NOV - 2011 - VOL. XXIV (ESPECIAL) EDITORIAL XXXI JORNADA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE XXXI Scientific Annual Meeting of the Hospital Universitário Gaffrée e Guinle Mario Barreto Corrêa Lima ...................................................................................................................................... 09 A PROPÓSITO DA XXXI JORNADA DO HUGG Regarding the XXXI Annual Scientific Meeting of the Hospital Universitário Gaffrée e Guinle Carlos Alberto Basílio de Oliveira .............................................................................................................................. 10 ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C) E ESCORBUTO NA TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE CASO Erika Vianna Glindmeier Didier, Aureo do Carmo Filho, Leandro Cardarelli Leite, Vitor dos Santos Neves .......... 12 ESTUDO COMPARATIVO EM SEPSE ENTRE O HUGG E O HOSPITAL PRÓ-CARDÍACO Leandro Cardarelli Leite, Aureo do Carmo Filho, Fernando Augusto Bozza, Erika Vianna Glindmeier Didier, Thiago Shinji Kajishima Gomes ............................................................................................................................................ 12 ASPECTOS TOMOGRÁFICOS DA OFTALMOMIÍASE Bernardo Gribel Carneiro, Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho, Filipe Ribeiro Queiroz Santos, Carolina Maria de Azevedo, Ana Célia Baptista Koifman ...................................................................................................................... 12 DOENÇA DE STILL DO ADULTO REFRATÁRIA - RELATO DE CASO TRATADO COM TOCILIZUMABE João Luiz Pereira Vaz, Lívia Regina Theilacker, Fabíola Sampaio Brandão, Paulo César Handam, Maria Cecília da Fonseca Salgado ......................................................................................................................................................... 13 ASPECTOS RADIOLÓGICOS DA FRATURA DE PÊNIS- RELATO DE CASO Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho, Bernardo Gribel Carneiro, Filipe Ribeiro Queiroz dos Santos, Carolina Maria de Azevedo, Ana Célia Baptista Koifman ...................................................................................................................... 14 MANIFESTAÇÃO AGUDA DO PSEUDOTUMOR ORBITÁRIO - ESTUDO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Filipe Ribeiro Queiroz dos Santos, Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho, Bernardo Gribel Carneiro, Carolina Maria de Azevedo, Ana Célia Baptista Koifman ...................................................................................................................... 15 COEXISTÊNCIA DE ESPONDILITE ANQUILOSANTE E DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO - RELATO DE CASO Lívia Regina Theilacker, Fabíola Sampaio Brandão, João Luiz Pereira Vaz, Maria Cecília da Fonseca Salgado ......... 15 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 SÍNDROME SJÖGREN SECUNDÁRIA A ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL - RELATO DE CASO Fabíola Sampaio Brandão, Lívia Regina Theilacker, João Luiz Pereira Vaz, Maria Cecília da Fonseca Salgado ......... 16 RITUXIMAB NO TRATAMENTO DO PÊNFIGO VULGAR REFRATÁRIO Stephanie Del Rio Navarret Biot, Maria Angélica Erthal de Barros, Ricardo Barbosa Lima, Henrique Novo Costa Pereira, Carlos José Martins ...................................................................................................................................... 16 ESTUDO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TCAR) DO PULMÃO NA SÍNDROME DE SJÖGREN Maria Cecília da Fonseca Salgado, Bruno Bordallo Correa, Lívia Regina Theilacker, Fabíola Sampaio Brandão, João Luiz Pereira Vaz ...................................................................................................................................................... 17 METÁSTASE CUTÂNEA DE CÂNCER DE MAMA Maria Angélica Erthal de Barros Macedo, Joanna Pimenta de Araújo Franco, Caroline Cruz Barbosa, Ricardo Barbosa Lima, Carlos José Martins ......................................................................................................................................... 18 PADRÃO DE VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO POLO TEMPORAL Francisco José Lourenço Torrão Junior, José Fernando Guedes Corrêa .......................................................................... 18 ANÁLISE URODINÂMICA PARA O DIAGNÓSTICO DE OBSTRUÇÃO INFRA-VESICAL EM MULHERES E SUA CORRELAÇÃO COM A CLÍNICA Fernanda Martins da Costa Crosara, Luana Azevedo de Paula, Marcelo Calmeto Noronha Barleta, Bárbara Vervloet Corseuil, Katiuscha Merath de Almeida Reis ............................................................................................................. 19 A PRODUÇÃO CIENTÍFICA ELETRÔNICA SOBRE SUSPENSÃO DE CIRURGIA E O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Fernanda Martins de Aquino, Vera Lúcia Freitas de Moura ..................................................................................... 20 PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE NEOPLASIA PROSTÁTICA ACOMPANHADOS SETOR DE ONCOLOGIA DO HUGG ENTRE 2005 E 2010 Luana Azevedo de Paula, Fernanda crosara, Marcelo Noronha Barleta, Bárbara Vervloet Corseui ............................ 20 PREVALENCIA DA VACINAÇÃO CONTRA H1N1 E HEPATITE B NOS ALUNOS DE MEDICINA DA UNIRIO Marcelo de Souza Teixeira, Eduardo Souza Pernambuco, Ricardo Rodrigeus Perbelini, Marcelo Calmeto Noronha Barleta, Thiago Shingi Kajishima Gomes ................................................................................................................... 21 AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS E ALUNOS DE MEDICINA SOBRE AS DEFINIÇÕES DE SEPSE E DE SEU MANEJO PRECOCE Thiago Shinji Kajishima Gomes, Celio Cortinhas Filho, Camila Galvão de Oliveira Wafae, Leandro Cardarelli Leite, Marcelo de Souza Teixeira ......................................................................................................................................... 21 DIABETES MELLITUS EM PACIENTE JOVEM HIV-POSITIVA: RELATO DE CASO Vanessa da Silva Schrago Mendes .............................................................................................................................. 22 PREVALÊNCIA DA CATATONIA EM ENFERMARIA DE CLÍNICA MÉDICA DE HOSPITAL GERAL: ANÁLISE AMOSTRAL COM 90 TESTADOS Natacha Lorena Lima Mafort, Wagner Martignoni de Figueiredo, Zolder Marinho Silva, José Ramon Rodriguez Arras López, Rogério Paysano Marracos .............................................................................................................................. 22 2 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 EFEITO DA IMUNOSSUPRESSÃO SECUNDÁRIA A INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) NO DESENVOLVIMENTO DA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) NAS MULHERES IDOSAS Carolina Monteiro Barbosa, Marcela Magalhães Vieira, Luiz Paulo José Marques .................................................... 23 ESTUDO TOMOGRÁFICO DA ÓRBITA AGUDA POR DOENÇA EXTRAORBITÁRIA Luiz Eugênio Prota Filho, Filipe Ribeiro Queiroz Santos, Carolina MAria de Azevedo, Ana Celia Baptista Koifman .................................................................................................................................................................... 23 A RELAÇÃO DO MÉDICO COM O PACIENTE NA EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Thaís Nascimento Magalhães, Caroline Mählmann Muniz Dantas ........................................................................... 24 A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL E A ENFERMAGEM Vera Lúcia Freitas de Moura, Raquel Araújo, Bruna Pantoja, Camilla Dias ............................................................ 25 A COMUNICAÇÃO E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE O BANHO NO LEITO AO CLIENTE ORTOPÉDICO COM TRAÇÃO E FIXADORES EXTERNOS Vera Lúcia freitas de Moura, William Rosa, Rafael André da Silva, Matheus Corey, Edson Ramos da Silva ............. 26 CAPTAÇÃO DE CADÁVERES NÃO RECLAMADOS PARA O ESTUDO DE ANATOMIA HUMANA NA UNIRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Helio Huguenin Tavares Junior, José Fernando Guedes Corrêa ................................................................................... 26 CUIDANDO DOS CUIDADORES: AÇÃO EM COMUNIDADE ATINGIDA PELAS CHUVAS DE JANEIRO DE 2011 EM NOVA FRIBURGO Caroline Mählmann Muniz Dantas, Tereza de Souza Agra Belmonte ....................................................................... 27 RELATO DE EXPERIÊNCIA: ACADÊMICAS DE MEDICINA VOLUNTÁRIAS NO ATENDIMENTO PÓS-TRAGÉDIA A COMUNIDADES ATINGIDAS PELA CHUVA EM NOVA FRIBURGO Anna Karla de Souza Amaral, Caroline Mählmann Muniz Dantas ......................................................................... 28 MÉTODOS DE TRANSECÇÃO DO PARÊNQUIMA HEPÁTICO EM HEPATECTOMIA CONVENCIONAL Katiuscha Almeida Merath Reis, Fernanda Martins da Costa Crosara, Alexandre Rebelo Marques .......................... 28 PADRÃO DE INERVAÇÃO DO MÚSCULO BRAQUIAL PELO NERVO MUSCULOCUTÂNEO José Fernando Guedes Corrêa, Yangpol Hon, Rogério Matins Pires Amorim, Lucas Loiola, Raquel Megali Oliveira ... 29 MEDIDAS DE PREVENÇÃO PARA QUEDAS DE CLIENTES IDOSOS HOSPITALIZADOS Camila Torquato de Paula, Karine Matteini Ferraz, Vera Lúcia Freitas de Moura .................................................... 29 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA AO CLIENTE ORTOPÉDICO COM ESCLEROSE MÚLTIPLA Anna Izabel Siqueira de Gusmão, Bruna Pereira Barros, Renata Pedreira da Cruz ................................................... 30 3 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR E TRANSTORNO BIPOLAR EM ENFERMARIA DE CLÍNICA MÉDICA DE HOSPITAL GERAL: ANÁLISE COMPOSTA POR 48 INTERNADOS Natacha Lorena Lima Mafort, Wagner Martignoni Figueiredo, Rogério Paysano Marrocos, José Ramon Rodriguez Arras López, Zolder Marinho Silva ..................................................................................................................................... 31 BASES ANATOMOCIRÚRGICAS PARA UTILIZAÇÃO DO NERVO FRÊNICO NA RECONSTITUIÇÃO DE LESÕES TRAUMÁTICAS DO PLEXO BRAQUIAL Maristella Reis da Costa Pereira ................................................................................................................................ 31 CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA DA UNIRIO Pedro Henrique de Abreu Macedo, Melissa Gebrim Ribeiro, Priscilla Duarte Pimentel, Aline Masiero Fernandes, Simony de Souza Pereira Maiolini ......................................................................................................................................... 32 AS METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS E SEU IMPACTO NA APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE DE MEDICINA DA UNIRIO Aline Masiero Fernandes, Regina Maria Lugarinho da Fonseca ................................................................................. 33 ENFERMAGEM NO PERIOPERATÓRIO Silvia Helena Silva, Alessandra de Carvalho Viana, Marco Antônio Serra Rodrigues ............................................... 34 FAZENDO ARTE NA PEDIATRIA DO HUGG Mônica Menezes Perny, Cleudes Werneck .................................................................................................................. 35 CISTO DE COLÉDOCO EM ADULTO: RELATO DE CASO Rafaela Correia da Silva, José Antonio D. C. Silva, José Carlos P. V. Alvarez, Antonio Carlos R. Garrido Iglesias ... 35 ESTUDO DE 167 CASOS DE COLEDOCOLITÍASE Guilherme Saraiva Haddad, Fernando Athayde Veloso Madureira, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Mohamed Chouky Kamar, Renato Manganelli Salomão ............................................................................................................. 36 DIVERTÍCULOS DO ESÔFAGO CERVICAL Vinícius Luderer Dias, Célio Cortinhas Filho, Célia Regina de Oliveira Garritano, Flávio Malcher de Oliveira, Mohamed Chouky Kamar .................................................................................................................................................. 37 RESULTADO COMPARATIVO DAS RESSECÇÕES CÓLICAS DIREITA E ESQUERDA NA INFLUÊNCIA DO PROGNÓSTICO INTRA-OPERATÓRIO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Rafaela Correia da Silva, Luciana de Oliveira Fialho, Isabelle Beatriz Dolovale Silva, Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias, Vinícius Luderer Dias .................................................................................................................................. 37 FATORES DE CONVERSÃO EM 616 COLECISTECTOMIAS VIDEOLAPAROSCÓPICAS Guilherme Saraiva Haddad, Renato Manganelli Salomão, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Rafaela Correia da Silva, Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias ............................................................................................................... 38 PÓLIPOS DA VESÍCULA BILIAR Eduardo Andrade Dias Coutinho de Souza, Ricardo Lemos Cotta Pereira, Rodrigo Cesar Pinto, Ricardo Antonio Correia Lima, Rafaela Correia da Silva .......................................................................................................................... 38 4 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 CARCINOMA NEUROENDÓCRINO AMPULAR: RELATO DE CASO Eduardo Andrade Dias Coutinho de Souza, José Calos Peri Vidal Alvarez, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias, Rodrigo César Pinto ............................................................................................ 39 ABSCESSO PANCREÁTICO DE APRESENTAÇÃO ATÍPICA: RELATO DE CASO Guilherme Saraiva Haddad, Vinícius Luderer Dias, Eduardo Andrade Coutinho de Souza, José Carlos Perri Vidal Alvarez, Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias .......................................................................................................... 40 TUMOR NEUROENDÓCRINO DE LOCALIZAÇÃO ATÍPICA José Antonio Dias da Cunha e Silva, Marcus Vinícius Motta Valadão da Silva, Eberhart Portocarrero Gross, Ricardo Antonio Correia Lima, Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias ............................................................................... 41 ESTUDO RETROSPECTIVO DAS CIRURGIAS COLORRETAIS DA CLÍNICA CIRÚRGICA A DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE Rafaela Correia da Silva, Luciana de Oliveira Fialho, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias, sabelle Beatriz Dolovale Silva .......................................................................................................... 42 5 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 ISS: 0103-4839 ISSN (EDIÇÃO ELETRÔNICA) - 1677-7840 NOV - 2011 - VOL. XXIV (ESPECIAL) EDITOR Mário Barreto Corrêa Lima EDITORES ADJUNTOS Aureo do Carmo Filho Lucas Pereira Jorge de Medeiros Max Kopti Fakoury CONSELHO EDITORIAL Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias (Cirurgia Geral) Azor José de Lima (Pediatria) Carlos Eduardo Brandão Mello (Gastroenterologia) Carlos Alberto Basílio de Oliveira (Anatomia Patológica) Marília de Abreu Silva (Infectologia) Paulo Couto (Ortopedia) Pietro Novellino (Cirurgia Geral) Nelson Salém (Fisiatria) Mair Simão Nigri (Cardiologia) Maria Lúcia Elias Pires (Endocrinologia) Terezinha de Jesus Agra Belmonte (Endocrinologia Infantil) Carlos Modesto Solano (Cirurgia Gastroenterológica) Maria Cecília da Fonseca Salgado (Reumatologia) ASSISTÊNCIA ADMINISTRATIVA Pedro Antonio André da Costa PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Luiz Eduardo da Cruz Veiga 6 Apoio: Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 INSTRUÇÕES AOS AUTORES Os Cadernos Brasileiros de Medicina (ISS 01034839/ISSN 1677-7840), uma publicação oficial da Sociedade de Incentivo à Pesquisa e ao Ensino (SIPE), é, originalmente, produto do interesse científico na comunidade acadêmica do grupo docente e discente do Serviço do Professor Mário Barreto Corrêa Lima e dos demais serviços da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). A abertura da revista para os grupos de pesquisa de outros centros de reconhecimento é uma realidade a qual esta publicação vem atendendo nos últimos anos e que só vem a contribuir para o desenvolvimento da divulgação do saber médico. A finalidade da revista é a publicação de trabalhos originais das diversas áreas da ciência e arte médicas. O conselho editorial, com plenos poderes de avaliação e julgamento, reconhecendo originalidade, relevância, metodologia e pertinência, arbitrará a decisão de aceitação dos artigos. O conteúdo do material publicado deve ser inédito no que se refere à publicação anterior em outro periódico, sendo, ainda de responsabilidade exclusiva dos autores os dados, afirmações e opiniões emitidas. As publicações dos Cadernos Brasileiros de Medicina versarão estruturadas a partir dos seguintes modelos: Editorial: comentário em crítica produzido por editores da revista ou por escritor de reconhecida experiência no assunto em questão. Artigos originais: artigos que apresentam ineditismo de resultado de pesquisa e sejam completos no que consta à reprodutibilidade por outros pesquisadores que se interessem pelo método descrito no artigo. Deverá observar, salvo desnecessário à regra, a estrutura formalizada de: introdução, método, resultados, discussão e conclusões. Artigos de revisão: revisão da literatura científica disponível sobre determinado tema, respeitando, se pertinente, a estrutura formal anteriormente citada. Artigos de atualização: contemplam atualização menos abrangente que o anterior - de evidências científicas definitivas para o bom exercício da ciência médica. Breves comunicações: artigos sobre assuntos de importância premente para saúde pública ou que não se enquadre no rigor de artigos originais. Relatos de casos: estudo descritivo de casos pe- culiares, em série ou isolados, que mereçam, pela representatividade científica e/ou riqueza de comentário, o interesse da comunidade profissional. Cartas: Opiniões e comentários sobre publicação da revista ou sobre temas de notório interesse da comunidade científica. Resenhas: crítica em revisão de conteúdos publicados em livros, a fim de nortear o leitor da revista às características de tais publicações. Formatação do escrito: - envio de arquivo word, digitado em espaço duplo, com margens de 2,5 cm e com formato e tamanho de letra Arial, tipo 12. - todas as páginas devem ser numeradas - a primeira página deve conter: o título do trabalho - estreito e explicativo / nome completo dos autores com afiliação institucional / nome do departamento e instituição a qual o trabalho deve ser vinculado / nome, endereço, fax, endereço eletrônico (e-mail) do autor responsável e a quem deve ser encaminhada correspondência caso necessário. - a segunda página deve constar de: resumo em português - onde se sugere a estrutura formalizada em apresentação de artigos originais -, e as palavras-chave - três descritores que indiquem a natureza do tema em questão (sugestão em Descritores em Ciências da Saúde - DECS: http:// decs.bvs.br) - a terceira página constará de título e resumo em inglês (abstract) nos moldes do anterior associado às palavras-chave traduzidas em inglês (key words). - a quarta página iniciará o corpo do texto: * A formatação do texto deve respeitar o modelo ao qual se propõe (artigo original, carta, editorial, etc...). * Abreviação de termos deverá ser precedida por escrito anterior em que se inclua o texto completo sucedido pela abreviação referente entre parênteses. * Os nomes dos medicamentos devem respeitar a nomenclatura farmacológica. * Tabelas devem ser enviadas em folha separada, numeradas com algarismos arábicos, na seqüência em que aparecem no texto, com legenda pertinente e auto-explicativa que deve se dispor na parte superior da tabela. Rodapés com informações relevantes sucintas são permitidos. * Figuras e gráficos devem ser enviados em folha separada, na seqüência em que aparecem no texto, 7 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 numerados com algarismos arábicos, com legenda pertinente e auto-explicativa que deve se dispor na parte superior da tabela. Rodapés com informações relevantes sucintas são permitidos. * Tabelas, figuras e gráficos devem ser enviados em formato que permita a reprodução, e se necessário, devem ser mandadas individualmente. Observamos que deve ser sugerido com clareza pelos autores o local exato em que a inserção do anexado está indicada no texto. * Referências bibliográficas devem ser numeradas consecutivamente em algarismos arábicos. Estas referências vão dizer sobre citações de autores sobrescritas e numeradas sequencialmente (ex: “são as hepatites”1) - que serão colocadas durante o corpo do texto, não cabendo, durante o texto, qualquer informação além sobre a referência. A apresentação das referências deve ser baseada no formato do grupo de vancouver (http://www. icmje.or) e os títulos dos periódicos deverão ser formatados de acordo com a National Library of Medicine da List of Journal Indexed Medicus. (http://nlmpubs.nlm.nih.gov/online/journals/ ljiweb.pdf) ou escritos por inteiro sem abreviação. Exemplos do estilo de referências bibliográficas: Artigos: 1. Vianna RR. A prevalência da demência de Alzheimer numa população de um bairro de idosos. Arq Bras Psiquiatr. 1997;18(3):111-5. 2. Teixeira A, Jonas J, Lira M, Oliveira G. A encefalopatia hepática e o vírus da hepatite c. Arch 8 Eng Hepat. 2003;25(6):45-7. 3. Cardoso V, Jorge T, Motta F, Pereira C. Endocardite infecciosa e cirurgia de troca valvar. Jour Int Cardiol. 2001;77980:34. Livros: 1. Rodrigues RH, Pereira J, Ferreira RL. A semiologia médica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Medica-rio editores; 2000. Capítulo livro: 2. Lant FC, Cerejo PM, Castelo RB, Lage LL. Quedas em idosos. In: Barboza BZ, Azevedo VM, Salomão RC, editores. O idoso frágil. 1ª ed. São Paulo: Chateau e machara editora; 1992. p. 234-40. - Agradecimentos são permitidos ao final do artigo. Os trabalhos devem ser enviados por correio eletrônico ou por correio tradicional (via impressa com cópia em disquete ou CD-ROM). Prof. Mário Barreto Corrêa Lima - Editor Chefe Rua Figueiredo Magalhães, 286/309 - Copacabana. Rio de Janeiro - RJ CEP: 22031-010 e-mail: [email protected] endereço eletrônico: http://www.unirio.br/ccbs/revista CBM. Cadernos Brasileiros de Medicina (on line) ISSN: 1677-7840 ISS: 0103-4839 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 EDITORIAL XXXI JORNADA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE XXXI Scientific Annual Meeting of the Hospital Universitário Gaffrée e Guinle Mario Barreto Corrêa Lima Hoje os Cadernos dão a lume este número em tudo especial. Malgrado não caracterizar-se o seu material por artigos como normalmente eles e as demais revistas científicas o fazem, na realidade muitas publicam, em circunstâncias idênticas, números especiais ou suplementos. O presente número é um exemplo típico destes. Permanece o nosso propósito, já expresso na edição inicial de 1988 e rigorosamente mantido nestes 23 anos, de maneira ininterrupta, de procurar atrair os jovens, sobretudo, alunos e médicos para o saudável hábito de relatarem suas pesquisas e trabalhos. Habituar-se a escrever além de muito útil é algo que se deve começar cedo, pois que em geral persiste pelo resto da vida. A Jornada presente, de número XXXI, já se constitui numa rotina institucionalizada no Hospital Universitário Gaffrée Guinle, da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, que de resto completou 99 anos de existência, devendo cumprir seu Centenário, em 2012 próximo. Trata-se, portanto de uma excelente abertura para o que está por vir. Seu leitmotif diz respeito as emergências médicas, daí a maioria dos trabalhos relatados tratarem desse aspecto particular e tão importante da atividade médica. Os Cadernos Brasileiros de Medicina sentem-se recompensados de poderem propiciar esta oportunidade ímpar a bom número de jovens que verão seus trabalhos em letra de forma em tão nobre veículo. ________________________________________________________________________________ Professor Titular Emérito da Disciplina de Clínica Médica da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Membro Titular da Academia Nacional de Medicina. 1 9 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 A PROPÓSITO DA XXXI JORNADA DO HUGG Regarding the XXXI Annual Scientific Meeting of the Hospital Universitário Gaffrée e Guinle Carlos Alberto Basilio de Oliveira1 Do mesmo modo, que ao longo das trinta últimas jornadas médicas de nosso hospital, esta jornada de 2011, confirmou a regra, gerações de professores e alunos tiveram a oportunidade de trocar importantes informações científicas sobre as extraordinárias conquistas da medicina contemporânea. Lamenta-se que pequenas questões políticas, ainda, não permitiram que muitas destas conquistas médicas, não sejam levadas a grande parte da população do planeta, por conta da falta de implementação de atitudes básicas de saneamento e prevenção, capazes de salvar milhões de crianças e idosos em todo o mundo. Nas três décadas passadas, nossos olhos assistiram avanços tão inimagináveis, que nem Julio Verne, com sua fértil imaginação, seria capaz de criar em seus contos, tão mirabolantes avanços científicos. Para quem teve a oportunidade de acompanhar todas as nossas jornadas, mais de perto, como aconteceu com as gerações de mestres que aportaram no novo Gaffrée e Guinle, pelos anos sessenta e setenta, fica muito patente, que o encantamento do passado pode se transformar nas conquistas do presente. Esta longa metragem de pouco mais de trinta anos ficou certamente gravada na retina dos que puderam somar a experiência de nossos antigos professores, a audácia científica de nossos dias, que nos leva a medicina do século XXI. O Gaffrée, como chamamos, por suas próprias condições estratégicas, no cenário médico-universitário na cidade do Rio de Janeiro, deveria definir suas opções operacionais, o que iria permitir investimentos dirigidos e garantido retorno financeiro. O entusiasmo dos alunos transborda todas as expectativas, fato sempre marcado quando começamos e terminamos cada jornada. Não é difícil atingir o progresso alcançado por outras instituições nacionais de reputação internacional. As jornadas sempre nos mostraram que não estamos longe, faltam detalhes, porém importantes. Se quisermos avançar cientificamente 10 como hospital universitário, temos que fazer chegar a pesquisa à beira do leito ou a bancada de projetos médico-cientista. Para isso, necessitamos apenas das verbas e dos financiamentos que se desperdiçam ou que rolam pelos ralos da corrupção. Já cheguei a falar sobre isso: o governo brasileiro interessa-se apenas pelo Produto Nacional Bruto, deixando de reconhecer a importância do Produto Nacional Fino, que são nossos pesquisadores, principalmente mestres e doutores, que impulsionam nosso país para um lugar de destaque no cenário mundial, propiciando os avanços tecnológicos e de inovações com recentes conquistas através de suas pesquisas nas mais diferentes áreas do conhecimento humano. Durante todos esses anos, desde 1979, quando foi criada a I Jornada Médica do HUGG, por seu diretor na época, Professor Hans Dohman que também, deve-se acrescentar, levou nosso Hospital de Clínicas Gaffrée e Guinle, a assinar com o antigo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), atualmente Instituto Nacional de Seguridade Social o atendimento condigno assistencial de todos os cidadãos brasileiros, conforme a novel orientação constitucional. Com temas que se ocuparam das “Emergências Médicas” e a participação de convidados ilustres e da própria instituição, circularam conferencistas e debatedores de quase todas as especialidades médicas, clínicas e cirúrgicas, pediátricas e gerontológicas, homeopáticas e alopáticas, de tudo um pouco. A particular chancela da Escola de Medicina e Cirurgia nos seus brilhantes 99 anos de existência, permitiu constituir uma semana de integração da EMC e o HUGG, capaz de evocar, mais uma vez, os prolegômenos comemorativos do centenário da quarta mais antiga escola médica do Brasil, através da consciência de sua importância para o ensino médico de nosso país, com a formação de mais de dez mil profissionais médicos, que fazendo parte do contexto da nossa universidade (UNIRIO) garante ainda, a criação de centenas de oportunidades para o ensino superior com a graduação de médicos, enfermeiros, nutricionistas, advogados, bibliotecários, historiadores, atores, museólogos e recente participação da escola de turismo, muito dos quais com curso de pós-graduação, mestrado e doutorado, de especialização e cursos à distância, com ofertas em crescente ascensão abrangendo todo território na- Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 cional. É importante também destacar na Jornada Científica os mini-cursos, com assistência maciça de alunos, além de cursos realizados, inclusive na pré-jornada, de cirurgias minimamente invasivas, com transmissão direta do centro cirúrgico para o Anfiteatro Nobre do HUGG, com a participação de cirurgiões convidados, bem como do curso de cirurgia da dor. Esses dois temas, pode-se adiantar, já estão no programa científico oficial de comemoração do centenário da Escola de Medicina e Cirurgia, marcado para início de abril de 2012. Aproveito a oportunidade para destacar o compromisso que a comunidade docente deve passar a ter com duas atividades que muito podem alavancar nossos horizontes: prestigiar os Cadernos Brasileiros de Medicina com envio de publicações, o que vai permitir maior projeção da revista no seu contexto de indexação. Uma segunda proposta, essa eu faço mais uma vez ao Magnífico Reitor, seria da criação de uma Editora para a nossa universidade. Apenas a UNIRIO, não tem essa oportunidade, diante de todos os outros centros da academia universitária, o que iria estimular e engrandecer a produção científica de seus alunos e professores. A cada jornada do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, quando do início de novembro, no final da primavera, data da criação da Fundação Gaffrée e Guinle, destacam-se os ideais de duas figuras da nossa sociedade: Candido Gaffrée e Eduardo Guinle, através de legítima atitude filantrópica. Não podemos deixar de ressaltar a competência administrativa de Guilherme Guinle que tocou toda a obra na construção do Hospital Gaffrée e permitiu sua atividade continua por décadas. Para isso contou com uma plêiade de médicos de ponta da medicina brasileira, como Carlos Chagas, Eduardo Rabello, Miguel Couto, Clementino Fraga, Fernando Magalhães, Ozório de Almeida e outros, que constituíram o conselho deliberativo da fundação. Este compromisso tem sempre que corresponder a maior renovação com o melhor de nosso trabalho, honrando nossos mestres e projetando nossos alunos para continuidade da vida médica assistencial. ________________________________________________________________________________ Professor Titular da Disciplina de Anatomia Patológica da Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). 1 11 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 ÁCIDO ASCÓRBICO (VITAMINA C) E ESCORBUTO NA TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE CASO Erika Vianna Glindmeier Didier, Aureo do Carmo Filho, Leandro Cardarelli Leite, Vitor dos Santos Neves INTRODUÇÃO: A deficiência de ácido ascórbico (vitamina C), principalmente no paciente crítico em que seu consumo está aumentado, pode levar ao desenvolvimento de escorbuto, uma doença historicamente conhecida, mas pouco lembrada atualmente. OBJETIVO: Descrever o caso de um paciente de 82 anos internado por sepse com diversas equimoses que evoluíram para úlceras sangrantes, gengivorragia e hemorragia brônquica, levando a necessidade de múltiplas transfusões, que melhoraram após o uso de ácido ascórbico. CONCLUSÃO: Com isso podemos perceber que a dosagem habitual de ácido ascórbico presente em dietas enterais é insuficiente para reposição de paciente crítico com deficiência prévia, além de relembrar a importância de pensar no diagnóstico de hipovitaminoses no paciente idoso. Palavras-chave: Ácido ascórbico, escorbuto, terapia intensiva. ESTUDO COMPARATIVO EM SEPSE ENTRE O HUGG E O HOSPITAL PRÓ-CARDÍACO Leandro Cardarelli Leite, Aureo do Carmo Filho, Fernando Augusto Bozza, Erika Vianna Glindmeier Didier, Thiago Shinji Kajishima Gomes INTRODUÇÃO: Estima-se que, por ano, o custo da sepse seja de US$16,7 bilhões com mais de 200.000 mortes. OBJETIVOS: Comparar a mortalidade dos pacientes clínicos com diagnóstico de sepse a admissão em dois Centros de Terapia Intensiva (CTIs) de hospitais terciários, um público universitário e outro privado, da cidade do Rio de Janeiro. Concomitantemente, relacionar com dados epidemiológicos das duas populações em estudo. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional, 12 em que foram pesquisados critérios diagnósticos de sepse escritos no prontuário médico dos pacientes clínicos admitidos nos CTIs do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) e do Hospital Pró-Cardíaco (HPC). Aqueles adscritos no trabalho eram acompanhados até seu desfecho - alta ou óbito - dentro da unidade intensiva. Com os dados descritos, completava-se questionário original e, posteriormente, transcrevia-o aos programas Excel for Windows versão 2007 e GraphPad InStat 2009. RESULTADOS: Entre 04/11/2010 e 29/04/2011, foram analisados 132 prontuários, dos quais 37 cumpriram os critérios de inclusão - 19 no HUGG e 18 no HPC. A taxa de mortalidade foi de 66,67% para o HUGG e de 31,25% no HPC. Os escores de gravidade - APACHE II, SOFA 0h e SOFA 72 - do HUGG foram 21,1; 4,89 e 4,47; respectivamente. Já no HPC, os valoras foram 17,22; 5,16 e 3,18. A média de idade foi de 60 anos no HUGG e de 79,88 no HPC. Ainda, neste, 100% das infecções foram de origem comunitária enquanto no HUGG 78,94% dos pacientes tiveram infecção nosocomial. CONCLUSÕES: No HUGG, a mortalidade foi maior; os pacientes desta instituição foram admitidos no CTI em situações de maior gravidade e com infecções nosocomiais em sua imensa maioria. No HPC, o número de óbitos foi significativamente inferior ao do HUGG e a média de idade dos pacientes foi maior. Palavras-chave: Sepse, CTI, mortalidade. ASPECTOS TOMOGRÁFICOS DA OFTALMOMIÍASE Bernardo Gribel Carneiro, Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho, Filipe Ribeiro Queiroz Santos, Carolina Maria de Azevedo, Ana Célia Baptista Koifman INTRODUÇÃO: Miíase é a infestação dos tecidos de vertebrados vivos por larvas de moscas da ordem díptera. Esses parasitas obrigatórios se alimentam do tecido ou líquidos corporais desse hospedeiro para evoluírem em seu ciclo natural. Existem mais de 85.000 espécies de dípteros, porém poucas são as capazes de causar oftalmomiíase. Nessa rara afecção, ocorre invasão das pálpebras, conjuntiva, córnea, segmento anterior, Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 segmento posterior ou órbita pela larva, quadro que estatisticamente corresponde à apenas 5% de todos os casos em humanos. O diagnóstico, na grande maioria das vezes, é eminentemente clínico ou fibroscópico, com visualização direta das larvas. Porém, exames complementares como a tomografia computadorizada (TC) têm se mostrado de extrema importância na avaliação do envolvimento e da invasão de tecidos. OBJETIVOS: Descrever os aspectos tomográficos da oftalmomiíase. MÉTODOS: São apresentados os aspectos tomográficos de quatro pacientes diagnosticados com oftalmomiíase, que deram entrada no Hospital Municipal Souza Aguiar, no período de Janeiro de 1999 a Novembro de 2009. Os achados foram analisados por dois médicos radiologistas, com experiência mínima de quinze anos em radiologia de cabeça e pescoço. RESULTADOS: Dos quatro pacientes, três pertenciam ao sexo masculino (75%). A idade variou entre 39 e 76 anos, com idade média de 59 anos. Um paciente referiu enucleação há trinta anos, por motivo não relatado, do lado atualmente acometido pela miíase. Três pacientes (75%) apresentavam miíase cutânea periorbitária, enquanto o outro mostrava infestação da hemiface por miíase. Ambos os lados tiveram a mesma frequência de acometimento. Grande aumento das partes moles periorbitárias (pré-septais) foi observado em dois pacientes, com maior volume de lesão do lado nasal em ambos. Dos três globos oculares, dois (66%) foram comprometidos, um mostrando invasão focal da câmara anterior e o outro destruição total. Houve deslocamento lateral do globo ocular não invadido e deslocamento súpero-lateral associado à enoftalmia do globo com invasão focal. Foi observado acometimento orbitário nos quatro pacientes. Em duas órbitas (50%), evidenciou-se lesão intra e extraconal. Compromentimento extraconal esteve presente nos outros dois pacientes, um através do canto interno orbitário e outro no quadrante inferior. CONCLUSÕES: Na literatura radiológica, há escassas descrições dos aspectos tomográficos da oftalmomiíase. Nesse estudo, a frequência e padrão de acometimento óculo-orbitário foram variados. Pequeno volume de lesão cutânea com destruição total do globo ocular foi observado no paciente mais idoso da série, especulando-se que o adelgaçamento da esclera e do septo orbitário pela senilidade possa favorecer a invasão tecidual. Houve predomínio de lesão orbitária extraconal. Em nenhum dos casos estudados, observou-se acometimento de ápice orbitário, seio cavernoso ou arcabouço ósseo. Palavras-chave: Miíase, globo ocular, órbita, tomografia computadorizada. DOENÇA DE STILL DO ADULTO REFRATÁRIA - RELATO DE CASO TRATADO COM TOCILIZUMABE João Luiz Pereira Vaz, Lívia Regina Theilacker, Fabíola Sampaio Brandão, Paulo César Handam, Maria Cecília da Fonseca Salgado INTRODUÇÃO: A Doença de Still do Adulto (DSA) é uma desordem rara inflamatória de etiologia desconhecida, mais freqüente em adultos jovens. Caracteriza-se por febre, rash evanescente, artralgia ou artrite, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, leucocitose, elevação de enzimas hepáticas, VHS e ferritina. Os corticosteróides geralmente são eficazes. Não havendo resposta pode-se empregar drogas modificadoras de doença (DMARDs) e agentes biológicos. Existem relatos na literatura demonstrando sucesso terapêutico com Tocilizumabe, anticorpo monoclonal inibidor da IL-6. OBJETIVO: Relatar um caso de DSA refratária, com resposta satisfatória à terapia com Tocilizumabe. RELATO DO CASO: MFS, 34 anos, parda, técnica em enfermagem, natural e residente no Rio de Janeiro. Há um ano e meio apresentou eritema nodoso, rash cutâneo, febre vespertina, mal estar, tonteira e amigdalite. Internada para antibioticoterapia sem melhora clínica. Progrediu com poliartrite assimétrica migratória. Foi encaminhada ao serviço de Reumatologia do HUGG-UNIRIO para investigação diagnóstica. Exame físico: Eritema nodoso em MIE, rash cutâneo poupando a face, presença de carpite à direita com limitação de movimentos.Exames complementares: anemia normocrômica e normocítica, leuco: 12000, reticulócitos: 4,1%, VHS: 59mm, VDRL e FTA-ABS: não reator; PCR: 17,7; Coombs Direto: positivo/ Indireto: negativo, Ferro: 23 (VR: 37-150), GGT: 118, TGO e TGP normais, hipergamaglobulinemia policlonal, α 1 glicoproteina ácida: 245, C3: 13 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 208, C4 e CH50: normais, transferrina:195, ferritina: 970, sorologia para HIV negativa; FR, FAN, ANCA, ANTI Ro/La/SM/RNP/ SCL70: não reativos. USG: punho direito (face ventral): tenossinovite do primeiro, segundo e terceiro túneis. TC de Tórax e Ecocardiograma sem alterações. Biópsia de pele do membro inferior esquerdo: paniculite septal com intenso espessamento dos septos conjuntivos onde há fibrose e infiltração inflamatória de linfócitos, histiócitos e neutrófilos, sugestiva de eritema nodoso. Foi feito corticóide na dose de 60 mg/dia, sem resposta, mantendo febre diária e artrite exuberante. Introduzimos Tocilizumabe com resposta clínica e laboratorial satisfatórias com redução importante das provas inflamatórias. CONCLUSÃO: Trata-se de um relato de DSA refratária à corticoterapia, onde o uso de Tocilizumabe teve impacto considerável na melhora clínica e laboratorial, com remissão dos sinais e sintomas, revelando-se, como a literatura vem mostrando, uma nova e eficaz opção de tratamento para a doença. Palavras-chave: Doença de Still do Adulto, tocilizumabe, artrite. ASPECTOS RADIOLÓGICOS DA FRATURA DE PÊNIS- RELATO DE CASO Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho, Bernardo Gribel Carneiro, Filipe Ribeiro Queiroz dos Santos, Carolina Maria de Azevedo, Ana Célia Baptista Koifman INTRODUÇÃO: Fratura de pênis (FP) constitui uma emergência urológica rara, com uma incidência de cerca de um para cada 175.000 atendimentos emergenciais. É definida pela ruptura do corpo cavernoso e da sua bainha fibroelástica envolvente, a túnica albulgínea, cujo tratamento é cirúrgico. O mecanismo da lesão é o aumento súbito da pressão dentro do corpo cavernoso por ação de força externa, responsável pela laceração da túnica. O diagnóstico é essencialmente clínico. Os pacientes relatam tipicamente estalido durante o ato sexual, seguido de intensa dor e detumescência peniana, além do surgimento edema, hematoma e deformação. Em casos atípicos, duvidosos, de baixa suspeição clínica ou na presença de dor e edema intensos, que impossibilitem o 14 exame físico adequado, a ultrassonografia (US) e a ressonância magnética (RM) são métodos complementares que podem ser usados para confirmação diagnóstica. OBJETIVO: Descrever os aspectos radiológicos da fratura de pênis à ultrassonografia e à ressonância magnética, a propósito de um caso com baixa suspeição clínica. MÉTODOS: Paciente com 40 anos de idade, negro, deu entrada na emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar, com quadro de traumatismo contuso do pênis durante o ato sexual há 24 horas. Relatou estalido e detumescência peniana imediata, dor e edema, sem ereções subsequentes. Ao exame físico, observava-se discreto edema na haste peniana, com equimose, que se estendia do corpo do pênis até a bolsa escrotal, sem sinais de falha da túnica albugínea à palpação. Devido à historia clinica sugestiva de fratura peniana, foi solicitada US e posteriormente RM. RESULTADOS: A US do pênis mostrou coleção heterogênea, com áreas hiperecoicas, na face ventral do pênis, medindo cerca de quatro centímetros, sugerindo hematoma. Também foi evidenciada perda de definição da túnica albugínea do corpo cavernoso em correspondência à coleção. A RM no plano axial, sequência ponderada em T2, mostra lesão ovalar com hipersinal na região ventral direita do pênis, deslocando o corpo esponjoso contralateralmente.No plano sagital, observa-se rotura da túnica albugínea cavernosa com hematoma adjacente. A exploração cirúrgica confirmou lesão de três cm na túnica albugínea. CONCLUSÕES: A US constitui método de avaliação rápido, disponível na maioria dos centros de emergência e de baixo custo. Pode demonstrar a rotura da túnica albulgínea e, associando-se a dopplerssonografia, lesões vasculares concomitantes. Entretanto, possui a desvantagem de ser operador-dependente ,exigindo-se relativa experiência para um diagnóstico preciso. A RM é o método de imagem padrão ouro para avaliação dos pacientes com FP, com excelente contraste tecidual e capacidade multiplanar, permitindo a avaliação acurada da localização e gravidade da rotura, dados essenciais para o urologista na determinação do sítio exato da lesão e extensão da incisão. No entanto, a acessibilidade ao método e referido custo são fatores que desfavorecem sua aplicação na prática clínica. Palavras-chave: Fratura, pênis, radiologia. Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 MANIFESTAÇÃO AGUDA DO PSEUDOTUMOR ORBITÁRIO - ESTUDO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Filipe Ribeiro Queiroz dos Santos, Luiz Eugênio Bustamante Prota Filho, Bernardo Gribel Carneiro, Carolina Maria de Azevedo, Ana Célia Baptista Koifman INTRODUÇÃO: O pseudotumor orbitário, ou síndrome inflamatória idiopática da órbita, é um processo intraorbitário benigno, porém manifestações extraorbitárias podem ocorrer. É a 3° patologia mais comum da órbita, correspondendo a 5-10% das lesões. Clinicamente, os pacientes podem apresentar dor, edema periorbitário, diplopia, proptose, quemose conjuntival e restrição de motilidade ocular. Alguns pacientes também podem desenvolver neuropatia óptica associada. O diagnóstico é comumente baseado na história clinica e exames de imagem. O tratamento consiste na administração venosa ou oral de corticóide. OBJETIVO: Descrever os aspectos tomográficos do pseudotumor orbitário em cinco pacientes com manifestação clínica aguda da doença. MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os aspectos tomográficos de 5 casos de pacientes com apresentação clínica aguda de pseudotumor orbitário, confirmados por reposta terapêutica completa à corticoidoterapia, que deram entrada no Hospital Municipal Souza Aguiar, no período de janeiro de 1999 a novembro de 2009. Os exames foram revistos por 2 médicos radiologistas com experiência mínima de 15 anos em radiologia de cabeça e pescoço. RESULTADOS: Dos 5 pacientes, 3 (60%) eram do sexo masculino e 2 (40%) do sexo feminino. A idade variou de 22 a 58 anos, com média de 32,6 anos. Os sinais e sintomas mais comuns foram proptose (80%), redução da motilidade ocular (60%), dor ocular (40%) e redução de acuidade visual (40%). Edema periorbitário e diplopia foram referidos em um caso cada. Seis órbitas foram acometidas nos cinco pacientes. Proptose ocular foi observada em 5 órbitas (83,3%), tendo sido grau II tomográfico em 3 órbitas (60%/) e grau III tomográfico em 2 órbitas (40%). A doença acometeu tanto a base quanto o ápice orbitário em 5 orbitas (83,3%). As estruturas mais comumente comprometidas foram a gordura e o complexo músculo - tendíneo (5 casos cada). Glândula lacrimal e complexo do nervo óptico foram acometidos em 2 órbitas cada e o globo ocular em 1 órbita apenas. Houve comprometimento concomitante de 4 estruturas anatômicas orbitárias em 2 órbitas. CONCLUSÕES: O pseudotumor orbitário foi mais freqüente no sexo masculino, em jovens e unilateral. Proptose e redução da motilidade ocular foram os sinais e sintomas mais comuns. Na maioria das órbitas, a doença acometeu desde a base ate o ápice, com grande diversidade de forma e distribuição da lesão. Gordura e complexo músculo-tendíneo foram as estruturas mais freqüentemente comprometidas. Palavras-chave: Pseudotumor, órbita, tomografia computadorizada. COEXISTÊNCIA DE ESPONDILITE ANQUILOSANTE E DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO - RELATO DE CASO Lívia Regina Theilacker, Fabíola Sampaio Brandão, João Luiz Pereira Vaz, Maria Cecília da Fonseca Salgado INTRODUÇÃO: A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença inflamatória caracterizada pela falta de marcadores sorológicos e lesões articulares de predomínio axial que evoluem para anquilose. A Doença Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC) é uma doença autoimune sistêmica com altos títulos de anticorpos anti-U1-RNP associado a manifestações clínicas comuns a outra colagenoses, incluindo Lúpus Eritematoso Sistêmico, Polimiosite e Esclerose Sistêmica. A coexistência de DMTC e Espondilite Anquilosante tem sido raramente relatada. OBJETIVO: Relatar um caso de Espondilite Anquilosante que evoluiu com Doença Mista do Tecido Conjuntivo. RELATO DO CASO: M.G.C., 42 anos, branca, feminina, solteira, professora, natural e residente no RJ. Há 18 anos em tratamento para EA com pouca resposta às drogas convencionais. Em fevereiro de 2010: artroplastia total de quadril esquerdo. Nesta mesma época, surgimento de edema difuso e doloroso de mãos e pés, associado a rigidez, fadiga e fenômeno de Raynaud. Ao exame físico, apresentava posição do esquiador, mãos em 15 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 garra, esclerodactilia e Raynaud importante em mãos e pés. BASDAI: 6,0. Exames complementares: anemia normocrômica e normocítica; VHS: 50mm/h; PCR: 2,61mg/dl; FAN 1:1280 com padrão nuclear pontilhado grosso; Anti-Sm, Anti-DNA, Anti-Ro, Anti-La, Anti-SCL70, FR, Anti-CCP: não reatores. Anti-RNP: 150 U/Ml; TCAR de tórax e PFR sem alterações; ECO com PSAP: 29mmHg; ENMG: miopatia leve com pouca expressão neurofisiólogica; CK: 418U/L ; Aldolase: 23,5 U/ L. Tratamento: prednisona 40mg/dia, metotrexato 12,5mg/semana, ácido fólico: 05mg e nifedipina retard: 20mg/dia, com melhora clínica importante. BASDAI pós tratamento: 1,5. CONCLUSÃO: Trata-se de rara associação de doenças: EA e DMTC. O aparecimento de novos sintomas e os exames complementares mostraram aparecimento de outra doença em paciente que já apresentava Espondilite Anquilosante. É importante lembrar que apesar de incomum, as doenças inflamatórias, incluindo as Espondiloartrites, podem coexistir com as doenças autoimunes. Palavras-chave: Espondilite anquilosante, Doença Mista do Tecido Conjuntivo, doença autoimune. SÍNDROME SJÖGREN SECUNDÁRIA A ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL - RELATO DE CASO Fabíola Sampaio Brandão, Lívia Regina Theilacker, João Luiz Pereira Vaz, Maria Cecília da Fonseca Salgado INTRODUÇÃO: A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença auto-imune sistêmica com acometimento das glândulas exócrinas, causando xerostomia e xeroftalmia. Pode ser primária (SSp) ou associada a outra doença auto-imune sistêmica (SS secundária). Não é comum a associação com Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), como também a parotidite é mais frequente na forma primária da doença. OBJETIVO: Relatar um caso de SS secundária à AIJ e com aspectos clínicos pouco usuais. RELATO DE CASO: AAB, feminina, 17 anos, branca, estudante, natural de Minas Gerais, residente em Cabo Frio (RJ). Há quatro anos apresentou aumento de parótidas. Evoluiu com poliartrite simétrica de MCFs, IFPs, punhos, cotovelos e dor 16 em coluna cervical, quadris e tornozelos, de caráter intermitente, associada a rigidez matinal maior que 1h. Fenômeno de Raynaud, xerostomia, mialgia, astenia e perda ponderal leve. Exame físico: poliartrite simétrica (cotovelos, punhos, MCFs e IFPs), dificuldade de deambulação, parotidite bilateral com limitação de abertura da boca e lesões maculopapulosas em MMII, próximas aos maléolos internos, com 2 cm de diâmetro, consistência algo endurecida. Exames complementares: anemia normocítica e normocrônica, PCR: 16mg/ dL, VHS: 100 mm, C3: 76, C4: 7, FAN 1:160 nuclear pontilhado grosso, Anti Ro: 237, Anti La: 24, Anti RNP >240, FR: 320 UI/ml e Anti-DNA, Sm, CCP, Scl70: NR, hipergamaglobulinemia policlonal; USG de parótidas: aumento de volume, contornos lobulados, dilatação sacular dos ácinos intraglandulares de forma difusa. FO: ceratite punctata difusa em ambos os olhos (AO), BUT 2-3 seg, Schimer: OD: 1mm e OE: 2mm, Rosa bengala: alguns pontos corando 1+/4+ em AO. Bx de pele (MMII): edema ao redor dos vasos sanguíneos da derme superior, espessamento de septos conjuntivos da hipoderme, reação pelo PAS com discreto espessamento em membrana basal da epiderme. Bx da mucosa labial inferior: espessamento do epitélio escamoso, ectasia vascular e, no córion profundo, lóbulo de glândulas salivares com acentuado infiltrado inflamatório linfocítico intersticial. CONCLUSÃO: Embora pouco freqüente, a associação de SS com parotidite bilateral e AIJ pode ser observada. O caso relatado é interessante também por apresentar outros aspectos incomuns, tais como fenômeno de Raynaud, anti-RNP positivo e lesões cutâneas. Palavras-chave: Síndrome de Sjögren, Artrite Idiopática Juvenil, doença auto-imune sistêmica. RITUXIMAB NO TRATAMENTO DO PÊNFIGO VULGAR REFRATÁRIO Stephanie Del Rio Navarret Biot, Maria Angélica Erthal de Barros, Ricardo Barbosa Lima, Henrique Novo Costa Pereira, Carlos José Martins INTRODUÇÃO: O Pênfigo vulgar é uma bulose auto-imune potencialmente fatal. O principal tratamento são corticóides sistêmicos associados Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 a imunossupressores porém devido às reações adversas e falência do tratamento novas modalidades terapêuticas são necessárias, como por exemplo o rituximab. O rituximab é um anticorpo monoclonal quimérico anti-CD20 que promove a depleção de linfócitos B e pré-linfócitos B. Inicialmente desenvolvido para o tratamento de linfoma não-Hodgkin, e tem se mostrado uma excelente opção para doenças auto-imunes como o pênfigo vulgar. Está indicado para pacientes com pênfigo vulgar refratário a pelo menos duas modalidades terapêuticas incluindo a associação de corticoides sistêmicos e outros imunossupressores OBJETIVO: Avaliar a eficácia e segurança do Rituximab no Pênfigo vulgar refratário. MÉTODOS: Relato de caso de paciente com Pênfigo vulgar grave refratário a diversos tratamentos em que foi utilizado o Rituximab. RELATO DE CASO: Paciente 47 anos, masculino, natural do Rio de Janeiro. Há 7 meses com erosões na mucosa oral e bolhas no corpo. Ao exame, lesões erosadas e crostosas disseminadas na pele e mucosa oral. A histopatologia revelou bolha intraepidérmica com clivagem suprabasal e células acantoliticas arredondadas em meio a células inflamatórias, compatível com Pênfigo vulgar. Foi submetido ao tratamento com prednisona, pulsos de metilprednisolona, imunoglobulina endovenosa, pulsos de ciclofosfamida, azatioprina e plasmaferese, com resposta inicial porém com recidiva da doença. Sendo assim, realizamos 8 infusões de rituximab 375mg/m2 e iniciamos o micofenato de mofetil como medicação coadjuvante. Durante o tratamento, o paciente permaneceu internado por 8 meses e apresentou complicações como infecções e sepse, fazendo uso de diversos esquemas de antibioticoterapia de amplo espectro. RESULTADOS: Após a quarta infusão do rituximab o paciente apresentou melhora acentuada. Após 30 dias, apresentou novas lesões e foi submetido a mais quatro infusões do rituximab, obtendo remissão completa do quadro com alta hospitalar. Atualmente, está no oitavo mês após a alta, mantendo-se sem lesões, em uso de micofenolato de mofetil 2g/dia e prednisona 10mg em dias alternados. CONCLUSÕES: De acordo com a literatura e com os resultados obtidos no nosso caso, constatamos que o rituximab é uma opção terapêutica segura, eficaz, que proporciona resultados duradouros, revelando-se, assim, um tratamento promissor para o pênfigo vulgar refratário. Palavras-chave: Penfigo, vulgar, imunobuloses, rituximab. ESTUDO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TCAR) DO PULMÃO NA SÍNDROME DE SJÖGREN Maria Cecília da Fonseca Salgado, Bruno Bordallo Correa, Lívia Regina Theilacker, Fabíola Sampaio Brandão, João Luiz Pereira Vaz INTRODUÇÃO: A Síndrome de Sjögren Primária (SSp) é uma doença inflamatória crônica, multissistêmica de natureza auto-imune caracterizada pela infiltração linfoplasmocitária das glândulas exócrinas, mais comumente as salivares e lacrimais. Possui alta prevalência, variando na literatura de 1-3%. A SSp ocorre em todas as idades, sendo mais comum após os 50 anos, com prevalência em mulheres (9:1), principalmente da raça branca. Não se conhece a fisiopatologia do acometimento pulmonar. Contudo, o pulmão e toda a extensão das vias aéreas são alvos da doença. A prevalência do acometimento pulmonar provoca divergências na literatura, variando de 9% a 75%. A radiografia de tórax, utilizada na avaliação inicial das colagenoses não é suficiente para detectar precocemente o envolvimento pulmonar, sendo a tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) o método de escolha. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é descrever as alterações pulmonares presentes na SSp, através da TCAR de tórax, sua freqüência e os tipos de lesão encontrados. METODOLOGIA: Trata-se de uma série de casos onde foram analisados 30 pacientes com SSp, em tratamento no ambulatório de Reumatologia do Hospital Universitário Gafrèe e Guinle. O diagnóstico obedeceu aos critérios do Consenso Americano-Europeu. A idade variou entre 18 e 70 anos. Foram excluídos pacientes fumantes, com doenças pulmonares prévias e que apresentaram associação com outras colagenoses. Solicitamos exames para o diagnóstico da SSp e TCAR de tórax. RESULTADOS: Das 30 TCAR realizadas, 6 não apresentaram alterações e 24 mostravam as seguintes lesões: bronquiectasias (n=7), áreas de má perfusão pulmonar (n=5), nódulos com densida17 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 de de partes moles (n=5), espessamento de pleural (n=4), atelectasias(n=2) e opacidades subpleurais, formações bolhosas subpleurais, opacidade nodular, espessamento da parede brônquica, infiltrado intersticial reticular intersseptal (n=1). CONCLUSÕES: Nota-se elevada prevalência de alterações tomográficas na amostra avaliada (80%). A literatura mostra variados percentuais. Embora não se possa afirmar que esses achados sejam decorrentes da SSp, é relevante demonstrar que podem ocorrer lesões e que estas têm um potencial de morbidade. Os autores concluem ser importante a realização de TCAR de tórax na rotina dos pacientes com SSp. Palavras-chave: Síndrome de Sjögren Primária, doença inflamatória crônica, TCAR de tórax. METÁSTASE CUTÂNEA DE CÂNCER DE MAMA Maria Angélica Erthal de Barros Macedo, Joanna Pimenta de Araújo Franco, Caroline Cruz Barbosa, Ricardo Barbosa Lima, Carlos José Martins INTRODUÇÃO: O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Corresponde à primeira causa de mortalidade por câncer em mulheres com estimativa em 2010 de 49 casos novos para cada 100000 mulheres. Ele metastatiza em um terço dos casos, sendo os sítios mais comuns: pulmões, ossos, cérebro, fígado, linfonodos e pele. É o responsável por 24% dos casos de doença metastática cutânea. OBJETIVOS: Demonstrar a importância do exame dermatológico e da biópsia cutânea no seguimento dos pacientes após tratamento de neoplasia visceral. MÉTODOS: Relato de caso de paciente com história de adenocarcinoma intraductal de mama, submetida à mastectomia bilateral, esvaziamento ganglionar axilar, radioterapia e quimioterapia, com surgimento de metástase cutânea de aspecto inusitado. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 53 anos, branca, casada. Relatava há 5 meses, surgimento de lesões eritematosas, pruriginosas, disseminadas pelo abdome. Na história patológica pregressa referia adenocarcinoma intraductal ma18 mário, com mastectomia bilateral e esvaziamento ganglionar axilar, há 7 meses. Posteriormente foi submetida à radioterapia e quimioterapia. Ao exame físico dermatológico, observamos cicatriz de mastectomia e na região superior do abdome, máculas, pápulas e placas eritematosas com telangiectasias. No flanco esquerdo apresentava placas eritemato-infiltradas com aspecto urticariforme. Apesar do diagnóstico clínico sugestivo de urticária a paciente referia que não houve melhora com anti-histamínicos. Foi realizada biópsia cutânea em virtude da história pregressa de adenocarcinoma ductal e o exame histopatológico revelou, na derme, infiltrado inflamatório linfocitário perivascular, além de vasos ectasiados apresentando no seu interior êmbolos neoplásicos, constituídos por células epiteliais, esboçando estruturas ductais. RESULTADOS: O exame histopatológico revelou tratar-se de metástase cutânea de adenocarcinoma ductal, acarretando mudança no estadiamento e, conseqüentemente, no tratamento e prognóstico da paciente. CONCLUSÕES: As metástases cutâneas ocorrem em 0,7 a 10% das neoplasias malignas viscerais. Predominam nas mulheres nas quais o câncer de mama é a causa mais comum. As localizações mais comuns são o tórax e abdome, sendo as apresentações clínicas diversas, muitas vezes com aspecto inusitado, ou mimetizando outras doenças cutâneas, como: herpes zoster, cisto epidérmico e tumores cutâneos primários como o carcinoma basocelular e melanoma. Portanto, devido as elevadas taxas de incidência e mortalidade da neoplasia mamária, ressaltamos a importância do exame dermatológico e biópsia de lesões cutâneas, no seguimento das pacientes com história de câncer de mama. Palavras-chave: Metástase, cutânea, câncer, neoplasia, mama. PADRÃO DE VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO POLO TEMPORAL Francisco José Lourenço Torrão Junior, José Fernando Guedes Corrêa INTRODUÇÃO: Em nosso conhecimento, a drenagem venosa do polo temporal ainda apresenta diversos pontos obscuros na literatura médica. No estudo da anatomia do lobo temporal observa-se que a drenagem venosa da ponta tem- Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 poral é feita a partir de veias que drenam para o seio esfenoparietal. Um padrão clássico de drenagem do lobo temporal envolve a veia cerebral superficial média, levando o sangue venoso para o seio esfenoparietal, que por sua vez, drenaria para o seio cavernoso. Entretanto, existem diferentes padrões anatômicos de drenagem da região polar, e essa variabilidade pode acarretar conseqüências na velocidade de tumefação dessa região em casos de contusão seguida de congestão polar. OBJETIVO: Nosso estudo visa esclarecer os padrões anatômicos dessa drenagem e analisar seus impactos em importantes fenômenos fisiopatológicos. MÉTODOS: Neste estudo descritivo foram dissecados cem polos temporais formalizados, sendo cinquenta de cada hemisfério cerebral. Definimos como a ponta do lobo temporal a área cerebral contida desde extremidade do lobo temporal até 4 cm posteriormente. Em seguida, dividimos o estudo na observação da face súpero-lateral e da face inferior da região polar. O seio esfenoparietal também foi analisado, verificando-se e quantificando-se os segmentos venosos de drenagem temporal polar porventura desembocando em cada porção sinusal. RESULTADOS: Na face súpero-lateral de drenagem, a totalidade dos pólos temporais esquerdos (100%) apresentou drenagem venosa realizada unicamente para o seio esfenoparietal. Em contrapartida, 35 polos temporais direitos (70%) exibiram a drenagem venosa polar através do seio esfenoparietal, Veia de Labbé e Seio Transverso, enquanto que 13 polos temporais direitos (26%) apresentaram sua drenagem realizada somente pelo seio esfenoparietal, e em 2 polos temporais do lado direito (4%) observou-se uma veia reta que se liga ao seio esfenoparietal. Na face inferior, a drenagem venosa do hemisfério direito apresentou a participação única do seio esfenoparietal em 37 polos dissecados (74%) e em 13 polos (26%) observou-se a contribuição do seio petroso superior juntamente com o seio esfenoparietal. Nos pólos temporais esquerdos dissecados, notou-se um único padrão de drenagem, envolvendo apenas o seio esfenoparietal em todos os polos temporais dissecados (100%). CONCLUSÃO: Existem diferenças extremamente relevantes na drenagem venosa polar, as quais podem acarretar conseqüências diretas em processos fisiopatogênicos envolvendo congestão traumática da região. A análise estatística dos dados apresentados nas tabelas I e II evidencia que há uma distribuição diferenciada do local de drenagem venosa nos polos temporais direitos e esquerdos, independente da face observada. Os diversos padrões de drenagem venosa do polo temporal podem apresentar importantes implicações na prática clínica e cirúrgica. Estudos complementares são necessários para o entendimento do sistema venoso da região. Palavras-chave: Polo temporal, drenagem venosa cerebral. ANÁLISE URODINÂMICA PARA O DIAGNÓSTICO DE OBSTRUÇÃO INFRA-VESICAL EM MULHERES E SUA CORRELAÇÃO COM A CLÍNICA Fernanda Martins da Costa Crosara, Luana Azevedo de Paula, Marcelo Calmeto Noronha Barleta, Bárbara Vervloet Corseuil, Katiuscha Merath de Almeida Reis INTRODUÇÃO: A obstrução infra-vesical em mulheres é um diagnóstico difícil de ser realizado devido à baixa suspeição pela pouca sintomatologia específica apresentada pelas pacientes e, também, devido à diversidade nos valores de corte estabelecidos para o fluxo máximo na urodinâmica. OBJETIVO: Comparar os critérios urodinâmicos propostos para obstrução e constatar a superioridade de um sobre o outro, além de avaliar o valor preditivo positivo da sintomatologia dessas pacientes para o diagnóstico de obstrução e avaliar a presença de prolapso e cirurgia anti-incontinência prévia como fatores de risco para essa condição. MÉTODOS: 143 pacientes foram submetidas a um questionário direcionado para os sintomas do trato urinário inferior e ao estudo urodinâmico; aquelas potencialmente obstruídas foram testadas dentro de 3 critérios preconizados para obstrução e analisadas conjuntamente com os sintomas e história pregressa relatados. Posteriormente, essas pacientes foram comparadas com outras normais e incontinentes de acordo com cada item presente no questionário. RESULTADOS: Foram classificadas como obstruídas 15, 11 e 9 pacientes dependendo do critério urodinâmico utilizado, porém, após feito paralelo com a clínica, 13 dessas tiveram o diagnóstico 19 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 reafirmado. Com relação à sintomatologia, as pacientes obstruídas apresentaram alta prevalência de sintomas irritativos e, relativamente, baixa prevalência de sintomas obstrutivos. Essas também demonstraram maior freqüência de prolapso e cirurgia anti-incontinência prévia. CONCLUSÕES: Foi constatada superioridade de 2 critérios urodinâmicos para diagnóstico de obstrução; a queixa principal e os sintomas obstrutivos são fracos preditores para esse diagnóstico; prolapso e cirurgia anti-incontinência são grandes fatores de risco para obstrução infra-vesical. Palavras-chave: Obstrução infra-vesical, urodinâmica, incontinência urinária. A PRODUÇÃO CIENTÍFICA ELETRÔNICA SOBRE SUSPENSÃO DE CIRURGIA E O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Fernanda Martins de Aquino, Vera Lúcia Freitas de Moura INTRODUÇÃO: Uma intervenção cirúrgica não é uma ocorrência rotineira na vida do indivíduo. O fato de suspender um procedimento cirúrgico já programado pode ter efeitos desastrosos aos clientes. OBJETIVOS: Identificar as produções científicas nacionais referente a suspensão de cirurgias; Discutir as causas dessas suspensões e o processo de comunicação dos profissionais diante deste fato. MÉTODO: Trata-se de uma revisão bibliográfica nas bases de dados da BVS, no recorte temporal de 1990 a 2010. RESULTADOS: A maior taxa de suspensão correspondeu a 33,0 % enquanto a menor taxa ficou em 5,1%. As principais causas dos cancelamentos foram referentes ao próprio cliente, quer seja por falta de condições clínicas, quer seja pelo não comparecimento para internação. Desataca-se ainda que o processo de comunicação é falho em todos os âmbitos. CONCLUSÃO: Conclui-se que é de suma importância que a equipe de saúde trabalhe de forma entrosada para que não ocorram suspensões cirúrgicas. Palavras-chave: Procedimento cirúrgico, suspensão, cirurgia, comunicação. 20 PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES PORTADORES DE NEOPLASIA PROSTÁTICA ACOMPANHADOS SETOR DE ONCOLOGIA DO HUGG ENTRE 2005 E 2010 Luana Azevedo de Paula, Fernanda crosara, Marcelo Noronha Barleta, Bárbara Vervloet Corseui OBJETIVOS: conhecer o perfil dos homens acometidos por neoplasia prostática que foram atendidos no HUGG e avaliar a resposta terapêutica através da análise clínica e laboratorial. MÉTODOS: Foram pesquisados prontuários com diagnóstico de câncer de próstata no período de 2005 a 2010, no total 75 pacientes. A seguir, foi aplicado questionário que avaliava o perfil epidemiológico, o estado tumoral, o tipo de tratamento estabelecido e a resposta terapêutica. Os pacientes foram divididos em dois grupos: doença metastática e doença localizada; e depois divididos em faixa etária. RESULTADOS: a etnia predominante foi branca, com idade média de 73,6 anos. Foram encontrados 45,3% com ensino médio incompleto, 54,7% que faziam uso de álcool, 49,3% tabagistas. 85,3% dos pacientes negaram histórico familiar. Em relação ao tumor: 14 pacientes apresentavam doença metastática; 68,0% pacientes apresentavam sintomatologia, sendo a principal queixa os sintomas obstrutivos (58,7%). O tipo histológico predominante foi o adenocarcinoma (97,3%) e o grau histológico de Gleason foi 7. Em relação ao tratamento: no grupo com doença disseminada foi realizados preferencialmente orquiectomia e terapia hormonal, obtendo 38,89 meses de sobrevida. No grupo de doenças não metastáticas a radioterapia e a prostatectomia foram os tratamentos que mais trouxeram remissão completa da doença. CONCLUSÃO: foi evidenciado que o perfil dos pacientes condiz com o da literatura, e que a maioria apresentava diagnóstico tardio. Além disso, o tratamento conservador foi o mais utilizado entre 60 e 75 anos, obtendo sobrevida maior do que aqueles que realizaram prostatectomia, indicando a importância de avaliar as condições clínicas do paciente para escolher a abordagem que trará melhores benefícios. Palavras-chave: Câncer, próstata, epidemiologia. Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 PREVALENCIA DA VACINAÇÃO CONTRA H1N1 E HEPATITE B NOS ALUNOS DE MEDICINA DA UNIRIO Marcelo de Souza Teixeira, Eduardo Souza Pernambuco, Ricardo Rodrigeus Perbelini, Marcelo Calmeto Noronha Barleta, Thiago Shingi K. Gomes OBJETIVOS: Avaliar a cobertura vacinal contra ao vírus da influenza H1N1 2009 e contra a hepatite B entre os estudantes de medicina de uma universidade pública no Brasil. MÉTODOS: Este estudo transversal foi conduzido com todos os alunos matriculados no curso de medicina da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), no segundo semestre de 2010. Cada participante respondeu a um questionário contendo perguntas relacionadas a sua vacinação contra a Influenza Pandêmica, ocorrência de efeitos adversos associados a esta vacina, possíveis motivos à não vacinação, vacinação contra a hepatite B e realização do teste para quantificação do AntiHbs. RESULTADOS: Seiscentos e setenta e três alunos participaram da pesquisa. A média de idade dos estudantes foi de 22,8 anos (± 2,8 anos) e 60.3% eram do sexo feminino. Em relação a vacinação contra o vírus influenza H1N1 2009 na campanha de 2010, 56.9% (IC: 53.1% a 60.7%) informaram terem sido vacinados. Entre os vacinados, 18% (IC 95%: 14.4% a 22.3%) relataram ter apresentado reações adversas que eles consideraram terem sido causadas pela vacinação, sendo dor local e febre as mais frequentes. Entre os alunos que não se vacinaram contra o vírus influenza H1N1 2009, os motivos relatados foram: falta de tempo (39.2%), receio de reações adversas (37.1%), não pertencia a um dos grupos populacionais para os quais a vacina estava recomendada (19.8%), difícil acesso a vacina (9.9%) e outros motivos (16,3%). Para a hepatite B, a porcentagem de alunos com vacinação completa foi de 48,6% (IC 95% = 44,8 a 52,4%) e 25.1% relataram ter feito o teste de quantificação do Anti-Hbs, sendo que a maioria fez o teste 1 a 2 anos após a ultima dose da vacina. CONCLUSÃO: Neste grupo de estudantes de medicina, baixas coberturas vacinais contra o vírus influenza H1N1 2009 e contra a Hepatite B foram observadas. Um programa de imunização deveria ser implementado para proteger os es- tudantes contra doenças passíveis de prevenção através da imunização. Palavras-chave: H1N1, Hepatite B, estudantes de medicina. AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS E ALUNOS DE MEDICINA SOBRE AS DEFINIÇÕES DE SEPSE E DE SEU MANEJO PRECOCE Thiago Shinji Kajishima Gomes, Celio Cortinhas Filho, Camila Galvão de Oliveira Wafae, Leandro Cardarelli Leite, Marcelo de Souza Teixeira INTRODUÇÃO: Apesar dos grandes esforços em relação ao diagnóstico e à terapêutica da sepse, sua incidência e mortalidade encontram-se com níveis alarmantes. Sabe-se que o diagnóstico precoce e a instituição de terapêutica adequada influem positivamente no prognóstico do paciente. Para tanto, é necessário o domínio dos profissionais de medicina e dos futuros médicos acerca do tema em questão, tornando possível a implantação de uma conduta adequada frente às síndromes sépticas. OBJETIVO: O Presente estudo tem como finalidade avaliar o conhecimento dos alunos e médicos das Unidades de Terapia intensiva (UTI) sobre as definições e tratamento das síndromes sépticas. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional, transversal, no qual foram avaliados alunos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e profissionais médicos da UTI adulta do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), através de um questionário estruturado sobre o diagnóstico e tratamento da sepse. RESULTADOS: Responderam ao questionário um total de 226 alunos e 8 médicos. A média global de acertos dos alunos foi 65,43%, sendo 69,09% para o diagnóstico e 60,84% para o tratamento, sendo os acertos dos alunos com experiência em terapia intensiva superior aos dos demais alunos (p=0,0002). Em relação aos médicos da UTI a média de acertos global foi de 85,71%, sendo de 91,42% para o diagnóstico e de 80% para o tratamento. CONCLUSÃO: Tanto os alunos quantos os médicos obtiveram um conhecimento satisfatório sobre as síndromes sépticas, sendo a experiência 21 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 dos alunos em UTI determinante no número de acertos. Esse fato reforça a necessidade de uma educação pauta não somente em salas de aula, como também nos aspectos práticos da medicina. Palavras-chave: Conhecimento, Sepse, diagnostico, tratamento. DIABETES MELLITUS EM PACIENTE JOVEM HIV-POSITIVA: RELATO DE CASO Vanessa da Silva Schrago Mendes INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus refere-se a um grupo de distúrbios metabólicos comuns que compartilham o fenótipo da hiperglicemia. A prevalência de diabetes é alta na população em geral, porém a existência de diabetes mellitus nos pacientes jovens HIV-positivos é rara. OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho é descrever o curso clínico de uma paciente jovem HIV-positiva por transmissão vertical, evidenciando a associação de sua condição imunológica com o quadro inicial de diabetes que levou à sua internação e considerando os medicamentos em uso. MÉTODOS: Revisão ampla da literatura nas principais bases de dados, compilação dos dados constantes em prontuário médico e descrição detalhada do caso clínico para fins de relato de caso. RESULTADOS: Os dados bioquímicos da paciente demonstram um quadro de cetoacidose diabética compensada, com alterações importantes no perfil lipídico. A existência de anticorpos anti-ácido glutâmico descarboxilase (anti-GAD) e anti-ilhota dentro dos valores de referência de normalidade indica menor chance de ocorrência de diabetes tipo 1, porém não o exclui, uma vez que parte dos pacientes diabéticos tipo 1 possuem anticorpos negativos, e a interpretação do valor do peptídeo C é controversa. A hipótese de resistência insulínica induzida por lopinavir∕ritonavir compatível com diabetes tipo 2 também deve ser considerada, pois o controle glicêmico só foi alcançado com esquema insulínico e adição de metformina, fármaco que atua aumentando a sensibilidade periférica à insulina. CONCLUSÃO: As hipóteses etiológicas para o quadro clínico da paciente são, portanto, diabetes tipo 2 induzida por lopinavir∕ritonavir e diabetes tipo 1 com anticorpos negativos, este último abrangendo alguns subtipos raros. A hipótese de 22 diabetes tipo MODY é afastada porque a paciente não apresentou hiperglicemia leve e porque houve necessidade de instituir insulina, bem como a hipótese de diabetes tipo 2 infanto-juvenil, pois a paciente não tem obesidade pré-puberal, principal fator de risco. Palavras-chave: Diabetes mellitus, HIV, paciente jovem. PREVALÊNCIA DA CATATONIA EM ENFERMARIA DE CLÍNICA MÉDICA DE HOSPITAL GERAL: ANÁLISE AMOSTRAL COM 90 TESTADOS Natacha Lorena Lima Mafort, Wagner Martignoni de Figueiredo, Zolder Marinho Silva, José Ramon Rodriguez Arras López, Rogério Paysano Marracos INTRODUÇÃO: A catatonia, uma síndrome neuropsiquiátrica com múltiplas etiologias, parece ter seu diagnóstico negligenciado pelo internista em razão do desconhecimento: 1- quanto aos sinais pelos quais se manifesta, 2- da existência de testes de rastreamento simples e validados e 3- de que pode estar relacionada a diversas condições clínicas comuns na Medicina Interna. Ademais, a não identificação da síndrome catatônica impede a aplicação de tratamento que, habitualmente, é eficaz, situação capaz de influenciar o prognóstico da enfermidade de base ao aumentar sua morbimortalidade. OBJETIVOS: Identificar a catatonia em enfermaria de clínica médica de hospital geral, de modo a alertar o generalista sobre sua ocorrência e freqüência estimadas. METODOLOGIA: A Escala de Catatonia de Bush e Francis (BFCRS), composta por 23 itens, tem sido considerada como a mais adequada para “screening” e diagnóstico da síndrome, permitindo, inclusive, sua quantificação. No presente estudo foram identificados como casos os que apresentaram 3 ou mais dos critérios ali relacionados. Todos os pacientes admitidos no serviço, durante o período do estudo, foram rastreados por examinador treinado na aplicação da escala (busca ativa). RESULTADOS: Foram testados 90 pacientes (42 homens) com idade que variou entre 14 e 97 anos (média de idade: 55.57). Com 3 ou mais dos Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 critérios diagnósticos preenchidos foram selecionados 10 pacientes (2 homens com 83 e 85 anos e 8 mulheres com idades que variaram entre 43 e 85, média de 63.25), cuja pontuação variou de 6 a 18 pontos (média de 9,5). No grupo testado foram identificados 10 catatônicos (11.11%). CONCLUSÃO: A síndrome catatônica foi prevalente na amostra analisada (11.11%), percentual que se manteve praticamente inalterado em relação a análise prévia (11.3%), a despeito do pequeno aumento no grupo amostral (de 79 testados, com 9 catatônicos para 90 rastreados, com 10 casos). Palavras-chave: Síndrome Catatônica, Medicina Interna. EFEITO DA IMUNOSSUPRESSÃO SECUNDÁRIA A INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) NO DESENVOLVIMENTO DA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) NAS MULHERES IDOSAS Carolina Monteiro Barbosa, Marcela Magalhães Vieira, Luiz Paulo José Marques INTRODUÇÃO: A expectativa de vida da população brasileira vem aumentando progressivamente e a ITU é uma das doenças mais comuns nas mulheres idosas, acarretando aumento da morbidade, da mortalidade e dos custos com a saúde. Vários fatores podem contribuir para o aparecimento de ITU nas idosas, como a imunodeficiência relacionada com a idade ou causada por doenças. Temos como objetivo nesse estudo, avaliar se a imunodeficiência secundária a IRC se comporta como um fator de risco para o desenvolvimento de ITU. MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudadas 598 mulheres, com idade >65 (71,93 ± 6,26) anos, que procuraram atendimento médico nos ambulatórios de nefrologia e clínica médica do HUGG e aceitaram participar do estudo. Na 1ª consulta foram realizados EAS, urinocultura e a dosagem sérica de creatinina. ITU foi definida pela presença de sintomas urinários associados a urinocultura positiva (crescimento de bactérias ≥ 100.000UFC/ml). O clearence de creatinina foi estimado pela formula simplificada do MDRD e estratificados em 3 grupos: A) ClCr > 60ml/min; B) ClCr entre 59 e 30 ml/min; C) ClCr < 30ml/ min. Pacientes com doenças neurológicas ou psiquiátricas que interfeririam com a capacidade de coletar adequadamente a urina e pacientes HIV+ ou em uso de imunossupressores foram excluídas do estudo. RESULTADOS: A ITU foi diagnosticada em 99 (16,55%) das idosas. E observamos que as que apresentaram ITU eram mais velhas (com ITU idade 77,96 ± 6,57 anos; sem ITU idade 71,33 ± 6,02 anos) p<0,001. A estratificação pela função renal mostrou Grupo A) 235 pac. (ITU em 40 (17,16%); B) 219 pac. (ITU em 35(15,98%) C) 144 pac. (ITU em 24(16,66%). A comparação entre os grupos não mostrou significância estatística ( A x B p=0,86, A x C p=0,95, B x C p=0,97). CONCLUSÃO: 1) Encontramos alta incidência de ITU (16,55%) nas mulheres idosas. 2) A ITU foi mais frequente na mulheres mais velhas (p<0,001), o que demonstra que a imunodeficiência secundária a idade pode contribuir para o desenvolvimento de ITU. 3) a imunodeficiência secundária a IR não se mostrou como um fator de risco isolado para o desenvolvimento de ITU nas mulheres idosas. Palavras-chave: Infecção do trato urinário, insuficiência renal crônica, idosas, imunossupressão. ESTUDO TOMOGRÁFICO DA ÓRBITA AGUDA POR DOENÇA EXTRAORBITÁRIA Luiz Eugênio Prota Filho, Filipe Ribeiro Queiroz Santos, Carolina MAria de Azevedo, Ana Celia Baptista Koifman INTRODUÇÃO: Lesões nas regiões vizinhas às órbitas podem causar sinais e sintomas óculo-orbitários agudos. Exames de imagem são comumente requeridos para a caracterização da lesão e orientação terapêutica. A tomografia computadorizada (TC) é, em geral, o primeiro método de avaliação, devido à maior disponibilidade nos centros de emergência e menor tempo de exame. OBJETIVO: Descrever os aspectos tomográficos de doenças extraorbitárias com manifestação clínica orbitária aguda. MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os aspectos tomográficos de cinco pacientes com quadro clínico orbitário agudo por doença extraorbitária, que deram entrada no Hospital 23 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 Municipal Souza Aguiar, no período de janeiro de 1999 a novembro de 2009. Os achados foram interpretados por dois médicos radiologistas com experiência mínima de quinze anos em radiologia de cabeça e pescoço. RESULTADOS: Todos os pacientes foram do sexo masculino, com idade variando de 7 anos a 72 anos (média de 29 anos). A órbita sintomática direita foi mais frequente (3 casos). Na maioria, a doença teve origem no seio cavernoso (80%), tendo sido dois casos de fístula carótido cavernosa - FCC - uma espontânea e outra pós-trauma, um de tromboflebite (TF) e outro de síndrome de Tolosa-Hunt (STH). Um caso teve origem no ápice petroso (síndrome de Gradenigo - SG). Os sinais e sintomas mais comuns foram proptose (3 casos, 60%), seguido de quemose (40%), redução da acuidade visual (40%) e edema periorbitário (40%). Dor retro-ocular e diplopia foram relatados no paciente com SG. À TC, os principais achados extraorbitários foram alargamento do seio cavernoso (4 casos, 80%), seguido de opacificação irregular deste seio (60%) e edema palpebral (60%). Múltiplas fraturas da face com velamento parcial dos seios paranasais estiveram presentes no paciente com FCC pós-trauma. Velamento da mastoide e ápice petroso, com erosões corticais apicais, foram observados no paciente com SG e espessamento anormal com realce meningeo na fossa craniana média foi evidenciado no paciente com STH. Alteração tomográfica na órbita sintomática foi observada em 4 casos (80%). No paciente com SG, não houve alterações. Proptose, aumento difuso da musculatura extrínseca ocular e aumento do calibre da veia oftálmica superior (VOS) estiveram presentes, em conjunto, em 3 casos (FCC e TF). Proptose tomográfica grau III foi notada em 2 casos (40%). O calibre da VOS foi de 4mm em 2 casos e 8mm em 1 caso. Deslocamento látero-inferior do globo ocular esteve presente no paciente com FCC pós-trauma e tecido permeativo no ápice orbitário foi observado na STH. CONCLUSÕES: O trabalho compreendeu lesões de etiologias distintas e, por vezes, de ocorrência infrequente. Prevaleceram as doenças do seio cavernoso e múltiplos sinais e sintomas foram observados. À TC, proptose, aumento difuso da musculatura extrínseca ocular e ectasia da VOS foram os achados orbitários mais comuns e concomitantes. O estudo por imagem da órbita aguda deve sempre incluir áreas da base do crânio e achados tomográficos intraorbitários podem 24 mesmo ser ausentes, apesar do quadro clínico. Palavras-chave: Órbita, tomografia computadorizada, urgência, extraorbitária, seio cavernoso. A RELAÇÃO DO MÉDICO COM O PACIENTE NA EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Thaís Nascimento Magalhães, Caroline Mählmann Muniz Dantas Terezinha de Souza Agra Belmonte INTRODUÇÃO: A emergência médica traduz uma situação aguda, ameaçadora, repentina, em que devem ser tomadas decisões rápidas e acertadas. Nesse cenário de tensão encontra-se de um lado o paciente assustado, ansioso e desorientado, às vezes levado contra sua vontade ao hospital, e com o estado mental alterado por intoxicação, acidente, por doença psiquiátrica ou por outra patologia. Por outro lado está o médico, sob pressão, solicitado a cuidar de muitos pacientes simultaneamente, num trabalho árduo, estressante, sem boas condições de repouso e alimentação, que se depara com o inesperado e o desconhecido constantemente e cobrado a traçar condutas instantaneamente, em que é exigido um raciocínio clínico quase que automático. O encontro desses dois sujeitos se dá de maneira rápida, anônima e tecnicista, visando a resolução do caso satisfatoriamente. Esse trabalho consiste numa revisão bibliográfica sobre a relação médico-paciente na emergência, que mostrará as considerações e reflexões de alguns autores sobre esse relevante tema. OBJETIVO: Usar a percepção e a reflexão do estudo de alguns autores para analisar a relação médico com o paciente na emergência. Detectar o que existe de consenso sobre o tema na literatura médica. Identificar as polêmicas envolvidas e relacioná-las. Observar como é caracterizada essa relação pelos diversos autores, sinalizando os fatores envolvidos e apontados por eles. Traçar propostas que contribuam para a humanização do meio. MÉTODO: Revisão bibliográfica através de livros e base de dados virtuais. RESULTADOS: Segundo J.G.Alves, a relação médico-paciente (RMP) na emergência é caracterizada pelo anonimato. Médico e paciente encontram-se pela primeira vez num ambiente de tensão. Nos hospitais públicos ainda existe o “conluio do Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 anonimato”, expressão consagrada por Balint. J.C.L.Fernandes dá enfase na visão médica atual focada na anatomo-fisiopatologia, na qual o doente é portador de uma lesão, negando o paciente de relatar o que sente. Mota e cols. - Profissionais de saúde submetem-se a: jornadas de trabalho exaustivas, tomadas de decisões rápidas que precisam ser eficazes, tendo assim receio de cometer erros. Além de terem contato freqüente com a dor e o sofrimento e com pacientes terminais e relações com pacientes difíceis. Para J.C.L. Fernandes, resumir a RMP em uma questão de empatia é uma idéia simplista. Segundo E.C. Almeida é importante conversar com o paciente, ou seus familiares e considerar seus temores e angústias, assim como estabelecer contato com a equipe de saúde que também se encontra abalada pela contratransferência. Segundo J.C.L.Fernandes e Mota e cols., é muito interessante a integração no ambiente de uma equipe multidisciplinar, em especial um psicólogo para auxiliar a todos nessa RMP, e estabelecer uma visão humanística no atendimento. CONCLUSÃO: A importância da introdução de uma equipe multidisciplinar no ambiente hospitalar. A humanização envolve um processo de educação e treinamento dos profissionais de saúde. Esta humanização deve estabelecer vínculo com os usuários, garantindo direitos a eles e aos seus familiares, e possibilitar melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde. Palavras-chave: Relação médico-paciente; emergência; saúde mental. A COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL E A ENFERMAGEM Vera Lúcia Freitas de Moura, Raquel Araújo, Bruna Pantoja, Camilla Dias INTRODUÇÃO: A comunicação verbal é aquela na qual as palavras são expressas por meio de fala ou texto escrito. A comunicação não verbal aquela que ocorrem por gestos, expressões faciais e postura corporal. O processo do cuidar neste tipo de comunicação é fundamental para que possamos compreender o que o cliente está “dizendo” por meio da linguagem corporal. OBJETIVOS: Identificar, na literatura científica a produção bibliográfica, que trazem questões referentes à comunicação não verbal e a Enfermagem. Analisar a produção do conhecimento de enfermagem sobre a comunicação não verbal e a enfermagem. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e de abordagem qualitativa. Realizado um levantamento bibliográfico utilizando as seguintes bases de dados: livros, bases on-line serão: LILACS, BDENF e SciELO. Os critérios de inclusão: tipo de publicação: teses, dissertações, artigos em periódicos, ano de publicação e artigos escritos por enfermeiros e publicados nacionais. A delimitação do estudo publicações brasileiras dos últimos dez anos, estudos que não se repitam em outras bases. RESULTADOS: Encontramos 6 livros editados nos anos de 1979, 2001,2003,2004 ( 2 ),2009. Ao pesquisar na base de dados on-line LILACS, foram encontrados 81 art. 36 selecionados e 27 encontrados . SCIELO, foram encontrados 10 art. e 5 selecionados e encontrados. BDENF, foram encontrados 75 art. e 4 teses. 20 selecionados e encontrados 10. Totalizando 42 artigos que foram analisados. Três teses Apresentadas a Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem para obtenção do grau de Doutor. Caracterizando o estudo: As autoras são 39 enfermeiras participantes, 4 docentes e 1 estatístico co- participando. Quanto ao tipo de estudo destacamos que apenas 4 são quantitativos.Em relação ao cenário 30 estudos foram no espaço hospitalar, diferenciando as especificidades das enfermarias e assistência psiquiátrica. Ao Relatar no espaço acadêmicos, pós-graduação, graduação e núcleos de pesquisa. Destaca-se os sujeitos do estudo em pós-graduandas , enfermeiros , docentes , discentes , parturientes Clientes médicos e auxiliares de enfermagem. A percepção quanto aos achados da pesquisa - A comunicação é objeto básico do cuidado de enfermagem na: Melhora assistência ao cliente e nas fases da morte. A comunicação entre professor e aluno. Interação cliente e família. Sentidos corporais estimulam CNV.CNV facilita identificação de dor.Dificuldades da enfermagem na comunicação com: deficiente auditivo ( Libras), cegos, traqueostomizados, hemodiálise, diálise peritoneal, neonatos, parturientes e CTI e cuidados paliativos. Necessidade de treinamento e atualização dos enfermeiros quanto a CNV . CONCLUSÃO: Conseguimos atingir nossos objetivos identificamos produção bibliográfica que trazem questões referentes à comunicação 25 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 não verbal e a Enfermagem. E analisamos a produção do conhecimento de enfermagem sobre a comunicação não verbal e a enfermagem, que a comunicação é objeto básico do cuidado de enfermagem. E temos a necessidade de treinamento e atualização dos enfermeiros não estão atentos a CNV. Importância da inclusão do ensino sobre conteúdos de A Comunicação não verbal e a Enfermagem como forma de aprendizado dos alunos acerca do cuidar. Palavras-chave: Comunicação, comunicação não verbal e enfermagem. A COMUNICAÇÃO E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE O BANHO NO LEITO AO CLIENTE ORTOPÉDICO COM TRAÇÃO E FIXADORES EXTERNOS Vera Lúcia freitas de Moura, William Rosa, Rafael André da Silva, Matheus Corey, Edson Ramos da SIlva INTRODUÇÃO: No processo do cuidar a comunicação é fundamental para que possamos compreender o cliente. O enfermeiro planejará cuidados específicos para clientes ortopédicos, visando o bem-estar, o desenvolvimento de novas habilidades, a prevenção de complicações e o pronto restabelecimento, preparando-o para o seu retorno à vida diária. OBJETIVOS: 1)Identificar as modificações realizadas na técnica do banho do leito ao cliente ortopédico. 2)Verificar a comunicação entre a equipe de enfermagem o cliente ortopédico no banho no leito. METODOLOGIA: Este é um estudo exploratório, de observação não participativa. Local de coleta de dados Hospital Universitário no município do Rio de janeiro no período do segundo semestre de 2011. A pesquisa realizada de acordo com as normas da resolução 196/96. RESULTADOS: Organização do ambiente e material; 1) Realizar a dobradura da roupa de cama horizontalmente e dobrá-la em quatro partes. 2) Separar todo material de higiene a ser usado. Realização do banho. 1) Iniciar o banho com shampoo. 2) Auxiliar o banho na região ventral; 3) Orientar o cliente segurar o trapézio ou o 26 triangulo fletindo o membro não-comprometido sobre a cama e elevando o quadril para a colocação da comadre, cuidados higiênicos e estimulação da circulação na região dorsal; 4) Na ausência destes materiais, auxiliar o cliente quanto à utilização dos braços como apoio na elevação do tronco. 5) Troca da roupa de cama deverá ser realizada iniciando pela cabeceira da cama com o auxílio do cliente afastando a região dorsal do colchão e substituída a roupa suja pela limpa, passando pelo quadril e sendo retirada pelos pés - sentido encéfalo caudal. CONCLUSÂO: A realização do presente estudo permitiu observação minuciosa da técnica do banho do leito orientada para a clientela ortopédica, especificamente aos clientes portadores de tração e fixadores externos. E apresente diferenciações importantes da técnica normal, fazendo com que haja uma melhora na qualidade dessa técnica, e do conforto do paciente durante a realização da mesma. Palavras-chave: Comunicação, enfermagem, ortopedia. CAPTAÇÃO DE CADÁVERES NÃO RECLAMADOS PARA O ESTUDO DE ANATOMIA HUMANA NA UNIRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Helio Huguenin Tavares Junior, José Fernando Guedes INTRODUÇÃO: O estudo da Anatomia Humana prevê o estudo macroscópico de órgãos e sistemas constituintes do corpo humano, através de terminologia e descrições construídas e obtidas através de séculos de estudos anatômicos . Por muito tempo, o conhecimento anatômico se baseou apenas no estudo de animais. Porém, o real entendimento da estrutura e do funcionamento do corpo humano só foi possível após a elaboração de técnicas de dissecação de cadáveres humanos. Portanto, faz-se necessário manter formas de captação de peças para o estudo e pesquisa em Anatomia, visando a manutenção do acervo cadavérico e da qualidade de ensino e pesquisa. OBJETIVO: Descrever os mecanismos legais disponíveis e as vias de captação de cadáveres para a disciplina de Anatomia Humana. MÉTODOS: Pesquisa ao acervo de dados da disciplina de Anatomia Humana do Instituto Biomédico e aos mecanismos legais existentes para a Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 distribuição de cadáveres não reclamados às Instituições de Ensino e Pesquisa. RESULTADOS: Foi realizado o levantamento do acervo cadavérico para estudo e pesquisa do laboratório de Anatomia, assim como, a renovação de convênios firmados entre a UNIRIO e as secretarias Estadual e Municipal de saúde do Rio de Janeiro. CONCLUSÕES: O cadáver constitui peça principal no estudo de Anatomia Humana, sendo requerida a sua utilização nos cursos de graduação de Medicina, Enfermagem, Biologia, Biomedicina e Nutrição. A prática anatômica que é tão importante, não só na formação mas também no desenvolvimento de novas técnicas operatórias, só é possível quando se é mantido um acervo de peças adequado para estes fins. Isto só foi possível, graças aos esforços do corpo técnico e administrativo da UNIRIO, através de convênios firmados baseados na Lei Federal 8.501/92 e nas Resoluções SMSDC Nº 1.566/2010 e SESDEC Nº 58/2011, para elevar a qualidade do ensino e pesquisa oferecidos por esta instituição. Palavras-chave: Anatomia, cadáver, dissecção. CUIDANDO DOS CUIDADORES: AÇÃO EM COMUNIDADE ATINGIDA PELAS CHUVAS DE JANEIRO DE 2011 EM NOVA FRIBURGO Caroline Mählmann Muniz Dantas, Tereza de Souza Agra Belmonte INTRODUÇÃO: As fortes chuvas de verão que atingiram a região serrana do Estado do Rio de Janeiro em 2011 levaram à maior catástrofe climática da história do Brasil . Além das perdas humanas, estragos no meio ambiente, na economia, nas edificações e moradias das cidades tocadas, a tragédia deixou cicatrizes na psiquê da população vitimada. Esse trabalho narra a nossa experiência em ação numa comunidade atingida pelas chuvas em Nova Friburgo. OBJETIVOS: Narrar nossa experiência em comunidade atingida pelas chuvas em nova Friburgo, a convite da ONG Viva Rio. Descrever a ação desenvolvida durante a visita. Relatar nosso olhar sobre a situação que encontramos e nossos sentimentos. MÉTODOS: Esse trabalho narra a nossa experiência em promovermos um encontro com funcio- nários da ONG Viva Rio, em Nova Friburgo, que representam os cuidadores dos moradores vitimados pelas enchentes e desabamentos, no dia 22 de agosto de 2011. RESULTADOS: A convite da ONG Viva Rio visitamos a cidade afim de realizar uma ação com o grupo responsável por cadastrar as famílias de três comunidades da cidade, a saber: Floresta, Alto do Floresta e Três Irmãos, locais que representam o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade. O público-alvo da nossa visita era a equipe da base da ONG, composta pela administração e por brigadistas, os quais eram moradores dos bairros assistidos, encarregados de cadastrar todas as famílias da área. O tema proposto foi: “Transtornos de Humor e Ansiedade em Situações Pós-Traumáticas”. A coordenadora do Programa de Extensão Universitária da Unirio Núcleo em Interconsulta iniciou o encontro com uma conversa informal em que ela pode ouvir os participantes, suas sugestões, queixas e dúvidas. Dentre os assuntos levantados, destacamos: sinais e sintomas do sofrimento psíquico das crianças alterações na qualidade do sono como um sinalizador de estresse emocional ; o que são doenças psicossomáticas?; experiências dolorosas: como lidar com elas?; como saber se estou com depressão;a ansiedade e as suas consequências. Nesse universo de ideias, debatemos questões relevantes no aspecto psicológico de situações pós-traumáticas. Ouvimos depoimentos sobre a tragédia com uma carga emocional ainda viva, e descobrimos que grande parte daqueles agentes sofria de transtornos mentais decorrentes do sofrimento experimentado, ainda sem processamento. Prosseguimos com uma dinâmica de vivência de consciência corporal e a exibição do filme “Além da Vida” do diretor Clint Eastwood. Concluímos com uma reflexão sobre o seu conteúdo que englobou os assuntos expostos anteriormente. CONCLUSÃO: Temos a convicção de que as pessoas que estiveram presentes puderam adquirir instrumentos internos para lidar melhor com os próprios sentimentos e com o sofrimento de quem eles atendem como brigadistas. E também para nós, organizadores do evento, houve um grande aprendizado, já que nas relações interpessoais e ao ouvir as experiências de outras pessoas nós pudemos refletir sobre nossas angústias. A vivência possibilitou entender que ao fazer essa tarefa existiu a possibilidade de cuidar das novas gerações em ações de prevenção de risco no modo 27 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 vivendis do ser humano. Palavras-chave: Psicossomática, cuidadores, Nova Friburgo, relato de experiência. RELATO DE EXPERIÊNCIA: ACADÊMICAS DE MEDICINA VOLUNTÁRIAS NO ATENDIMENTO PÓS-TRAGÉDIA A COMUNIDADES ATINGIDAS PELA CHUVA EM NOVA FRIBURGO Anna Karla de Souza Amaral, Caroline Mählmann Muniz Dantas Terezinha de Souza Agra Belmonte INTRODUÇÃO: As fortes chuvas de verão que assolaram as cidades na região serrana do Estado do Rio de Janeiro causaram um desastre ecológico sem precedentes com inundações e deslizamentos. Isso foi considerado a maior tragédia climática do Brasil. Além do grande número de perdas humanas, a infra-estrutura e a economia dessas cidades ficaram seriamente comprometidas, especialmente pelo fato delas representarem importantes pólos turísticos desse estado. OBJETIVO: Relatar a experiência do acadêmico de medicina no atendimento pós-tragédia a comunidades atingidas pela chuva em Nova Friburgo, em Janeiro de 2011. Descrever nosso olhar e comportamento ao nos depararmos com o sofrimento humano. Refletir sobre as necessidades do paciente em uma situação de grande estresse. MÉTODO: Este estudo consiste em um relato de experiência vivenciado por acadêmicas de medicina da UNIRIO em ação efetuada em comunidades atingidas pelas chuvas em Nova Friburgo, durante o mês de janeiro de 2011. RESULTADO: Encontramos um cenário inimaginável de caos e destruição, a maioria dos estabelecimentos havia sido inundado. Dois hospitais de campanha foram montados e nos oferecermos como voluntárias no serviço de pronto-atendimento. Observamos pacientes com sintomas somáticos decorrentes de uma ansiedade generalizada. Juntamos-nos a ONG Viva Rio que se mobilizou em uma resposta humanitária desde o primeiro dia oferecendo, além de doações, uma equipe de profissionais da saúde voluntários pela ONG que chegava à cidade diariamente. Percorríamos aleatoriamente a cidade em busca de pessoas que precisassem de ajuda, já que a prefeitura não sabia informar os locais mais necessitados. 28 Fomos impactadas ao vermos casas que tinham sido marcadas pela prefeitura para serem demolidas, pois estavam condenadas. Seus respectivos donos por não terem pra onde ir permaneciam nelas mesmo sabendo do risco que corriam. Levávamos conosco estoque de medicamentos e materiais para curativos, além de água, alimentos e brinquedos, todos oriundos de doações. Realizamos visitas domiciliares e muitos pediam medicamentos de uso crônico e contínuo, mas a maior busca era por medicamentos controlados. Encontramos também pessoas que só queriam desabafar e que nos agradeciam pela escuta e acolhimento com um abraço. CONCLUSÃO: Presenciamos uma população que experimentava um sofrimento inenarrável e que perdeu temporariamente a alegria de viver, pois sua cidade vivenciava um luto generalizado. No entanto, testemunhamos que essas mesmas pessoas em meio a dor ocasionada pela tragédia, relativizavam suas aflições a fim de exercerem um papel humanitário, tentando resgatar a verdadeira essência da vida: ajudar ao próximo. Tivemos a oportunidade de ver a medicina com um olhar mais humanizado e aprender que não só os medicamentos fazem parte de um bom tratamento, mas que o curar inclui o cuidar. Toda essa experiência caótica nos marcou muito, pois nos levou a valorizar o que há nos bastidores da doença que afeta o ser humano. Aprendemos que em situações de grande estresse, a subjetividade do ser humano aparece nas somatizações e que precisamos aprender a saber como lidar com isso. Oferecer apenas uma pílula é muito pouco. Precisamos desenvolver a nossa sensibilidade e tentar oferecer aos nossos pacientes algo a mais: A Pessoa do Médico. Palavras-chave: Relato de experiência, Nova Friburgo, psicossomática, tragédia. MÉTODOS DE TRANSECÇÃO DO PARÊNQUIMA HEPÁTICO EM HEPATECTOMIA CONVENCIONAL Katiuscha Almeida Merath Reis, Fernanda Martins da Costa Crosara, Alexandre Rebelo Marques INTRODUÇÃO: Nas ressecções hepáticas, a transecção do parênquima constitui a etapa crítica do procedimento, devido a sua associação com o Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 risco de hemorragias maciças. O principal fator prognóstico de uma evolução pós-operatória satisfatória é ausência de sangramentos volumosos durante a cirurgia, o que diminui a morbidade e mortalidade dos pacientes submetidos à hepatectomia. Nas últimas duas décadas, avanços tecnológicos permitiram a realização de ressecções hepáticas com mortalidade cada vez menor, e, atualmente, esta taxa encontra-se próximo a zero nos grandes centros. OBJETIVO: Comparar os métodos atualmente disponíveis para a transecção do parênquima hepático nas hepatectomias convencionais. METODOLOGIA: Foi realizada revisão da literatura baseada em busca eletrônica de artigos indexados no medline. CONCLUSÕES: Existem muitas divergências na literatura acerca dos resultados obtidos nos estudos que compararam as tecnologias atualmente disponíveis para a transecção do parênquima hepático. Maior número de estudos randomizados controlados é necessário para que se tenham dados confiáveis que provem a superioridade de um método sobre outro. Palavras-chave: Hepatectomia, kellyclasia, tissuelink, ligasure, stapler. PADRÃO DE INERVAÇÃO DO MÚSCULO BRAQUIAL PELO NERVO MUSCULOCUTÂNEO José Fernando Guedes Corrêa, Yangpol Hon, Rogério Matins Pires Amorim, Lucas Loiola, Raquel Megali Oliveira INTRODUÇÃO: A inervação do músculo braquial pelo nervo musculocutâneo apresenta variações em seu padrão: número de ramificações primárias e secundárias, e suas origens ao longo do tronco desse nervo. Contemporaneamente, a reinervação do músculo braquial em pacientes com lesões altas do plexo braquial é considerada primordial para se tentar obter flexão do cotovelo. Para tanto, é vital se conhecer o modo de inervação do músculo pelo nervo musculocutâneo. OBJETIVOS: Padronizar a referida inervação, cujo conhecimento é de vital importância para procedimentos de reinervação do músculo braquial em lesões do plexo braquial, objetivando re- cuperar a flexão do antebraço. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizados 25 membros superiores de cadáveres formolizados de ambos os sexos e idade estimada entre 18 e 60 anos, da disciplina de anatomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Foi feita dissecação do sulco bicipital expondo-se o nervo musculocutâneo e seus ramos para o músculo braquial. Utilizou-se material de dissecção: tesouras Metzenbau, pinças de dissecção, pinças dente de rato, além de afastadores tipo Gelpi e material de microdissecção (micropinças e microtesouras). Para individualização dos elementos neurais usou-se “vasalopi” amarelos. Durante a microdissecção, utilizou-se microscópio de dissecção D.F Vasconcelos com aumento de 10x. Realizou-se também dissecção dos ramos para o músculo braquial, sendo feita análise estatística em porcentagem segundo os padrões encontrados. RESULTADOS: Identificaram-se 10 padrões de inervação do nervo musculocutâneo para o músculo braquial. CONCLUSÕES: São necessários mais estudos para verificar se há variabilidade nos resultados de neurotização dos ramos do nervo musculocutâneo para o músculo braquial, dependendo do seu padrão de inervação. Palavras-chave: Neurocirurgia, Nervo Musculocutâneo, Músculo Braquial. MEDIDAS DE PREVENÇÃO PARA QUEDAS DE CLIENTES IDOSOS HOSPITALIZADOS Camila Torquato de Paula, Karine Matteini Ferraz, Vera Lúcia Freitas de Moura INTRODUÇÃO: Estudo de levantamento bibliográfico para atender a disciplina de Atenção a Saúde do Adulto e do Idoso como requisito de avaliação. Realizado por acadêmicos do 5° período do Curso de Graduação de Enfermagem da EEAP/ UNIRIO. Este estudo possui relevância para a enfermagem, devido à necessidade de orientação quanto à prevenção de quedas de clientes idosos hospitalizados aos clientes idosos hospitalizados, aos acompanhantes dos idosos e a equipe de enfermagem, visando à melhoria da assistência. 29 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 OBJETIVOS: 1) Identificar os principais diagnósticos de enfermagem relacionados à prevenção das ocorrências de quedas em idosos hospitalizados. 2) Orientar quanto à medidas preventivas para minimizar as ocorrências de quedas em clientes idosos hospitalizados. MÉTODO: Estudo de levantamento bibliográfico que, segundo Moresi (2003), é o processo de levantamento e análise do que já foi publicado sobre o tema de pesquisa escolhido, permitindo efetuar um mapeamento do que já foi escrito e de quem já escreveu algo sobre o tema da pesquisa. RESULTADOS: - Diagnósticos de Enfermagem. 1) Risco de Lesão: • Devido à força muscular diminuída; •E Mobilidade Física Prejudicada devido a aumento da tendência de fraturas ósseas relacionado à desmineralização óssea; • Devido à incapacidade de responder no momento oportuno relacionado a retardo do tempo de resposta e reação; • E Percepção Sensorial Perturbada devido à percepção errada do ambiente relacionado à visão e audição insatisfatórias; • Devido a menor capacidade de julgar as mudanças no nível da superfície em que anda relacionado a percepção distorcida de profundidade; • Relacionado à limitação da capacidade de providenciar residência em local seguro e consertos domésticos devido à redução de renda. 2) Intolerância à Atividade devido à redução do débito cardíaco. - Medidas preventivas para minimizar a ocorrência de quedas de cliente idosos hospitalizados. Como intervenção aos diagnósticos de enfermagem citados, faz-se necessário a adoção de medidas preventivas para orientação dos clientes idosos, da equipe de enfermagem e dos acompanhantes. Algumas dessas medidas preventivas: • Ajudar paciente com dificuldade de marcha durante a locomoção e a levantar-se da cama; • Deixar um acompanhante com o paciente que tem riscos de sofrer quedas; • Colocação de grades de proteção na cama; • Não deixar o piso molhado; • Organizar adequadamente a enfermaria eliminando obstáculos; • Adequar a altura dos mobiliários: cama, maca, cadeira de banho e de rodas; • Mudança do espaço físico do banheiro; • Aprimoramento das unidades que recebem idosos; • Instalação de idosos numa mesma enfermaria; • Melhorar a comunicação entre a equipe de Enfermagem e o paciente; • Melhorar o relacionamento interpessoal enfermeiro-paciente; • Internar pacientes de risco de quedas próximo ao posto de Enfermagem. CONCLUSÃO: O processo de envelhecimento 30 pode levar o indivíduo a modificar o seu cotidiano e os idosos a tornarem-se mais dependentes de ajuda para realizar as atividades de vida diária. O idoso necessita de atenção, cuidado, incentivo e valorização da sua história de vida. O enfermeiro deve desenvolver estratégias para as necessidades dessa clientela hospitalizada. Palavras-chave: Enfermagem, gerontologia, medidas preventivas de quedas. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA AO CLIENTE ORTOPÉDICO COM ESCLEROSE MÚLTIPLA Anna Izabel Siqueira de Gusmão, Bruna Pereira Barros, Renata Pedreira da Cruz INTRODUÇÃO: Trata-se de um estudo do tipo caso clínico e desenvolvido para a disciplina de Atenção a Saúde do Adulto e do Idoso como requisito de avaliação. Realizado por acadêmicos do 5° período do Curso de Graduação de Enfermagem da EEAP/ UNIRIO. A relevância deste estudo para a enfermagem é, devido, a crescente necessidade de esquemas assistenciais mais dinâmicos, efetivos e capazes de assistir as demandas crescentes do adulto e familiares visando melhoria da assistência. OBJETIVO: Identificar os principais distúrbios clínicos e cirúrgicos de clientes ortopédicos acometidos por esclerose múltipla. Discutir diagnósticos de enfermagem baseado na sistematização da assistência de enfermagem. MÉTODOS: É um trabalho é de natureza qualitativa exploratória do tipo estudo de caso. O cenário da pesquisa foi um Hospital Universitário Gaffreé e Guinle, no município do Rio de Janeiro, onde foram coletados os dados do prontuário e realizados os cuidados prescritos, durante o mês de setembro do ano corrente, na enfermaria de ortopedia. Com base no levantamento dos dados da anamnese, evoluções e prescrições médicas e de enfermagem identificamos os principais distúrbios clínicos e cirúrgicos de clientes ortopédicos acometidos por esclerose múltipla, para a formulação dos diagnósticos de enfermagem, com posterior elaboração das intervenções e conseqüentemente do plano de cuidados, optou-se pela utilização da taxonomia segundo o NANDA. RESULTADOS: Fadiga: relacionada a dor ou Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 desconforto e efeitos colaterais dos fármacos. Percepção sensorial visual, cinésica e tátil perturbada, relacionada ao distúrbio da sensibilidade, dormência e redução da sensibilidade. Mobilidade física prejudicada: relacionada a disfunção neuromuscular, desconforto ou dor, redução de força, limitação da capacidade de realizar atividades motoras, limitação da amplitude dos movimentos, distúrbios da marcha e instabilidade postural. Impotência e desesperança: relacionada ao regime imposto pelo tratamento, imprevisibilidade do tratamento, depressão,isolamento. Manutenção do lar: relacionado com os efeitos da doença, carência de recursos financeiros e condições precárias de higiene. Enfretamento familiar: esgotamento familiar com sentimentos de culpa, ansiedade,intolerância, abandono, negligencia com os cuidados ao cliente. CONCLUSÕES: A assistência de Enfermagem é de extrema importância ao cliente portador de esclerose múltipla tanto em pacientes em pré-operatório, trans-operatório e pós-operatório, detectando então, as necessidades de estabelecer um plano de cuidado individualizado e holístico, visando o cuidado não somente do problema de base, mais sim de todas as necessidades desse paciente durante e após a sua permanência na instituição hospitalar. Por isso, todas as intervenções devem ser planejadas visando propiciar a melhoria tanto da saúde física e mental, e particularmente neste caso é preciso analisar o quesito familiar, e a equipe de enfermagem deve procurar auxiliar no encontro da família com o cliente, além da realização do plano de cuidados. Palavras-chave: Enfermagem, esclerose múltipla e ortopedia. EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR E TRANSTORNO BIPOLAR EM ENFERMARIA DE CLÍNICA MÉDICA DE HOSPITAL GERAL: ANÁLISE COMPOSTA POR 48 INTERNADOS Natacha Lorena Lima Mafort, Wagner Martignoni Figueiredo, Rogério Paysano Marrocos, José Ramon Rodriguez Arras López, Zolder Marinho Silva INTRODUÇÃO: Episódios de depressão maior são frequentemente identificados no atendimento primário. Estes episódios (depressão unipo- lar) diferem do transtorno bipolar pela presença, neste último, de alternância de depressão e mania (tipo I) ou de depressão e hipomania (tipo II). Na história natural do transtorno bipolar a depressão costuma prevalecer, sendo também comum que os episódios de mania/hipomania não sejam muitas vezes formalmente reconhecidos, razões a determinar seu subdiagnóstico. Estima-se que até 25% daqueles classificados como padecendo de depressão unipolar poderiam ser melhor alocados no grupo do espectro bipolar. Tal equívoco diagnóstico determina tratamento ineficaz e frequentemente pontuado por complicações. OBJETIVO: Identificar a prevalência de depressão em enfermaria de clínica médica de hospital geral, rastreando aquelas que possivelmente estariam relacionadas ao transtorno bipolar. METODOLOGIA: Pesquisador treinado previamente analisou todos os enfermos admitidos no serviço durante o período do estudo, identificando aqueles que preencheram os critérios diagnósticos do DSMIV(padrão ouro), de modo a definir os verdadeiramente deprimidos, que, então, eram, pacientes e responsável próximo, avaliados como preconizado pelo Questionário de Transtorno do Humor (MDQ) em busca de evidências passadas de mania/hipomania. RESULTADO: Foram estudados 48 enfermos (36 homens, com idade variando entre 17 e 85 anos - média de 51.76), detectando-se episódio depressivo maior em 13 (8 homens - média de idade 55.37), em um percentual de 27.08%, dos quais 8 (6 homens - média de idade de 51.5) apresentaram, pelo MDQ, indícios de bipolaridade (61.24%). CONCLUSÃO: Na presente amostra 27.08% dos estudados cursavam com episódio depressivo maior que, em 61.24% dos casos, provavelmente sinalizava o transtorno bipolar. Palavras-chave: Transtorno bipolar, episódio depressivo maior. BASES ANATOMOCIRÚRGICAS PARA UTILIZAÇÃO DO NERVO FRÊNICO NA RECONSTITUIÇÃO DE LESÕES TRAUMÁTICAS DO PLEXO BRAQUIAL Maristella Reis da Costa Pereira INTRODUÇÃO: Lesões do plexo braquial (PB) por trauma possuem relevância na prática clínica, 31 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 pois podem determinar a incapacitação do indivíduo ou sua remoção temporária do mercado de trabalho. Estas têm se tornado cada vez mais frequentes com o aumento da violência urbana. Neurotização extraplexo é um tratamento cirúrgico utilizado na reconstrução do PB. Pode-se utilizar o nervo frênico (NF) como doador de axônios para o elemento lesionado. Deve-se atentar para alterações funcionais da hemicúpula diafragmática que perderá sua inervação motora. Estudos reportam que alterações na ventilação de pacientes hígidos são pequenas; há relatos, porém, de diminuição da função pulmonar após lesões acidentais ou iatrogênicas do NF. Isto demonstra que o status da função pulmonar após transferência cirúrgica do NF é pouco conhecido. O grau de variabilidade do NF acessório e a existência de conexões da trama nervosa do hemidiafragma direito com o hemidiafragma esquerdo poderiam vir a suprir as funções do NF. OBJETIVO: Estudar a inervação do diafragma e fornecer informações para a melhor abordagem neurocirúrgica no tratamento de lesões traumáticas do PB. METODOLOGIA: Foram utilizados dez diafragmas sem lesões prévias. A cúpula foi subdividida em quadrantes sendo feito um estudo quantitativo dos ramos nervosos de cada quadrante. Para as microdissecções foi utilizado microscópio D. F. Vasconcelos. RESULTADOS: O NF direito alcança o diafragma em sua área central lateralmente à veia cava inferior, a uma distância que variou de 0,3 a 1,1 cm. O tronco principal ramifica-se a uma altura de 1-2 cm do diafragma em três divisões maiores e alguns ramos menores. Este padrão mostrou-se constante. O NF esquerdo apresentou maior variabilidade. Seis peças penetraram no diafragma dentro dos limites do quadrante médio a uma distância de 1,2 a 2,1 cm da base do pericárdio e quatro alcançaram o músculo no quadrante anterior distando 1,7 a 3,3 cm do ápice cardíaco. A divisão do tronco principal ocorreu a uma altura que variou de 0,5 a 1 cm, alternando de dois troncos principais com diversos ramos menores até quatro troncos mais calibrosos com nenhum ramo de menor calibre. Uma peça se destacou como variação anatômica vindo a apresentar duas estruturas nervosas paralelas seguindo dentro do mesmo coxim gorduroso pela margem lateral do ventrículo esquerdo. Ambas penetraram o diafragma no quadrante médio, a mais posterior a 32 uma distância de 1,2 cm do pericárdio e a anterior distando 1,8 cm do mesmo. A primeira alcançou o diafragma como tronco único enquanto a segunda ramificou-se em 2 troncos principais a 0,5 cm do músculo. Após penetrar na cúpula, o NF gera ramos cada vez menores que se distribuem pelo músculo formando uma vasta rede neural. CONCLUSÃO: Há diferenças de padrão de distribuição entre os NFs direito e esquerdo, tendo o primeiro mostrado maior regularidade. A presença de uma peça apresentando um possível NF acessório corrobora a suspeita de haver um grande grau de variabilidade anatômica do NF acessório. O reconhecimento de tais características é importante para identificação das estruturas durante o ato operatório e para o possível estabelecimento de novas técnicas cirúrgicas. Palavras-chave: Plexo braquial, neurotização, nervo frênico. CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA DOS ACADÊMICOS DE MEDICINA DA UNIRIO Pedro Henrique de Abreu Macedo, Melissa Gebrim Ribeiro, Priscilla Duarte Pimentel, Aline Masiero Fernandes, Simony de Souza Pereira Maiolini INTRODUÇÃO: Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção e proteção do trabalhador, minimizando riscos. O conhecimento das normas de biossegurança mostra-se extremamente necessário, principalmente, aos profissionais de saúde, destacando-se, nesse contexto, os estudantes de medicina, que muitas vezes iniciam sua prática médica em estágios hospitalares, sem dominarem o assunto, expondo-se a possíveis acidentes de trabalho, passíveis de prevenção. OBJETIVO: Avaliar o conhecimento dos estudantes de medicina da UNIRIO quanto às normas de biossegurança e a sua aplicabilidade diária na prática médica. MÉTODOS: Aplicação de questionário com perguntas que versavam sobre o conhecimento das normas de biossegurança e sua aplicação no cotidiano dos estudantes do 9º período de Medicina da UNIRIO, no qual se tem a disciplina de Medicina do Trabalho. RESULTADOS: O questionário foi respondi- Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 do por 43 alunos, sendo 11 do sexo masculino e 32 do sexo feminino. Notou-se que dentre os 43 alunos, 13 não estagiam em emergência e/ou CTI, correspondendo a 30, 23%. Quanto aos acidentes por materiais pérfuro-cortantes, 5 alunos afirmaram já ter se acidentado, o que corresponde a 11,63 %. Com relação ao uso de EPI’s, 37 alunos afirmaram que sempre usam materiais de proteção individual, o que corresponde a 86,05%. Quando perguntados se reencapam ou se já reencaparam agulhas, 20 alunos afirmaram que sim, resultando em 46,51%. Quanto ao contato com pessoas com doenças suspeitas ou confirmadas, 38 alunos confirmaram contato com pacientes com tuberculose suspeita ou confirmada, o que equivale a 88,37%; e 22 alunos confirmaram contato com pacientes com meningite suspeita ou confirmada, constituindo-se 51,16%. Com relação à vacinação, 42 alunos afirmaram ser vacinados com BCG (97,67%), 41 afirmaram ser vacinados contra tétano (95,35%), e 38 alunos afirmaram ser vacinados contra hepatite B (88,37%). Quando questionados sobre o conhecimento acerca das normas de biossegurança, 35 discentes (81,40%) relataram conhecê-las em parte e 4 (9,30%), relataram não conhecê-las. Até o presente momento, apenas 23 alunos (53,49%) afirmaram ter contato com o assunto em algum momento durante o curso médico. CONCLUSÃO: Aproximadamente, 70% dos acadêmicos que responderam ao questionário estagiam em emergência e/ou CTI, sendo que do total de alunos, 11,63% já se acidentaram com material pérfuro-cortante, 14% nem sempre usam material de proteção individual e 46,51% reencapam ou já reencaparam agulhas. Um número significativo de estudantes já teve contato com pessoas com doenças suspeitas ou confirmadas (tuberculose e meningite) e a grande parcela mostra-se vacinada contra tétano e hepatite B. No tocante ao conhecimento sobre normas de biossegurança, nota-se que este assunto não é dominado por todos os estudantes, o que acaba expondo-os a acidentes evitáveis. Dessa forma, fica claro o quão importante é o ensino deste tema aos acadêmicos de Medicina, incentivando-os a utilizarem EPI’s e se vacinarem, evitando que, no processo de atenderem pacientes, virem vítimas de seus próprios descuidos. Palavras-chave: Estudantes, biossegurança, prevenção, acidentes. AS METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS E SEU IMPACTO NA APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE DE MEDICINA DA UNIRIO Aline Masiero Fernandes, Regina Maria Lugarinho da Fonseca INTRODUÇÃO: O processo de aprendizagem não se dá individualmente e a atuação do docente deve estimular o desenvolvimento das competências e habilidades do estudante. Conhecer o aluno permite ao docente investir na relação professor-aluno, componente essencial no processo ensino-aprendizagem, além de permitir aplicação de diferentes metodologias ativas de ensino, que focam no aluno não como um mero produto de ensino, mas como um agente de sua formação. METODOLOGIA: As metodologias ativas visam o aprendizado centrado na participação ativa, reflexiva e contínua do graduando no processo de construção do conhecimento, que é uma das finalidades da educação superior prevista pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Baseada nisso, a disciplina de Genética I aplicou questionários com intuito de identificar a aceitação e os interesses dos alunos ao serem expostos as metodologias de ensino utilizadas pela disciplina. OBJETIVO: Analisar a aceitação do discente ao ser confrontado com métodos ativos de ensino ao cursarem a disciplina de Genética I. MÉTODOS: Aplicação de questionário no último dia de aula de Genética I no segundo semestre de 2010. As perguntas direcionavam-se às percepções dos alunos quanto à metodologia de ensino aplicada, e à efetividade dessas, ao motivarem a participação dos alunos. RESULTADOS: Foram respondidos 63 questionários. Quanto às atividades e organização da disciplina os alunos avaliaram: Muito Bom (n47, 74,6%) apresentação do professor no primeiro dia de aula, como acolhimento aos alunos; Muito Bom (n42, 66,6%) a disponibilização das aulas via internet; Bom (n29, 46%), a didática utilizada; Muito Bom (n37, 58,7%) a organização dos professores da Disciplina; Bom (n27, 42,8%) a utilização de material didático em outro idioma; Muito Bom (n43, 68,2%) o interesse do profes33 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 sor em conhecer os alunos; Muito Bom (n43, 68,2%) as atividades em grupo; Bom (n28, 44,4%) o modo de cobrança das presenças; Bom (n32, 50,7%) quanto ao estilo das questões de prova; Muito Bom (n33, 52,4%) quanto aos critérios de cálculo da Média para aprovação. Os alunos as avaliaram as metodologias utilizadas: Muito Bom/ Bom (60,3%, n38) a utilização da Simulação/dramatização/Encenação; Muito Bom (49,2%, n31) a aplicação de debates/discussão de casos; Muito Bom/Bom (42,8%, n27) a aplicação do PBL (“Problem-based learning”).Outra atividade desenvolvida pela disciplina e muito elogiada pelos estudantes foi a “Maratona Lost”, na qual os alunos utilizaram criatividade e talentos prévios individuais de forma livre e organizada em grupos para apresentar um tema de Genética. Ao final do questionário, requisitou-se que os alunos dessem notas à disciplina. Destes, 42 estudantes (66,7%) deram notas entre 9 e 10. CONCLUSÃO: O questionário permitiu ao corpo docente perceber a aceitação dos discentes aos métodos de ensino utilizados, e a boa avaliação por eles da disciplina, serviram de incentivo para o aperfeiçoamento da didática e do estreitamento da relação professor-aluno, de modo que a inovação deve motivar o estudante em seu processo de aprendizagem. Palavras-chave: Metodologias participativas, estudantes de medicina, relação professor-aluno, processo ensino-aprendizagem. ENFERMAGEM NO PERIOPERATÓRIO Silvia Helena Silva, Alessandra de Carvalho Viana, Marco Antônio Serra Rodrigues INTRODUÇÃO: O presente estudo faz parte do conjunto de requisitos necessários para inscrição na 31ª Jornada Científica do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, e foi realizado em virtude da observação, por parte dos acadêmicos, e das contribuições técnico-científicas e éticas decorrentes do seguinte caso clínico: D.S.S., 79 anos, 1 m 46 cm de altura, 70 kg de peso, parda, sergipana, residente na baixada fluminense na cidade de Mesquita, admitida em um Hospital Universitário da cidade do Rio de Janeiro, no dia 01/08/2011, com diagnóstico médico de hérnia epigástrica e hipertensão arterial. Procurou a instituição com 34 hérnia volumosa de crescimento progressivo há 30 anos, e fazendo uso de enalapril 10mg e atenolol 50 mg uma vez ao dia para controle da hipertensão. Realizou exames complementares - TC de abdome e pelve - em 03/08/2008 que constatam hérnia parietal encarcerada com alças intestinais no seu interior de localização mesoepigástrica. Ao exame físico, abdome globoso, porém sem algia à palpação e com presença de três lesões ulceradas circulares, ambas medindo aproximadamente 1,2 e 4cm, de base fribinosa, sem exudato e com pele ao redor frágil e de temperatura elevada; glúteo esquerdo com presença de lesão escoriada de base eritematosa; hálux direito e esquerdo com presença de deformidade osteoarticular. A mesma foi submetida à herniorrafia para reparo cirúrgico com sutura da parede abdominal. OBJETIVO: Traçar diagnósticos e elaborar prescrição de enfermagem para o tratamento do cliente. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e exploratório, do tipo estudo de caso. O critério de inclusão foi o da amostra por conveniência, onde os pesquisadores obtêm a amostra de acordo com o desejo e a disponibilidade do sujeito em participar do estudo. O mesmo trata de descrever informações obtidas de forma não numérica, sendo assim, nosso objetivo pôde ser mais bem explorado e analisado, ampliando a discussão, com aprofundamento teórico, sobre o caso clínico em questão. A referência teórica baseia-se na Sistematização da Assistência de Enfermagem, onde através dos dados produzidos durante a anamnese, consulta ao prontuário e exame físico; é realizada a identificação e o levantamento dos problemas de enfermagem. Em seguida são formulados os diagnósticos de enfermagem cabíveis, e é realizada a prescrição de enfermagem para posterior tratamento do cliente. RESULTADOS: O cliente apresentou boa recuperação clínica - fechamento da ferida cirúrgica e melhora da função respiratória; além disso, foi devidamente orientado quanto à realização de seu auto-cuidado, tornando-se independente em relação à assistência de enfermagem e garantindo a continuidade do tratamento fora do âmbito hospitalar. CONCLUSÕES: Tendo em vista o presente estudo de caso, estabelecemos os cuidados de enfermagem referentes à fase pré e pós-operatória, dando ênfase ao problema de nosso clien- Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 te, e possibilitando sua recuperação e reabilitação frente ao processo saúde e doença. Palavras-chave: Cuidados, enfermagem, peri-operatório. FAZENDO ARTE NA PEDIATRIA DO HUGG Mônica Menezes Perny, Cleudes Werneck INTRODUÇÃO: Durante a hospitalização, a criança sofre um distanciamento de seus laços familiares e sociais, esboçando-se um novo cenário: o hospital. É uma experiência estressante e traumática, podendo determinar distúrbios comportamentais diversos na criança, que vão da agressividade à apatia. Este relato discorre do trabalho realizado na enfermaria de Pediatria do HUGG no qual, buscou-se através das atividades artísticas e lúdicas, fundamentadas na Arte, Saúde e Educação, promover o processo de humanização, equilíbrio físico, psíquico e emocional dos pacientes no período de internação. MATERIAL: As oficinas foram realizadas por seis Arteterapeutas e/ou Psicopedagogas, no período de outubro a dezembro de 2009, em dois encontros semanais, de duas horas cada. Priorizaram-se os materiais não estruturados tais como: papéis, lápis de cor; gizão de cera; cola branca e outros. MÉTODO: Utilizou-se a Arte como técnica terapêutica complementar, uma vez que esta se aproxima muito da linguagem infantil, com o uso de materiais artísticos e lúdicos os quais possuem características próprias deste universo. A cada encontro buscou-se minimizar os efeitos negativos da hospitalização pediátrica com atividades simbólicas, pois, através destas a criança é capaz de aliviar suas pressões internas e de liberar grande parte de sua agressividade. As produções criativas do grupo serviram como mediadores entre o inconsciente e o consciente. Não cabia aos facilitadores interpretar as produções, mas sim dar a oportunidade para que o grupo pudesse se expressar, elaborar e reestruturar de seus conteúdos internos. DISCUSSÃO: As propostas sugeridas eram o criar livre. Dizia-se: Experimentem! Ousem! Criem! Alguns conseguiam, outros mais inibidos e apáticos eram incentivados pelo grupo. Ao se- rem convidados a falar sobre suas criações, entre muitos risos, relatavam que o medo da internação e dos procedimentos médicos já não eram tão “assustadores” e que, nunca imaginaram que pudessem pintar ou fazerem dobraduras dentro de um hospital. Ao receberem alta a maioria deixava seus trabalhos com mensagens de solidariedade para os que chegavam. As equipes médica e de enfermagem foram unânimes em afirmar que a enfermaria deixara de ter um aspecto “frio” e “sem cor” e que agora, decorada pelas produções, estava com “cara de um lugar que tem crianças”. CONCLUSÃO: A partir das produções artísticas o grupo pode expressar seus medos, fantasias e expectativas com relação à doença e ao tratamento. No âmbito da saúde as atividades lúdicas podem ser consideradas como autotélica, autocurativa e terapêutica. Destarte, o interespaço – a relação entre o sujeito e o objeto – é favorável para a criança desenvolver seus aspectos sensório-motores, cognitivo, e ainda, possibilitar suas expressões de conflitos, fantasias, elaborações psíquicas e experimentações. Conclui-se que este trabalho foi um facilitador no processo de humanização; promoveu a melhoria do estado físico e mental nas crianças durante o período de hospitalização e; motivou a implantação de uma Brinquedoteca Hospitalar nesta Unidade. Palavras-chave: Criança, arte, saúde, educação. CISTO DE COLÉDOCO EM ADULTO: RELATO DE CASO Rafaela Correia da Silva, José Antonio Dias da Cunha e Silva, José Carlos Perri Vidal Alvarez, Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias INTRODUÇÃO: Cistos das vias biliares são infrequentes. O diagnóstico é realizado em geral na infância (80%), sendo uma minoria diagnosticada na vida adulta. Podem der divididos em 5 tipos de acordo com a classificação estabelecida por Alonso-Lej em 1954 e modificada por Todani em 1977, sendo os mais frequentes os tipos I e IV de Todani. Sua importância se relaciona com complicações como litíase, colangite, abscesso hepático, pancreatite aguda e cirrose biliar secundária, além do potencial de malignização previsto entre 10 a 15% dos casos. OBJETIVO: Relatar um caso de cisto de colédo35 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 co em indivíduo adulto, analisando as manifestações clínicas encontradas, o diagnóstico realizado e complicações durante a evolução. RELATO DE CASO: M. L. S., 52 anos, internada com quadro de icterícia e dor abdominal em hipocôndrio direito. Colecistectomia convencional aos 33 anos provavelmente por litíase. Previamente à internação havia realizado CPRE com colocação de protése, solicitada por médico assistente, sendo feito o diagnóstico provável de tumor de cabeça de pâncreas. Foi realizada ecoendoscopia e colangiorressonância que evidenciaram imagem compatível com dilatação cística da via biliar. Durante internação evoluiu com abscesso hepático, com boa evolução com tratamento conservador (antibioticoterapia de largo espectro). Após resolução do quadro infeccioso, foi submetida à ressecção da dilatação cística da via biliar principal e hepatico-jejunostomia em Y de Roux, posteriormente à confirmação per-operatória por colangiografia que mostrou também dilatação difusa das vias biliares intra-hepáticas, sendo a doença classificada como Todani IV A. Evoluiu no pós-operatório com fístula biliar de baixo débito. Recebeu alta em setembro de 2010 em boas condições para seguimento ambulatorial. Laudo histopatológico de peça cirúrgica não evidenciou lesão neoplásica. DISCUSSÃO: Os sintomas relacionados aos cistos das vias biliares ocorrem em aproximadamente 20% dos indivíduos adultos. Cólica abdominal e icterícia recorrente são as mais frequentes. A tríade clássica de sintomas, que consiste em dor abdominal, icterícia e massa palpável (rara em adultos) ocorre em menos de 20% do total dos pacientes, sendo que dois terços os pacientes apresentam 2 dos 3 sintomas. O primeiro passo para o diagnóstico consiste em métodos de imagem, sendo a ultrassonografia o método geralmente preconizado. A CPRE pode em muitos casos suspeitar do diagnóstico, permitir a passagem de prótese melhorando as condições do paciente para o tratamento cirúrgico, além avaliar a possivel relação anômala entre os ductos pancreatico-biliares. As imagens obtidas por colangiorressonância são consideradas o padrão-ouro para diagnóstico pre-operatório, com uma sensibilidade de 90-100%. CONCLUSÕES: A importância do diagnóstico precoce impede complicações inerentes à evolução da doença, tais como degeneração maligna, risco de obstrução biliar, colangite, ruptura espontânea ou traumática do cisto, cirrose biliar e hipertensão portal. O risco aumentado de colan36 giocarcinoma, com incidência estimada de 0,7% na primeira década a mais do que 14% após aos 20 anos, resulta provavelmente do refluxo e estase de enzimas pancreáticas e sais biliares, com inflamação crônica da mucosa e subseqüente degeneração maligna. O tratamento cirúrgico depende do tipo de dilatação cística encontrada, sendo a excisão, sempre que possível, o tratamento mais indicado. Palavras-chave: Cisto, colédoco, adulto. ESTUDO DE 167 CASOS DE COLEDOCOLITÍASE Guilherme Saraiva Haddad, Fernando Athayde Veloso Madureira, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Mohamed Chouky Kamar, Renato Manganelli Salomão INTRODUÇÃO: A coledocolitíase é uma das complicações mais frequentes da colecistite calculosa e, segundo a literatura tem incidência de 7-15% em pacientes submetidos a colecistectomia. OBJETIVO: Traçar um perfil epidemiológico dos pacientes portadores de coledocolitíase secundária operados na Clínica Cirúrgica A do HUGG, com análise dos resultados. MÉTODOS: Foi realizado o estudo retrospectivo de 167 casos de coledocolitíase associados a colecistite calculosa, os resultados foram analisados em banco de dados sendo estratificados quanto ao sexo, cor, idade, sinais e sintomas. RESULTADOS: A coledocolitíase foi a complicação mais freqüente em 2226 casos de colecistite calculosa analisados. O seu percentual foi 7,5%. Ocorreu com maior predominância no sexo feminino, em proporão de 3,5 : 1; ocorreu mais nos pacientes de cor branca (69,4%), a idade média foi 52,6%, sendo a média de idade no sexo feminino 50 anos e no masculino 61. Dentre os sinais e sintomas que podem levar a suspeição de coledolitíase, a história de icterícia estava presente em 71,2%, sendo seguida por história de colangite (19,1%) e pancreatite aguda (8,9%). Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados foram as colecistectomia associadas às anastomoses biliodigestivas, às esfincteroplastias e às coledocolitotomias. Ocorreram 26 casos de cálculos residuais no colédoco, sendo que 5 foram com conhecimento dos Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 cirurgiões, devido a gravidade dos casos. Ocorreram 6 óbitos decorrentes do tratamento cirúrgico, sendo a principal causa as fistulas e a pancreatite aguda pós operatória. CONCLUSÕES: A coledocolitíase é uma complicação freqüente da colecistite calculosa e quando não descoberta no pré ou pós operatório pode necessitar de cirurgias mais amplas. Palavras-chave: Coledocolitíase, estudo. DIVERTÍCULOS DO ESÔFAGO CERVICAL Vinícius Luderer Dias, Célio Cortinhas Filho, Célia Regina de Oliveira Garritano, Flávio Malcher de Oliveira, Mohamed Chouky Kamar INTRODUÇÃO: Histórico: - Ludlow (1767) primeira descrição- Zenker e Ziemssem (1878) 1ª classificação dos divertículos esofageanos. Características: O Divertículo de Zenker (DZ) ou Divertículo Faringo-esofágico é uma dilatação sacular que se projeta através da parede do esôfago, por meio de “pulso”, fazendo protusão da mucosa e submucosa através da junção faringo-esofágica, sendo assim um falso divertículo (preserva a muscular), sendo o mais comum do esôfago. Anatomia: O DZ é uma alteração adquirida, que cresce posteriormente à linha média da parede da faringe, fazendo protusão entre as fibras oblíquas do músculo constrictor inferior da faringe e as fibras transversas do músculo cricofaríngeo. Incidência: Raramente encontrado em crianças, tendo sua maior incidência em pacientes acima de 50 anos e maior freqüencia na 7ª década devida. É mais comum no sexo masculino. Etiologia: Incoordenação do músculo cricofaríngeo à deglutição, acarretando aumento da pressão no hipofaringe e consequente herniaçao da mucosa e submucosa através da falha existente entre os músculos cricofaríngeo e constrictor inferior da faringe (Espaço de Limer). Manifestações Clínicas:- Disfagia cervical progressiva (sensação de “bolo na garganta”);- Ruídos à deglutição;- Halitose;- Regurgitação de alimentos ingeridos e não digeridos, com odor fétido;- Tumoração cervical esquerda redutível através de compressão digital ou extensão do pescoço para facilitar a deglutição.Diagnóstico:- História clínica;- Exame físico;- Telerradiografia da região cervical “bolsa de ar”; - Esofagografia “protusão na faringe repleta de bário”.Diagnóstico Diferencial:Neoplasias malignas do terço superior do esôfago. MÉTODOS: Foram avaliados 8 pacientes com divertículos esofágicos atendidos no serviço de Cirurgia Geral do HUGG. RESULTADOS: Cerca de 7 pacientes pertenciam ao sexo Masculino (87,5%) e 1 ao sexo feminino. Etnia branca em 6 pacientes (75%), parda em 02 pacientes. Quanto à idade, mediana de 71 anos (extremos: 65-82 ). Manifestações clínicas encontradas: Disfagia alta em 8 pacientes (100%), massa cervical redutível: 08 (100%), ruídos a deglutição: 07 (87,5%), halitose acentuada: 06 (75%), regurgitação: 04 (50%). Métodos de Diagnóstico: Esofagograma - 100%, Endoscopia Digestiva Alta - 62,5%, Esofagomanometria - 50%. Tratamento realizado: a)Diverticulectomia com miotomia do músculo cricofaríngeo foi realizada em 6 pacientes - 75%. Complicações:2 fístulas esofágicas-tratadas conservadoramente. b) Diverticulectomia isolada:em 2 pacientes - 25%, com evolução pós-operatória sem anormalidades. CONCLUSÕES: Os divertículos do terço superior do esôfago tem maior incidencia nos indivíduos na7ª década e no sexo masculino. O tratamento cirúrgico de escolha é a diverticulectomia associada a miotomia do músculo cricofaringeo, a qual apresenta os menores percentuais de recidiva. O índice de complicações é baixo e de fácil resolução. Palavras-chave: Divertículos, esôfago, cervical. RESULTADO COMPARATIVO DAS RESSECÇÕES CÓLICAS DIREITA E ESQUERDA NA INFLUÊNCIA DO PROGNÓSTICO INTRA-OPERATÓRIO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Rafaela Correia da Silva, Luciana de Oliveira Fialho, Isabelle Beatriz Dolovale Silva, Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias, Vinícius Luderer Dias INTRODUÇÃO: O câncer de cólon junto ao câncer de reto representa o terceiro tipo de câncer mais comumente diagnosticado em ambos os sexos, com uma expectativa de 150.000 novos casos por ano nos EUA. Representa a segunda causa de 37 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 morte mais comum por câncer nos EUA (55.000 mortes/ano) e a quinta causa de óbito no Brasil. A incidência de neoplasia colorretal vêm aumentando nos últimos anos, ocorrendo predominantemente na população idosa, sendo incomum em menores de 40 anos, que representa uma taxa de 2,1 a 14,6% entre todos os cânceres colorretais. OBJETIVO: Analisar se a topografia da lesão influencia nos resultados de ressecabilidade no intra-operatório de pacientes submetidos à cirurgia em um hospital universitário do Rio de Janeiro. MÉTODOS: Foi realizado um estudo retrospectivo de pacientes consecutivos, através da análise de 176 prontuários, de pacientes operados de tumores colorretais, pela 60enfermaria de Cirurgia Geral e Aparelho digestivo do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, no período de 2000 a 2005. Foram divididos em tumores proximais ao ângulo esplênico - tumores de cólon direito - e distais ao ângulo, excluindo-se os tumores de reto - tumores de cólon esquerdo (Figura 1). Foram avaliados dados demográficos, epidemiológicos e ressecabilidade do tumor (R0 - ressecções curativas macroscopicamente) em intra-operatório. RESULTADOS: A mediana de idade dos pacientes foi de 63 anos, média de 62 anos. Em relação à raça, brancos representaram 121 pacientes (68%), negros 25 pacientes (21%) e pardos 31 pacientes (17%). O tipo histopatológico mais comum foi adenocarcinoma. As cirurgias R0 do cólon direito totalizaram 60, ao passo que aquelas do cólon esquerdo representaram número de 52, com p valor <0,05, o qual foi considerado estatisticamente significativo. CONCLUSÕES: Em nosso estudo não houve diferença estatisticamente significativa tanto da localização dos tumores como também no grau de ressecabilidade da lesão. Limitações do estudo: estudo retrospectivo, amostra pequena. Não houve conflito de interesses na elaboração do projeto. Palavras-chave: Ressecção, cólica, esquerda, direita, prognóstico, intra-operatório. FATORES DE CONVERSÃO EM 616 COLECISTECTOMIAS VIDEOLAPAROSCÓPICAS Guilherme Saraiva Haddad, Renato Manganelli Salomão, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Rafaela Correia da Silva, 38 Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias INTRODUÇÃO: A colecistectomia por via laparoscópica é a cirurgia de eleição para o tratamento da colelitíase, trazendo para o paciente menos dor no pós-operatório, menor tempo de internação hospitalar, retorno mais rápido as suas atividades habituais e melhora do padrão estético em relação a cirurgia convencional. No entanto a conversão para a cirurgia via laparotômica deve ser discutida com o paciente e segundo a literatura tem incidência em 5%. OBJETIVO: Apresentar a incidência e causas de conversão em 616 colecistectomias videolaparoscópicas realizadas em hospital universitário. MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo de 616 colecistectomias videolaparoscópica e análise dos fatores de conversão para colecistectomia videolaparoscópica em um Hospital Universitário. RESULTADOS: Foi realizado estudo retrospectivo das colecistectomias videolaparoscópicas e as suas causas de conversão para cirurgias abertas na Clínica Cirúrgica A do HUGG-UNIRIO. Resultados: Em 616 colecistectomias videolaparoscópicas foi necessária a conversão para cirurgia aberta em 30 pacientes (4,8%). As causas mais comuns foram as dificuldades técnicas (19 casos), seguidas por falha da aparelhagem. O mais freqüente dos empecilhos técnicos foi a não visualização do pedículo biliar (9), seguida das aderências que impediam a progressão dos trocateres e ou da câmera. As causas de conversão por falha da aparelhagem estavam relacionadas com o pneumoperitôneo, variando desde falhas no insuflador a problemas nos trocateres e perda exagerada do pneumoperitôneo. Em 2 casos houve necessidade da conversão por lesão da via biliar principal e em outros 2 devido a presença de câncer de vesícula biliar. A síndrome de Mirizzi foi causa em um caso. CONCLUSÕES: Diversos fatores, além da curva de aprendizado em um hospital universitário, são responsáveis por este porcentual (4,8%), que mesmo assim mantém-se dentro da faixa descrita na literatura. Palavras-chave: Fatores, conversão, colecistectomias, videolaparoscópicas. PÓLIPOS DA VESÍCULA BILIAR Eduardo Andrade Dias Coutinho de Souza, Ricardo Lemos Cotta Pereira, Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 Rodrigo Cesar Pinto, Ricardo Antonio Correia Lima, Rafaela Correia da Silva INTRODUÇÃO: Lesões polipóides da vesícula biliar estão presentes em 3 a 7% dos pacientes que realizam ultrassonografia das vias biliares (figura 1) e em 2 a 12% dos pacientes submetidos a colecistectomia. Podem ser classificadas em lesões benignas (pólipos de colesterol ou adenomas) ou malignas (adenocarcinoma). Destes, os pólipos de colesterol são os mais frequentes. OBJETIVO: Traçar um perfil epidemiológico dos pacientes portadores pólipos da vesícula biliar. MÉTODOS: Foram analisados 18 pacientes portadores de pólipos da vesícula biliar, operados na Clínica Cirúgica “A” do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, quanto a idade, sexo, cor, fatores predisponentes. RESULTADOS: A incidência foi maior no sexo feminino, com 13 casos (72%), com relação 2,6 : 1. A idade média situou-se em 42,7 anos, sendo no sexo feminino a média de 42,5 e no masculino 56,2 anos. Ocorreu com maior frequência na cor branca. A dor foi a principal queixa, presente em 17 pacientes (94,4%), seguido de náuseas/vômitos em 15 pacientes (83,3%). Um paciente era assintomático e o diagnóstico foi incidental durante ultrassonografia de rotina ginecológica. A análise histopatólogica (gráfico 1) demonstrou que 12 (75,1%) eram pólipos de colesterol; 3 (18,7%) eram adenomas e 1 era do tipo inflamatório. Nenhum dos pólipos apresentava degeneração maligna. O tratamento realizado foi a colecistectomia e não houve necessidades de procedimentos cirúrgicos complementares. Todos os pólipos tinham diâmetro superior a 1,2 cm. CONCLUSÕES: Os pólipos de vesícula biliar são entidades incomuns e devem ser avaliados quanto aos seus aspectos ultrassonográficos e clínicos - pelo risco de malignidade - entre eles: idade acima de 60 anos, coexistência de cálculos biliares, tamanho do pólipo acima de 10mm e crescimento do pólipo. Pacientes sintomáticos ou com fatores de risco devem ser submetidos à colecistectomia eletiva, enquanto pacientes assintomáticos e com pólipos menores de 10mm podem ser acompanhados com ultrassonografia periódica. Palavras-chave: Pólipo, vesícula biliar. CARCINOMA NEUROENDÓCRINO AMPULAR: RELATO DE CASO Eduardo Andrade Dias Coutinho de Souza, José Calos Peri Vidal Alvarez, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias, Rodrigo César Pinto INTRODUÇÃO: O carcinoma neuroendócrino ampular é uma doença rara, sendo o adenocarcinoma o tipo histológico mais comum, presente em mais de 90% dos casos. Os tumores neuroendócrinos correspondem a aproximadamente 2% dos tumores de papila. A sintomatologia não difere de outros tumores periampulares, sendo a icterícia obstrutiva o principal dos sintomas. O diagnóstico se faz através de história clínica e exame físico, endoscopia digestiva alta e exames de imagem. O tratamento padrão é a ressecção cirúrgica, através da gastroduodenopancreatectomia. OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente de 72 anos, do sexo feminino, com carcinoma neuroendócrino ampular, submetida à gastroduodenopancreatectomia. Discutir a incidência deste tumor, a sintomatologia, os métodos diagnósticos e o tratamento empregado. RELATO DE CASO: M.A.R, sexo feminino, 72 anos, apresentou icterícia associada a episódio febril em janeiro de 2011, tendo procurado assistência médica. Durante a investigação realizou endoscopia digestiva alta, que demonstrou lesão vegetante de contornos irregulares e bordos definidos na papila de Vater, sugerindo tumor de papila. Resultado histopatológico evidenciou tratar-se de carcinoma neuroendócrino, moderadamente diferenciado e infiltrante. Em fevereiro de 2011 foi internada na Clínica Cirúrgica A do HUGG, sendo submetida à gastroduodenopancreatectomia com reconstrução em alça dupla. Evoluiu com evisceração no 11º dia de pós-operatório, sendo realizada ressutura da parede abdominal; perfuração de alça de delgado (alça pancreática) no 18° dia de pós-operatório, sendo submetida à enterectomia e êntero-ênteroanastomose e gastroparesia. Recebeu alta hospitalar no 46º de pós-operatório, em bom estado geral e com boa aceitação da dieta. O resultado histopatológico demonstrou lesão irregular, elevada, medindo 1,5cm x 1,0cm, evidenciando carcinoma neuroendócrino ampular bem diferenciado (pT2, pN0, pMx), com estudo imunohistoquímico positivo para ceratina pool, 39 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 cromogranina e sinaptofisina. DISCUSSÃO: Tumores neuroendócrinos de papila são raros. O tipo histológico mais comum é o adenocarcinoma, presente em mais de 90% dos tumores de papila. A icterícia é o sintoma mais frequente podendo ser flutuante. O USG endoscópico é o método de maior sensibilidade para diagnóstico e estadiamento, capaz de identificar lesões de menos de 1cm e possui a vantagem de poder realizar biópsia da lesão, assim como avaliar o comprometimento . A RNM magnética é o melhor método não invasivo atualmente disponível. A confirmação diagnóstica do tumor neuroendócrino é realizado a partir de marcadores imunohistoquímicos, entre eles a sinaptofisina - uma glicoproteína expressa em tumores indiferenciados – e a cromogranina, que possui a função de regular a formação de grânulos secretórios no citoplasma das células neuroendócrinas. Está aumentada independente da localização do tumor, sendo um marcador sensível e especifico. A ressecção cirúrgica é a modalidade primária de tratamento, através da pancreaticoduodenectomia (Whipple), com altos índices de cura quando uma ressecção R0 é atingida. As complicações pós-operatórias mais comuns são a fístula pancreática (12%), infecção da ferida operatória (7-11%) e gastroparesia (7-18%). Outras complicações incluem abscesso intracavitário, evisceração e fístula biliar. CONCLUSÕES: A sobrevida no pós-operatório depende de vários fatores como a extensão da doença, invasão vascular e perineural, diferenciação histológica e margens cirúrgicas livres. A quimioterapia e a radioterapia adjuvante ainda não possuem protocolos bem estabelecidos nos tumores ampulares. Palavras-chave: Carcinoma, neuroendócrino, papila. ABSCESSO PANCREÁTICO DE APRESENTAÇÃO ATÍPICA: RELATO DE CASO Guilherme Saraiva Haddad, Vinícius Luderer Dias, Eduardo Andrade Coutinho de Souza, José Carlos Perri Vidal Alvarez, Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias INTRODUÇÃO: O abscesso pancreático é uma complicação tardia da pancreatite aguda necrotizante ou do trauma pancreático, definido como 40 uma coleção de pus circunscrita, contendo pouco ou nenhum tecido pancreático necrótico. Constitui de 1 a 9% das complicações da pancreatite, e a taxa de mortalidade associada varia de 14 a 80%. A sintomatologia mais freqüente envolve dor abdominal e febre com calafrios e o diagnóstico se faz através de história clinica e exame físico, exames de imagem, culturas sanguíneas e da secreção do abscesso. O tratamento baseia-se na drenagem do abscesso, desbridamento se necessário, associados a antibioticoterapia e medidas de suporte clínico. OBJETIVO: Relatar um caso de abscesso pancreático extenso de apresentação atípica. Discutir os métodos diagnósticos empregados, a apresentação clínica habitual, apresentar as diferentes formas de tratamento e suas indicações, bem como complicações mais comuns. RELATO DE CASO: A.J.S., sexo masculino, 36 anos, etilista crônico, internado com hematúria macroscópica, dor abdominal e tomografia computadorizada (TC) de abdome e pelve demonstrando coleção retroperitoneal extensa à esquerda, menor à direita e peripancreática. Evoluiu com fleimão em região lombar esquerda e dispnéia leve. Submetido à punção da região afetada, apresentou drenagem de grande volume de secreção purulenta, com amilase de 7.936 e cultura positiva para E.coli. Tratado através de drenagem local com Foley, evoluiu com sepse grave. Foi submetido à lombotomia esquerda com inserção de drenos tubulares, permanecendo no CTI por 9 dias. Após, foi reabordado com lavagens e diminuição do número de drenos. Passado 13 dias, nova TC de controle evidenciou a permanência dos abscessos, confirmada por punção. Foi submetido à laparotomia exploradora, com ampla drenagem retroperitoneal. Obteve melhora clínica, sendo submetido a wirsungrafia com identificação de fístula pancreática (Figura 3), tratada com inserção de prótese. Apresentou boa evolução, com resolução da fístula e recebeu alta hospitalar. DISCUSSÃO: O abscesso pancreático (AP) se forma através de vários mecanismos: Formação de parede fibrosa ao redor das coleções fluidas, úlcera péptica terebrando para o pâncreas e infecção secundária de pseudocistos. A probabilidade de surgimento do AP aumenta progressivamente de acordo com a classificação tomográfica de Balthazar (classificação E = 57%). A apresentação clínica mais frequente é de uma pancreatite já diagnosticada com curso prolongado inesperado, Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 febre, instabilidade hemodinâmica, falha ao tratamento medicamentoso ou, a presença de coleções fluidas à TC de abdome, que permanece com primeira escolha para o diagnóstico. O diagnóstico só pode ser fechado caso haja presença de flora bacteriana ou fungica no aspirado da coleção. E. coli, Klebsiella p., Enterococcus f., Stafilococcus a., Pseudomonas a., Proteus e Etreptococcus são os germes mais comumente isolados nas culturas. O tratamento visa a remoção completa do abscesso através de drenagem, sendo que a laparotomia ainda é o método mais eficaz. Drenagem guiada por TC ou USG endoscópico com drenagem transgástrica tem papel importante nos pacientes que não são capazes de tolerar um procedimento aberto em casos selecionados. Suporte clínico e nutricional associados a antibioticoterapia guiada por cultura compõem o tratamento adjuvante. As complicações mais comuns compreendem fístula pancreática, pancreatite recorrente, obstrução intestinal e sepse. Palavras-chave: Abscesso, pâncreas, evolução, atípica. TUMOR NEUROENDÓCRINO DE LOCALIZAÇÃO ATÍPICA José Antonio Dias da Cunha e Silva, Marcus Vinícius Motta Valadão da Silva, Eberhart Portocarrero Gross, Ricardo Antonio Correia Lima, Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias INTRODUÇÃO: Os tumores carcinóides são derivados das células enterocromafins (células de Kulchitsky), que são células neuroendócrinas do intestino. A prevalência estimada para os tumores carcinóides é de 1 a 2 casos por 100.000 pessoas, contribuindo com apenas 0,5% de todos tumores malignos. Atualmente, o termo carcinóide vem sendo desencorajado e passando a ser mencionados como Tumores Neuroendócrinos. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente assintomático, com Carcinoma Neuroendócrino, de localização atípica, bem diferenciado, de fossa obturadora esquerda, abordando aspectos relacionados ao diagnóstico e manejo terapêutico. RELATO DE CASO: V.C.M., sexo masculino, 52 anos, portador de gota e IRC em terapia dialítica três vezes por semana, assintomático quando em novembro de 2008, em consulta urológica de rotina, constatou-se massa anômala em região pélvica ao toque retal. Foi solicitada tomografia computadorizada (TC) de abdome e pelve, a qual revelou formação expansiva com densidade heterogênea de partes moles, de limites definidos e contorno regular, medindo 9,1 x 7,2 cm, localizada em região pré-sacral esquerda, rechaçando o cólon sigmóide contralateralmente.. Submetido à cirurgia no início de 2009, sendo ressecada a tumoração, que se encontrava na fossa obturadora esquerda, abaulava e invadia vasos ilíacos internos esquerdos, sendo necessária a ressecção da artéria ilíaca interna em bloco com a massa tumoral. A avaliação histopatológica da peça cirúrgica revelou carcinoma neuroendócrino bem diferenciado (perfil imunohistoquímico: pancitoqueratina AE1/AE3 e cromogranina positivo em grupos celulares; proteína S100 e sinaptofisina positivo em células isoladas, CK7 e CK20 negativo; anticorpo Ki67 Biocare com índice de proliferação celular de 5% na área de maior intensidade proliferativa). O paciente evoluiu bem no pós-operatório e no acompanhamento ambulatorial, em novembro de 2009, TC de rotina exibiu linfonodos intercavo-aórtico pouco aumentados. Por volta de junho de 2010, queixando-se de dor lombar, um novo exame tomográfico, foi realizado e evidenciou linfonodos retroperitoneais aumentados e dois nódulos hepáticos hipercaptantes compatíveis com metástase, além de imagem suspeita de recidiva tumoral na fossa obturadora esquerda. O paciente se encontrava assintomático, sem sinais de síndrome carcinóide. Foi solicitado então cintilografia de corpo inteiro com Octreoscan que mostrou captação apenas nas lesões hepática. A dosagem de cromogranina foi de 218 ng/ml (valor de referência normal: até 15 ng/ml). Foi programada nova intervenção cirúrgica. No pré-operatório o paciente realizou a terapia dialítica habitual e foi preparado em 7 dias com octreotide 0,1 mg SC 8/8h. Em outubro de 2010, no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, o paciente foi submetido à cirurgia que evidenciou as duas lesões hepáticas, sendo realizada a ressecção não anatômica das lesões hepáticas (segmentos V e VI). A exploração da fossa obturadora e do retroperitôneo não evidenciaram recidiva tumoral. O pós-operatório transcorreu sem nenhuma intercorrência, tendo alta hospitalar no quarto dia. No momento, o paciente encontra-se em bom estado geral, assintomático, em acompanhamento ambulatorial. CONCLUSÕES: Trata-se de uma doença com 41 Cad Bras Med XXIV (Especial): 1-40, 2011 diagnóstico pouco freqüente, sobretudo quando presente em localizações atípicas, portanto a importância de sempre pensar no tumor neuroendócrino como diagnóstico diferencial. O paciente teve alta hospitalar em bom estado geral e continua em acompanhamento ambulatorial regular. Palavras-chave: Tumor, neuroendócrino, localização, atípica. ESTUDO RETROSPECTIVO DAS CIRURGIAS COLORRETAIS DA CLÍNICA CIRÚRGICA A DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFFRÉE E GUINLE Rafaela Correia da Silva, Luciana de Oliveira Fialho, José Antonio Dias da Cunha e Silva, Antônio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias, Isabelle Beatriz Dolovale Silva INTRODUÇÃO: O câncer colorretal é uma das neoplasias mais freqüentes na população adulta mundial. Dentre as neoplasias do trato gastrointestinal é a segunda em prevalência e mortalidade. É a terceira causa de morte por câncer no Brasil e é responsável por mais de 570.000 casos novos por ano no mundo. OBJETIVO: Analisar dados demográficos e cirúrgicos de cirurgias colorretais realizadas em uma enfermaria de Cirurgia Geral do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo de pacientes consecutivos que foram submetidos à Cirurgia Colorretal, na 60 enfermaria de Cirurgia Geral e Aparelho Digestivo, do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle. Foram avaliados 200 prontuários, estando disponíveis para análise 176. Foram analisados dados demográficos, 42 queixa principal do doente, necessidade de hemotransfusão na internação, localização da lesão, tipo de cirurgia, tempo de internação pós-operatório, tipo histológico, média de linfonodos ressecados e principais complicações pós- operatórias. RESULTADOS: Quanto a manifestações clínicas, 114 pacientes apresentaram anemia (56%), 94 pacientes com hematoquezia (53%), 20 pacientes com muco nas fezes (11%), 108 pacientes com dor abdominal ou retal (61%), 15 pacientes apresentaram tenesmo (8,5%), 109 pacientes com perda ponderal (61%) e 54 pacientes apresentaram massa palpável (30%). Os tumores localizavam-se em 26% no cólon sigmóide (n=46), 23,8% no cólon ascendente (n=42), 18,7% no reto superior (n=33), 12,5% no reto inferior (n=22), 7,3% no ceco (n=13), 6,8% no cólon esquerdo (n=12), 3,9% no cólon transverso (n=7), 0,5% no apêndice (n=1), 0,5% no canal anal (n=1). O tipo histológico encontrado de maior prevalência foi o adenocarcinoma, seguido do carcinoma epidermóide, cloacogênico e carcinóide. Foram realizadas 46 ileocolectomias direitas (26,1%), 36 sigmoidectomias (20,4%), 30 ressecções anteriores de reto (17%), 22 colectomias esquerdas (12,5%), 13 ressecções abdomino-perineais (7,3%),10 laparotomias exploradoras (5,6%), 9 colectomias totais (5,1%), 7 transversectomias (3,9%), 3 protocolectomias com ileostomias (1,7%). CONCLUSÕES: Em um serviço de Cirurgia Geral e Aparelho Digestivo de um hospital universitário concluímos que nossa amostra está compatível com os dados de recentes últimos estudos analíticos descritivos. Não houve conflito de interesse. As limitações de nosso estudo foram o n (número de prontuários avaliados) e estudo da história familiar de câncer destes doentes. Palavras-chave: Estudo, retrospectivo, câncer, cólon.