Universidade do Estado do Pará
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Licenciatura Plena em Educação Física
Denis Carlos Barata Silvestre
EVENTOS ESPORTIVOS, TURÍSTICOS TRADICIONAIS E SEGMENTADOS.
Belém/PA
2013
Denis Carlos Barata Silvestre
Eventos Esportivos, Turísticos Tradicionais e Segmentados
Trabalho de conclusão de curso a ser
apresentado como requisito de
avaliação na Disciplina Seminário de
TCC do Curso de Licenciatura Plena
em Educação Física da Universidade
do Estado do Pará.
Orientador: Prof.Mo. Riod Cesar da
Silva.
Data de Aprovação: ___/ ___/ _____
Banca Examinadora:
____________________ Orientador
ProfºRiod Cesar da Silva
Mo. Gestão Empresarial
Universidade do Estado do Pará
____________________Membro
Prof°.
Especialista em Marketing.
Universidade do Estado do Pará
Aos
Meus pais
Carlos Teixeira Silvestre eLucidalva Barata Silvestre.
Aos Meus Filhos
Derick e Davi.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela oportunidade e Força para enfrentar as dificuldades encontradas
nesta longa caminhada.
Meus pais, Carlos Teixeira Silvestre e Maria Lucidalva Barata Silvestre, e
minhas irmãs, Daniele Barata Silvestre e Diessy Barata silvestre, pelo amor,
compreensão e pelo constante incentivo.
A minha esposa, Fabiane de Sousa Nogueira, pelo amor, carinho, compreensão
em todos os momentos.
Aos meus Filhos que amo tanto, Derick Carlos Brito Silvestre e Davi Carlos
Nogueira Silvestre, e que são a razão sem igual de meu viver.
Agradeço Ao Professor Mo. Riod Cesar da Silva, meu orientador, por ter
acreditado em meu potencial, pelo incentivo, sempre indicando a proa a ser tomada
nos momentos de grandes dificuldades. Agradeço pela confiança e, principalmente,
por que nunca mediu esforços para prestar “socorro” nos momentos que precisei.
A todos os meus amigos de classe, que também são grandes colaboradores
nesta minha vitória. Aos professores e funcionários da UEPA, que estiveram comigo
desde o início do curso numa relação de amizade e companheirismo.
E por fim, meus amigos do trabalho, pessoas que sempre estiveram ao meu
lado. Dedico também, essa vitória a vocês. A elaboração deste TCC não seria
possível sem a compreensão de todos.
Denis Carlos Barata Silvestre
O verdadeiro homem mede a sua força, quando se defronta com o obstáculo”.
Antoine de Saint-Exupéry
Denis Carlos Barata Silvestre
RESUMO
A presente pesquisa acadêmica retrata a concepção de eventos esportivos e
turísticos tradicionais e segmentados, fazendo um breve relato de como as
corporações que oferecem serviços e produtos para esse determinado segmento
utilizam de estratégias empresariais aplicáveis à gestão de eventos esportivos. Esta
pesquisa tem por intento proporcionar ao profissional da área de Educação Física,
bem como gestores e administradores que exercem essa função primando pela
qualidade e excelência, propondo subsídios teóricos, técnicos e informações atuais
dando sustentação das análises dos diversos ambientes, especialmente na definição
dos objetivos e metas aplicados no decorrer do desenvolvimento e execução das
diversas fases que fazem parte de sua estrutura na prática, primando pelas
definições das ações facilitam o desdobramento das fases do processo de
desenvolvimento do mais variados tipos de eventos esportivos, elevando a
qualidade da tomada de decisões executados durante a sua concretização. definir
como a utilização de estruturas e espaços pode desenvolver competências
necessárias a idealização dos eventos, e ponderando resultados como forma de
prever e alcançar possíveis problemas decorrentes do cumprimento das estratégias
que consentem na ampliação das metas da atividade esportiva em questão. A
pesquisa está baseada na metodologia qualitativa, pois dessa maneira o
pesquisador considera a problemática de distintas formas, no sentido de alcançar
diversas conclusões. Esta pesquisa tem o objetivo de proporciona resultado
conveniente da organização de eventos esportivos, colaborando com o que é mais
um campo para a atuação do profissional de Educação Física.
Palavras-chave: Eventos Esportivos. Organizações. Marketing.
ABSTRACT
This academic research portrays the concept of sporting events and tourist traditional
and segmented, with a brief account of how the corporations that provide services
and products to utilize this particular segment of business strategies for the
management of sporting events. This research is to attempt to provide the
professional field of Physical Education, as well as managers and administrators who
perform this function striving for quality and excellence offering theoretical support,
technical support and information giving the current analyzes of the various
environments, especially in setting goals goals and applied during the development
and implementation of the various stages that make up its structure in practice
settings by prioritizing actions facilitate the unfolding of the stages of development of
the various types of wind sports, raising the quality of decision making performed
during its implementation. defined as the use of structures and spaces can develop
skills idealization of events, results and pondering as a way to predict and reach
potential problems resulting from compliance strategies which allow the expansion of
the goals of sporting activity in question. The research is based on qualitative
methodology, because this way the researcher considers the problem in different
ways, in order to reach several conclusions. 's Research aims to provide convenient
result of the organization of sporting events, confirming that it is more a field for the
professional
practice
of
Physical
Education.
Keywords: Sporting Events. Organizations. Marketing.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
07
CAPITULO I
10
1.1.
Eventos Segmentados
1.2.
Evento de Turismo
13
1.3.
Terminologia não padronizada
15
1.4.
Melhoria na Qualidade de Vida
16
CAPITULO II
17
2.1.
Atribuições das Empresas que Prestam Serviços em Eventos Turísticos
2.2.
Eventos Contemporâneos Segmentados
20
2.3.
Conhecimento para o Contexto de gestão Esportiva
23
2.4.
Estratégia para transformação do Conhecimento
23
2.5.
Apoio de Redes na estratégia do Conhecimento
26
2.6.
Estrutura de Eventos para Governança
28
CAPITULO III
30
3.1.
Estrutura de Eventos
3.2.
Dimensões teóricas de estrutura de Eventos
31
3.3.
Principio de estrutura de Eventos
34
CONCLUSÃO
36
REFERENCIAS
37
7
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa acadêmica nos mostra as diversas etapas de fases de um
evento, podendo o mesmo, ser tradicional, esportivo, recreativo ou como indutor
para as diversas áreas do turismo. Podendo apresentar características-chave que
definem um evento. A primeira exige que um corpo diretor estabeleça e aplique
regras e regulamentações padronizadas que devem ser seguidas para produzir o
evento. A segunda é que a atividade seja um esporte reconhecido e com histórico
memorável.
Outro ponto de grande relevância na realização de eventos esportivos é um
corpo técnico competente e com experiência e capacidade de liderança,
organização e logística. A direção e organização podem ser executadas por uma
associação ou federação, que determina as regras e regulamentações padronizadas
que regem a pratica do vento.
Essas regras e regulamentações especificam elementos tais como: a área de
competição, o campo, quadra de jogo, o número de participantes, suas vestimentas
e as ações aceitáveis para participação. A gestão do evento é responsável por
sanções e fiscalização, de forma a garantir que as regras e regulamentações sejam
seguidas pelos participantes do evento.
Um evento esportivo pode ser acarretado por pressões advindas de causas
diversas, com a peculiaridade de uma cultura regional ou do país, onde esta sendo
realizado. Outro ponto relevante é a necessidade de adequação à novas tecnologias
ou a idade dos participantes.
Além de adaptações e mortificações no decorrer do tempo; contudo, as
transformações não fazem surgir um evento totalmente novo. As mudanças são
limitadas, respeitando a universalidade na aplicação de regras e regulamentações,
sendo conduzido da mesma maneira, exercido para seguir as regras e
regulamentações, incluindo tradições, costumes e rotinas para ser um evento
consistente, respeitado e com relevância social.
Um evento esportivo pode ser organizado em vários níveis de atividades,
podendo ser desenvolvido em uma área de pequeno, médio ou grande porte, sendo
que este espaço pode ser adaptado, utilizando-se de regras e regulamentações, em
qualquer nível, transformando o evento em uma atividade prazerosa e identificável.
8
Esta pesquisa tem a finalidade de proporcionar ao profissional da área de
Educação Física subsídios teóricos, técnicos e informações práticas que vão da
maior qualidade durante a realização dos variados eventos esportiva. A Utilização de
estruturas e espaços onde se podem desenvolver habilidades necessárias ao
planejamento, possibilitando a avaliação de resultados como forma de prever e
contornar possíveis problemas decorrentes da execução dos mesmos.
A realização dessa pesquisa acadêmica focou no objetivo que possui pontos
a ser explicitados: 1- Como desenvolver ações estratégicas pra aprimorar os
eventos segmentados? 2- O papel do evento turístico tradicional e qual a sua
relevância no contexto do lazer nas cidades sedes? 3-Como ampliar e desenvolver
ações pra o melhoramento da gestão de eventos esportivos? Não é fácil. Fazer com
que este evento esportivo seja um sucesso é ainda mais trabalhoso, uma vez que,
além de superar as expectativas dos mais variados consumidores que adquirem
esse tipo de produto e serviços, precisamos solucionar e antever possíveis
problemas decorrentes da execução do projeto, exigido, por parte do organizado.
Outro ponto que se deve considerar importante é o turismo em nosso país,
que está em plana expansão, devido a investimentos de infraestrutura nas cidades
onde alguns jogos serão realizados, por isso é que temos que preparar e qualificar o
setor de serviços das cidades-sede, e ampliar os investimentos para que o Brasil
apresente bens culturais conservados e atraentes, o esforço dos entes federados na
revitalização desses espaços, reforço de parcerias com os governos estaduais,
federal e municipal. São propostas que surgem nas discussões dos grupos de
trabalho, essas pessoas são desafiadas a tomar decisões com seriedade suficiente
de montar eventos esportivos de grande porte.
Nos dias de hoje eventos esportivos são utilizados como uma ferramenta
estratégica para a promoção do turismo, uma vez que atletas e espectadores viajam
para o local do evento a fim de participar do espetáculo. Temos como exemplo os
jogos Olímpicos, os jogos de Inverno, a copa do mundo de futebol, e alguns eventos
radicais que vem apresentando um alto nível de aceitação das pessoas que querem
atividades esportivas realizadas na natureza. Um evento esportivo incentiva o turista
a ir assisti-lo ou a viajar para conhecer o local nos meses que o antecedem ou nos
anos seguintes ao evento.
9
Este trabalho acadêmico subdivide-se em três capítulos, sendo que o
primeiro abordará a contextualização de eventos segmentados no Mundo e no
Brasil, e a tipologia de eventos segmentados. Outro fator importante e a postura do
profissional de Educação Física, bem como outros profissionais que desempenham
atividades principalmente em eventos turísticos.
No segundo capitulo haverá a explicação sobre a interligação de gestão e
eventos turísticos, dando ênfase no setor de eventos esportivos e a sua permanente
evolução. Estabelecendo, assim, uma perspectiva que permita o acompanhamento
de vários cenários compatíveis com a realidade das terminologias padronizadas,
melhor qualidade de vida e atribuições das empresas que prestam serviços no ramo
de evento turístico, a viabilidade das possíveis parcerias com diversos anunciantes e
como será a relação custo benefícios com a mídia.
Nota-se que existe um aumento de eventos segmentados contribuindo para o
contexto da gestão de eventos, que é uma função de destaque nesse universo do
mundo business, sempre lembrando que o esporte trabalha o eixo da estratégia para
transformação do conhecimento e apoio as redes de transformação facilitando as
estruturas de eventos esportivos.
No terceiro e ultimo capitulo, vamos destacar a implantação do processo que
estrutura os eventos esportivos, como utilizar a melhor maneira possível essa
ferramenta para auxiliar na elaboração e construção e estratégias que sejam bem
aplicadas. Lembrando que no mundo dos eventos esportivos, onde as atividades
turísticas são fundamentadas, não há técnicas mágicas, e sim ações estratégicas
planejadas que garantem o êxito.
Finalizando a pesquisa acadêmica, será explanada, de forma detalhada, a
utilização dos métodos aplicados na metodologia e o seu emprego no
desenvolvimento dessa pesquisa acadêmica, referendando todos os dados
relevantes na preparação das etapas da coleta de dados e ponderando as diversas
abordagens propostas pelos autores: Kloter, Mccarthy e Perreault, Martin, Rogers,
Giacaglia, Davidson, Braga e Murad, Maple, além de outros autores renomados que
fazem suas pesquisas acadêmicas primando pela excelência de seus estudos, bem
como revistas e sites especializados que retratam o tema.
Em síntese, os eventos esportivos, recreativos e turísticos são considerados
grandes negócios e tem uma atenção especial pela mídia especializada, abrindo
10
fronteiras e espaços cada vez direcionados e com qualidade de espetáculo
memorável. Entretanto as empresas que oferecem e desenvolvem a prática do
evento como alavancas comerciais ou educativas necessitam ampliar uma nova
visão da gestão de eventos que perpassa as linhas esportivas.
CAPITULO I
1.1-Eventos Segmentados
Ao contrário do evento tradicional, o evento segmentado surge por meio de
inovações que alteram ou renovam um evento, ou ainda criam um evento
completamente novo. Muitos eventos segmentados são progressivamente híbridos,
nascidos a partir de raízes do evento tradicional.
Giacaglia (2003) sustenta que:
Existem três características-chaves de eventos segmentados. A primeira é que o
evento é criado e adaptado para um público esportivo, recreativo ou turístico em
particular. A segunda é que não precisa existir um corpo diretor tradicional que tenha
estabelecido regras e regulamentações históricas, embora haja um quadro de
organizadores que pode estabelecê-las. A terceira é que o evento pode conter
componentes tradicionais reconhecidos ou pode ter um formato pouco convencional.
Segundo Mccarthy e Perreault (1990, p. 366) afirma que:
Eventos segmentados existem em diversas formas nas áreas de esporte,
recreação e turismo. Alguns exemplos são festivais, conferências,
entrevistas coletivas, banquetes, convenções, passeatas, shows e eventos
beneficentes. O uso de formatos inovadores pode produzir eventos em
novos segmentos esportivos, recreativos ou turísticos.
Um levantamento envolvendo 300 organizações corporativas no Reino Unido,
o UK Conference Market Survey 2010 revelou que:

A idade média do turista em um evento esportivo ou turístico em 2008 é de 38
anos

64% dos representantes são do sexo masculino e comparecem em média três
eventos anuais

83% dos participantes entrevistados mostraram-se satisfeitos na maior parte
da duração do evento
Já no Brasil uma pesquisa organizada pela empresa MPI em 2010
revelaram que:

Os turistas vão aos eventos em locais e áreas do litoral brasileiro,
principalmente na região Nordeste.
11

65% dos participantes são do sexo masculino

70% tem idade superior aos 35 anos de idade

53% possuem graduação ou estão em universidades

50% dos entrevistados reclamam da falta de logística e infra- estruturas das
cidades que estão sediando o evento.
Daremos como exemplo de evento segmentado pode ser adaptado para
atender a um determinado público. OWinter festival ofLights, nas Cataratas do
Niágara, Canadá. Esse evento anual é feito sob medida para a demanda turística
que deseja ver o espetáculo das Cataratas do Niágara durante os meses de inverno.
Não há nenhum corpo diretor tradicional instituído regras e regulamentações,
embora haja um comitê organizador.
Martin (2011) comenta que os gestores que organizam esse evento das
Cataratas do Niágara tem como referencia principal a inovação, consistindo no uso
de iluminação para destacar a beleza natural das quedas e da área circunjacente,
em paralelo à apresentação dos personagens da Disney, como uma atração noturna
a mais. O evento pode ser adaptado a qualquer momento para suprir mudanças nas
necessidades dos turistas, por exemplo, mudando o local de apresentação das luzes
ou aumentando ou diminuindo o número de personagens iluminados.
Rogers (2006) descreve outros exemplos de eventos segmentados que estão
desabrochando em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o basquete está sendo
jogado em trampolins em vez de em uma quadra tradicional. Campeonatos de home
runde beisebol estão sendo montados. No Canadá, um evento segmentado permitiu
que corridas de snowmobilefossem realizadas nos meses de evento na neve.
O Canadá também sedia o World Outdoor HockeyChamopionship, com
regras adaptadas para premiar com um gol cada pênalti cometido, evitando que um
jogador fique sentado no frio enquanto cumpre a punição. Em países de todo o
mundo, eventos segmentados de esqui e snowboardingestão sendo praticados em
dunas de areia em substituição das montanhas de neve tradicionais. Eventos de
futebol e de futebol americano também estão acontecendo na areia, com formação
de três-contra-três.
Segundo Davidson (2006), Eventos de críquete, com regras adaptadas, são
jogados nas Índias Ocidentais, Inglaterra , Nova Zelândia e África do sul. Eventos
que testam habilidades específicas apareceram, como competições de golfe de
12
jogadas de longas distâncias, puttinge para acertar o buraco com uma só tacada.
Corridas de aventura segmentadas são feitas envolvendo caminhadas em trilhas,
percursos a cavalo ou escaladas de montanhas.
Eventos que começam como segmentados podem evoluir para o terreno de
eventos tradicionais. O triátlon, evento esportivo de atividade tripla que combina
natação, ciclismo e corrida, é um exemplo de esporte segmentado que se tornou um
evento tradicional. A combinação de esportes tradicionais formou um evento
segmentado que se transformou de fenômeno local para internacional. O Ironman
triátlon, realizado no Havaí, Estados Unidos, é um exemplo de triátlon que também é
um evento turístico de sucesso.
Durante certo período, o triátlon desenvolveu regras e regulamentações que
eram seguidas de maneira consistente. O evento foi, finalmente, aceito como um
esporte a ser praticado nos jogos Olímpicos de Verão, o que significou que os
participantes passaram a ser selecionados a partir de uma série de eventos
conduzidos com regras e regulamentações padronizadas. Além disso, o evento
passou a ser reconhecido como triátlon em todos os níveis, da prática local à
internacional. Nesse momento, o triátlon entrou no terreno de evento tradicional.
Todavia, o triátlon também continua a se desenvolver como evento
segmentado, sendo estimulado pela contínua adaptação de elementos de diversas
atividades. Isso inclui adaptação para usar atividades de dois esportes, como
caminhada e ciclismo, ou ajustes para permitir que um grupo de três membros possa
competir, cada um completando uma das atividades esportivas. O uso contínuo de
adaptações para o triátlon mantém o evento no domínio dos eventos segmentados.
Desse modo, é possível que um evento ocorra nos âmbitos tradicionais e
segmentados simultaneamente.
Eventos segmentados continuam a surgir. Eles podem ou não passar para o
terreno dos eventos tradicionais no futuro. Independentemente disso, a gama de
eventos está em expansão e são necessários gerentes de eventos para organizá-los
ao redor do mundo.
Quais eventos segmentados estão desabrochando em sua região? Considere
as adaptações como sendo melhorias dos eventos tradicionais locais, que permitem
o surgimento de eventos turísticos segmentados que ocorrem, ou poderiam ocorrer,
em sua região.
13
1.2 - Eventos de Turismo
Embora o turismo de negócios e o de lazer dependa de estruturas similares, o
primeiro traz consigo benefícios adicionais que tornam um negócio atraente para
seus destinos em potencial.
Para Braga e Murad (2008, p 14), turismo de negócios é um conceito amplo e
pode ser compreendido como:
O conjunto de atividades de visitação praticado em lugar diferente do de
residência habitual de pessoas que viajam com as finalidades de realizar
negócios, cumprir tarefas profissionais, participar de eventos de caráter
comercial ou simplesmente, estabelecer contatos que possam promover
futuros negócios, ligados aos mais diversos setores da economia.
Mas a parte de turismo de negócios e esportivo tem algumas necessidades
adicionais relativas á infraestrutura, como locais adequados para o tipo e tamanho
do evento que vai ser realizado a presença de prestadores de serviços
especializados, e o mais importante pessoas bem treinadas para oferecer e atender
com excelência e qualidade as pessoas que estão se fazendo presentes nesse
evento.
Maple (2006,p.15 ) sustenta que:
Eventos de grande porte, como convenções, são projetados para reunir os
melhores profissionais de um dado campo de atuação em ambientes onde
se possa compartilhar informações e identificar processos. Quando isso
acontece, o conhecimento local recebe um grande impulso, junto com
capacitação em qualquer área imaginável.
Davidson(2010, p. 14) também declara que:
A linha que separa essa duas categorias de turismo, se torna ainda mais
tênue por conta da presença de “pessoas acompanhantes” em vários
eventos de turismo podendo ser de negócio ou esportivo, não é algo atípico
que aqueles que viajam rumos e destinos exóticos, como também para
participar de feiras de negócios ou conferencias, exposições acabam
levando seus amigos ou cônjuges para aproveitar as chances de
transformar a viagem em um curto período de férias.
Martin (2003) descreve que além do setor de conferencias, exposições e
feiras de comercio consistem bastante com apresentação de vários temas
direcionados ao público que procura diversos temas ou assuntos específicos
podendo ser limitado numero reduzido de ouvintes. Após a explanação os ouvintes
podem fazer perguntas direcionado ao tema que foi exposto, esses formatos
utilizados tem curta duração e quando acontece pode fazer oque o evento fique
isolado, algo que costuma acontecer também é a organização de eventos ser
14
apenas parte de um trabalho de uma pessoa que não possui conhecimento
especifico sobre organização de evento seja ele de qualquer atividades.
Outros programas de pesquisa utilizam definições um tanto diferentes. Em
outubro de 2002, os lideres da indústria no Reino Unido chegaram a um acordo
quanto usar a seguinte definição para local de ventos: (...) um local de eventos deve
ser uma instalação a ser alugada externamente (as salas de reunião de uma
empresa estão fora, por exemplo) e que tenha um mínimo três salas de
reunião/conferencia, com uma ocupação mínima de 50 pessoas á maneira de teatro
na maior de suas salas.
Na Austrália, a definição para eventos de negócios e de lazer utilizada pela
National Business Events Study, publicado em 2005, foi:
Qualquer atividade pública ou privada que consiste de no mínimo 15 pessoas
com interesses profissionais em comum, seja sediada em um local ou locais
específicos e organizada por uma organização (ou organizações).Isso pode incluir
(mas não se limitara): conferencias, celebrações especiais, seminários, cursos,
feiras públicas ou de comercio, exposições, reuniões gerais de campanha, retiros
corporativos e programas de treinamento.
No Brasil eventos desse porte recebe uma conotação, definida por Martin
(2003) como:
As atividades restritas a um grupo especificam são pagas unicamente pela
entidade empresarial, ou através de patrocínio que da sustentação orçamentaria
para alguns tipos de eventos voltados a promover a sua marca nos locais de
realização, bem como a atualização em massa para a divulgação de seus produtos
e serviços, existe uma aceitação muito grande por parte dos participantes que
acabam recebendo brindes e cupons promocionais onde está sendo realizado o
evento.
Outro ponto que salienta o autor são as oportunidades de qualificação
profissional das pessoas que estão desenvolvendo ou exercendo atividades
especificas nesses determinados eventos, essas pessoas procuram estabelecer um
padrão internacional de serviços e produtos oferecidos principalmente quando o
evento é internacional, onde a excelência e qualidade deve ser o ponto principal
estabelecido como padrão.
15
Partindo desse ponto esse avanço vai oferecer apoio e reconhecimento, ainda
que tardio, pois essa indústria é altamente sofisticada, mas o que conta para a
equipe organizadora de eventos turísticos, é que as funções pré-estabelecidas como
as metas e objetivos tiveram certo grau de aceitável perante o feito pretendido e
alcançado, sendo que é feito pesquisas de satisfação e aceitabilidade, bem como a
escolha da cidade sede e o local onde será realizado o evento.
1.3-Terminologia não Padronizada
Para Pires (2001), um dos motivos para essa limitação utilizados durante uma
coleta de dados estatística sobre o valor e o tamanho da indústria do turismo é a
ausência de uma terminologia definida e amplamente aceita. Numa esfera, mais
geral, ainda há discursões que levantam duvidas sobre o termo “turismo de
negócios” é preciso ou adequado para descrever o setor que engloba conferencias,
exposições e viagem de incentivo.
Pires (2001) comenta em um contexto mais particular, palavras como
“conferência”, “congresso”, “convecção” e “encontro” são usadas de forma como
sinônimos ou de forma indiscriminada. Há outras expressões usadas de forma
parecida, só que com uma conotação mais especifica: “simpósio”, “colóquio”,
“assembleia”, “conclave”, “reunião de cúpula”. Entretanto, é possível que só para a
última dentre essas possa atingir um consenso quanto ao significado preciso (a
saber, uma conferencia de oficiais do alto escalão, como chefes de governo).
Davidson (2010) também argumenta sobre os três tipos de eventos turísticos
mais frequentes e com um maior índice de números de participantes:

Conferencia:
1- Reunião participativa criada para discursões, elucidação de fatos,
solução de problemas e consultas.
2-Evento usado por qualquer organização para exposição e troca de
opiniões, transmissão de avisos, aberturas de debates ou divulgação de
16
algum ponto de vista sobre um assunto determinado. Embora não seja de
duração muito limitada, uma conferencia é geralmente de curta duração e
apresenta objetivos específicos. Uma conferencia costuma ter menor escala
que um congresso.

Congresso:
1-Reunião habitual de granes grupos de indivíduos, geralmente para
discutir um assunto particular. O congresso normalmente se estende por
vários dias e tem enumeras sessões simultâneas. O intervalo de tempo
entre os congressos costuma ser estabelecido antes da fase de
implementação, e pode ser plurianual ou anual. A maioria dos congressos
internacionais ou mundiais é do primeiro tipo, enquanto congresso
nacional é anual, na maior parte.
2-Reunião de uma associação de representantes de organizações
competentes.
“3- Termo europeu para „convenção”.

Convenção:
1- Evento no qual a atividade principal dos participantes é frequentar
sessões
educacionais,
tomar
parte
em
reuniões/mesas-redondas,
socializar ou ir a outros eventos. Uma convenção apresenta uma
exposição paralela.
1.4 - Melhorias da Qualidade de Vida
Os centros de eventos e as atividades que eles abrigam desempenham um
importante papel na melhoria da qualidade geral de vida de uma comunidade. Maple
(2006) sugere que as comunidades precisam de algum tipo de atividade para
sobreviver “de preferencia, alguma que traga dinheiro de fora da economia local”.
Rezende (2000) acrescenta que várias dessas indústrias não são exatamente
benignas, especialmente de uma perspectiva comunitária ou ambiental. O mercado
de eventos, por outro lado, faz mais que simplesmente evitar prejudicar a
comunidade-sede. De fato, ele prospera em meio ás qualidades que as pessoas
desejam ter ao seu redor: coisas como um ambiente atrativo e atributos culturais.
17
Além disso, ele proporciona uma razão econômica sólida para que apoie e aprimore
tais qualidades para beneficio de todos.
CAPITULO II
2.1- Atribuições das Empresas que Prestam Serviços em Eventos
Turísticos
Martin (2013) comenta que as empresas que prestam e oferecem serviços na
área turística, deverá responder por todas as tarefas de organização dos eventos, a
qual está oferecendo e coordenando, realizando e apresentando relatórios e
informações periódicas aos participantes e clientes.
As tarefas, por sua vez, dependem do tipo de evento. Como há diferenças
entre a organização e os mais variados tipos de eventos. Giacaglia (2003) optou por
lista-la em separado, cada lista poderá ser consultada de forma independente,
conforme o interesse da equipe responsável pela organização:
 Contato com a organizadora do evento para verificação das áreas disponíveis
para locação, caso ainda não tenha sido feito pela empresa contratante. Deverão
ser apresentadas, quando possíveis três opções de áreas para a escolha do
cliente. Além da locação da área, a contratada deverá colher todas as
informações necessárias para o desenvolvimento das atividades a serem
ofertadas, bem como verificar a possibilidade de estante para divulgação de
produtos e serviços.

Elaboração de cronograma de atividades, com descrição completa de todos os
passos que serão seguidos, a partir do fechamento do espaço onde será
realizado o evento.

Discursão com o staff dos objetivos e estratégias traçadas para o evento.

Elaboração de um pré-projeto contendo o briefing para serviços da montagem da
estrutura do evento.

Envio do briefing para pelo menos três empresas que executem serviços de
montagem e estrutura física que será utilizada durante a realização do evento, a
proposta terá que conter valores da programação visual, espaço de estande,
para ajuste antes de o evento ser realizado.
18

Apresentação
e discussão,
com o
cliente,
dos projetos apresentados
previamente avaliados e ajustados.

Recebimento e preenchimento do manual dos participantes e material que será
entregue par os participantes do evento.

Contratação de serviços de terceiros, como: bufê, limpeza, segurança,
recepcionista, fotografo, atrações e transporte, entre outros.

Elaboração de um fluxograma de pagamentos dos serviços contratados e dos
serviços prestados, considerando formas e condições de pagamento. Desse
fluxograma deverá resultar o investimento total previsto para a realização do
evento.
Rogers (2013) relata que as associações de empresas especializadas que
organizam os eventos turísticos tendem a seguir vários padrões de rotatividade no
tocante á montagem de seus eventos principais durante no ano. Os exemplos
citados abaixo se aplicam ao Reino Unido, mas também serve ao mercado
brasileiro. Esquemas de rotatividade parecidos devem valer para a maioria dos
países nos quais o mercado de eventos de associações nacionais seja significativo:
1- Algumas associações adotam um esquema norte-sul de rotatividade,
primeiro realizando os eventos no norte da Inglaterra ou na Escócia, e depois no sul
da Inglaterra, para depois voltar á região norte no terceiro ano.
2- A maioria das associações lança mão de um esquema de três ou quatro
passando por diferentes regiões do país. Com isso, buscam atender ás demandas,
do seu rol de membros, que deve ser composto por pessoas de todas as partes do
país.
3- Existem algumas associações que parecem ter dificuldades, optando pela
utilização da logística para o mesmo lugar, ano após ano.
Uma parte das associações fazem seus eventos turísticos em um lugar diferente a
cada ano, sem seguir nenhum padrão geográfico.
4- Para as cidades e casas de eventos que procuram atrair atenção dessas
associações é essencial que entendam o padrão de rotatividade adotado pela
associação em questão.
19
Outro ponto que é levantado pelo autor são as companhias de gestão de
eventos turísticos, essas empresas são operadoras locais especializadas na área de
viagens de incentivo (elas podem contribuir com organizadores de eventos,
principalmente quando o evento é realizado no estrangeiro). A definição de uma
companhia de gestão de destinos, conforme a Societyof Incentive and Travel
executives (SITE), é:
Uma companhia de gestão de destinos turísticos é uma organização local
que oferece serviços de consultoria, montagem de eventos criativos e
gestão exemplar de logística tendo como base um profundo conhecimento
local de destino e de carências dos mercados de incentivo e motivação.
De acordo com o que Catherine Dow, diretora do gabinete europeu SITE,
apresentou na UK Business TourismPartnershipResearchGroup( em junho de 2001),
há outras tendências nos programas de reservas de viagem de incentivo como:

Grupos reduzidos;

Lead times mais curtos;

Período de qualificação menos intenso;

Maior número de locais exóticos;

Programas ativos (funcionários premiados participando de atividades externas
em vez de passarem o tempo todo na piscina do hotel);

Muitos incentivos agora incluem uma reunião- essa é uma forma de os
representantes evitarem uma cobrança sobre os benefícios da viagem de
comercial, incluir um elemento mais voltado para o trabalho no programa de
incentivo.
Giacaglia (2003) comenta sobre mais detalhes a respeito de companhias de
gestão de eventos turísticos ao redor do mundo podem ser encontrados no site
www.comworld.net. O crescimento da escolha das viagens como premiação de
companhias de incentivos realizadas pelas empresas nacionais e internacionais no
Brasil estimulou a profissionalização do setor e o aparecimento de comitês dentro de
associações de classe, como a Ampro (www.ampro.com.br) e o (Braztoa.com.br).
Padua (2004) acrescenta que este incentivo é provavelmente suscetível aos
altos e baixos das economias nacional e global, do que os outros segmentos de
eventos turísticos, em relação aos dos eventos de negócios, alguns casos portanto
de retração econômica em indústria de um país especifico, pode acabar estimulando
o esquema de viagem de incentivo, isso pode acarretar dificuldades na hora de
20
colocar em prática todos os fundamentos em financiamentos de locação as viagem
de incentivos coletivos.
Desse ponto de vista Giacaglia (2003) reconhece que os eventos corporativos
direcionados ao desenvolvimento turístico de uma região ou de um pa[is inteiro
requer aprimorar as relações de hospitalidade da comunidade que vai oferecer este
serviço, haja visto que os maiores beneficiados dessas estratégias, é a própria
comunidade local. Geralmente eventos corporativos, envolve
o uso de grandes
estruturas direcionadas aos eventos esportivos e culturais, visando fortalecer os
laços de uma organização aos dos seus clientes ou clientes em potencial.
Porter (1981) aponta que diante desses fatos consumados, é a postura das
associações brasileiras voltadas exclusivamente para esse segmento e a
associação Brasileira de Agencias de Viagens Corporativas, (Abracorp), que de
acordo com os dados Indicadores Econômicos de Viagens Corporativas (IEVC) e o
Instituto de Hospitalidade Lazer e Turismo (Iehlatur), as viagens corporativas
somaram R$ 7,3 bilhões em 2010, um crescimento de 17% em relação a 2009. As
agências Abracorp responderam a 35% do mercado.
2.2 - Eventos Contemporâneos Segmentados
Kotler(1990) faz a seguinte pergunta: por que os eventos segmentados estão
surgindo? Este trabalho acadêmico visa fortalecer essa temática e em cima das
conclusões dos mais variados autores que desenvolvem as suas pesquisas, propõe
que os eventos segmentados estão surgindo como resultado de nossa sociedade
contemporânea, que inclui um ambiente de mudanças.
Essas mudanças, que vem sendo descrito como era pós-industrial (BELL,
1973; ZUBOFF, 1988). O impacto da mudança pós-industrial na sociedade
contemporânea produziu um ambiente de complexidade e imprevisibilidade, as
mudanças contemporâneas impactaram em todos os aspectos da sociedade, o que
demanda um processo de aprendizagem ativo e contínuo a fim de acomodá-las.
Segundo Sproull e Kiesler (1991), indivíduos e organizações são encorajados
a se adaptar para superarem o desafio da mudança, sendo estimulado um estado
mental para adaptar e inovar em nossa sociedade contemporânea.
21
Segundo Jenser (1999, p. 16) afirma que:
A sobrevivência é dependente do indivíduo ou grupo que “é mais adaptável
à mudança”. Isso gera a seguinte questão: os eventos segmentados estão
sendo produzidos em um processo de aprendizagem para reagir às
mudanças em nosso ambiente contemporâneo?
Limericket al, (1998). No processo de aprendizagem para acomodar a
mudança, chamam de “individualismo colaborativo”. “Esse conceito envolve um
grupo ou um coletivo de indivíduos responsáveis, „mantidos juntos por culturas em
comum, significados e valores compartilhados”.
Segundo (LIMERICKET AL., 1998, p. 128) afirma que:
Essa nova forma de coletivo encoraja um estado mental no sentido de que
as pessoas precisam “adotar o individualismo, a colaboração e a inovação”.
Cada postura deve ser adotada simultaneamente e todos os membros
dentro do coletivo têm uma voz. À medida que esses indivíduos preservem
sua voz pessoal, são encorajados a colaborar para desenvolver inovações
para o gerenciamento da mudança contemporânea do ambiente.
Cobb (2005) Salienta a aplicação do conceito de individualismo colaborativo a
eventos segmentados requer um estado mental, uma voz individual e um empurrão
para que grupos de indivíduos colaborem e sejam inovadores. Com uma voz de
âmbito local, o individualismo colaborativo está ocorrendo à medida que os grupos
utilizam concepções inovadoras para criar eventos segmentados. Unidos por elos
comuns advindos da cultura, significado e valor do evento, são capazes de produzir,
compartilhar e cultivar significados e valores adaptados para gerar eventos
segmentados. Estes podem ser descritos como experimentos de design.
Cobb (2005) descreve experimentos de design como sendo “espaços para
testar inovações”. Cobb e seu grupo de pesquisadores indicam que os experimentos
de design oferecem a oportunidade de concluir uma série de ciclos de
desenvolvimento e permitem revisões regulares para um evento.
Segundo Cobb (2005, p. 32), relata que:
O conceito de espaço para teste de eventos sugere que as oportunidades
para formatar eventos segmentados existem em abundância. Experimentos
em eventos segmentados podem explorar e retratar formatos e atividades
capazes de oferecer novos entendimentos e inovações, criando eventos
originais. Na gestão de eventos esportivos, recreativos e turísticos, aquelas
que experimentam novos formatos estão desenvolvendo um conjunto
crescente de eventos segmentados inovadores e criativos.
Na opinião de Mallen (2013) as indústrias de esporte, recreação e turismo
sofreram um crescimento fenomenal desde a década de 1960. O incremento de
eventos, tanto tradicionais como segmentados, está mudando o cenário esportivo,
22
recreativo e turístico, no qual cada evento requer uns maiores números de gestores
qualificados em eventos esportivos. Eles são necessários para que esses eventos
possam ser competitivos, seguindo uma vertente de crescimento, onde a escala de
crescimento se mostre favorável a eventos locais, regionais, estatuais, nacionais e
internacionais, de grande porte.
Adams (2013) faz uma analise de mercado, onde está incluindo ligas,
circuitos ou roteiros para grupos de idades e habilidades variadas. Além disso,
eventos tradicionais podem incluir um extenso leque de esportes, variando. Os
números que retratam eventos segmentados estão crescendo anualmente por meio
de festivais, banquetes e shows dedicados a turistas. Some-se a isso a quantidade
de eventos esportivos e recreativos que estão sendo alterado ou renovado para
produzirem a próxima geração de eventos, e consequentemente o número de
gestores necessários cresce proporcionalmente.
Porter (1981) comenta que dentro das estimativas apresentadas, em função
das complexas condições da indústria esportiva, recreativa e turística. Contudo, um
cálculo geral mostra que milhões de eventos tradicionais e segmentados são
organizados anualmente no mundo. Em consequência, gerentes bem informados,
preparados e experientes estão em alta.
Legrain e Magain (1992, p. 29) relatam que:
Como facilitadores do encontro entre oferta e demanda e com função
de “atrair os consumidores a um local especifico (salões-Feirasexposições) para lhes apresentar sua mercadoria da maneira mais
atraente possível”, com a finalidade de “deslocar o consumidor” e
“oferecer reduções sobre o preço de venda”, apresentam está
característica de diálogo e de marketing baseado na experiência
direta.
Maximiano (2005) comenta sobre outros exemplos de eventos que nasceram
como segmentados e evoluíram para o status de tradicional podem ser encontrados
no esporte esqui. Tanto as competições de esqui alpino quanto a ski dancing
começaram como eventos segmentados e, então, se tornaram eventos tradicionais.
O vôlei é um evento tradicional e, posteriormente, o vôlei de praia foi desenvolvido
como um evento segmentado que, então, juntou-se aos eventos tradicionais. Hoje,
as duas modalidades fazem parte dos principais eventos tradicionais, como os
Jogos Olímpicos, e têm regras e regulamentações tradicionais padronizadas.
23
2.3 - Conhecimentos para o contexto de gestão de eventos
Rogers (2011) a compreender e definição de conhecimento, é oferecida uma
definição específica para gestão de eventos, construída a partir das várias definições
e descrições de conhecimento básico e avançado elencadas o resultado é a
definição de conhecimento para o contexto de gestão de eventos.
Segundo ROGERS (2011, p.79) afirma que:
A sinergia do conhecimento básico e avançado envolve mais do que
somente adicionar conhecimento individual para criar um nível de
conhecimento abrangente. Uma sinergia dá origem a combinações de
conhecimento que podem ser alcançadas por meio de interações. O efeito
conjunto de uma sinergia de insights e compreensões é maior do que seria
apenas a soma dos efeitos individuais. A combinação sinérgica leva ao
desenvolvimento de insights e aprendizados pessoais para o uso prático na
área de gestão de eventos.
O autor relata que essa definição de conhecimento pode, agora, ser usada
para orientar a construção de uma estratégia adequada à corrida para transferência
de conhecimento em gestão de eventos.
2.4 -Estratégia para Transferência de Conhecimento
Como mencionado no início deste capítulo, você está em um ambiente
contemporâneo que considera o conhecimento como um bem valioso. Além disso,
há uma corrida para sua transferência que exige que você obtenha sempre mais
conhecimento básico e avançado.
Kloter (2008). Embora os pesquisadores não tenham um consenso quanto à
definição de conhecimento, foi criada uma definição específica para o contexto de
gestão de eventos, a partir de várias definições. Essa definição pode, agora, ser
usada para desenvolver uma estratégia a fim de buscar conhecimento básico e
avançado em gestão de eventos, ou uma estratégia para a corrida para a
transferência de conhecimento.
Kloter (2008) uma estratégia para transferir conhecimento é um plano para
ajudá-lo a se tornar eficiente e eficaz no processo de obtenção e transferência de
conhecimento em gestão de eventos. Essa estratégia articula recursos cuja intenção
é orientá-lo a desenvolver sua capacidade de usar seu conhecimento de modo
competitivo e objetiva aumentar seu entendimento de categorias de conhecimento,
24
desenvolver sua perspicácia (rápidos insights e compreensão) eelevar sua
competência (ações e habilidades) aplicada na área de gestão de eventos.
Kotler (2008, P. 34) definiu estratégia para corrida para transferência de
conhecimento como:
Uma estratégia para acorrida para transferência de conhecimento, é uma
forma intencional de agir para desenvolver sua capacidade de
conhecimento aplicada a área de gestão de eventos esportivos, recreativos
e turísticos.
Oliveira (1992) relata que uma estratégia para a transferência de
conhecimento requer o registro de categorias que possam descrevê-lo e extrapolar
seu significado para a indústria de eventos. Um exemplo de estratégia é destacado
no quadro seguinte. Esse registro relaciona uma combinação de conhecimento
básico e avançado que você pode buscar ao trabalhar na indústria de eventos.
Mullin (2004) sugere que seja desenvolvida uma estratégia pessoal para
transferência de conhecimento, por escrito, e que a revise e atualize semanalmente
durante o semestre de seu curso de gestão de eventos, continuando a fazê-lo
depois. Cada tema discutindo em classe pode ajudá-lo a descrever melhor o
conhecimento que pode adquirir ou transferir. Em seguida, implanta a estratégia
para a transferência de conhecimento. Para começar a implantá-lo, você deve
desenvolver uma rede de contatos que apoie sua buscar.
Estratégia para corrida para transferência de conhecimento em gestão de
eventos
Aspectos de conhecimento básico
Aplicação dos aspectos de
conhecimento básico de gestão de
eventos
Conhecimento é a compreensão do que eles
“fazem” (Blackler, 1995)
Desenvolver e compartilhar a compreensão
do papel do gerente de eventos, incluindo o
que ele faz para se preparar um evento, suas
atividades durante cada fase do evento,
inclusive as etapas de desenvolvimento,
planejamento
logístico,
execução,
monitoramento, gestão, avaliação e reedição
do evento.
Um aspecto é o entendimento geral de
prazos, necessidades de dados para propor
ou sediar um evento, conceitos e estruturas
teóricas.
Conhecimento envolve a obtenção de dados
factuais, conceitos e estruturas teóricas
(Spender, 1996)
25
Conhecimento
envolve
“conhecimento
conceitual” (Nonakaet al., 2000)
Conhecimento
envolve
“conhecimento
sistêmico” (Nonakaet al., 2000)
Conhecimento é a familiaridade com temas
de cultura, política e personalidade (Gupta e
MacDaniel, 2002)
Conhecimento é o entendimento da teoria e
da prática (English e Baker, 2006)
Aspectos de conhecimento
avançado
Aplicação dos aspectos de
conhecimento avançado na área de
gestão de eventos
“Conhecimento
(Collins, 1993)
pessoal
(enbrained)”
“Conhecimento
(Collins, 1993)
cultural
(encultured)”
“Conhecimento rotina” (vonKrogh e Grand,
2002)
“Conhecimento
Grand, 2002)
empírico”
(vonKrogh
Um
aspecto envolve desenvolver a
compreensão geral de conceitos abstratos –
como processos usados para desenvolver
ideias -, o entendimento de conceitos ou
ideias que foram usados durante os eventos
e a percepção do valor qualitativo de ideias
relacionadas a eventos.
Um aspecto inclui o entendimento do
sistemas tecnológicos que auxiliam os
eventos, de desenvolvimento de guias e de
criação de manuais para os eventos (como
diretrizes para as equipes e sinopses de
produção).
Um aspecto está relacionado com o
aprendizado do código de conduta de um
gerente, em todas as fases do evento. Além
disso, inclui avaliar as organizações
envolvidas, seus pontos controversos ou
problemas atuais e potenciais e, também,
seu impacto nos responsáveis pela tomada
de decisões. Ademais, é necessário estar
informado
a
respeito
de
diversas
personalidades e saber lidar com pessoas
que poderiam, sutil ou abertamente, tentar
influenciar,
de
várias
maneiras,
o
planejamento do evento.
Um aspecto envolve o entendimento geral da
teoria (por exemplo, os componentes da
teoria de gestão) e como elas fornecem os
fundamentos teóricos para as etapas de
planejamento e gestão de eventos. Além
disso, envolve conhecer processos e
procedimentos usados na prática (como
necessidades de comunicação durante cada
estágio do modelo de planejamento de
eventos).
e
Um aspecto é o desenvolvimento de
habilidades cognitivas e conceituais de
eventos, refletindo sobre as necessidades
logísticas para sediar diversos eventos (isto
é, em ambientes abertos e fechados) e para
adaptar suas atividades a partir de sua
natureza tradicional e/ou segmentada.
Um aspecto é o aprendizado dos detalhes
particulares de uma cultura por meio da
imersão em uma variedade de situações
culturais.
Um aspecto inclui desenvolver uma
compreensão profunda das rotinas de gestão
de eventos, abrangendo sua adaptação a
eventos específicos e o entendimento do
motivo pelo qual certas rotinas não levam a
uma gestão bem-sucedida.
Um aspecto envolve a busca de experiências
práticas em diversos áreas (como vender
ingressos, elaborar escalas, equipar a área
26
de competição, providenciar acomodação e
transporte, realizar promoções e cerimônias).
2.5 - Apoio de Redes na Estratégia de Conhecimento
Uma descrição de Castells (2000, p. 697) indica que:
As redes são estruturas dinâmicas e de desenvolvimento autônomo que,
alimentadas pela tecnologia da informação e comunicando-se com a
mesma linguagem digital, podem crescer e envolver todas as expressões
sociais compatíveis com seus objetivos. As redes aumentam seu valor
exponencialmente conforme acrescentam elos.
A combinação de relacionamento de membros individuais cria a estrutura de
uma rede. A natureza social das redes exige o emprego da comunicação como
características-chave, sendo constantemente requisitada para a formação e
manutenção da rede. O papel principal de cada membro da rede é se comunicar.
Cada membro da rede precisa desenvolver a competência de ser um
inestimável comunicador. Harris et al. (2000, p. 6) indicaram que a competência para
atuar em rede inclui habilidades de
Compartilhar seus entendimentos dos temas e imaginar formas de
relacioná-los à realização do trabalho necessário para levar a uma visão
compartilhada no futuro. Essa visão oferece o contexto que orienta toda a
atividade da rede. Conservar essa orientação é fundamental para o
desenvolvimento e manutenção de redes.
Segundo Mintzberg (2005), o compartilhamento dentro da rede oferece
oportunidades para que sejam geradas ideias e criando conhecimento (vonKrogh e
Grand, 2002).Para formar uma rede de transferência de conhecimento em gestão de
eventos, é necessário que os principais membros ou ativistas incentivem os
relacionamentos em um processo de compartilhamento do conhecimento.
Oliveira (1988) relata que os ativistas da rede precisam dedicar o tempo, a
atenção e a competência necessários para que as relações sejam desenvolvidas e
mantidas. O ativismo em rede é um componente-chave na estratégia da corrida para
transferência de conhecimento, sendo consciente e esforço para expandir a rede
pessoal, encorajar contatos entre membros e aumentar a qualidade das relações da
rede para a troca de conhecimento.
27
Segundo Castells (2000, p. 697) relata o ativismo em rede como:
O ativismo em rede é o esforço consciente para: expandir o numero de elos
na sua rede pessoal, encorajar contatos entre os elos, e aumentar a
qualidade dos relacionamentos, dando ênfase na postura e na convivência
melhorada.
OLIVEIRA (2000) argumenta se caso você não pode participar de uma rede
de transferência de conhecimento, deve considerar seriamente ser um ativista,
criando sua própria rede de compartilhamento de conhecimento. Para desenvolvê-la,
leve em conta: quem você chamaria para começar uma rede pessoal a fim de
buscar conhecimento?
Oliveira (2000) pergunta sobre o que você espera de cada membro da rede
em termos de transferência de conhecimento e o que está oferecendo em troca?
Como irá encorajar um número maior de contatos entre você e as outras pessoas de
sua rede? Ainda, como irá aumentar a qualidade das relações em rede para obter
mais conhecimento?
Segundo Maximiano (2005),ao desenvolver uma estratégia de transferência
de conhecimento e uma rede para melhorá-la, é importante que você desenvolva
suas próprias percepções. O uso de percepções pessoais sobre conhecimento e o
ativismo em rede podem criar uma vantagem competitiva, derivada.
Segundo Conner e Prahalad (2002, p. 54)
Chamam de efeito de flexibilidade. Esse efeito abrange o conhecimento que
é personalizado pelo entrelaçamento de perspectivas, opiniões,
abordagens, experiências, ideias e opções de cada indivíduo, respeitando
os seus limites perante diversas situações apresentadas.
Além disso, a personalização envolve o impacto da destreza, personalidade,
motivações, habilidades, percepções e interpretações de cada pessoa nesses
elementos. Esse impacto cria diferenciação ou o efeito de flexibilidade de um
indivíduo.
De acordo com Zack (1999) o efeito de flexibilidade gera ideias, interpretações
e respostas diferenciadas, responsáveis por uma vantagem competitiva, produzida e
desenvolvimento de novo conhecimento.
Segundo Zack (1999, p. 31) relata que:
O efeito flexibilidade envolve o uso de suas perspectivas, opiniões,
abordagens, experiências, ideias e opções pessoais para criar diferenciação
de conhecimento, ou os seus “efeitos de flexibilidade”. Ideias, interpretações
28
e respostas diferenciadas fornecem uma vantagem competitiva potencial no
ambiente contemporâneo em mutação.
A personalização de conhecimento auxilia na produção de ideias e de novo
conhecimento, pois a diferenciação garante que as ideias são variadas e não
limitadas a um ponto de vista específico (CARNEY, 2001). Aceitar e alimentar a
personalização de seu conhecimento favorece o desenvolvimento de opções,
interpretações variadas e soluções.
2.6 - Estruturas de Eventos para Governança
Maclean (2005). Vamos imaginar um evento de enorme magnitude, como os
Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Em fevereiro e março de 2010, as comunidades
de Vancouver e Whistler, no Canadá, recepcionam o mundo para um grandioso
festival esportivo de inverno. As competições para os Jogos Olímpicos de Inverno
duram 17 dias, seguindo por outros 10 dias de competição das Paraolímpicas.
Os organizadores têm, por missão, inspirar o mundo por meio desse evento.
O comitê organizador de Vancouver afirma que “a missão é trocar a alma da nação
e inspirar o mundo ao criar e entregar uma experiência olímpica e paraolímpica
extraordinária, com legados permanentes. A visão é construir um Canadá mais forte,
cujo espírito é elevado pela sua paixão por esporte, cultura e sustentabilidade”
(Vancouver 2010, 2007).
Maclean (2005) comenta que essa missão e visão devem ser alcançadas por
meio da organização de um evento que inclui competição de sete esportes, em 15
modalidades. Milhares de empregadores e voluntários produzirão os jogos, e as
imagens dos atletas de centenas de países ao redor do mundo serão televisionados
e seguidos atentamente por seus compatriotas. Organizar os jogos Olímpicos requer
um enorme processo de planejamento.
Agora, volte sua atenção para um evento menor que ocorre em sua
comunidade, como um evento de turismo comunitário ou um campeonato simples de
esporte em equipe que acontece na sua universidade. Mesmo sendo menor de
magnitude e duração, comparando às Olimpíadas, ainda envolve muitos dos
mesmos elementos.
Segundo
Maclean
(2005),
os
elementos
do
evento
podem
incluir
acomodação, credenciamento, cerimônias, comunicações, alimentos e bebidas,
29
serviços de hospitalidade, gestão de mídia, serviços para o espectador e transporte.
Em eventos de esporte, recreação e turismo, a lista pode ser mais extensa ou incluir
gestão dos participantes ou competidores, juízes, testes de drogas ou controles de
doping, resultados e premiações. Em cada caso, é dedicada uma quantidade
considerável de trabalho para o planejamento e produção de um evento de sucesso.
Segundo Maclean (2005, p. 31) relata que:
Eventos esportivos, recreativos e turísticos têm níveis de magnitude, apelo
e complexidade que requerem estruturas bem desenhadas, que contribuam
para o seu sucesso. Com frequência, a estrutura e a governança de gestão
dos eventos são “silenciosas”, meio que nos bastidores do programa
principal de atividades que são consumidas.
Contudo, na verdade, elementos eficientes de estrutura e governança é a
base para o sucesso. Os eventos simplesmente não obteriam sucesso sem uma
estrutura de planejamento e execução que permitisse comunicação eficiente,
tomadas de decisão e quantidades adequadas de flexibilidades dos gerentes.
Mintzberg (2005) propõe que para compreender isso de forma mais
aprofundada, os objetivos do item seguinte incluem: definição dos conceitos
relacionados à estrutura e à boa governança da gestão do evento; esboço das
dimensões teóricas de estruturas de evento que permitem sua execução bemsucedida, sem identificar suas especificidades, identificação de princípios que
resultam na criação de estruturas de eventos eficazes; e aplicação das dimensões
teóricas e princípios das estruturas para diversos tipos de eventos populares, na
atualidade, na área de esportes, recreação e turismo.
Maclean (2005, p. 31) relata que:
Os tópicos relacionados acima permitem ao estudante obter uma
apreciação de dois princípios importantes e fundamentais sobre a facilitação
de estruturas para a gestão de eventos. Primeiro, que diferentes tipos de
eventos precisam de diferentes estruturas de gestão, aplicando-se a mais
adequada para determinado evento; e, segundo, que gerentes de eventos
estão mais bem preparados ao aprenderem princípios orientadores que lhes
permitam tomar decisões sobre a estrutura mais apropriada e eficaz parao
evento que está sendo planejado, ao invés de reproduzir a estrutura de
outro evento.
30
Você pode chamar esses dois princípios fundamentais de flexibilidade e
especificidade no que diz respeito à estrutura de gestão de eventos. Os itens
seguintes o ajudarão a entender esses e outros princípios e suas aplicações na
criação de estruturas de eventos eficazes.
CAPITULO III
3.1 - Estruturas de Eventos
O que exatamente se quer dizer com o termo estrutura de evento? O termo se
refere à decomposição das tarefas envolvidas na execução de um evento, de tal
modo que os funcionários ou voluntários tenham papéis definidos e entendam como
suas funções se inter-relacionam.
Pires (2001). A estrutura envolve funções individuais ou de grupos em
comitês para controle das tarefas, compreensão da autonomia que têm para
determinadas decisões e estabelecimento de ralações hierárquicas entre indivíduos
e comitês. Em geral, os lideres do evento divulgam uma estrutura de gestão em
formato gráfico, com caixas e linhas de conexão que representam as áreas
departamentais, a proximidade entre áreas que precisam cooperar e/ou colaborar
entre si e as relações hierárquicas.
Em teoria, a estrutura de uma organização é frequentemente analisada
segundo três pontos de vista (Slack e Parent, 2006): o primeiro é a formalização (o
nível de definição das regras, regulamentos, políticas e funções individuais e de
comitês para orientar as atividades dos gerentes de evento); o segundo é a
complexidade (o escopo e o número de diversos comitês e outros grupos
necessários para organizar o evento e a densidade da hierarquia de autoridade
envolvida); o terceiro é a centralização (o quanto cada tomada de decisões é
controlada pelos responsáveis pelo evento ou é delegada para funções de comitês
ou indivíduos).
Pires (2001). As estruturas de eventos são desenvolvidas para auxiliar na sua
governança. Governança refere-se ao exercício de autoridade para definir políticas
sobre como o evento será gerenciado, quem fez o quê, quando e como. Para um
evento ser bem sucedido, a estrutura criada para produzi-lo deve obter eficácia na
transferência de conhecimento e na tomada de decisões. Assim, para facilitar as
31
estruturas de um evento, é necessário ter o conhecimento e entendimento
necessário para criar a estrutura organizacional mais adequada para ele.
Capinussu (2002) afirma que além dessa teoria sobre estrutura de eventos,
foram desenvolvidas diversas outras importantes, que podem auxiliar na
compreensão de estruturas eficazes. Escolhemos, para incluir nesta discussão,
dimensões teóricas de estruturas de eventos envolvidas na teoria de sistemas, de
contingência e de complexidade. Os itens a seguir apresentam uma breve
introdução de cada teoria, no contexto da eficácia de estruturas de eventos para a
boa governança e sucesso em sua gestão.
3.2-Dimensões Teóricas de Estruturas de Eventos
Bateman
(1996)
descreve
que
as
estruturas
de
eventos
variam
consideravelmente. Para exemplos concretos, analise como educacionais e
recreativos locais são estruturados. Compare a estrutura de um evento recreativo
como a de um evento de turismo local e com a de um campeonato esportivo de elite,
também local. Cada evento pode ter uma estrutura exclusiva. A estrutura dita a
hierarquia, que, por sua vez, influencia a liberdade de atuação em processos de
definição, transmissão e implementação de decisões e ações ao se produzir um
evento.
Segundo Bettega (2006),na criação de um evento é preciso avaliar qual
estrutura leva à execução mais eficiente e eficaz. Várias perspectivas teóricas, que
relacionam informações sobre organizações e estruturas de eventos eficazes,
auxiliam a atingir esse objetivo. As dimensões teóricas destacadas a seguir são, em
grande medida, complementares, de modo que partes de cada teoria podem ser
aplicadas de maneira específica à estrutura de eventos que você for desenvolver.
Segundo Oliveira (2010, p. 43) descreve que:
A teoria de sistemas salienta que as estruturas de gestão de eventos
contam com o ambiente no qual opera para muitos dos materiais
necessários para a execução do evento. Os materiais incluem uma
ampla variedade de itens, como pessoas, equipamentos, tecnologias,
instalações e conhecimento, para mencionar alguns. A teoria de
sistemas indica que, em um evento, três sistemas diferentes
trabalham juntos: de entrada, de processamento e de saída.
Bettega (2006) diz que para produzir um evento, você precisa ter recursos
(entrada), criar atividades (processamento) e gerar resultados finais para
32
participantes e outros atores (saída). Os três sistemas são inter-relacionados e
dependentes uns dos outros para obterem sucesso; uma alteração em um deles
inevitavelmente afeta as outras partes. Qualquer evento que você organizar envolve
entradas ou a aquisição de insumos (instalações para competição) e recursos
humanos (voluntários); o processamento pode incluir a aplicação de tecnologia (site
criado para gestão da comunicação e inscrições) e de informação (o número de
equipes que podem ser acomodados em uma competição).
Oliveira (2010, p 45) sustenta que:
As saídas incluem a satisfação dos competidores e o dinheiro arrecadado
para a instituição de caridade de sua escolha, por exemplo. O sistema geral
do evento interage com seus componentes e com seu ambiente.
Compreender a aplicação da teoria de sistemas serve para identificar a
importância da interdependência e influência das partes componentes da
estrutura organizacional.
Segundo Mello (2010, p.17) sintetiza que:
A teoria de sistemas indica que estruturas de eventos são criados e
gerenciados a partir da compreensão das entradas, processamento e
saídas necessárias para execução do evento. A estrutura organizacional
interage com o seu ambiente para obter os insumos necessários para
produzir o evento (entradas), criar atividades (processamento) e gerar
resultados finais para os participantes e outros stakeholdes (saídas )
Segundo Carnagiu (1991), uma extensão racional da teoria de sistemas para
compreender a estrutura organizacional e gestão de eventos é a teoria de
contingência, que sugere que as estrutura eficaz de uma organização depende de
fatores contextuais do ambiente no qual opera, como tamanho, concorrência,
estratégia, recursos e assim por diante. Desse modo, o formato da estrutura de
eventos e suas unidades devem “se encaixar” no ambiente e funcionar de forma
coordenada para que o evento tenha sucesso.
Araujo (2002). Portanto, não existe “a melhor maneira” de organizar uma
estrutura de eventos, na medida em que ela depende de características do ambiente
operacional. Por exemplo, em um evento recreativo beneficente, a estrutura do
sistema organizacional deve considerar quantos participantes se inscreverão;
contudo, o número de vagas depende inteiramente do número de instalações
existentes,
Bastos (2004) argumenta sobre o tempo que se pode usar as instalações e de
quantos árbitros estão disponíveis. Esses fatores podem ser impactados por outros
torneios acontecendo em um período ou local próximos ao seu evento e são
33
denominados, em geral, de restrições. A compreensão das restrições e das
contingências ao evento leva à otimização da estrutura organizacional, do processo
decisório e da liderança.
Segundo (Kotler, p.397) descreve a teoria de contingência como:
Indica que a estrutura mais eficaz para gerenciar um evento é baseada ou
dependente de fatores contextuais do ambiente no qual o evento está sendo
organizado. Os fatores contingências incluem item como tamanho do
evento, concorrência com eventos similares e recursos disponíveis para a
sua realização.
Cervo (1983). Na mesma linha que as teorias de sistemas e de
contingência, a teoria de complexidade trabalha para identificar como as
organizações se adaptaram, de forma ideal, a seus ambientes. Usando essa teoria,
os gerentes focam na complexidade da estrutura necessária para atingir a missão do
evento, mantendo a capacidade de rapidamente se adaptar e tomar decisões
estratégicas.
Cervo (2002). A teoria da complexidade identifica a importância de
sistemas de adaptação complexos, que, em geral, consistem em um pequeno
número de estruturas relativamente simples e parcialmente conectadas. No exemplo
do evento recreativo beneficente, uma estrutura mais simples, envolvendo comitês
de programação, organização das instalações, inscrições e voluntários, conectados
entre si por meio do comitê líder do torneio, será capaz de se comunicar melhor,
tomar decisões eficazes e se adaptar ao ambiente.
Segundo Oliveira (2006, p. 43) relata que:
A teoria da complexidade indica que as organizações podem se adaptar, de
forma ideal, ao seu ambiente, criando uma estrutura de eventos que supra
as necessidades em termos de sua complexidade geral sem se tornar
extremamente complexa. A adaptação ao ambiente no qual o evento ocorre
permite ao gestor maior flexibilidade para tomar decisões estratégicas.
Para Bateson (2001), as teorias descritas, resumidas anteriormente,
fornecem uma base para entender por que e como as estruturas de eventos podem
ser desenhadas de forma ideal. Como podemos facilitar estruturas? O que torna
uma estrutura de eventos eficaz e outra não?
Bastos (2004) afirma que como as estruturas de eventos influenciam a boa
governança, de modo a aperfeiçoar o processo decisório, o desenvolvimento de
políticas e a eficiência do evento? A compreensão das teorias vistas lança alguma
luz sobre como responder essas dúvidas. E, a partir delas, com a experiência do que
34
funciona na prática e a transferência desse conhecimento, foi identificada diversos
princípios para estruturas de eventos, como veremos em detalhes a seguir.
3.3 - Princípios em Estruturas de Eventos
Segundo Chivenato (2000), Princípios podem ser relacionados a regras ou
entendimentos que resultaram da teoria e da prática sobre como e por quê as coisas
funcionam. Ao desenvolver estruturas organizacionais eficazes para a gestão de
eventos, diversos princípios foram identificados para auxiliar organizadores de
eventos a criar uma estrutura ideal para um evento e ambiente em particular. A
seguir, são listrados alguns dos princípios mais importantes que se aplicam ao
desenvolvimento de estruturas de eventos.
Forma acompanha a função: esse princípio sugere que o tipo de estrutura
criado para gerenciar a produção de um evento deve ser baseado no objetivo e
na definição dos papéis de governança dentro do formato de gestão (por
exemplo, desenvolvimento de políticas, gestão, operação). Copiar a estrutura de
um evento anterior de sucesso não necessariamente resulta um uma estrutura
viável para outro evento. Por exemplo, seria ridículo usar a estrutura desenvolvida
para a produção dos Jogos Olímpicos na execução de um campeonato colegial
de basquete, já que o primeiro evento é muito e mais complexo que o último.
Especialização operacional: estruturas ideias identificam as atividades
necessárias para a execução do evento e agrupam as que são similares ou
parecidas em subunidades, a fim de estimular a comunicação e o processo
decisório. Dessa forma, cria-se eficiência ao maximizar interconexões entre
gerentes com responsabilidades que interferem entre si, gerando grupos de
trabalhos mais autônomos, porém conectados.
Aumento da complexidade aumenta tanto o planejamento como o tempo
necessário para planejar: quanto mais complexa uma estrutura organizacional,
mais planejamento é necessário para garantir que a estrutura funciona de forma
ideal. É evidente que, com isso, se gastará mais tempo do que com uma estrutura
simples. Um exemplo desse princípio é a organização dos Jogos Olímpicos, que
têm estruturas operacionais em comitês planejadas com, no mínimo, 6 a 8 anos
35
de
antecedência
à
competição,
sendo
a
extensão
do
planejamento
excepcionalmente vasta.
Eficiência da comunicação: o planejamento não acontece na mente de uma
pessoa isolada das demais. Portanto, a estrutura para a gestão de eventos deve
permitir a criação de elos para que as pessoas comuniquem suas atividades e
decisões. Essa comunicação deve ser formalmente organizada a fim de ser
eficientemente realizada. A velocidade e o volume de comunicação podem ser
aprimorados dependendo do tipo de estrutura de eventos criado.
Resultados sinérgicos: sinergia refere-se ao fenômeno de se obter mais
eficiência e resultados quando dois ou mais agentes trabalham juntos do que se
obteria se cada um tivesse completado as mesmas tarefas isoladamente. As
estruturas de eventos que criam oportunidades para resultados sinérgicos são
conhecidos por serem eficientes, enxutas e mais eficazes na realização de
tarefas.
(KILMANN, PONDY E SLEVIN, 1976). Os ganhos sinérgicos resultam da ideia
deque o desempenho global é mais do que a simples soma dos resultados,
indicando que o todo é maior que a soma de suas partes.
Segundo Chivenato(2000),compreender as teorias e princípios relativos à
facilitação de estruturas de eventos eficazes é muito importante, porém saber como
aplicar as ideias apresentadas para criar estruturas de eventos reais é talvez ainda
mais critico para o sucesso do evento e de seus gerentes. A seguir, partimos para
uma discursão da aplicação das características-chave da teoria vista.
36
CONCLUSÃO
O segmento pesquisado nesse trabalho acadêmico tem o objetivo de
corresponder às análises dos mercados esportivos, este segmento, apresenta
excelentes indicadores horizontais em crescente evolução no mundo globalizado.
Entretanto, a evolução desse mercado, dos produtos e serviços esportivos
oferecidos, vão da sustentação as teóricas, técnicas e pesquisas acadêmicas
visando o aprimoramento dos eventos esportivos.
O referido estudo acadêmico tem a finalidade de ampliar pesquisas no
campo de ventos esportivos e turísticos, fazendo uma análise comparativa a partir
de dados documentais voltados para a evolução e melhoria e qualidade dos eventos
esportivos, que são desenvolvidos em diversas praças do Brasil. Os autores
utilizados nesta pesquisa fazem um breve apanhado sobre como gerir os recursos
humanos, tecnológicos, financeiros e logísticos, primando pela excelência.
O trabalho acadêmico tem por finalidade mostrar as ações na área da
gestão esportiva, utilizando-se de ações e estratégias de gestão esportiva. Visando
um equilíbrio satisfatório no desenvolvimento e análise de diversos cenários que a
organização de eventos precisa. Outra ponte que vai do respaldo aos pontos
desenvolvidos na elaboração desses projetos e a relevância sobre o papel da mídia,
quais as suas influencias perante os consumidores? E como os patrocinadores e
parceiros desses segmentos de mercado vão entender o que os seus clientes em
potencial desejam e necessitam.
Outro ponto pesquisado trata das etapas do processo de planejamento
estratégico, de que maneira as ações estratégicas vão estabelecer um link entre a
estruturação e logística do ponto de vista técnico e um plano de ações estratégicas
voltadas a cada segmento dos eventos que hoje tem uma grande aceitabilidade, se
o produto ou serviço final conseguiu o seu objetivo e metas dentro das demais
variáveis elaboradas. Assim essa contribuição acadêmica visa cooperar como base
de estudos futuros sobre esse tema desenvolvido.
Portanto é aceitável que eventos turísticos ligados ações de lazer,
fortalece a economia das sedes onde são realizados esses tipos de entretimento,
podendo ser cultural, religioso, universitário ou de aventura, onde pode se mostrar
um diferencial a estruturase tipos de eventos, lembrando que a organização é
fundamental para que as estratégias utilizadas tenham êxito.
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