Diretrizes para Elaboraçao de
Preparaçao de Exercícios para o
ENADE
1. APRESENTAÇÃO
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira —
Inep tem a missão de promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o
Sistema Educacional Brasileiro, com o objetivo de subsidiar a formulação e
implantação de políticas públicas para a área educacional, a partir de
parâmetros de qualidade e equidade. No âmbito da educação superior, a
avaliação é regulamentada pela Lei n2 10.861, de 14 de abril de 2004, que
institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), nos
termos do art. 92, incisos VI, VIII e IX da Lei n2 9.394, de 20 de dezembro de
1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional — LDB). O Sinaes tem
por objetivo assegurar processo nacional de avaliação das instituições de
educação superior (IES), dos cursos de graduação e do desempenho
acadêmico dos seus estudantes. A avaliação dos estudantes visa aferir o
desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos
previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, suas
habilidades e competências para compreender temas exteriores ao âmbito
específicos de sua profissão, relacionados à realidade brasileira e mundial e a
outras áreas do conhecimento. A avaliação do desempenho dos estudantes é
realizada por meio da aplicação do Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes — Enade. Considerando os efeitos diretos e indiretos dos
resultados do Enade para as IES, em articulação com as avaliações no âmbito
do Sinaes e as políticas de regulação e supervisão do MEC, o Exame tem se
revestido de grande importância para a Educação Superior. A relevância,
complexidade e especificidade do Enade apontam para a importância da
construção de instrumentos de avaliação de alta qualidade técnica, cada vez
mais adequados aos objetivos do Exame. Nesse sentido, o Inep criou, em
2010, o Banco Nacional de Itens para o Enade (BNI-Enade), cujo objetivo é
reunir itens de forma organizada, classificada e ordenada, com informações
sobre sua qualidade técnica, pedagógica e psicométrica. Para atender a essa
demanda e, ao mesmo tempo, ampliar a participação da comunidade
acadêmica nos processos de avaliação da educação superior, o Inep convocou
publicamente docentes interessados em participar do BN1-Enade na condição
de elaboradores ou revisores de itens. O presente Guia de Elaboração de Itens
tem por objetivo orientar a elaboração e a revisão de itens visando à
2
consolidação do BNI-Enade, de forma que se obtenha, por meio do trabalho
desenvolvido pelos docentes cadastrados, uma quantidade expressiva de itens
aprovados que poderão ser usados na composição das provas do Exame.
2 A PROVA DO ENADE
2.1 Estrutura da Prova
A prova do Enade é constituída de duas partes, totalizando 40 itens:
1.a parte — Formação Geral: contém 10 (dez) itens, sendo 8 (oito) de múltipla
escolha e 2 (dois) discursivos, comuns a todas as áreas ou cursos superiores
de bacharelado, licenciatura e tecnológicos avaliados pelo Enade. Os itens da
Formação Geral buscam aferir a aquisição de competências, habilidades e
conhecimentos essenciais à formação do estudante de graduação, abordando
situações-problema, estudos de caso, simulações e interpretação de textos,
imagens, diagramas, gráficos e tabelas.
2.a parte — Componente Específico: contém 30 (trinta) itens, sendo 27 (vinte
e sete) itens de múltipla escolha e 3 (três) itens discursivos, abrangendo os
componentes específicos das áreas ou cursos avaliados pelo Enade. Os itens
do Componente Específico da prova têm como objetivo básico aferir a
aquisição de conhecimentos e competências esperadas para o perfil
profissional do curso, em níveis diversificados de complexidade.
2.2 Diretrizes para as provas do Enade
As provas do Enade são elaboradas a partir das Diretrizes Curriculares
Nacionais dos cursos de graduação aprovados ou em fase de aprovação pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE) e contemplam os objetivos, o perfil do
estudante, as competências, as habilidades e os conteúdos a serem avaliados.
A elaboração das diretrizes para as provas e das matrizes de referência,
instrumentos norteadores do processo de construção de itens que compõem as
provas, são de competência das Comissões Assessoras do Enade, a saber,
Comissão Assessora de Formação Geral, Comissões Assessoras de Área e
Comissões Assessoras de Cursos Superiores de Tecnologia. Nomeadas pelo
Presidente do Inep, essas comissões são formadas por professores de
Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas e sua composição
busca contemplar todas as regiões do País. As diretrizes do Enade são
publicadas anualmente por meio de Portarias específicas e se constituem
documentos de referência que orientam as IES e os estudantes que serão
avaliados no Exame.
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2.3 Matriz de referência
A matriz de referência é o instrumento norteador para a elaboração de itens
que irão fazer parte do BNI-Enade e que poderão ser usados na composição
da prova a ser aplicada no Exame. As matrizes, formuladas pelas Comissões
Assessoras do Enade, são documentos sigilosos e de uso restrito ao Inep, pois
indicam detalhadamente conteúdo, objetivo e formato dos itens que serão
encomendados aos elaboradores de cada área. A matriz, fundamentada pelo
perfil esperado, tem concepção tridimensional, formada por colunas verticais e
linhas horizontais que se cruzam em quadrículas denominadas de células. Nas
linhas, distribuem-se as características condizentes ao perfil de formação
esperado; nas colunas, disponibilizam-se os diversos recursos a serem
avaliados que, mediados por processos educacionais e de formação
profissional, compõem as competências, entendidas como mobilização de
conhecimentos, saberes, escolhas éticas e estéticas, habilidades, posturas etc.
Tais recursos podem ser categorizados em grandes blocos, que poderão
sinalizar aspectos do contexto, das relações, das metas institucionais,
orientados pelas características do perfil profissional a ser formado. As células
de interligação sintetizam os objetos de conhecimento (a terceira dimensão da
matriz), permitindo o cruzamento das características do perfil com os diversos
recursos mobilizados. (Marinho-Araújo & Rabelo, 2012a, 2012b; Rabelo,
2011a, 2011b; Rabelo & Soares, 2011) A matriz constitui referência para as
análises de desempenho e elaboração de feedbacks, pois permite inferir
indicadores de desenvolvimento das características de perfil profissional
elencadas, além de possibilitar a professores e gestores das instituições uma
visão ampla do desempenho de determinado grupo de indivíduos avaliados,
como forma de se proceder a uma análise global para promover a regulação do
ensino e das aprendizagens. Para os especialistas elaboradores de itens, as
análises levam à reflexão sobre o processo de construção de itens, servindo
como validação da própria matriz e também como meta-avaliação (Rabelo,
2011a, 2011b; Rabelo & Soares, 2011). A Tabela 1 a seguir apresenta um
modelo de matriz de referência. Como se pode depreender do exemplo, para
cada item a ser elaborado, apresenta-se a descrição do perfil, dos recursos e
dos objetos de conhecimento (conteúdos) a serem abordados. A matriz traz
ainda o nível de dificuldade, tipos de itens e comentários e observações, como
a utilização de tabelas, gráficos, figuras, desenhos, citações, textos e outros
elementos que deverão compor cada item elaborado. A matriz contempla
também o quantitativo de itens em cada parte da prova (Formação Geral e
Componente Específico) e os respectivos níveis de dificuldade com o objetivo
se proporcionar um equilíbrio da dificuldade da prova como um todo.
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R1xP1 = OC2, OC3 (D)
R2xP3 = OC1, G (M)
R2xP4 = OC5 (F)
A matriz de referência, portanto, é um instrumento que orienta elaboradores e
revisores técnico-pedagógicos. No processo de construção dos itens, esses
especialistas deverão interpretar as matrizes e idealizar o tipo de elaboração
mais adequado à aferição das características propostas para cada item.
2.4 Itens que compõem as provas — aspectos essenciais
Nos exames educacionais, item pode ser considerado sinônimo de questão,
termo mais popular e utilizado com frequência na educação. Os itens podem
ser de dois tipos: (i) de resposta livre e (ii) de resposta orientada. Um único
exame pode conter itens de ambos os tipos ou de apenas um deles. Aos
propósitos deste guia, interessam os dois tipos de itens. Há várias formas
possíveis de itens, sendo que a mais adequada a ser escolhida será
determinada, em grande parte, pelo que se pretende examinar. Entre os itens
de resposta orientada, destacam-se os de múltipla escolha, definidos como
aqueles que permitem ao participante do exame escolher a resposta entre
várias alternativas, das quais apenas uma é indubitavelmente correta. A
construção adequada de itens para o BNI-Enade requer a observação de
alguns aspectos essenciais. Para facilitar a identificação desses aspectos estão
descritas abaixo algumas características que o elaborador deve observar para
melhor adequar o item à proposta do exame.
1 Objetividade: vá direto ao assunto. Use frases curtas, termos exatos, sem
demonstração de erudição. Períodos e parágrafos curtos são mais fáceis de
serem redigidos e compreendidos, além de tornarem a leitura mais agradável e
menos cansativa.
2 Originalidade: construa itens inéditos. Não aproveite questão de provas, livros
ou apostilas, questão retirada da Internet ou que já tenha sido aplicada em sala
de aula, em vestibulares, concursos ou em outra prova do Enade.
5
3 Concisão: apresente apenas as informações necessárias para a solução do
problema proposto, isto é, elimine os excessos linguísticos que nada lhe
acrescentam. Um texto conciso é aquele que consegue transmitir um máximo
de informações com um mínimo de palavras;
4 Ordem direta: use os termos essenciais das orações na sua ordem natural:
sujeito, verbo, complemento;
5 Adequação: procure adequar a prova ao nível exigido e ao perfil profissional
desejado. Muitas vezes, o elaborador, na tentativa de tornar o item mais difícil,
utiliza informações irrelevantes ou obscuras, ou palavras rebuscadas ou
semanticamente fora da capacidade de compreensão dos respondentes, o que
pode dificultar a análise da real proficiência do indivíduo na competência
investigada;
6 Simplicidade: escolha cada palavra. Evite
rebuscadas, termos técnicos desnecessários;
preciosismos,
palavras
7 Correção da linguagem: adote o padrão culto, redigido de forma apropriada e
correta;
8 Clareza: seja explícito, transmita o conteúdo do texto ao interlocutor de
maneira que ele compreenda a mensagem. Esclareça os conceitos que não
são objetos da avaliação. Precise os termos técnicos. Evite as expressões ou
palavras de uso restrito à sua área de especialização e que não são de
domínio dos estudantes;
9 Precisão: seja preciso na redação e não deixe dúvidas quanto à sua
interpretação. Um bom item é aquele que admite uma única interpretação e
uma só resposta;
10 Impessoalidade: a linguagem deve ser despersonalizada, por isso, evite
impressões e expressões pessoais, próprias do gênero literário ou da fala
informal. Evite ainda chavões e gírias.
11 Adjetivos e advérbios: tenha cuidado especial com o uso de adjetivos e
advérbios, principalmente para tornarem as frases verdadeiras ou falsas, pois
eles podem apresentar forte carga de subjetividade ou imprecisão e criar
ambiguidade para o julgamento.
3 ESTRUTURA DO ITEM DE MÚLTIPLA ESCOLHA DO BNI/ENADE
Em um texto, o significado de uma parte não costuma ser autônomo, mas
depende das outras com que se relaciona. O seu significado global não é
simplesmente uma soma do que representa cada parte, mas de uma
combinação geradora de sentido. Cada uma deve manter relação com as
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demais, inter-relacionando-se e formando um todo organizado. Desse modo, o
texto deve apresentar coerência entre elas, não evidenciando contradições.
O item de múltipla escolha utilizado nos exames do Inep divide-se em três
partes: texto-base, enunciado/comando e opções/alternativas. Assim como
qualquer texto, o item deve ser estruturado de modo que se configure uma
unidade de proposição e que contemple as orientações da matriz de referência.
Para tanto, devem ser observadas a coerência e a coesão entre suas partes,
apresentando uma articulação entre elas, explicitando uma única situaçãoproblema e uma abordagem homogênea do conteúdo selecionado. O esquema
a seguir ilustra essa estrutura.
As justificativas das respostas (item de múltipla escolha) ou o padrão de
resposta esperado (item de resposta livre ou construída) também são
fundamentais e devem ser apresentados considerando as mesmas
recomendações relativas à correção da linguagem, especialmente a clareza e
precisão.
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3.1 Texto-base
O texto-base motiva ou compõe a situação-problema que será objeto de
avaliação no item, formulada a partir da utilização de um ou mais textos
(verbais ou não verbais — imagens, figuras, tabelas, gráficos ou infográficos,
esquemas, quadros, experimentos, entre outros), que poderão ser de dois
tipos: (i) criados pelo próprio elaborador para o contexto do item, ou (ii)
referenciados por publicações de apropriação pública. No caso de textos
referenciados por publicações de apropriação pública, é imprescindível a
citação da respectiva fonte, conforme normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). Além disso, recomenda-se que as publicações
citadas não sejam de autoria do próprio elaborador.
3.2 Enunciado/comando
O enunciado constitui-se de uma ou mais orações e não deve apresentar
informações adicionais ou complementares aos textos-base; ao contrário,
deverá considerar exatamente a totalidade das informações previamente
oferecidas. No enunciado, inclui-se uma instrução clara e objetiva da tarefa a
ser realizada pelo estudante. Essa instrução poderá ser expressa como
pergunta ou frase a ser completada ou respondida pela alternativa correta.
É no enunciado que, fundamentalmente, se determina o nível de habilidade
cognitiva que será avaliado, desde a simples identificação de informações
explícitas até níveis mais complexos como a capacidade de síntese do
estudante. Desse modo, a sua formulação adequada contribui diretamente para
a validade da medida de desempenho.
3.3 Opções/alternativas
As opções/alternativas são possibilidades de respostas para a situaçãoproblema apresentada, dividindo-se em gabarito (a alternativa que contempla a
resposta correta) e em distratares (alternativas que contemplam respostas
incorretas). A construção das alternativas, principalmente dos distratares, é
uma tarefa complexa e exige grande domínio técnico na sua elaboração.
3.4 Gabarito
O gabarito indica, inquestionavelmente, a única opção/alternativa correta que
responde à situação-problema proposta.
3.5 Distratares
Os distratares indicam as alternativas incorretas à resolução da situaçãoproblema proposta. Devem ser redigidos com aparência de resposta correta,
mas sendo inquestionavelmente incorretos. Eles devem atender à
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característica de plausibilidade e, além disso, devem parecer corretas para
aqueles participantes do exame que não desenvolveram a competência
avaliada. Isso significa que o distratar plausível deve retratar hipóteses de
raciocínio utilizadas na busca da solução da situação-problema apresentada.
Como consequência, se esse distratar retrata uma dificuldade real do
participante com relação à competência avaliada, não devem ser criadas
situações capazes de induzido ao erro. A utilização das hipóteses ou respostas
equivocadas observadas em situação de ensino-aprendizagem costuma
aumentar a plausibilidade dos distratares. Por outro lado, respostas que
retratam erros grosseiros ou alternativas absurdas, dentro ou não do contexto
do item, tendem a induzir a identificação imediata da alternativa correta, o que
não é desejável.
3.6 Justificativas das respostas
As justificativas fazem parte da apresentação do item, devendo ser formuladas
separadamente para cada uma das alternativas. Visam não somente indicar
qual a resposta correta e quais incorretas, como também oferecer elementos
que permitam compreender o acerto ou o equívoco implícito na resolução da
situação-problema abordada no item. No que se refere à revisão técnicopedagógica do item, a apresentação das justificativas deverá oferecer
elementos que permitam ao revisor verificar a plausibilidade dos distratores. As
justificativas deverão informar exatamente os motivos pelos quais cada uma
das alternativas representa ou não a opção correta de resposta, de modo que
não serão aceitas justificativas tautológicas. Cada uma delas deverá começar
com a palavra CERTA ou ERRADA, seguidas de ponto final, e da explicação
devida. Exemplo:
(A) ERRADA. O estudante não compreende a situação proposta e considera
que blau blau blau blau
(B) ERRADA. O estudante blau blau blau blau
(C) CERTA. O estudante raciocina corretamente e conclui que blau blau blau
blau (D) ERRADA. O estudante blau Nau blau blau
(E) ERRADA. O estudante blau blau blau blau
4 TIPOS DE ITENS DE MÚLTIPLA ESCOLHA
Os itens de múltipla escolha são constituídos de alternativas problematizadoras
e devem favorecer soluções por meio de escala de respostas. São adotados no
Enade os seguintes tipos de itens de múltipla escolha: interpretação, resposta
múltipla e asserção-razão.
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4.1 Itens de interpretação
O item de múltipla escolha do tipo interpretação é formulado a partir de uma
situação-estímulo que compõe o enunciado. A situação-estímulo faz parte de
um problema e, a partir dela, o estudante organiza as ideias, dados ou
informações para resolvê-lo. É nesse momento que ele identifica, mobiliza,
gerencia e utiliza diversos recursos, articulados a habilidades, saberes,
conhecimentos e outras características pertinentes, que vão oportunizar a
visibilidade de determinada competência ou característica do perfil profissional
esperado. São exemplos de situação-estímulo: texto, estudo de caso, tabela,
quadro, diagrama, gráfico, figura, mapa, esquema ou ilustração (extraídos de
fonte fidedigna, com as devidas referências). O enunciado/comando pode ser
apresentado tanto como frase incompleta, a ser finalizada pelas
opções/alternativas, quanto em forma de pergunta. A opção por uma ou outra
está mais relacionada à clareza do desafio proposto.
Exemplos de itens de interpretação
Exemplo 1
QUESTÃO 6
A educação é o Xis da questão
A expressão “o Xis da questão” usada no titulo do infográfico diz respeito
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A. à quantidade de anos de estudos necessários para garantir um emprego
estável com salário digno.
B. às oportunidades de melhoria salarial que surgem à medida que
aumenta o nível de escolaridade dos indivíduos.
C. à influência que o ensino de língua estrangeira nas escolas tem exercido
na vida profissional dos indivíduos.
D. aos questionamentos que serão feitos acerca da quantidade mínima de
anos de estudos que os indivíduos precisam para ser boa educação.
E. À redução da taxa de desemprego em razão da política atual de controle
da evasão escolar e de aprovação automática de ano de acordo com a
idade.
Exemplo 2
QUESTÃO 45
A aplicação S : S1 -> S2
ilustrada na figura abaixo é uma
isometria entre a faixa plana S1 e o cilindro circular reto S2. A isometria
leva o segmento de reta r1 em um arco de circunferência em S2 e o
segmento de reta r2 em um segmento de reta de S2.
Nessa situação, a imagem do segmento de reta r3 pela isometria S é uma
A. espiral da superfície S2.
B. curva plana contida em S2.
C. geodésica da superfície S2.
D. linha assintótica da superfície S2.
E. linha de curvatura da superfície S2.
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Exemplo 3
QUESTÃO 23
Iracema voou
Iracema voou
Para a América
Leva roupa de lã
E anda lépida
Vê um filme de quando em vez
Não domina o idioma inglês
Lava chão numa casa de chá
Tem saldo ao luar Com um mímico
Ambiciona estudar Canto lírico
Não dá mole pra polícia
Se puder, vai ficando por lá
Tem saudade do Ceará
Mas não muita
Uns dias, afoita
Me liga a cobrar:
— É Iracema da América
BUARQUE, C 1998. Disponível em: <www.chicobuarque.com.br/construção/=mestre.asp?pg.iracerna_98.htm>.
Acesso em: 11 ago. 2011.
A canção de Chico Buarque reproduzida acima mostra que personagens e
temas da literatura permanecem presentes em formas e suportes diversos.
Nessa perspectiva, como se estabelece a relação entre essa canção e o
romance Iracema, de José de Alencar?
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A. Ampliado pelo gênero musical, o texto de Chico Buarque apresenta
aspectos culturais semelhantes aos da obra alencariana, relacionados
ao projeto de construção da identidade nacional, sob a influência do
movimento emancipatório iniciado no século XIX.
B. Os temas viagens, natureza e novo mundo, bem como a linguagem,
convergentes tanto na canção quanto na obra de Alencar, retratam
anseios nacionalistas em criar uma literatura portadora da identidade
brasileira.
C. Embora a canção reaproveite da obra de Alencar a figura do indígena,
exílio e busca pela modernidade, ela o faz em urna perspectiva de
desconstrução desses elementos caracterizadores do período.
D. A (re)valorização e a fixação da identidade nacional constituem a
antítese que fundamenta a escrita da canção, o que explica a negação
do passado nacional e artístico revelada por Chico Buarque.
E. A relação de intertextualidade que se estabelece entre o texto
contemporâneo e o romântico confirma a predominância da cultura
colonizada em relação ao colonizador português na América.
Exemplo 4
QUESTÃO 42
Soneto XXXI
Longe de ti, se escuto, porventura.
Teu nome, que urna boca indiferente
Entre outros nomes de mulher murmura, Sobe-me o pranto aos Olhos, de
repente__
Tal aquele, que, mísero, a tortura Sofre de amargo exílio, e tristemente A
linguagem natal, maviosa e pura, Ouve falada por estranha gente...
Porque teu nome é para mim o nome
De urna pátria distante e idolatrada.
Cuja saudade ardente me consome:
E ouvi-lo é ver a eterna primavera
E a eterna luz da terra abençoada,
Onde, entre flores, teu amor me espera.
BILAC, O. Melhores poemas. Seleção de Marisa Lajolo
São Paulo Global, 2003, p. 54.
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Olavo Bilac, mais conhecido como poeta parnasiano, expressa traços
românticos em sua obra. No soneto apresentado, o traço romântico observado
ea
A.
B.
C.
D.
E.
erudição do vocabulário.
objetividade do eu lírico.
predominância de descrição.
idealização do terna amoroso.
utilização de universo mitológico.
4.2 Itens de resposta múltipla
O item do tipo resposta múltipla é também conhecido como complementação
múltipla ou múltipla escolha complexa. A composição desse tipo de item
consiste de três a cinco afirmações, relacionadas com o tema explicitado no
enunciado, e de uma chave de respostas, em que são apresentadas as
alternativas de resposta propriamente ditas, sendo que em cada uma delas
consta(m) qual(is) afirmação(ões) entre as apresentadas é(são) verdadeira(s)
em relação à proposta do item.
Para responder a esse item, o estudante deve analisar as afirmações com
relação ao tema proposto no enunciado, se verdadeiras ou falsas, e identificar
na chave de resposta aquela que corresponde ao resultado da análise
efetuada.
Exemplos de itens de resposta múltipla
Exemplo 1
QUESTÃO 36
A tecnologia de fermentação vem sendo aprimorada nos últimos anos com o
objetivo de aumentar a produtividade dos processos fementativos. Um exemplo
desse avanço é o desenvolvimento da Sacarificação e Fermentação
Simultâneas (Simultaneous Saccharification and Fennentation -SSF), que
consiste em realizar num mesmo reator a hidrólise enzimática de materiais
lignocelulósicos, gerando açúcares que são fermentados no mesmo reatar por
microrganismos ali presentes. Considerando a utilização dessa tecnologia para
a produção de etanol, a partir de bagaço e palha de cana-de-açúcar, analise as
afirmações abaixo.
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I - A utilização da tecnologia SSF para a produção de etanol valoriza os
resíduos da indústria de açúcar e álcool, pois há um crescimento da demanda
mundial por biocombustíveis.
II - Nesse tipo de reator, a formação de subprodutos é grande, em função da
natureza dos agentes de hidrólise e fermentação, o que consiste em uma
vantagem do ponto de vista ambiental.
III - Quando as condições ótimas de atividade das enzimas de hidrólise e dos
microrganismos que realizam a fermentação forem diferentes, a quantidade de
etanol produzida nesse tipo de ferrnentadorficara comprometida.
IV- O aproveitamento da palha e do bagaço de cana já é realizado
industrialmente e, por isso, não é necessário desenvolver alternativas para seu
aproveitamento.
É correto apenas o que se afirma em
(A) I.
(B) II.
(C) I e III.
(D) II e IV.
(E) III e IV.
Exemplo 2
QUESTÃO 24
O conhecido modelo de proposta de redação "Minhas férias" parece perpetuarse no meio escolar, dado que ainda são solicitadas produções textuais em que
o aluno somente tem como referência o tema a ser abordado, sem quaisquer
outras explicitações acerca de sua produção. Considerando as especificidades
dessa proposta de escrita, sob a perspectiva de que a produção textual se
caracteriza não somente pelos seus aspectos linguísticos e textuais, mas
também pelas suas funções frente às relações sociais particulares, pelos seus
aspectos sociocomunicativos, analise as afirmações seguintes.
I.
II.
A estratégia mencionada reflete aquilo que vários estudos acerca das
especificidades do processo escritural vêm discutindo recentemente:
as habilidades nesse processo se realizam a partir de abstrações, as
quais dispensam sobretudo as interferências extralinguisticas,
contextuais.
II. À medida que os propósitos comunicativos, como parte das
condições de produção do texto, foram deixados de lado na
proposição da atividade, a realização desta se tornou inócua.
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III.
III. A atividade mencionada limitou o processo de produção do aluno,
comprometendo seu desempenho, por não ser indicada a situação
comunicacional envolvida.
É correto o que se afirma em
A.
B.
C.
D.
E.
I, apenas.
III, apenas.
I e II, apenas.
II e III, apenas.
I, II e III.
Exemplo3
QUESTÃO 39
O gráfico abaixo representa o traço da curva parametrizada diferenciável plana
A respeito dessa curva, avalie as afirmações a seguir
16
É correto apenas o que se afirma em
A.
B.
C.
D.
E.
II.
I e II.
I e IV
III e V
III,IV e V
Exemplo4
QUESTÃO 25
Na criança portadora de paralisia cerebral, alguns aspectos mais gerais
relacionados à postura corporal e ao desenvolvimento motor necessitam ser
observados pelo fonoaudiólogo, uma vez que esses aspectos irão influenciar
significativamente o processo terapêutico.
Considerando essa situação, avalie as afirmações abaixo.
I.
II.
A permanência de reflexos primitivos ou anormais corporais irá
prejudicar o movimento de rotação corporal, que permite, por
exemplo, a utilização dos membros superiores em experiências de
explorações do ambiente, as quais, por sua vez, podem trazer
prejuízos ao desenvolvimento da linguagem, cognição e fala.
A persistência de padrões primitivos ou anormais nos orgãos
fonoarticulatórios rios poderá prejudicar as funções de alimentação e
coordenação fonoarticulatória, a qual, por sua vez, poderá prejudicar
o desenvolvimento da fala.
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III.
IV.
A presença de alteração de tono em membros inferiores não é um
elemento significativo para o fonoaudiologo, urna vez que o êxito do
seu trabalho dependerá da obtenção de um bom padrão de tono
muscular nas estruturas do sistema estomatognático, que são
responsáveis pelas funções orais.
Tendo em vista as dificuldades relacionadas à postura corporal e ao
desenvolvimento motor global, o fonoaudiólogo necessitará aguardar
a evolução do desenvolvimento neuropsicomotor da criança para
iniciar o trabalho voltado para o desenvolvimento das funções orais.
É correto apenas o que se afirma em
A.
B.
C.
D.
E.
I e II.
I e III.
III e IV.
l, ll e IV
II, III e IV.
4.3 Itens do tipo asserção-razão
O item de múltipla escolha do tipo asserção-razão, também conhecido como
análise de relações, constitui-se de duas proposições ligadas pela palavra
PORQUE, sendo que a segunda proposição deve ser avaliada se constitui
razão ou justificativa da primeira. Compõe o item, ainda, uma chave de
respostas padrão, em são descritas as opções/alternativas de resposta
propriamente ditas, e cada uma delas contém uma afirmação sobre a
veracidade ou falsidade de cada uma das proposições e também da existência
ou não de relação de causalidade entre elas.
Exemplos de itens do tipo asserção-razão
Exemplo 1
QUESTÃO 4
Com o advento da República, a discussão sobre a questão educacional tornase pauta significativa nas esferas dos Poderes Executivo e Legislativo, tanto no
âmbito Federal quanto no Estadual. Já na Primeira República, a expansão da
demanda social se propaga com o movimento da escolanovista; no período
getulista, encontram-se as reformas de Francisco Campos e Gustavo
Capanema; no momento de crítica e balanço do pós-1946, ocorre a
promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em
1961. É somente com a Constituição de 1988, no entanto, que os brasileiros
têm assegurada a educação de forma universal, como um direito de todos,
tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa no que se refere a sua
preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. O
artigo 208 do texto constitucional prevê como dever do Estado a oferta da
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educação tanto a crianças como àqueles que não tiveram acesso ao ensino em
idade própria à escolarização cabida.o em idade própria à escolarização
cabida.
Nesse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas.
I - A relação entre educação e cidadania se estabelece na busca da
universalização da educação como uma das condições necessárias para a
consolidação da democracia no Brasil.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
PORQUE
II - Por meio da atuação de seus representantes nos Poderes Executivos e
Legislativo, no decorrer do século XX, passou a ser garantido no Brasil o direito
de acesso à educação, inclusive aos jovens e adultos que já estavam fora da
idade escolar.
(A) As asserções I e li são proposições verdadeiras, e a segunda é uma
justificativa correta da primeira.
(B) As asserções 1 e II são proposições verdadeiras, mas a segunda não é
uma justificativa correta da primeira.
(C) A asserção 1 é urna proposição verdadeira, e a asserção II é uma
proposição falsa.
(D) A asserção i é uma proposição falsa, e a asserção II é uma proposição
verdadeira.
(E) As asserções I e II são proposições falsas.
Exemplo 2
QUESTÃO 37
Comecei a fazer um tratamento com um medicamento muito forte á base de
corticoide, Para quem nunca tomou :medicamento mais forte que urna Aspirina
ou um Tilenol, vocês podem imaginar como foi difícil para mim tomar esta
medida.
Disponível em: http://www.amigosdebike.com.br. Acesso em: 19 ago. 2011.
Considerando o texto apresentado e as restrições naturais ao emprego do
pronome oblíquo 'mim em português, avalie as asserções que se seguem.
No texto acima, o pronome oblíquo está colocado antes do verbo e empregado
de acordo com a norma culta.
19
PORQUE
O rato de o pronome 'mim' estar em posição imediatamente anterior ao verbo
não indica, necessariamente, que ele seja o seu sujeito da oração, como ocorre
no texto apresentado acima.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta,
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é urna
justificativa correta da primeira.
B. As duas asserções são proposições verdadeiras, mas segunda não é
urna justificativa correta da primeira.
C. A primeira asserção é urna proposição verdadeira, e a segunda, urna
proposição falsa
D. A primeira asserção é uma proposição: falsa, e a segunda, uma
proposição verdadeira.
E. Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.
Exemplo 3
QUESTÃO 18
A família, nos dois sentidos do termo (parentesco e grupo doméstico), é uma
estrutura que atravessa e anima a sociedade inteira. Seu papel econômico é
essência, mesmo em nossas sociedades, nas quais consumo e produção estão
descasadas, á que a linhagem é um canal maior de redistribuição de bens e
serviços.
MENDRAS, H. O que é sociologia? São Paulo), 2004 (com adaptações).
Analise as proposições a segura, a respeito do fragmento do texto de Mendras.
A família é urna importante célula de consumo e movimentação de recursos
financeiros nas sociedades capitalistas independentemente do tamanho do
grupo doméstico.
PORQUE
O trabalho e o rendimento dos membros da família potencializam a capacidade
de aquisição de bens e serviços. A respeito dessas asserções, assinale a
opção correta.
20
A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma
justificativa correta da primeira.
B. As duas asserções São proposições verdadeiras, mas a segunda não é
urna justificativa correta da primeira.
C. A primeira asserção é urna proposição verdadeira, e a segunda é uma
proposição falsa.
D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é urna
proposição verdadeira.
E. As duas asserções são proposições falsas,
5 ITENS DISCURSIVOS OU DE RESPOSTA CONSTRUÍDA
Os itens discursivos são conhecidos também como dissertativos, abertos,
descritivos, tipo ensaio ou de resposta livre. Além do domínio de
conhecimentos, os itens discursivos avaliam aspectos como a capacidade de
exposição de ideias com clareza, coerência e coesão, construção de
argumentações consistentes, domínio da norma culta, estabelecimento de
relações, entre outros. Para o BNI/Enade, os itens discursivos deverão ser
respondidos em, no máximo, 15 linhas.
A estruturação desses itens deve dar oportunidade para que o estudante, no
desenvolvimento da resposta, possa:
• propor explicações e soluções para os problemas apresentados;
• aplicar o que aprendeu a situações novas;
• fazer comparações ou classificações de dados e informações;
• estabelecer relações entre fatos e princípios, por exemplo, relações de causa
e efeito;
• analisar e criticar a veracidade de afirmações;
• analisar o valor de procedimentos;
• assumir posição favorável ou contrária a alguma conduta, apresentando a
devida argumentação;
• demonstrar capacidade de síntese, originalidade e(ou) julgamento de valor;
• formular conclusões a partir de elementos fornecidos;
• demonstrar capacidade de organizar as ideias, expressando-as na forma
escrita, de maneira coerente e lógica.
21
Exemplos de itens discursivos
Exemplo 1
QUESTÃO DISCURSIVA 5
O Teorema do Valor Intermediário é uma proposição muito importante da
análise matemática, com inúmeras aplicações teóricas e práticas. Uma
demonstração analítica desse teorema foi feita pelo matemático Bernard
Bolzano [1781 —1848]. Nesse contexto, faça o que se pede nos itens a seguir:
a) Enuncie o Teorema do Valor Intermediário para funções reais de uma
variável real; (valor: 2,0 pontos)
b) Resolva a seguinte situação-problema. O vencedor da corrida de São
Silvestre-2010 foi o brasileiro Mailson Gomes dos Santos, que fez o percurso
de 15 km em 44 min e 7 seg. Prove que, em pelo menos dois momentos
distintos da corrida, a velocidade instantânea de Mailson era de 5 metros por
segundo. (valor: 4,0 pontos)
c) Descreva uma situação real que pode ser modelada por meio de uma função
continua f, definida em um intervalo [a b], relacionando duas grandezas x e y,
tal que existe ft E (a . h) com f(x) f(k), para todo x E (a b), x # k. Justifique sua
resposta. (valor: 4,0 pontos)
Exemplo 2
QUESTÃO 9
As seguintes acepções dos termos democracia e ética foram extraídas do
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. democracia. POL. 1 governo do
povo; governo em que o povo exerce a soberania 2 sistema político cujas
ações atendem aos interesses populares 3 governo no qual o povo toma as
decisões importantes a respeito das políticas públicas, não de forma ocasional
ou circunstancial, mas segundo princípios permanentes de legalidade 4
sistema político comprometido com a igualdade ou com a distribuição equitativa
de poder entre todos os cidadãos 5 governo que acata a vontade da maioria da
população, embora respeitando os direitos e a livre expressão das minorias.
ética. 1 parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano,
refletindo esp. a respeito da essência das normas, valores, prescrições e
exortações presentes em qualquer realidade social 2 p.ext. conjunto de regras
e preceitos de ordem valorativa e moral de uni indivíduo, de um grupo social ou
de urra sociedade
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
22
Considerando as acepções acima, elabore um texto dissertativo, com até 5
linhas, acerca do seguinte tema:
Comportamento ético nas sociedades democráticas. Em seu texto, aborde os
seguintes aspectos:
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Ria de Janeiro: Objetiva, 2 001.
a) conceito de sociedade democrática; (valor: 4,0 pontos)
b) evidências de um comportamento não ético de uni indivíduo; (valor: 3,0
pontos)
c) exemplo de um comportamento ético de um futuro profissional
comprometido com a cidadania. (valor: 3,0 pontos)
Exemplo 3
QUESTÃO DISCURSIVA 2
A Síntese de Indicadores Sociais (SIS 2010) utiliza-se da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD) para apresentar sucinta análise das
condições de vida no Brasil. Quanto ao analfabetismo, a SIS 2010 mostra que
os maiores índices se concentram na população idosa, em camadas de
menores rendimentos e predominantemente na região Nordeste, conforme
dados do texto a seguir. Ataxa de analfabetismo referente a pessoas de 15
anos ou mais de idade baixou de 13,3% em 1999 para 9,7% em 2009. Em
números absolutos, o contingente era de 14,1 milhões de pessoas
.analfabetas. Dessas, 42,6% tinham mais de 60 anos, 52,2% residiam no
Nordeste e 16,4% viviam com 'A salário-mínimo de renda familiar per capita.
23
Os maiores decréscimos no analfabetismo por grupos etários entre 1999 a
2009 ocorreram na faixa dos 15 a 24 anos. Nesse grupo, as mulheres eram
mais alfabetizadas, mas a população masculina apresentou queda um pouco
mais acentuada dos índices de analfabetismo, que passou de 13,5°k para
6,3%, contra 6,9% para 3,0% para as mulheres.
SIS 2010: Mulheres mais escolarizadas são mães mais tarde e têm menos filhos. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).
Com base nos dados apresentados, redija um texto dissertativo acerca da
importância de políticas e programas educacionais para a erradicação do
analfabetismo e para a empregabilidade, considerando as disparidades sociais
e as dificuldades de obtenção de emprego provocadas pelo analfabetismo. Em
seu texto, apresente uma proposta para a superação do analfabetismo e para o
aumento da empregabilidade. (valor: 10,0 pontos)
6 ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DOS ITENS DO BNI/ENADE
A confiabilidade nos resultados de um processo de avaliação depende
diretamente da qualidade dos instrumentos produzidos. Inicialmente, é preciso
24
ter clareza do que se deseja avaliar, o que implica a necessidade de definir
com precisão e objetividade os perfis, os recursos (competências/habilidades)
e os objetos de conhecimento a serem avaliados para se alcançar o rigor no
planejamento e na execução da avaliação. O banco de itens construído para
uma avaliação educacional de larga escala é o elemento chave para a análise
de desempenho dos participantes. Como a qualidade do instrumento de
avaliação (itens que compõem o teste) reflete a clareza teórica, conceituai e
metodológica adotada (Rabelo, 2010), faz-se necessário tecer alguns
comentários acerca dos cuidados básicos que devem ser observados no
processo de elaboração dos itens.
A elaboração de itens requer o domínio da área de conhecimento a ser
avaliada e o atendimento aos procedimentos técnicos que envolvem a
construção de itens. O processo de elaboração do item desenvolve-se
"artesanalmente" e a versão final será alcançada após várias revisões.
Costuma-se dizer que se inicia com a "pedra bruta" — a primeira versão do
item —, que vai sendo "lapidada" a cada revisão, obtendo-se a "joia preciosa",
a versão final do item. Tanto elaboradores quanto revisores devem confirmar
se os itens elaborados atendem integralmente as diretrizes e as condições
estabelecidas nas matrizes de referência de suas áreas ou cursos.
6.1 Recomendações gerais
Antes de se iniciar o trabalho, devem ser verificados alguns aspectos
essenciais para a elaboração dos itens, considerando a concepção da
avaliação do exame e a finalidade a que se destina. O foco não é se o
avaliando domina determinado objeto de conhecimento, mas se consegue
utilizá-lo no processo de tomada de decisão frente a uma situação-problema
proposta, que foi especialmente construída para avaliar o desenvolvimento do
recurso (competência/habilidade) selecionado como objeto da avaliação. Desse
modo, a primeira ação do elaborador do item é escolher um recurso
(competência/habilidade) na matriz de referência e analisar suas possibilidades
de relações com as demais dimensões que integram a matriz, focando a
avaliação em apenas uma dessas relações. Tentar enquadrar um item depois
de pronto em uma competência da matriz torna-se completamente inviável,
pois, na construção do item, é preciso contemplar os diversos aspectos que
compõem a competência, o que não será possível se isso já não tiver sido
levado em conta desde o início do processo de elaboração. (Marinho-Araújo &
Rabelo, 2012b; Rabelo, 2010)
Abaixo estão listados alguns procedimentos fundamentais para a
elaboração, de forma adequada, de itens para o BN1-Enade:
• Na matriz de referência, selecione o recurso (competência/habilidade) a ser
avaliado, observe a característica de perfil a ele associada e o(s) objeto(s) de
25
conhecimento(s) que serão abordados. Em geral, essa escolha é direcionada
previamente pela Comissão Assessora.
• Utilize os objetos de conhecimento (conteúdos) como meio no processo de
avaliação; as questões deverão avaliar o desenvolvimento de determinados
recursos (competências/habilidades) que contribuem para o alcance de alguma
característica do perfil de formação esperado.
• Os itens deverão ser embasados em situações-problema, estudos de caso ou
simulacros. Quanto mais próximos do cotidiano dos estudantes, melhor será o
desempenho.
• Pesquise diferentes fontes antes de decidir qual a melhor forma de abordar o
assunto. A escolha de um contexto adequado, que servirá de texto-base, é
fundamental para a construção de um item de bom nível. Deve-se dar
preferência a textos de fonte primária, de autoria explícita, que sejam curtos e
integrais, de fácil compreensão, com linguagem apropriada ao nível dos
estudantes, que sejam adequados aos objetivos da questão e possibilitem a
criação das opções de resposta: uma correta e as demais incorretas, mas
plausíveis. São permitidos recortes no texto, desde que sejam mantidas as
ideias principais e se indique que houve adaptação. É obrigatória a
apresentação da fonte de referência, seguindo o padrão estabelecido nas
normas técnicas.
6.2 Recomendações específicas para itens de múltipla escolha
Na elaboração de itens de múltipla escolha para o Enade, em qualquer de suas
formas, permite-se apenas uma única resposta correta, ou seja, apenas uma
alternativa deverá ser indubitavelmente a correta. Seguem algumas
recomendações a serem observadas durante o processo de criação do item.
• Elabore
primeiro
a
situação-estímulo
(texto-base), depois o
enunciado/comando e, em seguida, as opções/alternativas. O texto-base não
pode ser utilizado simplesmente como pretexto. Uma maneira de verificar isso
é ocultar o texto-base, ler o comando e analisar se a resposta correta pode ser
encontrada sem as informações do texto-base. Caso isso ocorra, há um erro
grave de elaboração e o comando e as opções precisam ser refeitos.
• Ao elaborar um item de múltipla escolha, considere que o gabarito deve ser a
única resposta correta, sem deixar dúvidas para o respondente que sabe.
Alternativas erradas que atraem bons alunos podem ser consideradas
"pegadinhas", que não se enquadram nos propósitos de uma avaliação
educacional de qualidade.
• Cada opção errada (distratar) deve ser plausível, isto é, fazer parte do
contexto do item e ser uma resposta possível para o estudante que não sabe
ou que não desenvolveu a competência que está sendo avaliada. Não pode
26
fugir do tema proposto nem se constituir em afirmação evidentemente
descabida até para quem não domina o assunto. É desejável que cada distrator
esteja vinculado a um nível de desenvolvimento adequado da aprendizagem e
ensejar um possível raciocínio que um estudante de baixo desempenho faria
para escolhê-lo como resposta. Nesse caso, seria possível identificar, na fase
de análise de desempenho, os erros mais comuns nos diversos níveis de
proficiência e, assim, fornecer indícios sobre o processo cognitivo dos
respondentes (Rabelo, 2010, 2011a). Há um limite tênue entre o que se
considera um distrator plausível e uma "pegadinha". Nesse caso, basta lembrar
que um distrator plausível é uma possibilidade de resposta a ser dada por um
estudante que não sabe resolver a situação proposta, enquanto a "pegadinha"
é uma resposta que atrai um bom estudante.
• Siga a ordem crescente ou decrescente nas opções/alternativas numéricas,
sem discrepâncias exageradas de valores que possam atrair para a resposta
correta estudantes que não sabem, mas que acertam ao acaso simplesmente
pela observação das opções de respostas apresentadas.
• Siga uma sequência lógica nas opções/alternativas, seja a ordem crescente
ou decrescente mencionada anteriormente, seja a ordem alfabética no caso de
palavras ou expressões, seja a ordem cronológica dos eventos. No entanto, a
ordem de tamanho das alternativas é a de preferência.
• Redija as opções/alternativas com extensão e estrutura semelhantes, mas,
caso não seja possível, utilize o formato trapezoidal na apresentação.
Eventuais diferenças de extensão podem induzir a escolha da resposta pelos
estudantes.
• Redija as opções/alternativas de modo a completar de forma gramaticalmente
o enunciado.
• Mantenha o paralelismo sintático na apresentação das opções/alternativas,
por exemplo: todas começando por verbo, ou por substantivo, ou por artigo.
• Redija as opções/alternativas de forma relativamente homogêneas, isto é,
elas devem formar um conjunto equilibrado (de sinais, de sintomas, de
métodos, de exemplos, de quantidade de termos ou fatores, de figuras etc.).
• Considere o balanceamento das respostas (quantidade de respostas corretas
para cada alternativa/opção) em relação ao total de itens elaborado.
• Redija, preferencialmente, enunciados/comandos e opções/alternativas na
forma afirmativa. Os itens com enunciados negativos devem ser evitados, pois
os bons estudantes podem, inadvertidamente, escolher uma opção que traz
uma ideia correta, mas que não se ajusta ao comando, que, nesse caso,
solicitaria a opção incorreta.
27
• Nos itens de interpretação, evite formulações do tipo "assinale a opção
correta" ou "é correto afirmar que", pois, frequentemente, levam a cinco
problemas diferentes nas alternativas e não deixam claro para o estudante o
escopo da avaliação que se pretende, o desafio proposto e que deveria estar
explícito no enunciado.
• Não use comando/enunciado do tipo "Em relação ao tema XXX, pode-se
afirmar que".
• Utilize comando/enunciado na forma impessoal, não utilizando a primeira
pessoal do plural.'
• Selecione os tópicos mais significativos para a avaliação, de acordo com o
número de itens previstos, respeitando a matriz de referência.
• Os itens devem ser discriminativos: os examinandos que apresentam melhor
desempenho na prova devem ser mais bem-sucedidos, em cada item, do que
aqueles que apresentam baixo desempenho. Itens de média complexidade
apresentam, em geral, bons índices de discriminação. Itens extremamente
fáceis ou extremamente difíceis não discriminam.
• Considere o tempo disponível para a resposta de cada item, No caso de
múltipla escolha, em torno de 4 minutos para um estudante de desempenho
mediano.
• Construa itens independentes, de modo que o acerto de um não fica
subordinado ao acerto do outro.
• Não use o mesmo contexto em mais de um item, pois o BNI/Enade não tem
mecanismo de controle para agrupar esses itens.
• Não formule itens com opções/alternativas encadeadas em que haja
referência à alternativa anterior. As informações necessárias para julgar cada
alternativa devem estar presentes no texto-base ou no enunciado/comando.
• Mencione a interpretação utilizada na formulação do comando/enunciado,
quando o item elaborado ensejar controvérsias oriundas de interpretações
diversas ou de referenciais teóricos específicos.
• Leve em consideração as condições em que será aplicada e respondida a
prova. Por exemplo, sem consulta a qualquer tipo de material e sem uso da
calculadora.
Observe também que os itens do BNI-Enade devem:
• atender rigorosamente às Portarias que estabelecem as diretrizes para as
respectivas áreas e ser concebidos seguindo as orientações das matrizes de
referência;
28
• apresentar enunciado com todas as informações técnicas necessárias para a
sua resolução e formulado de forma clara, direta e precisa, evitando-se
construções complicadas que possam induzir os estudantes ao erro;
• basear-se em informações de fontes confiáveis e de autores reconhecidos,
priorizando-se as primárias, originais e que não precisem de adaptação;
• explorar textos que abordem, de preferência, temas atuais que sejam
relevantes para o propósito da avaliação e adequados ao público-alvo;
• referenciar fontes de tabelas, figuras, gráficos, quadros, textos ou fragmento
de texto de acordo com as normas da ABNT;
• conter, sempre, as justificativas das respostas, no caso de item de múltipla
escolha, e o padrão de resposta esperado, para os itens de resposta
construída pelo estudante.
Além disso, os itens do BNI-Enade não devem:
• avaliar simples memorização, tão pouco exigir mera recordação de conceitos
e(ou) fórmulas;
• abordar aspectos regionais e muito específicos (fatos, terminologia, usos
etc.);
• conter situações, exemplos ou informações que possam se caracterizar como
viés político, cultural, discriminação ou preconceito segundo raça, gênero,
religião, origem, cultura ou outros;
• privilegiar abordagens, autores, teorias específicas ou mesmo editoras;
• utilizar textos da Internet sem que seja feita a devida conferência de sua
originalidade e autoria;
• citar nomes fictícios jocosos ou usar em situações hipotéticas nomes que se
referem a pessoas públicas;
• fazer qualquer tipo de propaganda comercial (marca de produto) ou política
(apologias a programas de governo);
• propiciar pistas que facilitem a resposta do estudante;
• utilizar subterfúgios que dificultem a resposta do estudante;
• apresentar redação muito semelhante entre o enunciado/comando e a
resposta correta;
• apresentar a opção correta com extensão bem diferente das demais, atraindo
os estudantes para a resposta;
29
• apresentar enunciados/comandos vagos, que transformem as alternativas em
um conjunto de frases soltas;
• fazer uso no enunciado/comando de termos negativos como: "falso", "exceto",
"incorreto", "não", "errado";
• fazer uso no enunciado/comando dos termos "assinale", "indique", "aponte" e
outros correlatos. (Exceto na questão do tipo asserção-razão, que já contempla
uma chave de respostas específicas.) • ter como elemento caracterizador os
termos "somente", "apenas", "nunca", "jamais", "raramente", "exclusivamente",
"unicamente", "sempre", "totalmente", "todo", "pode ser", "tudo", "ninguém",
"nenhum", "nada", "algum", "pode acontecer", "pode haver", "pouco", "às
vezes", "qualquer", entre outros. O estudante pode descartar uma opção de
resposta apenas por conter um desses termos.
• conter opções do tipo: "Nenhuma das respostas anteriores" ou "Todas as
respostas anteriores". (Exceto nas questões do tipo resposta múltipla, que
apresentam uma chave de respostas diferenciada.)
• apresentar opções/alternativas longas demais e(ou) repetitivas, que podem
levar o estudante a ter dificuldade em compreender o que se pretende avaliar;
• incluir erros grosseiros ou flagrantes absurdos que levem, de imediato, à
resposta correta ou induzam a respostas incorretas, pois isso compromete a
validade do processo de avaliação;
• induzir o estudante a selecionar a melhor alternativa, uma vez que isso pode
ser contestado de acordo com outros pontos de vista;
• tornar falsa uma afirmação simplesmente pela inclusão da palavra "não" na
frase, pelo uso do prefixo "in" em algum termo ou por outros artifícios similares,
o que pode prejudicar a plausibilidade.
No caso de itens do tipo resposta múltipla, os seguintes cuidados adicionais
devem ser observados:
• não formular o comando na forma negativa, ou seja, nunca solicitar que sejam
avaliadas quais afirmações estão incorretas, mas sempre as corretas;
• apresentar as afirmações a serem julgadas com estrutura simples, não
construindo frases longas demais, que dificultem o entendimento pelos
estudantes e demandem muito tempo de leitura e interpretação;
• não transformar afirmações de verdadeiras em falsas simplesmente pela
inserção da palavra "não" ou pelo uso do prefixo "—in";
30
• construir a chave de respostas de tal forma que as combinações não
forneçam pistas quanto à opção correta — balancear a quantidade de vezes
que o número de cada afirmação aparece nas alternativas.
Para itens do tipo asserção-razão, as seguintes recomendações extras
precisam ser observadas:
• construir as duas proposições a serem julgadas de modo vinculado ao
contexto e aos objetos de conhecimento avaliados no item;
• construir cada proposição como frase com sentido completo, sem apoio na
outra proposição;
• considerar que cada proposição deve ser analisada pelo estudante
independentemente uma da outra;
• redigir proposições sem ambiguidade de interpretação;
• considerar que a relação de causa e consequência pode existir ou não entre
as duas proposições.
Seguindo essas breves recomendações no processo de construção de um item
de múltipla escolha, pelo menos do ponto de vista formal, o item terá uma
estrutura isenta de vícios que poderiam comprometer as inferências de
desempenho que são feitas a partir das respostas dos estudantes.
6.3 Recomendações específicas para itens discursivos
A elaboração de itens discursivos requer cuidados para garantir a validade e a
confiabilidade dos resultados. Um item discursivo bem elaborado deve
possibilitar uma avaliação criteriosa pela banca de corretores. Em geral, a
prova contém poucos itens discursivos, o que acaba por influenciar as escolhas
da abordagem proposta. Selecione cuidadosamente o contexto, não busque
avaliar detalhes muito específicos, centre a avaliação nos temas essenciais da
área, não crie item discursivo que poderia ser facilmente substituído por um ou
mais itens objetivos. Muitas das recomendações apresentadas anteriormente
para itens objetivos também se aplicam aos discursivos, principalmente as que
se referem à linguagem utilizada e à pertinência dos textos escolhidos. No
[nade, espera-se que o estudante leia a proposta apresentada no item
discursivo, elabore um rascunho de sua resposta e transcreva-o para o
Caderno de Respostas em, no máximo, 15 minutos. Esse parâmetro deve
balizar a proposta apresentada. Ao redigir o padrão de resposta esperado, o
elaborador tem também a oportunidade de estimar esse tempo. As seguintes
recomendações precisam ser consideradas por elaboradores e revisores de
itens:
31
• apresentar comando/enunciado com linguagem simples, clara e sem
ambiguidade, evitando-se respostas que não seriam esperadas, mas que
traduzem interpretações diferentes da proposta apresentada;
• definir claramente a(s) tarefa(s) a realizar, indicando a abrangência da
resposta esperada e os aspectos a abordar. O estudante precisa ter clareza
dos aspectos que serão objeto de avaliação e dos valores máximos de
pontuação atribuídos;
• formular enunciados de modo preciso, de forma a possibilitar que o estudante
compreenda o que se pede e saiba como proceder para estruturar e
desenvolver a sua resposta;
• incluir todas as informações necessárias para a resolução do item e que não
serão objeto de avaliação, fornecendo textos motivadores, informações
técnicas específicas, tabelas com dados a serem considerados, figuras e
fórmulas que sejam necessárias para a resolução da proposta apresentada;
• não empregar perguntas do tipo "Que", "Quem", "Quando" e "Onde", pois,
possivelmente, não avaliam a mobilização de recursos complexas para a
construção da resposta;
• não empregar perguntas que simplesmente admitem a resposta "sim" ou
"não", pois os subitens de um item discursivo não podem depender uns dos
outros de forma que errar um implique errar também o seguinte.
Quando possível, recomenda-se dividir o item discursivo em subitens, pois isso
ajuda o estudante a organizar melhor a sua resposta e possibilita uma
avaliação parcial da produção escrita dele. Cada item será avaliado na escala
de 0 a 10 pontos e o elaborador deverá indicar o valor correspondente a cada
subitem.
6.4 Especificações para elaboração do padrão de resposta para avaliação
dos itens discursivos
Para a correção de itens discursivos, será adotado o método analítico, o que
exige do elaborador do item a redação de um padrão de resposta esperado e
que contemple os seguintes aspectos:
• estabelecer a resposta esperada ou resposta padrão para o item discursivo,
identificando as partes essenciais que devem ser usadas como referência no
processo de correção;
• prever diferentes opções de respostas a serem consideradas como corretas e
válidas;
• prever o critério de atribuição de pontos (quesitos de avaliação), considerando
a indicação do valor atribuído aos diferentes níveis de resposta de cada parte
32
do item discursivo, dependendo da abrangência e do desenvolvimento da
resposta padrão;
• considerar que o padrão de resposta pode ajudar o revisor a verificar
eventuais falhas de redação do próprio item, bem como a ausência de dados
importantes e ou mesmo fazer julgamento acerca do grau de dificuldade ou de
complexidade;
• considerar que o padrão de respostas é divulgado pelo lnep após a aplicação
do Exame;
• avaliar o tempo necessário para o estudante produzir sua resposta,
considerando o tempo que o próprio elaborador gastou para produzir o padrão
de resposta esperado.
Exemplo de padrão de resposta
Questão 49
Parte (a)
O estudante não deve deixar de mencionar a idéia de promover a educação
ambiental por meio de práticas participativas, transformadoras da realidade,
nas quais todos os atores sociais têm papel preponderante e ativo. A
comunidade deve ser vista não como grupos de pessoas a serem "ensinadas",
mas como parceiras. Deve tornar evidente o papel do "educador" corno um
facilitador do processo.
Parte (b)
O estudante deve considerar conteúdos e métodos de educação ambiental que
relativizem os processos formais de educação, e que valorizem o
conhecimento. as práticas e as experiências de todos os grupos que formam a
sociedade, por meio de processos que favoreçam a participação de todos na
construção de conceitos e na avaliação de práticas a serem adotadas pela
sociedade.
Parte (c)
Finalmente, espera-se que o estudante mostre conhecimento de que a pratica
da educação ambiental é extremamente diversa e deve estar voltada para
sensibilizar as pessoas a transformarem o seu espaço de modo a torna-lo
sustentável: para isso. diversos ternas podem e devem ser abordados. fugindo
ao formalismo e à previsibilidade de alguns enfoques (por exemplo, lixo,
poluição do ar, etc.).
33
6.5 Recomendações para o uso de imagens
O uso de imagens na elaboração de itens requer a observação de alguns
aspectos e recomendações importantes citados a seguir.
• É imprescindível observar a precisão conceituai das imagens usadas. Em
geral, a preocupação com a precisão conceituai recai apenas sobre o texto
escrito. Eventuais imprecisões ou erros conceituais presentes nas imagens
usadas nas provas do Enade levam, invariavelmente, à anulação do item.
• Devem ser usadas imagens que não deixem dúvidas com relação ao
conceito, objeto ou fenômeno que se quer ilustrar, descrever ou explicar,
imagens mal elaboradas podem gerar interpretações equivocadas e induzir o
estudante ao erro.
• Recomenda-se cautela no uso de imagens que possam gerar múltiplas
interpretações (charges, tirinhas, anúncios).
• É importante garantir que a inserção de imagens esteja articulada com o texto
do item. O diálogo entre o texto e a imagem deve ser garantido por meio de
remissões claras e objetivas. Imagens "ilhadas" reduzem o grau de informação
que se deseja extrair delas.
• Na elaboração do item, devem ser inseridas imagens que contribuam para a
resolução do desafio proposto. Imagens "ornamentais" são descartadas na
montagem da prova.
• As imagens anexadas no sistema BNI devem atender limites de tamanho,
resolução e extensão de arquivo, de acordo com padrões estabelecidos pelo
INEP.
7 INCLUSÃO DAS REFERÊNCIAS DE TEXTOS, GRÁFICOS OU IMAGENS
Respeite as seguintes recomendações ao inserir as referências de textos,
gráficos e imagens:
• Utilize o padrão: ABNT;
• Coloque o máximo de informações na referência. Não se esqueça de inserir:
data, local, edição, volume, ano, editora, autor, título do artigo/livro, páginas,
título do capítulo de livro, quando estes forem necessários. Algumas vezes, o
revisor precisa consultar a referência para conferir o texto e se ela estiver
incompleta, fica difícil encontrar o original;
• Para destacar o elemento título da referência, use negrito;
• Caso haja figuras no texto, coloque também a referência delas;
• Caso tenha construído o texto do item, escreva "Texto do elaborador";
34
• Textos ou figuras retirados da Internet devem ser mencionados na forma:
Disponível em: <http://www.foiaqui.com.br>. Acesso em: 25 jun. 2012.;
• Nunca deixe em branco o campo da referência.
8 PADRÕES ESPECÍFICOS ADOTADOS PELO INEP
Deve ser dada atenção especial a alguns aspectos gráficos do item,
principalmente no que refere à pontuação final das opções/alternativas,
adotados pelo lnep.
8.1 O uso da pontuação nas alternativas
O uso da pontuação na elaboração das opções/alternativas deve observar as
regras descritas a seguir.
• Nas alternativas que complementam a sentença do enunciado, iniciar cada
sentença com letra minúscula e usar ponto final em cada alternativa. o
Exemplo em: palavra, oração, número inteiro, número decimal, número
acompanhado de unidade de medida, potência, porcentagem, equação química
ou matemática, fórmula. o Exceção em: quando se tratar de fração, sistema de
equações, figura.
• Nas alternativas que respondem a uma interrogação, iniciar com maiúscula e
usar ponto final em cada alternativa.
o Exemplo em: palavra, oração ou citação.
o Exceção em: não usar ponto final na alternativa quando se tratar de número
inteiro, número acompanhado de unidade de medida, fração, sistema de
equações, equação química ou matemática, fórmula, figura.
• Nas alternativas que são precedidas por dois-pontos, iniciar cada sentença
com letra minúscula e usar ponto final em cada alternativa.
o Exemplo em: palavra, oração, citação.
o Exceção em: quando se tratar de fração, sistema de equações, figura.
8.2 Outras marcações gráficas
Observe os padrões gráficos adotados pelo Inep, listados a seguir.
• Todo termo estrangeiro deve vir registrado em itálico.
• Imagens, figuras, tabelas, gráficos e textos, quando numerados, receberão
números romanos: I, II, III, IV, V etc.
35
• Em escrita de unidades de milhar (1 000 / 10 000 / 3 000 000), não se separa
por ponto, deixa-se um espaço. Exceção para números de leis, normas,
decretos e portarias: Lei n.o 8.112/1990.
• Texto adaptado ou fragmento de texto deverá ter essa informação registrada
ao final da referência bibliográfica, iniciada por minúscula, entre parênteses, de
acordo com os seguintes exemplos:
BAGNO, M. A língua de Eulália: Novela Sociolinguística. São Paulo: Contexto,
2003 (adaptado). ANDRADE, C. D. Reunião. Rio de Janeiro: José Olympio,
1971 (fragmento).
9 ETAPAS DE VALIDAÇÃO DO ITEM
Os itens elaborados para o BNI/Enade serão submetidos à seguinte sequência
de revisões:
1 Revisão técnico-pedagógica e de forma.
2 Revisão linguística.
3 Revisão de sensibilidade.
4 Revisão Final-INEP.
5 Aceite INEP.
6 Inserção no BNI-ENADE.
10 REVISÃO DO ITEM
10.1 Formulário de revisão técnico-pedagógica
Os formulários de revisão de itens, destinados tanto ao revisor técnicopedagógico de cada área quanto ao revisor de língua portuguesa, têm o
objetivo de orientar a análise, registrar os resultados e fundamentar a revisão
final do item apresentado para compor o BNI-Enade. O formulário do revisor
técnico-pedagógico permite uma análise ao mesmo tempo global e detalhada.
Há campos a partir dos quais podem ser feitas observações que o revisor julgar
necessárias para justificar, documentar e, finalmente, qualificar o destino dado
ao item. A proposta do formulário do revisor técnico-pedagógico é a de
oferecer, após seu completo preenchimento, o encaminhamento a ser dado ao
item, ou seja, aprovação, aprovação com ajustes ou reprovação final.
A revisão deve ser identificada no formulário específico, o que permitirá a
rápida recuperação de informações sobre o item revisado. Se necessário, será
possível resgatar todas as observações registradas durante o processo de
construção do item, desde a sua elaboração até a aprovação final ou
36
reprovação. (O formulário de revisor técnico-pedagógico estará disponível no
Sistema BNI.)
10.2 Formulário de revisão de língua portuguesa
Respeitando a especificidade de cada instrumento, a mesma metodologia de
revisão aplica-se ao formulário do revisor de língua portuguesa. A revisão de
língua portuguesa deve ser identificada em formulário específico, registrando
as modificações de adequação à norma padrão da língua e às inserções das
adequações linguisticas de acordo com a nova ortografia da Língua
Portuguesa. (O formulário do revisor de língua portuguesa estará disponível no
Sistema BNI.)
11 ATRIBUIÇÕES DOS ELABORADORES, REVISORES TÉCNICOPEDAGÓGICOS E DOS REVISORES DE LINGUA PORTUGUESA DO
BNI/ENADE
Os elaboradores de itens deverão criar itens de avaliação para educação
superior inéditos, considerando as matrizes de referência e seguindo critérios
estabelecidos para a construção do item. tais como: formato do item (múltipla
escolha ou discursivo), escolha temática, adequação de conteúdos,
correspondência clara com a matriz de referência, elaboração de alternativas
plausíveis e gabarito único (múltipla escolha) e padrão de resposta (discursivo),
citação das fontes dos textos utilizados e demais orientações específicas
contidas neste guia.
Os revisores técnico-pedagógicos deverão revisar os itens avaliando e
atestando a qualidade técnico-pedagógica de acordo com as orientações do
presente guia, verificando se:
• o conteúdo está adequado ao formato a que o item se destina;
• há correspondência direta com as características de perfil e os recursos
(competências/habilidades) especificados na matriz de referência;
• a contextualização é adequada e efetiva, não se constituindo mero pretexto;
• há coerência e coesão entre as partes que constituem o item;
• as alternativas são plausíveis, com gabarito claro e único (múltipla escolha),
ou o padrão de resposta está adequadamente redigido (discursivo);
• há paralelismo sintático na estrutura do item;
• não há erros conceituais;
• o enunciado é claro;
• o grau de dificuldade estimado é adequado;
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• o tempo estimado para a resolução do item é adequado;
• as justificativas das alternativas estão coerentes e esclarecem o gabarito e as
alternativas;
• os textos utilizados são adequados e necessários para a resolução do item;
• os textos utilizados apresentam referência completa e fidedigna;
• o item não apresenta qualquer tipo de preconceito.
Os revisores de língua portuguesa deverão revisar os itens verificando sua
adequação à norma padrão da língua portuguesa e às normas da ABNT. Os
revisores de língua portuguesa receberão guia específico de revisão.
12 REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BARRETO, H. P. D., MENDES, L. V. A. & OLIVEIRA, Z. M. F. Banco de itens:
um recurso para a prática avaliativa do professor universitário. In: RODRIGUES
JÚNIOR, J. F. (Org.), Avaliação do Estudante Universitário. Brasília: SENAC,
2009. p. 199-209.
BRENNAN, ROBERT L. (Ed.). Educational Measurement. 4th. Edition.
Westport, CT: National Council on Measurement in Education and American
Council on Education, 2006.
CARNEIRO, M. H. S. As imagens no livro didático. Atas do I Encontro de
Pesquisa em Ensino de Ciências, Águas de Lindóia (SP): 1997, p. 366-373.
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2001. Disponível em:
<http://www.nbme.org/PDF/ItemWriting_2003/2003IWGwhole.pdf>. Acesso em:
23 mal. 2012.
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INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS
ANÍSIO TEIXEIRA - INEP. SlNAES - Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior: Da concepção à regulamentação. 5 ed. rev. e ampliada.
Brasília: INEP, 2009.
38
KEHEO, J. Writing multiple-choice test items. Practical Assessment, Research
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<http://pareonline.net/getvn.asp?v=4&n=9›. Acesso em: 23 mai. 2012.
MARINHO-ARAUJO, C. M; RABELO, M. L. Avaliação educacional: a
abordagem por competência, 2012a (submetido).
MARINHO-ARAUJO, C. M; RABELO, M. I.. Matriz de referência de
competências: fundamentos teórico-metodológicos, 2012b (submetido).
MARTINS, I. O papel das representações visuais no ensino-aprendizagem de
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Lindóia (SP): 1997, p. 366-373.
RABELO, M. L. Avaliação em larga escala em perspectiva comparada: a
experiência brasileira. Actas do VIII Congresso lberoamericano de
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Psicológica: Formas e Contextos (pp. 406-418). Lisboa: Universidade de
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<http://www2.fc.unesp.bricienciaeeducacao/viewarticle.php?id=137>. Acesso
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