NOV - 2011 - VOL. XXIV (ESPECIAL)
EDITORIAL
XXXI JORNADA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE
XXXI Scientific Annual Meeting of the Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
Mario Barreto Corrêa Lima ...................................................................................................................................... 09
A PROPÓSITO DA XXXI JORNADA DO HUGG
Regarding the XXXI Annual Scientific Meeting of the Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
Carlos Alberto Basílio de Oliveira .............................................................................................................................. 10
ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C) E ESCORBUTO NA TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE CASO
Erika Vianna Glindmeier Didier, Aureo do Carmo Filho, Leandro Cardarelli Leite, Vitor dos Santos Neves .......... 12
ESTUDO COMPARATIVO EM SEPSE ENTRE O HUGG E O HOSPITAL PRÓ-CARDÍACO
Leandro Cardarelli Leite, Aureo do Carmo Filho, Fernando Augusto Bozza, Erika Vianna Glindmeier Didier, Thiago
Shinji Kajishima Gomes ............................................................................................................................................ 12
ASPECTOS TOMOGRÁFICOS DA OFTALMOMIÍASE
Bernardo Gribel Carneiro, Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho, Filipe Ribeiro Queiroz Santos, Carolina Maria de
Azevedo, Ana Célia Baptista Koifman ...................................................................................................................... 12
DOENÇA DE STILL DO ADULTO REFRATÁRIA - RELATO DE CASO TRATADO COM
TOCILIZUMABE
João Luiz Pereira Vaz, Lívia Regina Theilacker, Fabíola Sampaio Brandão, Paulo César Handam, Maria Cecília da
Fonseca Salgado ......................................................................................................................................................... 13
ASPECTOS RADIOLÓGICOS DA FRATURA DE PÊNIS- RELATO DE CASO
Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho, Bernardo Gribel Carneiro, Filipe Ribeiro Queiroz dos Santos, Carolina Maria de
Azevedo, Ana Célia Baptista Koifman ...................................................................................................................... 14
MANIFESTAÇÃO AGUDA DO PSEUDOTUMOR ORBITÁRIO - ESTUDO POR
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Filipe Ribeiro Queiroz dos Santos, Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho, Bernardo Gribel Carneiro, Carolina Maria de
Azevedo, Ana Célia Baptista Koifman ...................................................................................................................... 15
COEXISTÊNCIA DE ESPONDILITE ANQUILOSANTE E DOENÇA MISTA DO TECIDO
CONJUNTIVO - RELATO DE CASO
Lívia Regina Theilacker, Fabíola Sampaio Brandão, João Luiz Pereira Vaz, Maria Cecília da Fonseca Salgado ......... 15
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
SÍNDROME SJÖGREN SECUNDÁRIA A ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL - RELATO
DE CASO
Fabíola Sampaio Brandão, Lívia Regina Theilacker, João Luiz Pereira Vaz, Maria Cecília da Fonseca Salgado ......... 16
RITUXIMAB NO TRATAMENTO DO PÊNFIGO VULGAR REFRATÁRIO
Stephanie Del Rio Navarret Biot, Maria Angélica Erthal de Barros, Ricardo Barbosa Lima, Henrique Novo Costa
Pereira, Carlos José Martins ...................................................................................................................................... 16
ESTUDO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TCAR) DO PULMÃO NA
SÍNDROME DE SJÖGREN
Maria Cecília da Fonseca Salgado, Bruno Bordallo Correa, Lívia Regina Theilacker, Fabíola Sampaio Brandão, João
Luiz Pereira Vaz ...................................................................................................................................................... 17
METÁSTASE CUTÂNEA DE CÂNCER DE MAMA
Maria Angélica Erthal de Barros Macedo, Joanna Pimenta de Araújo Franco, Caroline Cruz Barbosa, Ricardo Barbosa
Lima, Carlos José Martins ......................................................................................................................................... 18
PADRÃO DE VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO POLO TEMPORAL
Francisco José Lourenço Torrão Junior, José Fernando Guedes Corrêa .......................................................................... 18
ANÁLISE URODINÂMICA PARA O DIAGNÓSTICO DE OBSTRUÇÃO INFRA-VESICAL
EM MULHERES E SUA CORRELAÇÃO COM A CLÍNICA
Fernanda Martins da Costa Crosara, Luana Azevedo de Paula, Marcelo Calmeto Noronha Barleta, Bárbara Vervloet
Corseuil, Katiuscha Merath de Almeida Reis ............................................................................................................. 19
A PRODUÇÃO CIENTÍFICA ELETRÔNICA SOBRE SUSPENSÃO DE CIRURGIA E O
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Fernanda Martins de Aquino, Vera Lúcia Freitas de Moura ..................................................................................... 20
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE
NEOPLASIA PROSTÁTICA ACOMPANHADOS SETOR DE ONCOLOGIA DO HUGG
ENTRE 2005 E 2010
Luana Azevedo de Paula, Fernanda crosara, Marcelo Noronha Barleta, Bárbara Vervloet Corseui ............................ 20
PREVALENCIA DA VACINAÇÃO CONTRA H1N1 E HEPATITE B NOS ALUNOS DE
MEDICINA DA UNIRIO
Marcelo de Souza Teixeira, Eduardo Souza Pernambuco, Ricardo Rodrigeus Perbelini, Marcelo Calmeto Noronha
Barleta, Thiago Shingi Kajishima Gomes ................................................................................................................... 21
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS E ALUNOS DE MEDICINA
SOBRE AS DEFINIÇÕES DE SEPSE E DE SEU MANEJO PRECOCE
Thiago Shinji Kajishima Gomes, Celio Cortinhas Filho, Camila Galvão de Oliveira Wafae, Leandro Cardarelli Leite,
Marcelo de Souza Teixeira ......................................................................................................................................... 21
DIABETES MELLITUS EM PACIENTE JOVEM HIV-POSITIVA: RELATO DE CASO
Vanessa da Silva Schrago Mendes .............................................................................................................................. 22
PREVALÊNCIA DA CATATONIA EM ENFERMARIA DE CLÍNICA MÉDICA DE
HOSPITAL GERAL: ANÁLISE AMOSTRAL COM 90 TESTADOS
Natacha Lorena Lima Mafort, Wagner Martignoni de Figueiredo, Zolder Marinho Silva, José Ramon Rodriguez Arras
López, Rogério Paysano Marracos .............................................................................................................................. 22
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
EFEITO DA IMUNOSSUPRESSÃO SECUNDÁRIA A INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
(IRC) NO DESENVOLVIMENTO DA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) NAS
MULHERES IDOSAS
Carolina Monteiro Barbosa, Marcela Magalhães Vieira, Luiz Paulo José Marques .................................................... 23
ESTUDO TOMOGRÁFICO DA ÓRBITA AGUDA POR DOENÇA EXTRAORBITÁRIA
Luiz Eugênio Prota Filho, Filipe Ribeiro Queiroz Santos, Carolina MAria de Azevedo, Ana Celia Baptista
Koifman .................................................................................................................................................................... 23
A RELAÇÃO DO MÉDICO COM O PACIENTE NA EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
Thaís Nascimento Magalhães, Caroline Mählmann Muniz Dantas ........................................................................... 24
A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL E A ENFERMAGEM
Vera Lúcia Freitas de Moura, Raquel Araújo, Bruna Pantoja, Camilla Dias ............................................................ 25
A COMUNICAÇÃO E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE O BANHO NO
LEITO AO CLIENTE ORTOPÉDICO COM TRAÇÃO E FIXADORES EXTERNOS
Vera Lúcia freitas de Moura, William Rosa, Rafael André da Silva, Matheus Corey, Edson Ramos da Silva ............. 26
CAPTAÇÃO DE CADÁVERES NÃO RECLAMADOS PARA O ESTUDO DE ANATOMIA
HUMANA NA UNIRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Helio Huguenin Tavares Junior, José Fernando Guedes Corrêa ................................................................................... 26
CUIDANDO DOS CUIDADORES: AÇÃO EM COMUNIDADE ATINGIDA PELAS CHUVAS DE JANEIRO DE 2011 EM NOVA FRIBURGO
Caroline Mählmann Muniz Dantas, Tereza de Souza Agra Belmonte ....................................................................... 27
RELATO DE EXPERIÊNCIA: ACADÊMICAS DE MEDICINA VOLUNTÁRIAS NO ATENDIMENTO PÓS-TRAGÉDIA A COMUNIDADES ATINGIDAS PELA CHUVA EM NOVA
FRIBURGO
Anna Karla de Souza Amaral, Caroline Mählmann Muniz Dantas ......................................................................... 28
MÉTODOS DE TRANSECÇÃO DO PARÊNQUIMA HEPÁTICO EM HEPATECTOMIA
CONVENCIONAL
Katiuscha Almeida Merath Reis, Fernanda Martins da Costa Crosara, Alexandre Rebelo Marques .......................... 28
PADRÃO DE INERVAÇÃO DO MÚSCULO BRAQUIAL PELO NERVO MUSCULOCUTÂNEO
José Fernando Guedes Corrêa, Yangpol Hon, Rogério Matins Pires Amorim, Lucas Loiola, Raquel Megali Oliveira ... 29
MEDIDAS DE PREVENÇÃO PARA QUEDAS DE CLIENTES IDOSOS HOSPITALIZADOS
Camila Torquato de Paula, Karine Matteini Ferraz, Vera Lúcia Freitas de Moura .................................................... 29
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA AO CLIENTE ORTOPÉDICO COM ESCLEROSE
MÚLTIPLA
Anna Izabel Siqueira de Gusmão, Bruna Pereira Barros, Renata Pedreira da Cruz ................................................... 30
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR E TRANSTORNO BIPOLAR EM ENFERMARIA DE
CLÍNICA MÉDICA DE HOSPITAL GERAL: ANÁLISE COMPOSTA POR 48 INTERNADOS
Natacha Lorena Lima Mafort, Wagner Martignoni Figueiredo, Rogério Paysano Marrocos, José Ramon Rodriguez Arras
López, Zolder Marinho Silva ..................................................................................................................................... 31
BASES ANATOMOCIRÚRGICAS PARA UTILIZAÇÃO DO NERVO FRÊNICO NA RECONSTITUIÇÃO DE LESÕES TRAUMÁTICAS DO PLEXO BRAQUIAL
Maristella Reis da Costa Pereira ................................................................................................................................ 31
CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA DA UNIRIO
Pedro Henrique de Abreu Macedo, Melissa Gebrim Ribeiro, Priscilla Duarte Pimentel, Aline Masiero Fernandes, Simony
de Souza Pereira Maiolini ......................................................................................................................................... 32
AS METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS E SEU IMPACTO NA APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE DE MEDICINA DA UNIRIO
Aline Masiero Fernandes, Regina Maria Lugarinho da Fonseca ................................................................................. 33
ENFERMAGEM NO PERIOPERATÓRIO
Silvia Helena Silva, Alessandra de Carvalho Viana, Marco Antônio Serra Rodrigues ............................................... 34
FAZENDO ARTE NA PEDIATRIA DO HUGG
Mônica Menezes Perny, Cleudes Werneck .................................................................................................................. 35
CISTO DE COLÉDOCO EM ADULTO: RELATO DE CASO
Rafaela Correia da Silva, José Antonio D. C. Silva, José Carlos P. V. Alvarez, Antonio Carlos R. Garrido Iglesias ... 35
ESTUDO DE 167 CASOS DE COLEDOCOLITÍASE
Guilherme Saraiva Haddad, Fernando Athayde Veloso Madureira, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Mohamed
Chouky Kamar, Renato Manganelli Salomão ............................................................................................................. 36
DIVERTÍCULOS DO ESÔFAGO CERVICAL
Vinícius Luderer Dias, Célio Cortinhas Filho, Célia Regina de Oliveira Garritano, Flávio Malcher de Oliveira, Mohamed Chouky Kamar .................................................................................................................................................. 37
RESULTADO COMPARATIVO DAS RESSECÇÕES CÓLICAS DIREITA E ESQUERDA
NA INFLUÊNCIA DO PROGNÓSTICO INTRA-OPERATÓRIO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Rafaela Correia da Silva, Luciana de Oliveira Fialho, Isabelle Beatriz Dolovale Silva, Antônio Carlos Ribeiro Garrido
Iglesias, Vinícius Luderer Dias .................................................................................................................................. 37
FATORES DE CONVERSÃO EM 616 COLECISTECTOMIAS VIDEOLAPAROSCÓPICAS
Guilherme Saraiva Haddad, Renato Manganelli Salomão, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Rafaela Correia da Silva, Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias ............................................................................................................... 38
PÓLIPOS DA VESÍCULA BILIAR
Eduardo Andrade Dias Coutinho de Souza, Ricardo Lemos Cotta Pereira, Rodrigo Cesar Pinto, Ricardo Antonio Correia Lima, Rafaela Correia da Silva .......................................................................................................................... 38
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
CARCINOMA NEUROENDÓCRINO AMPULAR: RELATO DE CASO
Eduardo Andrade Dias Coutinho de Souza, José Calos Peri Vidal Alvarez, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias, Rodrigo César Pinto ............................................................................................ 39
ABSCESSO PANCREÁTICO DE APRESENTAÇÃO ATÍPICA: RELATO DE CASO
Guilherme Saraiva Haddad, Vinícius Luderer Dias, Eduardo Andrade Coutinho de Souza, José Carlos Perri Vidal Alvarez, Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias .......................................................................................................... 40
TUMOR NEUROENDÓCRINO DE LOCALIZAÇÃO ATÍPICA
José Antonio Dias da Cunha e Silva, Marcus Vinícius Motta Valadão da Silva, Eberhart Portocarrero Gross, Ricardo
Antonio Correia Lima, Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias ............................................................................... 41
ESTUDO RETROSPECTIVO DAS CIRURGIAS COLORRETAIS DA CLÍNICA CIRÚRGICA
A DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE
Rafaela Correia da Silva, Luciana de Oliveira Fialho, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Antônio Carlos Ribeiro
Garrido Iglesias, sabelle Beatriz Dolovale Silva .......................................................................................................... 42
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
ISS: 0103-4839
ISSN (EDIÇÃO ELETRÔNICA) - 1677-7840
NOV - 2011 - VOL. XXIV (ESPECIAL)
EDITOR
Mário Barreto Corrêa Lima
EDITORES ADJUNTOS
Aureo do Carmo Filho
Lucas Pereira Jorge de Medeiros
Max Kopti Fakoury
CONSELHO EDITORIAL
Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias (Cirurgia Geral)
Azor José de Lima (Pediatria)
Carlos Eduardo Brandão Mello (Gastroenterologia)
Carlos Alberto Basílio de Oliveira (Anatomia Patológica)
Marília de Abreu Silva (Infectologia)
Paulo Couto (Ortopedia)
Pietro Novellino (Cirurgia Geral)
Nelson Salém (Fisiatria)
Mair Simão Nigri (Cardiologia)
Maria Lúcia Elias Pires (Endocrinologia)
Terezinha de Jesus Agra Belmonte (Endocrinologia Infantil)
Carlos Modesto Solano (Cirurgia Gastroenterológica)
Maria Cecília da Fonseca Salgado (Reumatologia)
ASSISTÊNCIA ADMINISTRATIVA
Pedro Antonio André da Costa
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Luiz Eduardo da Cruz Veiga
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Apoio:
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Os Cadernos Brasileiros de Medicina (ISS 01034839/ISSN 1677-7840), uma publicação oficial
da Sociedade de Incentivo à Pesquisa e ao Ensino (SIPE), é, originalmente, produto do interesse científico na comunidade acadêmica do grupo
docente e discente do Serviço do Professor Mário Barreto Corrêa Lima e dos demais serviços da
Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
A abertura da revista para os grupos de pesquisa
de outros centros de reconhecimento é uma realidade a qual esta publicação vem atendendo nos
últimos anos e que só vem a contribuir para o desenvolvimento da divulgação do saber médico.
A finalidade da revista é a publicação de trabalhos
originais das diversas áreas da ciência e arte médicas. O conselho editorial, com plenos poderes de
avaliação e julgamento, reconhecendo originalidade, relevância, metodologia e pertinência, arbitrará a decisão de aceitação dos artigos. O conteúdo
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científicas definitivas para o bom exercício da ciência médica.
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escrito anterior em que se inclua o texto completo
sucedido pela abreviação referente entre parênteses.
* Os nomes dos medicamentos devem respeitar a
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* Tabelas devem ser enviadas em folha separada,
numeradas com algarismos arábicos, na seqüência
em que aparecem no texto, com legenda pertinente e auto-explicativa que deve se dispor na parte
superior da tabela. Rodapés com informações relevantes sucintas são permitidos.
* Figuras e gráficos devem ser enviados em folha
separada, na seqüência em que aparecem no texto,
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
numerados com algarismos arábicos, com legenda
pertinente e auto-explicativa que deve se dispor na
parte superior da tabela. Rodapés com informações relevantes sucintas são permitidos.
* Tabelas, figuras e gráficos devem ser enviados
em formato que permita a reprodução, e se necessário, devem ser mandadas individualmente.
Observamos que deve ser sugerido com clareza
pelos autores o local exato em que a inserção do
anexado está indicada no texto.
* Referências bibliográficas devem ser numeradas
consecutivamente em algarismos arábicos. Estas
referências vão dizer sobre citações de autores sobrescritas e numeradas sequencialmente (ex:
“são as hepatites”1) - que serão colocadas durante
o corpo do texto, não cabendo, durante o texto,
qualquer informação além sobre a referência. A
apresentação das referências deve ser baseada no
formato do grupo de vancouver (http://www.
icmje.or) e os títulos dos periódicos deverão ser
formatados de acordo com a National Library
of Medicine da List of Journal Indexed Medicus.
(http://nlmpubs.nlm.nih.gov/online/journals/
ljiweb.pdf) ou escritos por inteiro sem abreviação.
Exemplos do estilo de referências bibliográficas:
Artigos:
1. Vianna RR. A prevalência da demência de Alzheimer numa população de um bairro de idosos.
Arq Bras Psiquiatr. 1997;18(3):111-5.
2. Teixeira A, Jonas J, Lira M, Oliveira G. A encefalopatia hepática e o vírus da hepatite c. Arch
8
Eng Hepat. 2003;25(6):45-7.
3. Cardoso V, Jorge T, Motta F, Pereira C. Endocardite infecciosa e cirurgia de troca valvar. Jour
Int Cardiol. 2001;77980:34.
Livros:
1. Rodrigues RH, Pereira J, Ferreira RL. A semiologia médica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Medica-rio editores; 2000.
Capítulo livro:
2. Lant FC, Cerejo PM, Castelo RB, Lage LL.
Quedas em idosos. In: Barboza BZ, Azevedo VM,
Salomão RC, editores. O idoso frágil. 1ª ed. São
Paulo: Chateau e machara editora; 1992. p. 234-40.
- Agradecimentos são permitidos ao final do artigo.
Os trabalhos devem ser enviados por correio eletrônico ou por correio tradicional (via impressa
com cópia em disquete ou CD-ROM).
Prof. Mário Barreto Corrêa Lima - Editor Chefe
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CBM. Cadernos Brasileiros de Medicina (on line)
ISSN: 1677-7840
ISS: 0103-4839
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
EDITORIAL
XXXI JORNADA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE
XXXI Scientific Annual Meeting of the Hospital
Universitário Gaffrée e Guinle
Mario Barreto Corrêa Lima
Hoje os Cadernos dão a lume este número em tudo especial. Malgrado não caracterizar-se
o seu material por artigos como normalmente eles
e as demais revistas científicas o fazem, na realidade muitas publicam, em circunstâncias idênticas,
números especiais ou suplementos. O presente
número é um exemplo típico destes.
Permanece o nosso propósito, já expresso
na edição inicial de 1988 e rigorosamente mantido
nestes 23 anos, de maneira ininterrupta, de procurar atrair os jovens, sobretudo, alunos e médicos
para o saudável hábito de relatarem suas pesquisas
e trabalhos. Habituar-se a escrever além de muito
útil é algo que se deve começar cedo, pois que em
geral persiste pelo resto da vida.
A Jornada presente, de número XXXI,
já se constitui numa rotina institucionalizada no
Hospital Universitário Gaffrée Guinle, da Escola
de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, que de
resto completou 99 anos de existência, devendo
cumprir seu Centenário, em 2012 próximo. Trata-se, portanto de uma excelente abertura para o
que está por vir.
Seu leitmotif diz respeito as emergências
médicas, daí a maioria dos trabalhos relatados tratarem desse aspecto particular e tão importante
da atividade médica. Os Cadernos Brasileiros de
Medicina sentem-se recompensados de poderem
propiciar esta oportunidade ímpar a bom número de jovens que verão seus trabalhos em letra de
forma em tão nobre veículo.
________________________________________________________________________________
Professor Titular Emérito da Disciplina de Clínica Médica da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Membro Titular da Academia Nacional de Medicina.
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
A PROPÓSITO DA XXXI JORNADA
DO HUGG
Regarding the XXXI Annual Scientific Meeting
of the Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
Carlos Alberto Basilio de Oliveira1
Do mesmo modo, que ao longo das trinta
últimas jornadas médicas de nosso hospital, esta
jornada de 2011, confirmou a regra, gerações de
professores e alunos tiveram a oportunidade de
trocar importantes informações científicas sobre
as extraordinárias conquistas da medicina contemporânea.
Lamenta-se que pequenas questões políticas, ainda, não permitiram que muitas destas conquistas médicas, não sejam levadas a grande parte
da população do planeta, por conta da falta de implementação de atitudes básicas de saneamento e
prevenção, capazes de salvar milhões de crianças e
idosos em todo o mundo.
Nas três décadas passadas, nossos olhos
assistiram avanços tão inimagináveis, que nem Julio Verne, com sua fértil imaginação, seria capaz
de criar em seus contos, tão mirabolantes avanços científicos. Para quem teve a oportunidade
de acompanhar todas as nossas jornadas, mais de
perto, como aconteceu com as gerações de mestres que aportaram no novo Gaffrée e Guinle, pelos anos sessenta e setenta, fica muito patente, que
o encantamento do passado pode se transformar
nas conquistas do presente. Esta longa metragem
de pouco mais de trinta anos ficou certamente
gravada na retina dos que puderam somar a experiência de nossos antigos professores, a audácia
científica de nossos dias, que nos leva a medicina
do século XXI. O Gaffrée, como chamamos, por
suas próprias condições estratégicas, no cenário
médico-universitário na cidade do Rio de Janeiro, deveria definir suas opções operacionais, o que
iria permitir investimentos dirigidos e garantido
retorno financeiro.
O entusiasmo dos alunos transborda todas as expectativas, fato sempre marcado quando
começamos e terminamos cada jornada. Não é difícil atingir o progresso alcançado por outras instituições nacionais de reputação internacional. As
jornadas sempre nos mostraram que não estamos
longe, faltam detalhes, porém importantes.
Se quisermos avançar cientificamente
10
como hospital universitário, temos que fazer chegar a pesquisa à beira do leito ou a bancada de
projetos médico-cientista. Para isso, necessitamos
apenas das verbas e dos financiamentos que se
desperdiçam ou que rolam pelos ralos da corrupção. Já cheguei a falar sobre isso: o governo brasileiro interessa-se apenas pelo Produto Nacional
Bruto, deixando de reconhecer a importância do
Produto Nacional Fino, que são nossos pesquisadores, principalmente mestres e doutores, que impulsionam nosso país para um lugar de destaque
no cenário mundial, propiciando os avanços tecnológicos e de inovações com recentes conquistas
através de suas pesquisas nas mais diferentes áreas
do conhecimento humano.
Durante todos esses anos, desde 1979,
quando foi criada a I Jornada Médica do HUGG,
por seu diretor na época, Professor Hans Dohman que também, deve-se acrescentar, levou nosso Hospital de Clínicas Gaffrée e Guinle, a assinar
com o antigo Instituto Nacional de Previdência
Social (INPS), atualmente Instituto Nacional de
Seguridade Social o atendimento condigno assistencial de todos os cidadãos brasileiros, conforme
a novel orientação constitucional.
Com temas que se ocuparam das “Emergências Médicas” e a participação de convidados
ilustres e da própria instituição, circularam conferencistas e debatedores de quase todas as especialidades médicas, clínicas e cirúrgicas, pediátricas
e gerontológicas, homeopáticas e alopáticas, de
tudo um pouco. A particular chancela da Escola de Medicina e Cirurgia nos seus brilhantes 99
anos de existência, permitiu constituir uma semana de integração da EMC e o HUGG, capaz de
evocar, mais uma vez, os prolegômenos comemorativos do centenário da quarta mais antiga escola
médica do Brasil, através da consciência de sua
importância para o ensino médico de nosso país,
com a formação de mais de dez mil profissionais
médicos, que fazendo parte do contexto da nossa
universidade (UNIRIO) garante ainda, a criação
de centenas de oportunidades para o ensino superior com a graduação de médicos, enfermeiros,
nutricionistas, advogados, bibliotecários, historiadores, atores, museólogos e recente participação
da escola de turismo, muito dos quais com curso
de pós-graduação, mestrado e doutorado, de especialização e cursos à distância, com ofertas em
crescente ascensão abrangendo todo território na-
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
cional.
É importante também destacar na Jornada
Científica os mini-cursos, com assistência maciça
de alunos, além de cursos realizados, inclusive na
pré-jornada, de cirurgias minimamente invasivas,
com transmissão direta do centro cirúrgico para o
Anfiteatro Nobre do HUGG, com a participação
de cirurgiões convidados, bem como do curso de
cirurgia da dor. Esses dois temas, pode-se adiantar,
já estão no programa científico oficial de comemoração do centenário da Escola de Medicina e Cirurgia, marcado para início de abril de 2012.
Aproveito a oportunidade para destacar o
compromisso que a comunidade docente deve passar a ter com duas atividades que muito podem alavancar nossos horizontes: prestigiar os Cadernos
Brasileiros de Medicina com envio de publicações,
o que vai permitir maior projeção da revista no seu
contexto de indexação. Uma segunda proposta,
essa eu faço mais uma vez ao Magnífico Reitor, seria da criação de uma Editora para a nossa universidade. Apenas a UNIRIO, não tem essa oportunidade, diante de todos os outros centros da academia
universitária, o que iria estimular e engrandecer a
produção científica de seus alunos e professores.
A cada jornada do Hospital Universitário
Gaffrée e Guinle, quando do início de novembro,
no final da primavera, data da criação da Fundação
Gaffrée e Guinle, destacam-se os ideais de duas figuras da nossa sociedade: Candido Gaffrée e Eduardo Guinle, através de legítima atitude filantrópica. Não podemos deixar de ressaltar a competência
administrativa de Guilherme Guinle que tocou
toda a obra na construção do Hospital Gaffrée e
permitiu sua atividade continua por décadas. Para
isso contou com uma plêiade de médicos de ponta
da medicina brasileira, como Carlos Chagas, Eduardo Rabello, Miguel Couto, Clementino Fraga,
Fernando Magalhães, Ozório de Almeida e outros,
que constituíram o conselho deliberativo da fundação.
Este compromisso tem sempre que corresponder a maior renovação com o melhor de nosso
trabalho, honrando nossos mestres e projetando
nossos alunos para continuidade da vida médica
assistencial.
________________________________________________________________________________
Professor Titular da Disciplina de Anatomia Patológica da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro (UNIRIO).
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C) E
ESCORBUTO NA TERAPIA INTENSIVA:
RELATO DE CASO
Erika Vianna Glindmeier Didier,
Aureo do Carmo Filho,
Leandro Cardarelli Leite,
Vitor dos Santos Neves
INTRODUÇÃO: A deficiência de ácido ascórbico (vitamina C), principalmente no paciente crítico em que seu consumo está aumentado, pode
levar ao desenvolvimento de escorbuto, uma doença historicamente conhecida, mas pouco lembrada atualmente.
OBJETIVO: Descrever o caso de um paciente de 82 anos internado por sepse com diversas
equimoses que evoluíram para úlceras sangrantes,
gengivorragia e hemorragia brônquica, levando a
necessidade de múltiplas transfusões, que melhoraram após o uso de ácido ascórbico.
CONCLUSÃO: Com isso podemos perceber
que a dosagem habitual de ácido ascórbico presente em dietas enterais é insuficiente para reposição
de paciente crítico com deficiência prévia, além de
relembrar a importância de pensar no diagnóstico
de hipovitaminoses no paciente idoso.
Palavras-chave: Ácido ascórbico, escorbuto, terapia intensiva.
ESTUDO COMPARATIVO EM SEPSE ENTRE O HUGG E O HOSPITAL PRÓ-CARDÍACO
Leandro Cardarelli Leite,
Aureo do Carmo Filho,
Fernando Augusto Bozza,
Erika Vianna Glindmeier Didier,
Thiago Shinji Kajishima Gomes
INTRODUÇÃO: Estima-se que, por ano, o custo da sepse seja de US$16,7 bilhões com mais de
200.000 mortes.
OBJETIVOS: Comparar a mortalidade dos pacientes clínicos com diagnóstico de sepse a admissão em dois Centros de Terapia Intensiva (CTIs)
de hospitais terciários, um público universitário e
outro privado, da cidade do Rio de Janeiro. Concomitantemente, relacionar com dados epidemiológicos das duas populações em estudo.
MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional,
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em que foram pesquisados critérios diagnósticos
de sepse escritos no prontuário médico dos pacientes clínicos admitidos nos CTIs do Hospital
Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) e do
Hospital Pró-Cardíaco (HPC). Aqueles adscritos
no trabalho eram acompanhados até seu desfecho - alta ou óbito - dentro da unidade intensiva.
Com os dados descritos, completava-se questionário original e, posteriormente, transcrevia-o aos
programas Excel for Windows versão 2007 e GraphPad InStat 2009.
RESULTADOS:
Entre
04/11/2010
e
29/04/2011, foram analisados 132 prontuários,
dos quais 37 cumpriram os critérios de inclusão
- 19 no HUGG e 18 no HPC. A taxa de mortalidade foi de 66,67% para o HUGG e de 31,25%
no HPC. Os escores de gravidade - APACHE II,
SOFA 0h e SOFA 72 - do HUGG foram 21,1;
4,89 e 4,47; respectivamente. Já no HPC, os valoras foram 17,22; 5,16 e 3,18. A média de idade foi
de 60 anos no HUGG e de 79,88 no HPC. Ainda,
neste, 100% das infecções foram de origem comunitária enquanto no HUGG 78,94% dos pacientes tiveram infecção nosocomial.
CONCLUSÕES: No HUGG, a mortalidade foi
maior; os pacientes desta instituição foram admitidos no CTI em situações de maior gravidade e
com infecções nosocomiais em sua imensa maioria. No HPC, o número de óbitos foi significativamente inferior ao do HUGG e a média de idade
dos pacientes foi maior.
Palavras-chave: Sepse, CTI, mortalidade.
ASPECTOS TOMOGRÁFICOS DA OFTALMOMIÍASE
Bernardo Gribel Carneiro,
Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho,
Filipe Ribeiro Queiroz Santos,
Carolina Maria de Azevedo,
Ana Célia Baptista Koifman
INTRODUÇÃO: Miíase é a infestação dos tecidos de vertebrados vivos por larvas de moscas
da ordem díptera. Esses parasitas obrigatórios se
alimentam do tecido ou líquidos corporais desse
hospedeiro para evoluírem em seu ciclo natural.
Existem mais de 85.000 espécies de dípteros, porém poucas são as capazes de causar oftalmomiíase. Nessa rara afecção, ocorre invasão das pálpebras, conjuntiva, córnea, segmento anterior,
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
segmento posterior ou órbita pela larva, quadro
que estatisticamente corresponde à apenas 5% de
todos os casos em humanos. O diagnóstico, na
grande maioria das vezes, é eminentemente clínico ou fibroscópico, com visualização direta das
larvas. Porém, exames complementares como a
tomografia computadorizada (TC) têm se mostrado de extrema importância na avaliação do envolvimento e da invasão de tecidos.
OBJETIVOS: Descrever os aspectos tomográficos da oftalmomiíase.
MÉTODOS: São apresentados os aspectos tomográficos de quatro pacientes diagnosticados
com oftalmomiíase, que deram entrada no Hospital Municipal Souza Aguiar, no período de Janeiro
de 1999 a Novembro de 2009. Os achados foram
analisados por dois médicos radiologistas, com
experiência mínima de quinze anos em radiologia
de cabeça e pescoço.
RESULTADOS: Dos quatro pacientes, três pertenciam ao sexo masculino (75%). A idade variou
entre 39 e 76 anos, com idade média de 59 anos.
Um paciente referiu enucleação há trinta anos,
por motivo não relatado, do lado atualmente acometido pela miíase. Três pacientes (75%) apresentavam miíase cutânea periorbitária, enquanto o
outro mostrava infestação da hemiface por miíase.
Ambos os lados tiveram a mesma frequência de
acometimento. Grande aumento das partes moles periorbitárias (pré-septais) foi observado em
dois pacientes, com maior volume de lesão do
lado nasal em ambos. Dos três globos oculares,
dois (66%) foram comprometidos, um mostrando
invasão focal da câmara anterior e o outro destruição total. Houve deslocamento lateral do globo
ocular não invadido e deslocamento súpero-lateral associado à enoftalmia do globo com invasão
focal. Foi observado acometimento orbitário nos
quatro pacientes. Em duas órbitas (50%), evidenciou-se lesão intra e extraconal. Compromentimento extraconal esteve presente nos outros dois
pacientes, um através do canto interno orbitário e
outro no quadrante inferior.
CONCLUSÕES: Na literatura radiológica, há
escassas descrições dos aspectos tomográficos
da oftalmomiíase. Nesse estudo, a frequência e
padrão de acometimento óculo-orbitário foram
variados. Pequeno volume de lesão cutânea com
destruição total do globo ocular foi observado no
paciente mais idoso da série, especulando-se que
o adelgaçamento da esclera e do septo orbitário
pela senilidade possa favorecer a invasão tecidual.
Houve predomínio de lesão orbitária extraconal.
Em nenhum dos casos estudados, observou-se
acometimento de ápice orbitário, seio cavernoso
ou arcabouço ósseo.
Palavras-chave: Miíase, globo ocular, órbita, tomografia computadorizada.
DOENÇA DE STILL DO ADULTO REFRATÁRIA - RELATO DE CASO TRATADO COM TOCILIZUMABE
João Luiz Pereira Vaz,
Lívia Regina Theilacker,
Fabíola Sampaio Brandão,
Paulo César Handam,
Maria Cecília da Fonseca Salgado
INTRODUÇÃO: A Doença de Still do Adulto
(DSA) é uma desordem rara inflamatória de etiologia desconhecida, mais freqüente em adultos
jovens. Caracteriza-se por febre, rash evanescente, artralgia ou artrite, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, leucocitose, elevação de enzimas
hepáticas, VHS e ferritina. Os corticosteróides
geralmente são eficazes. Não havendo resposta
pode-se empregar drogas modificadoras de doença (DMARDs) e agentes biológicos. Existem
relatos na literatura demonstrando sucesso terapêutico com Tocilizumabe, anticorpo monoclonal
inibidor da IL-6.
OBJETIVO: Relatar um caso de DSA refratária,
com resposta satisfatória à terapia com Tocilizumabe.
RELATO DO CASO: MFS, 34 anos, parda, técnica em enfermagem, natural e residente no Rio
de Janeiro. Há um ano e meio apresentou eritema
nodoso, rash cutâneo, febre vespertina, mal estar,
tonteira e amigdalite. Internada para antibioticoterapia sem melhora clínica. Progrediu com poliartrite assimétrica migratória. Foi encaminhada
ao serviço de Reumatologia do HUGG-UNIRIO
para investigação diagnóstica. Exame físico: Eritema nodoso em MIE, rash cutâneo poupando a
face, presença de carpite à direita com limitação
de movimentos.Exames complementares: anemia
normocrômica e normocítica, leuco: 12000, reticulócitos: 4,1%, VHS: 59mm, VDRL e FTA-ABS:
não reator; PCR: 17,7; Coombs Direto: positivo/
Indireto: negativo, Ferro: 23 (VR: 37-150), GGT:
118, TGO e TGP normais, hipergamaglobulinemia policlonal, α 1 glicoproteina ácida: 245, C3:
13
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
208, C4 e CH50: normais, transferrina:195, ferritina: 970, sorologia para HIV negativa; FR, FAN,
ANCA, ANTI Ro/La/SM/RNP/ SCL70: não
reativos. USG: punho direito (face ventral): tenossinovite do primeiro, segundo e terceiro túneis.
TC de Tórax e Ecocardiograma sem alterações.
Biópsia de pele do membro inferior esquerdo:
paniculite septal com intenso espessamento dos
septos conjuntivos onde há fibrose e infiltração
inflamatória de linfócitos, histiócitos e neutrófilos,
sugestiva de eritema nodoso. Foi feito corticóide
na dose de 60 mg/dia, sem resposta, mantendo
febre diária e artrite exuberante. Introduzimos
Tocilizumabe com resposta clínica e laboratorial
satisfatórias com redução importante das provas
inflamatórias.
CONCLUSÃO: Trata-se de um relato de DSA
refratária à corticoterapia, onde o uso de Tocilizumabe teve impacto considerável na melhora
clínica e laboratorial, com remissão dos sinais e
sintomas, revelando-se, como a literatura vem
mostrando, uma nova e eficaz opção de tratamento para a doença.
Palavras-chave: Doença de Still do Adulto, tocilizumabe, artrite.
ASPECTOS RADIOLÓGICOS DA FRATURA DE PÊNIS- RELATO DE CASO
Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho,
Bernardo Gribel Carneiro,
Filipe Ribeiro Queiroz dos Santos,
Carolina Maria de Azevedo,
Ana Célia Baptista Koifman
INTRODUÇÃO: Fratura de pênis (FP) constitui uma emergência urológica rara, com uma incidência de cerca de um para cada 175.000 atendimentos emergenciais. É definida pela ruptura
do corpo cavernoso e da sua bainha fibroelástica
envolvente, a túnica albulgínea, cujo tratamento
é cirúrgico. O mecanismo da lesão é o aumento
súbito da pressão dentro do corpo cavernoso por
ação de força externa, responsável pela laceração
da túnica. O diagnóstico é essencialmente clínico.
Os pacientes relatam tipicamente estalido durante
o ato sexual, seguido de intensa dor e detumescência peniana, além do surgimento edema, hematoma e deformação. Em casos atípicos, duvidosos, de baixa suspeição clínica ou na presença
de dor e edema intensos, que impossibilitem o
14
exame físico adequado, a ultrassonografia (US) e
a ressonância magnética (RM) são métodos complementares que podem ser usados para confirmação diagnóstica.
OBJETIVO: Descrever os aspectos radiológicos
da fratura de pênis à ultrassonografia e à ressonância magnética, a propósito de um caso com
baixa suspeição clínica.
MÉTODOS: Paciente com 40 anos de idade, negro, deu entrada na emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar, com quadro de traumatismo contuso do pênis durante o ato sexual há 24
horas. Relatou estalido e detumescência peniana
imediata, dor e edema, sem ereções subsequentes. Ao exame físico, observava-se discreto edema
na haste peniana, com equimose, que se estendia
do corpo do pênis até a bolsa escrotal, sem sinais
de falha da túnica albugínea à palpação. Devido
à historia clinica sugestiva de fratura peniana, foi
solicitada US e posteriormente RM.
RESULTADOS: A US do pênis mostrou coleção heterogênea, com áreas hiperecoicas, na face
ventral do pênis, medindo cerca de quatro centímetros, sugerindo hematoma. Também foi evidenciada perda de definição da túnica albugínea
do corpo cavernoso em correspondência à coleção. A RM no plano axial, sequência ponderada
em T2, mostra lesão ovalar com hipersinal na região ventral direita do pênis, deslocando o corpo
esponjoso contralateralmente.No plano sagital,
observa-se rotura da túnica albugínea cavernosa
com hematoma adjacente. A exploração cirúrgica
confirmou lesão de três cm na túnica albugínea.
CONCLUSÕES: A US constitui método
de avaliação rápido, disponível na maioria
dos centros de emergência e de baixo custo.
Pode demonstrar a rotura da túnica albulgínea e, associando-se a dopplerssonografia,
lesões vasculares concomitantes. Entretanto,
possui a desvantagem de ser operador-dependente ,exigindo-se relativa experiência para
um diagnóstico preciso. A RM é o método
de imagem padrão ouro para avaliação dos
pacientes com FP, com excelente contraste
tecidual e capacidade multiplanar, permitindo
a avaliação acurada da localização e gravidade
da rotura, dados essenciais para o urologista
na determinação do sítio exato da lesão e extensão da incisão. No entanto, a acessibilidade ao método e referido custo são fatores que
desfavorecem sua aplicação na prática clínica.
Palavras-chave: Fratura, pênis, radiologia.
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
MANIFESTAÇÃO AGUDA DO PSEUDOTUMOR ORBITÁRIO - ESTUDO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Filipe Ribeiro Queiroz dos Santos,
Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho,
Bernardo Gribel Carneiro,
Carolina Maria de Azevedo,
Ana Célia Baptista Koifman
INTRODUÇÃO: O pseudotumor orbitário, ou
síndrome inflamatória idiopática da órbita, é um
processo intraorbitário benigno, porém manifestações extraorbitárias podem ocorrer. É a 3° patologia mais comum da órbita, correspondendo a
5-10% das lesões. Clinicamente, os pacientes podem apresentar dor, edema periorbitário, diplopia,
proptose, quemose conjuntival e restrição de motilidade ocular. Alguns pacientes também podem
desenvolver neuropatia óptica associada. O diagnóstico é comumente baseado na história clinica
e exames de imagem. O tratamento consiste na
administração venosa ou oral de corticóide.
OBJETIVO: Descrever os aspectos tomográficos do pseudotumor orbitário em cinco pacientes
com manifestação clínica aguda da doença.
MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os aspectos tomográficos de 5 casos
de pacientes com apresentação clínica aguda de
pseudotumor orbitário, confirmados por reposta
terapêutica completa à corticoidoterapia, que deram entrada no Hospital Municipal Souza Aguiar,
no período de janeiro de 1999 a novembro de
2009. Os exames foram revistos por 2 médicos
radiologistas com experiência mínima de 15 anos
em radiologia de cabeça e pescoço.
RESULTADOS: Dos 5 pacientes, 3 (60%) eram
do sexo masculino e 2 (40%) do sexo feminino.
A idade variou de 22 a 58 anos, com média de
32,6 anos. Os sinais e sintomas mais comuns foram proptose (80%), redução da motilidade ocular (60%), dor ocular (40%) e redução de acuidade
visual (40%). Edema periorbitário e diplopia foram referidos em um caso cada. Seis órbitas foram
acometidas nos cinco pacientes. Proptose ocular
foi observada em 5 órbitas (83,3%), tendo sido
grau II tomográfico em 3 órbitas (60%/) e grau
III tomográfico em 2 órbitas (40%). A doença
acometeu tanto a base quanto o ápice orbitário
em 5 orbitas (83,3%). As estruturas mais comumente comprometidas foram a gordura e o complexo músculo - tendíneo (5 casos cada). Glândula
lacrimal e complexo do nervo óptico foram acometidos em 2 órbitas cada e o globo ocular em 1
órbita apenas. Houve comprometimento concomitante de 4 estruturas anatômicas orbitárias em
2 órbitas.
CONCLUSÕES: O pseudotumor orbitário foi
mais freqüente no sexo masculino, em jovens e
unilateral. Proptose e redução da motilidade ocular foram os sinais e sintomas mais comuns. Na
maioria das órbitas, a doença acometeu desde a
base ate o ápice, com grande diversidade de forma e distribuição da lesão. Gordura e complexo
músculo-tendíneo foram as estruturas mais freqüentemente comprometidas.
Palavras-chave: Pseudotumor, órbita, tomografia computadorizada.
COEXISTÊNCIA DE ESPONDILITE ANQUILOSANTE E DOENÇA MISTA DO
TECIDO CONJUNTIVO - RELATO DE
CASO
Lívia Regina Theilacker,
Fabíola Sampaio Brandão,
João Luiz Pereira Vaz,
Maria Cecília da Fonseca Salgado
INTRODUÇÃO: A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença inflamatória caracterizada
pela falta de marcadores sorológicos e lesões articulares de predomínio axial que evoluem para
anquilose. A Doença Mista do Tecido Conjuntivo
(DMTC) é uma doença autoimune sistêmica com
altos títulos de anticorpos anti-U1-RNP associado a manifestações clínicas comuns a outra colagenoses, incluindo Lúpus Eritematoso Sistêmico,
Polimiosite e Esclerose Sistêmica. A coexistência
de DMTC e Espondilite Anquilosante tem sido
raramente relatada.
OBJETIVO: Relatar um caso de Espondilite Anquilosante que evoluiu com Doença Mista do Tecido Conjuntivo.
RELATO DO CASO: M.G.C., 42 anos, branca,
feminina, solteira, professora, natural e residente
no RJ. Há 18 anos em tratamento para EA com
pouca resposta às drogas convencionais. Em fevereiro de 2010: artroplastia total de quadril esquerdo. Nesta mesma época, surgimento de edema difuso e doloroso de mãos e pés, associado a
rigidez, fadiga e fenômeno de Raynaud. Ao exame
físico, apresentava posição do esquiador, mãos em
15
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
garra, esclerodactilia e Raynaud importante em
mãos e pés. BASDAI: 6,0. Exames complementares: anemia normocrômica e normocítica; VHS:
50mm/h; PCR: 2,61mg/dl; FAN 1:1280 com padrão nuclear pontilhado grosso; Anti-Sm, Anti-DNA, Anti-Ro, Anti-La, Anti-SCL70, FR, Anti-CCP: não reatores. Anti-RNP: 150 U/Ml; TCAR
de tórax e PFR sem alterações; ECO com PSAP:
29mmHg; ENMG: miopatia leve com pouca expressão neurofisiólogica; CK: 418U/L ; Aldolase:
23,5 U/ L. Tratamento: prednisona 40mg/dia,
metotrexato 12,5mg/semana, ácido fólico: 05mg
e nifedipina retard: 20mg/dia, com melhora clínica importante. BASDAI pós tratamento: 1,5.
CONCLUSÃO: Trata-se de rara associação de
doenças: EA e DMTC. O aparecimento de novos
sintomas e os exames complementares mostraram
aparecimento de outra doença em paciente que já
apresentava Espondilite Anquilosante. É importante lembrar que apesar de incomum, as doenças
inflamatórias, incluindo as Espondiloartrites, podem coexistir com as doenças autoimunes.
Palavras-chave: Espondilite anquilosante, Doença Mista do Tecido Conjuntivo, doença autoimune.
SÍNDROME SJÖGREN SECUNDÁRIA A
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL - RELATO DE CASO
Fabíola Sampaio Brandão,
Lívia Regina Theilacker,
João Luiz Pereira Vaz,
Maria Cecília da Fonseca Salgado
INTRODUÇÃO: A síndrome de Sjögren (SS) é
uma doença auto-imune sistêmica com acometimento das glândulas exócrinas, causando xerostomia e xeroftalmia. Pode ser primária (SSp) ou
associada a outra doença auto-imune sistêmica
(SS secundária). Não é comum a associação com
Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), como também a
parotidite é mais frequente na forma primária da
doença.
OBJETIVO: Relatar um caso de SS secundária à
AIJ e com aspectos clínicos pouco usuais.
RELATO DE CASO: AAB, feminina, 17 anos,
branca, estudante, natural de Minas Gerais, residente em Cabo Frio (RJ). Há quatro anos apresentou aumento de parótidas. Evoluiu com poliartrite
simétrica de MCFs, IFPs, punhos, cotovelos e dor
16
em coluna cervical, quadris e tornozelos, de caráter intermitente, associada a rigidez matinal maior
que 1h. Fenômeno de Raynaud, xerostomia, mialgia, astenia e perda ponderal leve. Exame físico:
poliartrite simétrica (cotovelos, punhos, MCFs e
IFPs), dificuldade de deambulação, parotidite bilateral com limitação de abertura da boca e lesões
maculopapulosas em MMII, próximas aos maléolos internos, com 2 cm de diâmetro, consistência
algo endurecida. Exames complementares: anemia normocítica e normocrônica, PCR: 16mg/
dL, VHS: 100 mm, C3: 76, C4: 7, FAN 1:160 nuclear pontilhado grosso, Anti Ro: 237, Anti La:
24, Anti RNP >240, FR: 320 UI/ml e Anti-DNA,
Sm, CCP, Scl70: NR, hipergamaglobulinemia policlonal; USG de parótidas: aumento de volume,
contornos lobulados, dilatação sacular dos ácinos
intraglandulares de forma difusa. FO: ceratite
punctata difusa em ambos os olhos (AO), BUT
2-3 seg, Schimer: OD: 1mm e OE: 2mm, Rosa
bengala: alguns pontos corando 1+/4+ em AO.
Bx de pele (MMII): edema ao redor dos vasos sanguíneos da derme superior, espessamento de septos conjuntivos da hipoderme, reação pelo PAS
com discreto espessamento em membrana basal
da epiderme. Bx da mucosa labial inferior: espessamento do epitélio escamoso, ectasia vascular e,
no córion profundo, lóbulo de glândulas salivares
com acentuado infiltrado inflamatório linfocítico
intersticial.
CONCLUSÃO: Embora pouco freqüente, a associação de SS com parotidite bilateral e AIJ pode
ser observada. O caso relatado é interessante também por apresentar outros aspectos incomuns,
tais como fenômeno de Raynaud, anti-RNP positivo e lesões cutâneas.
Palavras-chave: Síndrome de Sjögren, Artrite
Idiopática Juvenil, doença auto-imune sistêmica.
RITUXIMAB NO TRATAMENTO DO
PÊNFIGO VULGAR REFRATÁRIO
Stephanie Del Rio Navarret Biot,
Maria Angélica Erthal de Barros,
Ricardo Barbosa Lima,
Henrique Novo Costa Pereira,
Carlos José Martins
INTRODUÇÃO: O Pênfigo vulgar é uma bulose auto-imune potencialmente fatal. O principal
tratamento são corticóides sistêmicos associados
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
a imunossupressores porém devido às reações
adversas e falência do tratamento novas modalidades terapêuticas são necessárias, como por
exemplo o rituximab. O rituximab é um anticorpo
monoclonal quimérico anti-CD20 que promove a
depleção de linfócitos B e pré-linfócitos B. Inicialmente desenvolvido para o tratamento de linfoma
não-Hodgkin, e tem se mostrado uma excelente
opção para doenças auto-imunes como o pênfigo
vulgar. Está indicado para pacientes com pênfigo
vulgar refratário a pelo menos duas modalidades
terapêuticas incluindo a associação de corticoides
sistêmicos e outros imunossupressores
OBJETIVO: Avaliar a eficácia e segurança do Rituximab no Pênfigo vulgar refratário.
MÉTODOS: Relato de caso de paciente com
Pênfigo vulgar grave refratário a diversos tratamentos em que foi utilizado o Rituximab.
RELATO DE CASO: Paciente 47 anos, masculino, natural do Rio de Janeiro. Há 7 meses com erosões na mucosa oral e bolhas no corpo. Ao exame,
lesões erosadas e crostosas disseminadas na pele
e mucosa oral. A histopatologia revelou bolha intraepidérmica com clivagem suprabasal e células
acantoliticas arredondadas em meio a células inflamatórias, compatível com Pênfigo vulgar. Foi
submetido ao tratamento com prednisona, pulsos
de metilprednisolona, imunoglobulina endovenosa, pulsos de ciclofosfamida, azatioprina e plasmaferese, com resposta inicial porém com recidiva da
doença. Sendo assim, realizamos 8 infusões de rituximab 375mg/m2 e iniciamos o micofenato de
mofetil como medicação coadjuvante. Durante o
tratamento, o paciente permaneceu internado por
8 meses e apresentou complicações como infecções e sepse, fazendo uso de diversos esquemas
de antibioticoterapia de amplo espectro.
RESULTADOS: Após a quarta infusão do rituximab o paciente apresentou melhora acentuada. Após 30 dias, apresentou novas lesões e foi
submetido a mais quatro infusões do rituximab,
obtendo remissão completa do quadro com alta
hospitalar. Atualmente, está no oitavo mês após a
alta, mantendo-se sem lesões, em uso de micofenolato de mofetil 2g/dia e prednisona 10mg em
dias alternados.
CONCLUSÕES: De acordo com a literatura e
com os resultados obtidos no nosso caso, constatamos que o rituximab é uma opção terapêutica
segura, eficaz, que proporciona resultados duradouros, revelando-se, assim, um tratamento promissor para o pênfigo vulgar refratário.
Palavras-chave: Penfigo, vulgar, imunobuloses,
rituximab.
ESTUDO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TCAR) DO PULMÃO NA
SÍNDROME DE SJÖGREN
Maria Cecília da Fonseca Salgado,
Bruno Bordallo Correa,
Lívia Regina Theilacker,
Fabíola Sampaio Brandão,
João Luiz Pereira Vaz
INTRODUÇÃO: A Síndrome de Sjögren Primária (SSp) é uma doença inflamatória crônica,
multissistêmica de natureza auto-imune caracterizada pela infiltração linfoplasmocitária das glândulas exócrinas, mais comumente as salivares e
lacrimais. Possui alta prevalência, variando na literatura de 1-3%. A SSp ocorre em todas as idades,
sendo mais comum após os 50 anos, com prevalência em mulheres (9:1), principalmente da raça
branca. Não se conhece a fisiopatologia do acometimento pulmonar. Contudo, o pulmão e toda
a extensão das vias aéreas são alvos da doença. A
prevalência do acometimento pulmonar provoca
divergências na literatura, variando de 9% a 75%.
A radiografia de tórax, utilizada na avaliação inicial das colagenoses não é suficiente para detectar
precocemente o envolvimento pulmonar, sendo
a tomografia computadorizada de alta resolução
(TCAR) o método de escolha.
OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é descrever as alterações pulmonares presentes na SSp,
através da TCAR de tórax, sua freqüência e os tipos de lesão encontrados.
METODOLOGIA: Trata-se de uma série de casos onde foram analisados 30 pacientes com SSp,
em tratamento no ambulatório de Reumatologia
do Hospital Universitário Gafrèe e Guinle. O
diagnóstico obedeceu aos critérios do Consenso
Americano-Europeu. A idade variou entre 18 e 70
anos. Foram excluídos pacientes fumantes, com
doenças pulmonares prévias e que apresentaram
associação com outras colagenoses. Solicitamos
exames para o diagnóstico da SSp e TCAR de tórax.
RESULTADOS: Das 30 TCAR realizadas, 6 não
apresentaram alterações e 24 mostravam as seguintes lesões: bronquiectasias (n=7), áreas de má
perfusão pulmonar (n=5), nódulos com densida17
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
de de partes moles (n=5), espessamento de pleural
(n=4), atelectasias(n=2) e opacidades subpleurais,
formações bolhosas subpleurais, opacidade nodular, espessamento da parede brônquica, infiltrado
intersticial reticular intersseptal (n=1).
CONCLUSÕES: Nota-se elevada prevalência
de alterações tomográficas na amostra avaliada
(80%). A literatura mostra variados percentuais.
Embora não se possa afirmar que esses achados
sejam decorrentes da SSp, é relevante demonstrar
que podem ocorrer lesões e que estas têm um potencial de morbidade. Os autores concluem ser
importante a realização de TCAR de tórax na rotina dos pacientes com SSp.
Palavras-chave: Síndrome de Sjögren Primária,
doença inflamatória crônica, TCAR de tórax.
METÁSTASE CUTÂNEA DE CÂNCER DE
MAMA
Maria Angélica Erthal de Barros Macedo,
Joanna Pimenta de Araújo Franco,
Caroline Cruz Barbosa,
Ricardo Barbosa Lima,
Carlos José Martins
INTRODUÇÃO: O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o
mais comum entre as mulheres. Corresponde à
primeira causa de mortalidade por câncer em mulheres com estimativa em 2010 de 49 casos novos
para cada 100000 mulheres. Ele metastatiza em
um terço dos casos, sendo os sítios mais comuns:
pulmões, ossos, cérebro, fígado, linfonodos e pele.
É o responsável por 24% dos casos de doença
metastática cutânea.
OBJETIVOS: Demonstrar a importância do
exame dermatológico e da biópsia cutânea no seguimento dos pacientes após tratamento de neoplasia visceral.
MÉTODOS: Relato de caso de paciente com
história de adenocarcinoma intraductal de mama,
submetida à mastectomia bilateral, esvaziamento
ganglionar axilar, radioterapia e quimioterapia,
com surgimento de metástase cutânea de aspecto
inusitado.
RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 53 anos, branca, casada. Relatava há 5 meses,
surgimento de lesões eritematosas, pruriginosas,
disseminadas pelo abdome. Na história patológica
pregressa referia adenocarcinoma intraductal ma18
mário, com mastectomia bilateral e esvaziamento ganglionar axilar, há 7 meses. Posteriormente
foi submetida à radioterapia e quimioterapia. Ao
exame físico dermatológico, observamos cicatriz
de mastectomia e na região superior do abdome,
máculas, pápulas e placas eritematosas com telangiectasias. No flanco esquerdo apresentava placas
eritemato-infiltradas com aspecto urticariforme.
Apesar do diagnóstico clínico sugestivo de urticária a paciente referia que não houve melhora com
anti-histamínicos. Foi realizada biópsia cutânea
em virtude da história pregressa de adenocarcinoma ductal e o exame histopatológico revelou, na
derme, infiltrado inflamatório linfocitário perivascular, além de vasos ectasiados apresentando no
seu interior êmbolos neoplásicos, constituídos por
células epiteliais, esboçando estruturas ductais.
RESULTADOS: O exame histopatológico revelou tratar-se de metástase cutânea de adenocarcinoma ductal, acarretando mudança no estadiamento e, conseqüentemente, no tratamento e
prognóstico da paciente.
CONCLUSÕES: As metástases cutâneas ocorrem em 0,7 a 10% das neoplasias malignas viscerais. Predominam nas mulheres nas quais o câncer
de mama é a causa mais comum. As localizações
mais comuns são o tórax e abdome, sendo as
apresentações clínicas diversas, muitas vezes com
aspecto inusitado, ou mimetizando outras doenças cutâneas, como: herpes zoster, cisto epidérmico e tumores cutâneos primários como o carcinoma basocelular e melanoma. Portanto, devido
as elevadas taxas de incidência e mortalidade da
neoplasia mamária, ressaltamos a importância do
exame dermatológico e biópsia de lesões cutâneas, no seguimento das pacientes com história de
câncer de mama.
Palavras-chave: Metástase, cutânea, câncer, neoplasia, mama.
PADRÃO DE VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO POLO TEMPORAL
Francisco José Lourenço Torrão Junior,
José Fernando Guedes Corrêa
INTRODUÇÃO: Em nosso conhecimento, a
drenagem venosa do polo temporal ainda apresenta diversos pontos obscuros na literatura médica. No estudo da anatomia do lobo temporal
observa-se que a drenagem venosa da ponta tem-
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
poral é feita a partir de veias que drenam para o
seio esfenoparietal. Um padrão clássico de drenagem do lobo temporal envolve a veia cerebral
superficial média, levando o sangue venoso para o
seio esfenoparietal, que por sua vez, drenaria para
o seio cavernoso. Entretanto, existem diferentes
padrões anatômicos de drenagem da região polar,
e essa variabilidade pode acarretar conseqüências
na velocidade de tumefação dessa região em casos
de contusão seguida de congestão polar.
OBJETIVO: Nosso estudo visa esclarecer os padrões anatômicos dessa drenagem e analisar seus
impactos em importantes fenômenos fisiopatológicos.
MÉTODOS: Neste estudo descritivo foram dissecados cem polos temporais formalizados, sendo
cinquenta de cada hemisfério cerebral. Definimos
como a ponta do lobo temporal a área cerebral
contida desde extremidade do lobo temporal até
4 cm posteriormente. Em seguida, dividimos o
estudo na observação da face súpero-lateral e da
face inferior da região polar. O seio esfenoparietal também foi analisado, verificando-se e quantificando-se os segmentos venosos de drenagem
temporal polar porventura desembocando em
cada porção sinusal.
RESULTADOS: Na face súpero-lateral de drenagem, a totalidade dos pólos temporais esquerdos (100%) apresentou drenagem venosa realizada unicamente para o seio esfenoparietal. Em
contrapartida, 35 polos temporais direitos (70%)
exibiram a drenagem venosa polar através do seio
esfenoparietal, Veia de Labbé e Seio Transverso,
enquanto que 13 polos temporais direitos (26%)
apresentaram sua drenagem realizada somente
pelo seio esfenoparietal, e em 2 polos temporais
do lado direito (4%) observou-se uma veia reta
que se liga ao seio esfenoparietal. Na face inferior,
a drenagem venosa do hemisfério direito apresentou a participação única do seio esfenoparietal em
37 polos dissecados (74%) e em 13 polos (26%)
observou-se a contribuição do seio petroso superior juntamente com o seio esfenoparietal. Nos
pólos temporais esquerdos dissecados, notou-se
um único padrão de drenagem, envolvendo apenas o seio esfenoparietal em todos os polos temporais dissecados (100%).
CONCLUSÃO: Existem diferenças extremamente relevantes na drenagem venosa polar, as
quais podem acarretar conseqüências diretas em
processos fisiopatogênicos envolvendo congestão traumática da região. A análise estatística dos
dados apresentados nas tabelas I e II evidencia
que há uma distribuição diferenciada do local de
drenagem venosa nos polos temporais direitos e
esquerdos, independente da face observada. Os
diversos padrões de drenagem venosa do polo
temporal podem apresentar importantes implicações na prática clínica e cirúrgica. Estudos complementares são necessários para o entendimento
do sistema venoso da região.
Palavras-chave: Polo temporal, drenagem venosa cerebral.
ANÁLISE URODINÂMICA PARA O DIAGNÓSTICO DE OBSTRUÇÃO INFRA-VESICAL EM MULHERES E SUA CORRELAÇÃO COM A CLÍNICA
Fernanda Martins da Costa Crosara,
Luana Azevedo de Paula,
Marcelo Calmeto Noronha Barleta,
Bárbara Vervloet Corseuil,
Katiuscha Merath de Almeida Reis
INTRODUÇÃO: A obstrução infra-vesical em
mulheres é um diagnóstico difícil de ser realizado
devido à baixa suspeição pela pouca sintomatologia específica apresentada pelas pacientes e, também, devido à diversidade nos valores de corte estabelecidos para o fluxo máximo na urodinâmica.
OBJETIVO: Comparar os critérios urodinâmicos propostos para obstrução e constatar a superioridade de um sobre o outro, além de avaliar o
valor preditivo positivo da sintomatologia dessas
pacientes para o diagnóstico de obstrução e avaliar a presença de prolapso e cirurgia anti-incontinência prévia como fatores de risco para essa
condição.
MÉTODOS: 143 pacientes foram submetidas a
um questionário direcionado para os sintomas do
trato urinário inferior e ao estudo urodinâmico;
aquelas potencialmente obstruídas foram testadas
dentro de 3 critérios preconizados para obstrução
e analisadas conjuntamente com os sintomas e
história pregressa relatados. Posteriormente, essas
pacientes foram comparadas com outras normais
e incontinentes de acordo com cada item presente
no questionário.
RESULTADOS: Foram classificadas como obstruídas 15, 11 e 9 pacientes dependendo do critério urodinâmico utilizado, porém, após feito paralelo com a clínica, 13 dessas tiveram o diagnóstico
19
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
reafirmado. Com relação à sintomatologia, as
pacientes obstruídas apresentaram alta prevalência de sintomas irritativos e, relativamente,
baixa prevalência de sintomas obstrutivos. Essas também demonstraram maior freqüência de
prolapso e cirurgia anti-incontinência prévia.
CONCLUSÕES: Foi constatada superioridade de 2 critérios urodinâmicos para diagnóstico
de obstrução; a queixa principal e os sintomas
obstrutivos são fracos preditores para esse diagnóstico; prolapso e cirurgia anti-incontinência
são grandes fatores de risco para obstrução
infra-vesical.
Palavras-chave: Obstrução infra-vesical, urodinâmica, incontinência urinária.
A PRODUÇÃO CIENTÍFICA ELETRÔNICA SOBRE SUSPENSÃO DE CIRURGIA E O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Fernanda Martins de Aquino,
Vera Lúcia Freitas de Moura
INTRODUÇÃO: Uma intervenção cirúrgica
não é uma ocorrência rotineira na vida do indivíduo. O fato de suspender um procedimento
cirúrgico já programado pode ter efeitos desastrosos aos clientes.
OBJETIVOS: Identificar as produções científicas nacionais referente a suspensão de cirurgias; Discutir as causas dessas suspensões e o
processo de comunicação dos profissionais
diante deste fato.
MÉTODO: Trata-se de uma revisão bibliográfica nas bases de dados da BVS, no recorte temporal de 1990 a 2010.
RESULTADOS: A maior taxa de suspensão
correspondeu a 33,0 % enquanto a menor taxa
ficou em 5,1%. As principais causas dos cancelamentos foram referentes ao próprio cliente,
quer seja por falta de condições clínicas, quer
seja pelo não comparecimento para internação.
Desataca-se ainda que o processo de comunicação é falho em todos os âmbitos.
CONCLUSÃO: Conclui-se que é de suma importância que a equipe de saúde trabalhe de forma entrosada para que não ocorram suspensões
cirúrgicas.
Palavras-chave: Procedimento cirúrgico, suspensão, cirurgia, comunicação.
20
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO
DOS PACIENTES PORTADORES DE NEOPLASIA PROSTÁTICA ACOMPANHADOS SETOR DE ONCOLOGIA DO HUGG
ENTRE 2005 E 2010
Luana Azevedo de Paula,
Fernanda crosara,
Marcelo Noronha Barleta,
Bárbara Vervloet Corseui
OBJETIVOS: conhecer o perfil dos homens
acometidos por neoplasia prostática que foram
atendidos no HUGG e avaliar a resposta terapêutica através da análise clínica e laboratorial.
MÉTODOS: Foram pesquisados prontuários
com diagnóstico de câncer de próstata no período
de 2005 a 2010, no total 75 pacientes. A seguir, foi
aplicado questionário que avaliava o perfil epidemiológico, o estado tumoral, o tipo de tratamento
estabelecido e a resposta terapêutica. Os pacientes
foram divididos em dois grupos: doença metastática e doença localizada; e depois divididos em
faixa etária.
RESULTADOS: a etnia predominante foi branca, com idade média de 73,6 anos. Foram encontrados 45,3% com ensino médio incompleto,
54,7% que faziam uso de álcool, 49,3% tabagistas.
85,3% dos pacientes negaram histórico familiar.
Em relação ao tumor: 14 pacientes apresentavam
doença metastática; 68,0% pacientes apresentavam sintomatologia, sendo a principal queixa os
sintomas obstrutivos (58,7%). O tipo histológico
predominante foi o adenocarcinoma (97,3%) e o
grau histológico de Gleason foi 7. Em relação
ao tratamento: no grupo com doença disseminada foi realizados preferencialmente orquiectomia
e terapia hormonal, obtendo 38,89 meses de sobrevida. No grupo de doenças não metastáticas
a radioterapia e a prostatectomia foram os tratamentos que mais trouxeram remissão completa da
doença.
CONCLUSÃO: foi evidenciado que o perfil
dos pacientes condiz com o da literatura, e que a
maioria apresentava diagnóstico tardio. Além disso, o tratamento conservador foi o mais utilizado
entre 60 e 75 anos, obtendo sobrevida maior do
que aqueles que realizaram prostatectomia, indicando a importância de avaliar as condições clínicas do paciente para escolher a abordagem que
trará melhores benefícios.
Palavras-chave: Câncer, próstata, epidemiologia.
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
PREVALENCIA DA VACINAÇÃO CONTRA H1N1 E HEPATITE B NOS ALUNOS
DE MEDICINA DA UNIRIO
Marcelo de Souza Teixeira,
Eduardo Souza Pernambuco,
Ricardo Rodrigeus Perbelini,
Marcelo Calmeto Noronha Barleta,
Thiago Shingi K. Gomes
OBJETIVOS: Avaliar a cobertura vacinal contra
ao vírus da influenza H1N1 2009 e contra a hepatite B entre os estudantes de medicina de uma
universidade pública no Brasil.
MÉTODOS: Este estudo transversal foi conduzido com todos os alunos matriculados no curso de medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), no segundo
semestre de 2010. Cada participante respondeu a
um questionário contendo perguntas relacionadas
a sua vacinação contra a Influenza Pandêmica,
ocorrência de efeitos adversos associados a esta
vacina, possíveis motivos à não vacinação, vacinação contra a hepatite B e realização do teste para
quantificação do AntiHbs.
RESULTADOS: Seiscentos e setenta e três alunos participaram da pesquisa. A média de idade dos
estudantes foi de 22,8 anos (± 2,8 anos) e 60.3%
eram do sexo feminino. Em relação a vacinação
contra o vírus influenza H1N1 2009 na campanha
de 2010, 56.9% (IC: 53.1% a 60.7%) informaram
terem sido vacinados. Entre os vacinados, 18%
(IC 95%: 14.4% a 22.3%) relataram ter apresentado reações adversas que eles consideraram terem sido causadas pela vacinação, sendo dor local
e febre as mais frequentes. Entre os alunos que
não se vacinaram contra o vírus influenza H1N1
2009, os motivos relatados foram: falta de tempo
(39.2%), receio de reações adversas (37.1%), não
pertencia a um dos grupos populacionais para os
quais a vacina estava recomendada (19.8%), difícil
acesso a vacina (9.9%) e outros motivos (16,3%).
Para a hepatite B, a porcentagem de alunos com
vacinação completa foi de 48,6% (IC 95% = 44,8
a 52,4%) e 25.1% relataram ter feito o teste de
quantificação do Anti-Hbs, sendo que a maioria
fez o teste 1 a 2 anos após a ultima dose da vacina.
CONCLUSÃO: Neste grupo de estudantes de
medicina, baixas coberturas vacinais contra o vírus influenza H1N1 2009 e contra a Hepatite B
foram observadas. Um programa de imunização
deveria ser implementado para proteger os es-
tudantes contra doenças passíveis de prevenção
através da imunização.
Palavras-chave: H1N1, Hepatite B, estudantes
de medicina.
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS
PROFISSIONAIS E ALUNOS DE MEDICINA SOBRE AS DEFINIÇÕES DE SEPSE E
DE SEU MANEJO PRECOCE
Thiago Shinji Kajishima Gomes,
Celio Cortinhas Filho,
Camila Galvão de Oliveira Wafae,
Leandro Cardarelli Leite,
Marcelo de Souza Teixeira
INTRODUÇÃO: Apesar dos grandes esforços em relação ao diagnóstico e à terapêutica da
sepse, sua incidência e mortalidade encontram-se
com níveis alarmantes. Sabe-se que o diagnóstico
precoce e a instituição de terapêutica adequada influem positivamente no prognóstico do paciente.
Para tanto, é necessário o domínio dos profissionais de medicina e dos futuros médicos acerca do
tema em questão, tornando possível a implantação de uma conduta adequada frente às síndromes
sépticas.
OBJETIVO: O Presente estudo tem como finalidade avaliar o conhecimento dos alunos e médicos
das Unidades de Terapia intensiva (UTI) sobre as
definições e tratamento das síndromes sépticas.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional, transversal, no qual foram avaliados alunos da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
e profissionais médicos da UTI adulta do Hospital
Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), através
de um questionário estruturado sobre o diagnóstico e tratamento da sepse.
RESULTADOS: Responderam ao questionário um total de 226 alunos e 8 médicos. A média
global de acertos dos alunos foi 65,43%, sendo
69,09% para o diagnóstico e 60,84% para o tratamento, sendo os acertos dos alunos com experiência em terapia intensiva superior aos dos demais
alunos (p=0,0002). Em relação aos médicos da
UTI a média de acertos global foi de 85,71%, sendo de 91,42% para o diagnóstico e de 80% para o
tratamento.
CONCLUSÃO: Tanto os alunos quantos os médicos obtiveram um conhecimento satisfatório
sobre as síndromes sépticas, sendo a experiência
21
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
dos alunos em UTI determinante no número de
acertos. Esse fato reforça a necessidade de uma
educação pauta não somente em salas de aula,
como também nos aspectos práticos da medicina.
Palavras-chave: Conhecimento, Sepse, diagnostico, tratamento.
DIABETES MELLITUS EM PACIENTE
JOVEM HIV-POSITIVA: RELATO DE
CASO
Vanessa da Silva Schrago Mendes
INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus refere-se a
um grupo de distúrbios metabólicos comuns que
compartilham o fenótipo da hiperglicemia. A prevalência de diabetes é alta na população em geral,
porém a existência de diabetes mellitus nos pacientes jovens HIV-positivos é rara.
OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho é
descrever o curso clínico de uma paciente jovem
HIV-positiva por transmissão vertical, evidenciando a associação de sua condição imunológica com
o quadro inicial de diabetes que levou à sua internação e considerando os medicamentos em uso.
MÉTODOS: Revisão ampla da literatura nas
principais bases de dados, compilação dos dados
constantes em prontuário médico e descrição detalhada do caso clínico para fins de relato de caso.
RESULTADOS: Os dados bioquímicos da paciente demonstram um quadro de cetoacidose
diabética compensada, com alterações importantes no perfil lipídico. A existência de anticorpos
anti-ácido glutâmico descarboxilase (anti-GAD)
e anti-ilhota dentro dos valores de referência de
normalidade indica menor chance de ocorrência
de diabetes tipo 1, porém não o exclui, uma vez
que parte dos pacientes diabéticos tipo 1 possuem
anticorpos negativos, e a interpretação do valor
do peptídeo C é controversa. A hipótese de resistência insulínica induzida por lopinavir∕ritonavir
compatível com diabetes tipo 2 também deve ser
considerada, pois o controle glicêmico só foi alcançado com esquema insulínico e adição de metformina, fármaco que atua aumentando a sensibilidade periférica à insulina.
CONCLUSÃO: As hipóteses etiológicas para o
quadro clínico da paciente são, portanto, diabetes tipo 2 induzida por lopinavir∕ritonavir e diabetes tipo 1 com anticorpos negativos, este último
abrangendo alguns subtipos raros. A hipótese de
22
diabetes tipo MODY é afastada porque a paciente
não apresentou hiperglicemia leve e porque houve necessidade de instituir insulina, bem como a
hipótese de diabetes tipo 2 infanto-juvenil, pois a
paciente não tem obesidade pré-puberal, principal
fator de risco.
Palavras-chave: Diabetes mellitus, HIV, paciente
jovem.
PREVALÊNCIA DA CATATONIA EM ENFERMARIA DE CLÍNICA MÉDICA DE
HOSPITAL GERAL: ANÁLISE AMOSTRAL COM 90 TESTADOS
Natacha Lorena Lima Mafort,
Wagner Martignoni de Figueiredo,
Zolder Marinho Silva,
José Ramon Rodriguez Arras López,
Rogério Paysano Marracos
INTRODUÇÃO: A catatonia, uma síndrome
neuropsiquiátrica com múltiplas etiologias, parece
ter seu diagnóstico negligenciado pelo internista
em razão do desconhecimento: 1- quanto aos sinais pelos quais se manifesta, 2- da existência de
testes de rastreamento simples e validados e 3- de
que pode estar relacionada a diversas condições
clínicas comuns na Medicina Interna. Ademais, a
não identificação da síndrome catatônica impede
a aplicação de tratamento que, habitualmente, é
eficaz, situação capaz de influenciar o prognóstico
da enfermidade de base ao aumentar sua morbimortalidade.
OBJETIVOS: Identificar a catatonia em enfermaria de clínica médica de hospital geral, de modo
a alertar o generalista sobre sua ocorrência e freqüência estimadas.
METODOLOGIA: A Escala de Catatonia de
Bush e Francis (BFCRS), composta por 23 itens,
tem sido considerada como a mais adequada para
“screening” e diagnóstico da síndrome, permitindo, inclusive, sua quantificação. No presente estudo foram identificados como casos os que apresentaram 3 ou mais dos critérios ali relacionados.
Todos os pacientes admitidos no serviço, durante
o período do estudo, foram rastreados por examinador treinado na aplicação da escala (busca
ativa).
RESULTADOS: Foram testados 90 pacientes
(42 homens) com idade que variou entre 14 e 97
anos (média de idade: 55.57). Com 3 ou mais dos
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
critérios diagnósticos preenchidos foram selecionados 10 pacientes (2 homens com 83 e 85 anos e
8 mulheres com idades que variaram entre 43 e 85,
média de 63.25), cuja pontuação variou de 6 a 18
pontos (média de 9,5). No grupo testado foram
identificados 10 catatônicos (11.11%).
CONCLUSÃO: A síndrome catatônica foi prevalente na amostra analisada (11.11%), percentual
que se manteve praticamente inalterado em relação a análise prévia (11.3%), a despeito do pequeno aumento no grupo amostral (de 79 testados,
com 9 catatônicos para 90 rastreados, com 10 casos).
Palavras-chave: Síndrome Catatônica, Medicina
Interna.
EFEITO DA IMUNOSSUPRESSÃO SECUNDÁRIA A INSUFICIÊNCIA RENAL
CRÔNICA (IRC) NO DESENVOLVIMENTO DA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) NAS MULHERES IDOSAS
Carolina Monteiro Barbosa,
Marcela Magalhães Vieira,
Luiz Paulo José Marques
INTRODUÇÃO: A expectativa de vida da população brasileira vem aumentando progressivamente e a ITU é uma das doenças mais comuns
nas mulheres idosas, acarretando aumento da
morbidade, da mortalidade e dos custos com a
saúde. Vários fatores podem contribuir para o
aparecimento de ITU nas idosas, como a imunodeficiência relacionada com a idade ou causada
por doenças. Temos como objetivo nesse estudo,
avaliar se a imunodeficiência secundária a IRC se
comporta como um fator de risco para o desenvolvimento de ITU.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudadas 598 mulheres, com idade >65 (71,93 ± 6,26)
anos, que procuraram atendimento médico nos
ambulatórios de nefrologia e clínica médica do
HUGG e aceitaram participar do estudo. Na 1ª
consulta foram realizados EAS, urinocultura e a
dosagem sérica de creatinina. ITU foi definida
pela presença de sintomas urinários associados a
urinocultura positiva (crescimento de bactérias ≥
100.000UFC/ml). O clearence de creatinina foi
estimado pela formula simplificada do MDRD e
estratificados em 3 grupos: A) ClCr > 60ml/min;
B) ClCr entre 59 e 30 ml/min; C) ClCr < 30ml/
min. Pacientes com doenças neurológicas ou psiquiátricas que interfeririam com a capacidade de
coletar adequadamente a urina e pacientes HIV+
ou em uso de imunossupressores foram excluídas
do estudo.
RESULTADOS: A ITU foi diagnosticada em
99 (16,55%) das idosas. E observamos que as que
apresentaram ITU eram mais velhas (com ITU
idade 77,96 ± 6,57 anos; sem ITU idade 71,33 ±
6,02 anos) p<0,001. A estratificação pela função
renal mostrou Grupo A) 235 pac. (ITU em 40
(17,16%); B) 219 pac. (ITU em 35(15,98%) C) 144
pac. (ITU em 24(16,66%). A comparação entre os
grupos não mostrou significância estatística ( A x
B p=0,86, A x C p=0,95, B x C p=0,97).
CONCLUSÃO: 1) Encontramos alta incidência de ITU (16,55%) nas mulheres idosas. 2) A
ITU foi mais frequente na mulheres mais velhas
(p<0,001), o que demonstra que a imunodeficiência secundária a idade pode contribuir para o
desenvolvimento de ITU. 3) a imunodeficiência
secundária a IR não se mostrou como um fator de
risco isolado para o desenvolvimento de ITU nas
mulheres idosas.
Palavras-chave: Infecção do trato urinário, insuficiência renal crônica, idosas, imunossupressão.
ESTUDO TOMOGRÁFICO DA ÓRBITA
AGUDA POR DOENÇA EXTRAORBITÁRIA
Luiz Eugênio Prota Filho,
Filipe Ribeiro Queiroz Santos,
Carolina MAria de Azevedo,
Ana Celia Baptista Koifman
INTRODUÇÃO: Lesões nas regiões vizinhas
às órbitas podem causar sinais e sintomas óculo-orbitários agudos. Exames de imagem são comumente requeridos para a caracterização da lesão
e orientação terapêutica. A tomografia computadorizada (TC) é, em geral, o primeiro método
de avaliação, devido à maior disponibilidade nos
centros de emergência e menor tempo de exame.
OBJETIVO: Descrever os aspectos tomográficos de doenças extraorbitárias com manifestação
clínica orbitária aguda.
MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os aspectos tomográficos de cinco pacientes com quadro clínico orbitário agudo por doença extraorbitária, que deram entrada no Hospital
23
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
Municipal Souza Aguiar, no período de janeiro
de 1999 a novembro de 2009. Os achados foram
interpretados por dois médicos radiologistas com
experiência mínima de quinze anos em radiologia
de cabeça e pescoço.
RESULTADOS: Todos os pacientes foram do
sexo masculino, com idade variando de 7 anos a
72 anos (média de 29 anos). A órbita sintomática
direita foi mais frequente (3 casos). Na maioria,
a doença teve origem no seio cavernoso (80%),
tendo sido dois casos de fístula carótido cavernosa - FCC - uma espontânea e outra pós-trauma,
um de tromboflebite (TF) e outro de síndrome
de Tolosa-Hunt (STH). Um caso teve origem no
ápice petroso (síndrome de Gradenigo - SG). Os
sinais e sintomas mais comuns foram proptose (3
casos, 60%), seguido de quemose (40%), redução
da acuidade visual (40%) e edema periorbitário
(40%). Dor retro-ocular e diplopia foram relatados no paciente com SG. À TC, os principais
achados extraorbitários foram alargamento do
seio cavernoso (4 casos, 80%), seguido de opacificação irregular deste seio (60%) e edema palpebral
(60%). Múltiplas fraturas da face com velamento
parcial dos seios paranasais estiveram presentes
no paciente com FCC pós-trauma. Velamento da
mastoide e ápice petroso, com erosões corticais
apicais, foram observados no paciente com SG e
espessamento anormal com realce meningeo na
fossa craniana média foi evidenciado no paciente
com STH. Alteração tomográfica na órbita sintomática foi observada em 4 casos (80%). No paciente com SG, não houve alterações. Proptose,
aumento difuso da musculatura extrínseca ocular
e aumento do calibre da veia oftálmica superior
(VOS) estiveram presentes, em conjunto, em 3 casos (FCC e TF). Proptose tomográfica grau III foi
notada em 2 casos (40%). O calibre da VOS foi de
4mm em 2 casos e 8mm em 1 caso. Deslocamento
látero-inferior do globo ocular esteve presente no
paciente com FCC pós-trauma e tecido permeativo no ápice orbitário foi observado na STH.
CONCLUSÕES: O trabalho compreendeu lesões de etiologias distintas e, por vezes, de ocorrência infrequente. Prevaleceram as doenças do
seio cavernoso e múltiplos sinais e sintomas foram observados. À TC, proptose, aumento difuso da musculatura extrínseca ocular e ectasia da
VOS foram os achados orbitários mais comuns
e concomitantes. O estudo por imagem da órbita
aguda deve sempre incluir áreas da base do crânio e achados tomográficos intraorbitários podem
24
mesmo ser ausentes, apesar do quadro clínico.
Palavras-chave: Órbita, tomografia computadorizada, urgência, extraorbitária, seio cavernoso.
A RELAÇÃO DO MÉDICO COM O PACIENTE NA EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Thaís Nascimento Magalhães,
Caroline Mählmann Muniz Dantas
Terezinha de Souza Agra Belmonte
INTRODUÇÃO: A emergência médica traduz
uma situação aguda, ameaçadora, repentina, em
que devem ser tomadas decisões rápidas e acertadas. Nesse cenário de tensão encontra-se de um
lado o paciente assustado, ansioso e desorientado,
às vezes levado contra sua vontade ao hospital,
e com o estado mental alterado por intoxicação,
acidente, por doença psiquiátrica ou por outra patologia. Por outro lado está o médico, sob pressão,
solicitado a cuidar de muitos pacientes simultaneamente, num trabalho árduo, estressante, sem
boas condições de repouso e alimentação, que se
depara com o inesperado e o desconhecido constantemente e cobrado a traçar condutas instantaneamente, em que é exigido um raciocínio clínico
quase que automático. O encontro desses dois sujeitos se dá de maneira rápida, anônima e tecnicista, visando a resolução do caso satisfatoriamente.
Esse trabalho consiste numa revisão bibliográfica
sobre a relação médico-paciente na emergência,
que mostrará as considerações e reflexões de alguns autores sobre esse relevante tema.
OBJETIVO: Usar a percepção e a reflexão do
estudo de alguns autores para analisar a relação
médico com o paciente na emergência. Detectar
o que existe de consenso sobre o tema na literatura médica. Identificar as polêmicas envolvidas
e relacioná-las. Observar como é caracterizada
essa relação pelos diversos autores, sinalizando os
fatores envolvidos e apontados por eles. Traçar
propostas que contribuam para a humanização do
meio.
MÉTODO: Revisão bibliográfica através de livros e base de dados virtuais.
RESULTADOS: Segundo J.G.Alves, a relação
médico-paciente (RMP) na emergência é caracterizada pelo anonimato. Médico e paciente encontram-se pela primeira vez num ambiente de tensão.
Nos hospitais públicos ainda existe o “conluio do
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
anonimato”, expressão consagrada por Balint.
J.C.L.Fernandes dá enfase na visão médica atual
focada na anatomo-fisiopatologia, na qual o doente é portador de uma lesão, negando o paciente de
relatar o que sente. Mota e cols. - Profissionais de
saúde submetem-se a: jornadas de trabalho exaustivas, tomadas de decisões rápidas que precisam
ser eficazes, tendo assim receio de cometer erros.
Além de terem contato freqüente com a dor e o
sofrimento e com pacientes terminais e relações
com pacientes difíceis. Para J.C.L. Fernandes, resumir a RMP em uma questão de empatia é uma
idéia simplista. Segundo E.C. Almeida é importante conversar com o paciente, ou seus familiares e considerar seus temores e angústias, assim
como estabelecer contato com a equipe de saúde
que também se encontra abalada pela contratransferência. Segundo J.C.L.Fernandes e Mota e cols.,
é muito interessante a integração no ambiente de
uma equipe multidisciplinar, em especial um psicólogo para auxiliar a todos nessa RMP, e estabelecer uma visão humanística no atendimento.
CONCLUSÃO: A importância da introdução de
uma equipe multidisciplinar no ambiente hospitalar. A humanização envolve um processo de educação e treinamento dos profissionais de saúde.
Esta humanização deve estabelecer vínculo com
os usuários, garantindo direitos a eles e aos seus
familiares, e possibilitar melhores condições de
trabalho aos profissionais de saúde.
Palavras-chave: Relação médico-paciente; emergência; saúde mental.
A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL E A
ENFERMAGEM
Vera Lúcia Freitas de Moura,
Raquel Araújo,
Bruna Pantoja,
Camilla Dias
INTRODUÇÃO: A comunicação verbal é aquela na qual as palavras são expressas por meio de
fala ou texto escrito. A comunicação não verbal
aquela que ocorrem por gestos, expressões faciais
e postura corporal. O processo do cuidar neste
tipo de comunicação é fundamental para que possamos compreender o que o cliente está “dizendo” por meio da linguagem corporal.
OBJETIVOS: Identificar, na literatura científica a produção bibliográfica, que trazem questões
referentes à comunicação não verbal e a Enfermagem. Analisar a produção do conhecimento de
enfermagem sobre a comunicação não verbal e a
enfermagem.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e de abordagem qualitativa.
Realizado um levantamento bibliográfico utilizando as seguintes bases de dados: livros, bases
on-line serão: LILACS, BDENF e SciELO. Os
critérios de inclusão: tipo de publicação: teses,
dissertações, artigos em periódicos, ano de publicação e artigos escritos por enfermeiros e publicados nacionais. A delimitação do estudo publicações brasileiras dos últimos dez anos, estudos que
não se repitam em outras bases.
RESULTADOS: Encontramos 6 livros editados
nos anos de 1979, 2001,2003,2004 ( 2 ),2009. Ao
pesquisar na base de dados on-line LILACS, foram encontrados 81 art. 36 selecionados e 27
encontrados . SCIELO, foram encontrados 10
art. e 5 selecionados e encontrados. BDENF, foram encontrados 75 art. e 4 teses. 20 selecionados e encontrados 10. Totalizando 42 artigos que
foram analisados. Três teses Apresentadas a Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem
para obtenção do grau de Doutor. Caracterizando
o estudo: As autoras são 39 enfermeiras participantes, 4 docentes e 1 estatístico co- participando.
Quanto ao tipo de estudo destacamos que apenas
4 são quantitativos.Em relação ao cenário 30 estudos foram no espaço hospitalar, diferenciando
as especificidades das enfermarias e assistência
psiquiátrica. Ao Relatar no espaço acadêmicos,
pós-graduação, graduação e núcleos de pesquisa. Destaca-se os sujeitos do estudo em pós-graduandas , enfermeiros , docentes , discentes ,
parturientes Clientes médicos e auxiliares de
enfermagem. A percepção quanto aos achados da
pesquisa - A comunicação é objeto básico do cuidado de enfermagem na: Melhora assistência ao
cliente e nas fases da morte. A comunicação entre professor e aluno. Interação cliente e família.
Sentidos corporais estimulam CNV.CNV facilita
identificação de dor.Dificuldades da enfermagem
na comunicação com: deficiente auditivo ( Libras),
cegos, traqueostomizados, hemodiálise, diálise peritoneal, neonatos, parturientes e CTI e cuidados
paliativos. Necessidade de treinamento e atualização dos enfermeiros quanto a CNV .
CONCLUSÃO: Conseguimos atingir nossos
objetivos identificamos produção bibliográfica
que trazem questões referentes à comunicação
25
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
não verbal e a Enfermagem. E analisamos a produção do conhecimento de enfermagem sobre a
comunicação não verbal e a enfermagem, que a
comunicação é objeto básico do cuidado de enfermagem. E temos a necessidade de treinamento
e atualização dos enfermeiros não estão atentos
a CNV. Importância da inclusão do ensino sobre
conteúdos de A Comunicação não verbal e a Enfermagem como forma de aprendizado dos alunos acerca do cuidar.
Palavras-chave: Comunicação, comunicação não
verbal e enfermagem.
A COMUNICAÇÃO E OS CUIDADOS DE
ENFERMAGEM DURANTE O BANHO
NO LEITO AO CLIENTE ORTOPÉDICO
COM TRAÇÃO E FIXADORES EXTERNOS
Vera Lúcia freitas de Moura,
William Rosa,
Rafael André da Silva,
Matheus Corey,
Edson Ramos da SIlva
INTRODUÇÃO: No processo do cuidar a comunicação é fundamental para que possamos
compreender o cliente. O enfermeiro planejará
cuidados específicos para clientes ortopédicos,
visando o bem-estar, o desenvolvimento de novas habilidades, a prevenção de complicações e o
pronto restabelecimento, preparando-o para o seu
retorno à vida diária.
OBJETIVOS: 1)Identificar as modificações realizadas na técnica do banho do leito ao cliente ortopédico. 2)Verificar a comunicação entre a equipe de enfermagem o cliente ortopédico no banho
no leito.
METODOLOGIA: Este é um estudo exploratório, de observação não participativa. Local de
coleta de dados Hospital Universitário no município do Rio de janeiro no período do segundo
semestre de 2011. A pesquisa realizada de acordo
com as normas da resolução 196/96.
RESULTADOS: Organização do ambiente
e material; 1) Realizar a dobradura da roupa de
cama horizontalmente e dobrá-la em quatro partes. 2) Separar todo material de higiene a ser usado. Realização do banho. 1) Iniciar o banho
com shampoo. 2) Auxiliar o banho na região ventral; 3) Orientar o cliente segurar o trapézio ou o
26
triangulo fletindo o membro não-comprometido
sobre a cama e elevando o quadril para a colocação
da comadre, cuidados higiênicos e estimulação da
circulação na região dorsal; 4) Na ausência destes
materiais, auxiliar o cliente quanto à utilização dos
braços como apoio na elevação do tronco. 5) Troca da roupa de cama deverá ser realizada iniciando
pela cabeceira da cama com o auxílio do cliente
afastando a região dorsal do colchão e substituída
a roupa suja pela limpa, passando pelo quadril e
sendo retirada pelos pés - sentido encéfalo caudal.
CONCLUSÂO: A realização do presente estudo
permitiu observação minuciosa da técnica do banho do leito orientada para a clientela ortopédica,
especificamente aos clientes portadores de tração
e fixadores externos. E apresente diferenciações
importantes da técnica normal, fazendo com que
haja uma melhora na qualidade dessa técnica, e
do conforto do paciente durante a realização da
mesma.
Palavras-chave: Comunicação, enfermagem, ortopedia.
CAPTAÇÃO DE CADÁVERES NÃO RECLAMADOS PARA O ESTUDO DE ANATOMIA HUMANA NA UNIRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Helio Huguenin Tavares Junior,
José Fernando Guedes
INTRODUÇÃO: O estudo da Anatomia Humana prevê o estudo macroscópico de órgãos e
sistemas constituintes do corpo humano, através
de terminologia e descrições construídas e obtidas através de séculos de estudos anatômicos . Por
muito tempo, o conhecimento anatômico se baseou apenas no estudo de animais. Porém, o real
entendimento da estrutura e do funcionamento
do corpo humano só foi possível após a elaboração de técnicas de dissecação de cadáveres humanos. Portanto, faz-se necessário manter formas
de captação de peças para o estudo e pesquisa em
Anatomia, visando a manutenção do acervo cadavérico e da qualidade de ensino e pesquisa.
OBJETIVO: Descrever os mecanismos legais
disponíveis e as vias de captação de cadáveres para
a disciplina de Anatomia Humana.
MÉTODOS: Pesquisa ao acervo de dados da
disciplina de Anatomia Humana do Instituto Biomédico e aos mecanismos legais existentes para a
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
distribuição de cadáveres não reclamados às Instituições de Ensino e Pesquisa.
RESULTADOS: Foi realizado o levantamento
do acervo cadavérico para estudo e pesquisa do
laboratório de Anatomia, assim como, a renovação de convênios firmados entre a UNIRIO e as
secretarias Estadual e Municipal de saúde do Rio
de Janeiro.
CONCLUSÕES: O cadáver constitui peça principal no estudo de Anatomia Humana, sendo requerida a sua utilização nos cursos de graduação
de Medicina, Enfermagem, Biologia, Biomedicina
e Nutrição. A prática anatômica que é tão importante, não só na formação mas também no desenvolvimento de novas técnicas operatórias, só é
possível quando se é mantido um acervo de peças
adequado para estes fins. Isto só foi possível, graças aos esforços do corpo técnico e administrativo
da UNIRIO, através de convênios firmados baseados na Lei Federal 8.501/92 e nas Resoluções
SMSDC Nº 1.566/2010 e SESDEC Nº 58/2011,
para elevar a qualidade do ensino e pesquisa oferecidos por esta instituição.
Palavras-chave: Anatomia, cadáver, dissecção.
CUIDANDO DOS CUIDADORES: AÇÃO
EM COMUNIDADE ATINGIDA PELAS
CHUVAS DE JANEIRO DE 2011 EM NOVA
FRIBURGO
Caroline Mählmann Muniz Dantas,
Tereza de Souza Agra Belmonte
INTRODUÇÃO: As fortes chuvas de verão que
atingiram a região serrana do Estado do Rio de
Janeiro em 2011 levaram à maior catástrofe climática da história do Brasil . Além das perdas humanas, estragos no meio ambiente, na economia,
nas edificações e moradias das cidades tocadas, a
tragédia deixou cicatrizes na psiquê da população
vitimada. Esse trabalho narra a nossa experiência
em ação numa comunidade atingida pelas chuvas
em Nova Friburgo.
OBJETIVOS: Narrar nossa experiência em comunidade atingida pelas chuvas em nova Friburgo, a convite da ONG Viva Rio. Descrever a ação
desenvolvida durante a visita. Relatar nosso olhar
sobre a situação que encontramos e nossos sentimentos.
MÉTODOS: Esse trabalho narra a nossa experiência em promovermos um encontro com funcio-
nários da ONG Viva Rio, em Nova Friburgo, que
representam os cuidadores dos moradores vitimados pelas enchentes e desabamentos, no dia 22 de
agosto de 2011.
RESULTADOS: A convite da ONG Viva Rio
visitamos a cidade afim de realizar uma ação com
o grupo responsável por cadastrar as famílias
de três comunidades da cidade, a saber: Floresta,
Alto do Floresta e Três Irmãos, locais que representam o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade. O público-alvo da nossa
visita era a equipe da base da ONG, composta
pela administração e por brigadistas, os quais eram
moradores dos bairros assistidos, encarregados de
cadastrar todas as famílias da área. O tema proposto foi: “Transtornos de Humor e Ansiedade
em Situações Pós-Traumáticas”. A coordenadora
do Programa de Extensão Universitária da Unirio
Núcleo em Interconsulta iniciou o encontro com
uma conversa informal em que ela pode ouvir os
participantes, suas sugestões, queixas e dúvidas.
Dentre os assuntos levantados, destacamos: sinais
e sintomas do sofrimento psíquico das crianças alterações na qualidade do sono como um sinalizador de estresse emocional ; o que são doenças psicossomáticas?; experiências dolorosas: como lidar
com elas?; como saber se estou com depressão;a
ansiedade e as suas consequências. Nesse universo
de ideias, debatemos questões relevantes no aspecto psicológico de situações pós-traumáticas. Ouvimos depoimentos sobre a tragédia com uma carga
emocional ainda viva, e descobrimos que grande
parte daqueles agentes sofria de transtornos mentais decorrentes do sofrimento experimentado,
ainda sem processamento. Prosseguimos com
uma dinâmica de vivência de consciência corporal
e a exibição do filme “Além da Vida” do diretor
Clint Eastwood. Concluímos com uma reflexão
sobre o seu conteúdo que englobou os assuntos
expostos anteriormente.
CONCLUSÃO: Temos a convicção de que as
pessoas que estiveram presentes puderam adquirir instrumentos internos para lidar melhor com
os próprios sentimentos e com o sofrimento de
quem eles atendem como brigadistas. E também
para nós, organizadores do evento, houve um
grande aprendizado, já que nas relações interpessoais e ao ouvir as experiências de outras pessoas
nós pudemos refletir sobre nossas angústias. A vivência possibilitou entender que ao fazer essa tarefa existiu a possibilidade de cuidar das novas gerações em ações de prevenção de risco no modo
27
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
vivendis do ser humano.
Palavras-chave: Psicossomática, cuidadores,
Nova Friburgo, relato de experiência.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: ACADÊMICAS DE MEDICINA VOLUNTÁRIAS NO
ATENDIMENTO PÓS-TRAGÉDIA A COMUNIDADES ATINGIDAS PELA CHUVA
EM NOVA FRIBURGO
Anna Karla de Souza Amaral,
Caroline Mählmann Muniz Dantas
Terezinha de Souza Agra Belmonte
INTRODUÇÃO: As fortes chuvas de verão que
assolaram as cidades na região serrana do Estado
do Rio de Janeiro causaram um desastre ecológico
sem precedentes com inundações e deslizamentos. Isso foi considerado a maior tragédia climática do Brasil. Além do grande número de perdas
humanas, a infra-estrutura e a economia dessas
cidades ficaram seriamente comprometidas, especialmente pelo fato delas representarem importantes pólos turísticos desse estado.
OBJETIVO: Relatar a experiência do acadêmico
de medicina no atendimento pós-tragédia a comunidades atingidas pela chuva em Nova Friburgo, em Janeiro de 2011. Descrever nosso olhar e
comportamento ao nos depararmos com o sofrimento humano. Refletir sobre as necessidades do
paciente em uma situação de grande estresse.
MÉTODO: Este estudo consiste em um relato
de experiência vivenciado por acadêmicas de medicina da UNIRIO em ação efetuada em comunidades atingidas pelas chuvas em Nova Friburgo,
durante o mês de janeiro de 2011.
RESULTADO: Encontramos um cenário inimaginável de caos e destruição, a maioria dos estabelecimentos havia sido inundado. Dois hospitais
de campanha foram montados e nos oferecermos
como voluntárias no serviço de pronto-atendimento. Observamos pacientes com sintomas
somáticos decorrentes de uma ansiedade generalizada. Juntamos-nos a ONG Viva Rio que se
mobilizou em uma resposta humanitária desde o
primeiro dia oferecendo, além de doações, uma
equipe de profissionais da saúde voluntários pela
ONG que chegava à cidade diariamente. Percorríamos aleatoriamente a cidade em busca de pessoas que precisassem de ajuda, já que a prefeitura
não sabia informar os locais mais necessitados.
28
Fomos impactadas ao vermos casas que tinham
sido marcadas pela prefeitura para serem demolidas, pois estavam condenadas. Seus respectivos
donos por não terem pra onde ir permaneciam
nelas mesmo sabendo do risco que corriam. Levávamos conosco estoque de medicamentos e
materiais para curativos, além de água, alimentos
e brinquedos, todos oriundos de doações. Realizamos visitas domiciliares e muitos pediam medicamentos de uso crônico e contínuo, mas a maior
busca era por medicamentos controlados. Encontramos também pessoas que só queriam desabafar
e que nos agradeciam pela escuta e acolhimento
com um abraço.
CONCLUSÃO: Presenciamos uma população
que experimentava um sofrimento inenarrável e
que perdeu temporariamente a alegria de viver,
pois sua cidade vivenciava um luto generalizado.
No entanto, testemunhamos que essas mesmas
pessoas em meio a dor ocasionada pela tragédia,
relativizavam suas aflições a fim de exercerem um
papel humanitário, tentando resgatar a verdadeira essência da vida: ajudar ao próximo. Tivemos
a oportunidade de ver a medicina com um olhar
mais humanizado e aprender que não só os medicamentos fazem parte de um bom tratamento,
mas que o curar inclui o cuidar. Toda essa experiência caótica nos marcou muito, pois nos levou a
valorizar o que há nos bastidores da doença que
afeta o ser humano. Aprendemos que em situações de grande estresse, a subjetividade do ser humano aparece nas somatizações e que precisamos
aprender a saber como lidar com isso. Oferecer
apenas uma pílula é muito pouco. Precisamos desenvolver a nossa sensibilidade e tentar oferecer
aos nossos pacientes algo a mais: A Pessoa do
Médico.
Palavras-chave: Relato de experiência, Nova Friburgo, psicossomática, tragédia.
MÉTODOS DE TRANSECÇÃO DO PARÊNQUIMA HEPÁTICO EM HEPATECTOMIA CONVENCIONAL
Katiuscha Almeida Merath Reis,
Fernanda Martins da Costa Crosara,
Alexandre Rebelo Marques
INTRODUÇÃO: Nas ressecções hepáticas, a
transecção do parênquima constitui a etapa crítica
do procedimento, devido a sua associação com o
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
risco de hemorragias maciças. O principal fator
prognóstico de uma evolução pós-operatória satisfatória é ausência de sangramentos volumosos
durante a cirurgia, o que diminui a morbidade e
mortalidade dos pacientes submetidos à hepatectomia. Nas últimas duas décadas, avanços tecnológicos permitiram a realização de ressecções
hepáticas com mortalidade cada vez menor, e,
atualmente, esta taxa encontra-se próximo a zero
nos grandes centros.
OBJETIVO: Comparar os métodos atualmente
disponíveis para a transecção do parênquima hepático nas hepatectomias convencionais.
METODOLOGIA: Foi realizada revisão da literatura baseada em busca eletrônica de artigos
indexados no medline.
CONCLUSÕES: Existem muitas divergências
na literatura acerca dos resultados obtidos nos estudos que compararam as tecnologias atualmente
disponíveis para a transecção do parênquima hepático. Maior número de estudos randomizados
controlados é necessário para que se tenham dados confiáveis que provem a superioridade de um
método sobre outro.
Palavras-chave: Hepatectomia, kellyclasia, tissuelink, ligasure, stapler.
PADRÃO DE INERVAÇÃO DO MÚSCULO
BRAQUIAL PELO NERVO MUSCULOCUTÂNEO
José Fernando Guedes Corrêa,
Yangpol Hon,
Rogério Matins Pires Amorim,
Lucas Loiola,
Raquel Megali Oliveira
INTRODUÇÃO: A inervação do músculo braquial pelo nervo musculocutâneo apresenta variações em seu padrão: número de ramificações
primárias e secundárias, e suas origens ao longo
do tronco desse nervo. Contemporaneamente,
a reinervação do músculo braquial em pacientes
com lesões altas do plexo braquial é considerada
primordial para se tentar obter flexão do cotovelo.
Para tanto, é vital se conhecer o modo de inervação do músculo pelo nervo musculocutâneo.
OBJETIVOS: Padronizar a referida inervação,
cujo conhecimento é de vital importância para
procedimentos de reinervação do músculo braquial em lesões do plexo braquial, objetivando re-
cuperar a flexão do antebraço.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizados
25 membros superiores de cadáveres formolizados de ambos os sexos e idade estimada entre 18
e 60 anos, da disciplina de anatomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Foi feita dissecação do sulco bicipital expondo-se o nervo musculocutâneo e seus ramos
para o músculo braquial. Utilizou-se material de
dissecção: tesouras Metzenbau, pinças de dissecção, pinças dente de rato, além de afastadores tipo
Gelpi e material de microdissecção (micropinças
e microtesouras). Para individualização dos elementos neurais usou-se “vasalopi” amarelos. Durante a microdissecção, utilizou-se microscópio de
dissecção D.F Vasconcelos com aumento de 10x.
Realizou-se também dissecção dos ramos para o
músculo braquial, sendo feita análise estatística
em porcentagem segundo os padrões encontrados.
RESULTADOS: Identificaram-se 10 padrões de
inervação do nervo musculocutâneo para o músculo braquial.
CONCLUSÕES: São necessários mais estudos
para verificar se há variabilidade nos resultados de
neurotização dos ramos do nervo musculocutâneo para o músculo braquial, dependendo do seu
padrão de inervação.
Palavras-chave: Neurocirurgia, Nervo Musculocutâneo, Músculo Braquial.
MEDIDAS DE PREVENÇÃO PARA QUEDAS DE CLIENTES IDOSOS HOSPITALIZADOS
Camila Torquato de Paula,
Karine Matteini Ferraz,
Vera Lúcia Freitas de Moura
INTRODUÇÃO: Estudo de levantamento bibliográfico para atender a disciplina de Atenção
a Saúde do Adulto e do Idoso como requisito de
avaliação. Realizado por acadêmicos do 5° período do Curso de Graduação de Enfermagem
da EEAP/ UNIRIO. Este estudo possui relevância para a enfermagem, devido à necessidade
de orientação quanto à prevenção de quedas de
clientes idosos hospitalizados aos clientes idosos
hospitalizados, aos acompanhantes dos idosos e
a equipe de enfermagem, visando à melhoria da
assistência.
29
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
OBJETIVOS: 1) Identificar os principais diagnósticos de enfermagem relacionados à prevenção das ocorrências de quedas em idosos hospitalizados. 2) Orientar quanto à medidas preventivas
para minimizar as ocorrências de quedas em clientes idosos hospitalizados.
MÉTODO: Estudo de levantamento bibliográfico que, segundo Moresi (2003), é o processo de
levantamento e análise do que já foi publicado
sobre o tema de pesquisa escolhido, permitindo
efetuar um mapeamento do que já foi escrito e de
quem já escreveu algo sobre o tema da pesquisa.
RESULTADOS: - Diagnósticos de Enfermagem. 1) Risco de Lesão: • Devido à força muscular diminuída; •E Mobilidade Física Prejudicada
devido a aumento da tendência de fraturas ósseas
relacionado à desmineralização óssea; • Devido à
incapacidade de responder no momento oportuno relacionado a retardo do tempo de resposta e
reação; • E Percepção Sensorial Perturbada devido à percepção errada do ambiente relacionado
à visão e audição insatisfatórias; • Devido a menor capacidade de julgar as mudanças no nível da
superfície em que anda relacionado a percepção
distorcida de profundidade; • Relacionado à limitação da capacidade de providenciar residência
em local seguro e consertos domésticos devido
à redução de renda. 2) Intolerância à Atividade
devido à redução do débito cardíaco. - Medidas
preventivas para minimizar a ocorrência de quedas de cliente idosos hospitalizados. Como intervenção aos diagnósticos de enfermagem citados,
faz-se necessário a adoção de medidas preventivas
para orientação dos clientes idosos, da equipe de
enfermagem e dos acompanhantes. Algumas dessas medidas preventivas: • Ajudar paciente com
dificuldade de marcha durante a locomoção e a
levantar-se da cama; • Deixar um acompanhante
com o paciente que tem riscos de sofrer quedas; •
Colocação de grades de proteção na cama; • Não
deixar o piso molhado; • Organizar adequadamente a enfermaria eliminando obstáculos; • Adequar a altura dos mobiliários: cama, maca, cadeira
de banho e de rodas; • Mudança do espaço físico
do banheiro; • Aprimoramento das unidades que
recebem idosos; • Instalação de idosos numa mesma enfermaria; • Melhorar a comunicação entre a
equipe de Enfermagem e o paciente; • Melhorar o
relacionamento interpessoal enfermeiro-paciente;
• Internar pacientes de risco de quedas próximo
ao posto de Enfermagem.
CONCLUSÃO: O processo de envelhecimento
30
pode levar o indivíduo a modificar o seu cotidiano
e os idosos a tornarem-se mais dependentes de
ajuda para realizar as atividades de vida diária. O
idoso necessita de atenção, cuidado, incentivo e
valorização da sua história de vida. O enfermeiro
deve desenvolver estratégias para as necessidades
dessa clientela hospitalizada.
Palavras-chave: Enfermagem, gerontologia, medidas preventivas de quedas.
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA AO
CLIENTE ORTOPÉDICO COM ESCLEROSE MÚLTIPLA
Anna Izabel Siqueira de Gusmão,
Bruna Pereira Barros,
Renata Pedreira da Cruz
INTRODUÇÃO: Trata-se de um estudo do tipo
caso clínico e desenvolvido para a disciplina de
Atenção a Saúde do Adulto e do Idoso como requisito de avaliação. Realizado por acadêmicos
do 5° período do Curso de Graduação de Enfermagem da EEAP/ UNIRIO. A relevância deste
estudo para a enfermagem é, devido, a crescente
necessidade de esquemas assistenciais mais dinâmicos, efetivos e capazes de assistir as demandas
crescentes do adulto e familiares visando melhoria
da assistência.
OBJETIVO: Identificar os principais distúrbios
clínicos e cirúrgicos de clientes ortopédicos acometidos por esclerose múltipla. Discutir diagnósticos de enfermagem baseado na sistematização
da assistência de enfermagem.
MÉTODOS: É um trabalho é de natureza qualitativa exploratória do tipo estudo de caso. O cenário da pesquisa foi um Hospital Universitário
Gaffreé e Guinle, no município do Rio de Janeiro,
onde foram coletados os dados do prontuário e
realizados os cuidados prescritos, durante o mês
de setembro do ano corrente, na enfermaria de
ortopedia. Com base no levantamento dos dados
da anamnese, evoluções e prescrições médicas e
de enfermagem identificamos os principais distúrbios clínicos e cirúrgicos de clientes ortopédicos
acometidos por esclerose múltipla, para a formulação dos diagnósticos de enfermagem, com
posterior elaboração das intervenções e conseqüentemente do plano de cuidados, optou-se pela
utilização da taxonomia segundo o NANDA.
RESULTADOS: Fadiga: relacionada a dor ou
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
desconforto e efeitos colaterais dos fármacos. Percepção sensorial visual, cinésica e tátil perturbada,
relacionada ao distúrbio da sensibilidade, dormência e redução da sensibilidade. Mobilidade física
prejudicada: relacionada a disfunção neuromuscular, desconforto ou dor, redução de força, limitação da capacidade de realizar atividades motoras,
limitação da amplitude dos movimentos, distúrbios da marcha e instabilidade postural. Impotência e desesperança: relacionada ao regime imposto
pelo tratamento, imprevisibilidade do tratamento,
depressão,isolamento. Manutenção do lar: relacionado com os efeitos da doença, carência de recursos financeiros e condições precárias de higiene. Enfretamento familiar: esgotamento familiar
com sentimentos de culpa, ansiedade,intolerância,
abandono, negligencia com os cuidados ao cliente.
CONCLUSÕES: A assistência de Enfermagem
é de extrema importância ao cliente portador de
esclerose múltipla tanto em pacientes em pré-operatório, trans-operatório e pós-operatório,
detectando então, as necessidades de estabelecer
um plano de cuidado individualizado e holístico,
visando o cuidado não somente do problema de
base, mais sim de todas as necessidades desse paciente durante e após a sua permanência na instituição hospitalar. Por isso, todas as intervenções
devem ser planejadas visando propiciar a melhoria
tanto da saúde física e mental, e particularmente
neste caso é preciso analisar o quesito familiar, e a
equipe de enfermagem deve procurar auxiliar no
encontro da família com o cliente, além da realização do plano de cuidados.
Palavras-chave: Enfermagem, esclerose múltipla
e ortopedia.
EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR E
TRANSTORNO BIPOLAR EM ENFERMARIA DE CLÍNICA MÉDICA DE HOSPITAL GERAL: ANÁLISE COMPOSTA
POR 48 INTERNADOS
Natacha Lorena Lima Mafort,
Wagner Martignoni Figueiredo,
Rogério Paysano Marrocos,
José Ramon Rodriguez Arras López,
Zolder Marinho Silva
INTRODUÇÃO: Episódios de depressão maior
são frequentemente identificados no atendimento primário. Estes episódios (depressão unipo-
lar) diferem do transtorno bipolar pela presença,
neste último, de alternância de depressão e mania
(tipo I) ou de depressão e hipomania (tipo II). Na
história natural do transtorno bipolar a depressão costuma prevalecer, sendo também comum
que os episódios de mania/hipomania não sejam
muitas vezes formalmente reconhecidos, razões a
determinar seu subdiagnóstico. Estima-se que até
25% daqueles classificados como padecendo de
depressão unipolar poderiam ser melhor alocados
no grupo do espectro bipolar. Tal equívoco diagnóstico determina tratamento ineficaz e frequentemente pontuado por complicações.
OBJETIVO: Identificar a prevalência de depressão em enfermaria de clínica médica de hospital
geral, rastreando aquelas que possivelmente estariam relacionadas ao transtorno bipolar.
METODOLOGIA: Pesquisador treinado previamente analisou todos os enfermos admitidos
no serviço durante o período do estudo, identificando aqueles que preencheram os critérios diagnósticos do DSMIV(padrão ouro), de modo a definir os verdadeiramente deprimidos, que, então,
eram, pacientes e responsável próximo, avaliados
como preconizado pelo Questionário de Transtorno do Humor (MDQ) em busca de evidências
passadas de mania/hipomania.
RESULTADO: Foram estudados 48 enfermos
(36 homens, com idade variando entre 17 e 85
anos - média de 51.76), detectando-se episódio
depressivo maior em 13 (8 homens - média de
idade 55.37), em um percentual de 27.08%, dos
quais 8 (6 homens - média de idade de 51.5) apresentaram, pelo MDQ, indícios de bipolaridade
(61.24%).
CONCLUSÃO: Na presente amostra 27.08%
dos estudados cursavam com episódio depressivo
maior que, em 61.24% dos casos, provavelmente
sinalizava o transtorno bipolar.
Palavras-chave: Transtorno bipolar, episódio depressivo maior.
BASES ANATOMOCIRÚRGICAS PARA
UTILIZAÇÃO DO NERVO FRÊNICO NA
RECONSTITUIÇÃO DE LESÕES TRAUMÁTICAS DO PLEXO BRAQUIAL
Maristella Reis da Costa Pereira
INTRODUÇÃO: Lesões do plexo braquial (PB)
por trauma possuem relevância na prática clínica,
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
pois podem determinar a incapacitação do indivíduo ou sua remoção temporária do mercado
de trabalho. Estas têm se tornado cada vez mais
frequentes com o aumento da violência urbana.
Neurotização extraplexo é um tratamento cirúrgico utilizado na reconstrução do PB. Pode-se utilizar o nervo frênico (NF) como doador de axônios
para o elemento lesionado. Deve-se atentar para
alterações funcionais da hemicúpula diafragmática que perderá sua inervação motora. Estudos reportam que alterações na ventilação de pacientes
hígidos são pequenas; há relatos, porém, de diminuição da função pulmonar após lesões acidentais
ou iatrogênicas do NF. Isto demonstra que o status da função pulmonar após transferência cirúrgica do NF é pouco conhecido. O grau de variabilidade do NF acessório e a existência de conexões
da trama nervosa do hemidiafragma direito com o
hemidiafragma esquerdo poderiam vir a suprir as
funções do NF.
OBJETIVO: Estudar a inervação do diafragma
e fornecer informações para a melhor abordagem
neurocirúrgica no tratamento de lesões traumáticas do PB.
METODOLOGIA: Foram utilizados dez diafragmas sem lesões prévias. A cúpula foi subdividida em quadrantes sendo feito um estudo quantitativo dos ramos nervosos de cada quadrante.
Para as microdissecções foi utilizado microscópio
D. F. Vasconcelos.
RESULTADOS: O NF direito alcança o diafragma em sua área central lateralmente à veia cava
inferior, a uma distância que variou de 0,3 a 1,1
cm. O tronco principal ramifica-se a uma altura
de 1-2 cm do diafragma em três divisões maiores
e alguns ramos menores. Este padrão mostrou-se constante. O NF esquerdo apresentou maior
variabilidade. Seis peças penetraram no diafragma dentro dos limites do quadrante médio a uma
distância de 1,2 a 2,1 cm da base do pericárdio e
quatro alcançaram o músculo no quadrante anterior distando 1,7 a 3,3 cm do ápice cardíaco. A
divisão do tronco principal ocorreu a uma altura que variou de 0,5 a 1 cm, alternando de dois
troncos principais com diversos ramos menores
até quatro troncos mais calibrosos com nenhum
ramo de menor calibre. Uma peça se destacou
como variação anatômica vindo a apresentar duas
estruturas nervosas paralelas seguindo dentro do
mesmo coxim gorduroso pela margem lateral do
ventrículo esquerdo. Ambas penetraram o diafragma no quadrante médio, a mais posterior a
32
uma distância de 1,2 cm do pericárdio e a anterior
distando 1,8 cm do mesmo. A primeira alcançou o
diafragma como tronco único enquanto a segunda ramificou-se em 2 troncos principais a 0,5 cm
do músculo. Após penetrar na cúpula, o NF gera
ramos cada vez menores que se distribuem pelo
músculo formando uma vasta rede neural.
CONCLUSÃO: Há diferenças de padrão de distribuição entre os NFs direito e esquerdo, tendo
o primeiro mostrado maior regularidade. A presença de uma peça apresentando um possível NF
acessório corrobora a suspeita de haver um grande grau de variabilidade anatômica do NF acessório. O reconhecimento de tais características é importante para identificação das estruturas durante
o ato operatório e para o possível estabelecimento
de novas técnicas cirúrgicas.
Palavras-chave: Plexo braquial, neurotização,
nervo frênico.
CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DE
BIOSSEGURANÇA DOS ACADÊMICOS
DE MEDICINA DA UNIRIO
Pedro Henrique de Abreu Macedo,
Melissa Gebrim Ribeiro,
Priscilla Duarte Pimentel,
Aline Masiero Fernandes,
Simony de Souza Pereira Maiolini
INTRODUÇÃO: Biossegurança é o conjunto
de ações voltadas para a prevenção e proteção do
trabalhador, minimizando riscos. O conhecimento das normas de biossegurança mostra-se extremamente necessário, principalmente, aos profissionais de saúde, destacando-se, nesse contexto,
os estudantes de medicina, que muitas vezes iniciam sua prática médica em estágios hospitalares,
sem dominarem o assunto, expondo-se a possíveis acidentes de trabalho, passíveis de prevenção.
OBJETIVO: Avaliar o conhecimento dos estudantes de medicina da UNIRIO quanto às normas de biossegurança e a sua aplicabilidade diária
na prática médica.
MÉTODOS: Aplicação de questionário com
perguntas que versavam sobre o conhecimento
das normas de biossegurança e sua aplicação no
cotidiano dos estudantes do 9º período de Medicina da UNIRIO, no qual se tem a disciplina de
Medicina do Trabalho.
RESULTADOS: O questionário foi respondi-
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
do por 43 alunos, sendo 11 do sexo masculino
e 32 do sexo feminino. Notou-se que dentre os
43 alunos, 13 não estagiam em emergência e/ou
CTI, correspondendo a 30, 23%. Quanto aos
acidentes por materiais pérfuro-cortantes, 5
alunos afirmaram já ter se acidentado, o que
corresponde a 11,63 %. Com relação ao uso
de EPI’s, 37 alunos afirmaram que sempre
usam materiais de proteção individual, o que
corresponde a 86,05%. Quando perguntados
se reencapam ou se já reencaparam agulhas,
20 alunos afirmaram que sim, resultando em
46,51%. Quanto ao contato com pessoas com
doenças suspeitas ou confirmadas, 38 alunos
confirmaram contato com pacientes com tuberculose suspeita ou confirmada, o que equivale a 88,37%; e 22 alunos confirmaram contato com pacientes com meningite suspeita
ou confirmada, constituindo-se 51,16%. Com
relação à vacinação, 42 alunos afirmaram ser
vacinados com BCG (97,67%), 41 afirmaram
ser vacinados contra tétano (95,35%), e 38 alunos afirmaram ser vacinados contra hepatite
B (88,37%). Quando questionados sobre o
conhecimento acerca das normas de biossegurança, 35 discentes (81,40%) relataram conhecê-las em parte e 4 (9,30%), relataram não
conhecê-las. Até o presente momento, apenas
23 alunos (53,49%) afirmaram ter contato
com o assunto em algum momento durante o
curso médico.
CONCLUSÃO: Aproximadamente, 70% dos
acadêmicos que responderam ao questionário estagiam em emergência e/ou CTI, sendo
que do total de alunos, 11,63% já se acidentaram com material pérfuro-cortante, 14% nem
sempre usam material de proteção individual e
46,51% reencapam ou já reencaparam agulhas.
Um número significativo de estudantes já teve
contato com pessoas com doenças suspeitas
ou confirmadas (tuberculose e meningite) e a
grande parcela mostra-se vacinada contra tétano e hepatite B. No tocante ao conhecimento
sobre normas de biossegurança, nota-se que
este assunto não é dominado por todos os estudantes, o que acaba expondo-os a acidentes
evitáveis. Dessa forma, fica claro o quão importante é o ensino deste tema aos acadêmicos de Medicina, incentivando-os a utilizarem
EPI’s e se vacinarem, evitando que, no processo de atenderem pacientes, virem vítimas de
seus próprios descuidos.
Palavras-chave: Estudantes, biossegurança,
prevenção, acidentes.
AS METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS E
SEU IMPACTO NA APRENDIZAGEM DO
ESTUDANTE DE MEDICINA DA UNIRIO
Aline Masiero Fernandes,
Regina Maria Lugarinho da Fonseca
INTRODUÇÃO: O processo de aprendizagem
não se dá individualmente e a atuação do docente
deve estimular o desenvolvimento das competências e habilidades do estudante. Conhecer o aluno
permite ao docente investir na relação professor-aluno, componente essencial no processo ensino-aprendizagem, além de permitir aplicação de diferentes metodologias ativas de ensino, que focam
no aluno não como um mero produto de ensino,
mas como um agente de sua formação.
METODOLOGIA: As metodologias ativas visam o aprendizado centrado na participação ativa,
reflexiva e contínua do graduando no processo de
construção do conhecimento, que é uma das finalidades da educação superior prevista pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Baseada
nisso, a disciplina de Genética I aplicou questionários com intuito de identificar a aceitação e os
interesses dos alunos ao serem expostos as metodologias de ensino utilizadas pela disciplina.
OBJETIVO: Analisar a aceitação do discente ao
ser confrontado com métodos ativos de ensino ao
cursarem a disciplina de Genética I.
MÉTODOS: Aplicação de questionário no último dia de aula de Genética I no segundo semestre
de 2010. As perguntas direcionavam-se às percepções dos alunos quanto à metodologia de ensino
aplicada, e à efetividade dessas, ao motivarem a
participação dos alunos.
RESULTADOS: Foram respondidos 63 questionários. Quanto às atividades e organização da
disciplina os alunos avaliaram: Muito Bom (n47,
74,6%) apresentação do professor no primeiro
dia de aula, como acolhimento aos alunos; Muito Bom (n42, 66,6%) a disponibilização das aulas
via internet; Bom (n29, 46%), a didática utilizada; Muito Bom (n37, 58,7%) a organização dos
professores da Disciplina; Bom (n27, 42,8%) a
utilização de material didático em outro idioma;
Muito Bom (n43, 68,2%) o interesse do profes33
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
sor em conhecer os alunos; Muito Bom (n43,
68,2%) as atividades em grupo; Bom (n28, 44,4%)
o modo de cobrança das presenças; Bom (n32,
50,7%) quanto ao estilo das questões de prova;
Muito Bom (n33, 52,4%) quanto aos critérios de
cálculo da Média para aprovação. Os alunos as
avaliaram as metodologias utilizadas: Muito Bom/
Bom (60,3%, n38) a utilização da Simulação/dramatização/Encenação; Muito Bom (49,2%, n31)
a aplicação de debates/discussão de casos; Muito Bom/Bom (42,8%, n27) a aplicação do PBL
(“Problem-based learning”).Outra atividade desenvolvida pela disciplina e muito elogiada pelos
estudantes foi a “Maratona Lost”, na qual os alunos utilizaram criatividade e talentos prévios individuais de forma livre e organizada em grupos
para apresentar um tema de Genética. Ao final do
questionário, requisitou-se que os alunos dessem
notas à disciplina. Destes, 42 estudantes (66,7%)
deram notas entre 9 e 10.
CONCLUSÃO: O questionário permitiu ao corpo docente perceber a aceitação dos discentes aos
métodos de ensino utilizados, e a boa avaliação
por eles da disciplina, serviram de incentivo para
o aperfeiçoamento da didática e do estreitamento
da relação professor-aluno, de modo que a inovação deve motivar o estudante em seu processo de
aprendizagem.
Palavras-chave: Metodologias participativas, estudantes de medicina, relação professor-aluno,
processo ensino-aprendizagem.
ENFERMAGEM NO PERIOPERATÓRIO
Silvia Helena Silva,
Alessandra de Carvalho Viana,
Marco Antônio Serra Rodrigues
INTRODUÇÃO: O presente estudo faz parte
do conjunto de requisitos necessários para inscrição na 31ª Jornada Científica do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, e foi realizado em virtude
da observação, por parte dos acadêmicos, e das
contribuições técnico-científicas e éticas decorrentes do seguinte caso clínico: D.S.S., 79 anos, 1
m 46 cm de altura, 70 kg de peso, parda, sergipana, residente na baixada fluminense na cidade de
Mesquita, admitida em um Hospital Universitário
da cidade do Rio de Janeiro, no dia 01/08/2011,
com diagnóstico médico de hérnia epigástrica e
hipertensão arterial. Procurou a instituição com
34
hérnia volumosa de crescimento progressivo há
30 anos, e fazendo uso de enalapril 10mg e atenolol 50 mg uma vez ao dia para controle da hipertensão. Realizou exames complementares - TC de
abdome e pelve - em 03/08/2008 que constatam
hérnia parietal encarcerada com alças intestinais
no seu interior de localização mesoepigástrica. Ao
exame físico, abdome globoso, porém sem algia
à palpação e com presença de três lesões ulceradas circulares, ambas medindo aproximadamente
1,2 e 4cm, de base fribinosa, sem exudato e com
pele ao redor frágil e de temperatura elevada; glúteo esquerdo com presença de lesão escoriada de
base eritematosa; hálux direito e esquerdo com
presença de deformidade osteoarticular. A mesma
foi submetida à herniorrafia para reparo cirúrgico
com sutura da parede abdominal.
OBJETIVO: Traçar diagnósticos e elaborar
prescrição de enfermagem para o tratamento
do cliente.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e exploratório, do tipo estudo de
caso. O critério de inclusão foi o da amostra por
conveniência, onde os pesquisadores obtêm a
amostra de acordo com o desejo e a disponibilidade do sujeito em participar do estudo. O
mesmo trata de descrever informações obtidas
de forma não numérica, sendo assim, nosso objetivo pôde ser mais bem explorado e analisado,
ampliando a discussão, com aprofundamento
teórico, sobre o caso clínico em questão. A referência teórica baseia-se na Sistematização da
Assistência de Enfermagem, onde através dos
dados produzidos durante a anamnese, consulta ao prontuário e exame físico; é realizada a
identificação e o levantamento dos problemas
de enfermagem. Em seguida são formulados os
diagnósticos de enfermagem cabíveis, e é realizada a prescrição de enfermagem para posterior
tratamento do cliente.
RESULTADOS: O cliente apresentou boa recuperação clínica - fechamento da ferida cirúrgica e melhora da função respiratória; além disso,
foi devidamente orientado quanto à realização
de seu auto-cuidado, tornando-se independente
em relação à assistência de enfermagem e garantindo a continuidade do tratamento fora do
âmbito hospitalar.
CONCLUSÕES: Tendo em vista o presente
estudo de caso, estabelecemos os cuidados de
enfermagem referentes à fase pré e pós-operatória, dando ênfase ao problema de nosso clien-
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te, e possibilitando sua recuperação e reabilitação frente ao processo saúde e doença.
Palavras-chave: Cuidados, enfermagem, peri-operatório.
FAZENDO ARTE NA PEDIATRIA DO
HUGG
Mônica Menezes Perny,
Cleudes Werneck
INTRODUÇÃO: Durante a hospitalização, a
criança sofre um distanciamento de seus laços familiares e sociais, esboçando-se um novo cenário:
o hospital. É uma experiência estressante e traumática, podendo determinar distúrbios comportamentais diversos na criança, que vão da agressividade à apatia. Este relato discorre do trabalho
realizado na enfermaria de Pediatria do HUGG
no qual, buscou-se através das atividades artísticas
e lúdicas, fundamentadas na Arte, Saúde e Educação, promover o processo de humanização, equilíbrio físico, psíquico e emocional dos pacientes no
período de internação.
MATERIAL: As oficinas foram realizadas por
seis Arteterapeutas e/ou Psicopedagogas, no período de outubro a dezembro de 2009, em dois
encontros semanais, de duas horas cada. Priorizaram-se os materiais não estruturados tais como:
papéis, lápis de cor; gizão de cera; cola branca e
outros.
MÉTODO: Utilizou-se a Arte como técnica
terapêutica complementar, uma vez que esta se
aproxima muito da linguagem infantil, com o uso
de materiais artísticos e lúdicos os quais possuem
características próprias deste universo. A cada encontro buscou-se minimizar os efeitos negativos
da hospitalização pediátrica com atividades simbólicas, pois, através destas a criança é capaz de
aliviar suas pressões internas e de liberar grande
parte de sua agressividade. As produções criativas do grupo serviram como mediadores entre
o inconsciente e o consciente. Não cabia aos facilitadores interpretar as produções, mas sim dar
a oportunidade para que o grupo pudesse se expressar, elaborar e reestruturar de seus conteúdos
internos.
DISCUSSÃO: As propostas sugeridas eram
o criar livre. Dizia-se: Experimentem! Ousem!
Criem! Alguns conseguiam, outros mais inibidos
e apáticos eram incentivados pelo grupo. Ao se-
rem convidados a falar sobre suas criações, entre
muitos risos, relatavam que o medo da internação
e dos procedimentos médicos já não eram tão “assustadores” e que, nunca imaginaram que pudessem pintar ou fazerem dobraduras dentro de um
hospital. Ao receberem alta a maioria deixava seus
trabalhos com mensagens de solidariedade para os
que chegavam. As equipes médica e de enfermagem foram unânimes em afirmar que a enfermaria
deixara de ter um aspecto “frio” e “sem cor” e
que agora, decorada pelas produções, estava com
“cara de um lugar que tem crianças”.
CONCLUSÃO: A partir das produções artísticas o grupo pode expressar seus medos, fantasias
e expectativas com relação à doença e ao tratamento. No âmbito da saúde as atividades lúdicas
podem ser consideradas como autotélica, autocurativa e terapêutica. Destarte, o interespaço – a relação entre o sujeito e o objeto – é favorável para
a criança desenvolver seus aspectos sensório-motores, cognitivo, e ainda, possibilitar suas expressões de conflitos, fantasias, elaborações psíquicas
e experimentações. Conclui-se que este trabalho
foi um facilitador no processo de humanização;
promoveu a melhoria do estado físico e mental
nas crianças durante o período de hospitalização
e; motivou a implantação de uma Brinquedoteca
Hospitalar nesta Unidade.
Palavras-chave: Criança, arte, saúde, educação.
CISTO DE COLÉDOCO EM ADULTO:
RELATO DE CASO
Rafaela Correia da Silva,
José Antonio Dias da Cunha e Silva,
José Carlos Perri Vidal Alvarez,
Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias
INTRODUÇÃO: Cistos das vias biliares são infrequentes. O diagnóstico é realizado em geral na
infância (80%), sendo uma minoria diagnosticada
na vida adulta. Podem der divididos em 5 tipos
de acordo com a classificação estabelecida por
Alonso-Lej em 1954 e modificada por Todani em
1977, sendo os mais frequentes os tipos I e IV de
Todani. Sua importância se relaciona com complicações como litíase, colangite, abscesso hepático,
pancreatite aguda e cirrose biliar secundária, além
do potencial de malignização previsto entre 10 a
15% dos casos.
OBJETIVO: Relatar um caso de cisto de colédo35
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
co em indivíduo adulto, analisando as manifestações clínicas encontradas, o diagnóstico realizado
e complicações durante a evolução.
RELATO DE CASO: M. L. S., 52 anos, internada
com quadro de icterícia e dor abdominal em hipocôndrio direito. Colecistectomia convencional aos
33 anos provavelmente por litíase. Previamente à
internação havia realizado CPRE com colocação
de protése, solicitada por médico assistente, sendo
feito o diagnóstico provável de tumor de cabeça
de pâncreas. Foi realizada ecoendoscopia e colangiorressonância que evidenciaram imagem compatível com dilatação cística da via biliar. Durante
internação evoluiu com abscesso hepático, com
boa evolução com tratamento conservador (antibioticoterapia de largo espectro). Após resolução
do quadro infeccioso, foi submetida à ressecção
da dilatação cística da via biliar principal e hepatico-jejunostomia em Y de Roux, posteriormente
à confirmação per-operatória por colangiografia
que mostrou também dilatação difusa das vias biliares intra-hepáticas, sendo a doença classificada
como Todani IV A. Evoluiu no pós-operatório
com fístula biliar de baixo débito. Recebeu alta
em setembro de 2010 em boas condições para seguimento ambulatorial. Laudo histopatológico de
peça cirúrgica não evidenciou lesão neoplásica.
DISCUSSÃO: Os sintomas relacionados aos cistos das vias biliares ocorrem em aproximadamente 20% dos indivíduos adultos. Cólica abdominal
e icterícia recorrente são as mais frequentes. A
tríade clássica de sintomas, que consiste em dor
abdominal, icterícia e massa palpável (rara em
adultos) ocorre em menos de 20% do total dos
pacientes, sendo que dois terços os pacientes apresentam 2 dos 3 sintomas. O primeiro passo para
o diagnóstico consiste em métodos de imagem,
sendo a ultrassonografia o método geralmente
preconizado. A CPRE pode em muitos casos suspeitar do diagnóstico, permitir a passagem de prótese melhorando as condições do paciente para o
tratamento cirúrgico, além avaliar a possivel relação anômala entre os ductos pancreatico-biliares.
As imagens obtidas por colangiorressonância são
consideradas o padrão-ouro para diagnóstico pre-operatório, com uma sensibilidade de 90-100%.
CONCLUSÕES: A importância do diagnóstico
precoce impede complicações inerentes à evolução da doença, tais como degeneração maligna,
risco de obstrução biliar, colangite, ruptura espontânea ou traumática do cisto, cirrose biliar e
hipertensão portal. O risco aumentado de colan36
giocarcinoma, com incidência estimada de 0,7%
na primeira década a mais do que 14% após aos
20 anos, resulta provavelmente do refluxo e estase de enzimas pancreáticas e sais biliares, com inflamação crônica da mucosa e subseqüente degeneração maligna. O tratamento cirúrgico depende
do tipo de dilatação cística encontrada, sendo a
excisão, sempre que possível, o tratamento mais
indicado.
Palavras-chave: Cisto, colédoco, adulto.
ESTUDO DE 167 CASOS DE COLEDOCOLITÍASE
Guilherme Saraiva Haddad,
Fernando Athayde Veloso Madureira,
José Antonio Dias da Cunha e Silva,
Mohamed Chouky Kamar,
Renato Manganelli Salomão
INTRODUÇÃO: A coledocolitíase é uma das
complicações mais frequentes da colecistite calculosa e, segundo a literatura tem incidência de
7-15% em pacientes submetidos a colecistectomia.
OBJETIVO: Traçar um perfil epidemiológico dos pacientes portadores de coledocolitíase
secundária operados na Clínica Cirúrgica A do
HUGG, com análise dos resultados.
MÉTODOS: Foi realizado o estudo retrospectivo de 167 casos de coledocolitíase associados a
colecistite calculosa, os resultados foram analisados em banco de dados sendo estratificados quanto ao sexo, cor, idade, sinais e sintomas.
RESULTADOS: A coledocolitíase foi a complicação mais freqüente em 2226 casos de colecistite
calculosa analisados. O seu percentual foi 7,5%.
Ocorreu com maior predominância no sexo feminino, em proporão de 3,5 : 1; ocorreu mais nos
pacientes de cor branca (69,4%), a idade média
foi 52,6%, sendo a média de idade no sexo feminino 50 anos e no masculino 61. Dentre os sinais
e sintomas que podem levar a suspeição de coledolitíase, a história de icterícia estava presente
em 71,2%, sendo seguida por história de colangite
(19,1%) e pancreatite aguda (8,9%). Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados foram as colecistectomia associadas às anastomoses biliodigestivas, às esfincteroplastias e às coledocolitotomias.
Ocorreram 26 casos de cálculos residuais no colédoco, sendo que 5 foram com conhecimento dos
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
cirurgiões, devido a gravidade dos casos. Ocorreram 6 óbitos decorrentes do tratamento cirúrgico,
sendo a principal causa as fistulas e a pancreatite
aguda pós operatória.
CONCLUSÕES: A coledocolitíase é uma complicação freqüente da colecistite calculosa e quando não descoberta no pré ou pós operatório pode
necessitar de cirurgias mais amplas.
Palavras-chave: Coledocolitíase, estudo.
DIVERTÍCULOS DO ESÔFAGO CERVICAL
Vinícius Luderer Dias,
Célio Cortinhas Filho,
Célia Regina de Oliveira Garritano,
Flávio Malcher de Oliveira,
Mohamed Chouky Kamar
INTRODUÇÃO: Histórico: - Ludlow (1767) primeira descrição- Zenker e Ziemssem (1878) 1ª classificação dos divertículos esofageanos.
Características: O Divertículo de Zenker (DZ)
ou Divertículo Faringo-esofágico é uma dilatação sacular que se projeta através da parede do
esôfago, por meio de “pulso”, fazendo protusão
da mucosa e submucosa através da junção faringo-esofágica, sendo assim um falso divertículo
(preserva a muscular), sendo o mais comum do
esôfago. Anatomia: O DZ é uma alteração adquirida, que cresce posteriormente à linha média da
parede da faringe, fazendo protusão entre as fibras oblíquas do músculo constrictor inferior da
faringe e as fibras transversas do músculo cricofaríngeo. Incidência: Raramente encontrado em
crianças, tendo sua maior incidência em pacientes
acima de 50 anos e maior freqüencia na 7ª década
devida. É mais comum no sexo masculino. Etiologia: Incoordenação do músculo cricofaríngeo à
deglutição, acarretando aumento da pressão no
hipofaringe e consequente herniaçao da mucosa
e submucosa através da falha existente entre os
músculos cricofaríngeo e constrictor inferior da
faringe (Espaço de Limer). Manifestações Clínicas:- Disfagia cervical progressiva (sensação de
“bolo na garganta”);- Ruídos à deglutição;- Halitose;- Regurgitação de alimentos ingeridos e não
digeridos, com odor fétido;- Tumoração cervical
esquerda redutível através de compressão digital
ou extensão do pescoço para facilitar a deglutição.Diagnóstico:- História clínica;- Exame físico;-
Telerradiografia da região cervical “bolsa de ar”;
- Esofagografia “protusão na faringe repleta de
bário”.Diagnóstico Diferencial:Neoplasias malignas do terço superior do esôfago.
MÉTODOS: Foram avaliados 8 pacientes com
divertículos esofágicos atendidos no serviço de
Cirurgia Geral do HUGG.
RESULTADOS: Cerca de 7 pacientes pertenciam ao sexo Masculino (87,5%) e 1 ao sexo feminino. Etnia branca em 6 pacientes (75%), parda
em 02 pacientes. Quanto à idade, mediana de 71
anos (extremos: 65-82 ). Manifestações clínicas
encontradas: Disfagia alta em 8 pacientes (100%),
massa cervical redutível: 08 (100%), ruídos a deglutição: 07 (87,5%), halitose acentuada: 06 (75%),
regurgitação: 04 (50%). Métodos de Diagnóstico:
Esofagograma - 100%, Endoscopia Digestiva
Alta - 62,5%, Esofagomanometria - 50%. Tratamento realizado: a)Diverticulectomia com miotomia do músculo cricofaríngeo foi realizada em 6
pacientes - 75%. Complicações:2 fístulas esofágicas-tratadas conservadoramente. b) Diverticulectomia isolada:em 2 pacientes - 25%, com evolução
pós-operatória sem anormalidades.
CONCLUSÕES: Os divertículos do terço superior do esôfago tem maior incidencia nos indivíduos na7ª década e no sexo masculino. O tratamento cirúrgico de escolha é a diverticulectomia
associada a miotomia do músculo cricofaringeo,
a qual apresenta os menores percentuais de recidiva. O índice de complicações é baixo e de fácil
resolução.
Palavras-chave: Divertículos, esôfago, cervical.
RESULTADO COMPARATIVO DAS RESSECÇÕES CÓLICAS DIREITA E ESQUERDA NA INFLUÊNCIA DO PROGNÓSTICO INTRA-OPERATÓRIO EM UM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Rafaela Correia da Silva,
Luciana de Oliveira Fialho,
Isabelle Beatriz Dolovale Silva,
Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias,
Vinícius Luderer Dias
INTRODUÇÃO: O câncer de cólon junto ao
câncer de reto representa o terceiro tipo de câncer
mais comumente diagnosticado em ambos os sexos, com uma expectativa de 150.000 novos casos
por ano nos EUA. Representa a segunda causa de
37
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
morte mais comum por câncer nos EUA (55.000
mortes/ano) e a quinta causa de óbito no Brasil.
A incidência de neoplasia colorretal vêm aumentando nos últimos anos, ocorrendo predominantemente na população idosa, sendo incomum em
menores de 40 anos, que representa uma taxa de
2,1 a 14,6% entre todos os cânceres colorretais.
OBJETIVO: Analisar se a topografia da lesão
influencia nos resultados de ressecabilidade no intra-operatório de pacientes submetidos à cirurgia
em um hospital universitário do Rio de Janeiro.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo de pacientes consecutivos, através da análise
de 176 prontuários, de pacientes operados de tumores colorretais, pela 60enfermaria de Cirurgia
Geral e Aparelho digestivo do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, no período de 2000 a
2005. Foram divididos em tumores proximais ao
ângulo esplênico - tumores de cólon direito - e
distais ao ângulo, excluindo-se os tumores de reto
- tumores de cólon esquerdo (Figura 1). Foram
avaliados dados demográficos, epidemiológicos e
ressecabilidade do tumor (R0 - ressecções curativas macroscopicamente) em intra-operatório.
RESULTADOS: A mediana de idade dos pacientes foi de 63 anos, média de 62 anos. Em relação à
raça, brancos representaram 121 pacientes (68%),
negros 25 pacientes (21%) e pardos 31 pacientes
(17%). O tipo histopatológico mais comum foi
adenocarcinoma. As cirurgias R0 do cólon direito totalizaram 60, ao passo que aquelas do cólon
esquerdo representaram número de 52, com p valor <0,05, o qual foi considerado estatisticamente
significativo.
CONCLUSÕES: Em nosso estudo não houve
diferença estatisticamente significativa tanto da
localização dos tumores como também no grau
de ressecabilidade da lesão. Limitações do estudo:
estudo retrospectivo, amostra pequena. Não houve conflito de interesses na elaboração do projeto.
Palavras-chave: Ressecção, cólica, esquerda, direita, prognóstico, intra-operatório.
FATORES DE CONVERSÃO EM 616 COLECISTECTOMIAS VIDEOLAPAROSCÓPICAS
Guilherme Saraiva Haddad,
Renato Manganelli Salomão,
José Antonio Dias da Cunha e Silva,
Rafaela Correia da Silva,
38
Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias
INTRODUÇÃO: A colecistectomia por via
laparoscópica é a cirurgia de eleição para o tratamento da colelitíase, trazendo para o paciente
menos dor no pós-operatório, menor tempo de
internação hospitalar, retorno mais rápido as suas
atividades habituais e melhora do padrão estético
em relação a cirurgia convencional. No entanto a
conversão para a cirurgia via laparotômica deve
ser discutida com o paciente e segundo a literatura
tem incidência em 5%.
OBJETIVO: Apresentar a incidência e causas de
conversão em 616 colecistectomias videolaparoscópicas realizadas em hospital universitário.
MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo
de 616 colecistectomias videolaparoscópica e análise dos fatores de conversão para colecistectomia
videolaparoscópica em um Hospital Universitário.
RESULTADOS: Foi realizado estudo retrospectivo das colecistectomias videolaparoscópicas e as
suas causas de conversão para cirurgias abertas na
Clínica Cirúrgica A do HUGG-UNIRIO. Resultados: Em 616 colecistectomias videolaparoscópicas foi necessária a conversão para cirurgia aberta
em 30 pacientes (4,8%). As causas mais comuns
foram as dificuldades técnicas (19 casos), seguidas
por falha da aparelhagem. O mais freqüente dos
empecilhos técnicos foi a não visualização do pedículo biliar (9), seguida das aderências que impediam a progressão dos trocateres e ou da câmera.
As causas de conversão por falha da aparelhagem
estavam relacionadas com o pneumoperitôneo,
variando desde falhas no insuflador a problemas
nos trocateres e perda exagerada do pneumoperitôneo. Em 2 casos houve necessidade da conversão por lesão da via biliar principal e em outros 2
devido a presença de câncer de vesícula biliar. A
síndrome de Mirizzi foi causa em um caso.
CONCLUSÕES: Diversos fatores, além da curva de aprendizado em um hospital universitário,
são responsáveis por este porcentual (4,8%), que
mesmo assim mantém-se dentro da faixa descrita
na literatura.
Palavras-chave: Fatores, conversão, colecistectomias, videolaparoscópicas.
PÓLIPOS DA VESÍCULA BILIAR
Eduardo Andrade Dias Coutinho de Souza,
Ricardo Lemos Cotta Pereira,
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
Rodrigo Cesar Pinto,
Ricardo Antonio Correia Lima,
Rafaela Correia da Silva
INTRODUÇÃO: Lesões polipóides da vesícula
biliar estão presentes em 3 a 7% dos pacientes que
realizam ultrassonografia das vias biliares (figura
1) e em 2 a 12% dos pacientes submetidos a colecistectomia. Podem ser classificadas em lesões
benignas (pólipos de colesterol ou adenomas) ou
malignas (adenocarcinoma). Destes, os pólipos de
colesterol são os mais frequentes.
OBJETIVO: Traçar um perfil epidemiológico
dos pacientes portadores pólipos da vesícula biliar.
MÉTODOS: Foram analisados 18 pacientes portadores de pólipos da vesícula biliar, operados na
Clínica Cirúgica “A” do Hospital Universitário
Gaffrée e Guinle, quanto a idade, sexo, cor, fatores predisponentes.
RESULTADOS: A incidência foi maior no
sexo feminino, com 13 casos (72%), com relação 2,6 : 1. A idade média situou-se em 42,7
anos, sendo no sexo feminino a média de 42,5
e no masculino 56,2 anos. Ocorreu com maior
frequência na cor branca. A dor foi a principal queixa, presente em 17 pacientes (94,4%),
seguido de náuseas/vômitos em 15 pacientes
(83,3%). Um paciente era assintomático e o
diagnóstico foi incidental durante ultrassonografia de rotina ginecológica. A análise histopatólogica (gráfico 1) demonstrou que 12 (75,1%)
eram pólipos de colesterol; 3 (18,7%) eram adenomas e 1 era do tipo inflamatório. Nenhum
dos pólipos apresentava degeneração maligna.
O tratamento realizado foi a colecistectomia e
não houve necessidades de procedimentos cirúrgicos complementares. Todos os pólipos tinham diâmetro superior a 1,2 cm.
CONCLUSÕES: Os pólipos de vesícula biliar
são entidades incomuns e devem ser avaliados
quanto aos seus aspectos ultrassonográficos e
clínicos - pelo risco de malignidade - entre eles:
idade acima de 60 anos, coexistência de cálculos
biliares, tamanho do pólipo acima de 10mm e
crescimento do pólipo. Pacientes sintomáticos
ou com fatores de risco devem ser submetidos
à colecistectomia eletiva, enquanto pacientes assintomáticos e com pólipos menores de 10mm
podem ser acompanhados com ultrassonografia periódica.
Palavras-chave: Pólipo, vesícula biliar.
CARCINOMA NEUROENDÓCRINO AMPULAR: RELATO DE CASO
Eduardo Andrade Dias Coutinho de Souza,
José Calos Peri Vidal Alvarez,
José Antonio Dias da Cunha e Silva,
Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias,
Rodrigo César Pinto
INTRODUÇÃO: O carcinoma neuroendócrino
ampular é uma doença rara, sendo o adenocarcinoma o tipo histológico mais comum, presente em
mais de 90% dos casos. Os tumores neuroendócrinos correspondem a aproximadamente 2% dos
tumores de papila. A sintomatologia não difere de
outros tumores periampulares, sendo a icterícia
obstrutiva o principal dos sintomas. O diagnóstico se faz através de história clínica e exame físico,
endoscopia digestiva alta e exames de imagem. O
tratamento padrão é a ressecção cirúrgica, através
da gastroduodenopancreatectomia.
OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente de
72 anos, do sexo feminino, com carcinoma neuroendócrino ampular, submetida à gastroduodenopancreatectomia. Discutir a incidência deste
tumor, a sintomatologia, os métodos diagnósticos
e o tratamento empregado.
RELATO DE CASO: M.A.R, sexo feminino,
72 anos, apresentou icterícia associada a episódio
febril em janeiro de 2011, tendo procurado assistência médica. Durante a investigação realizou
endoscopia digestiva alta, que demonstrou lesão
vegetante de contornos irregulares e bordos definidos na papila de Vater, sugerindo tumor de papila. Resultado histopatológico evidenciou tratar-se
de carcinoma neuroendócrino, moderadamente
diferenciado e infiltrante. Em fevereiro de 2011
foi internada na Clínica Cirúrgica A do HUGG,
sendo submetida à gastroduodenopancreatectomia com reconstrução em alça dupla. Evoluiu com
evisceração no 11º dia de pós-operatório, sendo
realizada ressutura da parede abdominal; perfuração de alça de delgado (alça pancreática) no 18°
dia de pós-operatório, sendo submetida à enterectomia e êntero-ênteroanastomose e gastroparesia.
Recebeu alta hospitalar no 46º de pós-operatório,
em bom estado geral e com boa aceitação da dieta. O resultado histopatológico demonstrou lesão
irregular, elevada, medindo 1,5cm x 1,0cm, evidenciando carcinoma neuroendócrino ampular
bem diferenciado (pT2, pN0, pMx), com estudo
imunohistoquímico positivo para ceratina pool,
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
cromogranina e sinaptofisina.
DISCUSSÃO: Tumores neuroendócrinos de papila são raros. O tipo histológico mais comum é
o adenocarcinoma, presente em mais de 90% dos
tumores de papila. A icterícia é o sintoma mais
frequente podendo ser flutuante. O USG endoscópico é o método de maior sensibilidade para
diagnóstico e estadiamento, capaz de identificar
lesões de menos de 1cm e possui a vantagem de
poder realizar biópsia da lesão, assim como avaliar
o comprometimento . A RNM magnética é o melhor método não invasivo atualmente disponível.
A confirmação diagnóstica do tumor neuroendócrino é realizado a partir de marcadores imunohistoquímicos, entre eles a sinaptofisina - uma glicoproteína expressa em tumores indiferenciados – e
a cromogranina, que possui a função de regular
a formação de grânulos secretórios no citoplasma das células neuroendócrinas. Está aumentada independente da localização do tumor, sendo
um marcador sensível e especifico. A ressecção
cirúrgica é a modalidade primária de tratamento,
através da pancreaticoduodenectomia (Whipple),
com altos índices de cura quando uma ressecção
R0 é atingida. As complicações pós-operatórias
mais comuns são a fístula pancreática (12%), infecção da ferida operatória (7-11%) e gastroparesia (7-18%). Outras complicações incluem abscesso intracavitário, evisceração e fístula biliar.
CONCLUSÕES: A sobrevida no pós-operatório
depende de vários fatores como a extensão da doença, invasão vascular e perineural, diferenciação
histológica e margens cirúrgicas livres. A quimioterapia e a radioterapia adjuvante ainda não possuem protocolos bem estabelecidos nos tumores
ampulares.
Palavras-chave: Carcinoma, neuroendócrino, papila.
ABSCESSO PANCREÁTICO DE APRESENTAÇÃO ATÍPICA: RELATO DE CASO
Guilherme Saraiva Haddad,
Vinícius Luderer Dias,
Eduardo Andrade Coutinho de Souza,
José Carlos Perri Vidal Alvarez,
Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias
INTRODUÇÃO: O abscesso pancreático é uma
complicação tardia da pancreatite aguda necrotizante ou do trauma pancreático, definido como
40
uma coleção de pus circunscrita, contendo pouco
ou nenhum tecido pancreático necrótico. Constitui de 1 a 9% das complicações da pancreatite, e a
taxa de mortalidade associada varia de 14 a 80%.
A sintomatologia mais freqüente envolve dor abdominal e febre com calafrios e o diagnóstico se
faz através de história clinica e exame físico, exames de imagem, culturas sanguíneas e da secreção
do abscesso. O tratamento baseia-se na drenagem
do abscesso, desbridamento se necessário, associados a antibioticoterapia e medidas de suporte
clínico.
OBJETIVO: Relatar um caso de abscesso pancreático extenso de apresentação atípica. Discutir
os métodos diagnósticos empregados, a apresentação clínica habitual, apresentar as diferentes formas de tratamento e suas indicações, bem como
complicações mais comuns.
RELATO DE CASO: A.J.S., sexo masculino, 36
anos, etilista crônico, internado com hematúria
macroscópica, dor abdominal e tomografia computadorizada (TC) de abdome e pelve demonstrando coleção retroperitoneal extensa à esquerda, menor à direita e peripancreática. Evoluiu com
fleimão em região lombar esquerda e dispnéia
leve. Submetido à punção da região afetada, apresentou drenagem de grande volume de secreção
purulenta, com amilase de 7.936 e cultura positiva para E.coli. Tratado através de drenagem local
com Foley, evoluiu com sepse grave. Foi submetido à lombotomia esquerda com inserção de drenos tubulares, permanecendo no CTI por 9 dias.
Após, foi reabordado com lavagens e diminuição
do número de drenos. Passado 13 dias, nova TC
de controle evidenciou a permanência dos abscessos, confirmada por punção. Foi submetido à
laparotomia exploradora, com ampla drenagem
retroperitoneal. Obteve melhora clínica, sendo
submetido a wirsungrafia com identificação de
fístula pancreática (Figura 3), tratada com inserção de prótese. Apresentou boa evolução, com
resolução da fístula e recebeu alta hospitalar.
DISCUSSÃO: O abscesso pancreático (AP) se
forma através de vários mecanismos: Formação
de parede fibrosa ao redor das coleções fluidas,
úlcera péptica terebrando para o pâncreas e infecção secundária de pseudocistos. A probabilidade
de surgimento do AP aumenta progressivamente de acordo com a classificação tomográfica de
Balthazar (classificação E = 57%). A apresentação clínica mais frequente é de uma pancreatite já
diagnosticada com curso prolongado inesperado,
Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
febre, instabilidade hemodinâmica, falha ao tratamento medicamentoso ou, a presença de coleções
fluidas à TC de abdome, que permanece com primeira escolha para o diagnóstico. O diagnóstico
só pode ser fechado caso haja presença de flora
bacteriana ou fungica no aspirado da coleção. E.
coli, Klebsiella p., Enterococcus f., Stafilococcus
a., Pseudomonas a., Proteus e Etreptococcus são
os germes mais comumente isolados nas culturas.
O tratamento visa a remoção completa do abscesso através de drenagem, sendo que a laparotomia
ainda é o método mais eficaz. Drenagem guiada
por TC ou USG endoscópico com drenagem
transgástrica tem papel importante nos pacientes
que não são capazes de tolerar um procedimento
aberto em casos selecionados. Suporte clínico e
nutricional associados a antibioticoterapia guiada
por cultura compõem o tratamento adjuvante. As
complicações mais comuns compreendem fístula
pancreática, pancreatite recorrente, obstrução intestinal e sepse.
Palavras-chave: Abscesso, pâncreas, evolução,
atípica.
TUMOR NEUROENDÓCRINO DE LOCALIZAÇÃO ATÍPICA
José Antonio Dias da Cunha e Silva,
Marcus Vinícius Motta Valadão da Silva,
Eberhart Portocarrero Gross,
Ricardo Antonio Correia Lima,
Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias
INTRODUÇÃO: Os tumores carcinóides são
derivados das células enterocromafins (células de
Kulchitsky), que são células neuroendócrinas do
intestino. A prevalência estimada para os tumores
carcinóides é de 1 a 2 casos por 100.000 pessoas,
contribuindo com apenas 0,5% de todos tumores
malignos. Atualmente, o termo carcinóide vem
sendo desencorajado e passando a ser mencionados como Tumores Neuroendócrinos.
OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente assintomático, com Carcinoma Neuroendócrino, de
localização atípica, bem diferenciado, de fossa obturadora esquerda, abordando aspectos relacionados ao diagnóstico e manejo terapêutico.
RELATO DE CASO: V.C.M., sexo masculino,
52 anos, portador de gota e IRC em terapia dialítica três vezes por semana, assintomático quando em novembro de 2008, em consulta urológica
de rotina, constatou-se massa anômala em região
pélvica ao toque retal. Foi solicitada tomografia
computadorizada (TC) de abdome e pelve, a qual
revelou formação expansiva com densidade heterogênea de partes moles, de limites definidos e
contorno regular, medindo 9,1 x 7,2 cm, localizada em região pré-sacral esquerda, rechaçando o
cólon sigmóide contralateralmente.. Submetido à
cirurgia no início de 2009, sendo ressecada a tumoração, que se encontrava na fossa obturadora
esquerda, abaulava e invadia vasos ilíacos internos
esquerdos, sendo necessária a ressecção da artéria
ilíaca interna em bloco com a massa tumoral. A
avaliação histopatológica da peça cirúrgica revelou carcinoma neuroendócrino bem diferenciado (perfil imunohistoquímico: pancitoqueratina
AE1/AE3 e cromogranina positivo em grupos celulares; proteína S100 e sinaptofisina positivo em
células isoladas, CK7 e CK20 negativo; anticorpo
Ki67 Biocare com índice de proliferação celular
de 5% na área de maior intensidade proliferativa).
O paciente evoluiu bem no pós-operatório e no
acompanhamento ambulatorial, em novembro de
2009, TC de rotina exibiu linfonodos intercavo-aórtico pouco aumentados. Por volta de junho
de 2010, queixando-se de dor lombar, um novo
exame tomográfico, foi realizado e evidenciou linfonodos retroperitoneais aumentados e dois nódulos hepáticos hipercaptantes compatíveis com
metástase, além de imagem suspeita de recidiva
tumoral na fossa obturadora esquerda. O paciente
se encontrava assintomático, sem sinais de síndrome carcinóide. Foi solicitado então cintilografia
de corpo inteiro com Octreoscan que mostrou
captação apenas nas lesões hepática. A dosagem
de cromogranina foi de 218 ng/ml (valor de referência normal: até 15 ng/ml). Foi programada
nova intervenção cirúrgica. No pré-operatório o
paciente realizou a terapia dialítica habitual e foi
preparado em 7 dias com octreotide 0,1 mg SC
8/8h. Em outubro de 2010, no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, o paciente foi submetido
à cirurgia que evidenciou as duas lesões hepáticas,
sendo realizada a ressecção não anatômica das
lesões hepáticas (segmentos V e VI). A exploração da fossa obturadora e do retroperitôneo não
evidenciaram recidiva tumoral. O pós-operatório
transcorreu sem nenhuma intercorrência, tendo
alta hospitalar no quarto dia. No momento, o paciente encontra-se em bom estado geral, assintomático, em acompanhamento ambulatorial.
CONCLUSÕES: Trata-se de uma doença com
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Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011
diagnóstico pouco freqüente, sobretudo quando
presente em localizações atípicas, portanto a importância de sempre pensar no tumor neuroendócrino como diagnóstico diferencial. O paciente
teve alta hospitalar em bom estado geral e continua em acompanhamento ambulatorial regular.
Palavras-chave: Tumor, neuroendócrino, localização, atípica.
ESTUDO RETROSPECTIVO DAS CIRURGIAS COLORRETAIS DA CLÍNICA CIRÚRGICA A DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE
Rafaela Correia da Silva,
Luciana de Oliveira Fialho,
José Antonio Dias da Cunha e Silva,
Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias,
Isabelle Beatriz Dolovale Silva
INTRODUÇÃO: O câncer colorretal é uma das
neoplasias mais freqüentes na população adulta
mundial. Dentre as neoplasias do trato gastrointestinal é a segunda em prevalência e mortalidade.
É a terceira causa de morte por câncer no Brasil
e é responsável por mais de 570.000 casos novos
por ano no mundo.
OBJETIVO: Analisar dados demográficos e cirúrgicos de cirurgias colorretais realizadas em
uma enfermaria de Cirurgia Geral do Hospital
Universitário Gaffrée e Guinle.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo de pacientes consecutivos que foram submetidos à Cirurgia Colorretal, na 60 enfermaria de
Cirurgia Geral e Aparelho Digestivo, do Hospital
Universitário Gaffrée e Guinle. Foram avaliados
200 prontuários, estando disponíveis para análise 176. Foram analisados dados demográficos,
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queixa principal do doente, necessidade de hemotransfusão na internação, localização da lesão, tipo
de cirurgia, tempo de internação pós-operatório,
tipo histológico, média de linfonodos ressecados e
principais complicações pós- operatórias.
RESULTADOS: Quanto a manifestações clínicas, 114 pacientes apresentaram anemia (56%), 94
pacientes com hematoquezia (53%), 20 pacientes
com muco nas fezes (11%), 108 pacientes com
dor abdominal ou retal (61%), 15 pacientes apresentaram tenesmo (8,5%), 109 pacientes com perda ponderal (61%) e 54 pacientes apresentaram
massa palpável (30%). Os tumores localizavam-se em 26% no cólon sigmóide (n=46), 23,8% no
cólon ascendente (n=42), 18,7% no reto superior
(n=33), 12,5% no reto inferior (n=22), 7,3% no
ceco (n=13), 6,8% no cólon esquerdo (n=12),
3,9% no cólon transverso (n=7), 0,5% no apêndice (n=1), 0,5% no canal anal (n=1). O tipo histológico encontrado de maior prevalência foi o adenocarcinoma, seguido do carcinoma epidermóide,
cloacogênico e carcinóide. Foram realizadas 46
ileocolectomias direitas (26,1%), 36 sigmoidectomias (20,4%), 30 ressecções anteriores de reto
(17%), 22 colectomias esquerdas (12,5%), 13
ressecções abdomino-perineais (7,3%),10 laparotomias exploradoras (5,6%), 9 colectomias totais
(5,1%), 7 transversectomias (3,9%), 3 protocolectomias com ileostomias (1,7%).
CONCLUSÕES: Em um serviço de Cirurgia
Geral e Aparelho Digestivo de um hospital universitário concluímos que nossa amostra está
compatível com os dados de recentes últimos estudos analíticos descritivos. Não houve conflito
de interesse. As limitações de nosso estudo foram
o n (número de prontuários avaliados) e estudo da
história familiar de câncer destes doentes.
Palavras-chave: Estudo, retrospectivo, câncer,
cólon.
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2011 - VOL. Edição Especial