1 Lição 4. 25 de outubro de 2015 A queda da Raça Humana Esta foi, e continua sendo a maior tragédia de toda humanidade. Todas as demais tragédias, a morte, as doenças, a fome e a miséria, os conflitos, as guerras, enfim, tudo que nos causa dor e tristeza, teve sua origem na queda da raça humana. Deus criou o homem perfeito, mas ele buscou muitas invenções ( Ec.7:29). Todas as coisas foram criadas pela Palavra de Deus. O homem, Ele o fez com as Suas mãos(Gn.2: 26, 27; Jó.10:8). Deus honrou o homem, fazendoo à Sua imagem conforme a Sua semelhança. A única criatura criada por Deus à Sua imagem e semelhança é o homem. Essa posição honrosa que Deus deu ao homem causou inveja ao diabo; porque quando ele quis ser semelhante ao Criador, ele perdeu a sua posição e foi derribado (Is.14:13–15). Deus plantou um jardim no Édem, especialmente para colocar nele o homem que criara(Gn.2:8). Deus o cercou de conforto e bem-estar, entregou em suas mãos o governo desse mundo (Gn.1:28). O homem tinha plenas condições de ser eternamente feliz, de ter plena comunhão com o Criador e com seus semelhantes. Adão não conhecia o mal, nem tinha necessidade de conhecer. Adão era inocente. Inocência não significa falta de inteligência, significa apenas desconhecimento do mal; o conhecimento do supremo bem, o Eterno Criador, satisfaz plenamente a alma humana. Deus permitiu que o homem fosse provado. Deus não quer que ninguém O sirva automaticamente. Deus aceita que O sirvamos espontaneamente, que decidamos servi-l’O. Deus poderia impedir que Satanás, incorporado na serpente, entrasse no habitat do homem para enganar a Eva? Claro que sim; mas assim o homem nunca daria uma prova de sua resistência à tentação. Infelizmente, na primeira prova, o home naufragou. Deus ficou surpreendido com a queda do homem? De maneira nenhuma, Deus é onisciente, tanto que já havia um plano preparado para redenção do homem desde a fundação do mundo (Ap.13:8). 1 2 Satanás não é onisciente, porque a onisciência é um atributo exclusivamente de Deus. Quando ele enganou a Eva e seduziu nossos primeiros pais ao pecado, achou que havia dado um golpe de mestre, pois assim como para ele não houve oportunidade de arrependimento, achou que a situação do homem fosse igual a sua, mas, graças a Deus, o diabo se enganou completamente. Está escrito que a serpente era a mais astuta das alimárias que o Senhor Deus havia criado (Gn.3:1). Satanás serviu-se de uma serpente, incorporou-se nela e trouxe a Eva a mensagem maligna. Percebe-se aí que, antes do pecado, não havia inimizade entre os animais selváticos e o homem. Uma pergunta curiosa: os animais falavam nessa época? A serpente falou com a Eva em voz humana? Ou esse diálogo entre a serpente e a Eva teria sido de forma telepática? A serpente, olhando para o fruto proibido e olhando para a Eva, dizia na mente da Eva: ”É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” “Do fruto das árvores do jardim comeremos”, disse Eva. E assim começou esse fatídico diálogo. Até hoje Satanás traz pensamentos pecaminosos à nossa mente e, se alimentarmos esses pensamentos, é como se estivéssemos dialogando com a antiga serpente que se chama diabo e Satanás. Fiquemos espertos e não alimentemos qualquer pensamento que nos induza ao pecado. A astúcia de Satanás não mudou, continua a mesma. Sabemos também que a serpente atrai suas vítimas pelos olhos. Sejamos vigilantes. Eva aceitou dialogar com alguém que punha em dúvida a bondade do Criador e admitiu também a hipótese de o Criador ter lhe faltado com a verdade. Em outras palavras: Deus mentiu para você, Eva, o fruto não lhe fará nenhum mal, você não morrerá, pelo contrário, você ficará como Deus, sabendo o bem e o mal. Decrete sua independência, Eva, liberte-se desse Deus. A dois pecados Satanás induzia a Eva: desobediência ao Criador e egoteísmo. Eva viu que aquela árvore era boa para se comer (concupiscência da carne), agradável à vista(concupiscência dos olhos) e boa para dar entendimento (soberba da vida)( I Jo.2:16). Eva deixou-se seduzir e, sendo seduzida, seduziu também o seu marido (I Tm. 2:14). O grande desastre estava concluído, e começou a desgraça para toda humanidade. Assim que Adão comeu do fruto proibido, foram abertos os olhos de ambos e conheceram que estavam nus. Até então, não estavam nus, estavam vestidos de inocência, de santidade. Ao pecarem, foram despidos da inocência e santidade, e suas vergonhas foram expostas. Cozeram para si aventais de folhas de figueira (v. 2 3 7). Esse avental de folhas de figueira representa os recursos humanos para propiciar o Criador. Os dogmas religiosos, a reencarnação, o purgatório, as boas obras e tantas outras invencionices humanas; mas é tudo em vão, é tudo inútil. Deus não aceitou aquelas vestes ridículas, mas fez para eles túnicas de peles e os vestiu (v. 21). Essa túnica de peles representa a justiça de Cristo, que nos reveste, e nos justifica diante de Deus. (Is.61:10; Rm.5:1). Deus não criou o homem para morrer, Deus criou o homem para que este vivesse eternamente. O pecado, a desobediência à ordem do Criador, gerou a morte. Morte física e morte espiritual(Rm.6:23). O homem não foi pego de surpresa, ele foi muito bem avisado: “De todas as árvores do jardim comerás livremente, disse Deus; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (v.v.16,17). Adão e Eva morreram no mesmo dia em que comeram do fruto proibido? Sim, aquele fruto foi um veneno mortal, morreram no mesmo dia; conforme o aviso de Deus. Não morreram imediatamente fisicamente, mas morreram espiritualmente, foram logo separados do Criador (Is.59:1,2). Com a entrada do pecado no mundo, a vida do homem mudou completamente. Adão e Eva não trabalhavam antes do pecado? Trabalhavam sim, Deus não é amigo da ociosidade ( v.15). Acontece que, antes do pecado, o homem não dependia do trabalho para a sua sobrevivência, o trabalho não lhe era penoso; pelo contrário, o trabalho lhe era prazeroso. A terra era abençoada e não produzia espinhos e cardos. Pelo pecado de Adão, a terra foi amaldiçoada, passou a produzir espinhos e cardos: “com dor comerás dela todos os dias da tua vida. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes á terra, porque eis que é pó, e em pó te tornarás” ( Gn. 3:17–19). À mulher, disse-lhe o Senhor: “Multiplicarei grandemente a tua dor, e tua conceição; com dor darás a luz a filhos, e o teu desejo será para o teu marido e ele te dominará” (Gn.3:16). Isso nos faz entender que, se não houvesse pecado, a mulher engravidaria normalmente, mas o parto seria indolor. À serpente, disse o Senhor: “Porquanto fizeste isto, maldita serás mais do que toda a fera, e mais que todos os animais do campo. Sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida” (Gn.3:14). Até mesmo no milênio, a serpente continuará comendo pó (Is.65:25). A sentença que Deus deu à serpente de comer pó todos os dias da sua vida, parece-nos que tem uma conotação mais forte do que simplesmente andar sobre o seu ventre e se alimentar de pó. Nós 3 4 sabemos que a serpente é um predador, alimenta-se de carne. Como ao homem foi sentenciado se tornar em pó porque do pó foi formado, e o pó sendo uma parte do alimento da serpente, a serpente se alimenta do pecado do qual ela foi instrumento para sua introdução no mundo. Mas Deus, na Sua misericórdia para com a obra-prima de Suas mãos, o ser humano, vendo Eva certamente tão abatida e envergonhada por ter aceitado dialogar com a serpente que a induziu ao pecado e, além de ter cedido, induziu também seu marido ao pecado, recebe de Deus uma preciosa promessa. A mulher conceberá uma semente que decretará a vitória da raça humana. A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente. Nesta promessa está uma bendita esperança para a mulher, e um aviso de derrota para Satanás. É verdade que a semente da mulher teria o seu calcanhar ferido, mas ela pisaria a cabeça da serpente e a esmagaria (Gn.3:15). Jesus Cristo, sendo Deus, fez-Se homem (Fp.2:5–11). Como homem, Ele resgatou aquilo que o homem Adão havia perdido. Assim como Satanás se serviu da serpente para enganar Eva e teve sucesso, ele veio pessoalmente tentar persuadir o segundo Adão, nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, com Jesus, as coisas foram diferentes. “Vai-te Satanás” foi o brado vitorioso do Senhor Jesus (Mt.4:10). João Batista apresentou Jesus ao mundo como Aquele que erradicaria o pecado do mundo (Jo.1:29). Em Adão, nós morremos (Rm.5:12–19).Em Jesus, temos vida eterna. Em Adão, a terra foi amaldiçoada (Gn.3:17). Em Jesus, toda maldição foi abolida (Ap.22:3). Em Adão, o acesso à árvore da vida foi vedado. Em Jesus, o acesso à árvore da vida está aberto (Ap.22:2). Graças a Deus por Jesus Cristo, o segundo Adão. Em Jesus, temos vitória sobre o pecado, e sobre a morte, e, com Ele, reinaremos para todo o sempre (Ap. 11:15). Amém. 4 Pr. José Serafim de Oliveira. 5 5