O ENSINO DA ARITMÉTICA PROPOSTO POR BALTAZAR GOES1 Eva Maria Siqueira Alves/UFS Para ser bom mestre, declara Baltazar Góes em 1905, é preciso ensinar com gosto. Mas quais os princípios básicos que Baltazar Góes propunha para se ter êxito com o resultado do ensino? Em quais autores ele se fundamentava? Quais as suas propostas para o ensino da Aritmética do Curso Normal? Objetivando alcançar respostas a tais interrogantes, examinarei “Pedagogia - Apostillas de Pedagogia - precedidas de algumas noções de Psychologia colhida de bons mestres” (1905), obra de Baltazar Góes, ressaltando aspectos da estrutura do texto e as referências bibliográficas utilizadas pelo autor, sua formação e o ambiente gerador da obra. Destaco desta análise as propostas quanto aos processos e meios a serem empregados pelo professor para facilitar a compreensão do que explica, de modo a tornar o ensino da Aritmética o mais prático e objetivo possível. 1. O Homem e a Obra Baltazar de Araújo Góes nasceu a 30 de outubro de 1853 no município de Itaporanga, na Província de Sergipe. Cursou Humanidades no Atheneu Sergipense e ensinou gratuitamente no Curso Noturno de Adultos nos anos de 1871 a 1872. Mas suas funções no magistério apenas iniciavam. Provido em 1882 na cadeira de Francês e Aritmética na cidade de Laranjeiras, na mesma Província, Baltazar Góes ministrou também Geografia Geral e Astronomia no Atheneu Sergipense, e Português e Pedagogia na Escola Normal. Em 1877, após a morte do pai, tomou a si os encargos da família e por concurso assumiu funções na Tesouraria Provincial, sendo logo demitido “por haver perguntado algumas vezes a um chefe ignorante, si devia copiar as minutas com os erros de grammatica que citava” (Bittencourt, 1913, p.20). Com o espírito solidamente preparado nos profundos estudos, a que desde moço se affeiçoou, cedo a sua individualidade conquistou pelo talento uma posição preponderante entre os mais distinctos dos seus companheiros de magistério. (Guaraná, 1925, p.45). Acumulou na sua vida experiências em cargos administrativos, dirigindo o Liceu Laranjeirense (1883), o Atheneu Sergipense (1901 - 1904), a Instrução Pública do Estado de Sergipe (1905), os Grupos Modelo e Central anexos à Escola Normal (1911). Participou de várias sociedades, como o Teatro São Salvador, a Filarmônica Enterpe e o Clube de Letras e Artes. Em Laranjeiras, foi membro atuante do Clube Democrático “O Republicano”. Como jornalista, colaborou nos jornais “O Presente” (1877-1878), “Correio de Sergipe” (1890), “O Horizonte” (1885-1886), “O Larangeirense” (1887-1888), “O Republicano” (1888), escrevendo artigos de propaganda das idéias democráticas, das quais era adepto convicto (cf. Guaraná, 1925). Ainda como estudante do Atheneu Sergipense Baltazar Góes foi um dos redatores de “O Povir”, jornal literário e recreativo de propriedade de uma associação de estudantes. Mas não é apenas como professor e jornalista que Baltazar Góes se destaca. Com a República, foi aclamado membro da Junta Provincial do Estado de Sergipe até assumir o cargo de 10 Governador o Doutor Felisbelo Firmo de Oliveira Freire em 13 de dezembro de 1889. Depois, reuniu o material publicado na imprensa, atas do clube Republicano de Laranjeiras, ofícios do governo, abaixo-assinados, relatórios, sua correspondência passiva e, talvez o mais importante, seu depoimento sobre os bastidores do poder, enredou-os e publicou um livro [1891], intitulado A Republica em Sergipe: apontamentos para a história – 1870-1889. (Freitas, 2003). Desiludido, retraiu-se da política, por achar que a nação não se organizaria em verdadeira Republica, devotando-se inteiramente ao magistério. “De convicções politicas inabalaveis, preferia sacrificar as mais caras affeições a trahir os principios. [...] carater da velha tempera, inflexivel e recto, abominando as linhas curvas e as sinuosidades das tricas partidárias.” (Guaraná, 1925, p.45). Baltazar Góes faleceu a 13 de janeiro de 1914, deixando registrado, após longos anos de dedicação ao magistério seu livro “Pedagogia - Apostillas de Pedagogia - precedidas de algumas noções de Psychologia colhida de bons mestres”.2 Depois de acurada leitura do trabalho do Sr. Professor Baltazar Góes, APOSTILLAS DE PEDAGOGIA, o juizo unico que podemos fazer é o seguinte: É um trabalho utilissimo; e sua adopção impõem-se . Riquissimo de proposições syntheticas, ornado de conceitos que muito revelam a erudição do auctor, é sobretudo o que se poderá chamar de um livro pratico. Nasceu da experiência de longos annos de ensino; é talvez a razão por que o auctor, acertadamente, pensamos nós, não faz muitas referencias a trabalhos similares que há muito viram a luz da publicidade. Porque a Pedagogia, em rigor, não é sciencia feita, é ainda uma pesquisa, um estudo. O mestre, o Pedagogo é como o clinico; e felizes os mestres que bem sabem aproveitar-se das experiencias accumuladas em seu nobre tirocinio. “O mais... o mestre”, diz concisamente o auctor por todo o prefacio; o mais... o mestre, repetimos, tentando abundar no espírito do auctor, pois estamos sempre convictos que a Pedagogia não tem limites definidos; e muitas vezes nasce do instante o melhor ensinamento. Nada mais accrescentamos a respeito do livro que examinamos. Terminando, somos, pois, de parecer que seja o mesmo approvado e solicite-se do Governo sua adopção e impressão para o uso do ensino publico. Com este parecer, o Conselho Superior de Instrução, composto dos membros Dr. José Moreira de Magalhães, Severiano Cardoso e Francisco Monteiro de Carvalho Filho, aprovou por unanimidade, em 16 de maio de 1902, a obra de Baltazar Góes, que, lançada três anos depois e impressa por M. Orosco & C. do Rio de Janeiro, é dedicada às alunas da Escola Normal e particular e aos colegas do magistério público e particular. Defendendo a Educação como o “estudo que procura os meios próprios para desenvolver e aperfeiçoar as faculdades e inclinações do homem, para tornar a vida mais fácil”, Baltazar Góes compõe sua obra de 96 páginas, em três partes: Educação Física; Educação Moral; Educação Intelectual – tendência tripartida dos manuais da época, conforme menciona Villela (2002, p.192) -, subdivididas em secções e capítulos, antecedidas dos “Prolegomenos – Pedagogia, Noções de Psychologia”, e acrescida com anexos de oito modelos de fichas de matrículas, cadernetas de notas e prêmios. As referências dos autores utilizados por Baltazar Góes - poucas segundo os pareceristas -, encontram-se em notas de rodapé e são importantes indicadores das leituras efetuadas por ele para a construção de sua obra. Destacam-se: “Emilio” de Rousseau; “O cuidado das creanças” de Monsenhor Sebastião Kneipp; “Arte de formar homens de bem” de Dr. J. N. Jaguaribe Filho; “A instrucção publica” de João Ribeiro; “Grammatica elementar” de Hilário Ribeiro; “Elementos de Pedagogia” de Graça Affreixo e Henrique Freire. Mas, notadamente às propostas para o ensino da Aritmética, Baltazar Góes fundamenta-se em “Primeiras lições de coisas” de Calkins.3 Assim, almejava não deixar a Escola Normal de Sergipe alheia aos movimentos de renovação de métodos e processos pedagógicos em debate no Brasil. 2. A Pedagogia da Aritmética O Imperador D. Pedro II, que tinha costume de estar sempre presente no Colégio que tinha seu nome, na Corte, demonstrando apreço pelas letras, ao chegar em Sergipe, em janeiro de 1860, visitou algumas casas de instrução, argüiu alunos, observando e registrando em seu diário suas impressões.4 As lições do Professor Inácio de Souza Valadão receberam a ilustre visita, e, argüindo os seus alunos, assim registrou o Imperador no Diário.5 O livro de matrícula não parece bem feito, mas a letra do professor é sofrível. 10 lê sofrivelmente – gramática muito atrazado, não sabe dividir tendo errado toda a conta. Desde 19 de fevereiro de 1859 aqui tendo já estudado 10 meses em Sergipe. 20 lê mal; gramática apenas começou – este que é o melhor divide bem; mas vagarosamente, e não se lembra da prova real da divisão. Doutrina mal sabem as rezas e o professor está muito atrazado parecendo mau. (Diário do Imperador Pedro II, 1965, p. 67, grifos meus). De acordo com a Lei Provincial de 1858, os alunos estudavam Leitura e Caligrafia; Gramática da Língua Nacional; Teoria e Prática de Aritmética, até Regra de Três; Noções de Geometria Plana; Moral e Doutrina Cristã; Sistema de Juros e Medidas do Império. (cf. Calazans, 1951). Quanto às aulas de primeiras letras para meninas, D. Josefa Maria da Trindade foi a primeira professora do Aracaju, em 1855, seguida de Ana Saturnina de Rezende Mundim, em 1868 e Francisca da Glória Muniz Teles em 1870. As aulas de uma “conceituada educadora” foram também visitadas pelo Imperador D. Pedro II, por sugestão do Inspetor Geral das Aulas, para verificar o ensino ali ministrado. Lê-se no Diário do Imperador a seguinte impressão: Aula de meninas regida por Josefa Maria da Trindade – 70 matriculados – não muito bem escrito o livro de matrícula. 1a lê sofrivelmente livros, e menos mal em gramática – divide bem e sabe tirar a prova real. Freq. 1 ano e 4 meses, mas já tinha estudado pouco – segundo diz a professora, que parece boa. 2a lê sofrivelmente, gramática mal, divide com 2 letras no divisor, porém mal ainda. Doutrina sabem as rezas, mas as explicações não são exatas todas, apesar da professora contentar-se com elas. Letra das meninas sofrível. (Diário do Imperador, 1965, p. 67, grifos meus). As impressões do Imperador Pedro II foram aqui chamadas para ressaltar quais eram os principais conteúdos que se deviam ensinar, ou pelo menos quais eram os mais importantes, chamando a atenção do ilustre visitante: leitura, gramática, aritmética e doutrina cristã. Ao argüir os alunos na Aritmética, estava o Imperador atento aos cálculos das operações e das provas. Notava também a letra do professor – boa letra demonstraria conhecimento tanto por parte do professor como do aluno Baltazar Góes, defendendo a importância de determinar quais as disciplinas indispensáveis ao ensino primário, eliminando aquelas em que há divergentes defesas, declara haver consenso na trilogia do ler, escrever e contar. Mas considera consagrado o programa proposto por João Ribeiro Em uma eschola primaria bem organizada deve constituir objecto de instrucção o programma das materias seguintes: lingua patria, aritmetica, geometria, sciencias physicas e naturaes, geografia, historia, desenho e musica. (João Ribeiro, “A Instrução Pública” In: Góes, 1905, p.64). A Metodologia – “a parte da Educação intellectual que estuda os metodos de ensino” -, proposta por Baltazar atentava-se a vários aspectos da escola, sendo por ele dividida em Geral e Especial. Da primeira, “a que estabelece as regras ao ensino de qualquer matéria” ocupavamse os programas, a enumeração ordenada das disciplinas, a forma, a maneira de explicar as lições, os processos, os meios empregados pelo professor para facilitar a compreensão do que explica e os modos, a maneira de organizar a escola e agrupar os alunos. Para cada matéria do programa escolar, propunha o autor uma Metodologia Especial, um tratamento singular. A legislação vigente do período era a do Decreto 501, de 5 de agosto de 1901. Fixava que o Ensino em Sergipe, particular e público, dividia-se em primário, normal e secundário. Com três anos de duração e objetivando ministrar aos aspirantes ao magistério primário as habilitações indispensáveis à sua profissão, “o ensino normal [devia ser] mais pratico de que theórico e baseado na experimentação de modo que os alumnos possam considerar a matéria por todas as suas faces”(Art.117). O Plano de Estudos do curso Normal compunha-se das seguintes cadeiras: Gramática Nacional e Caligrafia; Aritmética; Língua Francesa; Geografia Geral e História do Brasil, especialmente de Sergipe; Pedagogia e Metodologia; Elementos de Ciências Físicas e Naturais, Noções de Agronomia e de Higiene Doméstica; Instrução Moral e Cívica e explicação das Constituições Federal e Estadual (cf. Art. 113). Para ter bom êxito com o resultado do ensino, o professor deveria elaborar uma boa distribuição do tempo de maneira a coordenar e transmitir os conhecimentos que são o objeto do ensino, como defendia Baltazar Góes em suas lições. O aluno deveria iniciar a contar logo que principiasse o estudo da leitura. É pela prática, pelo concreto, pelo processo objetivo, pelo que se tem ao seu redor, que o professor covinha iniciar o estudo da Aritmética. Ancorando-se em Calkins, defende Baltazar, “é pelos numeros concretos que deve ter principio essa parte da intrucção elementar”. “Sentado á cabeceira da mesa, cercado de seus pequenos discipulos, o mestre tem alli um mundo de cousas que podem ser contadas e comparadas.” Utilizando instrumentos como o contador, cubo, esferas, seixos, sementes, tábuas, o aluno ensaia o “mechanismo admirável da sciencia do calculo”. Consultando os alunos a respeito do gênero de coisas que eles almejam contar, o professor, 10 Vai dispondo-as sobre a mesa e contando-as assim, fazendo repetir pelos meninos: um, dous, três, etc., até dez, ou somente até cinco na primeira licção. 20 Separa, no contador espheras, pelo mesmo modo (ou caravelhas, no quadro). 30 Faz na pedra, outros tantos traços. 40 Recapitula o exercicio, escrevendo, então, os algarismos que representam cada numero proclamado até 9 (nove). 50 Desta vez, porém, antes de dispôr os objectos ou de fazer riscos na pedra, ou de separar as espheras no contador etc, dirá: - Quantos objectos – riscos, espheras, etc. temos? - Nenhum, dirão os discipulos. Pois quando queremos escrever nenhum ou nada fazemos isto: - 0(zero). E continuará a escrever os algarismos - 1, 2, 3, 4, 5, etc. até nove, a proporção que vão contando os objectos. Afinal é preciso escrever o numero que representa a ultima esphera, a ultima cousa da linha: dez. - Este numero se escreve com o primeiro algarismo – 1 (um), seguido do algarismo – 0 (nada ou zero) (Góes, 1905, p. 90 e 91). Ora, o que podemos dessa lição extrair? O discurso pedagógico de Baltazar recaía sobre o prático, o experimental, o manuseio com variados instrumentos, com indagações aos alunos, pois, sabendo os discípulos contar até cem variados objetos, estariam eles habilitados a prosseguir e contar milhões, praticando assim as quatro operações objetivamente, para só depois registrar na pedra os cálculos. Do concreto, palpável, real, para a simbologia, representação. “Adquiridas gradativamente as noções de unidade, quantidade e numero, estão os principiantes com o espirito apparelhado para a abstração. Mas, não obstante, até grande desenvolvimento, o estudo continuará pratico, concreto, objectivo”, alerta insistentemente Baltazar Góes. O estudo dos Números Fracionários compunha também os conteúdos propostos por Baltazar, que mais uma vez sugere que sejam trabalhados de forma prática, concreta. “Temos varios pedaços de papel do mesmo tamanho e forma; tomamos um e o partimos em duas metades; outro, em terços, outro, em quartos...”. No conjunto dos conteúdos não faltou o Sistema Métrico Decimal. Este, por sua natureza objetivo, só fazia sentido ser ensinado utilizando o professor a “colleção dos pesos medidas de uso commum, balanças, etc.”. Com o estudo do Sistema Métrico Decimal, ampliava-se o estudo dos Números Fracionários, articulando desta feita os conteúdos, todos a partir do uso prático, com sentido e significado. Mesmo depois, continua a defender Baltazar, chegando o tempo de teorizar, o ensino da Aritmética devia continuar prático, concreto e objetivo, “partindo dos casos para as regras, demonstrações e definições”. Para o Desenho Linear, Baltazar Góes, apropriando-se das percepções de Graça Affreixo e Henrique Freire, transcreve como suas sugestões aquelas contidas em “Elementos de Pedagogia”. Nas escholas primarias a pratica é o elemento essencial de todos os processos de ensinar. O primeiro cuidado do professor será que os alumnos fixem bem a forma das figuras que vão aprender. O circulo, o quadrado, o triangulo, o rectangulo, são tão vulgares na natureza e nas artes, que por toda a parte, na eschola, na rua, em casa, e a todo o proposito, a juventude os tem sob os olhos. Do mesmo modo se procederá com o volume, ou a capacidade. O cubo, o cylindro, o parallelipipedo, os prismas, e as pyramides são faceis de ensinar intuitivamente, e sua medição e avaliação em unidades cubicas bastante faceis. O principal é ter em vista que não se trata de ensinar a demonstrar os theoremas de certos calculos dependem; mas sim esses caculos de modo pratico, racional e conveniente por sua efficacia. Nada mais útil para o ensino das formas, do que possuir a eschola uma boa colleção de sólidos geométricos talhados em madeira. Algumas das caixas do material de Froebel são excellentes para os rudimentos desta disciplina. Assim, a metodologia, o tratado particular de ensinar cada matéria para os alunos do Curso Normal, aspirantes ao magistério primário, deveria ser mais prático do que teórico e baseado na experimentação, conforme apregoava também a legislação de 1901. O principal era ter em vista um ensino prático, racional e conveniente por sua eficácia. Os sinais identificados em outras pesquisas permitem afirmar que essa preocupação efetivamente existia, pelo que se depreende das crônicas de Edilberto Campos. Nosso professor [referindo-se a Severiano Cardoso] era um entusiasta de Frobel e Pestalozzi; ensinava matemática elementar demonstrando: contar sacos empilhados num trapiche, aprender frações com tubos de cartolina de vários tamanhos, armar casinhas de papelão, eram os temas. (Campos, 1965, p.169). A investigação da “Pedagogia - Apostillas de Pedagogia - precedidas de algumas noções de Psychologia colhida de bons mestres” de Baltazar Góes possibilitou a compreensão das práticas educacionais de preparação de normalistas realizadas na Escola Normal de Sergipe e dos princípios defendidos pelo autor, na primeira década do século XX. Revela ainda ser ele conhecedor das questões educacionais não só oriundas da sua longa experiência de magistério, mas também pelo contato - revelado pelos autores citados - que mantinha com o movimento das idéias pedagógicas. Idéias essas sinalizadas nas propostas de organização das salas, do uso do tempo pelo professor distribuir as lições, ensinando aos aspirantes do magistério primário – alunos do Curso Normal, que deviam partir sempre do concreto para o abstrato, do particular para o geral, de forma prática, utilitária, ressaltando a observação e a experimentação. Mostrava, pois, elementos necessários, àquela época, para um processo natural de ensino e que para um “mestre intelligente é o bastante - Ensinae com gosto e aprendereis a ensinar”. Referências Bibliográficas BITTENCOURT, Liberato. 1913. Sergipanos Illustres. Rio de Janeiro. Typ. Pape. Lv. Gomes Pereira. CALAZANS, José. 1951. O ensino público em Aracaju (1830-1871). In: revista do IHGS, v.15, n.20. CAMPOS, Edilberto. 1965. Crônicas da Passagem do Século. Aracaju. 10 Volume. GUARANÁ, Armindo. 1925. Dicionário Bio-Bibliográfico Sergipano. Rio de Janeiro. FREITAS, Itamar. 2003. A República de Baltazar. Jornal “A Semana em Foco”, 30 nov./6 dez. VILLELA, Heloisa de Oliveira Santos. 2002. Da Palmatória à Lanterna Mágica: a Escola Normal da Província do Rio de Janeiro entre o artesanato e a formação profissional (1868 1876). Tese de Doutorado / FE/USP. 1 Esta pesquisa contou com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Sergipe – FAP/SE/FUNTEC. 2 O exemplar examinado, doado pelo autor, em julho de 1905, encontra-se na Biblioteca Pública Epifâneo Dórea /SE. 3 “Primeiras Lições de Coisas” de Norman Alisson Calkins foi publicada em 1861 e teve a primeira edição brasileira traduzida por Rui Barbosa publicada em 1886. 4 O Diário do Imperador D. Pedro II quando de sua visita a Sergipe, encontra-se no Museu Imperial de Petrópolis, do qual foi extraída uma cópia e publicada na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, em 1956. São da Revista do IHGS as referências citadas. 5 Inácio de Souza Valadão integra em 1871 o quadro docente do Atheneu Sergipense, ministrando a cadeira de Pedagogia.