TÍTULO: PERFIL DAS APENDICECTOMIAS REALIZADAS NO BRASIL: QUAL MELHOR VIA DE ACESSO? CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: MEDICINA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI AUTOR(ES): FERNANDA DOS SANTOS, GABRIEL FLAMARIN CAVASANA ORIENTADOR(ES): TERCIO DE CAMPOS 1. Resumo INTRODUÇÃO: A apendicite aguda é a causa mais comum de abdome agudo na criança, no adolescente e no adulto jovem com um pico de incidência na 2ª e 3ª décadas de vida. As abordagens cirúrgicas das apendicectomias pode ser por via aberta ou laparoscópica. OBJETIVO: Avaliar o perfil das apendicectomias realizadas no Brasil e comparar as vias de acesso dessa cirurgia. RESULTADOS: O número total de apendicectomias foi de 576.992 no período. Desse total, 1,8% foi por via videolaparocópica. O valor médio das videocirurgias foi de R$495,00, 10% a menos que a cirurgia aberta, com valor médio de R$545,31. A taxa de mortalidade foi 50% menor na videocirurgia (0,14%) quando comparado com a cirurgia aberta (0,28%). 2. Introdução: A apendicite aguda é a causa mais comum de abdome agudo na criança, no adolescente e no adulto jovem com um pico de incidência na 2ª e 3ª décadas de vida (FRANZON, 2009). A obstrução da luz apendicular é o principal fator iniciante do processo inflamatório, seguida da inflamação, infecção secundária e necrose evoluindo para a perfuração do órgão (BRUNETTI, 2007). O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado na anamnese e no exame físico, podendo ser confirmado com os exames complementares. O tratamento é sempre cirúrgico. As principais vias de acesso no tratamento cirúrgico da apendicite aguda, são a laparoscópica e a laparotômica (LIMA, 2012). Na via de acesso laparotômica, o método mais clássico é utilizar uma incisão obliqua baixa infra-umbilical, na fossa ilíaca direita, também chamada de incisão de McBurney (GOFFI, 2007). Esta incisão possibilita uma ótima abordagem do apêndice. É geralmente curta, com passagem pelo plano muscular por divulsão ou por secção na direção das fibras aponeuróticas. Desta forma, possibilita uma boa reconstituição anatômica e cursa com poucas complicações, tais como herniações (LIMA, 2012). A outra principal via é a laparoscópica. A técnica clássica utiliza-se dois portais de 11mm, um inserido na cicatriz umbilical e o outro na região supra-púbica, e uma incisão de 5mm na fossa ilíaca esquerda (LIMA, 2012). A técnica laparoscopica é menos traumática para o paciente e proporciona em geral melhores resultados estéticos (TEIXEIRA, 2012). 3. OBJETIVO: Comparar as técnicas de apendicectomia aberta e por videolaparoscopia realizadas no Brasil. 4. METODOLOGIA: Este trabalho utilizou informações do DataSus de 2008 a 2013 obtidas no sítio http://datasus.saude.gov.br. Para obtenção dos dados foram colocadas as palavras “apendicectomia” e “apendicectomia vídeo-laparoscópica”. 5. DESENVOLVIMENTO: As variáveis analisadas foram: número total de internações, valor total das internações, valor médio de internação, média de permanência e taxa de mortalidade. Foram comparados os dados dos doentes submetidos à apendicectomia aberta com aqueles submetidos à apendicectomia vídeo-laparoscópica. Os dados foram colocados em uma planilha Excel e expostos em gráficos. Para a análise estatística foi utilizado o teste Chi-quadrado considerando p<0,05 como significante. 6. RESULTADOS PRELIMINARES: O número total de apendicectomias foi de 576.992 no período, constando uma média de 96.166 por ano. Desse total, 1,8% foi por via videolaparocópica, o que representa em valores absolutos, 10.456 cirurgias. Comparando o crescimento total entre os anos de 2008 e 2013, a videocirurgia aumentou 218%, enquanto o aumento da cirurgia aberta foi de 22%. (p<0,001). Apendicectomias 600.000 566.536 400.000 200.000 10.456 0 Aberta Video Avaliando o valor total das cirurgias realizadas e contando os gastos com despesas médicas e hospitalares, o valor final foi de R$316.150.801,06. Desse total, a videolaparoscopia representa 1,9% com gasto total de R$6.080.623,57, enquanto na cirurgia aberta os gastos totais foram de R$310.070.177,49. Quando comparado o valor total com o numero total de cirurgias realizadas, obteve-se um valor médio de internação. O valor médio das videocirurgias foi de R$495,00, 10% a menos que a cirurgia aberta, com valor médio de R$545,31. Valor Médio de Internação R$560,00 R$540,00 R$520,00 R$500,00 R$480,00 R$460,00 R$545,31 R$495,00 Aberta Vídeo A média de permanência da cirurgia aberta foi de 3,8 dias, enquanto a media de permanência da videolaparoscopia foi de 3,7 dias, não apresentando diferença estatisticamente significativa. A taxa de mortalidade foi 50% menor na videocirurgia quando comparado com a cirurgia aberta. Em 6 anos, a taxa de mortalidade da cirurgia aberta foi de 0,28%. Em comparação, a taxa de mortalidade da apendicectomia videolaparoscópica foi de 0,14%. Taxa de Mortalidade 0,30 0,28 0,20 0,14 0,10 0,00 Aberta Video 7. FONTES CONSULTADAS: FRANZON O, PICCOLI MC, NEVES TT, VOLPATO MG. Apendicite aguda: Análise institucional no manejo perioperatório. Arq Bras Cir Dig. v.22, n.2, p.72-5. 2009. BRUNETTI A, SCARPELINI S. Abdômen Agudo. Medicina Ribeirão Preto. v.40 n.3 p. 358-67. Jul-set 2007. TEIXEIRA N, BASSERES T, SANTOS T, PEREIRA CC, PINHEIRO G, CUNHA P. A abordagem Laparoscópica na Apendicite Aguda. Rev. Port. de Cirurgia. II série n.23 p.15-21. Dez 2012. LIMA GJ, SILVA AL, LEITE RFG, ABRAS GM, CASTRO EG, PIRES LJS. Apendicectomia videoassistida por acesso único transumbilical comparada à via laparoscópica e laparotômica na apendicite aguda. Arq Bras Cir Dig. v.25 n.1 p.2-8. 2012. GOFFI FS. Técnica cirúrgica: Bases anatômicas, fisiopatológicas e técnica cirúrgica. 4a ed. Atheneu. Rio de Janeiro, 2007.