vertical Por Luiz Gastão Bolonhez fotos DIVULGAÇÃO 18/19 Malbec chileno A garrafa do ícone e videiras antigas de Malbec Apostando em uma uva que faz enorme sucesso na vizinha Argentina, a Viu Manent, do Chile, criou um vinho ícone, que brilha entre os melhores do mundo o s vinhedos de San Carlos, particularmente o quartel número 4; e o de El Olivar, a parcela número 20, guardam solos especiais, de fertilidade média para baixa, graníticos e pouco profundos. São desses dois terroirs especiais, localizados no rico Valle de Colchagua, no Chile, que saem as uvas Malbec que vão dar origem ao Viu 1, vinho top da Vinícola Viu Manent, um dos tintos mais prestigiados do país. As uvas são colhidas por meio de seleção de cachos, passam por outra triagem quando chegam à vinícola, são desengaçadas, partem para uma maceração a frio para concentrar aromas e sabores, seguem para a fermentação alcoólica e, em seguida, são colocadas em barricas de carvalho para a fermentação malolática. São todos esses cuidados que ajudam na criação desse tinto potente, encorpado e elegante, uma verdadeira joia da enologia. Antes de chegar ao mercado, o precioso líquido ainda envelhece por 22 meses, em média, nos melhores carvalhos franceses. Prazeres da Mesa participou de uma degustação inédita de todas as safras do Viu 1 e traz todas as impressões de cada um deles, maneira única de aferir seu potencial de envelhecimento. Os vinhos são importados pela Hannover, sendo que a safra 2010 (não entrou nesta prova) também está disponível para compra e custa 450 reais. Viu 1 1999 O primeiro Viu 1 lançado é muito agradável e comprova a capacidade de evolução de um grande vinho. Elaborado a partir de 90% Malbec com o restante de Cabernet Sauvignon. De todos os Viu 1 degustados na vertical, esse é o que mais se aproxima dos vinhos de Cahors, a região francesa onde temos a maior presença da uva Malbec. Os Cahors são sempre mais rústicos e, de fato, não têm quase nada a ver com os Malbec argentinos, sempre com aquela marmelada de fruta muito presente, que às vezes é enjoativa. Esse exemplar tem a marca de nosso continente, sem deixar de ter aquele toque mais autêntico da casta. A rusticidade é uma qualidade, pois está na medida certa. A fruta presente está muito bem postada no conjunto. A madeira está presente, em um tinto delicioso e surpreendente. Está pronto, mas estará íntegro por mais cinco ou seis anos. Não disponível. 93 pontos Viu 1 2001 É interessante poder degustar o mesmo vinho de safras distintas. No caso do Viu 1 2001, se comparado com o 1999, qualquer mortal poderia dizer que não é o mesmo vinho. São muito diferentes, mesmo sendo elaborados com o mesmíssimo blend de seu irmão mais velho, o Viu 1 1999 (90% Malbec com 10% de Cabernet Sauvignon). A madeira está muito mais marcada. Um tinto fechado que demorou muito para abrir os aromas. A fruta está de certa forma escondida no excesso de madeira. Encorpado, firme e com muita estrutura. Foi melhorando com o passar do tempo e, por isso, recomenda-se decantá-lo. Não disponível. 89 pontos Viu 1 2003 Com a mesma composição, 90% Malbec e 10% Cabernet Sauvignon. Um tinto guloso, apesar de seus 14,8 graus de álcool apresentar a fruta muito bem situada no conjunto, com a madeira também equilibrada. O buquê é complementado por um delicioso conjunto de canela, tostados, alcaçuz e especiarias. Uma delícia de conjunto aromático, pois prima pelo equilíbrio. O volume em boca é marcado pela fruta, boa acidez, vivacidade e personalidade. Delicioso e com estrutura para continuar melhorando por mais cinco anos. Não disponível. 91 pontos Viu 1 2007 Muito escuro e denso. Tinto elaborado sempre com predominância de Malbec. Blend composto por 94% Malbec (vinhas de 70 anos do bloco 4 da Viña San Carlos) e 6% de Petit Verdot. Muito perfumado, com fruta abundante (cerejas, cassis, mirtilos) entrelaçada com madeira (estagia por 22 meses em barricas de carvalho – 98% francês e 2% americano), tons de baunilha, alcaçuz e leves tons herbáceos e de especiarias. Na boca, é de excelente volume com a fruta presente e bom vigor. Taninos bem formados. Final de boca guloso, um grande Malbec, que pode encarar qualquer vinho do mundo à base dessa casta. Degustado também em 2011, evoluiu muito bem desde então. Suculento hoje e com estrutura para continuar evoluindo por mais quatro ou cinco anos. RS$ 450. 93 pontos Viu 1 2009 O menos marcante de toda a vertical. Talvez precise de mais tempo em garrafa. Esse Malbec puro (100%) apresenta linda cor rubi intenso com notas de frutas vermelhas mais marcantes que as negras, seguidas de toques de carvalho, tons defumados (essas duas últimas características são provenientes de estágio por 20 meses em carvalho francês (francês, 98%, e americano, 2%), e uma nuance mineral. Boca muito equilibrada, sem exageros. Um bom e “estiloso” tinto. RS$ 450. 88 pontos Viu 1 2011 Esse vai dar o que falar. Sensacional e delicioso nos aromas, pode ser considerado entre os cinco mais espetaculares Malbec do mundo. A briga pelo melhor Viu 1 dessa vertical teve por base os extremos. De um lado, o Viu 1 1999 de “estilo Velho Mundo” e, esse 2011, mais próximo do mix de um bom Cahors com um Malbec de nosso continente. Repleto de frutas negras e vermelhas maduras entrelaçadas a um bom carvalho (amadureceu 16 meses em barricas novas de carvalho francês), a toques lácteos, especiarias, nuances florais (violetas) e nota mineral deliciosa. Impressionante, embora jovem. Mais uns anos de garrafa vão lhe fazer bem. Obra de arte da safra 2011, no Chile. Vai Melhorar nos próximos anos. Deixaria na adega por mais dois anos e depois degustaria uma garrafa por ano nos próximos 12 anos. Não disponível. 93 pontos