artigo original
Atividade sexual e HIV/Aids na terceira idade:
a vivência de alunos da Universidade da
Maturidade da Universidade Federal do Tocantins
Alessandra da Rocha Arrais, Márcia Regina Diniz Rufino, Kelly Cristina Santiago Abreu Pereira, Fernanda Ludy da
Silva Santos e Priscilla Rodrigues Santos Chaves
DOI – 10.14242/2236-5117.2014v51n1a240p4
RESUMO
Objetivo. Investigar a vivência da sexualidade e as
atitudes sobre a prevenção do HIV/Aids em estudantes idosos de uma universidade pública.
Método. Investigação de delineamento misto por
meio do uso da pesquisa-ação, de natureza transversal quantidescritiva, realizada na disciplina de
Sexualidade da Universidade da Maturidade da
Universidade Federal do Tocantins, em setembro
de 2010. Participaram, voluntariamente, 74 idosos
de ambos os sexos, com idade em média de 65,5 ±
7,5 anos com extremos 60 e 100 anos.
Resultados. Os dados sugerem que o tema sexualidade e Aids na terceira idade ainda é propulsor
de preconceitos e paradigmas sociais entre os
próprios idosos e seus familiares. As formas de
contaminação e práticas preventivas de doenças
sexualmente transmissíveis, inclusive o uso de
preservativo, são desconhecidas pela maioria dos
idosos pesquisados.
Conclusão. O estudo reforça a importância do trabalho psicoeducativo sobre sexualidade na terceira
idade, no qual os idosos possam se expressar livremente e receber orientações sobre o risco de contaminação por HIV/Aids. A pesquisa também positivou a universidade da terceira idade como espaço
adequado para discussão desses temas.
Palavras-chave. HIV; Aids; idoso; prevenção;
sexualidade
4 • Brasília Med 2014;51(1):4-12
Alessandra da Rocha Arrais – psicóloga clínica, doutora, docente da
Universidade Católica de Brasília e do mestrado profissionalizante em saúde da mulher e do idoso da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da
Saúde, psicóloga hospitalar da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito
Federal, Brasília, Distrito Federal
Márcia Regina Diniz Rufino – psicóloga clínica, mestre em gerontologia
pela Universidade Católica de Brasília, Brasília, Distrito Federal
Kelly Cristina Santiago Abreu Pereira – fisioterapeuta, mestre em gerontologia pela Universidade Católica de Brasília, docente e coordenadora
do Curso de Fisioterapia, Faculdades Integradas da União Educacional do
Planalto Central, Brasília, Distrito Federal
Fernanda Ludy da Silva Santos – graduanda, Curso de Fisioterapia,
Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, Brasília,
Distrito Federal
Priscilla Rodrigues Santos Chaves – graduanda, Curso de Fisioterapia,
Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, Brasília,
Distrito Federal
Correspondência: Alessandra da Rocha Arrais. SHIS QI 16, conjunto 2, casa 32, Lago Sul, CEP 71640-220, Brasília-DF. Telefone:
61 99877346.
Internet: [email protected]
Trabalho realizado na Universidade da Maturidade da
Universidade Federal do Tocantins.
Recebido em 22-8-2013. Aceito em 10-3-2014.
Conflito de interesses: não houve conflito de interesses na
realização da pesquisa.
ABSTRACT
Sexual activity and HIV/AIDS in the elderly: the
experiences of students from the University of
Maturity, Federal University of Tocantins
Alessandra da Rocha Arrais e cols. • Atividade sexual e HIV/Aids na terceira idade
Objective. To investigate sexual activity and attitudes
towards the prevention of HIV/AIDS in the elderly
population of a public university in Brazil.
Method. A mixed design was used in the research and
an action research methodology was employed. This
was a quantitative, descriptive, cross-sectional study
conducted as part of a project for the discipline of
Sexuality at the University of Maturity of the Federal
University of Tocantins in September of 2010. Seventyfour (74) elderly of both sexes voluntarily participated
in this study. Their mean age was 65.5 ± 7.5 years (limits
of 60 and 100).
Results. The results suggest that sexuality and HIV/
AIDS still generate social paradigms and prejudice
among the elderly and their families. Forms of
contamination and prevention practices for sexually
transmitted diseases, including condom use, are
unknown to most seniors surveyed.
Conclusion. The results reinforce the importance of
psychoeducational orientation about sexuality in old age,
in which older individuals can express themselves freely
and be advised on the risk of contamination by HIV/AIDS.
The survey has also shown that universities for seniors are
appropriate places for the discussion of these issues.
Key words. HIV; AIDS; elderly; prevention; sexuality
INTRODUÇÃO
Como reflexo das melhorias nas condições socioeconômicas, culturais, de saúde e na qualidade de
vida da população observa-se a manutenção do
pleno exercício da sexualidade na terceira idade
e, com ele, os riscos de contrair doenças sexualmente transmissíveis, dentre elas a síndrome da
imunodeficiência adquirida (Aids).1-3 Desse modo,
pensar em boa qualidade de vida e integridade dos
idosos, aliadas aos aspectos sociopsicoculturais do
envelhecimento humano, eixo da linha da pesquisa aqui delineada, abaliza sobremaneira a escolha
desse tema tão real e ao mesmo tempo tão negado
no aspecto social e científico, que é a sexualidade
em idosos, analisado com ainda maior intensidade
quando inserido o tema Aids.
Aliada a essa tendência constata-se, ainda, a proximidade da primeira geração de seropositivos aos
60 anos de idade graças ao uso de drogas antirretrovirais que impedem a multiplicação do vírus e o
enfraquecimento do sistema imunitário.4,5 Segundo
os dados do Centro de Referência e Treinamento
para Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids
de São Paulo-SP, nos anos de 1991 a 2007, 2.916
pessoas com mais de 60 anos etários contraíram o
vírus, sendo 950 do sexo feminino e 1.996 do sexo
masculino.6 Dados semelhantes foram encontrados
no estado do Ceará.7
No Brasil, houve crescente número de idosos infectados por doenças sexualmente transmissíveis: 7%
em 1996 e 13% em 2004.4,5 Isso, possivelmente, justifica-se pela ausência de campanhas preventivas
voltadas à terceira idade, uma vez que a sociedade considera que os idosos não pensam nem usam
mais a sexualidade. Além disso, atribui-se tabu e
preconceito à sexualidade do idoso.8
É nesse contexto sociocultural que a sexualidade
em idosos surge como algo inadequado, baseado no
estereótipo de que eles são desprovidos de desejo e
prática sexual. Rotula-se o homem como impotente
e a mulher como desprovida de atrativos físicos.8-10
Aliada a essa ideia, alguns idosos não conseguem
exercer sua sexualidade sem tabus e, a partir daí,
resistem também ao uso de preservativos.¹¹
No contexto da vulnerabilidade à Aids na terceira
idade, a percepção do idoso como desprovido de
desejo e prática sexual, torna-se questão de fundamental atenção. Com base nos avanços em recursos
medicamentosos, que permitem o uso de drogas de
estimulação sexual em idosos com dificuldade de
ereção e a reposição hormonal em mulheres, houve
prolongamento e manutenção da atividade sexual
na terceira idade,4,12 pois o desejo de satisfação, prazer e amor não se esgotam com o passar dos anos.13,14
Outro fator determinante para elucidar o exercício
da sexualidade na terceira idade foi o aumento do
número de casos de Aids entre idosos do sexo masculino com a introdução no mercado de medicamentos
para disfunção erétil, como o Viagra, em 1998.15,16 De
acordo com dados do Ministério da Saúde, nos anos
Brasília Med 2014;51(1):4-12 • 5
artigo original
de 1997 a 2002, enquanto a incidência de Aids entre
as mulheres com 60 anos etários ou mais decresceu
55%, entre os homens dessa mesma faixa etária o número cresceu 50%.4,5 Sousa17 constatou que a comercialização em larga escala dessa categoria de medicamentos teve, e ainda tem, impacto na vida sexual e
na saúde dos usuários, pois isso provocou verdadeira
revolução principalmente entre idosos. Esses tiveram
convivência muito breve com métodos preventivos
em sua adolescência ou na fase adulta, de forma que
não se vêem como potenciais infectados pelo vírus
da imunodeficiência humana HIV/Aids ou por outras
doenças sexualmente transmissíveis.
Em 2008, a Campanha do Dia Mundial de Luta
Contra a Aids teve como público-alvo a população
heterossexual com mais de 50 anos de idade.4,5 A
escolha desse público ocorreu em razão de a incidência de Aids praticamente ter duplicado nessa
população nos últimos dez anos,18 ou seja, de 7,5%
em 1996, para 15,7% em 2006. Dados do estudo de
Martins19 revelam que as pessoas acima de 50 anos
de idade têm vida sexualmente ativa, 73,1% tiveram atividade sexual no último ano e apenas 22,3%
usaram preservativo no último intercurso, ao contrário da população de 15 a 24 anos, em que 57,3%
o usaram na última relação.
A Campanha “Clube dos Enta”, que tem como slogan “Sexo não tem idade. Proteção também não”,
trata de assuntos ligados à atividade sexual, como
o uso do preservativo, além de oferecer dicas para
melhorar o desempenho sexual depois dos 50 anos
etários.17 Dessa forma, cada vez mais a Aids, sobretudo na terceira idade, assume o caráter de doença
biopsicossocial que determina atitudes multidimensionais, visto que afeta tanto enfermos como seus
familiares, parceiros, cuidadores, governos, sistemas
juridicolegais, instituições e a própria sociedade como um todo. Portanto, merece atenção direcionada
da comunidade científica e acadêmica.18,19
Diante do cenário exposto, surgiu entre os autores
o interesse em realizar esta pesquisa, cujo objetivo foi investigar o perfil de estudantes idosos de
uma instituição pública em relação aos seus conhecimentos e suas vivências sobre a sexualidade e a
prevenção contra o HIV ou a Aids.
6 • Brasília Med 2014;51(1):4-12
MÉTODO
Trata-se de estudo transversal, quantidescritivo,
realizado em estudantes idosos da Universidade
da Maturidade, Universidade Federal de Tocantins,
Palmas, Tocantins, no período de setembro de 2010
a abril de 2011.
Os critérios de inclusão foram: ter idade igual ou
superior a 60 anos, estar regularmente matriculado
na disciplina Sexualidade e ter assinado o termo de
consentimento livre e esclarecido.
Os dados foram obtidos utilizando-se os seguintes recursos: aulas expositivas, projeção de filme,
questionário e discussão.
Na primeira aula, foram realizadas as devidas apresentações, bem como o objetivo da pesquisa, para
então iniciar a captação da assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido. Após esse momento, os sujeitos participantes responderam individualmente ao questionário elaborado pelas pesquisadoras. Constou de quarenta e cinco perguntas,
sendo quarenta fechadas e cinco abertas. Na primeira
parte, abordaram-se os dados sociodemográficos, ou
seja, idade, estado civil, procedência, residência, sexo,
religião, renda mensal, ocupação, número de filhos e
atividades de lazer. Na segunda parte do questionário,
avaliaram-se comportamentos e práticas sexuais pelo levantamento de conceitos e ideias, interpretações
que revelaram os pontos de vista, os estados emocionais e as expectativas dos idosos acerca da sexualidade e da prevenção contra o HIV/Aids.
No segundo dia de aula, ainda com o objetivo de
levantamento de dados e como um disparador temático para introduzir o tema da sexualidade nessa
fase da vida, foi apresentado o filme “Elsa e Fred:
um Amor de Paixão”, que retrata o amor na terceira idade. Em seguida, fez-se a discussão em grupo
sobre a película, com foco na sexualidade e afetividade na terceira idade. As falas foram anotadas
e serviram para complementar os dados dos questionários da população estudada.
Para a análise quantitativa dos dados, utilizaramse a frequência absoluta e o percentual. Os dados
Alessandra da Rocha Arrais e cols. • Atividade sexual e HIV/Aids na terceira idade
qualitativos foram analisados com base na técnica de
análise de conteúdo.9 Dessa forma, os relatos foram
explorados sob diferentes perspectivas, tanto no levantamento de conceitos e ideias, quanto na análise
das interpretações que revelaram os pontos de vista,
as vivências, as atitudes e o conhecimento em relação
à sexualidade e a Aids. Não se objetivou a categorização do conteúdo com a quantificação da frequência
dos relatos. Considerou-se apenas o conteúdo das falas em si e, com base em sua análise, foi possível criar
dois eixos temáticos referentes às ideias e às interpretações, que puderam revelar à pesquisadora dados
sobre a vivência dos idosos quanto à sexualidade, às
doenças sexualmente transmissíveis, à Aids e aos mitos que envolvem esses temas na terceira idade, bem
como apresentar as considerações manifestadas por
eles quanto à participação nas aulas.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Católica de Brasília, protocolo n.º 172/2010.
RESULTADOS
Caracterizou-se a amostra de 74 indivíduos idosos
com idade em média de 65,6 ± 7,5 anos e extremos
de 60 e 100 anos.
A tabela expõe as características da amostra.
A maioria dos sujeitos participante era mulher
(78,4%). Os indivíduos casados corresponderam a
39,2% da amostra, e os viúvos, divorciados e solteiros representaram 24,3%, 13,5% e 23% respectivamente. Quanto à ocupação, 56,9% dos participantes
declararam-se aposentados, 22,9% do lar ou dona
de casa, 10,8% trabalhadores e, estudantes, 9,4%.
A religião da maioria dos entrevistados (58,1%) é a
católica. Os evangélicos somaram 29,7% da amostra, seguidos dos protestantes tradicionais (6,8%) e
espíritas kardecistas (5,4%). As principais fontes de
lazer dos sujeitos foram: ida à igreja (31,1%) e assistir à televisão (22,9%), tocar instrumentos (17,6%),
frequentar a Universidade da Maturidade (14,9%),
e utilizar computador e a internet (13,5%).
A renda familiar média foi R$ 813,92, com desvio-padrão de R$ 929,85 e variou de 0 a 5.000 reais.
Tabela. Características dos 74 estudantes idosos da Universidade da Maturidade, Universidade Federal de Tocantins,
Palmas, Tocantins
Variáveis
n
%
Sexo
Feminino
Masculino
58
16
78,4
21,6
Estado civil
Casado(a)
Viúvo(a)
Solteiro(a)
Divorciado(a)
29
18
17
10
39,2
24,3
23
13,5
Ocupação
Aposentado(a)
Do lar
Trabalhador(a)
Estudante
42
17
8
7
56,9
22,9
10,8
9,4
Religião
Católica
Evangélica
Protestante tradicional
Espírita kardecista
43
22
5
4
58,1
29,7
6,8
5,4
Lazer principal
Ida à igreja
Assistir à TV
Tocar instrumentos
Frequentar a universidade
Computador/internet
23
17
13
11
10
31,1
22,9
17,6
14,9
13,5
Os resultados foram agrupados em dois eixos temáticos, que foram construídos de acordo com sua
relevância para melhor compreensão do objetivo
de estudo.
Eixo temático 1: A vivência da sexualidade na terceira idade
Quanto à importância do sexo para os entrevistados,
52% consideram a relação sexual importante ou
muito importante. Os relatos apreendidos durante os trabalhos de intervenção, em especial, após a
análise do filme “Elsa e Fred”, evidenciam espontaneidade e facilidade dos idosos para abordarem a
importância da sexualidade, como se vê nos relatos
de distintos sujeitos. Relato 1: “Pra mim foi bom, um
ato de amor, saúde, prazer, porque sempre participamos
Brasília Med 2014;51(1):4-12 • 7
artigo original
juntos eu e meu marido. Tem que ser com amor na hora certa. É amar, carinho, compreensão, desejo, paixão
e muito mais. O amor faz parte da nossa vida, e faz bem
para saúde”. Relato 2: “Sexo é uma necessidade física e
biológica de cada ser vivente”.
Com relação à idade na modificação da frequência das
relações sexuais, o percentual de indivíduos os quais
acreditam que a idade modifica a frequência para
menos da relação sexual é de 48%. Os relatos dos
idosos, em especial do sexo feminino, trazem à tona outros fatores, que não as mudanças fisiológicas,
associados à idade, para a redução da intensidade
de relações sexuais, como a morte do parceiro e o
receio ou mesmo o preconceito de desenvolver uma
nova relação, conforme se lê nos relatos. Relato 1:
“No caso, a médica ginecologista pode me ajudar? É porque meu marido não me procura mais, queria saber o que
há de errado comigo”. Relato 2: “Eu sinto tudo isso (desejo), mas não sei o que fazer, meu marido morreu!”.
Quanto à aceitação da vivência da sexualidade pela família, constatou-se a partir dos dados provenientes
do questionário pré-teste que 70% dos participantes
acreditam que as famílias de idosos aceitam o desenvolvimento de sua sexualidade. Entretanto, os
relatos dos idosos, também obtidos após a análise
da obra cinematográfica “Elsa e Fred”, demonstram
a presença de traços de preconceito e aceitação do
julgamento de familiares quanto ao desenvolvimento de sua sexualidade, conforme se lê nos relatos:
Relato 1: “Minha família não aceitaria que eu tivesse outro relacionamento, teria que ser bem escondido”. Relato
2: “Fred (Filme Elsa e Fred) decidiu enfrentar sua filha”.
Com relação à idade como fator de modificação
da habilidade para ter orgasmo, 43% dos idosos declararam que a idade modifica a aptidão para
ter orgasmos, 24% que não modifica e 33% não responderam. O período fisiológico por qual passam
as mulheres entrevistadas, nos permitiu considerar que a maioria delas encontra-se em menopausa
(80%). Quanto à diminuição do prazer sexual entre
as entrevistadas, 59% sentiram ter reduzido o seu
prazer durante a prática de relações sexuais e, após
a intervenção do programa, houve redução discreta no número de idosas que alegaram a diminuição
de seu prazer sexual (55%).
8 • Brasília Med 2014;51(1):4-12
Quanto à diminuição do prazer sexual dos idosos, a
maioria dos homens (53%) e das mulheres (59%)
alegou diminuição do prazer sexual.
Eixo temático 2. Representações do idoso acerca de
doença sexualmente transmissível/Aids
As respostas ao questionário indicam que 70% dos
entrevistados também creem que as pessoas da
terceira idade têm informações sobre Aids. Os relatos dos idosos, por sua vez, contradizem-se entre
sujeitos que acreditam ser a Aids um tema assaz
discutido e conhecido entre os idosos e aqueles
que declararam ser o tema ainda desconhecido por
aqueles com grau de escolaridade inferior ou sem
acesso a grandes meios de comunicação de massa.¹³ A seguir, alguns trechos dos relatos. Relato 1:
“Esse daí todo mundo sabe [a respeito do tópico sobre
HIV/Aids]”. Relato 2: “Se não tem TV e rádio, não [a
respeito de como se transmite doença sexualmente
transmissível]”. Relato 3: “Nós não, porque nós somos
privilegiados, mas nas periferias de Palmas tem muita
gente que não se cuida”. Relato 4: “Nos grandes centros,
está cheio de ‘gentonas’ que não se cuidam”.
Quanto a ser a Aids doença de jovens, 73% dos idosos
acreditam que não. Seus relatos confirmam esse dado. Relato 1: “Acho que não tem nada a ver, se você não
se cuidar pode pegar doença sexualmente transmissível/
Aids da mesma forma, não importa a idade”; Relato 2:
“É nada!” [Sobre a Aids ser doença de jovens.]
Sobre a possibilidade de contaminação do idoso pelo
vírus HIV por meio da prática sexual, 89% dos idosos acreditam que uma pessoa mais velha pode
contaminar-se com o HIV por meio do ato sexual.
Durante as dinâmicas ministradas em aula, os seguintes relatos foram registrados. Relato 1: “Claro
que idoso com Aids é sem-vergonhice”. Relato 2: “A
Aids só se pega com garotas de programa e mulheres
muito cobiçadas”.
Os idosos, em especial mulheres, demonstraram
com base em suas afirmações, acreditar em necessidade de cuidados, também na terceira idade, para
se afastarem da contaminação pelo HIV, associando-se à promiscuidade dos homens a maior causa
de incidência da doença entre as mulheres. Relato
Alessandra da Rocha Arrais e cols. • Atividade sexual e HIV/Aids na terceira idade
1: “A maioria são os homens (idosos que transmitem as
doenças sexualmente transmissíveis) e eles são vaidosos. Pegam das novinhas que têm!”. Relato 2: “Eu acho
que todos têm que se cuidar, porque os maridos saem por
aí. Olha gente, eu não queria falar não, mas são os maridos que passam para a mulher, e tem muitas mulheres
aí que passam para os homens”. O percentual de 76%
dos sujeitos da pesquisa acredita que pode ocorrer
transmissão do HIV por meio de intercurso sexual,
sem proteção, com pessoa contaminada.
Em relação ao conhecimento do que seja a camisinha,
72% dos idosos alegaram conhecê-la. E 38% dos gerontes afirmaram que já usaram camisinha. Mas,
relatos de alguns sujeitos ratificam esse posicionamento: Relato 1: “Eu não uso mesmo, não vou mentir,
tenho que falar a verdade”; Relato 2: “Eu não uso camisinha e nunca usei, mas sei que se não usar pode pegar
Aids”. Outros informes demonstraram que apesar
do conhecimento declarado pelos idosos acerca do
que viria a ser camisinha, muitos apontamentos indicaram total desconhecimento por certa parte do
grupo. Relato 1: “Camisinha, não sei o que é isso, nunca
entendi isso”; Relato 2: “Eu não sei nada disso, tenho
que estudar muito para poder passar nessa matéria”;
Relato 3: “Eu não sei nem o que é isso [camisinha]”.
Quanto ao fato de o preservativo inibir o prazer ou
quebrar o clima, 20% dos sujeitos acreditaram ser
esse motivo importante, e 10%, muito importante
para o fato de os idosos não usarem preservativo.
Interessantes falas dos idosos foram registradas
nos diários de campo e mostraram a influência do
parceiro, em especial do sexo masculino, para a decisão de uso ou não do preservativo nas relações
sexuais. Seguem trechos. Relato 1: “Porque meu marido falou que usar camisinha é como chupar bala sem
tirar o papel”. Relato 2: “Doutora, a minha irmã tinha
47 anos e doze filhos. O doutor aconselhou a levar camisinha, mas o marido não gostou. Disse que não sentia
prazer, que não ia usar aquela porcaria e rasgou tudo.
Minha irmã ainda abortou mais umas três vezes. Tudo
por ignorância dele”.
Acerca do conhecimento sobre locais de prestação
de atendimento específico a doenças sexualmente
transmissíveis como a Aids, 35% dos sujeitos participantes declararam saber onde ele é realizado.
Em relação ao entendimento de que pessoas com
idade superior a 50 anos apresentam menos possibilidades de contaminação por Aids, 53% dos
idosos alegaram não ser verdadeira a afirmação.
Quanto à realização de testes de HIV/Aids, 60%
dos entrevistados jamais realizaram esse tipo de
exame. Os relatos dos idosos registraram que apesar de não ser regular a realização de exames de
HIV/Aids, os entrevistados mostraram estar aptos à realização dos testes. Relato 1: “A pessoa só
sabe, só descobre, se ‘tá’ se fizer o exame”. Relato 2:
“Professora, nunca nenhum médico me pediu para fazer o exame”. Relato 3: “Eu nunca fiz, mas gostaria de
fazer”. Relato 4: “Eu já fiz”.
Em relação às fontes de informação sobre o tema
doença sexualmente transmissível e Aids, as três
principais apontadas pelos idosos foram os serviços
de saúde (46%), a televisão (19%), os jornais e as
revistas (16%).
DISCUSSÃO
Por meio desta pesquisa, tornou-se possível conhecer um pouco mais da realidade e do comportamento dos idosos em relação à vivência da sexualidade, bem como ao significado atribuído ao
próprio processo de envelhecimento. Foi possível
também analisar com eles os riscos de suas ações,
quando não tomados os devidos cuidados como
o contágio com doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, e ainda os benefícios da sexualidade, tanto nos aspectos biológicos, quanto
psíquicos e sociais.
Constatou-se ainda ser a idade um importante fator na modificação do desejo sexual e da frequência
das relações sexuais, o que pode ser associado, em
relação às mulheres entrevistadas, a fatores físico
-psíquicos como a menopausa.
O idoso brasileiro, como sugere a literatura,3,6-8,10,20
ainda concebe a doença como o fazia ao tempo de
sua juventude, crendo ser esta o resultado de relações casuais ou promíscuas e que os idosos do sexo
masculino são os grandes responsáveis pela contaminação de suas parceiras pela manutenção de
relações extraconjugais.20-22
Brasília Med 2014;51(1):4-12 • 9
artigo original
Nota-se que a crença de que a idade e o declinar da
atividade sexual estão unidos tem feito que não se
preste atenção suficiente a uma das atividades que
mais contribuem para a boa qualidade de vida nos
idosos, como é a sexualidade atendida.18 A maioria das
pessoas com idade avançada é capaz de ter relações
e de sentir prazer, da mesma forma que os jovens.17,23
Conforme visto, o tema abordado contraria muitas ideias da sociedade, de que os idosos são alvo
de preconceitos, e as pessoas os julgam seres assexuados,23,24 não cogitam a possibilidade de que uma
doença sexualmente transmissível possa fazer parte de seu organismo e partem da ideia de que não
há atividade sexual na vida do velho. A sexualidade
muda no decorrer do tempo porque as pessoas mudam, crescem e cada um se molda em características próprias.17,23,24
Com base na pesquisa aqui discutida, delineia-se
a sexualidade na terceira idade associada ao HIV/
Aids, quando se nota que a doença sexualmente transmissível está atrelada a essa fase da vida
também, trazendo implicações tanto físicas, quanto psíquicas.17 Os resultados corroboram linhas de
pensamento, apresentadas na introdução desse artigo. Sabe-se que, para conhecer a vulnerabilidade
e a exposição do idoso ao HIV/Aids, é preciso compreender o contexto em que ele vive e os fatores
que os deixam suscetíveis a adoecer.23,24 Constatouse ainda ser a idade relevante fator na modificação
do desejo sexual e da frequência das interações
sexuais, o que pode ser associado, em relação às
mulheres entrevistadas, a fatores físico-psíquicos
como a menopausa – já que quase totalidade das
entrevistadas declarou encontrar-se nesse período
fisiológico – ao estado de viuvez ou grau de interesse sexual do parceiro.10,14
Assim, a frequência de relações sexuais nas mulheres reflete mais a idade do parceiro e sua saúde que
a diminuição de interesse ou capacidade sexual da
idosa, fator por si criador de obstáculos ao seu desempenho sexual.9,22,23 Haja vista o déficit de estrogênio peculiar à menopausa determinar a redução
da elasticidade da parede vaginal e das funções de
suas glândulas mucosas, o que potencializa irritações, incômodo e dores durante as relações.10,23
10 • Brasília Med 2014;51(1):4-12
Quanto ao entendimento dos entrevistados sobre
doenças sexualmente transmissíveis/Aids na terceira idade, a crença de ser a contaminação possível pelas atividades sexuais e a redução da associação da doença a faixas etárias mais baixas, em
especial neste último, evidencia a importância das
atividades de intervenção do programa tendo em
vista a comum caracterização pelo idoso da infecção como peculiarmente “jovem”. Uma pesquisa
realizada em pacientes com HIV no Instituto de
Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, mostrou
que a Aids é percebida quase maciçamente como
doença distante de suas realidades de vida, visto
que só pudesse atingir pessoas jovens, de outros
tempos, flexíveis na escolha dos parceiros e com
atividade sexual pouco convencional.17
O grupo de sujeitos ainda demonstrou muita resistência ao uso de preservativo durante as atividades
sexuais, entendendo-se ser esse comportamento
fruto do desconhecimento acerca do modo de uso
de preservativo ou confiança no parceiro, durante
as respostas colhidas na primeira etapa da pesquisa. Na fase final desta, o fator preferência pela relação sem dispositivo protetor ainda representava
ter maior significância nas respostas dos idosos.
Os idosos entrevistados mostraram interesse e
demandam por campanhas sobre a Aids na terceira idade. Mas, com a realização deste estudo,
seus autores perceberam durante as aulas, que
os idosos não têm hábito de falar ou expor seus
problemas relacionados à sexualidade, sejam eles
desejos, satisfações ou insatisfações, e as mudanças fisiológicas observadas assustam de tal maneira as pessoas, que elas se tornam inseguras e
passam a questionar se ainda têm condições de
desempenhar bem seu papel sexual. Envelhecese enquanto se vive e falar de sexo na terceira
idade é falar de vida, talvez de uma de suas mais
importantes fontes de motivação para pessoas de
todas as idades.22,25 Por isso, é importante ressaltar
a importância das universidades da terceira idade
como espaço para o encontro dos idosos, afastando-os de atitudes de isolamento, bem como para
o debate em torno da promoção de sua saúde física, psíquica e sexual,8,10,26,27 em conformidade com
o que relataram os entrevistados na reunião dos
Alessandra da Rocha Arrais e cols. • Atividade sexual e HIV/Aids na terceira idade
idosos com o fim de lutar por novas conquistas
e, com o simples propósito de estarem juntos, é
fundamental para o desenvolvimento de práticas
educativas de relevância ímpar para a melhora de
sua qualidade de vida e para promoção e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.2,26-28
Os resultados sugeriram que o tema da sexualidade e Aids na terceira idade ainda é propulsor
de preconceitos e paradigmas sociais entre os
próprios idosos e sua família. As formas de contaminação e práticas preventivas de doenças sexualmente transmissíveis, inclusive o uso de preservativos, são desconhecidas pela maioria dos
idosos pesquisados.
Essa pesquisa mostrou que apesar das mudanças culturais ocorridas nas últimas décadas e do
advento de novas técnicas para prolongar a vida
sexual, o esteriótipo do idoso assexuado24 permanece arraigado na sociedade, influenciando não só
as representações dos próprios idosos,22,23,29 como
também as políticas públicas e os programas de
investigação.1,2,5 A Aids é uma doença que envolve não somente aspectos fisiológicos, mas também
relações com as pessoas, afetos e valores nas ações
do cotidiano. Ademais, o estigma e o preconceito
representam obstáculos na luta pela prevenção e
pelo combate ao HIV/Aids, colocando as pessoas
com HIV em difícil posição diante da vida.29,30
Na terceira idade, a Aids apresenta-se através de
visões estigmatizadas e equivocadas, e o impacto
da doença nesse grupo etário não está apenas no
diagnóstico, mas também no fato de desvelar os hábitos até então não revelados, como a sexualidade,
na qual as manifestações da libido são traduzidas,
muitas vezes, pelo preconceito.17,22
Sexo e doença sexualmente transmissível/Aids
na terceira idade ainda representam tabu para a
população em geral e para os profissionais de assistência a pacientes, que apresentam dificuldades
em abordar essas questões em seus atendimentos
ou mesmo supor que essas doenças não possam
acometer pessoas dessa faixa etária.20,30 Viver mais
e melhor, com melhor qualidade de vida, somado
à resistência ao uso do preservativo e às questões
culturais tornou o indivíduo idoso mais vulnerável
ao HIV/Aids e à vulnerabilidade biológica e social e
tornou o gênero outro fator que ratifica a disseminação do vírus da Aids nessa população.
Por essa razão, os resultados reforçam a importância do trabalho psicoeducativo sobre sexualidade na
terceira idade, no qual os idosos possam expressar
livremente suas opiniões sobre a vivência da sexualidade e o conhecimento sobre o risco de contaminação por HIV/Aids,10,26,28,29 bem como em definir a
infecção como uma enfermidade capaz de atingir os
indivíduos em qualquer idade ou classe social.
A pesquisa também positivou a universidade da
terceira idade como espaço adequado para discussão desses temas e reforçar o conceito de que as
possibilidades das universidades abertas da terceira idade são numerosas, o que altera atitudes e
comportamentos dos idosos e daqueles que atuam
diretamente em seu favor, como educadores, cuidadores e familiares.10,26,28,29
REFERÊNCIAS
1. Programa conjunto das nações unidas sobre HIV/Aids. América
Latina: últimas tendências epidemiológicas – UNAIDS. 2009a
[acesso em 18 out 2010]. Disponível em http://www.onu-brasil.
org.br/doc/DadosLACReport2009.pdf.
2. Programa conjunto das nações unidas sobre HIV/Aids. América
Latina: últimas tendências epidemiológicas-UNAIDS. Relatório
Global sobre a Epidemia de Aids 2009: Sumário Geral. 2009b [acesso em 18 out 2010]. Disponível em http://www.onu-brasil.org.br/
doc/2009-Relatorio-Global-Aids-Sumario-Geral-Port.pdf2009b.
3. Sousa L J. Sexualidade na terceira idade: uma discussão da Aids,
envelhecimento e medicamentos para disfunção erétil. J Bras
Doenças Sex Transm. 2008;20(1):59-64.
4. Ministério da Saúde. Plano integrado de enfrentamento e feminização da epidemia de Aids e outras DST. Brasília: Ministério da
Saúde; 2007.
5. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico – Aids e DST.
Brasília, ano VIII, n.º 1, 26.ª a 52.ª Semanas Epidemiológicas, juldez 2010, 1.ª a 26.ª Semanas Epidemiológicas, jan-jun 2011.
6. Lazzarotto AR, Kramer AS, Hädrich M, Tonin M, Caputo P, Sprinz
E. O conhecimento de HIV/Aids na terceira idade: estudo epidemiológico no Vale dos Sinos. Ciênc Saúde Coletiva. 2008;13(6):1833-40.
7. Araújo VLB. Características da Aids na terceira idade em um hospital de referência do Estado do Ceará, Brasil. Rev Bras Epidemiol.
2007;10(4):544-54.
8. Saldanha AAW. Representações sobre a Aids na velhice por coordenadoras de grupos da terceira idade. Psico-USF. 2008;13(1):95-103.
9. Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edição 70; 1977.
10. Saldanha AAW, Araújo LF, Félix SMF. Aids na velhice: os grupos
de convivência de idosos como espaços de possibilidades. In:
Brasília Med 2014;51(1):4-12 • 11
artigo original
Falcão DVS, Dias CMSB (ed.). Maturidade e velhice: pesquisa e
intervenções psicológicas. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2006. p.
126-233.
11. Lieberman R. HIV in older Americans: an epidemiologic perspective. J Midwifery Womens Health. 2000;45(2):176-82.
12. Wendt G. Aids e envelhecimento: repercussões na saúde pública.
2009 [acesso em 17 set 2012]. Disponível em http://www.sissaude.
com.br/sissaude/userfiles/AIDS/20e/20envelheciment.pdf.
13. Mattos G, Nakamura E. Aspectos da sexualidade no processo do
envelhecimento. 2007 [acesso em 20 set 2012]. Disponível em
http: //www.uniandrade.edu.br/links/menu3/publicacoes/revistaenfermagem/oitavoamanha/artigo08.pdf.
14. Vicente N. Sexualidade na terceira idade. 2005 [acesso em 14 out.
2010]. Disponível em http://www.psicologia.com.pt/artigos/
ver_opiniao.php/codigo=AOP01187area=d117subarea=d11B.
15. Romero T. Aids entre idosos. Agência Fapesp 2008 [acesso em
2 ago. 2010]. Disponível em http://ambienteacreano.blogspot.
com/2008/04/aids-entre-idosos.htmll.
16. Cruz GECP. HIV/Aids: um perfil epidemiológico de portadores
idosos. 2005 [acesso 16 set 2010]. Disponível em http://www.portaldoenvelhecimento.net.
17. Souza ACA, Suassuna DSB, Costa SML. Perfil clínico e epidemiológico de idosos com Aids. J Bras Doenças Sex Transm. 2009;21(1):22-6.
18. Wooten-Bielski K. HIV & AIDS in older adults. Geriatr Nurs.
1999;20(5):268-72.
19. Martins MSNP. Comportamentos e práticas sexuais de idosos portadores do HIV/Aids atendidos em um centro de referência do
Distrito Federal [dissertação]. Brasília: Universidade Católica de
Brasília; 2008.
20. Zornitta M. Os novos idosos com Aids: sexualidade e desigualdade
à luz da bioética [dissertação]. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo
Cruz; 2008.
12 • Brasília Med 2014;51(1):4-12
21. Santos SS. Sexualidade e velhice: uma abordagem psicanalítica In:
Freitas EV, Py L, Cançado FAX, Doll J, Gorzoni ML (org.). Tratado
de Geriatria e Gerontologia, 3.ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2011. p. 1302-5.
22. Capodieci S. A idade dos sentimentos: amor e sexualidade após os
sessenta anos. Bauru: EDUSC; 2000.
23. Covey HC. Perceptions and attitudes toward sexuality of the elderly during the middle ages. Gerontologist. 1989;29(1):93-100.
24. Bernardino E. A sexualidade na terceira idade: o discurso social
do suposto corpo assexuado [monografia]. Caruaru: Faculdade do
Vale do Ipojuca; 2011.
25. Scarr S, McCartney K. How people make their own environments: a theory of genotype environment effects. Child Dev.
1983;54(2):424-35.
26. AlvesVP, Lopes C. Idosos, inserção social e envelhecimento saudável no contexto da educação a distância nas UnATIS:
um relato de experiência. Pesquisas e Práticas Psicossociais.
2008;3(1):125-32.
27. Freire IM, Oliveira AC. Formação dos docentes na Universidade de
Terceira Idade. Educere et Educare. 2007;2(4):177-92.
28. Osório NB, Silva Neto LS. A Universidade da Maturidade/UFT:
a sensibilização do ser humano acima de 45 anos para um envelhecimento ativo e digno. Palmas; 2010 [acesso em 17 out.
2010]. Disponível.em http://www.uft.edu.br/uma/index.php/
option=com_docman&task=cat_view&gig=7&Itemid=3.
29. Veras RP, Caldas CP. Promovendo a saúde e a cidadania do idoso:
o movimento das universidades da terceira idade. Ciênc Saúde
Coletiva. 2004;9(2):423-32.
30. Plomin R, McClearn GE. Human behavioral genetics of aging. In:
Birren JE, Schaie KW (eds.). Handbook of the psychology of aging.
San Diego: Academic Press; 1990.
Download

Arquivo em PDF