MOVIMENTO ESTUDANTIL
A UBES nasceu há 67 anos. Protagonizou até aqui as lutas mais justas da juventude. Seja por
uma educação pública gratuita e de qualidade, seja por um Brasil justo e soberano, é a partir da
UBES que os estudantes secundaristas se organizam, ocupando as ruas e, imbuídos de coragem
e ousadia, mudam o curso da História.
Foi assim na Revolta dos Bondes, no enfrentamento à ditadura militar que colocou todas
as organizações estudantis na clandestinidade — inclusive os grêmios estudantis —, na
redemocratização do Brasil, no “Fora Collor” e no enfrentamento à política neoliberal que faliu o
país na década de 90. Foi essa luta que garantiu o início de um novo ciclo conduzido por forças
progressistas, diminuindo as desigualdades sociais e dando passos significativos rumo a uma
educação de qualidade.
Chegamos até aqui trazendo na bagagem a responsabilidade de escrever as páginas de nossa
história. Crescemos sob outra perspectiva de futuro a partir da conquista de mais direitos. E por
isso queremos mais! Ocupamos as ruas em junho de 2013 não só para barrar o aumento da tarifa,
mas para exigir maior qualidade do serviço público e mais democracia.
Estamos no caminho certo: conquistamos muitos avanços para a juventude e para os estudantes.
Tivemos nesse último período grandes vitórias que ficarão gravadas na história do povo brasileiro.
Aprovamos o Plano Nacional de Educação (PNE) com a destinação 10% do PIB para a educação,
75% dos royalties do Pré-Sal e 50% do fundo social do Pré-Sal para a educação, garantindo a criação
de mais escolas e a ampliação da rede do ensino técnico brasileiro, trazendo novas perspectivas de
vida para os estudantes dos mais diversos estados e regiões do nosso país.
Também conquistamos a aprovação do Estatuto da Juventude, que além de fazer um grande
debate sobre a os jovens brasileiros, pela primeira vez a Constituição reconhece a juventude como
cidadã, culminando também na aprovação da meia-entrada nos ingressos em eventos culturais e
esportivos, como cinema, teatro e shows para todos os estudantes. Conquistamos ainda com muita
luta dos movimentos sociais a aprovação da lei 10.639/03, que rege a obrigatoriedade do ensino da
historia afro-brasileira na grade curricular.
Entretanto, devemos lutar pela garantia da aplicação e efetivação integral dessas conquistas
para além do papel. Para isso precisamos fortalecer a rede do movimento estudantil juntamente
com todos os movimentos sociais pela democracia dentro das instituições de ensino. O novo PNE
na sua meta 19 prevê a gestão democrática, por isso, para cada escola, um grêmio! Para cada
problema nas escolas, mais democracia! No ano marcado pela comemoração dos 30 anos da
Lei do Grêmio Livre (7398/1985), que garante a total liberdade de organização dos estudantes
dentro das escolas, os grêmios estudantis precisam de uma vida dinâmica e ativa, participando
cotidianamente das decisões da escolar.
As gestões escolares devem ser compartilhadas com a comunidade escolar. Diretor não pode
ser ditador!
As salas de aula e escolas do nosso país ainda tem uma característica de escola conservadora e
patriarcal que se reproduz através do machismo, racismo e LGBTfobia, levando vários estudantes
à desistência dos estudos por falta de mais espaços de debates que combatam as opressões
reproduzidas dentro das escolas.
Entendemos que para alcançar a real liberdade e a escola dos nossos sonhos é preciso manter
ativo e frequente os fóruns de deliberações dentro e fora das escolas como o fortalecimento dos
grêmios estudantis, conselhos escolares e a realização de congressos estudantis para debater
questões fundamentais para conquistarmos uma escola cada vez mais plural, emancipadora e
democrática.
O próximo período será marcado por muita luta. É muito importante acamparmos uma grande
batalha em todo o país pela ampliação do ensino técnico com mais estágios, bolsas de pesquisa
e bandejão, lutar pela criação do passe livre estudantil em todos os estados e cidades do Brasil,
assim como no Rio de Janeiro e Pernambuco. Essas são medidas mínimas para garantir o acesso
à educação. A juventude deve lutar por mais assistência!
Vem chegando mais um Congresso Nacional da UBES, onde as lutas e os desafios se renovam.
Nesses últimos dois anos as lutas foram muitas e as vitórias também, mas queremos mais e vamos
tomar as ruas de cada lugar desse país para ter a escola dos nossos sonho. É nesse fórum de
debate da entidade que precisamos estar prontos para debater e avançar nas mudanças.
Com destaque para o combate à violência, em especial às violências cometidas contra as
mulheres, sendo que as mulheres negras sofrem duplamente as opressões racistas e machistas
da sociedade. A violência nunca foi boa e jamais será para a juventude brasileira.
É importante ressaltar isso principalmente em espaços de representação tão importante quanto
a UBES. Para termos uma entidade cada vez mais forte é preciso que cada estudante esteja pronto
para a luta de ideias. Aqui não têm lugar para a violência e nem para o machismo!
#MaisAmor #NãoÀViolência
CONVOCAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL DA UBES: #TODOSABRASÍLIA
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas cumpriu e ainda cumpre um papel fundamental
na política brasileira ao representar uma base social com mais de 50 milhões de estudantes. Temos
uma história construída nas ruas, sempre conquistando vitórias que valem muito para o povo
brasileiro.
Nesse atual momento acreditamos que temos mais um papel fundamental em defesa democracia
e do povo brasileiro ao defender os direitos da juventude e dos trabalhadores, em defesa da
democracia e por mais liberdade. Por isso estamos construindo o 41º Congresso Nacional da
UBES, que têm como objetivos eleger a sua nova diretoria e fazer grandes debates sobre nossas
bandeiras de lutas do biênio que entrará a nova gestão.
Defendemos:
- Convocação do Encontro Nacional de Grêmios da UBES
- I Encontro LGBT
- I Encontro de Negras e Negros da UBES
- Campanha nacional de grêmios da UBES: “Em cada escola um grêmio!”
UNIÃO BRASILEIRA DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS
São Paulo, 06 de Setembro de 2015.
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