UM NOVO ADEUS PORTUGUÊS
Nome: Rita Oliveira
Idade: 24
Estado Civil: Solteira
Habilitações literárias: Licenciada em Relações Internacionais
Emprego atual: Hospedeira
Antes de trabalhar na Fly Emirates, esteve na Dinamarca no projeto Erasmus
Mantem-se em contacto com os amigos portugueses que visita com regularidade.
Questões
1. O que a levou a deixar Portugal?
2. O que lhe custou mais na mudança
para outro país?
3. Compensa ter partido em termos
de estabilidade financeira e modo
de vida?
4. Se não fosse a crise teria partido
na mesma?
5. Como é viver e trabalhar num país
diferente?
6. Sente grandes diferenças
culturais?
7. Tenciona construir família no
estrangeiro ou em Portugal?
8. O que gosta mais e menos no país
onde está?
Respostas
Deixei Portugal porque queria continuar os
meus estudos e, apesar de trabalhar na
altura, tendo em conta todas as despesas
que iria ter, seria impossível fazê-lo.
O que me custou mais foi deixar "o ninho",
deixar a família e os amigos. Mas as redes
sociais e outras plataformas facilitaram
nessa transição.
Para mim, tendo escolhido o país que
escolhi (Dinamarca), e posteriormente o
Dubai, sim.
Sim. A minha prioridade, na altura, eram
os meus estudos. Não deixei Portugal por
causa da crise, fi-lo por causa do custo
médio de vida em Portugal, especialmente
com os custos na área da Educação; erame impensável começar um Mestrado
recebendo o ordenado mínimo.
Depende do país e do trabalho. Na
Dinamarca, um dos grandes obstáculos é a
língua, que para a maior parte dos
empregadores era um requerimento. O
outro, tal como em Portugal, era a
experiência, que todos querem mas
ninguém está disposto a dar.
No Dubai, é mais fácil na medida em que a
língua maioritariamente falada é o inglês,
por isso não há uma barreira linguística, se
bem que o mesmo não possa ser dito em
relação à cultura. Sinceramente, não sinto
que trabalho no Dubai e não me imagino a
fazê-lo todos os dias, com um horário de
trabalho normal. Paciência é a palavra do
dia, todos os dias, especialmente com os
serviços e com a forma como estão
organizados, o que, para uma mim, é uma
fonte de frustração. Em comparação,
Portugal é um paraíso de serviços
perfeitamente sincronizados.
As diferenças culturais são enormes,
apesar de a maioria dos residentes serem
estrangeiros. Ou talvez possa chamar-lhe
antes "um conglomerado de falta de
cultura", se por haver demasiadas ou esta
ser escassa, ainda estou por apurar. Há
uma característica que costuma ser
atribuída à "cultura", que é superfluidade,
9. Como se sentiu na sua primeira
semana num país diferente?
algo que muitos dos estrangeiros acabam
por assimilar.
Posso afirmar que não constituiria família
nos Emirados Árabes Unidos. Agora se o
farei em Portugal ou noutro país, fica por
decidir.
10. Onde se imagina daqui a cinco
anos?
Gosto da minha independência, não só
financeira como pessoal. O que não é
sinónimo de liberdade pessoal, não
esquecer que é um país no Médio Oriente.
Não gosto do fato de que as aparências se
sobreponham à realidade, ou o facto de
que o meu sexo é, à priori, inferior, mas
isso é mais uma questão religiosa.
Na Dinamarca não notei grande diferença,
ainda me sentia na Europa, num ambiente
com o qual estava familiarizada. Estava
entusiasmada com a mudança, ansiosa por
conhecer o país e integrar-me.
Na minha primeira semana no Dubai, o
que mais senti foi calor!
Aproveitei o pouco tempo que tinha para
me adaptar e tomar nota das coisas
essenciais. Comecei a trabalhar no dia
seguinte ao ter chegado, o que me
manteve ocupada e distraída.
Alunos do 10º B e 10º C – Curso Ciências e
Tecnologias da Sec. D. João II
Daqui a cinco anos imagino que continue a
fazer a mesma coisa, é um trabalho que
sempre ambicionei ter, e do qual gosto
bastante, mas espero que não no Médio
Oriente, idealmente, mais perto de casa, e
com o meu Mestrado feito.
Rita de Sousa Oliveira
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UM NOVO ADEUS PORTUGUÊS Nome: Rita Oliveira Idade: 24