TEMPO JOVEM
Este
éo
teu
Filho
Esta
éa
tua
Mãe
texto Teresa Carvalho
26 FÁTIMA MISSIONÁRIA MAIO 2009
Não sei porque terá Cristo escolhido o
momento de sofrimento máximo para
uma apresentação e entrega formal de
uma mãe a um filho e de um filho a uma
mãe. Se o fez em tal momento, é porque
a apresentação tem força de salvação.
Entre outras mensagens importantes e
libertadoras, mostrou quanto a relação
mãe-filho está incluída no projecto de
libertação do homem. Não me atrevo a
fazer considerações de ordem teológica
sobre este destaque de Cristo, mas não
resisto a reflectir sobre o seu significado para mim, hoje, no plano humano.
Este é o teu filho, Joana! Este é o teu filho, Matilde! Este é o teu filho, …! Não é
outro, não é um qualquer. É mesmo este:
nem mais carinhoso, nem menos atento,
nem de outra cor ou com outras características. É este mesmo que está aqui ao
pé de ti, que te é oferecido como presente
para cuidares e protegeres, para ensinares e libertares, para amares e enviares.
É este o filho que te ensinará que por
amor és capaz de ultrapassar o cansaço.
É por ele que aprenderás a cuidar mesmo sem recompensa; a oferecer e ficar
feliz simplesmente porque ele recebeu,
TEMPO JOVEM
Este é o teu filho. É mesmo este: nem mais carinhoso, nem menos atento,
nem de outra cor ou com outras características. É este mesmo que está aqui
ao pé de ti, que te é oferecido como presente para cuidares e protegeres,
para ensinares e libertares, para amares e enviares.
É este o filho que te ensinará que por amor és capaz de ultrapassar o cansaço
aceitou e ficou feliz. Ele possibilitará que
saibas quanto és capaz de te suplantares
a ti própria. É este o filho a quem estarás para sempre ligada, que fará parte do
teu desejo, do teu imaginário, dos teus
projectos e até da tua esperança de viver
para além da vida. Poderá ser este teu filho a razão da alteração de projectos, da
tua abertura a outros caminhos de vida,
a dúvidas e dores que não terias se “este”
não fosse o “teu filho”.
Especial
Joana, Matilde, este teu filho tem o seu
projecto próprio. Tem uma história individual a construir. Tem um tempo que
é o dele. Viverá experiências para além
das tuas. Tem um modo próprio de sentir, de pensar, de expressar, de ser, e até
uma forma diferente de aprender e de
desejar. Tem dúvidas que só ele entende. Aguenta esforços silenciosos. Tem
segredos que só ele conhece. Trava lu-
tas e impõe-se desafios que nem tu, sua
mãe, te apercebes. Este teu filho é único.
É especial. Foi-te dado como presente a
ti, para que, com toda a tua capacidade, o ajudes a ir-se ultrapassando, a ir
encontrando e realizando o seu lugar
na história da sua própria libertação.
Pessoa
Esta é a tua mãe, João! Esta é a tua mãe,
André! É esta, sim! Foste-lhe confiado.
E ela foi-te confiada a ti. Esta tua mãe
não é só mãe! É pessoa! Tem um corpo físico. Tem sentimentos e emoções
humanas. Tem um projecto que só ela
pode e exige realizar. Precisa de viver
não só a ocupar-se contigo, mas também a cuidar da vida que é dela, a explorar as oportunidades para aprender e
realizar-se como pessoa. E quanto mais
a tua mãe crescer e se sentir feliz, mais
elevada será a medida do seu amor.
Esta tua mãe, que é pessoa, cansa-se.
Sente desânimo e tristeza. Até pode ter
vontade de chorar, de parar. Sente que
a dor dói e precisa que alguém queira
apaziguar a sua dor. Quer ser abraçada e
precisa do obrigado dito com o teu olhar,
onde baloiça o teu coração. Precisa de
ouvir e dar gargalhadas sentidas, que fazem nascer e alimentar os sonhos.
Foste tu que lhe foste confiado. Foi a ti
que foi atribuído o papel de estar ao lado
dela, não para “cuidar”, andar com ela ao
cólo - só se fores muito forte e grande –,
mas para lhe dar cólo, para aprenderes o
que ela te sabe ensinar, para agradeceres
o que te dá e descobrires o que ela precisa que lhe dês. Precisa saber que por tua
causa está garantida a esperança de que
amanhã o dia será bem mais bonito, porque tu soubeste soltar-te, ocupar o teu lugar e utilizaste o amor que ela te deu para
construíres um mundo novo, onde tu e
as pessoas podem ser pessoa.
Poder do amor
Quando tu, João, … André que és “este
Filho” e tu, Joana, … Matilde que és “esta
Mãe”, vos unirdes em aliança mãe-filho,
vocês criam um potente cordão amoroso
capaz de resistir a distâncias, a tempestades, ao tempo e às dúvidas que a história
de cada um possa escrever. Isso é experimentar o poder do amor! É libertação!
Deste modo entendo que, tendo Jesus
abençoado a ligação mãe-filho, revelou
um dos caminhos onde o homem pode
encontrar a expressão da plenitude no
amor: “Mãe, ama o teu Filho”, “Filho,
ama a tua Mãe”. Como? Sentindo. Sorrindo. Trabalhando. Ensinando. Aprendendo. Cantando. Abraçando. Amando.
Como Jesus e Maria sentiam, sorriam,
trabalhavam, ensinavam, aprendiam,
cantavam, abraçavam, se amavam!
Esta tua mãe não é só mãe! É pessoa!
Tem um corpo físico. Tem sentimentos
e emoções humanas. Tem um projecto
que só ela pode e exige realizar
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