos
24,60%
80 aos 84 anos
85 aos 89 anos
90 aos 94 anos
39,90%
> 95 anos
Fratiglioni L, Ronchi D, Aguero-Torres. Worldwide Prevalence and Incidence of dementia. Drugs and Aging
1999;15:365-75.
Nitrini R, Caramelli P, Herrera Júnior E, Porto CS, Charchat-Fichman H, Carthery MT, et al. Incidence of Dementia in a
Community-Dwelling Brazilian Population. Alzheimer Dis Assoc Disord 2004;18:241-6.
Herrera E Jr, Caramelli P, Silveira AS, Nitrini R. Epidemiologic survey of dementia in a community-dwelling Brazilian
population. Alzheimer Dis Assoc Disord 2002; 16:103-8.
14 Araújo LMQ, Lopes LC
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Alguns Aspectos da Fisiopatologia
• o acúmulo progressivo de placas senis: depósito de proteína
β-amilóide anormalmente produzida + emaranhados
neurofibrilares pela hiperfosforilação da proteína tau.
• áreas mais envolvidas: hipocampo e o córtex entorrinal
• perda de volume do hipocampo nas fases mais precoces da
doença.
15 Araújo LMQ, Lopes LC
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Como avaliar?
• Existem vários instrumentos desenvolvidos para avaliação do
paciente com DA, que auxiliam a avaliação clínica, mas não a
substituem.
• A gravidade, resposta ao tratamento e qualidade de vida podem
ser avaliados clinicamente.
• Sugerimos que seja usado o MEEM combinado com outros
testes cognitivos
• O desenho do relógio ou fluência verbal e o questionário de
PFEFFER (avalia a capacidade funcional) apresentam acurácia >
80%.
• Outros testes para avaliar a capacidade funcional: Atividades da
Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais da Vida Diária
(AIVD).
16 Araújo LMQ, Lopes LC
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MINI-EXAME DO ESTADO MENTAL
(MEEM)
• Teste global da cognição rastreio
• Usado em algumas circunstâncias para:
– classificar a demência em leve, moderada e grave.
– para acompanhamento da evolução de pacientes com
diagnóstico de demência
• Sofre algumas variações com o nível de escolaridade
– baixo nível de escolaridade: aumento dos falsos positivos
– alto nível de escolaridade: aumento dos falsos negativos
Tombaugh TN McIntyre NJ. The Mini-mental examination: a comprehensive review. Journal of Geriatric Society 1992;40:922-35.
17 Araújo LMQ, Lopes LC
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MEEM em estudos brasileiros
Bertolucci et al. 1994
medianas por escolaridade (analfabetos: 18; 1 a 3 anos: 24; 4 a 7 anos: 28; 8 anos: 29)
níveis de corte por escolaridade (analfabetos: 13; 1 a 7 anos: 18; 8 anos: 26)
Brucki et al. 1997
medianas e médias por escolaridade (analfabetos: 21 e 21; 1 a 3 anos: 25 e 24;
4 a 7 anos: 26 e 25; 8 anos: 28 e 28)
Almeida 1998
corte por escolaridade (analfabetos: 19; escolarizados: 23)
Caramelli et al. 1999
analfabetos - nível de corte: 18
Bertolucci et al. 2001
85 idosos (idade média 75,1) e 31 pacientes com DA escolaridade média de 7,9 anos - nível de
corte: 26
Laks et al. 2003
médias por escolaridade (analfabetos: 17; alfabetizados: 22)
Brucki et al. 2003
médias e medianas por escolaridade (analfabetos: 19 e 20; 1 a 4 anos: 25 e 25;
5 a 8 anos: 26 e 26; 9 a 11 anos: 28 e 28; 12 anos: 28 e 29 )
Nitrini R et al. Arq Neuropsiquiatr 2005;63(3-A):720-727
18 Araújo LMQ, Lopes LC
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Médias e medianas no MEEM por escolaridade,
segundo Brucki, 2003.
Escolaridade
Médias
Medianas
analfabetos
19
20
1 a 4 anos
25
25
5 a 8 anos
26
26
9 a 11 anos
28
28
Igual ou acima de
12 anos
28
29
A média é uma medida que sofre influência de valores extremos e por isso, muitas vezes a
mediana reflete melhor o comportamento do grupo.
A mediana é o valor que a divide ao meio, isto é, 50% dos pacientes pontuaram menor ou igual à
mediana e os outros 50% maior ou igual à mediana.
19 Araújo LMQ, Lopes LC
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IQCODE-SBr (Informant Questionnaire on Cognitive
Decline in the Elderly – short version 15 items)
• Instrumento para rastreio.
• Entrevista com informante.
• Especialmente interessante em casos de
idosos com baixa escolaridade.
Perroco TR, Bustamante SE, Moreno Mdel P, Hototian SR, Lopes MA, Azevedo D, et al. Performance of Brazilian long and short IQCODE on the
screening of dementia in elderly people with low education. Int Psychogeriatr. 2009 Jun;21(3):531-8.
20 Araújo LMQ, Lopes LC
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Outros instrumentos para avaliar
cognição:
• É necessário que o entrevistador tenha treinamento para a
correta aplicação do teste.
• Exemplos de teste cognitivos:
– Memória: recordação tardia do CERAD ou de objetos apresentados como
figuras.
– Atenção: teste de Trilhas, Extensão de Dígitos.
– Linguagem: Teste de nomeação de Boston, do ADAS-cog ou do NEUROPSI.
– Funções Executivas: fluência Verbal; Desenho do Relógio.
– Conceituação e Abstração: teste de Semelhanças do CAMDEX ou do
NEUROPSI, arranjo de figuras do WAIS-R.
– Habilidades Construtivas: Desenhos do CERAD, desenho do relógio.
21 Araújo LMQ, Lopes LC
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Outras avaliações
• Escalas de gravidade : CDR (“Clinical Dementia Rating”) e CGI
(“Clinical Global Impression”).
• Avaliação dos distúrbios neuropsiquiátricos: Inventário
Neuropsiquiátrico (NPI) e da BEHAVE-AD.
• Qualidade de vida paciente com DA e seus
familiares/cuidadores: nenhum instrumento específico.
• Avaliação Funcional: AVDs (Katz) e AIVDs (Lawton),
questionário Pfeffer ou Escala Bayer de atividade diária.
22 Araújo LMQ, Lopes LC
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Outras demências
•
•
•
•
•
Demência vascular: a evolução típica é em escada (declínio cognitivo e funcional
seguido por estabilização, com novo ciclo de declínio e estabilização,
progressivamente), apesar de não ser esta a evolução mais comum. Os sinais
clínicos mais encontrados são de demência subcortical (alentecimento do
pensamento). O diagnóstico é definido considerando a presença de fatores de
risco cardiovascular e a “Escala Isquêmica de Hachinski” (HIS).
Demência por Corpos de Lewy : demência, com alterações de marcha/equilíbrio
(parkinsonismo) e flutuações na cognição com variações na atenção e alerta, com
relatos de alucinações e delírios bem estruturados e sensibilidade excessiva aos
neurolépticos.
Demência Fronto Temporal (DFT): prevalência em populações mais jovens (antes
dos 50 anos de idade). Apresenta perda de crítica pessoal e social, hiperoralidade,
comportamentos estereotipados e comportamento perseverativo.
Doenças Priônicas - Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) : rapidamente progressiva
(2-3 anos), atividade periódica de ondas agudas no EEG .
Demência associada ao Parkinson: quadro inicial de doença de Parkinson que
progride com demência.
23 Araújo LMQ, Lopes LC
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Exames Complementares
•
•
•
•
•
•
•
•
O diagnóstico é clínico, mas que algumas vezes, principalmente em quadros muito
iniciais ou pacientes muito escolarizados, o diagnóstico clínico pode ser difícil se
amparado por baterias rápidas. Nestes casos, uma avaliação neuropsicológica está
bem indicada.
É indicado exame de imagem do sistema nervoso central (SNC ) para afastar
causas reversíveis.
TC de CRÂNIO: melhor custo-benefício para afastar causas reversíveis de declínio
cognitivo, como hematomas, hidrocefalia e neoplasias.
RNM de Encéfalo: revela lesões vasculares não demonstradas na tomografia
EEG: não é recomendado na avaliação de rotina.
Punção liquórica: indicada na presença de câncer metastático, suspeita de
infecção no SNC, sorologia sérica reativa para sífilis, hidrocefalia, idade menor de
55 anos com demência rapidamente progressiva, imunossupressão ou suspeita de
vasculite do SNC.
PET-SCAN (tomografia por emissão de pósitrons com a aplicação de FDG (2-fluoro2-deoxi-D-glicose): impacto clínico muito restrito, com contribuição secundária.
Testes genéticos para avaliação de risco: não existe indicação clínica, no momento.
24 Araújo LMQ, Lopes LC
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Exames Complementares
• Indicados para avaliação de causas de declínio
cognitivo potencialmente reversíveis, como:
–
–
–
–
Hipotiroidismo: TSH
Deficiência de Vitamina B12
Neurosífilis
Infecção pelo HIV
• Indicados para avaliação global de saúde:
– Hemograma
– Função renal: creatinina e uréia
– Eletrólitos: Na, K, Ca
25 Araújo LMQ, Lopes LC
Pontos Relevantes
• Prevalência da DA aumenta com o envelhecimento.
• O diagnóstico é clínico. É fundamental a presença de um informante
confiável, que conheça e conviva com o paciente.
• Poderá ser necessário um continuum de avaliação para a definição
diagnóstica.
• O Mini-Exame do Estado Mental é um teste de rastreio.
• Devem ser aplicados testes da avaliação da capacidade funcional.
• Os testes do desenho do relógio ou fluência verbal acompanhado do
questionário de PFEFFER apresentam boa acurácia para o diagnóstico.
• Um exame de imagem deve ser realizado para excluir outras causas de
declínio cognitivo.
• Exames complementares devem ser realizados considerando diagnósticos
diferenciais e causas potencialmente reversíveis.
Continua
26 Araújo LMQ, Lopes LC
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ESCALAS E TESTES
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DA
DOENÇA DE ALZHEIMER
27 Araújo LMQ, Lopes LC
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MEEM
•
Orientação temporal - pergunte ao indivíduo: (dê um ponto para cada resposta correta)
–
–
–
–
–
•
Orientação espacial - pergunte ao indivíduo: (dê um ponto para cada resposta correta)
–
–
–
–
–
•
Que dia é hoje? ( )
Em que mês estamos? ( )
Em que ano estamos? ( )
Em que dia da semana estamos? ( )
Qual a hora aproximada? (considere a variação de mais ou menos uma hora) ( )
Em que local nós estamos? (consultório, dormitório, sala . apontando para o chão) ( )
Que local é este aqui? (apontando ao redor num sentido mais amplo: hospital, casa de repouso, própria casa). ( )
Em que bairro nós estamos ou qual o nome de uma rua próxima. ( )
Em que cidade nós estamos? ( )
Em que Estado nós estamos? ( )
Memória imediata: Eu vou dizer três palavras e você irá repeti-las a seguir:
( ) carro,
( ) vaso,
( ) tijolo
–
dê 1 ponto para cada palavra, repetida acertadamente na 1ª vez, embora possa repeti-las até três vezes para o
aprendizado, se houver erros. Use palavras não relacionadas.
Continua
28 Araújo LMQ, Lopes LC
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MEEM
•
Cálculo: subtração de setes seriadamente
( ) 100-7,
( ) 93-7, ( ) 86-7, ( ) 79-7, ( ) 72-7
–
Considere 1 ponto para cada resultado correto. Se houver erro, corrija-o e prossiga. Considere
correto se o examinado espontaneamente se autocorrigir.
•
Evocação das palavras: pergunte quais as palavras que o sujeito acabara de
repetir. 1 ponto para cada.
•
Nomeação: (peça para o sujeito nomear os objetos mostrados). 1 ponto para
cada. ( ) a) relógio
( ) b) caneta
•
Repetição: Preste atenção: vou lhe dizer uma frase e quero que você repita depois
de mim: Nem aqui, nem ali, nem lá. ( )
–
Considere somente se a repetição for perfeita (1 ponto)
Continua
29 Araújo LMQ, Lopes LC
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MEEM
•
Comando: Pegue este papel com a mão direita ( ), dobre-o ao meio ( ) e coloqueo no chão ( ).
–
•
Leitura: mostre a frase escrita: “FECHE OS OLHOS”, e peça para o indivíduo fazer o
que está sendo mandado.
–
•
Não auxilie se pedir ajuda ou se só ler a frase sem realizar o comando.
Frase: Peça ao indivíduo para escrever uma frase.
–
•
Total de 3 pontos. Se o sujeito pedir ajuda no meio da tarefa não dê dicas.
Se não compreender o significado, ajude com: alguma frase que tenha começo, meio e fim; alguma
coisa que aconteceu hoje; alguma coisa que queira dizer. Para a correção não são considerados erros
gramaticais ou ortográficos (1 ponto).
Cópia do desenho:
– mostre o modelo e peça para fazer o melhor possível.
Considere apenas se houver 2 pentágonos interseccionados
formando uma figura de quatro lados ou com dois ângulos (1 ponto)
30 Araújo LMQ, Lopes LC
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Fluência Verbal
•
Fluência Verbal – Quero que o senhor (a) fale o nome de todos animais e bichos
que sabe em 1 minuto.
– Registre os nomes falados, mesmo as repetições e intrusões. Ao final, pontue 1 para
cada nome de animal, sem repetições e de diferentes raízes (exemplo: gato e gata, vale
somente 1 ponto; boi e vaca, valem 2 pontos).
Escolaridade
Médias
analfabetos
12
1 a 4 anos
12
5 a 8 anos
14
9 a 11 anos
16
Igual ou acima de
12 anos
17
31 Araújo LMQ, Lopes LC
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Brucki, S. M. and M. S. Rocha (2004).
"Category fluency test: effects of age,
gender and education on total scores,
clustering and switching in Brazilian
Portuguese-speaking subjects." Braz J
Med Biol Res 37(12): 1771-7.
Desenho do Relógio
• Desenho do Relógio
–
Quero que o senhor (a) desenhe um relógio, com números e ponteiros, marcando 10h10min.
Pontue cada quesito conforme a tabela abaixo. Menos que 11 pontos sugere declínio.
Pontos
Contorno
Desenho de contorno aceitável
Contorno com tamanho médio
1
1
Números
De 1- 12, sem adição ou omissão
Só arábicos
Ordem correta
Papel não é rodado quando se escreve
Posição correta
Todos dentro do contorno
1
1
1
1
1
1
Ponteiros
com dois ponteiros e/ou marcas
hora indicada de alguma maneira (marca)
minutos indicado de alguma maneira (marca)
Na proporção correta (minutos maior)
Sem marcas supérfluas
Ligados (ou até 12 mm de proximidade)
1
1
1
1
1
1
Centro
Centro desenhado, inferido, ou extrapolado onde os ponteiros se encontram
1
Total
15
Okamoto, IH. Aspectos cognitivos da doença de Alzheimer no teste do relógio: avaliação de amostra da
população brasileira. Tese de Doutorado. Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São
Paulo, São Paulo, 2001.
32 Araújo LMQ, Lopes LC
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IQCODE-SBr (Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly –
short version 15 items)
Perroco, T. R., S. E. Bustamante, et al. (2009). "Performance of Brazilian long and short IQCODE on the screening of dementia in elderly
people with low education." Int Psychogeriatr 21(3): 531-8.
Comparada há 10 anos atrás, como essa pessoa está em:
Muito
melhor
Melhor
Não muito
alterado
Pior
Muito
pior
Não se
aplica
Não
sabe
Lembrar-se do nome dos familiares amigos
Lembrar-se de coisas sobre os familiares
Lembrar-se de coisas que aconteceram há pouco tempo
Lembrar-se de conversas dos últimos dias
Esquecer o que ele(a) queria dizer no meio da conversa
Lembrar-se em que dia e mês estamos
Lembrar onde as coisas são guardadas usualmente (ex. roupa,
talheres, etc)
Lembrar onde achar coisas que foram guardadas em lugar
diferente do de que de costume (ex. óculos, dinheiro, chaves)
Aprender a usar um aparelho doméstico novo
Continua
Aprender novas coisas em geral
33 Araújo LMQ, Lopes LC
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IQCODE-SBr (Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly –
short version 15 items)
Perroco, T. R., S. E. Bustamante, et al. (2009). "Performance of Brazilian long and short IQCODE on the screening of dementia in elderly
people with low education." Int Psychogeriatr 21(3): 531-8.
Comparada há 10 anos atrás, como essa pessoa está em:
Muito
melhor
Melhor
Não
muito
alterado
Pior
Muito
pior
x 1=
x2 =
x3=
x4=
x5 =
Tomar decisões em questões do dia-a-dia
Lidar com dinheiro para fazer compras
Lidar com suas finanças, por exemplo, pensão, coisas de banco
Lidar com outros problemas concretos do dia-a-dia, como por
exemplo, saber quanta comida comprar, quanto tempo
transcorreu entre as visitas de familiares ou amigos
Compreender o que se passa a sua volta.
Sub-Total (soma dos itens assinalados nas colunas)
Total (multiplicar o sub-total de cada coluna pelo número
indicado)
Total geral (soma dos resultados das 5 colunas)
34 Araújo LMQ, Lopes LC
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Não se
aplica
Não
sabe
QUESTIONÁRIO DE PFEFFER
•
•
MOSTRE AO INFORMANTE UM CARTÃO COM
AS OPÇÕES ABAIXO E LEIA AS PERGUNTAS.
ANOTE A PONTUAÇÃO COMO SEGUE:
–
–
–
–
–
–
•
SIM É CAPAZ NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA
COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ
NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA
NECESSITA DE AJUDA
NÃO É CAPAZ
0
0
1
1
2
3
Pontuação: Some as respostas de acordo com o
indicado no cartão. A pontuação máxima é 33
pontos. A soma de seis ou mais pontos sugere
declínio cognitivo.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Pfeffer RI et al. Measurement of functional
activities in older adults in the community.
Journal of Gerontology. 1982; 37(3):323-9.
35 Araújo LMQ, Lopes LC
•
•
(PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar do seu próprio
dinheiro?
(PESSOA IDOSA) é capaz de fazer as compras sozinho
(por exemplo de comida e roupa)?
(PESSOA IDOSA) é capaz de esquentar água para café
ou chá e apagar o fogo?
(PESSOA IDOSA) é capaz de preparar comida?
(PESSOA IDOSA) é capaz de manter-se a par dos
acontecimentos e do que se passa na vizinhança?
(PESSOA IDOSA) é capaz de prestar atenção, entender e
discutir um programa de radio, televisão ou um artigo
do jornal?
(PESSOA IDOSA) é capaz de lembrar de compromissos e
acontecimentos familiares?
(PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar de seus próprios
medicamentos?
(PESSOA IDOSA) é capaz de andar pela vizinhança e
encontrar o caminho de volta para casa?
(PESSOA IDOSA) é capaz de cumprimentar seus amigos
adequadamente?
(PESSOA IDOSA) é capaz de ficar sozinho(a) em casa
sem problemas?
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Interpretação (Katz & Apkom, 1976)
0-
independente em todas as seis funções
1-
independente em cinco funções e
dependente em uma função
2-
independente em quatro funções e
dependente em duas funções
3-
independente em três funções e
dependente em três funções
4-
independente em duas funções e
dependente em quatro funções
5-
independente em uma função e
dependente em cinco funções
6-
dependente em todas as seis funções
Yeda Aparecida de Oliveira Duarte, Claudia Laranjeira de
Andrade, Maria Lúcia Lebrão. O Índex de Katz na
avaliação da funcionalidade dos idosos. Rev Esc Enferm
USP. 2007; 41(2):317-25
Valéria Teresa Saraiva Lino; Silvia Regina Mendes
Pereira; Luiz Antônio Bastos Camacho; Sergio Telles
Ribeiro Filho; Salo Buksman. Adaptação transcultural
da Escala de Independência em Atividades da Vida
Diária(Escala de Katz). Cad. Saúde Pública v.24 n.1 Rio de
Janeiro jan. 2008
36 Araújo LMQ, Lopes LC
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Roberto Lopes dos Santos e Jair Sindra Virtuoso Júnior. CONFIABILIDADE DA VERSÃO BRASILEIRA DA ESCALA DE ATIVIDADES
INSTRUMENTAIS DA VIDA DIÁRIA. RBPS 2008; 21 (4) : 290-296
37 Araújo LMQ, Lopes LC
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Doença de Alzheimer
Novos Critérios
(Academia Brasileira de Neurologia, 2011)
DA não indica necessariamente um quadro
demencial
Pode ser compreendida em 3 fases: demência,
comprometimento cognitivo leve e pré-clínica
(esta última definição destina-se à pesquisa)
A divisão nestas 3 fases se justifica pelo fato de se
observarem que alterações patológicas da DA são
encontradas também em indivíduos assintomáticos.
Algumas alterações podem ser identificadas por
biomarcadores (Dubois, 2007):
a) Concentrações diminuídas de peptídeo beta-amilóide
no líquor;
b) Identificação de depósitos beta-amilóides no SNC, pela
tomografia por emissão de pósitrons (PET) 
alterações podem surgir até 10 anos antes do
surgimento da doença clinicamente manifesta;
c) Atrofia hipocampal na RM.
O uso, entretanto, destes biomarcadores NÃO É
RECOMENDADO como procedimento de rotina,
pela falta de padronização clara destes exames.
Devem ser utilizados em PESQUISA, mas
quando presentes aumentam o grau de
confiabilidade diagnóstica. O mesmo se aplica à
detecção de mutações genéticas causadoras de
DA (genes da APP e presenilinas 1 e 2).
Na demência por DA pode haver outras formas de
início que não a amnéstica;
Passa-se a exigir algum exame de neuroimagem
(TC de crânio ou preferencialmente RM), para que
objetivamente possam ser afastadas lesões de
origem vascular (McKhann et al, 2011)
• Vale lembrar que, por este consenso podem-se identificar, de forma
síndrômica, quadros demenciais em que não está presente o componente
mnéstico, definindo-se, então, o diagnóstico com base na detecção de 2
outros comprometimentos cognitivos (função executiva, linguagem,
habilidade visuo-espacial e alteração de personalidade). É o que se
observa, por exemplo, na demência fronto-temporal.
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Bibliografia Recomendada para Estudo
• Projeto Diretrizes AMB-CFM –Doença de
Alzheimer (no prelo)
• Machado, JB. Doença de Alzheimer. In: Freitas
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Geriatria e Gerontologia. 2ª Edição. Editora
Guanabara Koogan, 2006
43 Araújo LMQ, Lopes LC
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Créditos
• Revisão:
– Comissão de Educação Continuada da SBGG
– Comissão de Informática da SBGG
– Secretaria Executiva da SBGG
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