CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC. PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM
DANIEL DA SILVA FONSECA
MARIA DO AMPARO PEREIRA DA SILVA
NEUSA GEORGETE DE OLIVEIRA
SILVINHA BARBOZA
CÂNCER DA PRÓSTATA:
PESQUISA SOBRE A CONSCIENTIZAÇÃO NA CIDADE DE
PALMITAL
PALMITAL
2014
DANIEL DA SILVA FONSECA
MARIA DO AMPARO PEREIRA DA SILVA
NEUSA GEORGETE DE OLIVEIRA
SILVINHA BARBOZA
CÂNCER DA PRÓSTATA:
PESQUISA SOBRE A CONSCIENTIZAÇÃO NA CIDADE DE PALMITAL
Trabalho de conclusão de curso
apresentado à ETEC.Prof. Mário Antônio
Verza, como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do título de
Técnico em Enfermagem.
Orientadora:
Molero.
PALMITAL
2014
Daniele
Cristina
Marin
DANIEL DA SILVA FONSECA
MARIA DO AMPARO PEREIRA DA SILVA
NEUSA GEORGETE DE OLIVEIRA
SILVINHA BARBOZA
CÂNCER DA PRÓSTATA
PESQUISA SOBRE A CONSCIENTIZAÇÃO NA CIDADE DE PALMITAL
APROVADO EM ____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________________
DANIELE CRISTINA MARIN MOLERO - ORIENTADORA
__________________________________________________________
NOME DO PROFESSOR (NOME COMPLETO) – EXAMINADOR
__________________________________________________________
NOME DO PROFESSOR (NOME COMPLETO) – EXAMINADOR
Dedicamos este trabalho a Deus pelo esplendor da vida, presente em todas as
atividades;
Aos amigos pelo incentivo;
As nossas famílias, filhos, esposa e maridos pelo apoio, compreensão, carinho e
paciência durante todo este curso, principalmente nos momentos de dificuldades.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos as manifestações de carinho e apoio recebidas de todos os
colegas da ETEC. Prof. Mário Antônio Verza, sem elas o sucesso talvez não fosse
alcançado.
Nosso muito obrigado também a nossa orientadora, a professora Daniele
Cristina Marin Molero, pelo auxílio seguro e oportuno durante todo o processo de
orientação deste trabalho.
Também agradecemos aos nossos familiares por nos terem apoiado e
entendido a nossa ausência, não só durante as aulas, mas especialmente durante o
processo de desenvolvimento deste trabalho.
Enfim, a todos, o nosso muito obrigado.
Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar.
Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.
Madre Teresa de Calcutá
FONSECA, Daniel; SILVA, Maria do Amparo; OLIVEIRA, Neuza Georgete;
BARBOZA, Silvinha. Câncer de Próstata:pesquisa sobre a conscientização na
cidade de Palmital. 2014. 30 p. Trabalho de Curso (Técnico em enfermagem) – Etec.
Prof. Mário Antônio Verza, Palmital, 2014.
RESUMO
O câncer de próstata e uma doença preocupante devido a sua agressividade e
propensão de se alocar em outros tecidos rapidamente, dados estatístico divulgados
pela INCA (2014) apontam o expectativa do surgimento de 68.800 casos novos de
câncer de próstata a serem diagnosticado no Brasil em 2014, devido a esse fato é
de suma importância que não só a população, mas também os profissionais de
saúde estejam atentos a esse aumento de demanda para que possam orientar e
auxiliar na detecção precoce desse problema. A principal finalidade deste trabalho é
demonstrar os benefícios que podem ser observados com diagnóstico do tumor em
estágio inicial e como é de grande valor que a população esteja ciente dos sinais e
sintomas desse tipo de câncer e da necessidade da realização de exame periódico
mesmo sem apresentar os sintomas, além de tratar especificamente de dúvidas
relacionadas à doença que foram questionadas diretamente com oncologista. A
pesquisa partiu do pressuposto que a população pouco sabe sobre a gravidade do
problema e ainda tem preconceito quanto à realização do exame de toque retal, que
é considerado primordial para diagnosticar o tumor. A fundamentação teórica foi
baseada em artigos publicados pelo Ministério da Saúde, pelo INCA, e autores como
Srougi, Cunha e Czerisinia. Foi feita uma pesquisa direcionada ao publico masculino
na faixa etária acima de 40 anos, para avaliar o entendimento desses homens sobre
o assunto.
Palavras-chave: Câncer de próstata; tumor prostático; Exame de PSA;toque retal.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
INCA – Instituto Nacional do Câncer
PSA – Antígeno Específico da Próstata (Prostate Specific Antigen)
MS – Ministério da Saúde
CRIO – Centro Regional Integrado de Oncologia
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
1 HISTÓRIA DO CÂNCER ........................................................................................ 11
2 CÂNCER DE PRÓSTATA ...................................................................................... 13
2.1
Diagnóstico .................................................................................................. 13
2.2
Tratamento ................................................................................................... 14
2.3 Prevenção ........................................................................................................ 15
3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS EM PALMITAL/SP ........................................... 18
3.1 A cidade de Palmital ........................................................................................ 18
3.2 Conscientização da população de Palmital sobre o câncer de próstata .......... 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21
APÊNDICES.............................................................................................................. 21
ANEXO ...................................................................................................................... 29
9
INTRODUÇÃO
O câncer de próstata é uma enfermidade que atinge homens com idade
superior a 40 anos. Pode-se observar como é grande a incidência desta doença
analisando os dados divulgados pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer), em 2002,
segundo o instituto, o câncer de próstata é o segundo mais frequente entre os
homens, sendo que o primeiro mais comum é o câncer de pele não-melanoma.
Em uma visão global, o câncer de próstata é o sexto tipo de câncer mais
comum no mundo e também o que mais acomete pessoas do sexo masculino,
chegando a representar um total 10% dos casos de cânceres e a segunda maior
causa de morte em homens. O INCA (2002) também aponta como estimativa para
2014 o surgimento de 68.800 novos casos de câncer prostático.
Segundo (CARDOSO, 2010, p.1), o câncer de próstata costuma na maioria
das vezes não revelar sinais e sintomas quando ainda está na fase inicial.
A ausência de sintomas é justificada pelo fato do tumor, inicialmente, se
localizar no contorno da próstata, local que não causa dor. Os primeiros incômodos
serão sentidos apenas quando o tumor atingir tamanho suficiente para comprimir o
canal uretral. (WEISS, 2013, p.1)
Se diagnosticado precocemente, o câncer prostático é curável, pois está
concentrado na glândula prostática, com o avanço da doença há grandes chances
de dispersão pélvica e óssea, diminuindo as chances de cura.
Existem exames que auxiliam no diagnóstico do câncer de próstata ainda
em estágio inicial, mas para isso é necessáriaa colaboração do paciente com a
adoção de atitudes simples como consultar o médico ao menos uma vez ao ano,
mesmo sem sintomas de qualquer doença. O cuidado deve ser intensificado nos
casos em que o paciente já tem história de casos de câncer na família e não é
adepto a um estilo de vida saudável.
Nesse contexto, o principal objetivo deste trabalho é demonstrar através de
dados estatísticos e pesquisas já documentadas a importância do diagnóstico
precoce do câncer de próstata. Para tanto, pretende-se apresentar a doença, suas
características, sintomas e tratamento por meio da leitura e análise de pesquisas
científicas já desenvolvidas.
10
Portanto, como método, utilizar-se-á a revisão bibliográfica, salientando a
importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata e demonstrando os
benefícios da realização de exames de rotina periódicos. Juntamente com a revisão
bibliográfica, será realizada uma pesquisa quantitativa sobre os conhecimentos da
população masculina sobre a doença. Para tal pesquisa, foram formuladas
perguntas fechadas aplicadas por meio de questionário impresso entre os dias
01/10/2014 a 15/10/2014.
11
1 HISTÓRIA DO CÂNCER
Segundo PORTAL DA EDUCAÇÃO (2008), o câncer nada mais é que
uma mutação genética, visto que desde o surgimento da vida na terra existe a
mutação e evolução das espécies. Acredita-se que a doença sempre existiu.
Os egípcios já descreviam em seus papiros a existência de tumores em
1.600 a.C, porém a mais antiga evidência da existência do câncer foi encontrada por
meio da análise de fósseis datados em 8.000 a.C. esses fósseis apresentavam
osteossarcoma,um tipo câncer ósseo.
Foi justamente um grego, Hipócrates, que cunhou a palavra "câncer". O "pai
da medicina", como é conhecido, viveu entre 460 e 370 a.C. e usou os termos
"carcinos" e "carcinoma" para descrever certos tipos de tumores. Em grego, querem
dizer "caranguejo", pelo aspecto do tumor, as projeções e vasos sanguíneos ao seu
redor fazem lembrar as patas do crustáceo. (PORTAL DA EDUCAÇÃO, 2008).
Em Roma entre 130 e 200 d.C, um médico chamado Galeno foi respeitado
como o maior entendedor da doença e durante quase mil anos foi considerado
referência em seu tratamento. Galeno chegou a afirmar que a doença era uma
patologia incurável e que após seu diagnóstico pouco podia ser feito pela saúde do
paciente.
Apenas no século XV, com o Renascimento, começaram a surgir
avanços significativos na medicina a esse respeito. Com
o
passar
dos
anos
diversas descobertas foram feitas, a biologia molecular avançou positivamente
permitindo compreender melhor o câncer, possibilitando a compreensão que
mutações nos genes possibilitam a alteração nos comandos de divisão celular e que
essa mutação permite sua multiplicação excessiva de células independente da
necessidade do organismo, esse crescimento desordenado de células recebe o
nome de tumor.
De acordo com artigo publicado pelo Centro Regional Integrado de
Oncologia – CRIO(2014, p.01):
O câncer não aparece de uma hora para outra, é uma doença de
desenvolvimento lento, que às vezes leva 20, 30, 40 anos para se
manifestar. Lembre-se: é a partir de uma única célula que acumula
mutações que o tumor se desenvolve. É por isso que hoje
conhecemos muito mais gente com câncer do que nossos avós e
bisavós. Até 1950, a doença era relativamente rara até porque eram
12
poucos os seres humanos que chegavam aos 50, 60 anos de vida.
No Brasil da década de 30, por exemplo, a expectativa de vida girava
em torno dos 35 anos e o brasileiro morria de infecção, de diarreia,
de pneumonia. As vacinas e antibióticos prolongaram nossa
existência, mas também permitiram que vivêssemos o bastante para
que o câncer se desenvolva.
Destacam-se dois tipos de tumores. Se o tumor se desenvolve de forma
lenta e se assemelha ao tecido original esse tumor é considerado benigno e
possivelmente não acarretará risco imediato à vida. Quando esse crescimento
acontece de forma mais agressiva crescendo incontrolavelmente, é chamado de
neoplasia maligna e pode atingir outros órgãos e tecidos. (HOSPITAL HELIO
ANGOTTI,2010)
13
2CÂNCER DE PRÓSTATA
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino que tem como
função sintetizar e secretar um fluído incolor que se junta com a vesícula seminal
para originar o sêmen. Localizada abaixo da bexiga e à frente do reto, envolvendo a
uretra, a próstata também tem como função ajudarna expulsãodo sêmen durante a
ejaculação.
São três as principais doenças que podem acometer a próstata:
•
Hiperplasia benigna da próstata: caracterizada por um aumento
benigno do tamanho da próstata, que normalmente se inicia após
os 40 anos de idade.
•
Prostatite: é a inflamação da próstata.
•
Câncer da próstata: pode evoluir silenciosamente até que haja
disseminação
da
doença
para
outros
tecidos
e
órgãos.
(LABORATÓRIO ALVARO,2012)
2.1
Diagnóstico
O rastreamento do câncer de próstata é feito por meio da realização de
exame de toque retal e dosagem PSA (Antígeno Prostático Específico), por meio de
exame de sangue.
O toque retal consiste na palpação da próstata através do reto, a procura de
deformidades. Trata-se de um exame importante para a área da proctologia, já que
muitos tumores e outras doenças se manifestam na porção terminal do reto (região
distal da próstata).
Sobre a dosagem de PSA, substância produzida pelas células da glândula
prostática, o Instituto Oncoguia (2014) afirma:
O PSA é encontrado principalmente no sêmen, mas uma pequena
quantidade é também encontrada no sangue. A maioria dos homens
saudáveis têm níveis menores de 4ng/ml de sangue. A chance de um
homem desenvolver câncer de próstata aumenta proporcionalmente
com o aumento do nível do PSA.
Geralmente quando o câncer de próstata está presente o nível do
PSA está acima de 4ng/ml. Entretanto, um nível abaixo desse valor
não significa que o câncer não esteja presente. Quase 15% dos
homens com PSA abaixo de 4ng/ml são diagnosticados com câncer
14
de próstata na biópsia. Os homens com nível de PSA na faixa de
4ng/ml e 10 ng/ml, têm uma chance de 1 em 4 de ter a doença. Se o
PSA se encontra acima de 10 ng/ml, a possibilidade de ter câncer de
próstata é superior a 50%.
Segundo Dornas et al. (2008, p. 101), “a velocidade do aumento do PSA é
um fator importante no diagnóstico do câncer de próstata. Aumentos superiores a
0,75mg/ml ao ano devem ser investigados com biópsia prostática.”
Outro exame utilizado para o diagnóstico é a ultrassonografia transuretral
que tem o objetivo identificar lesões suspeitas de malignidade e melhorar a
eficiência da biópsia prostática.A confirmação diagnóstica se dá por meio da análise
histopatológica do material coletado na biópsia, que pode ser feito por meio de
agulha fina ou secção transuretral. Essa USG é indicada quando há suspeita clínica
devido a alterações percebidas durante o exame de toque retal e/ou elevação dos
níveis de PSA.
Após a análise do material da biópsia é emitido um relatório, que favorece a
graduação histológica pelo sistema de Gleason, esse sistema informa sobre a
probabilidade de crescimento do tumor e sobre sua tendência à disseminação além
de ajudar na decisão do tratamento mais adequado para o caso.
Nessa graduação as células analisadas são comparadas a células normais,
e quanto mais diferentes essas células forem, maior é a tendência de
desenvolvimento, disseminação e agressividade da doença. As células são
classificadas por numerações de 1 a 5, sendo um a forma menos agressiva e 5 a
mais agressiva.
A classificação de Gleason é obtida através da soma da graduação de duas
áreas onde o tumor é mais frequente, gerando um resultado de 2 a 10, desta forma
quanto menor a classificação, melhor o prognóstico do paciente.(DORNAS, 2008,
p.102)
2.2
Tratamento
O tratamento do câncer de próstata é individualizado, levando sempre em
consideração a expectativa de vida do paciente, a dimensão da próstata, o grau de
desenvolvimento da doença, a vontade do paciente e recursos disponíveis.
Pacientes acima de 75 anos que apresentam uma graduação pequena, ou
seja, espera-se que seu tumor desenvolva-se de forma lenta. Assim, podem receber
15
a chamada observação vigilante, que consiste em acompanhar o desenvolvimento
da doença sem intervenções, devido à idade do paciente e baixa agressividade do
tumor.
O tratamento cirúrgico é o mais indicado para o câncer localizado (doença
presente somente na próstata, sem disseminações). Segundo o INCA (2002, p.15),
85% dos pacientes submetidos a cirurgias não apresentam evidências da doença
após 5 anos, e 2/3 deles não mais apresentam após 10 anos.
Apesar de muito eficiente, essa cirurgia pode acarretar complicações
diversas e desagradáveis como incontinência urinária, disfunção erétil, estenose de
uretra e colovesical e lesões de reto, além de todas as complicações de uma cirurgia
de grande porte.(INCA,2002, p.15)
Pacientes que tenham contra indicação a cirurgias podem utilizar-se da
radioterapia, existem dois tipos de radioterapia, a intersistical (braquiterapia) e a
externa (RXT). (INCA, 2002, P. 15,16)
Nos casos onde o tumor já apresenta metástases a chances de cura são
mínimas, então é feito um tratamento hormonal chamado de supressão androgênica,
a técnica de bloqueio androgênico vem sendo empregada para tratamento de
pacientes que demonstram um bom estado geral de saúde e mínimas metástases,
com queda considerável nos níveis de PSA após 6 meses de tratamento. Essa
terapia
também
inclui
o
uso
de
glicorticoides,
cetoconazol
e
quimioterápicos.(INCA,2002, P.16)
Em casos já avançados, em que as metástases já se espalharam a
consequência inevitável é a morte. Nesses casos também deve se empregar os
cuidados paliativos, que estão associados a gerar o bem-estar do paciente nessa
fase terminal da doença, aliviando os sintomas e confortando o paciente e os
familiares.(INCA,2002, P.17)
2.3 Prevenção
Ações preventivas são ações que têm por finalidade evitar o surgimento de
doenças específicas reduzindo sua incidência ou prevalência.
Infelizmente, o câncer é uma doença que não pode ser impedida, isso
porque, segundo Gomes et al. (2008, p.239), “o aparecimento do câncer de próstata
não pode ser evitado, porque ainda não são perfeitamente conhecidos os
16
mecanismos que modificam a maquinaria das células normais da glândula [a
próstata], tornando-as malignas”.
O que se pode observar é que existem fatores de risco, segundo Gomes et
al.(2014,p.239), o fator de risco comum ao câncer de próstata é o histórico familiar e
a idade, pois na maioria dos casos a doença atinge homens acima dos 50 anos de
idade com histórico familiar de pai ou irmãos com câncer de próstata. Devido a essa
ocorrência, indica-se que homens com histórico familiar faça o acompanhamento
preventivo a partir dos 40 anos de idade.
Fatores ambientais e dietéticos também influenciam no aparecimento do
câncer prostático, sendo assim Gomes et al. (2014, 239) citam que a alimentação
rica em gordura saturada principalmente gordura animal e podre em fibras pode
aumentar as chances de desenvolvimento da doença.
Apesar desses fatores de forma isolada não serem suficientes para causar a
doença eles não devem ser desprezados. Portanto, hábitos saudáveis como dieta
balanceada, controle de peso, e prática de exercícios físicos, servem como base
geral para uma vida mais saudável.
Alguns estudos afirmam que certos alimentos têm influência benéfica contra
o câncer de próstata. Srougi (2003) afirma categoricamente que o consumo
abundante de tomate e seus derivados parecem diminuir em 35% os riscos do
indivíduo em desenvolver a doença, essa afirmação ele atribui a grande quantidade
de lycopene, um b-caroteno natural precursor da vitamina A. Oautor também afirma
que há benefícios na ingestão de óleos graxos presentes em óleos de peixes,
sobretudo,do salmão.
Segundo informações fornecidas pelo Dr. João Paulo Garrido, coletadas por
meio de entrevista pessoal (Apêndice B), não há ainda comprovação científica
quanto o uso de medicamentos e alimentação para a prevenção do câncer de
próstata, ele afirma que pesquisas recentes mostram que substâncias como o
licopeno não melhoram em nada as chances de se desenvolver o câncer.
O médico entrevistado fala também sobre o uso da finasterida, afirmando
que essa medicação age em caso de hiperplasia benigna de próstata de modo a
diminuir as chances de desenvolvimento do câncer, porém essa medicação deve ser
usada com rigoroso critério médico, pois pacientes em uso dessa droga que
desenvolvem a doença, apresentam um quadro bem mais agressivo.
17
Sendo assim, a melhor forma de se prevenir o câncer de próstata é realizar
exames para que possa encontrar precocemente qualquer alteração prostática.
A realização do PSA e toque retal devem ser feitos anualmente por homens
acima de 40 anos que tenham histórico familiar de câncer, seja de próstata ou não e
todos os homens com idade superior a 45 anos devem realizar o exame,
independentemente do histórico familiar.
O Dr. Garrido enfatiza que os exames precisam ser realizados mesmo por
quem não apresenta nenhum sinal ou sintoma da doença, uma vez que em seu
início, a doença é assintomática, os sintomas normalmente só aparecem quando o
câncer já está em estágio avançado e o paciente tem poucas chances de cura.
18
3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS EM PALMITAL/SP
3.1 A cidade de Palmital
Palmital é um município brasileiro do estado de São Paulo que se localiza a
uma latitude 22°47’20” sul e uma longitude 50º13’03” oeste , estando a uma altitude
de 508 metros. Sua população estimada, em 2010, era de 21,186 habitantes com
estimativa de 22.041 em 2014, segundo dados pesquisa do IBGE.
Com cerca de 550,000 km2, o município de Palmital está entre as cidades de
Assis e Ourinhos, seu clima é quente com inverno seco.
3.2 Conscientização da população de Palmital sobre o câncer de
próstata
A pesquisa foi realizada por meio de questionário impresso entre os dias
01/10/2014 a 15/10/2014, com 21 homens na cidade Palmital, com idade superior a
40 anos. Foi aplicado questionário contendo nove perguntas sobre o câncer de
próstata.
Por meio dessa pesquisa pode-se avaliar que 62% das pessoas conhecem
um homem já teve ou tem câncer de próstata, indicando que a doença está presente
no cotidiano dessas pessoas (Q1).
O intuito da segunda pergunta foi analisar se há preconceito por parte dos
entrevistados quanto à realizaçãodo exame de toque retal. Verificou-se que todos
(100%) afirmaram que não sentem preconceito quanto à realização do exame (Q2).
No entanto, mesmo declarando não ter preconceito quanto à realização do
exame, quando indagados sobre a realização do mesmo, apenas14% dos
entrevistados afirmam já terem realizado o exame de toque retal, enquanto 86%
ainda não realizaram (Q3).
Quanto à rotina de realização de exames (Q5), apenas 33% dos
entrevistados relatam que fazem periodicamente os exames preventivos para o
câncer de próstata demonstrando que se precisa incentivar a população a procurar
as unidades de saúde e realizar anualmente os exames.
Sobre o recebimento de informações sobre a doença, 86% afirmam já ter
recebido orientação sobre a doença (Q6), porém apenas 48% conhecem
19
seussintomas, indicando que muitas vezes as orientações são sim fornecidas,
entretanto, de forma inadequada ou insuficiente (Q7).
A prevenção do câncer de próstata também não é muito conhecida entre a
população, visto que 57% declaram não conhecer as medidas para se prevenir a
doença(Q8).
A pesquisa demonstrou também que nenhum dos entrevistados tem alguém
na família que tem ou teve câncer de próstata (Q9).
Por meio desses dados, tem-se uma visão de como o câncer de próstata é
conhecido pela população.
De certa forma a conscientização sobre o câncer de próstata é uma questão
a ser abordada, de modo a instruir os pacientes a realização de exames preventivos,
informando e orientando-os adequadamente.
20
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O câncer de próstata é uma doença que pode ser letal, a agressividade do
câncer pode ser mascarada pela ausência de sintomas da doença em estágio inicial,
fazendo com que o mesmo seja diagnosticado apenas quando já estiver em estágio
avançado. Essa característica faz dos exames de toque e PSA a melhor opção de
prevenção contra o câncer de próstata.
Os
exames
preventivos
devem
ser
realizados
anualmente,
independentemente do aparecimento de sintomas da doença que, se tratada
precocemente, é curável.
Por não haver medidas de prevenção específicas contra o câncer de
próstata, as indicaçõesà prática de atividades físicas e à alimentação saudável são
citadas como aliadas na manutenção da saúde em geral.
Na pesquisa realizada na cidade de Palmital/SP, verificou-se que a
população não tem conhecimento suficiente sobre as causas, sintomas e gravidade
da doença. Por isso, não se preocupam em consultar anualmente o médico para
realização de exames. Portanto, a conscientização pela informação é o fator
principal a ser trabalhado, para que a população masculina se conscientize da
importância de exames preventivos para a manutenção da saúde e da vida.
21
REFERÊNCIAS
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Nacional de Câncer. Programa nacional de controle do câncer da próstata:
documento de consenso. - Rio de Janeiro: INCA, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto
Nacional de Câncer. Estimativa 2014: Síntese de resultados e comentários.
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VARELA,D. Câncer de próstata. Disponível em:
<http://drauziovarella.com.br/cancer/cancer-de-prostata>. Acesso em: 19 abr. 2014.
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VIEIRA, L.J.E.S.et al. Prevenção do câncer de próstata na ótica do usuário portador
de hipertensão e diabetes. Ciência e Saúde Coletiva.v. 13, n. 1, p. 145-152,
jan./fev. 2008. Disponível em: <http://www.redalyc.org/pdf/630/63013118.pdf>.
Acesso em: 29 set. 2014.
WEESS. B. Cirurgia para câncer de próstata e impotência sexual.2013.
Disponível em: <www.saintgallenoncologia.com.br/br/ler/597/cirurgia-para-cancerde-prostata-e-impotencia-sexual>. Acesso em: 10 out. de 2014.
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APÊNDICES
Apêndice A – Questionário
1)Você conhece alguém que tem câncer de próstata?
2)Você tem algum preconceito quanto ao exame de toque retal?
3)Você faria o exame de toque retal?
4)Você já fez o exame de toque retal para prevenção do câncer de próstata?
5)Você realiza periodicamente os exames para prevenção do câncer de próstata?
6)Você já recebeu alguma orientação sobre o câncer de próstata?
7)Você sabe quais são os sintomas dessa doença?
8)Sabe como prevenir o câncer de próstata?
9)Você tem alguém na sua família que tenha essa doença?
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Apêndice B – Entrevista com Médico Urologista Dr. João Paulo
Garrido
Pesquisador: O câncer de próstata trata-se de uma doença que atinge
exclusivamente os idosos?
Dr. João Paulo Garrido: Não, atinge preferencialmente os idosos. Há alguns
trabalhos que mostram que se todos os homens chegarem a 100 anos, 100% deles
vão ter câncer de próstata. Então quanto mais velho você é, o homem, mais chance
de ter câncer de próstata, mas tem paciente de 40 anos que tem, então não é só os
idosos, mas preferencialmente os idosos.
Todo câncer de próstata é agressivo?
Não, tem câncer de próstata que é extremamente agressivo, e tem câncer de
próstata que o paciente fica às vezes 20 anos e nem sabe que tem e morre de outra
coisa sem saber que tem, então cada câncer de próstata tem uma certa
característica, tem os mais leves e tem os mais agressivos, então como é que a
gente sabe isso? Pela biopsia!
O check-up de próstata pela sociedade brasileira de urologia começa com 45 anos,
pacientes da raça negra, ou com histórico familiar a gente abrevia 5 anos, então a
gente começa com 40, o restante 45.
Qual a importância do toque retal apara o diagnóstico do câncer de próstata?
Total, o toque retal é fundamental, eu costumo dizer o seguinte: que não adianta
fazer só o toque como não adianta fazer só PSA você tem que fazer os dois, os dois
juntos que conferem ao médico a tranquilidade de saber que o paciente não tem o
câncer. Então o check-up hoje é o toque mais o exame de sangue que nós
chamamos de PSA, se os dois estiverem normais, ótimo! Caso contrário, a gente faz
uma biopsia para ver o porquê da alteração.
A impotência sexual e a incontinência urinária podem ser sequelas de um
câncer de próstata?
Podem, elas podem ser sequelas do câncer e podem ser sequelas do tratamento do
câncer, então o câncer de próstata por si só à medida que ele vai crescendo, ele
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pode dar impotência, e pode dar incontinência, por várias formas. A incontinência
urinária às vezes é contrária e entope tanto o canal da urina que o paciente vai
perdendo o xixi de pouquinho, temos até um nome para isso que é incontinência
paradoxal. Tais sequelas não ocorrem sempre, mas podem acontecer.
Em casos onde a prostatectomia não é indicada pode haver recidiva da
doença?
O que é recidiva? É a volta da doença, então se a prostatectomia está indicada você
tira o câncer, se não está indicada, o câncer vai continuar lá. Se a cirurgia não foi
indicada não é que o câncer vai voltar, ele vai permanecer lá, então se você não
retirar e fazer a radioterapia ele vai permanecer lá. Recidiva é quando você opera
faz a cirurgia e o paciente está livre, ai passa o tempo e o câncer volta, isso é
recidiva.
Mesmo quando não há indícios da doença é necessária a realização de exames
anuais?
Sim, principalmente quando não há indícios, o câncer de próstata não dá sintomas,
o paciente tem que fazer o check-up, mesmo quando não sentir nada, se ele for
fazer o check-up se sentir alguma coisa e for câncer muitas vezes já é tarde, o
câncer de próstata não da sintomas nas suas fases iniciais. É muito comum o
paciente dizer “doutor eu nunca fiz, eu nunca senti nada” aí se ele tiver um câncer
avançado já é tarde perdeu a chance de ficar curado.então ele tem que fazer mesmo
sem sentir nada, igual mulher que vai ao ginecologista uma vez por ano fazer o
Papanicolau sem sentir nada o homem também deve ir ao urologista uma vez por
ano, mesmo sem sentir nada, para fazer essa avaliação prostática.
Como é a procura dentro do nosso município por esses exames?
Ela é forte, ela era muito menos frequente no passado, mas a cada dia mais, a cada
ano que passa ela vem sendo mais forte, tem até paciente vem com a esposa, a
esposa trás, então a conscientização aumentou muito, nos últimos dez anos e tende
a aumentar cada vez mais.Hoje em dia é raro o paciente que faz check-up de câncer
de próstata morrer da doença, a gente cura quase todo mundo, a urologia cura
quase todo mundo, desde que ele faça o check-up e descubra numa fase adequada.
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O mito hoje em dia ele é maior para o paciente acima de 70 e 80 anos, porque ele
nunca fez, paciente que já cresceu desde os 20, 30 anos ouvindo falar em câncer de
próstata, casou ouvindo falar de câncer de próstata, esses vêm com frequência. O
adulto jovem hoje tem um preconceito mínimo, agora o paciente idoso ainda tem,
mas isso vai acabar porque se esse adulto jovem já está fazendo o check-up ele vai
se tornar um idoso atento a sua saúde.
A biopsia de próstata é o único teste para confirmar o diagnóstico?
É, depende, porque biopsia é você olhar no microscópio um pedacinho da próstata,
então é ela que confirma o câncer. Só que muitas vezes esse material que a gente
tira não é tirado na biopsia, às vezes o paciente vai operar por um caso benigno ele
tem um aumento da próstata, ai você vai lá e retira o aumento da próstata, toda vez
que você tira um material do paciente ele é mandado para exame, então as vezes
você faz uma cirurgia e manda para analisar e o patologista fala pra você “olha tinha
câncer” então a biopsia que é retirar um pedacinho da próstata nem sempre é a
único teste, agora o exame patológico da próstata é o único teste, então a afirmação
correta a se fazer é o estudo patológico da próstata é o único teste que pode
confirmar o câncer de próstata.
Cirurgia radioterapia e hormônio terapia podem interferir no desejo ou
desempenho sexual de forma temporária ou permanente?
Os dois, a cirurgia algumas vezes causa impotência sexual, mas com o uso de
tratamento volta, e ela não mexe muito com o desejo o que mexe com o desejo é o
hormônio e a radioterapia.
Quais os fatores de risco que levam ao desenvolvimento do câncer?
Fator genético: se a pessoa tem história na família ela tem mais chance, quanto
mais histórias, mais chances, quem tem um irmão tem uma chance quem tem um
irmão e um pai tem chances cinco vezes maiores, e quem tem 3 pessoas na família
tem chances de onze vezes maiores. Então as chances vão se multiplicando.
Idade: quanto mais velho maior a chance de ter.
Raça: negros têm mais câncer de próstata que os brancos e amarelos, os japoneses
tem menos que os brancos, então há uma influência racial também.
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Como dieta e remédios previnem o câncer de próstata?
Não previnem. Existe uma discussão, nos últimos dez anos, sobre produtos como
tomate, melancia, que têm um produto chamado licopeno se eles poderiam prevenir
o câncer de próstata, isso não está provado e muito pelo contrário, estudos recentes
mostram que eles não interferem em nada, então não podemos falar ainda em
dieta.Remédio, sim, estamos começando a falar agora, existe um remédio para a
doença prostática benigna que é a finasterida, que tem vários estudos que estão
mostrando que ela diminui as chances de câncer de próstata. Só que não pode ser
dado para todo mundo o paciente tem que ter uma indicação, porque além dos
efeitos colaterais, os pacientes que estão tendo câncer de próstata usando a
finasterida, desenvolvem um câncer de próstata mais agressivo, então precisa saber
se vale a pena, de um lado você diminui a chance de ocorrência do câncer de
próstata, mas de outro se ele ocorrer será mais agressivo. Então, ainda não é algo
aprovado para todo mundo estar fazendo e prevenindo o câncer de próstata.
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ANEXO
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câncer da próstata - Etec "Prof. Mário Antônio Verza"