4CIDADES
A GAZETA
SÁBADO, 1º DE AGOSTO DE 2015
REPORTAGEM ESPECIAL
CAMPUS DE GOIABEIRAS
Universidade é vigiada
por mais de 700 câmeras
FERNANDO MADEIRA
Número supera dobro
do total de câmeras
previsto para ser
instalado em Vitória
Pena é maior
para crimes
em escolas
ALEXANDRE LEMOS
[email protected]
As imagens que vão contribuir com a operação
contra o tráfico de drogas,
da Delegacia de Tóxicos e
Entorpecentes (Deten),
na Universidade Federal
do Espírito Santo (Ufes)
são geradas pelas 716 câmeras de videomonitoramento instaladas no campus de Goiabeiras.
O número representa
maisdoqueodobrodascâmeras prevista para Vitória. Até o final deste ano a
Capital vai contar com 327
equipamentos, segundo
informações do secretário
de Defesa Urbana, Frônzio
Calheira em entrevista para A GAZETA há um mês.
O chefe de gabinete da
Reitoria da Ufes, professor
Edebrande Cavalieri, conta
que além das câmeras, a
Ufes conta com um setor de
vigilância.“Sãofuncionários
efetivos e terceirizados que
trabalham desarmados, e
que acionam a polícia quando percebem situações que
possam representar qualquer risco de vida”, conta.
MITO
Cavalieri desmistifica o
fatodequeaspolíciascivile
militar não podem agir
dentro da universidade. “É
um mito. A universidade
faz parte de uma cidade e
não élugarde neutralidade
para bandidos. Vamos coo-
Central de videomonitoramento da Ufes: mais de 20 telas mostram as imagens da universidade
DE OLHO
716
câmeras
Vigiam o campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo.
perar com a operação no
sentido de preservar o direito de ir e vir dos frequentadores da Ufes”, disse.
“Há também atuação
da Polícia Federal sempre
que acionada, na segurança patrimonial”, acrescenta o chefe de gabinete.
Em toda a universidade
atuam 57 vigilantes na segurança dos campi. Destes,
12 são efetivos e 45 trabalhadores terceirizados. Eles
ficam divididos da seguinte
forma: 25 em Goiabeiras; 5
em Maruípe; oito no Hospital Universitário; sete em
SãoMateus;10emAlegre;e
dois em Aracruz.
Há também veículos
que auxiliam o trabalho
dos vigilantes ao fazerem
rondas diárias na Universidade. A quantidade de
câmeras nos outros quatro
campi da Ufes não foi informada, bem como os
gastos com o aparato de
segurança da instituição.
Universitário preso com haxixe
O universitário Guilherme Freire, 23 anos,
foi preso na madrugada
de ontem com sete buchas de haxixe na rua Hugo Viola – próximo à rua
da Lama –, em Jardim da
Penha, Vitória.
Os policiais faziam um
patrulhamento de rotina
quando abordaram um
Sandero branco parado
em local suspeito, onde
estavam Guilherme e a
namorada.
No celular do universitário a polícia encontrou
diversas mensagens de
pessoas cobrando a entrega da droga.
Ao ser detido, o estudante ainda tentou subornar os policiais, oferecendo R$ 10 mil. A
mulher que acompanhava o suspeito foi em casa
buscar o dinheiro e,
quando ela voltou, a policia deu voz de prisão
aos dois.
O universitário, a namorada, a droga e o dinheiro foram levados
para o DPJ de Vitória.
Guilherme Freire foi autuado por tráfico e corrupção ativa.
A namorada dele foi liberada após o jovem afirmar que ela não tinha envolvimento com a droga.
Em depoimento à Polícia
Civil, ela contou que não
sabia que o namorado
traficava.
SEGURANÇA
t
Somente no campus de
Goiabeiras da universidade,
716 câmeras fazem o
monitoramento de todo o
território. Os outros campi,
também contam com
câmeras, mas a
quantidade não foi
informada.
t
câmeras. O espaço
funciona 24 horas.
Câmeras
Videomonitoramento
Setor
Vigilância
No campus de Goiabeiras
há um setor de vigilância,
localizado em ponto
estratégico, que reúne as
imagens das 716
t
Vigilantes
Efetivo e terceirizado
57 vigilantes fazem a
segurança dos campi da
Ufes. São 12 efetivos e 45
terceirizados. Divididos da
seguinte forma:
Goiabeiras, 25; Maruípe,
5; Hospital Universitário,
8; São Mateus, 7; Alegre,
10; Aracruz, 2. Eles
trabalham desarmados e
acionam a polícia quando
deparam com situações
estranhas e que podem
trazer riscos de vida.
A pena estabelecida pela
Lei de Políticas Públicas sobre Drogas para o crime de
tráfico é de reclusão de 5 a
15 anos. Porém ela pode
chegar a até 25 anos caso o
flagrante aconteça em
qualquer instituição de ensino ou nas proximidades.
“Caso a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos de ensino, hospitalares, prisionais
e alguns outros, a pena pode ser aumentada”, garante o delegado da Delegacia
de Tóxicos e Entorpecentes, Wellington Lugão.
O delegado lembra que
o crime de tráfico de drogas é inafiançável e imprescritível. “A pessoa flagrada vai direto para a cadeia”, disse.
“Já quando é apenas
usuário, ele é levado à delegacia, assina um termo
circunstanciado, e é liberado”, acrescenta o delegado da Deten.
PARTICULARES
Lugão acredita que o
tráfico de drogas não
acontece apenas na universidade pública. “Nas
particulares deve acontecer, mas há menos denúncias, por ser marketing
muito negativo para as
instituições. É mais difícil
de chegar até nós”, disse.
IARA DINIZ
Guilherme Freire, 23 anos, foi preso com dinheiro e sete buchas de haxixe
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Universidade é vigiada por mais de 700 câmeras