APRESENTANDO
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CONSEUtO_REDATORIAL~
Dr. Johannes Rottmann
Dr. Donaldo Schüler
Rev. Leopoldo Helmann
EXPEDiÇÃO E ENCOMENDAS~
Casa Publicadora Concórdia S. Aa quem devem ser dirigidos os ped1dos -de 8sslnaturas, bem como os valores correspondenteS ê
assinatura.
ENDEREço~
Foi -graças aos co 2.::'::-:=
boa reputação, cheios ::: =-:::
to e de sabedoriac:..= -.:.:
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Todo aquele que ~__ ~_
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Evangélica Luterana cc =:s:
Procurai progreG:r
cação da igrej~
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CÂNONE
DO
ANTIGO
TESTAMENTO
Rudi
APRESENTANDO
Todos os que examinaram,
refletiram e absorveram a «sã doutrina», as
«palavras de verdade» e as «grandezas de Deus» que a Igreja Luterana
apresentou em suas quatro edições de
1976, certamente
«tornaram-se
mais
adultos
em Cristo», cresceram
«na
graça e no conhecimento
de nosso
Senhor e Salvador
Jesus Cristo», e
devem estar melhor «preparados para
responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança
que há em
vós»"
Foi graças aos colaboradores
«de
boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria» que nos foi possível praticar uma sadia e equilibrada
reflexão
teológica,
transmitir
mensagens de edificação
espiritual
e mostrar que ainda hoje muitos «não ces'saram de ensinar e de pregar Jesus,
o Cristo»"
Todo aquele que souber valorizar
e aproveitar
as exposições
atuais e
oportunas
dos artigos
doutrinários,
das mensagens devocionais,
das análises objetivas
de temas que perturbam o nosso século, compreenderão
melhor
a responsabilidade
daqueles
que estão convictos de que «é tempo
de escrever palavras de verdade» e de
que tem significado
o lema da Igreja
Evangélica Luterana do Brasil em 1976.
Procurai progredir para a edificação da igreja.
L
Zimmer
")
Por várias razões o tópico a ser estudado nas páginas seguintes deve merecer
atenção cuidadosa.
Uma destas razões,
sem dúvida, está inerente nas grandes
proporções assumidas pelo movimento
ecumênico, envolvendo de modo especial também a Igreja Católica.
Este fato
naturalmente levanta a seguinte questão:
Qual é a extensão da Escritura autoritaUva da Igreja, a' dos católicos ou a dos
protestantes?
Outra razão decorre diretamente da
propagação do liberalismo teológico no
mundo, atingindo também o Brasil de
uma maneira não menos perniciosa.
A
influência do liberalismo em relação ao
cânone do Antigo Testamento assume
várias formas. De um modo, essa influência manifesta-se na completa rejeição
do cânone do Antigo Testamento, baseada ou na alegação de que o Deus do
Antigo Testamento não é o Deus e Pai
do Sénhor Jesus (Marcião, Harnack), ou
na alegação de que o Antigo Testamento
sempre prejudicou a prática da arte exegética da Igreja e submergiu as controvérsias doutrinárias em complicações inúteis e desnecessárias (Schleiermacher).
De um outro modo, a influência do liberalismo manifesta-se na avaliação negativa do Antigo Testamento, encarando-o
apenas como uma apresentação (entre
outras) das possibilidades básicas para
a compreensão da existência humana.
Neste caso vê-se o Antigo Testamento
como "lei" num sentido negativo, a saber, como preparação para ouvir-se o
"evangelho"
expresso no Novo Testamento (Bultmann).
E a influência do liberalismo ainda manifesta-se de um terceiro modo, isto é, na identificação Iiteralística da Igreja com o antigo Israel.
*) O autor, pastor da IELB, está terminando seus estudos teológicos, como
doutorando em Teologia, no Concórdia
Seminary de .Saint Louis, Mo, EUA.
169"
Ao ignorar a descontinuidade entre os
cânones do Antigo e Novo Testamentos
e consequentemente enfatízar demasiadamente a continuidade, esta tendência liberal advoga, entre outras coisas, o envolvimento direto da Igreja na política
(Teologia da Liberação).
E uma terceira razão deve levar-nos
a ver a importância deste tópico.
Esta
razão diz respeito ao uso prático do Antigo Testamento nas atividades da Igreja,
a saber, na pregação, no ensino, no
aconselhamento,
na missão; enfim, no
planejamento e execução de todas as
atividades da Igreja.
Embora tenhamos
aceito e defendemos a afirmação das
nossas Confissões de que "Cremos, ensinamos e confessamos que os escritos
proféticos e apostólicos do Antigo e Novo Testamentos são a única regra e norma de acordo com todas as doutrinas
bem como os que ensinam devem ser
avaliados e julgados, como está escrito
no SI 119.105:' Lâmpada para os meus
pés é a tua palavra, e luz para os meus
caminhos' " (FC, Ep. I, 1), observa-se
que muitas vezes não fazemos jus ao
princípio confessional "Antigo e Novo
Testamentos" .
Querer responder, através do estudo
do cânone do Antigo Testamento, a todos
os problemas até este ponto, seria uma
pretensão injustificável.
Vários desses
problemas caberiam mais adequadamente
dentro da Hermenêutica Bíblica. No entanto, se fizermos menção deles aqui é
porque, por um lado, eles envolvem de
uma ou de outra forma o presente tópico,
e, por outro, esperamos fornecer algumas
indicações que possam contribuir para
a solução desses problemas.
11 - A
FORMAÇÃO DO CÃNONE
ANTIGO TESTAMENTO
DO
A. "Cânone"
o termo grego kanôn vem de uma
palavra semítica que significa "cana",
"junco".
A cana foi um dos primeiros
instrumentos de medida, de modo que
kanôn veio a designar especificamente
a "cana de medida", e então, metaforicamente, veio a significar aquilo que regula, julga, ou serve como norma ou
modelo para outras cousas. Mais tarde,
na crítica literária, os gramáticos de Ale-
xandria chamavam a sua coleção de escritos antigos de kanôn, porque esta coleção era o padrão para a linguagem pura e o modelo para a composição literária. O mesmo termo também era usado
pelos gregos no sentido ético. Eurípedes
faz referência ao "cânone do bem", e
Aristóteles afirma, na Ética, que o b'om
homem é "o cânone e a medida" da
verdade.
O Novo Testamento emprega o termo
kanôn de uma maneira similar a dos
gregos. Paulo concluiu a carta aos Gálatas enunciando a promessa de que
"a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia
sejam sobre eles e sobre o Israel de
Deus" (GI 6.16; cf. 2 Co 10.13-16), Somente no 4.° século da era cristã este
termo veio a ser usado com referência
às Escrituras, primeiramente por Atanásio, em 352 A.D. (De decretis Nicaenae
synodi 18.3), e então no Concílio de
Laodicéia, em 360 A.D.
B. Duas Posições
Ao estudarmos a formação do cânone do Antigo Testamento, imediatamente
encontramos entre os teólogos duas posições opostas: a dos liberais e a dos
conservadores.
Os liberais procuram explicar a formação do cânone como um processo puramente humano; esta é a caracteristica
distintiva de sua posição. Os livros bíblicos, quando pela primeira vez apareceram, não teriam sido sagrados e divinamente autoritativos, mas teriam adquirido tal status na medida que a comunidade dos crentes atribuía-Ihes autoridade divina, e por fim, em vista de ameaças que colocavam em perigo' a lista
desses livros, esta canonizava-os com a
finalidade de assegurar e garantir uma
norma e regra da fé e conduta. '" claro
que não podemos generalizar e colocar
todos os criticos no mesmo pacote. Os
mais moderados, na verdade, reconhecem de alguma forma a presença da
providência divina em todo esse processo. O nosso objetivo em resumir a posição liberal desta forma é de dar relevo à posição conservadora
defendida
neste estudo.
Em geral, a teoria dos críticos baseia-se em alguns eventos da história do
POV:
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a ser usado com referência
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divina em todo esse processo objetivo em resumir a po,j desta forma é de dar rele'ção conservadora
defendida
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a teoria dos críticos basei'guns eventos da história do
;1,
povo de Israel. O primeiro passo na
canonização do Antigo Testamento teria
ocorrido na Reforma do rei Josias (2 Rs
23.2ss.; Cr 34.30ss.). De acordo com a
teoria
evolucionista
cristalizada
por
Wellhausen, e ainda hoje defendida, os
documentos JEDP teriam aparecido respectivamente ao redor de 950, 850, 625
e 450 A.C. Por ocasião da Reforma do
rei Josias (622 A.C.) o documento O (grande parte de Deuteronômio) teria sido
canonizado,
isto é, introduzido
como
uma norma obrigatória.
O segundo passo teria ocorrido depois do Exílio com
a introdução do Pentatêuco (compilado
a partir dos documentos JED e suplementado pelo acréscimo de P) por Esdras (Ed 7; Ne 8), como a função e norma da comunidade de Jerusalém.
Os
Profetas Anteriores (Josué, Juízes, Samuel e Reis) e Posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze) teriam começado a aparecer ao mesmo tempo em
que o Pentatêuco vinha sendo composto,
mas estes só viriam a adquirir a canonicidade pelo ano de 200 A.C. (cf. Prólogo de Eclesiasticus).
Os livros que
constituem a última parte do cânone hebraico, os Escritos, teriam começado a
aparecer apenas depois que a dos Profetas estavam canonizada.
E o passo
final na canonização teria ocorrido por
ocasião do muito discutido Sínodo de
Jabné realizado pelos rabis em 90 A.C.
Nesta ocasião ter-se-ia definido a extensão da terceira parte do cânone e
estabelecido o exato número dos livros
pertencentes ao Antigo Testamento, encerrando o processo de canonização.
Em vez de atacarmos a posição liberal, vamos, pelo contrário, apresentar a
posição conservadora.
Esta atitude é
adotada não por falta de argumento a simples leitura dos textos a respeito
dos aventos que envolvem o rei Josias
e Esdras mostra que a existência de
Escrituras canônicas é um fato pressuposto e não resultante em ambos os
casos -,
mas por considerarmos que
a posição liberal tem sido extensamente
discutida por outros teólogos (cl. Bibliografia).
A posição conservadora caracterizase por eQtender que a formação do cânone foi uma obra divina pela qual as
palavras autoritativas
de Deus foram
escritas, através do mistério da inspiração, em documento após documento,
sendo o cânone formado pelo próprio
aparecimento destas Escrituras inspiradas. Aqui tabém é preciso deixar claro
que, embora o que acabamos de dizer
caracterize
os teólogos conservadores
em geral, nem todos possuem a mesma
visão quanto ao processo histórico da
formação do cânone em si. Na verdade,
existem poucos estudos detalhados nesta área. Também neste estudo não pretendemos ser exaustivo.
O objetivo é
fornecer um breve esboço das origens
e desenvolvimento do cânone, sua divisão, e o problema dos apócrifos, encerrando o estudo com algumas reflexões
sobre a função do cânone do Antigo
Testamento na Igreja.
O presente estudo está baseado em
várias obras (cl. Bibliografia), mas acima de tudo reflete a posição elaborada
por Meredith G. Kline em sua obra '. ne
Structure of Bliblical Authority (Grand
Rapids, Michigan: William B. Eerdmans
Publishing Company, 1972), pois achamos
que mais do que qualquer uma ela faz
jus às evidências bíblicas.
C. Origens e Desenvolvimento
do Cânone
As raízes formais do cânone bíblico
encontram-se na literatura do Oriente
antigo. A publicação do artigo de George Mendenhall, "Covenant Forms in Israelite Tradution," em The Biblical Archae
ologist XVI1.3 (Sept. 1954), 50-76, constituiu-se num marco para os estudos do
Antigo Testamento.
Embora já era reconhecido
anteriormente,
desde então
tornou-se evidente que Deus ao fazer a
sua aliança com o povo de Israel no
monte Sinal lançou mão de uma forma
comum naquela época em todo o Oriente. Esta forma chama-se Tratado de Suserania.
Sem entrar em maiores detalhes, estudos da forma demonstrada de
modo conclusivo que, entre outras, tan"
to a aliança no Sinai como a renovação
da aliança em Moabe (Deuteronômio)
correspondem inteiramente em suas partes ao Tratado de Suserania usado pelos
heteus no 2.0 milênio A.C., exceto naquilo que destoa do monoteísmo hebreu.
Uma das feições essenciais da forma da
aliança atestada pelos tratados heteus é
171
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o fato que eles eram redigidos por escrito. Em outras palavras, o documento
contendo o tratado era parte integrante
e inseparável do próprio tratado. Semelhante, nós bem sabemos que tanto no
Sinai como em Moabe o soberano Deus
transmitiu através de MOisés, o mediador da aliança, aos seus vassalos terrenos a lei do seu reino. E suas palavras
autoritativas,
reguladoras da fé e conduta de Israel, foram inscritas nas tábuas
de pedra e "no livro".
No devido tempo Deus providenciou que as "tábuas
da lei" fossem colocadas na arca e o
"livro da lei" fosse guardado junto da
arca, no santuário, como testemunhas
permanentes da aliança. O carácter canônico destes documentos
certamente
ficou claro, pois esta provisão de guardar os documentos no santuário e a sanção canônlca constituíam a marca de
canonicidade para os documentos extrabíblicos.
E os dois elementos não faltam nas Escrituras:
Em Dt 31.9-13 temos ampla descrição da provisão de
guardar o "livro da lei" no santuário (cf.
Dt. 10.2; Ex 25.16, 21; 40); da mesma
forma encontramos a sanção canônica
em Dt 4.2: "Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos
do Senhor vosso Deus, que eu vos mando" (et. Dt 27.2ss.; Js 8.30ss.; Jr 36; é
importante notar essa sanção em Ap
22.18s.; cl. 1.3). E é claro que a "palavra" mencionada nesta sanção não é
qualquer expressão oral, mas na realidade refere-se ao documento escrit9,
pois em Dt 30.10 a "palavra" é identificada com a "voz do Senhor" escrita no
"livro da lei".
Em vista disso conclui-se
que, no que diz respeito à forma, à es·
trutura canônica já era usada no Tratado de Suserania.
Era necessário apenas que esta forma fosse absorvida e
inspirada pelo Sopro de Deus para tornar-se aquilo que a Igreja confessou como sendo o cânone.
E foi isto que aconteceu quando Deus adotou a forma
literária e legal das alianças de Suserania para a administração do seu reino em Israel. As origens da Escritura
canônica, então, coincidem com a fundacão formal de Israel como reino de
Deus. O próprio tratado que formalmen~
te estabeleceu a teocracia israelita era
em si mesmo o começo e o núcleo de
172
todo o corpo escriturístico que constitui o cânone do Antigo Testamento.
De
forma que o conceito de cânone está
inerente no conceito de aliança.
Admitindo que de fato a canonicidade bíblica está fundada na aliança, ainda assim surge a pergunta: Qual é a
base da canonicidade do grande número de escritos do Antigo Testamento que
não possuem a forma clássica da aliança?
Será que podemos estender as
conclusões a que chegamos até este
ponto a toda a Bíblia? ou no caso deste
estudo, a todo o Antigo Testamento?
As evidências supridas pelas Escrituras
sugerem que sim, nós podemos estender essas conclusões a todo o Antigo
Testamento e, em última análise, também ao Novo Testamento.
Em 2 Co 3.14, o apóstolo Paulo refere-se à leitura das Escrituras por parte dos judeus, chamando todo o Antigo
Testamento de "antiga aliança".
Haveremos de ver que esta identificação é
muito apropriada se levarmos a sério.
em .primeiro lugar, o testemunho expresso do Antigo Testamento de que Deus
é o seu autor primário. Por outro lado.
no entanto, chegaremos à mesma conclusão se analisarmos o Antigo Testamento na sua direta procedência terrena de membros individuais e de grupos
do povo de Israel, o povo de Deus. Pois
toda a vida de Israel, seu culto e sua
cultura (esta última tanto em sua manifestação privada, na família, como em
sua manifestação pública, na esfera do
estado) estava sob o domínio de Deus,
um dominio do centro de culto de seu
povo, o lugar de sua presença teofânica.
Deste fato segue a conclusão que toda
a literatura inspirada que derivava deste culto e era relacionada a ele (como
as legislações rituais e hinos), e era associada com a cultura (como a lei civil,
a história nacional, as mensagens diplomáticas dos profetas ea
instrução dos
sábios) servia à aliança e inevitavelmente levava a sua marca. Além disso,
haveremos de observar que as funções
particulares das várias partes do cânone
do Antigo Testamento na vida de Israel
relacionam-se a um ou outro elemento
dos documentos da aliança Mosaica.
ilustrações destes fatos serão providenciados no que segue.
(1) Lei
Sendo o corpo esc,,~_- õ",
tigo Testamento um tr,,~5: c ~
a presença das leis é fê:: -::
cada, pois as estipulaç6sõ -=
10 Suserano eram um e "'-"'"
nos tratados antigos .. " "'- "
go que contém as esk:,c; "c ~.~
ça fundadora do povo c:' ::~
tras leis contidas no Pe-:":õ-,,
borações sobre as e5::. =.:5
cálogo, sendo que Ds"s :;
lar ao seu povo atrai"'õ
mediador da aliança.
As leis menciona·:as _
23.33 são especificam:,-:õ
'"
como o "livro da 2!]a-.;"
:;:
24.4). O fato que esc" :: '7-~
abrange assuntos mys s õ
civís e de culto, i~c,::_=. s _
é uma indicação ce :: -:; ~
de Israel caía ds"'~-:; : S.S "'!
ções da aliança ':'" ::"'. õ
disto é a tranform,,;sc -õ' ••
ria da esfere. oo":c:õ. :'- - ""
~
o palácio do ;'='- c:' =",
próprio S3n~"2::
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ção da 3",,-:2 ::",ô3:C- C?;!J
CÕ e=~e:;" ._~
ma de S3S-'::
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de
Da;(:
:: _."'- :;~'.,.
.,.-:;s
perigrinaç.5es ,,- _:' õ . c :s:~
tuário, e a es::_. :ocs.: :c"~
da lei'" deve"", S:"
Tabernáculos Ge se::, "'- S·'=
ante de todo c ::,:
::
outro lado, o S,S:",-2 :,ô ~
culto era tamo,,"'"
-,ô~
compensação pc: ::,o- S~ :.:::;
tipulações do tratac: :2 a ~
geral, era atraves ca
culto que os is,ae:22
='::f"
mais diretamente " S 5-:2
relacionamento pess,:5
Deus.
Mais um aspecto a
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o fato que as leis d: ;;....-;:.
também legislavam a
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Israel.
Assim, encc:-,:':õ.- :'3...
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de Israel o seu sistem5 :,o '"
sacerdotes, juizes, reis = :; ~
tras dividem o ter"::::':
jE
Canaã entre as tribos c: :<:."3
Iam como programa ...2: _-~
ta desta terra com a f-s :::s
belecer ali o culto e c:::-'"
h
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'::: que de fato a canonicidaestá fundada na aliança, ainsAge a pergunta: Qual é a
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em a forma clássica da alian, que podemos estender as
a que chegamos até este
::2 a Bíblia? ou no caso deste
t:do o Antigo Testamento?
:as supridas pelas Escrituras
:J8 sim, nós podemos estencJnclusões a todo o Antigo
: e, em última análise, tam,:'10 Testamento.
::: 3.14, o apóstolo Paulo re8itura das Escrituras por par'8US, chamando todo o Antigo
de "antiga aliança".
Havever que esta identificação é
::Jriada se levarmos a sério,
'0 lugar, o testemunho expres::go Testamento de que Deus
JLOr primário.
Por outro lado,
chegaremos à mesma conanalisarmos o Antigo Testasua direta procedência terre"bras individuais e de grupos
e Israel, o povo de Deus. Pois
a de Israel, seu culto e sua
ta última tanto em sua manirivada, na família, como em
;stação pública, na esfera do
tava sob o domínio de Deus,
a do centro de culto de seu
;ar de sua presença teofânica.
segue a conclusão que toda
: inspirada que derivava desera relacionada a ele (como
5es rituais e hinos), e era asm a cultura (como a lei civil,
nacional, as mensagens diploiS profetas ea
instrução dos
rvia à aliança e inevitavel'Ia a sua marca. Além disso,
de observar que as funções
i das várias partes do cânone
Testamento na vida de Israel
,se a um ou outro elemento
nentos da aliança Mosaica.
destes fatos serão providenque segue.
(1) Lei
Sendo o corpo escriturístico do Antigo Testamento um tratado da aliança,
a presença das leis é facilmente explicada, pois as estipulações impostas pelo Suserano eram um elemento central
nos tratados antigos.
Além do Decálogo que contém as estipulações da aliança fundadora do povo de Deus, as outras leis contidas no Pentatêuco são elaborações sobre as estipulações do Decálogo, sendo que Deus continuou a falar ao seu povo através de Moisés, o
mediador da aliança.
As leis mencionadas em Ex 20.2223.33 são especificamente
identificadas
como o "livro da aliança" (Ex 24.7; cf.
24.4). O fato que esta coleção de leis
abrange assuntos morais e cerimoniais,
civís e de culto, individuais e de grupo,
é uma indicação de como toda a vida
de Israel caía dentro das regulamentações da aliança de Deus.
Resultante disto é a tranformação natural e necesária da esfera política em cúltica. Assim,
o palácio do grande Rei vem a. ser o
próprio santuário, e os ritos da ratificação da aliança correspondem ao sistema de sacrifícios (especialmente a oferta de paz). Entende-se então as três
perigrinações anuais obrigatórias ao santuário, e a estipulação de que o "livro
da lei" deveria ser lido na Festa dos
Tabernáculos de sete em sete anos diante de todo o povo (Dt 31.9ss.), Por
outro lado, o sistema de sacrifícios do
culto era também um meio de fazer
compensação por ofensas contra as estipulações do tratado da aliança. E, em
geral, era através da par1;icipação no
culto que os israelitas experimentavam
mais diretamente a aliança como um
relacionamento pessoal com o Senhor
Deus.
Mais um aspecto a ser destacado é
o fato que as leis do Antigo Testamento
também legislavam a vida coletiva de
Israel.
Assim, encontramos, no Pentatêuco, leis que prescrevem para o povo
de Israel o seu sistema de governo com
sacerdotes, juízes, reis e profetas.
Outras dividem o território
da terra de
Canaã entre as tribos do povo e estipulam como programa nacional a conquista desta terra com a finalidade de estabelecer ali o culto e o domínio de Deus.
Finalmente, deparamo-nos com
que tratam de ofensas de toda
nidade (cf. especialmente
Lv
impõem sanções de interesse
mais leis
a comu4.13) e
nacional.
(2) História
As narrativas históricas
constituem
uma grande parte do cânone do Antigo
Testamento.
A combinação deste material com legislações, especialmente no
Pentatêuco, é uma indicação da sua natureza, a saber, de ser parte integrante
da aliança; pois nos Tratados de Suserania um prólogo histórico introduzia a
secção das estipulações.
Tanto no Decálogo COmo em Deuteronômio as leis
são precedidas por uma revisão histórica do relacionamento gracioso de Deus
para com Israel. Se encararmos o Pentatêuco como uma unidade cujo núcleo
é a aliança de Deus e a geração de
Israel do período do êxodo, então as
narrativas do Gênesis e a primeira parte do Êxodo assumem o caráter de um
prólogo histórico, em que o relacionamento fundamentado na aliança é remontado às suas raizes históricas nas
intervenções de Deus no passado em
favor do povo escolhido e dos seus ancestrais, os patriarcas.
As demais narrativas históricas do Pentatêuco, como
também era comum nos tratados extrabíblicos, fornecem o cenário para o aparecimento de certas legislações específicas.
Quanto às narrativas encontradas fora do Pentatêuco, embora não exerçam
a função de prólogo ou cenário para as
leis decorrentes
da aliança, tematicamente elas não são nada mais do que
uma elaboração dos prólogos históricos
dos tratados Mosaicos.
Pois o seu tema, de um modo geral, é o relacionamento de Deus para com Israel como
o seu Senhor, relacionamento este que
fora estabelecido pela aliança.
Assim,
por um lado, as narrativas relatam os
contínuos benefícios concedidos por Deus,
o fiel protetor do seu reino vassalo, e,
por outro lado, a constante quebra da
aliança por parte do povo e consequente inflingimento dos males delineados nas
maldições dos tratados Mosaicos, especialmente Deuteronômio. Em vista disso,
os pontos altos destas narrativas só podiam ser as renovações e re-afirmações
173
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da aliança (cf. Js 8.30ss.; 23 e 24; 1 Sm
12; 2 Sm 7; 2Rs 11.17ss.; 22 e 23; 2 Cr
15.8ss.; 34 e 35; Ed 9 e 10; Ne 9 e 10).
Além disso, devemos notar a estreita conexão entre as narrativas, e como
as narrativas históricas estão ligadas à
aliança.
É reconhecido que a vocação
dos profetas era distintamente subordinada à aliança.
(3) Profecia
Os profetas eram mensageiros de
Deus, não apenas no sentido geral de
serem inspirados agentes de revelação,
mas no sentido particular de exercerem
uma distintiva função diplomática.
Nesta
função eles eram os representantes de
Deus na administração de sua aliança
sobre Israel, para declarar as suas reivindicações
e reforçar a sua vontade
através de efetiva proclamação.
O estabelecimento do ofício profético foi em si mesmo matéria de uma estipulação de um tratado da aliança. Através de Moisés, o mediador da antiga
aliança, Deus estabeleceu que a função
de Moisés fosse continuada por uma
sucessão de profetas semelhantes a ele
(Dt 18.15ss.; cf. Ex 4.16; 7.12). A tarefa
peculiar desta sucessão de profetas era
a elaboração e aplicação das sanções
da aliança feita através de Moisés. De
maneira que os escritos proféticos são
extensões dos documentos Mosaicos.
(4) Louvor
É claro que muitos salmos eram usa-
dos no culto de Israel. E sendo que o
santuário era o ponto focal e sacramental das orações de Israel (cf. 1 Rs 8.
29 ss.), podemos afirmar que os salmos
em geral possuem uma orientação cúltica. Os salmos de louvor eram os sacrifícios espirituais oferecidos ao grande
Rei; como veículos da devoção privada
e pública, eles continuamente
faziam
soar o "Amém" de Israel pela ratificação da aliança. Além destes, há salmos
que relatam a história do relacionamento estabelecido
pela aliança (cf., por
exemplo, SI 78; 105; 106; 135; 136), estes relacionam-se com os prólogos históricos dos tratados.
Em salmos que
exaltam a lei, Israel re-afirma a sua submissão às estipulações da aliança. En174
fim, os salmos serviam como um instrumento de culto na manutenção do
relacionamento apropriado do povo para com Deus, um relacionamento fundado na aliança.
(5) Sabedoria
A tese central dos livros de sabedoria é que "0 temor do Senhor é o princípio da sabedoria" (cf. Pv 1.7; 9.10; Jo
28.28; SI 111.10), o que é o mesmo que
dizer que o caminho da sabedoria é o
caminho da aliança.
Em Deuteronômio,
Moisés deixa claro que Israel recebeu a
sabedoria como uma dádiva objetiva do
Senhor quando ele entregou-Ihes os justos estatutos da sua aliança, e que a possessão subjetiva da sabedoria por parte de Israel deveria ser manifestada em
sua observação da aliança (Dt 4.6-8; cf
Jr 8.8; Ed 7.14j 25). Em vista disso, a
função da literatura da sabedoria do Antigo Testamento é a explicação da aliança de uma maneira a traduzir suas
estipulações em máximas e in.struções
referentes à conduta em diferentes áreas
e sob diversas condições da vida. Mas
os livros da sabedoria estão igualmente preocupados com a efetuação das
sanções da aliança na experiência humana. Um importante ponto de contato entre a sabedoria do Antigo Testamento e
os tratados, bíblicos e extra-bíblicos, é
a preocupação que os seus preceitos
fossem transmitidos a sucessivas gerações através da instrução dos pais aos
filhos (cf. Pv 3.1sS.; 6.20s.; 7.1sS.; Dt 4.
2-8; 6.1s5.; 11.13ss.; Jr 31.3ss.). O fato de Deus providenciar as palavras de
sua aliança em forma de instrução a ser
levada a efeito no lar lembra-nos da verdade que o Senhor da aliança é também o Pai do seu povo (cf. Dt 1.31; 8.5;
14.1; 32.5ss.; 1 Co 8.5s.).
Resumindo, então, podemos dizer que
o tratado de Suserania adaptado na aliança do Sinai e na renovação desta, em
Moabe, antecipou em sua forma compósita o desenvolvimento
subsequente
do cânone do Antigo Testamento, de
forma que a aliança do Sinai constituiuse numa notável epítome de todo o relacionamento entre Deus e o seu povo.
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no tratado da aliança vemos uma coroIa de pétalas cerradamente compactas,
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G. Kline podemos dizer que
da aliança vemos uma coroaias cerradamente compactas,
enquanto que no cânone do Antigo Testamento como um todo vemos esta corola da aliança desabrochada em flor.
Portanto, o Antigo Testamento não é
apenas materialmente mas também formalmente sui generis.
Ele é de fato
como um todo a aliança de Deus para
com o seu povo, e como tal ele é canônico, isto é, divinamente
autoritativo,
constituindo-se na norma e regra da fé
e conduta do povo de Deus.
D. Divisão do Cânone
Há uma grande discussão em torno
da seguinte questão: Qual foi a divisão
original do cânone do Antigo Testamento?
Uma posição é que originalmente
o cânone estava dividido em três partes,
a saber, a mesma divisão que encontramos na Bíblia Hebraica:
lei (Toráh) 1. Gênesis; 2. Exodo; 3. Levítico;
4. Números; 5. Deuteronômio.
Profetas (Nebiim) Anteriores: 6, Josué; 7. Juízes; 8. Samuel (1 e 2); 9. Reis (1 e 2).
Posteriores: 10. Isaías; 11. Jeremias;
12. Ezequiel; 13. Os Doze (Oséias, Joel,
Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum,
Habacuque,
Sofonias,
Ageu, Zacarias,
Malaquias).
Escritos (Ketubim) 14. Salmos; 15. Jó; 16. Provérbios;
17. Rute; 18. Cantares; 19. Eclesiastes;
20. Lamentações; 21. Ester; 22. Daniel;
23. Esdras e Neenias; 24. Crônicas
(1
e
2).
A
primeira evidência
escrita que
atesta claramente esta divisão provém
do 4.° século A.D., no Talmud.
A divisão em três partes, no entanto, é suportada por algumas evidências mais
antigas mas não tão claras.
Ben Sira,
no prólogo do livro apócrifo de Eclesiasticus, escrito pelo ano 130 A.C.,
menciona duas vezes "a lei e os profetas e os outros", mas ele não enumera
os livros que constituiamcada
parte.
Também Josefo (contra Apionem, 1.8),
pelo ano 90 AD., menciona uma divisão em três partes, e acrescenta o número que cada uma delas possuia:
Lei - 5 livros; Profetas - 13 livros; e o
resto dos Iivos contendo hinos a Deus
e preceitos para a conduta - 4 livros.
Para chegar ao total de 22 livros, Josefo
provavelmente juntou o livro de Rute a
Juízes e o livro de Lamentações a Jeremias.
Este fato, no entanto, envolve
a transferência de Rute e Lamentações
do terceiro grupo de livros (cf. acima)
para o segundo; e, como o grupo que
ele chama de Profetas possuia 13 livros,
Josefo deve ter transferido mais alguns
livros do terceiro grupo para O segundo.
Finalmente, inclusive uma referência no
Novo Testamento parece apoiar a divisão em três partes. Em Lc 24.44, Jesus
dirige-se aos discípulos
dizendo "que
importava se cumprisse tudo o que de
mim está escrito na Lei de Moisés, nos
Profetas e nos Salmos".
A referência
"nos Salmos" pode ser interpretada pelo menos de duas maneiras: Em primeiro lugar, ela pode de fato identificar
um terceiro grupo de livros, sendo uma
parte deste grupo, a saber, o livro dos
Salmos que encabeçava o grupo, mencionada pelo todo; por outro lado, no
entanto, Jesus pode ter mencionado os
Salmos à parte apenas para enfatizar
que eles são especialmente
ricos em
profecias
Messiânicas,
mantendo
ao
mesmo tempo a divisão em duas partes.
Esta última interpretação parece ter apoio no versículo 27 do mesmo capítulo 24 de Lucas, onde lemos:"E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-Ihes o que a
seu respeito constava em todas as Escrituras. "
Como esta última citação de Lucas
já indicou, a divisão do cânone do Antigo Testamento em duas partes, a saber, a Lei de Moisés e' os Profetas, também estava em uso. Na realidade, esta
divisão possui uma lista maior de evidências atestando o seu uso, e há os
que defendem a posição de que esta
teria sido a divisão original.
O livro de
Daniel, do tempo do Exílio, já parece
sugerir a divisão em duas partes (9.2,
6, 11); da mesma forma, após o Exílio,
Zacarias (7.12) e Neemias (9.14, 29-30).
No período intertestamentário
encontramos esta mesma divisão em 2 Macabeus (15.9) e no Manual de Disciplina da
comunidade de Qumran (1.3; 8.15; 9.11).
Finalmente,
no Novo Testamento,
a
menção da divisão em duas partes é a
mais frequente (Mt 5.17, 18; 22.40; Mc
13.11; Lc 16.16, 29, 31; 24.27; At 13.15;
20.27; 24.14; 26,22; Rm 1.2).
175
Os críticos vêem na abundância das
evidências atestando a divisão em duas
partes uma indicação clara que até o
período do Novo Testamento
apenas
duas das três partes do cânone tinham
sido canonizadas, e a terceira ainda estava aberta.
A terceira, na sua opinião, teria sido fechada pelos rabis e alcançado a canonização no sínodo de
Jabn,é, pelo ano 90 A.D. Esta posição,
no entanto, não pode ser mantida se
considerarmos que o Novo Testamento,
ao usar a designação "Lei e Profetas",
sempre identifica com ela todo o cânone do Antigo Testamento, incluindo os
livros do terceiro grupo da Bíblia Hebraica atual. O livro dos Salmos é um
dos livros mais citados no Novo Testamento.
Jó é citado como "Escritura"
em 1 Co 3.19, Daniel é chamado de
"profeta" por Jesus em Mt 24.15. Provérbios é citado por Jesus em Lc 14.8-10
e por Tiago em sua epístola (4.6).
As considerações feitas até este ponto levam-nos a concluir que não se pode
tomar nenhuma das divisões acima analisadas como sendo a divisão original.
As evidências sugerem que as duas estavam em uso, e que havia grande flexibilidade na organização dos livros que
vem depois do Pentateuco.
No entanto,
precisa ficar claro que esta flexibilidade
não significa que o cânone ainda estava aberto, isto é, sem definição exata
do número de livros, no tempo de Cristo.
No Novo Testamento, a expressão
"todas as Escrituras'"
(cf. Lc 24.27),
bem como as citações de livros que
abrangem todo o Antigo Testamento, e
ainda o fato que nenhum livro apócrifo
é citado como " Escritura", são evidências que claramente mostram que no
tempo de Jesus o cânone do Antigo
Testamento já estava fechado.
Por outro lado, o testemunho de Josefo (90
A.D.) corresponde a esta conclusão, e
demonstra que tal fechamento não era
de data recente, pois Josefo deixa claro que a lista dos livros já estava completa há muito tempo.
Finalmente, devemos acrescentar uma
palavra sobre a divisão do Antigo Testamento que possui mos em nossas Bíblias.
O agrupamento dos livros na
Bíblia portuguesa segue a versão latina
chamada Vulgata, que por sua vez segue a Septuaginta, a versão grega. Apa176
rentemente esta sequência dos livros bíblicos está baseada no conteúdo:
Lei Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio (5 livros, o
Pentatêuco).
História Josué, Juízes, Rute, 1 e 2
Samuél, 1 e 2 Reis, 1 e 2
Crônicas, Esdras, Neemias e
Ester (12 livros).
Poesia e Sabedoria - Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares (5
livros).
Profecia Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel,
Amós, Obadias, Jonas, Miquéias,
Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias e Malaquias (17 livros; total - 39).
111 -
o
PROBLEMA
DOS APóCRIFOS
Se conferirmos uma Bíblia Católica,
haveremos de ver que o seu cânone do
Antigo Testamento possui um acréscimo
de 15 Iivros ou partes de livros: 1 e 2
Esdras, Tobias, Judite, Adições ao livro
de Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiasticus, Baruque, Carta de Jeremias,
Oração de Asarias e Cântico dos Três
Jovens, Susana, Bel e o Dragão (estes
últimos três são adições ao livro de Daniel), Oração de Manassés, e 1 e 2 Macabeus. Estes livros e partes acrescentadas a livros bíblicos, que foram escritos durante os últimos dois séculos antes de Cristo e no primeiro da era cristã, sãochamados
de "Apócrifos".
O
nome, na realidade vem do grego apókrypha, que significa "cousas que estão
escondidas".
Alguns sugeriram que estes livros foram "escondrdos",
ou tirados de circulação, porque continham doutrinas misteriosas, ou esotéricas, muito
profundas para quem não era um iniciado. Outros sugeriram que este termo
foi empregado para indicar que os livros
mereciam ser "escondidos", porque eram
falsos e heréticos.
Seja como for, o
problema é: Por que nós, luteranos, ou
protestantes em geral, não aceitamos
estes livros como integrantes do cânone
do Antigo Testamento?
Esta pergunta
leva-nos de novo a considerar o princípio que determina a canonicidade de
um livro,
Nas considerações acima, sob o subtítulo "Origens
e Desenvolvimento
do
Cânone", procuramos G='='
primeiro lugar, que o ::':: '"
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Antigo Testamento
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~ esta sequência dos livros bí2. baseada no conteúdo:
?nesis, Êxodo, Levítico, Númes e Deuteronômio (5 livros, o
",tatêuco).
- Josué, Juízes, Rute, 1 e 2
Samuél, 1 e 2 Reis, 1 e 2
Crônicas, Esdras, Neemias e
Ester (12 livros).
Sabedoria - Jó, Salmos, Pros. Eclesiastes e Cantares (5
-
Isaías, Jeremias, LamentaEzequiel, Daniel, Oséias, Joel,
Obadias, Jonas,
Miquéias,
Habacuque, Sofonias, Ageu,
as e Malaquias (17 livros; to39).
;) PROBLEMA
DOS APóCRIFOS
~ferirmos uma Bíblia Católica,
de ver que o seu cânone do
stamento possui um acréscimo
os ou partes de livros: 1 e 2
)bias, Judite, Adições ao livro
Sabedoria de Saio mão, EcleBaruque, Carta de Jeremias,
, Asarias e Cântico dos Três
Jsana, Sei e o Dragão (estes
3S são adições ao livro de Da;ão de Manassés, e 1 e 2 Maostes livros e partes acrescen'irOS bíblicos, que foram esc ri:8 os últimos dois séculos an:sto e no primeiro da era cris~hamados de "Apócrifos".
O
realidade vem do grego apóJe significa "cousas que estão
s". Alguns sugeriram que esforam "escondidos",
ou tiraculação, porque continham douteriosas, ou esotéricas, muito
para quem não era um iniciros sugeriram que este termo
Jado para indicar que os livros
ser "escondidos", porque eram
heréticos.
Seja como for, o
é: Por que nós, luteranos, ou
,s em geral, não aceitamos
s como integrantes do cânone
, Testamento?
Esta pergunta
:ie novo a considerar o prindetermina a canonicidade de
>nsiderações acima, sob o sub'igens e Desenvolvimento
do
Cânone", procuramos deixar claro, em
primeiro lugar, que o próprio Deus da
aliança determina a canonicidade
dos
livros bíblicos, e, em segundo lugar,
que ele faz isto, nas dimensões terrenas
e humanas, ao chamar homens para serem seus mediadores, fazendo-os escrever os termos de sua aliança.
Este segundo aspecto, no entanto, precisa de
maiores esclarecimentos,
nesta altura.
A passagem chave no Novo Testamento
a este respeito é a de Pedra, que diz:
"homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21).
Fortes razões levam-nos a concluir que
no Novo Testamento canonicidade está
diretamente ligada a profelas: (1).
O
frequente uso, peios escritores do Novo
Testamento, da designação "Lei e Profetas" parece apontar para esta direção;
(2). No contexto da passagem de Petermo "profecia"
dra, o apóstolo usa
com referência à Escritura do Antigo
Testamento; (3). E o falar "da parte de
Deus" caracteriza a função dos profetas,
a saber, a de serem mediadores entre
Deus e seu povo. Em vista disso, podemos dizer que, de acordo com o Novo Testamento, livros inspirados e, por
isso mesmo, canônicos eram produzidos
apenas por profetas "movidos pelo Espírito Santo".
Entretanto, esta conclusão leva-nos a outro problema, pois bem
sabemos que nem todos os livros do
Antigo Testamento foram escritos por
profetas, isto é, por pessoas que ocupavam o ofício profético.
Mas, por outro
lado, se tomarmos a sério a estreita associação entre aliança e cânone, como
foi desenvolvida acima, e se notarmos
que Deus estabeleceu a sua aliança através de um mediador, Moisés, e prometeu que continuaria a comunicar-se
ao seu povo por meio de mediadores
semelhantes a Moisés, a saber, os profetas (Dt 18.15-22), então veremos que
sempre que o Senhor da aliança achava por bem acrescentar alguns detalhes
ou desenvolver alguns aspectos da aliança, com a finalidade de levar o seu
povo a compreender melhor o significado e as implicações do seu relacionamento com ele, ele chamava alguém,
pela ação do Esprito, para escrever tais
detalhes ou aspectos,
adicionando-os
aos anais da sua aliança, o cânone do
Antigo Testamento.
E assim que tais
°
escritos faziam a sua aparição, eles imediatamente faziam-se reconhecer como
parte daquele corpo escriturístico
que
já era norma e regra da fé e conduta
do pOVO de Deus. Isto significava que
mesmo aqueles autores de livros canônicos que Qão eram profetas no sentido clássico exerceram esta função ao
produzir as suas obras inspiradas, pois
naquele momento ou período eles exerciam a função de mediadores do Deus
da aliança, transmitindo as suas palavras,
Tendo feito essas qualificações,
podemos dizer que, no sentido humano,
a "profeticidade"
é o princípio de canonicidade.
Quanto aos livros Apócrifos, então,
é apenas necessário dizer que eles simplesmente não são obras escritas por
profetas "movidos pelo Espirito Santo";
nenhum deles reclama esta qualificação.
Em vista disso, desde o seu aparecimento eles não se fizeram reconhecer como
integrantes do cânone.
E, assim, embora fazendo parte da Septuaginta, a
tradução grega muito usada no tempo
de Jesus, eles jamais foram citados como Escritura no Novo Testamento. Esta
constatação final, pelo menos, além do
que foi dito acima, deveria merecer a
nossa confiança.
Para finalizar queremos apenas destacar brevemente algumas implicações
teoiógicas da posição apresentada no
corpo deste estudo.
O reconhecimento de que as origens
do cânone coincidem com a fundação
do reino de Deus em Israel, no Sinai,
leva-nos a observar, em primeiro lugar,
que a Escritura já no momento de sua
aparição possui o caráter de uma palavra triunfante,
pois surge em conseqüência de uma demonstração do poder
de Deus em julgamento e salvação, de
acordo com promessas proféticas dadas
aos patriarcas.
Em segundo lugar, observamos que, constituindo-se no próprio
documento da aliança, esta palavra triunfante tem como função o estruturamento do reino da aliança. E ela desempenha essa função de duas maneiras,
a saber, como palavra de poder e palavra autoritativa.
Como palavra de poder
a Escritura possui o seu protótipo nas
enunciações criadoras de Deus rei atadas
em Genesis 1, pelas quais ele de fato
criou luz, vida, etc. Da mesma forma,
177
a palavra da Escritura, manejada eficazmente pelo Espírito, é poderosa para a
existência a nova criação de Deus. É
por meio da Escritura como palavra poderosa que Deus prepara e incorpora o
seu povo como pedras vivas na estrutura do seu Templo.
No estudo do cânone, no entanto, a
preocupação gira mais em torno da Escritura como palavra autoritativa.
Nesta
função ela constitui-se num modelo arquitetõnico,
pois canonicidade
é uma
questão de normaS. Sendo assim, as
Escrituras funcionam
como autoridade
delineadas dos elementos constituintes
do santo Templo de Deus em suas dimensões históricas e teológicas, humanas e divinas.
Em outras palavras, a
insistência da Reforma que as Escrituras formam a Igreja, e não vice-versa,
fica aqui confirmada e é colocada em
destaque.
Mas, nesta função específica das Escrituras, será que o Antigo
Testamento ainda possui para nós que
vivemos sob a Nova Aliança a mesma
autoridade como para o antigo Israel?
Certamente não. Se o Antigo Testamen-·
to ainda tivesse para nós a mesma autoridade que teve para o antigo Israel,
deveríamos submeter-nos à prática da
circuncisão e à observação do sábado,
etc., pois canonicidade é uma questão
de normas e regras de fé e conduta. O
Antigo
Testamento,
então, permanece
normativo para a fé, em todos os séculos (todo o Novo Testamento constituise numa confirmação e desenvolvimento
do Antigo, neste sentido), mas ele não
permanece normativo para a conduta, a
não ser naquelas normas de vida que
de alguma forma foram confirmadas pelo Novo Testamento. Em vista disso, deveríamos falar não em "cânone das Escrituras", mas em "cânones do Antigo e
do Novo Testamento", que juntamente
constituem as "Escrituras",
estabelecendo assim uma distinção entre "cânone"
e "Escrituras".
Esta distinção não envolve a negação da infalibilidade do Antigo Testamento; ela apenas afirma que
o "cânone" da Igreja da Nova Aliança
e o Novo Testamento, enquanto que as
"Escrituras"
consistem nos oráculos de
Deus comunicados ao seu povo tanto na
era Mosaica como na era Messiânica.
Finalmente, é preciso enfatizar que,
embora não sendo autoritativo para nós
178
em matéria de conduta ou vida, o Antigo Testamento continua sendo parte
integrante das Escrituras da Igreja.
como tal ele é palavra poderosa dirigida a nós como lei e evangelho para julgamento e salvação, a fim de que nos
arrependamos e confiemos no Messias,
o Emanuel de Deus, Jesus Cristo. Além
disso, como parte das Escrituras, o Antigo Testamento é palavra autoritativa
em matéria de fé, sendo que, juntamente
com o Novo Testamento, é normativo para a teologia tanto em suas dimensões
divinas como humanas.
A ignorância de um ou outro dos fatos acima apontados pode levar-nos a
sérias consequências teológicas,
Entre
outras, enumeramos as seguintes: (1) Se
ignorarmos que o Antigo Testamento não
é mais normativo em matéria de conduta, seremos de alguma forma "judaizantes" modernos; (2) Se, na prática,
considerarmos que o Antigo Testamento
é supérfluo para a fé cristã baseada no
Novo Testamento, então ou a nossa teologia acabará sendo acentuadamente colorida pelo pensamento grego, (3) ou, no
extremo, exaltaremos as nossas próprias
fantasias e aspirações como expressões
do pensamento de Deus; (4) Mas, acima
de tudo, tal atitude deixar-nos-á extremamente empobrecidos,
pois negligenciamos dois terços da rica, poderosa e
genuína palavra escrita de Deus. Portanto, é absolutamente necessário que
todos aqueles que ensinam e pregam na
Igreja de fato façam jus ao princípio praticado pelos escritores das nossas Confissões, isto é, façam uso constante do
"Antigo e Novo Testamentos", a fim de
que em todas as atividade da Igreja se
reflita uma teologia sadia.
t
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Jmeramos as seguintes: (1) Se
que o Antigo Testamento não
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tal atitude deixar-nos-á extreempobrecidos,
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Novo Testamentos", a fim de
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teologia sadia.
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Walter G. Kunstmann
Sellin, Ernst and Georg Fohrer.lntroduction to the Old Testament. Traduzido
por David E. Green. Nashville e New
York: Abingdon Press, 1968.
Quando o Senhor da Igreja mandou
seus discípulos a todo o mundo a fim
de pregarem a todas as nações a Palavra
da Vida, e quando: no dia do Pentecostes
équipou os apóstolos com o Espírito Santo, também Ihes concedeu falarem em diversas linguas, desta maneira Ele certamente manisfestou a sua vontade que
houvesse comunicação direta com as nações no próprio idioma destas.
Por isso era do agrado do Senhor
que na medida do possível a Sua Palavra se tornasse acessível a todos, não
apenas aos eruditos, como aconteceu na
Idade Média no seio da Igreja Católica
com a Bíblia em latim, mas que surgissem traduções nos idiomas que prevalescessem. E como fez Lutero, que ao
traduzir a Bíblia para o alemão achou
índispensável de "dem gemeinen Mann
aufs Maul schauen", de reparar na linguagem do homem comum, surgiram em
todas as épocas traduções da Bíblia ou
de partes da mesma.
Desta maneira foram feitas traduções
para os idiomas universais nas respectivas épocas: a Septuaginta para o mundo grego que por séculos era o idioma
universalmente falado e lido {1}, e depois
a Itala - Vulgata (2), quando os romanos
conquistaram e governavam
o mundo de
então.
Woudstra, Marten H. The Continued Reeognition of the Oid Testament as Part
of the Christian Canon. Aula inaugural
dada na capela do Calvin Seminary Sexta-feira, 1.° de novembro de 1963.
Grand Rapids, Michigan: Calvin Theological Seminary, 1963.
Mas desde cedo surgiram no oriente
traduções de importância mais ou menos regional e de carater missionário,
abrangendo muitas vezes apenas o Novo Testamento.
Depois de Tatiano (ca
172 AO) com seu Diatessaron (harmonia
dos evangelhos) e diferentes versões si-
Jeffery, Arthur. "The Canon of the Old
Testament," em The Interpreter's Bible.
Editado por George Arthur Buttrick
et aI. Vol. I. New York e Nashville:
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Rowley, H. H. The Growth of the Old
Testament. New York e Evanston: Harper
& Row, Publishers (Harper Torchbooks),
1963.
179
riacas, das quais a Peshitta (3) é a mais
importante, podemos lembrar a armênica,
isto de um lado, e do outro lado, desde
o 4. século da era cristã as versões
cópticas (a sahídica e a bohairica) e a
etiópica, seguidas mais tarde pela arábica.
No ambiente germânico, primeiro e
digno de menção a tradução gótica de
Wulfila (Ulfila), bispo missionário dos godos, que, para poder dar a Bíblia ao seu
povo adotivo, teve que inventar o alfabeto gótico.
Em Upsala é guardado o
"Codex Argenteus" desta tradução. Existem ainda muitos manuscritos parciais
da mesma versão, como o "Codex Carolínus".
Houve nos séculos XV e XVI
vários ensaios de traduções para o aiemão, geralmente feitas com base apenas
na Itala-Vulgata.
Mas estas não podem
ser comparadas com a do reformador
Martinho Lutero que, depois da tradução
do NT no seu retiro na Wartburgo em
1522, deu ao povo alemão a Bíblia toda
num caprichado alemão, compreensível
para todos, desde 1534, fazendo, posteriormente, ele mesmo, nada menos do
que 8 revisões desta obra, sempre melhorando-a, até 1546. Por causa da linguagem antiquada, desde 1864 até 1912
foram 'feitas revisões da "Bíblia de Lutero", mas com as necessárias atualizações lamentavelmente foi mudado também o teor de várias passagens quanto ao seu sentido em conformidade com
a teologia racionalista-Iiberal
do século
passado. Lutero traduziu das línguas originais e da maneira mais fiel possível.
Ao lado de traduções modernas para o alemão, também feitas em confordade com os originais, como p.ex. a de
H. Menge (1961), podemos mencionar
ainda "Gute Nachricht für Sie" (Boa Nova para Você), o NT em linguagem de
hoje, que se beseia nas edições paralelas populareS inglesas "Good News for
Modern Man" e "The New Testament in
Today's English Version", com muitas deficiências devido a liberdades tomadas
para com o texto.
Diz Bo-Reicke (4); "Traduções não
alemãs há legiões, especialmente após
a invenção da arte tipográfica e da Reforma".
Isto em território luterano e reformado, algumas com base em Lutero
que mais tarde foram modernizadas nos
séculos XVIII a XX (5).
180
Só de traduções para fins missionários, da Bíblia, do NT e de partes das
Escrituras, existem mais de 1000 em línguas e dialetos diferentes.
Esta obra
está sendo continuada, e ainda resta muito a fazer (6). Em parte, os missionários,
antes de poderem dar a Palavra de Deus
às tríbos no meio das quais estavam e
estão trabalhando, tiveram que inventar
além de vocábulos e designações para
cousas abstratas (como alma, pecado,
eternidade, etc.) até letras e sinais para idiomas e dialetos que nunca antes
possuiram escrita ou literatura.
Não falta muito que se cumpra a Palavra (Mt
24.14): "E será pregado este evangelhO
do Reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o
fim."
Quanto, agora, à divulgação de Biblias e partes da mesma é necessário
lembrarmos que nao apenas na antigüidade e no começo da Idade Média as
cópias foram feitas à mão e com isto se
tornaram caríssimas, fora do alcance do
povo em geral, até que Deus, certamente
com isto visando a maior divulgação de
Sua Palavra, em 1452 fez surgir a 1.a Biblia impressa.
Joh. Gutenberg inventou
a arte tipográfica, de modo que a tradução feita por Lutera pudesse "ter livre
curso".
Mais tarde foram as Sociedades Siblicas que mais contribuíram para uma
divulgação em larga escala da Palavra
de Deus. Surgindo na época do pietismo, publicavam altruisticamente, i.e. sem
visar lucro algum, pelo contrário, POSSIbilitando mediante as contribuições
de
seus associados a venda da Bíblia abaixo do preço de custo, obra esta ricamente abençoada por Deus.
É considerada a primeira Soe. Bíblica a "Cansteinsche Bibelanstalt", fundada em 1710 em Halle, Alemanha, pelo
Barão H. Canstein.
Mas esta sociedade
ainda tinha um carácter local. Quando,
porém, em 1804 foi fundada a Sociedade
Bíblica Britânica, seguida pela "Württenbergische Bibelgesellschaft"
(1812) e a
"Haupt-Bibelgesellschaft",
em 1814, a
Sociedade Bíblica da Saxônia, também
em 1814, e mais tarde (1852) a de AItenburg na Alemanha, isto em nada agradou a Satanás, o inimigo mortal da
Palavra de Deus. Quando se tinha formado até uma Soco Bíbl. Católica em
Regensburg (por V;f;tt,-~-imprimiu e divulgou c- ~
tólica para o alemãG ''-~2
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rável a 8:: 2.
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Splritu", '9':2
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5
Bispos do 2-2:
:~ .. ~
dou com 3. L~2:0
da" e a ao:t:. "3: :.=-- o::;;
"Bíblia na L";; _:;;e- :~
até agora foi ::.: :.::.:
na 2.a edição. :Ô2:-2-':-::·.ã!
ção do AT e 2.25- :: = :2
1980.
Isto nos leva e ::=:
do primeiro tr2cL:::: :e:: _ ~
tuguês, o Rev. J02.: =" ,,~
(7). Pouco se ;2'2 õ.::, '" '"
P. ex. o Dicionár!:: ::- .. ~
leiro, por Alvaro Va; ~ sonagens com o no'-", :=
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tanto devemos.
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-o meio das quais estavam e
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etc.) até letras e sinais pae dialetos que nunca antes
escrita ou literatura.
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será pregado este evangelho
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agora, à divulgação de Bí"rtes da mesma é necessário
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"ráfica, de modo que a tradu~or Lutero pudesse "ter livre
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em larga escala da Palavra
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algum, pelo contrário, POSSI:-;ediante as contribuições
de
lados a venda da Bíblia aba i;0 de custo, obra esta ricançoada por Deus.
derada a primeira Soe. Bíblisteinsche Bibelanstalt", funda10 em Halle, Alemanha, pelo
~anstein. Mas esta sociedade
, um carácter local. Quando,
1804 foi fundada a Sociedade
tànica, seguida pela "WürttenBibelgesellschaft"
(1812) e a
slgesellschaft",
em 1814, a
Bíblica da Saxônia, também
e mais tarde (1852) a de AI, Alemanha, isto em nada a,satanás, o inimigo mortal da
Deus. Quando se tinha foruma Soe. Bíbl. Católica em
Regensburg (por Wittmann, 1805), que
imprimiu e divulgou uma tradução católica para o alemão feita pelo Prof. Leander von Ess e outros, uma bula papai,
em 1817, não apenas fechou a SB de
Regensburg, mas também amaldiçoou as
demais Sociedades Bíblicas existentes.
Isto, porém, não apenas não impediu o
trabalho abençoado das mesmas entidades, mas em seguida em todo o mundo
se formaram tais sociedades.
Em 1948
surgiu na Alemanha o "Verband Evangelischer Bibelgesellschaften"
(Liga de Sociedades Bíblicas Evangélicas) e, em
1950, a "United Bible Society" com 56
sociedades afiiiadas em todo o mundo,
Esta UBS, em 1973, distribuiu um total
de 1526 diferentes traduções da Bíblia
ou de partes da mesma para todas as
nações em diferentes ,línguas e dialetos
indígenas ..
O que mais de perto nos interessa,
ou antes devia interessar, nesta nossa
terra é a fundação da Sociedade Bíblica
do Brasil (SBB) em 10 de junho de 1943,
agora com secretarias regionais em quase todos os estados do Brasil e que no
ano de seu 25.0 aniversário já tinha lançado mais do que 10 milhões de exemplares da Bíblia toda ou partes da mesma.
Últimamente também a Igreja Católica Romana divulga em medida considerável a Bíblia. Isto se deve ao Movimento Bíblico desta Igreja ("Divino Amante
Spiritu", 1943). A Conferência Geral dos
Bispos do Brasil, recentemente, concordou com a"Almeida Revista e Atualizada" e a adotou tão bem como a nossa
"Bíblia na Linguagem de Hoje", da qual
até agora foi publicada apenas o NT (já
na 2." edição). esperando-se a publicação do AT e assim da Biblia tl)da para
1980.
Isto nos leva a dizer algo a respeito
do primeiro tradutor da, Bíblia para o português, o Rev. João Ferreira de Almeida
(7). Pouco se fala sobre este pioneiro.
P. ex. o Dicionário Enciclopédico Brasileiro, por Alvaro Magalhães, traz 8 personagens com o nome de Almeida, deixa,
porém, lamentavelmente, de mencionar o
humilde reverendo de Batávia, a quem
tanto devemos.
Almeida, nascido em Lisboa, Portugal, em 1628, deixou a sua pátria já com
14 anos, indo para a Holanda e depois
para MálrlcR nas Indias Orientais, onde
ele, que tinha sido educado por um clérigo na fé católica, se converteu e fez
confissão de fé para a Igreja Reformada.
Casou com a filha de um pastor holandês. Só, agora começou a estudar as
Iinguas originais das Escrituras Sagradas.
Com 16 anos traduziu o NT para o
português, mas esta versão deve ter sido feita da Vulgata. Como pastor, serviu a grande congregação evangélica de
Batávia na ilha de Java, desde o ano
de 1663 até 1689. Faleceu em 1691.
Além de traduções para sua língua materna de Esopo, do Catecismo de Heidelberg e outras obras da Igreja Reformada,
traduziu enfim toda a Bíblia das línguas
originais (8). Esta Biblia portuguesa foi
impressa várias vezes na Batávia e na
Holanda, depois também em Nova lorque,
Londres e Rio de Janeiro.
E esta a Bíblia que a SBB, por comissão revisara, atualizou, sempre com
base nas línguas originais, como também
ao português moderno, Isto num trabalho de mais de 7 anos. Nesta revisão, a
nossa Igreja tem prestado importante
colaboração sobretudo o saudoso Prof.
Dr. Paul W. Schelp.
Enquanto diverSaS
equipes trabalharem em diversos centros do Brasil (9), a última revisão geral
foi feita por Dr. Schelp, assistido, quanto
ao português, pelo rev. Antônio de Campos Gonçalves num trabalho de dois
anos em tempo integral, período em que
a nossa Igreja Ev. Luterana do Brasil
licenciou o Dr. Schelp de sua cadeira no
Seminário Concórdia em Porto Alegre,
RS, assim que ele desta maneira pode
dedicar-se integralmente a trabalho tão
importante, sendo naquela ocasião substituído na sua cátedra pelo então pas'cr
da Com. Ev. Luterana "Cristo" de Porto
Alegre, o abaixo firmado.
Desta maneira a referida congregação também quis
colaborar para que se realizasse a magna obra.
A atualização e revisão, sempre com
base nos melhores textos das línguas originais, podia muito bem ser considerada uma nova "tradução".
Mas, é uma
homenagem, aliás muito merecida, ao
grande vulto, o rev. João Ferreira de AImeida e seu trabalho gigantesco, pois
traduziu toda a Blíbia sozinho, pessoalmente. Assim foi resolvido que seu nome venerando continuasse no frontispício de nossa Bíblia brasileira.
181
Nunca houve uma tradução que não
tivesse, posteriormente,
necessitado de
correções e aperfeiçoamentos.
Assim existe para este fim no seiol da nossa SBB
a "Comissão Permanente de Revisão e
Consulta" (10) que recebe continuamente sugestões para o aprimoramento da
Bíblia Revista e Atualizada.
Tais sugestÕés, é claro, devem ser bem fundamentadas sempre com argumentos gramaIlcais, lexicográficos, ou então baseados
no contexto e consenso bíblicos, e isto
tanto quanto às línguas originais como
ao português.
Para ta! a citada comissão pede a colaboração das igrejas e
seus componentes, de professores e teologandos, de ministros e leigos.
E falando de correção e sugestões:
isto vale igualmente para a "Bíblia na
Linguagem de hoje: O Novo Testamento",
agora já na sua 2." edição.
O AT na
linguagem de hoje ainda está sendo elaborado.
A "Comissão para Versões Biblicas"
da nossa Igreja-Mãe nos Estados Unidos,
mediante a "Comissão para Teologia e
Relações Eclesiais"
(CTCR), distribuiu
recentemente (setembro de 1975) um trabalho, entitulado "Comparative Study of
Bible Translations and Paraphrases". No
preâmbulo diz entre outras: "Por causa
das muitas traduções das Sagradas Escrituras agora disponiveis e em uso popular, a CTCR pediu da "Com. para Versões Bíblicas": " ... desenvolver critérios
para auxiliar individuos a avaliar traduções contemporâneas da Bíblia" (cf. Canvention Workbook, 1971, pg. 36). Em
resposta a este pedido, a Com. para Versões Bíblicas preparou este estudo comparativo de dez das mais amplamente usadas traduções e paráfrases da Bíblia ..."
Escolheram para fins analíticos as passagens bíblicas constantes das Perguntas
121 a 159 do Catecismo Sinodal, comparando os termos de 6 traduções (5 recentes mais a "King James Version") e de
4 paráfrases (entre estas o NT na linguagem de hoje, "Good News for Modem
Man", e os salmos como parte da mesma
obra).
O "Novo Dicionário de Aurélio"
traz sob "paráfrase": 1) Desenvolvimento
-do texto de um livro ou de um documento, conservando-se as idéias originais ..2)
Tradução livre ou desenvolvida .. - Por
"desenvolver" entende-se: aumentar, explicativamente.
182
Agora o nosso equivalente do NT "for
Modem Man", o "Nt na Linguagem de
Hoje", certamente não conserva apenas
as idéias originais, e não desenvolve, antes simplifica e reduz vocabulário, visto
ser este bastante reduzido em mais do
que a metade do povo brasileiro, a quem
se quer proporcionar também a Palavra
de Deus. O NT na Linguagem de Hoje
não foi criado para substituir o NT da
Almeida Revista e Atualizada, e muito
menos para servir no altar e no púlpito.
E que nesta tradução possam ser encontradas falhas e erros, e que exista a possibilidade, sim, a necessidade de aprimoramento, jamais foi negado.
Isto acontece com cada nova tradução, como
tem acontecido com a de Lutero também
(oito revisões por ele mesmo feitas), A
Almeida Revista e Atualizada está sendo
corrigjda ainda hoje, onde isto se comprovar necessário.
Mas para que tal aconteça é indispensável a colaboração
(não apenas uma crítica generalizada e
destrutiva) de todos nós. O autor desta,
por experiência própria sabe, como são
levadas a sério as "reclamações"
pela
comissão competente, da qual ele faz
parte.
O que mais interessa no opúsculo dos
irmãos da Igreja-Mãe é o resultado a que
chegaram com sua classificação. Aquilo
que - sempre da seleção reduzida de passagens analisadas (num total de 104 passagens, das quais 7 são do AT e o resto
do NT) - foi julgado bom sob todos os
aspectos, não levou nota. Os marcados
com 1) são considerados "usáveis, mas
não refletindo o original tão bem como
devia".
Os marcados com 2) são considerados "não usáveis".
Agora: nas 10 traduções analisadas
as melhores são KJV (King James VerO = 5.
A NASV (New
sion), com 5
American Standart Version) com 2+3=5.
A NIV (New Intemational Version, NT)
4 = 6. O que neste contexto
com 2
interessou mais o autor desta é a TEV
(Today's English Version: Good News for
Modem Man, NT), classificado entre as
"paráfrases" e correspondendo (11) ao
nosso NT na Linguagem de Hoje, a classificação é 7
13 = 20, enquanto outras
traduções: a NEB (New English Bible),
a JB (Jerusalem Bibie), a PH (Philips, NT
in Modem English) e a LB, esta "pará-
+
+
+
frase" The Living Bible Pé'.2':;
mam 23, 30, 30 e 53 ,=:::-==
As conclusões gera:s. :::0;
liza a publicação da CTC::: :'ª
acertadas, referindo-se :: c:,;,:
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O NT na Linguagem de Hoje
-ado para substituir o NT da
'svista e Atualizada, e muito
-a servir no altar e no púlpito.
-::: tradução possam ser encon2.Se erros, e que exista a possim, a necessidade de aprijamais foi negado.
Isto a:,m cada nova tradução, como
s:::ido com a de Lutera também
3es por ele mesmo feitas). A
.avista e Atualizada está sendo
:::inda hoje, onde isto se com:essário.
Mas para que tal a, indispensável a colaboração
::.s uma crítica generalizada e
de todos nós. O autor desta,
éncía própria sabe, como são
sério as "reclamações"
pela
:::ompetente, da qual ele faz
frase" The Living Sibie Pa:aphrased), somam 23, 30, 30 e 53 respectivamente.
As conclusões gerais, com que finaliza a publicação da CrCR ótimas e bem
acertadas, referind·:)-se a todas as traduções da Bíbiia em todas as épocas:
"01- Nenhuma versão é perfeita. -2- Nenhuma versão é inadequada em cada passagem - 3 - Algumas versões devem ser
usadas com maior precaução do que
outras, como o sumário indica. -4- e indispensável competência nas linguagens
bíblicas (12) ao julgar uma versão."
Concluimos esta com sinceros agradecimentos a Deus que velou sobre Sua
Palavra desde os originais até aos nossos dias; que foi dada, e está sendo dada, no nosso idioma. Agradecemos, outrossim, à Sociedade Bíblica do Brasil
por seus esforços altruístos em dar a
Bíblia ao povo brasileiro.
E pedimos de
coração a colaboração de todos não apenas no trabalho de divulgação da Bíblia, mas especialmente para o aperfeiçoamento das traduções com que a nossa Igreja trabalha e com as quais edificamos a nossa fé para a salvação de
nossas almas.
Notas
mais interessa no opúsculo dos
igreja-Mãe é o resultado a que
COITIsua classificação. Aquilo
:)re da seleção reduzida de pasaiisadas (num total de 104 pas,s quais 7 são do AT e o resto
foi julgado bom sob todos os
não levou nota. Os marcados
~o considerados "usáveis, mas
ndo o original tão bem como
)s marcados com 2) são con"não usáveis".
nas 10 trad uções
anal isadas
James Ver5
O = 5. A NASV (New
Standart Version) com 2+3=5.
~ew International Version, NT)
<i = 6.
O que neste contexto
mais o autor desta é a TEV
:nglish Version: Good News for
:an, NT), classificado entre as
s" e correspondendo (11) ao
na Linguagem de Hoje, a clas:; 7
13 = 20, enquanto outras
a NEB (New English Bible),
;salem Bible), a PH (Philips, NT
English) e a LB, esta "pará9S são KJV (King
+
+
(1) A Septuaginta (LXX), sob Ptolomeos
II (283-246 a.C.) na ilha de Pharos traduzido. por 72 eruditos israelitas, inicialmente para a biblioteca de Alexandria,
tornou-se o código dos judeus na díáspora bem como, quanto ao A T o dos
cristãos na fase inicial da era do Novo
Testamento.
(2) Haia é nome quase coletivo e imprecedente para as traduções latinas antigas antes de Hierônimo
(tradutor da
Vulgata) que, fragmentárias,
circularam
de ca 175 a 400 AO. Por na Africa, Itália e Espanha o povo não mais dominar
o grego da LXX, certos trechos (perícopes) foram traduzidos para o latim para
o uso nos cultos. Estas versões não foram uniformes, e ítala foi uma designação local desta espécie, segundo nos relata Agostinho. - A Vulgata, por sua vez,
é a versão oficial e autorizada da Igreja
Católica desde 1546. Utilizando, em parte, a ítala, a Vulgata, quanto ao AT, em
geral originou-s6 com Hierônimo, que de
390 a 405 AO em Belém traduziu o AT
do original hebraico.
A Vulgata passou
por diferentes fases, até que, desde 1546,
no Concílio de Trento fosse declarada
"autorizada", mas obteve, depois de várias revisões por comissões nomeadas
no Concílio, a sua forma definitiva somente em 1592 (sob os Papas Sixto V e
depois Clemente VIII).
(3) A Peshitta ("a Simples") foi a maís
usada das traduções sírlcas (revisão concluída ca 400 AO), traduzido. do grego
e do Targum, por isso de pouco valor
para a crítica sacra.
(4) Bibl.,-Hist. Handworterbuch, I, 244).
(5) Na Inglaterra, W,Tyndale, NT 1525
M. Coverdale, 1535, mais tarde com outras traduções aproveitada para a "Great
Bible ", 1539, revisada esta para a "BIshop's Bible", 1568, chegando, posteriormente, à "King James Version" ou "Authorized Version", 1611. Esta última é,
depois da de Lutera, a tradução mais
divulgado..
Novas revisões em inglês
são:
a "Revised Version", 1881/85, a
"Standard Version", 1901, e afinal a "Revised Standard Version", 1952, esta última surgido. nos Estados Unidos onde,
em 1971, apareceu a "The New English
Bible".
Iria levar-nos longe demais, se
aí quiséssemos enumerar todas as traduções surgidas na Suiça, na Holanda, nos
países escandinávios.
(6) A "United Bible' Society" (UBS) com
a sua publicação "The Bible Translator",
ulTIa revista técnica que quer "ajudar aos
tradutores",
agora já por 26 anos, às
comissões tradutoras ou aos missionários que., isoladamente, traduzem textos
bíblicos das línguas originais em todo o
mundo. A UBS ajuda também financiar
tais empreendimentos.
Restam ainda centenas de tribos com idiomas próprios que
ainda não possuem a "sua" Bíblia. Os
missionários não deviam ensinar, como
antes tem sido a regra, aos indígenas um
idioma mundialmente conhecido, que todavia sempre para eles continuaria língua estrangeira, para somente depois
instruí-Ios mediante este idioma e começar a sua obra missionária.
(7) Para informações mais concisas a respeito confere: P. Schelp, Igreja Luterana
1954, 9/10, pgs. 173-181, e 11/12, pgs.
243-249.
(8) NT três edições por ele feitas: 1681,
1693 e 1712; a 1." edição do AT foi publicada só após a sua morte por seus
sucessores no pastorado de Batávia, em
183
1748.
Escreve David Lopes "A expansão da língua portuguesa no Oriente nos
séculos XVI, XVII e XVIII", Barcelona,
1936, diz: "A segunda tradução (da Bíblia), feita pelo católico Antônio Pereira
de Figueiredo, sobre a Vulgata latina, ortodoxa, pois, é superior (a de Almeida) ...".
Isto deixa claro, que a primeira foi de
Almeida e que esta, por Lopes considerada não ortodoxa por não se basear na
Vulgata, consequentemente
se baseara
nos textos hebraico e grego.
(9) Além do Dr. Schelp colaboraram da
nossa Igreja entre outros os revs. Th.
Reuter,
Prof. Johannes H. Rottmann,
Prof. W. K. Wadewitz, e o autor desta.
(10) Desta, o signatário é membro, tendo preenchido a vaga deixada pelo Dr.
Schelp.
(11) Prof. Dr. Robert Bratcher, que dirigiu nos EU os trabalhos desta tradução,
é colaborador constante também da nossa "em Linguagem de Hoje".
(12) Hebraica e grega.
A HISTORICIDADE DE
ADÃO
E EVA
Paulo W. Buas
Amo Besse!
(Estudantes de Teologia - 3.° ano
Seminário Concórdia)
Capítulo
I
Introdução
Objetiva-se através desta monografia
verificar em que implica afirmar ou negar a historicidade de Adão e Eva.
De princípio achou-se conveniente abordar a problemática da diferenciação
entre história e mito, uma vez que é importante definir sob qual dessés termos
deve ser classificado o relato bíblico da
criação do primeiro homem. Em seguida, julgou-se oportuno apresentar diversos pontos de vista referente ao tema
deste estudo. Por último, tentou-se, sumariamente, afirmar a hístoricídade de
Adão e Eva.
Resta ainda ressaltar a complexídade
que envolve a abordagem dum tema co184
mo este aqui tratado.
Encontrou-se dificuldades na coleta de fontes que fornecessem indicações precisas e as bases para formar as afirmações convenientes ao caso. - (As traduções das citações do original foram feitas para a publicação pelos próprios autores).
Capítulo
Diferenciação
entre
1I
história
e mito
A teologia moderna ultimamente, com
freqüência, se tem perguntado o que é
verdadeiro, histórico, e o que é mitológico na Bíblia,
Antes de se fazer
qualquer julgamento sobre o procedimento dos teólogos da nossa época, é conveniente analisar a definição e o sentido
que se dá aos termos história e mito.
A teologia "moderna" faz uma diferenciação entre Historie e Geschichte,
conforme o teólogo Ernst Ki:isemann se
expressa:
"Hitoria ist erstarrte Geschichte. , , ", 1 Na medida em que o tempo
passa, um acontecimento do passado se
solidifica.
O que, no entanto, é decisivo é a lição que tal acontecimento trouxe, Aquilo que se aprendeu do acontecimento é o que se chama de Geschichte.
"Historie
ist also das Erstarrte.
Geschichte das Lebendige", 2
Apesar de se fazer a diferenciação
entre ambos os termos, pode-se afirmar
que eles designam um fato verídico acontecido no passado e re!embrado no
presente,
Consideramos Adão e Eva personagens históricos, levando em consideração a seguinte explanação:
Se os acontecimentos de Gênesis 1-3
deveriam ser chamados "históricos",
depende de como aquele termo é empregado. Se "histórico"
se refere ao que
realmente aconteceu, Gênesis 1-3 é histórico.
Mas se "histórico"
é empregad'o
para designar ao que pode ser estabelecido em termos de observações e relatos humanos, então a criação obviamente
está excluida do âmbito do "histórico".
Visto que, no entanto, o termo "não-histórico"
geralmente tem o sentido de
"não tendo acontecido", sería muito enganoso, e, em conseqüência, em desacordo com a forma da sã doutrina declarar a criação e a queda como sendo
"não-histórico".
3
Tem-se atribuído a ,~o
mais variados sentidos
to _e comum a pa!avr2- - ': ;
zahlung, besonders e'- -e :;-:~
te, die in einer biidhafte- =:...",
was ein Volk oder e"e
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in religioser Hinsicht ; s_:'
Tomando como defir:;:~:
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o mito é a expre'ó-,~:
_~
preensao do me:2-"2-:, ,;§
da revelação, o s~::'=" '-""
se-ia dizer, em t&Se
um livro de mitos
dizer é, contudo
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A inconveniêno
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em primeiro iuge- ::'
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autor fale de"-: ~: -- -sando não na. =s" :2-c
na realidade C?S =-.s=-~, ~
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rico no sen:::::-: :: -- _- ':::;
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2: :S'-: ,- '"
xa de ser .es,":::,,:
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-7 -.,
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Strauss diz que:
=- :: 1;
não teria inoe'-,::o- e-'s:: :355
mais do que 2" ~=- - ~--""
histórica, das ':;e::e
-~ ~-:"'i
das pelo pOder-,s-- j;
incorporada nu:,,; :s-';: - =;
J. Andrade Fe"e '.o =-=-=~
sa com respeite à :s: =-;
A pretensa "de=_~
mann mostra u"" = -- 'O'::;;:
assunto:
Buitm::-- ~- ~.'"
"o relato de a::;::'é- -;,,= '"
mano de seres ::e --::o-:;;
ou inferiores."
O - ~ =;;i
eliminar o sobre~::' -= s
do mito num Se~=:;: : ,=
=c"§
=-
~
- ~ tratado.
Encontrou-se di- 2 coleta de fontes que for-jicações
precisas e as ba: rmar
as afirmações conveni:2S0. - (As traduções das cita';,:nal foram feitas para a pus as próprios autores).
Capítulo
ação entre
II
história
e mito
;;ia moderna ultimamente, com
se tem perguntado o que é
histórico, e o que é mia Bíblia.
Antes de se fazer
.igamento sobre o procedimenogos da nossa época, é concalisar a definição e o sentido
aos termos história e mito.
.gia "moderna" faz uma difeentre Historie e Geschichte,
:: teólogo Ernst Kasemann se
;;Hitoria 1st erstarrte GeschiNa medida em que o tempo
acontecimento do passado se
O que, no entanto, é decisi2.0 que tal acontecimento trou) que se aprendeu do aconteo que se chama de Geschich:orie 1st also das Erstarrte.
das Lebendige". 2
de se fazer a diferenciação
os os termos, pode-se afirmar
designam um fato verídico ano passado e relembrado no
aramos Adão e Eva persona:ricos, levando em considera2uinte explanação:
acontecimentos de Gênesis 1-3
ser chamados "históricos", decomo aquele termo é empre"histórico"
se refere ao que
aconteceu, Gênesis 1-3 é hisas se "histórico" é empregado
:nar ao que pode ser estabele:ermos de observações e relaos, então a criação obviamente
ilda do âmbito do "histórico".
no entanto, o termo "não-hiseralmente tem o sentido de
.~ acontecido", seria muito enem conseqüência, em desa~ a forma da sã doutrina de:riação e a queda como sendo
rico", 3
Tem-se atribuijc
2 :)2'2':r2
"mito>; os
mais variados se,,~j::s
[\]um sentido lato e comum a :::3'a·.'r& mito é "eine Erzahlung, beson,j2-s 2'-e Güttergeschichte, die in eine, b'::-.,,'~en Form ausdrückt,
was ein Volk o:er eine Personengruppe
in religioser Hinsicht glaubt". 4
Tomando como definição que
o mito é a expressão humana de apreensão do mata-racional (no caso
da revelação, ° supra-racional) poderse-ia dizer, em tese, que a Biblia é
um livro de mitos. Essa maneira de
dizer é, contudo, perigosa e inconveniente.
A inconveniência do uso do conceito de mito em relação à Biblia, se vê,
em primeiro lugar, por aquilo que VIScher e Barth chamaram a "pesada hereditariedade do termo".
Ainda que o
autor fale de Adão como mito, pensando não na falsidade do relato, mas
na realidade da criação especifica do
homem como algo que não é histórico no sentido comum, esse autor estará correndo o risco de ser mai entendido e, pois, na contingência
de
confusão. 5
Vaie analizar primeiramente o sentido que se quer dar ao termo "mito" para, então, analisar as idéias do autor.
É mister verificar se o termo "mito"
é
usado no sentido de contos primitivos a
respeito de Deus ou se é usado no sentido mais amplo indicando a maneira de
expressão, diferente do discurso literal,
mas que é a apresentação essencial da
verdade religiosa.
Apesar da atribuição
dum sentido
mais amplo ao termo, seu uso não deixa de ser perigoso no campo teológico.
Strauss diz que o uso do termo "mito"
não teria inconvenientes caso "não seria
mais do que as vestimentas, em forma
histórica, das idéias reiigiosas, plasmadas pelo poder inventiva da legenda e
incorporada num personagem histÓrico".o
J. Andrade Ferreira assim se expressa com respeito à teologia de Bultmann:
A pretensa "demitolização"
de Bultmann mostra uma nuance diversa do
assunto:
Bultma.nn entende por mito
"o relato de aparências no plano humano de seres de mundos superiores
ou inferiores."
O que eie pretende é
eliminar o sobrenaturai, e o faz usando mito num sentido que é peculiar. 7
O Dr. Olto Piper considera viável a
aplicação do termo "mito" à Bíblia:
A linguagem mitica, diz ele, fala do
sobrenatural em termos concretos como se toda ela fosse muito semelhante ao mundo natural, mas ao mesmo
tempo o caráter peculiar das realidades sobrenaturais é indicado pela ausência de certas limitações que os
mesmos objetos deveriam ter, se designassem fenômenos do mundo natural. 8
O relato bíblico do primórdio casal
Adão e Eva, bem como da criação de
todo o universo, não pode ser considerado mito quando a definição desta palavra não quer significar um acontecimento certo, veridico, do passado.
Capitulo
111
Posições assumidas face ao reiato
biblico da criação de Adão e Eva
Na medida em que os tempos correm, tem surgido multiformes afirmações
que procuram desvirtuar o verdadeiro
sentido das páginas do Sagrado Livro
de Deus, de modo especial o relato da
criação do homem como também da
criação de todo o universo.
A ciência
com sua teoria evolucionista e a teologia "moderna" com a "demitificação'
da
Bíblia, negam ou colocam em dúvida a
historicidade dos primeiros homens criados neste mundo pelo Criador.
Evolução e teologia "moderna",
Quer-se aqui considerar a posi';:2.0
a argumentação dos cientistas evoiucionistas e dos teólogos "modernos'.
Eis uma afirmação científica:
Considerando no seu corpo, o "homem" nasceu por uma mutação espontânea, passando de uma natureza menos perfeita a uma natureza mais p",feita, para afinal desembocar nà natureza Ilumana. 9
Ou ainda:
"Os evolucionistas concordam que o homem evoluiu de uma
criatura a qual hoje não seria considerada homem". 10
A teoria evolucionista faz ainda a seguinte afirmação:
O homem é considerado como sendo
um produto, possivelmente o produto
185
final, desse sistema. Com respeito ao
que teria sido sua ascendência, não
há unanimidade de opinião.
O pensamento popular é que sua descendência é dos macacos antropóides
superiores ou, senão, que o homem
e o macaco têm um ancestral comum.
O ponto crítico da questão é a suposição dessa teoria de que o homem
não foi criado separadamente mas que
ele mesmo é um subproduto da vida
animal. 11
A ciência acredita no surgimento do
homem duma forma gradativa, isto é,
provindo originariamente de seres de vida simples, os quais aos poucos se
desenvolveram e adquiriram enfim um cérebro capaz de raciocinar.
Ao mesmo
tempo a ciência crê no surgimento de
um grande número de seres racionais ao
mesmo tempo e em diversos lugares, e
não apenas num ser individual.
Há teólogos que pretendem desmembrar o relato de Gênesis da criação em
dois relatos diferentes:
o capítulo primeiro seria um relato e os capítulos segundo e terceiro outro relato.
Westermann assim declara sobre os
dois supostos relatos:
Ambos se esforçam para demonstrar
como tudo tem sua existência em Deus. Tudo é o que é porque Deus o
faz assim. (... ) Em Gn 1 a questão é, donde tudo se originou e como
tudo surgiu?
Em Gn 2 a questão é,
por que o homem é assim como ele
é? Ambas as questões humanas são,
num sentido, deixadas abertas e permitiram uma variedade de respostas.
Quando, porém, ambos os relatos da
criação apontam ao investigador que
Deus é o Criador, eles indicam, em
tudo o que dizem da crição, a linha
demarcatória em que questões humanas somente podem terminar numa
calma e reverente sub-missão diante
do Criador. 12
Questiona-se onde e em que altura
dos acontecimentos descritos em Gênesis, se poderia dividir a criação e história, ou fixar o início da história.
Sobre a questão Westermann diz o seguin-
te:
No capítulo 1 criação e história estão
nitidamente separadas uma da outra.
Nos capítulos 2 e 3 pOder-se-ia dizer
que a história começa exatamente
186
com a obra da criação.
t: uma narrativa que começa com a criação, e
desde o princípio aponta para a realidade presente dos seus ouvintes.
Ela não se detém em relatar diferentes
estágios que tiveram sua importância
numa remota pré-história, isto é, uma
fase antes e outra após a queda em
pecado.
Antes, ela mostra ao leitor,
em seu próprio contexto, através da
história de como tudo começou, qual
é sua real existência. 13
Apesar da questão duvidosa abordada acima, o mesmo teólogo deixa intrmamente relacionadas a criação do homem e a história seqüente.
O autor bíblico tem ligado ambos de tal maneira
que um não pode ser compreendido separadamente do outro. 14
Alguns opinam de que o modo como
Deus criou o homem, segundo Gn 2.7,
é descrito também em outras fontes extra-bíblicas.
A idéia de que Deus formou o homem
do barro, como um oleiro molda um
vaso, é bem conhecida de fontes extra-bíblicas, da África Central, Egito e
Grécia. Portanto, não é uma idéia especificamente bíblica. 15
Além do que foi citado, outros procuram datar a escrita de Gênecis num período bastante tarde após os acontecimentos da criação, fazendo a seguinte
consideração:
Uma renovada reflexão sobre a criação deverá, em primeiro lugar, dar-se
conta de que o primeiro capítulo da
Bíblia, embora importante, não é o
único texto em que é expressada essa
doutrina.
Essa passagem, conquanto
se ache na primeira página do Livro
Sagrado, foi escrita relativamente tarde, como, aliás, muitas outras passagens. Deve, pois, ser lida numa perspectiva de uma revelação em via de
desenvolvimento, da qual ela forma o
maduro coroamento. 16
Outro fator bastante polêmico e discutido é a ordem cronológica na criação e o modo como o homem foi formado. Na tentativa de solucionar o problema, muitos distorcem a situação ao
ponto de afirmar que o texto bíblico deixa transparecer claramente que tais questões não existiam para o escritor sacro
inspirado, e, em conseqüência, não se
preocupou com elas . Caso essas pre-
ocupações tivesse,,: S'. ~. ::
escritor, ele não ts'" :: :::=
pítulos 1 e 2 dO:2 -s ,,':' "
que sobre estes ::::- ,~ '~,
alegam eles.
A ele interess2':= ô::: 'S";-ê
leitores reconh,,:sô.ôs':;\
criaturas, tanto" Sô :: -: ;::
que vivem. Pa-a" ~ :; :;;
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Até Leão Xlii ,=- 's= ::;:c,;;
a Bíblia não tr2Z - .0::2 _c~.~
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É uma nar_e começa com a criação, e
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se detém em relatar diferentes
que tiveram sua importância
710ta pré-história, isto é, uma
2S e outra após a queda em
Antes, ela mostra ao leitor,
próprio contexto, através da
:e como tudo começou, qual
,aí existência. 13
da questão duvidosa abordaJ mesmo teólogo deixa intieracionadas a criação do ho"stória seqüente.
O autor bí'igado ambos de tal maneira
:J pode ser compreendido se'8 do outro. 14
opinam de que o modo como
o homem, segundo Gn 2.7,
também em outras fontes ex-
l
de que Deus formou o homem
). como um oleiro molda um
bem conhecida de fontes exas, da África Central, Egito e
Portanto, não é uma idéia es,ente bíblica. 15
:) que foi citado, outros procua escrita de Gênecis num peante tarde após os acontecicriação, fazendo a seguinte
ão:
1Jvada reflexão sobre a criaará, em primeiro lugar, dar-se
2 que o primeiro
capítulo da
embora importante, não é o
xto em que é expressada essa
Essa passagem, conquanto
e na primeira página do Livro
foi escrita relativamente tar\0, aliás, muitas outras passaave, pois, ser lida numa perde uma revelação em via de
vimento, da qual ela forma o
coroamento. 16
3-tor bastante polêmico e dis3- ordem cronológica na crianodo como o homem foi fortentativa de solucionar o prodos distorcem a situação ao
ifirmar que o texto bíblico deirecer claramente que tais quesexistiam para o escritor sacro
a, em conseqüência, não se
com elas . Caso essas pre-
ocupações tivessem existido na mente do
escritor, ele não teria colocado nos capítulos 1 e 2 dois relatos lado a lado,
que sobre estes pontos se contradizem,
alegam eles.
A ele interessava sobretudo que seus
leitores reconhecessem serem todos
criaturas, tanto eles como o mundo em
que vivem. Para ele, a condição criatural atual é mais importante do que
a origem remota da criatura. 17
Até Leão XIII já fez declarações que
a Bíblia não traz nada sobre o modo
concreto das obras da criação:
Os escritores sagrados, ou, antes, o
Espírito Santo, que pela boca deles
falava, não tencionava ensinar aos homens algo sobre a natureza das coisas
visíveis, o que, com efeito, não é de
importância aiguma para a salvação.
18
Duvidando da inspiração integral do
texto bíblico, ou admitindo apenas uma
revelação parcial da criação ao escritor
sacro, outros sustentam pensamentos a
respeito do conteúdo doutrinário do relato de Gn da criação, como segue:
Só se pode admitir como revelação
sobre a origem da humanidade aquilo que o autor sacro podia conhecer
pela palavra de Deus presente. Tudo
o mais deve ser atribuido ao esforço
do hagiógrafo por representar concretamente a doutrina.
Nesta perspectiva, o conteúdo doutrinal, contido no relato da criação do
homem, é o seguinte: O homem deve
a sua existência concreta e como um
todo a um ato criador livre de Deus,
que o criou e elegeu para ser parceiro seu, em liberdade.
Este parceiro
de Deus, por ele mesmo criado nos
dois sexos, origina-se como os demais seres vivos da substância da terra.
Mas ao mesmo tempo se distingue radicalmente dos animais, porquanto só
ele é capaz e chamado a responder,
pela palavra e ação, ao apelo de Deus, tendo portanto uma relação imediata e única com o Senhor absoluto
do mundo.
Se o hagiógrafo transpõe para a origem do homem a aliança divina com
o mesmo homem e a sua proveniência direta de Deus, também esta circunstância pertence à sua afirmação:
a relação do homem a Deus é tão
fundamental para a existência humana,
que jamais em toda a sua 'história o
homem pode esquivar-se dela.
Embora, continue com o direito de rejeitar ou aceitá-Ia, como parceiro livre
que é, por mercê de Deus, contudo
sempre permanece a aliança como razão última de sua existência. 19
Além do que acima foi afirmado, tudo mais sobre o relato da criação deve
ser encarado apenas como meios e modos do autor biblico se expressar.
Baseado nisso, a formação do homem e
mulher descritas em Gn como a conhecemos, nada mais seria que uma maneira de expressão do autor.
Encarando
o problema sob este aspecto, a modelagem do homem a partir do pó da terra,
bem como o sopro do fôlego da vida nas
narinas do homem e a formação da mulher a partir duma costela tomada do
homem, deixam de ser uma realidade
objetiva e histórica.
Constata-se mais uma outra teoria,
olhando o tema da criação sob um prisma diferente:
A narrativa do Gênesis da criação é
realmente uma forma de "propaganda
ateística".
Destina-se a ensinar aos
hebreus que a visão mágica, pela qual
a natureza é tida como uma força semidivina, não tem nenhuma base de
fato.
Jeová, o Criador, cujo ser se
centraliza fora do processo natural,
que chama este processo à existência
e dá nome às suas peças, permite ao
homem perceber a própria natureza
como matéria de fato. 20
A teologia não mais toma como certo o surgimento do homem por uma criação feita por Deus, em que o homem
teria sido formado do nada, sem haver
matéria viva preexistente.
Enquanto alguns aceitam como sendo
viável a teoria da evolução, embora ainda
não comprovada, outros ficam pendentes entre o relato da criação, conforme ..
Gênesis, e a teoria da evolução. O catolicismo hoje, por exemplo, não pretende obrigar aos católicos de aceitarem
a teoria evolucionista
ou ficar com a
criação adulta do homem por Deus. U
catolicismo quer deixar a decisão a critério de cada um - é uma liberdade da
fé. Constata-se hoje entre os cristãos
como entre os teólogos cada vez maior
número de 'partidários de uma visão e187
volucionista do universo, principalmente
no tocante à origem do homem.
Baseados na Encíclica "Humani Generis", alguns teólogos católicos admitem que o corpo humano tenha-se desenvolvido de formas de vida pré-humanas. A alma, no entanto, Deus teria criada. Após a decorrência de algum tempo, a vida animal teria evoluido já bastante, estando apta para receber a a!ma espiritual por parte do Criador, como novo princípio vital. 21
Embora o catolicismo hoje não pretenda forçar diretamente a ninguém a
admitir a teoria evolucionista, eie tenra
amainar o conceito de evolução fazendo a seguinte afirmação;
Não resta dúvida que um evo!ucionismo antroprológico radical como o de
Spencer, Lamark, Darwin e Hackei são
excluidos pela revelação, porque impugnam uma ação criadora de Deus,
sobre o devir do homem. ( ... ) No
âmbito de uma fé revelada, portanto,
só é admissível um evolucionismo moderado. 22
A teologia católica, até tempos recentes, crê que o Adão do relato bíblico era um indivíduo histórico, e protoparente de toda a' humanidade,
Ela
aceitava a descendência do gênero humano dum Adão individual fundamentado nos textos vétero-testamentários.
Mas com a crescente aceitação dum
evolucionismo
moderado, muitos teólogos católicos modificaram seu pensamen-
to:
Entre os exegetas católicos afirma-se
cada vez mais a convicção de que os
autores de Gn 1-2 não pretendiam ensinar como verdade revelada que Aaao
fosse uma só pessoa da qual descendesse toda a humanidade.
O teólogo
dogmático terá que renunciar a eSi.a
passagem bíblica como prova do 1110nogenismo.
Os demais textos do A.T.
não acrescentam nada à exposição de
Gênesis. Mais difícil é julgar dos textos neotestamentários,
porquanto sua
explicação, por parte dos exegetas católicos, da atualidade, diverge consIderavelmente.
Enquanto antigamente
todos os exegetas católicos eram de
opinião que Rm 5.12-21
continha o
ensinamento
católico sobre o pecado
original e, relacionado com ele, a doutrina tradicional sobre Adão como pai
188
individual da humanidade, hoje muitos
exegetas católicos já defendem a idéia
de que Paulo não pode ser citado como testemunha a favor do monogenismo.
Dificilmente será possível decidir esta questão diretamente com textos escriturístic0s, a não ser através
duma ulterior reflexão teológica sobre
as implicações do pecado original. 23
Quando a ciência lançou a teoria da
evolução com todos os seus argumentos, a teologia romana sentiu-se obrigada a expressar a sua posição sobre o
fato:
ou se rebate a teoria científica ou
se nega a antiga interpretação do relato
biblico para concordar com cientistas.
Mas a aceitação da teoria evolucionista
redundaria num revés para a teologia.
Muitos tiveram, então, a infeliz ousadia
de tentar harmonizar as afirmações bíbncas com as teorias científicas.
Uma
dessas tentativas de harmonização está
traduzida nas palavras abaixo:
A Bíblia ...
descreve o desenvolvimento progressivo da vida na terra, a
separação da terra da água, a criação das plantas, dos peixes, dos 2nlmais gigantescos, de bovinos, e, finalmente, do homem. Desenvo!vimento progressivo, portanto.
Este relato
bíblico da criação ...
foi confirmado
pela ciência. 24
"Deus cria, Deus opera em nós, por
meio da evolução" 25, afirma Teilhard.
Teilhard procurou conciliar a fé no antigo e tradicional dogma da criação com
a ciência.
Ele explica a sua posição
assim:
Ao nível da ciência, a formação da
vida e do homem é explicada pelas
forças naturais, cujas leis as ciências
naturais vão cada vez mais decifrando;
de outra parte, este contínuo impulso
da matéria para uma crescente intimidade, e portanto para uma superação
de si mesma, ao nível da reflexão filosófica, demonstra ser sustentado psIa vontade de uma pessoa absolutamente transcendente;
"Deus, motor,
coletor, transformador,
por antecipação, da evolução". 26
Em outras palavras, o que pretende
estabelecer é não excluir totalmente um
ser superior o qual teria contribuido na
formação do homem e do universo . ...:
para não desprezar totalmente a Sagrada Escritura, julga-se que ela n'ão teve
intenções de dize: : -:::
"
ação foi ·efetuada.
:: _ -..;;
constituiria argume-::
'a,: ~
lucionismo e nem se : ::" a:õ
Da mesma ma"s -:c :: -: ;
dúvidas sobre a c::c: ~: :: i
mem, também sU'Q-~: _,~
descendência do [--e ': :.5
vida gira em to:ro :a :=_
dora do homem - 2-= -=-=
capaz de originar ,,- -de alma espírituai :: _ ~~ 3;
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esclarecedora do a5: _-,duas opiniões:
a) o traducionisc:--: c --];i
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Afirmação
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Endossamos a c: s: ~guinte enuncia,::;: --- - - - _.u
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É, portanto, nS:5'-55"-: .~
fessar o que 65:=" :" - -~~
1 - A criação ex """-,:
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_-:
dias por par-e :e :~
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homem, Adão. a _= ~
Iher, Eva; e a :
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isto é, em '.e-::a:.,.,",
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conhecimento:a
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do sua natur.=':::.. :::~
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:2.ções do pecado original. 23
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õe rebate a teoria científica ou
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concordar com cientistas.
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num revés para a teologia.
;,am, então, a infeliz ousadia
iarmonizar as afirmações bias teorias científicas.
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'-as palavras abaixo:
...
descreve o desenvolvi·agressivo da vida na terra, a
,0 da terra da água, a criaplantas, dos peixes, dos ani;antescos, de bovinos, e, fido homem. Desenvolvimen'essivo, portanto.
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:2. criação ...
foi confirmado
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24
cria, Deus opera em nós, por
,volução" 25, afirma Teilhard.
rocurou conciliar a fé no an':ional dogma da criação com
Ele explica a sua posição
da ciência, a formação da
do homem é explicada pelas
aturais, cujas leis as ciências
vão cada vez mais decifrando;
: parte, este contínuo impulso
ria para uma crescente intimiportanto para uma superação
8sma, ao nível da reflexão fidemonstra ser sustentado po,de de uma pessoa absolutaranscendente:
"Deus, motor,
transformador,
por antecipaevolução". 26
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Jr o qual teria contribuido na
do homem e do universo.
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desprezar totalmente a Sagra'a, julga-se que ela não teve
intenções de dizer o modo como a cnação foi ·efetuada.
Eia também não
constituiria argumento favorável ao 8VOlucionismo e nem se opõe ao mesmo.
Da mesma maneira como se levantam
dúvidas sobre a criação do primeiro homem, também surgiram dúvidas sobre a
descendência do pr1meiro casal. A dúvida gira em torno da capacidade geradora do homem - se ele por si só seria
capaz de originar um novo ser animado
de alma esp'('ua! ou se haveria necessidade da participação do Criador em
cada novo descendente.
Pelo fato de
não existir nenhuma passagem bíblica
esclarecedora do assunto, se originaram
duas opiniões:
a) o traducionismo (a alma dos filhos
tem origem a partir da substância
material ou espiritual dos pais);
b) o criacionismo (a alma espiritual é
criada imediatamente por Deus - infundida no corpo gerado pelos pais).
Capítulo
Afirmação
Eva
IV
da historicidade
de Adão
e
Tendo apresentado diversas posições
com respeito à criação de Adão e Eva,
cabe agora apresentar a nossa posição.
Endossamos a posição assumida no seguinte enunciado, referente aos capítulos 1-3 de Gênesis:
É, portanto, necessário afirmar e confessar o qúe estes capítulos ensinam:
1 - A criação ex nihílo - uma criação
do nada - como uma obra de seis
dias por parte de Deus.
2 - A criação por Deus do primeiro
homem, Adão, e da primeira mulher, Eva; e a criação do homem
como um ser perfeito, raciona;,
e responsável, na imagem de Deus,
isto é, em verdadeira justiça e
santidade, dotado de um perfeito
conhecimento da vontade de Deus
e em bem-aventurado
relacionamento com seu Criador.
3 - A queda do homem através de um
ato de desobediência e incredulidade, a conseqüênte perda da imagem de Deus, e a corrupção
de sua natureza (pecado origina!).
4 - A promessa do Salvador.
As afirmações dos próprios capí-
tulos são apoiadas e confirmadas
especialmente
por todo o Novo
Testamento e muitas passagens individuais do mesmo (Rm 5. 12-21;
1 Co 15.21 e ss, e 45 e ss.; 1 Co
11.7-12; 1Tm 2.13 e s.). Claramente, portanto, a estrutura fatual-histórica da narrativa de Gênesis é· o
fundamento indispensável, não somente para a história do povo de
Deus que segue, mas para a própria encarnação e redenção. Dentro dessa estrutura, sem dúvida,
se encontrarão
elementos figurativos. Mas devemos rejeitar todas
as interpretações que de qualquer
modo minam a realidade (facticity) da própria estrutura, a saber,
a sugestão de que a criação e a
queda de Adão e Eva podem ser
tomadas como não representando
pessoas e eventos reais, mas como mitos ou parábolas atemporaís
do que acontece a todo homem. 28
Esta posição vai de encontro tanto
à teoria .evoluclonista quanto à moderna teologia liberal.
Com referência à
primeira cabe afirmar o que segue:
E claro que o evolucionismo é uma
maneira anti-cristã de encarar o mundo. Ele é atersta e basicamente materialista, e expressa a fuga instintiva
do homem pecador de Deus (ver Rm
1.18 e ss.). Ele relativiza todos os absolutos morais e inspira várias filosofias, incluindo ideologias demoniacas que trouxeram incontáveis misérias sobre' milhões de seres humanos
em nosso tempo. 29
Enquanto evolução como usualmente
entendida, é, portanto, claramente contrária à Escritura, pode-se perguntar se
toda e qualquer especulação evolucionista deve ser rejeitada com base bíblica.
Nas palavras abaixo parece dar-se alguma luz neste sentido:
Realmente a Escritura fala muito pouco acerca do mistério do "como" da
criação, e onde a Escritura silencia, a
igreja não pode dogmatizar.
Se nestas áreas pensadores cristãos sugerem
a possibilidade de algumas formas ou
aspectos de evolução como meios de
Deus para criar, então diferenças de
opinião sobre tais pontos de vista deveriam ser tratados como não-doutrinários e, portanto, não divisórias da
189
comunhão da igreja.
Os claros limites de tal espécie de especulação são
a autoridade da Escritura em geral. e
a historicidade de Adão e Eva em particular, como estas doutrinas são expressas em algum detalhe no presente
documento e na "The Theses of Agreement and Inerrancy". 30
Necessário se faz ainda apontar alguns aspectos bíblicos para os quais a
afirmação da historicidade de Adão e
Eva é de vital importância, sendo que
ao mesmo tempo eles corroboram a mesma afirmativa.
Primeiramente lembramos as diversas
genealogias apresentadas
na Escritura
Sagrada.
Nessas genealogias o nome
de Adão aparece lado a lado dos nomes
de outras personagens histó.ricas.
Negar, portanto, a historicidade de Adão e
Eva implica também em negar a autenticidade dessas genealogias.
Outro fator importante a considerar
é o paralelo estabelecido pelo apóstolo
Paulo, na carta aos Romanos, em que
ele justapõe o primeiro e o segundo
Adão.
Os versículos 12-25 do capítulo
5 desta carta, constituem um dos trechos
do Novo Testamento que mais nos obriga a defendermos a historicidade das
primitivas
criaturas
humanas.
Martin
Franzmann faz o seguinte comentário a
respeito do paralelo estabelecido nesta
passagem:
Tão certo como a grande ação Iibertadora de Cristo foi dele tão somente,
e ainda assim envolve e afeta a todos,
tão certo também a transgressão de
Adão foi sua própria ação e, no entanto, envolve e afeta a todos. O paralelo formal que mais se aproxima
deste, nos escritos de Paulo, é 2 Co
5.14, onde Paulo assim se expressa
.quanto ao significado
da morte de
Cristo:
"Um morreu por todos, logo
todos morreram. " Aplicando isto ao
contraste entre Cristo e Adão, poderse-ia dizer sem deturpar o pensamento de Paulo:
"Um pecou por todos;
logo todos' pecaram."
Adão pecou
como cabeça e representante inclusivo de sua espécie. 31
Se nós aceitamos essa posição, que
realmente parece apresentar o sentido
que Paulo pretendeu dar às suas paiavras, devemos, caso quisermos ser coerentes, aceitar a historicidade da Adão.
190
O versículo 12 afirma claramente que o
pecado entrou no mundo por um só homem. Em Gênesis nos é mostrado que
este homem é Adão.
Foi dito acima
que Adão pecou como o representante
de todos os homens;
seu pecado foi
transmitido qual doença hereditária a todos os homens (descendentes de Adão).
Sendo assim parece fora de dúvida
que devemos rejeitar opiniões que querem transformar o relato bíblico sobre
Adão numa mera apresentação simbólica da origem do homem.
Capítulo
V
Conclusão
A questão da aceitação da historicidade de Adão e Eva é uma questão de
fé. Se aceitamos a Bíblia como sendo,
em todos os seus aspectos; a revelaçao
de Deus, então parece não haver outra
opção a não ser a de aceitar que Adão
e Eva são personagens histór"icos.
Caso, porém, quisermos passar o re.Iato bíblico pelo crivo da razão enveredaremos" sem dúvida, pelos caminhos
da teologia "moderna" e das teorias evolucionistas.
Opção que nos oferece
um número de possibilidades não comprovadas.
Optou-se, nesta monografia, pela ~rimeira alternativa: a fé. Acredita-se que
as conclusões
atingidas dentro deste
posicionamento estejam justificadas
pelas razões apresentadas no decorrer da
exposição.
NOTAS
1 Gerhard Bergmann, Alarm um die
Bibel (Gladbeck, Westfalen: Schriftenmissions-Verlag, 1963), p. 26 .
2 Ibid.
3 "The Theses of Agreement and Inerrancy," The Springfielder, XXXVIII (September, 1973), p. 87.
4 Bergmann, p. 55.
5 Júlio Andrade Ferreira, "Mito" na
Terminologia
Teológica Contemporânea,
"Revista Teológica" (Seminário Teológico
Presbiteriano de Campinas, 1960), p. 35.
6 Ibid., p. 36.
7 Ibld., p. 37.
8 Ibid.
9 Pieter Smulders, "Fé na Criação e
no Evolucionismo,"~ A Redescoberta do
Homem. Do Mito à Antro::~
(Petrópolis, RJ: Editora ,!Ç2~2.,
10 John F. Fritz. --õ ~
The Springfielder,
XX/,
1973), p. 110.
11 James H. Jann:2
turns to God (Grand P-,-2 .::;;
Zondervan Publishing ;""2 _::::
12 Claus Westerrna.-Account of Creation
tress Press, C. 1954),
13 Ibid., p. 25.
14 Ibid., p. 26.
15 Ibid.
16 Smulders, p. R~":
17 Ibid., p. 63.
18 Ibid.
19 Mysterium Salutis. 0:i
Dogmática Histórico·Sa\-.-tf::~
do por Johannes Feine " §
rer. RJ: Editora VC;2~ó .L
p. 8,9.
20 Harvey Coxo A c;~~
(Tradução de Jovelin: ::=".",.,
Myra Ramos. RJ: Ed::c=
?
1968), p.33.
21 Mysterium SaluUs 22 Ibid., p. 15.
23 Ibid., p. 16.17.
24 Smulders, p. e"c: =..:.
25 Ibid., p. 79.
26 Ibid., p. 75.
27 Mysterium SaÍtit1s
28 The Theses of A9;c~
rrancy, p. 86,87:
29 Ibid., p. 87.83
30 Ibid., p. 88.
31 Martin H. F's-:-" --",
Romanos (Traduzido 02' ',":il
K. Rehfeldt. Porto .~&:;c~ C
dora Concórdia, 1972 c:- 3i:
--:(,=--
: 12 afirma claramente que o
":u no mundo por um só hoGênesis nos é mostrado que
,.,..' é Adão.
Foi dito acima
:cecou como o representante
: 3 homens;
seu pecado foi
qual doença hereditária a toisns (descendentes de Adão),
2-ssim parece fora de dúviaa
:)3 rejeitar opiniões que que:rmar o relato bíblico sobre
2.
mera apresentação simbó::Jem do homem.
Capítulo
V
Conclusão
:ão da aceitação da historicijão e Eva é uma questão de
s'tamos a Bíblia como sendo,
:8 seus aspectos, a revelaçao
?rltão parece não haver outra
~o ser a de aceitar que Adão
oersonagens histórkos.
orém, quisermos passar o re: pelo crivo da razão enveresem dúvida, pelos caminhos
,'moderna"
e das teorias eiS.
Opção que nos oferece
) de possibilidades não come. nesta monografia, pela ~rinativa: a fé. Acredita-se que
35es atingidas dentro deste
ento estejam justíficaaas
peapresentadas no decorrer da
NOTAS
~rd Bergmann, Alarm um die
beck, Westfalen: Schriftenmis" 1963), p. 26.
Theses of Agreement and Ineie Springfielder, XXXVIII (Sep73), p. 87.
nann, p. 55.
Andrade Ferreira, "Mito" na
a Teológica Contemporânea,
iológica" (Seminário Teológico
'o de Campinas, 1960), p. 35.
p. 36.
p. 37.
Smulders, "Fé na Criação e
)nismo,"
A Redescoberta do
Homem. Do Mito à Antropologia Crítica
(Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 1970), p.71
10 John F. Fritz, "The Beginnings,"
The Springfielder,
XXXVII! (September,
1973), p. 110.
11 James H. Janncey, Science Returns to God (Grand Rapids, Michigan:
Zondervan Publishing House, 1972), p. 53.
12 Claus Westermann, The Genesis
Account of Creation (Phíladelphia:
Fortress Press, c. 1964), p. 24.
13 Ibid., p. 25.
14 Ibid., p. 26.
15 Ibid.
16 Smulders, p. 61,62.
17 Ibid., p. 63.
18 Ibid.
19 Mysterium Salutis. Compêndio de
Dogmática Histórico-Salvífica, 11/3 (Editado por Johannes Feiner e Magnus Lohrer.
RJ: Editora Vozes Uda., 1972),
p. 8,9.
20 Harvey Cox, A Cidade do Homem
(Tradução de Jovelino Pereira Ramos e
Myra Ramos. RJ: Editora Paz e Terra',
1968), p.33.
21 Mysterium Salutis, p. 21.
22 Ibid., p. 15.
23 Ibid., p. 16,17.
24 Smulders, p. 63,64.
25 Ibid., p. 79.
26 Ibid., p. 75.
27 Mysterium Saiutis, p. 10.
28 The Theses of Agreement and Inerrancy, p. 86,87:
29 Ibid., p. 87,88.
30 Ibid., p. 88.
31 Martin H. Franzmann,
Carta aos
Romanos (Traduzido por Mário e Gladis
K. Rehfeldt. Porto Alegre: Casa Publicadora Concórdia, 1972), p. 80.
--;(,õ--
TRADUÇÃO DA PALAVRA
PARA 11 ALMAII NO
ANTIGO TESTAMENTO
Dr. Heber F. Peacock
"The Bible Tranlator" 27,2,216ss
(Trad. e Anotado W. Kunstmann)
A palavra hebraica geralmente traduzida com "alma" em traduções ao pé
da letra, se acha mais de 750 vezes no
AT. Mas apenas algumas vezes a tradução "alma" é adequada ao sentido do
hebraico.
Muito mais vezes a palavra
quer dizer cousas como "garganta",
"desejo",
"ser interior (inner being)",
"vida", "pessoa", e às vezes é usada
no mesmo sentido como nós íamos empregar um pronome pessoal.
Num artigo como este é impossível
dizer exatamente como cada passagem
bíblica devia ser traduzida para cada um
dos idiomas, mas talvez seja útil apresentar alguns exemplos dos diferentes
usos da palavra. O tradutor pode usar
os exemplos seguintes como guia para
controlar o sentido de sua própria tradução.
Talvez também ache útil comparar com atenção cada uma das ilustrações para ter a certeza que compreende aquilo que o texto bíblico pretende dizer. Só então será capaz a decidir qual a maneira melhor de traduzir
passagens a King James-Version (KJV),
a Revised-Standard-Version
(RSV) e a
New-English-Bible
(NEB) serão citados,
sendo o vocábulo para "alma" impresso
em grifo. *
(1) Comecemos com algumas passagens nas quais o vocábulo para "alma"
de fato significa "garganta".
Confere,
p. ex. Pv 25.25
KJV: como água fresca para uma
.. alma sedenta
RSV: idem
NEB: como água fresca para a garganta quanto esta está seca
(AR: como água fria para o sedentO)
O tradutor desta, por sua própria conta,
acrescentará, entre Parêntese, a passagem como a achamos na nossa AImeida Revista e Atualizada.
191
Nesta e em outras passagens, onde
o tema maior á algo para comer e beber, a palavra claramente se refere a garganta. Por extensão também seria possível compreender a palavra como referindo-se a uma "pessoa sedenta". O mesmo significado acha-se em Is 29.8:
KJV: sua alma é vazia
RSV: sua fome não é saciada
NEB : a achar-se vazio
(AR: sente-se vazio (= o faminto)
Em Is 5.14 é encontrado o mesmo
significado, mas aqui a figura é extendida à morte, como se fosse uma pessoa:
KJV: o IIlferno se alargou
RSV: Sheol alargou seu apetite
NEB: Sheol está aberto com garganta tensa
(AR: aumentou o seu apetite)
A significação essencial da palavra é
'garganta".
Isto fica ciaro pele fato de
na linha seguinte a palavra pai alela ser
"boca".
A palavra traduzido. "inferno"
ou "Sheo!" se refere ao mundo dos mortos. A morte é ilustrada como sendo algum enorme gigante que abre a sua boca e garganta para engolir a pessoa
quando esta morre. Em algumas traduções não seria possível manter a idéia figurativa, que o mundo, dos mortos é como um enorme gigante que abre sua boca e garganta. Talvez seja necessário usar algo parecido como "o mundo dos
mortos tem grande apetite", ou até "a
morte está pronta para levar embora
grandes multidões de gente".
(2) A palavra também é usada de
maneira um pouco diferente, assim que
"garganta" está em lugar da parte do
corpo que respira, ao invés da parte do
'c.orpo que está necessitando algo para
comer e beber.
Nestes casos, a palavra tem quase o sentido de "respiração"
(hálito). Vê Jó 11.20:
KJS : sua esperança será como o
render do espírito (ghost)
RSV: sua esperança é de respirs!r
seu últhro
NEB: sua esperança é desespero
(AR: sua esperança será o render
do espírito)
E nota o uso em Gn 35.10:
KJV: sua alma estava partindo
RSV: idem
NEB : com seu último hálito
(AR: ao sair-lhe a alma)
192
(3) A palavra também significa "pescoço" como o exterior da garganta. Confere J r 4.10:
KJV: a espada alcançou até à alma
RSV: a espada tem alcançado a
própria vida deles
NEB: a espada se acha às nossas
gargantas
(AR: A espada lhe penetra até à
alma)
Confere também tais passagens como
Si 69.1 onde está bem claro que a significação do vocábulo é "pescoço":
KJV: as águas estão entrando até
à minha alma
RSV: as águas subiram até ao meu
pescoço
NEB: idem
(AR: as águas me sobem até à alma)
Também no SI 105.18 o hebraico
usa a mesma palavra que seguidamente
é traduzida como "alma", mas a referência a "ferros", e a menção de "pés"
na linha anterior torna evidente que
"pescoço" é o sentido:
KJV: ele foi posto em ferros
RSV: seu pescoço foi posto em um
colar de ferro
NEB: um colar de ferro apertou seu
pescoço
(AR: a quem puseram em ferros)
A palavra, assim, evidentemente se
refere a uma parte do corpo e é, em um
sentido, um símbolo para um homem em
aperto ou em perigo. A garganta ou o
pescoço é quase uma figura para fome,
sede, hálito e o próprio homem exposto ao perigo.
(4) O vocábulo traduzido "alma" pode também ter significado de "necessidade" (want) ou "desejo".
Em tais
passagens como Dt 14.26, onde a causa desejada. é algo para se comer ou
beber, está bem perto de se assumir que
a garganta é vista como centro do desejar e necessitar:
KJV: tudo que a tua alma deseja
RSV: tudo que almeja teu apetite
NEB: tudo que tu desejas
(AR: o que deseja a tua alma)
Ma3 a mesma palavra é usada até
quando outras causas são objeto do desejo. Em tais passagens se torna claro
que a garganta não está em foco. Antes o vocábulo para "alma" se refere
aos desejos intrínsecos em geral.
É
quase sua cobiça que é ~ õ';l
mo sujeito do desejo. Coe'"',,,
KJV: a alma do pervs c~: ~
RSV: idem
NEB: o homem 0'2'.,,'0<
com mal
(AR: a alma do os'.'; o:)
mal)
Note que a NEB rã.:
o vocábulo para "a1!T:2" ".~
parte interior do hOf"e- ~
ceu, que o desejo é:=.'õ,,==
homem.
mas reconheç-=~
~
G care.cterfstica
de ;....: ::-~
Até ern mU:T2S :=-::~'':::7
objeto do desele ~ =7_=
parte de h:,me- c_e e-:o: __
sede de De.;:,
·:'-:e::
,:::ê
'lalma~~
é
'....:53.:·: ::=·~:'::=-=-=_::>E
do homs!T: ~::=.
anela por De_=
KJV:
2::-
:o::::
=
_~
=
=.
pós ti
RSV: .,,':': - ~ .': 'e
por ti. 6 :"'.'
NEB : a':,5'~_
Deus
(AR: ass1C'" --,
a minha alma
(5) A palavre :='-:7simbolizar o cer1:'e: ::::0
homem ou aquilo e:_= :: :~"=
de disposição erne:e:o-e
',ê;J
ma" como alguma :e-ê' :- -;:
a inteira idéia de ~:-ê'::::i
nagem sensível. qUê'
0:0---;;;
Em Êx 23.9 note c: ....: -1am exprimir esta i::s e _';2c~
(coração) como o ee:_' 7-""
símbolo para home- : o- o =;;;
KJV: vós con;-,eoe" - '"""
forasteiro
RSV: idem
NEB : vós con;"eoê': ~
se sente por se' ""'-"-'Ji
(AR: vós conhecê''' ' ,
forasteiro)
A "alma" é imE.g;,,=:~ -::~
tro de toda espécie :e 5:0 :;;
clusive tais como ócio
:-,3i
mina 2 Sm 5.8:
KJV: que são
de Davi
RSV: idem
NEB : os inimiºo~ 'T'r~r:_~
(AR: a quem e aim=: o~
rece)
:o
:o
:o
h
: a.'avra também significa "pes: ') exterior da garganta, Cana. espada alcançou até à alma
s. espada tem alcançado a
a. vida deles
s. espada se acha às nossas
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espada lhe penetra até à
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as águas estão entrando até
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as águas subiram até ao meu
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idem
as águas me sobem até à al-
i
.,., no SI 105. 8 o hebraico
;ma palavra que seguidamente
6. como
"alma", mas a refe'erros", e a menção de "pés"
anterior torna evidente que
é o sentido:
ele foi posto em ferros
seu pescoço foi posto em um
de ferro
Jm colar de ferro apertou seu
?O
a quem puseram em ferros)
assim, evidentemente se
':02 parte do corpo e é, em um
ê símbolo para um homem em
em perigo. A garganta ou o
quase uma figura para fome,
G e o próprio
homem expos:go.
'ocábulo traduzido "alma" po, ter significado de "necessimt)
ou "desejo".
Em tais
como Dt 14.26, onde a cou'a é algo para se comer ou
bem perto de se assumir que
é vista como centro do de,cessitar:
tudo que a tua alma deseja
tudo que almeja teu apetite
tudo que tu desejas
o que deseja a tua alma)
mesma palavra é usada até
tras causas são objeto do detais passagens se torna claro
;anta não está em foco. Anábulo para "alma" se refere
os intrínsecos em geral.
E
\/ra,
quase sua cobiça que é imaginada como sujeito do desejo. Confere Pv 21.10:
KJV: a alma do perverso deseja mal
RSV: idem
NEB: o homem perverso ocupa-se
com mal
(AR: a alma do perverso deseja o
mal)
Note que a NEB não tentou traduzir
o vocábulo para "alma"
como alguma
parte interior do homem, mas reconheceu, que o desejo é caracteristica
do
homem, mas reconheceu, que o desejar
:3 característica
do homem inteiro.
Até em muitas passagens, onde o
objeto do desejo é Deus, não é uma
parte do homem que anele por, ou tem
sede de Deus. Antes o vocábulo para
"alma" é usado para expressar o desejo
do homem total; é o próprio homem que
anela por Deus. Veja SI 42.1:
KJV: assim arqueja minha alma após ti, ó Deus
RSV: assim suspira a minha alma
por ti, ó Deus
NEB: assim eu suspiro por ti, ó
Deus
(AR: assim, por ti, ó Deus, suspira
a minha alma)
(5) A palavra também é usada para
simbolizar o centro dos sentimentos do
homem ou aquilo que podemos chamar
de disposição emocional.
Não é a "alma"como
alguma parte do homem, mas
a inteira idéia do homem, como personagem sensível, que é central.
Em Êx 23.9 note como KJV e RSV tentam exprimir esta idéia usando "heart"
(coração) como o equivalente inglês do
símbolo para homem como ser sensível:
KJV: vós conheceis o coração dum
forasteiro
RSV: idem
NEB : vós conheceis como alguém
se sente por ser extrangeiro
(AR: vós conheceis (\ coração do
forasteiro)
A "alma" é imaginada como o centro de toda espécie de sentimentos, inclusive tais como ódio e tristeza.
Examina 2 Sm 5.8:
KJV: que são odiados pela alma
de Davi
RSV: idem
NEB : os inimigos mordazes de Davi
(AR: a quem a alma de Daví aborrece)
Nota-se que a NEB muda o foco e
traduz a idéia sem usar uma palavra para alguma parte interior do homem. U
homem todo se acha envolvido no sentimento. A mesma causa acontece em
tais passagens como Jr 13.17:
KJV: a minha alma chorará (shall
weep)
RSV: idem (will weep)
NEB: Eu somente posso chorar
(AR: a minha alma chorará)
(6) Existem também muitas passagens nas quais o vocábulo "alma" somente pode significar a própria vida,
por exemplo como NEB traduz Si 30.3:
KJV: tu fizeste subir minha alma
do túmulo
RSV: tu fizeste subir minha alma
do Sheol
NEB : tu me fizeste subir do Sheol
(AR: da cova fizeste subir minha
alma)
Se considerarmos o versiculo todo,
que a pessoa tem sido devolvida à vida.
torna-se claro que o sentimento deve ser
porque foi trazida de volta do mundo dos
mortos.
O vocábulo também é usado referente à vida animal, onde fica óbvio que a
significação não é "alma" no sentido usual da paiavra, mas no da vida em si.
Isto fica claro em todas as traduções
de Pv 7.23:
KJV: isto é para sua vida
RSV: que isto lhe custará a sua
vida
NEB: ele estava arriscando sua vida
(AR: isto lhe custará a vida)
Também em tais passagens, como
Dt 12.23, está claro que devemos compreender o vocábulo para "alma" no sentido de "vida", como foi feito por todas
as traduções:
KJV: o sangue é a vida
RSV: idem
NEB: idem
(AR: pois o sangue é a vida)
(7) Em um número de passagens do
AT fica claro que "alma" ou "vida" não
é algo que o homem possui. Antes, a
idéia é, que o homem inteiro (as a whole) é vida; ele é causa viva. Isto significa que muitas vezes a palavra para "alma" deve ser traduzida "pessoa"
ou
"ser".
Isto é bem claro em tais versícuIas como Gn 2.7:
193
KJV: o homem se tornou uma alma
vivente
RSV: o homem se tornou um ser
vivente
NEB: o homem se tornou uma criatura vivente
(AR: o homem passou a ser alma
vivente)
Em Lv 17.10 é achado um uso similar, e uma palavra como "pessoa" deve ser empregada na tradução, se o sentido é para ser esclarecido:
KJV: me voltarei contra aquela alma
RSV: me voltarei contra aquela pessoa
NEB: me voltarei contra aquele eomedor
(AR: contra ele me voltarei)
Note que a NEB substitui "pessoa"
com aquele, a quem "pessoa" se refere.
(8) Com o uso do vocábulo
como
"pessoa" estam os colocados muito pel"to da possibilidade de usar a palavra no
sentido de "homem" ou "humanidade".
A palavra muitas vezes é usada desta
maneira; é também usada simplesmente
como pronome.
Para tomar um exemplo, confere Lv 24.17, onde a palavra
para "alma"
tem sido traduzida "homem":
KJV: aquele que matou qualquer
homem
RSV: aquele que mata um homem
NEB: caso um homem ferir outro
e o matar
(AR: quem matar a alguém)
O mesmo uso do vocábulo para "alma" se acha referente a anirnais. O
contexto deixa claro que a idéia geral
é compreendida.
Confere Lv 24.18:
KJV: quem matar um animal
RSV: aquele que mata um animal
NEB: todo aquele que fere um animal e o mata
(AR: quem matar um animal
Quando a palavra é usada com "todo", fica claro que o sentido é "cada
um". Em Gn 46.15 é contado cada um:
KJV: todas as almas de seus filhos
RSV: conjuntamente os seus filhos
NEB: seus filhos
(AR: todas as pessoas de seus filhos)
Note que na NEB o contexto em si
é suficiente para indicar, que a palavra
194
quer dizer "cada um", e não é traduzida diretamente.
O uso do vocábulo para "alma" como um pronome é óbvio em um número de passagens, onde o pronome da
primeira pessoa é entendido. Vê Gn 27.4:
KJV: que minha alma te abençoe
RSV: que eu te abençoe
NEB : que eu te dê uma bênção
(AR: para que eu coma e te abençoa)
Estas poucas ilustrações não bastam
para cobrir todas as várias significações
da palavra para "alma" no AT. Mas deviam mostrar ao tradutor como é importante compreender a larga extensão da
significação da palavra.
Os versículos
citados também deviam advertir o tradutor que nunca se deve traduzir a palavra (ou qualquer outra questão) sem cuidadosamente atender para o sentido geral da· passagem que defronta, ou sem
considerar os vários sentidos possíveis
da palavra.
Nota do tradutor. - O trabalho acima apresentado em tradução serve para ilustrar em geral as possibilidades de os
tradutores chegarem a traduções levemente divergentes sem, entretanto, ferir
a imutabilidade do texto original inspirado. Para nós, porém, em certo sentido o exemplo escolhido é significativo.
Conhecemos as possibilidades enumeradas, mas para nós o sentido geral e
primário de "néphesh = psyché - alma"
é basicamente igual no AT como no NT.
Os tradutores da Septuaginta eram israelitas vetera-testamentários,
mas traduzem "néphesh" com "psyché" na quase
totalidade dos casos. E quem é que
prova que só os gregos deram à "alma"
o sentido neo-testamentário? O dicionário de Koehler-Baumgarten dedica nada
menos do que 3 3/4 colunas a "néphesh"
e traz as seguintes significações (a que
o autor do trabalho acima se agarrou,
aparentemente):"
1 - garganta; 2 - alma
(não no sentido grego); 3 - ser vivente;
4 - gente, homem; 5 - hálito, alma, personalidade; 6 - cada um, todo que; 7 - vida; 8 - hálito, alma como centro de emoções e sentimentos (vontade). - O dicionário novo de de Gruyter, seguindo a linha pré-traçada de K-B, traz mais ou
menos o mesmo, acrescentando, também
ele, a "alma"; "não no sentido grego". Podemos imaginar, p. ex. SI 103.1, sub-
stituindo "alma" por "º2'::2~~
ço" etc. "Interior" a;~ç=. '~"'=
já por causa da paras =. j
há em mim", Confere ::::
sagens como Gn 2,7' - S
Si 31.5; 146.4; Ec 12.7 -: ,:",
Poderíamos aumentar e~:~= ';i
tos outros exemplos. =.::;;g
sa parte imortal, ina!ad2 ::'~
do corpo se separa na -:'2
que, na ressurreição 22'=' ,
o corpo, que recebe :': : e~
aceitação em filiação
,~ ::
seqüências do pecado. ,2 2::"
juntamente com o c::::
.;
E isto é ensinado tant: -: ~
NT.
Confessamos q"" :2;];
"corpo e alma".
O ,,-:::2'~
nalista que lamentavei~e -2 ;
teologia, nega a idé:2 :2 ""
"alma" no AT. Eis::
se reflete também n:
~_.~
bom e útil, acima a:::-222-'3;
PROF. Dr. HER,\,<
SASSE[ DD -
Um dos grandes
nestes tempos do fi,,-·. ~, 2'
seu Senhor e Deus :2·2
vale de lágrimas para
deira, da qual foi - ~22 -:: i
terra - cidadão abe-; ::,,::~
8asse, um dos país e~:: '7_3!J
assinado, fechou os e'~:: :3;':
do, a fim de ser ir2::::<: "3!!
guarda da milícia do 3e' - :r
o exército dos 144000
", .. que vêm da gran:e :--.i
varam suas vestiduras, e 2~ j
sangue do Cordeíro.'=:~:
acham diante do trone ::': J;;
vem de dia e de noite -: 5iii
e aquele que se asse-:.:: C!
tenderá sobre eles c se~ ~
Foi no oitavo dC:T,'n;: ~
dia 8 de agosto deste s':: ~
via, recentemente, (nas::2_ ~
lho de 1895) compie:s:::
s
de existência terrena,
3e_s
tais foram postos à cs::::o:a
nhor de sua ressureiç§:
-;
"cada um", e não é tradus-nente.
do vocábulo para "alma" co'~nome é óbvio em um núme:ssagens, onde o pronome da
assoa é entendido. Vê Gn 27.4:
que minha alma te abençoe
que eu te abençoe
que eu te dê uma bênção
para que eu coma e te aben-
poucas ilustrações não bastam
r todas as várias significações
, para "alma" no AT. Mas de'rar ao tradutor como é impor'preender a larga extensão da
l) da palavra. Os versículos
mbém deviam advertir o traduunca se deve traduzir a pala.aiquer outra questão) sem cui~te atender para o sentido ge'ssagem que defronta, ou sem
os vários sentidos possíveis
:radutor. - O trabalho acima aem tradução serve para i1us;eral as possibilidades de os
chegarem a traduções leve'ergentes sem, entretanto, ferir
:idade do texto original inspira nós, porém, em certo senti,mplo escolhido é significativo.
os as possibilidades enumerapara nós o sentido geral e
ie "néphesh = psyché - alma"
lente igual no AT como no NT.
Jres da Septuaginta eram israero-testamentários,
mas traduhesh" com "psyché" na quase
dos casos.
E quem é que
só os gregos deram à "alma"
neo-testamentário? O dicioná)ehler-Baumgarten dedica nada
que 3 3/4 colunas a "néphesh"
seguintes significações (a que
jo trabalho acima se agarrou,
ente):" 1 - garganta; 2 - alma
;entido grego); 3 - ser vivente;
homem; 5 - hálito, alma, per~; 6 - cada um, todo que; 7 - vi;ao, alma como centro de em0sntimentos (vontade). - O dici/0 de de Gruyter, seguindo a Iiraçada de K-B, traz mais ou
mesmo, acrescentando, também
-na": "não no sentido grego". imaginar, p. ex. SI 103.1, sub-
stituindo "alma" por "garganta", "pescoço" etc. "Interior" ainda seria possível,
já por causa da paralela: "e tudo que
há em mim". Confere com atenção passagens como Gn 2.7; 7.15; Jó 12.10;
S1 31.5; 146.4; Ec 12.7 no seu contexto.
Poderiamos aumentar esta lista por muitos outros exemplos.
É a alma, a nossa parte imortal, inalada por Deus, que
do corpo se separa na hora da morte e
que, na ressurreição será reunida com
o corpo, que recebe de Deus perdão e
aceitação em filiação, ou sofre as conseqüências do pecado, já aqui, e depois,
juntamente
com o corpo, eternamente.
E isto é ensinado tanto no AT como no
NT.
Confessamos que Deus nos deu
"corpo e alma".
O modernismo racionalista que lamentavelmente penetrou na
teologia, nega a idéia da existência da
"alma" no AT. E isto, de certo modo,
se reflete também no trabalho, em si
bom e útil, acima apresentado.
J
PROF.
Or.
HERMANN
SASSE, 00 -;
Um dos grandes no Reino de Deus,
nestes tempos do fim, foi chamado por
seu Senhor e Deus para partir deste
vale de lágrimas para sua pátria verdadeira, da qual foi - mesmo peregrino na
terra - cidadão abençoado.
Hermann
Sasse, um dos pais espirituais do abáixo
assinado, fechou os olhos para este mundo, a fim de ser transportado, da vanguarda da milícia do Senhor Jesus, para
o exército dos 144.000 de Ap 7.14,15,
" ... que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no
sangue do Cordeiro, razão por que se
acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário;
e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo".
Foi no oitavo domingo da Trindade,
dia 8 de agosto deste ano de 1976. Havia, recentemente, (nasceu em 17 de julho de 1895) completado seu 81.0 ano
de existência te"rena. Seus restos mortais foram postos à disposição do Senhor de sua ressureição, no dia 12 de
agosto, na terra da cidade de seu refú'
gio terreno, Adelaide, Austrália do Sul.
Dr. Hermann Sasse tornou-se um dos
esteios
do
luteranismo
confessional
quando se negou a assinar e subscrever
a "Declaração de Barmen", aquele mundialmente conhecido documento, elaborado em protesto às perseguições da política eclesiástica dos partidários de Hitler contra a Igreja Confessional Evangélica da Alemanha. Hermann Sasse, no
início estava muito a favor desta declaração; ele mesmo participou na elaboração das Teses.
No entanto, quando
os teólogos ao redor de Karl Barth introduziram elementos calvinistas-existencialistas na formulação final da declaração, protestou e, segundo explicações
dadas pessoalmente ao abaixo assinado, não subscreveu. - Certamente não
porque foi nazista. Ao contrário: sofreu
meses horríveis em campos de concentração do nazismo por causa de sua
firme posição confessional.
Negou-se a
subscrever a afamada "Declaração"
por
sua absoluta fidelidade às Confissões da
Igreja Luterana.
Esta absoluta fidelidade às Confissões Luteranas, também o fez protestar
contra aquela aglomeração de igrejas de
posições confessionais diferentes na igreja Evangélica da Alemanha (EKiD), quando a sua própria igreja, a Igreja Luterana da Bavária, se afiliou à EKiD. Desligou-se desta Igreja e também demitiuse do seu. alto cargo de Professor de
Teologia na Universidade de Erlangen.
Amava tanto a verdade, como ele a tinha conhecido, que em 1949 emigrou com
sua família para a Austrália.
Aqui ele
de novo pôde viver e ensinar segundo
sua consciência.
Desde aquele ano até
o ano passado, por mais de 25 anos, serviu à Igreja Evangélica Luterana na
Austrália na capacidade de professor de
Teologia Sistemática e História Eclesiástica na Faculdade de Teologia do "Immanuel Theological Seminary" na cidade de Adelaide, Austrália do Sul.
Na
mão de Deus lá ele tornou-se o instrumento mais decisivo na unificação das
duas igejas luteranas, de modo que agora em todo aquele continente só existe uma única Igreja Luterana.
Sua voz - mesmo de longe - foi ouvida em todo o mundo teológico através
das suas "Cartas" - "Briefe an lutheri195
sche Pastoren" - que por muitos anos
regularmente foram por ele escritas e em
grande parte republicadas na revista teológica "Lutherische Blatter", que neste ano já tem 28 anos de existência, sob
a redação de um dos grandes amigos e
discípulos de Hermann Sasse, o Dr. Friedrich
Wilhelm
Hopf.
Nestas cartas
(das quais também a "Igreja Luterana"
publicou, através de vários anos, mais
ou menos uma dezena) sua voz se ouviu em respostas à questões fundamentais de Teologia, tais como: A Igreja de
Cristo e sua verdadeira Unidade; A Origem, Forma e Significância das Confissões da Igreja, desde os inícios até o
nosso século;
Os Sacramentos da Igreja, especialmente a Santa Ceia; A Autoridade e a Inspiração das Escrituras Sagradas, etc.
Em todas estas questões
ele procurava e achava as respostas da
Bíblia, demonstrando-se
um verdadeiro
confessor e defensor das verdades biblicas contra todas as aberrações e interpretações espúrias.
Uma das suas obras mais profundas
foi traduzida para a língua brasileira por
Mário Rehfeldt, sob o título "Isto é o
meu corpo" (Ed. CPC), um livro em que
Hermann Sasse expõe, de uma maneira
inequívoca, a doutrina bíblica da Presença Real de Cristo na Santa Ceia, doutrina defendida também pelas Confis-
-:0:-
196
sões da Igreja Luterana. - Friedrich WiI-.
helm Hopf colecionou os mais destacados trabalhos teológicos, ensaios e artigos, que durante os anos foram publicados em diferentes revistas e jornais
teológicos, em dois volumes sob o título "In Statu Confessionis": um verdadeiro monumento dedicado a este "grande", porém muito humilde confessor e
servo do seu Senhor Jesus Cristo, que
foi o nosso querido amigo e mestre, o
Dr. Hermann Sasse.
Escreve Dr. Friedrich Wilhelm Hopf
em memória do Hermann Sasse, no número 113 de "Lutherische Blatter":
"Por cima da vida e da morte deste
homem de Deus está escrito o que confessamos no terceiro artigo;
Tenho crido
no Espírito Santo,
na Santa Igreja Cristã, a Comunhão
dos Santos,
na Remissão dos pecados,
na Ressurreição da carne
e na vida Eterna. Amém."
Sim, dele, com verdade, pode ser
dito o que lemos em Dn 12.3: "Os que
foram sábios, resplandecerão
como o
fulgor do firmamento; e os que muitos
conduziram à justiça, como as estrelas
sempre e eternamente."
Johannes
H. Rottmann
DEVOCION
·S,= Luterana. - Friedrich
WiI-_
::iecionou
os mais destaca:s teológicos, ensaios e ar:",rante os anos foram publi:fferentes revistas e jornais
em dois volumes sob o títu" Confessionis": um verdadei;~'o dedicado a este "granmuito humilde confessor e
'eu Senhor Jesus Cristo, que
: querido amigo e mestre, o
-: Sasse.
Dr. Friedrich Wilhelm Hopf
2. do Hermann Sasse, no nú:8 "Lutherische Bléitter":
:a da vida e da morte deste
Deus está escrito o que cono terceiro artigo:
crido
)rrito Santo,
,ta Igreja Cristã, a Comunhão
,ntos,
nissão dos pecados,
;surreição da carne
.'ida Eterna. Amém."
,Ie, com verdade, pode ser
lemos em Dn 12.3: "Os que
os, resplandecerão
como o
'!rmamento; e os que muitos
à justiça, como as estrelas
eternamente."
Johannes
H. Rottmann
DEVOCIONAL
A
IMAGEfYl DO
(Meditação:
CRISTÃO
SI 51.5-9)
Th. Reuter
V.5: "Eu nasci na iniqüidade, e em
pecado me concebeu minha mãe." A
procriação em si não é algo pecaminoso, pois faz parte da ordem criadora divina (Gn 1.28). Por esta razão também
depois da queda não pode constituir pecado. Este versículo antes fala do efeito que o primeiro pecado teve para com
a humanidade inteira, e por isso para
comigo também.
Pela procriação
uma
geração passa o pecado, característico
do homem depois da queda, à outra geração; meus pais o passaram a mim.
Para apagar o conhecimento desta verdade, o diabo inventou um truque pérfido, a saber, a mentira grosseira da evolução. Segundo esta, o homem devia
ser descendência do animal, tendo-se
desenvolvido no percorrer de milhões
de anos ao estado atual. Seria lógico,
que deste modo o homem não podia ser
pecaminoso, pois o animal, seu suposto
ante passado, não tem alma, nem espírito, nem livre-arbítrio.
O mal no homem destarte não teria nada a ver com
moral, mas seria somente um característico do seu estado primitivo. Não existiria assim na história humana a queda
nem o pecado original, nem culpa hereditária.
Confrontando com esta afirmação tenho que decidir-me:
ou aceito a
verdade divina no tocante ao meu estado natural, ou então concordo com o
pai da mentira, colocando-me no mesmo
nível com os animais que não tem alma,
logrando-me a mim mesmo, querendo
esquivar-me da responsabilidade que tenho diante de Deus.
Outro truque diabólico nesta conexão é
a idéia de o homem nascer em inocência e se tornar mau somente pelo convívio com maus elementos.
Cederei eu
a este logro satânico ou farei uso da
minha reflexão? Basta observar uma cri197
ança ao mentir pela primeira vez, ao dizer propositadamente uma mentira para
proteger-se contra qualquer conseqüência :como não está corando tal criança!
Vejo até que aqui se manifesta que "do
coração precedem os maus pensamentos .. falsos testemunhos" (Mt 15.19) e
que "a norma da lei, gravada nos seus
corações, testemunha-Ihes a consciência
e os pensamentos mutuamente acusando-se" (Rm 2.15). Todavia o diabo tencioha levar-me à convicção de que o
mal, provindo só de fora, podia ser vencido por mim mesmo, mediante um bom
carater e por energia própria, sastifazendo destarte as exigências de Deus e merecendo seu bom agrado. Quero eu iludir-me tão grosseiramente, ou quero levar a sério minha consciência acusadora? Sim, quero conscientizar-me do meu
estado natural assim como o Deus onisciente me vê a mim: "Nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha
mãe."
V.6: "Eis que te comprazes na verdade no íntimo, e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria."
O olhar de Deus penetra no interior. Estando a norma. da lei gravada no meu coração, encontro ainda a lei do Senhor
por extenso na Bíblia.
Estas duas realidades confrontam-me com a vontade
de Deus pelo que toca não somente às
minhas ações e palavras,
aos meus
pensamentos, gestos· e feições, mas também, às minhas omissões e até ao meu
ser inteiro.
A Bíblia diz, resumindo toda a vontade de Deus a nosso respeito:
"Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo" (Lv 19.1). Deus olha o meu interior e vê minha reação
frente à sua lei. Quer ver contrição. Devo arrepender-me, reconhecendo que não
sou como devo ser, que não faço o que
ele manda, mas faço o que ele proíbe.
E Deus compara o que confesso com a
. boca com o que vê no meu coração. Se
bem que eu confesse:
"Sou pecador",
é possível que meus pensamentos acham:
"Não sou pior do que os outros,
pois todos são pecadores." Deste modo escondo-me no anonimato do mundo
pecador.
Penso que posso esquivar-me
do olhar de Deus como Adão e Eva atrás
dos arbustos. Deus, porém, procura sinceridade e veracidade comigo mesmo.
Quer que eu me veja a sós com o Deus
198
santo, quer qué eu sinta não estar conforme a norma divina, quer que eu reconheça ter ofendido a santidade dele
e ter merecido a condenação eterna.
Deste modo, todavia, ainda não me tornei
cristão. O arrependimento acima descrito pode ser um tal "que traz pesar" (2
Co 8.10), como o vejo em Caim que pensou não haver maneira para Deus endireitar sua situação de assassino (Gn 4.13). "Caim se retirou da presença do
Senhor" (v.16), isto é, do lugar onde Deus fez "conhecer a sabedoria no recôndito".
Na família de Adão vivia a fé no
Deus de amor que prometera salvação
aos pecadores.
Este amor é a "sabedoria no recôndito" do coração de Deus,
revelada nas promessas divinas, no santo
evangelho.
O arrependimento
que não traz pesar,
diz: "Que vergonha! Ofendi ao Deus de
amor! Concorri em crucificar o Filho de
Deus e empurrá-Io à morte. Meus pecados são os cravos que o prenderam à
cruz, que o fizeram gemer: 'Deus meu,
Deus meu, por que me desamparaste?'"
Sentir doridamente' a vergonha de ter agido contra este santo Deus do amor, isto
é verdadeiro arrependimento e contrição.
Que Deus mos conceda!
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V.7: "Purifica-me com hissôpo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve."
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Vejo que no Antigo Testamento observaram-se ritos de purificação.
Num destes,
o sangue de um animal imolado se aspergiu por meio dum ramo de hissôpo
sobre a pessoa a ser purificada.
Num
outro, cumpriram-se lavagens cerimoniais.
Davi se refere parabolicamente a estes
ritos, pedindo que Deus, de um modo
semelhante, porém mais sublime, efetue
a purificação de Davi. É óbvio, que essa não é conseguida por sangue de animal ou água simples.
Vejo que todos
os detalhes do culto do Antigo Testamento são tipos daquilo que Deus prometeu fazer para a redenção. Vejo que
são sombras do corpo que havia de vir
(CI 2.17), a saber, o Cristo. Diz a carta
aos Hebreus (9.13,14): "Se o sangue de
bode e de touros santifica os contaminados quanto à purificação da carne,
muito mais o sangue de Cristo purifica
a nossa consciência."
E João escreve
(1 Jo 1.7): "O sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado."
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E João escreve
"O sangue de Jesus, seu Fipurifica de todo pecado."
A
gota mínima pode dar pureza plena a
todo o mundo, o libertando do vil demônio infando (Hinário 177.9).
As lavagens do Antigo Testamento não
são nada mais do que tipos do sacramento da "lavagem de água pela Palavra" (Ef 5.26).
Tudo aquilo que Cristo
adquiriu por sua obediência ativa e passiva, ele o incluiu no santo batismo, e
isso dum modo tão certo como as palavras são verdade eterna que dizem:
"Quem crer e for batizado, será salvo"
(Mc 16.16).
Para ilustrar o valor e a qualidade desta lavagem espiritual, Davi compara o efeito dela com um fenômeno natural familiar aos habitantes daquela terra, mirando o cume Hermom, a saber, a neve
eterna lá, aquela pureza tão alva. Tão
pura e não contaminada como esta neve se oferece à vista, tão perfeita é a
pureza que o batismo efetua, pureza
"sem mácula ou cousa semelhante" (Ef
5.27).
Dela Paul Gerhardt canta num
hino natalício: '.'Louvo algum em mim é
visto.
Limpo estou, justo sou pelo amor de Cristo."
Exclamo com Paulo:
"Agora, pois, nenhuma condenação há
para os que estão em Cristo Jesus"
(Rm 8.1).
V.8: "Faze-me ouvir júbilo e alegria,
para que exultem os ossos que esmagaste."
Nova tão sublíme não pode ser objeto
só de raciocínios, bem que eu precise
da razão para compreender as palavras
da mesma e reconhecer seu conteúdo.
A nova é a Boa Nova, o Evangelho, a
notícia alegre.
Esta origina uma transmudação no meu íntimo. Anteriormente,
pela pregação da Lei de Deus, "martelo
que esmiuça a penha" (Jr 23.29), fiquei
destroçado, como que os meus ossos
fossem esmagados (cf.a descrição da
contrição nos outros salmos de arrependimento:
6; 32; 38; 102; 130; 143).
Agora, porém, percebo a nova do perdão,
a nova de júbilo e de alegria como um
bálsamo sedativo, assim que digo: E como a mão de cirurgião que endireita todo o meu corpo, todo o meu ser. Começo a exultar e a gloriar o nome de meu
Salvador, do Senhor que me sarou (Ex15.26). Esta alegria que se apoderou de
mim se me torna o elemento da vida.
Não importa mais, como se me apresentam os' dias de minha vida, se a tribu~
lação se amontoar às vezes, ou se ela
me acompanhar por longos trechos da
vida.
Sou perdoado.'
Por isso o dito
de Salomão se refere também a mim:
"Ele não se lembrará muito dos dias
de sua vida, porquanto Deus lhe enche
o coração de alegria" (Ec 5.20).
Sinto-me no convívio com os Filipenses, aos
quais Paulo tanto escreve acerca da alegria e os exorta:
"Alegrai-vos
sempre
no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos
(4.4). Oxalá eu aparecesse muito mais
alegre no Senhor. Para eu não me ver
criticada por aquele pensador afamado,
mas incrédulo, que disse: "Os. cristãos
deveriam aparecer-me muito mais redimidos !"
V.9: "Esconde o teu rosto de meus
pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades."
Confessei meu pecado, fui perdoado e
me alegro.
Não convem, todavia, ficar
agora despreocupado.
Minha justificação não é uma transformação do meu
ser. É, antes, um ato que se dá no coração de Deus, um ato forense.
Deus
me justifica a mim, o ímpio. Juiz algum
deveria proceder assim (pr 17.15), porque o direito tem que prevalecer.
Deus,
sim, ele justifica o ímpio, pois o direito
divino foi satisfeito pela obediência ativa
e passiva de Jesus Cristo.
Por amor
dele fui justificado.
Ele me substituiu a
mim em sua justiça e paixão. Creio nele,isto é: ponho toda a minha confiança
na sua obra vicária.
Sua justiça agora
me é imputada.
Sou justificado perante Deus. Deus me vê tão justo, como
é justo o seu Filho.
Permaneço, todavia, pecador no que diz
respeito ao velho homem que habita em
mim até ao sepulcro.
"Simul justus et
peccator", diz Lutera, descrevendo o redimido.
Paulo pinta um quadra vivo deste conflito em Rm 7.15-23.
Por isso necessito do perdão contínuo.
É mister Deus
esconder o seu rosto dos meus pecados
que diariamente cometo, e de apagar
sempre de novo as minhas iniqüidades.
Todas elas.
A Bíblia inclui também
a mim.
Perguntando:
Quem há que
possa descernir
as próprias faltas?"
Por esta razão também eu tenho que
pedir:
"Absolve-me das faltas que me
são ocultas" (SI 19.12).
199
Envolvido por completo no perdão, vivo
mesmo, sou vitalizado, vivo realmente
no sentido de GI 2.19 b, 20. O perdão
divino é o sol da graça, sol este de que
me vem a força para viver como um redimido.
Esboço: O crente vê a sua imagem
em cinco facetas:
1 - Pecaminoso por descendência
2 - Arrependido por meio da Palavra
3 - Purificado por Cristo
4 - Regozijado pelo Evangelho
5 - Vitalizado pelo perdão contínuo.
"BEM-A VENTURADOS OS
MANSOS"
(Meditação - Mt 5.5)
J. E. van den Brink
Diz assim a terceira bem-aventurança:
"Bem-aventurados' os mansos, porque eles herdarão a terra."
Quem pertence a esta categoria e quais são suas
qualificações?
Está o Senhor se referindo aos pretensos sentimentais, que
sempre falam terna e amorosamente de
uma necessidade geral e coletiva, mas
que nunca fazem coisa alguma para a
edificação da igreja ou da família? São
estes homens tímidos, que não sabem
dizer não, sempre duvidando até mesmo
de si, sempre, se comprometendo,
são
estes os bem-aventurados?
Este glorioso futuro está prometido aos de caráter imponente, destituidos de energia e
dinamismo?
Apontando a Si mesmo como um exemplo o Senhor disse ser manso e humilde.
Os que o seguem acharão descanso para as suas almas. O próprio
Jesus era, em Si mesmo, uma fonte de
poder espiritual, sabedoria e conhecimento, entretanto se entregou à direção
do seu Pai celestial. Os mansos são dóceis. São accessíveis a influências externas.
Jesus disse referindo-se a si
mesmo:
"Em verdade, em verdade vos
digo que o Filho de si mesmo nada pode fazer, senão o que vir o Pai fazer."
Os mansos gostam de ser guiados. Quem
não tem esta qualificação é ingovernável.
Pessoas possuídas por espíritos maus
são insubmissas.
Em alguns casos a
Bíblia os chama de teimosos e obstinados, semelhantes a uma criança que resiste aos pais. É um comportamento
natural a obediência dos filhos aos pais.
Se eles se recusam a obedecer-Ihcs, a
quem vêem, possivelmente não poderão
obedecer a Deus a quem não vêem. Se,
entretanto, acontecer de a criança ficar sob
a influência de um espírito mau, não se
harmoníza com aqueles que cuidam dela, o que seria lógico, mas ao, espírito
injusto e mau de rebelião.
A Bíblia
chama a desobediência e a rebelião de
pecado de adivinhação e feitiçaria.
A teimosia não é chamada de adivinhação, mas tem as mesmas origens,
que é a obediência a Deus, portanto é
idolatria.
Em decorrência da velha aliança não ter tido compreensão do reino
dos céus e ser incapaz de libertar uma
criança da escravidão do mal, isto é,
incapaz de tirar a teimosia do coração,
o processo de desobediência nas crianças, às vezes, chegava ao seu clímax
com a morte da mesma. Então o filho
rebelde era morto, como idólatra, por
todos os homens da tribu(Dt 17.5; 21.12).
Os mansos são pessoas livres, que
não sofrem a influência perniciosa dos
espíritos maus.
Jesus os chama de
bem-aventurados, felizes.
Esta bem-aventurança é também um paralelo às anteriores e tem uma condiço.
A benção
não será recebida porque se é pobre de
espírito, ou porque se chora, ou pelo
fato de se ser manso, gentil e submisso.
O senhor afirma aqui que Sua mensagem do reino dos céus abre um caminho
de livramento para todos.
Os mansos,
que são chamados de abençoados, abrem seus corações para o Espírito de
Deus. Durante sua vida na terra Jesus
guiou seus discípulos no caminho certo.
Prometeu mandar o Espírito Santo depois de sua partida, para guiar às fontes da vida todos aqueles que recebessem de seu Espírito;
Este mesmo Espírito faz verdadeiras as palavras do poeta dos Salmos:
"Guia os mansos no
que é reto, e Ihes ensina o seu caminho."
O oposto do manso é o teimoso ou
rebelde.
Estevão disse aos líderes:
"Homens de dura cerviz e incircuncisos
de coração e ouvido, vós sempre resistis à (direção) do Espírito Santo;" Naque-
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mau de rebelião.
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Em decorrência da velha ali:er tido compreensão do reino
e ser incapaz de libertar uma
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tirar a teimosia do coração,
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naus.
Jesus os chama de
rados, felizes.
Esta bem-aé também um paralelo às antem uma condiço.
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u porque se chora, ou pelo
ser manso, gentil e submisso.
afirma aqui que Sua mensano dos céus abre um caminho
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Os mansos,
hamados de abençoados, acorações para o Espírito de
-ante sua vida na terra Jesus
discípulos no caminho certo.
'TIandar o Espírito Santo dea partida, para guiar às fontodos aqueles que recebesu Espírito;
Este mesmo Eserdadeiras as palavras do po:Imos:
"Guia os mansos no
e Ihes ensina o seu camin'!.
:0 do manso é o teimoso ou
Estevão disse aos líderes:
ie dura cerviz e incircuncisos
e ouvido, vós sempre resis~o) do Espírito Santo," Naque-
les judeus habitava um espírito de teimosia, o espírito de Satanás, o adversário. Jesus disse a respeito deles: "Tendes o diabo por pai." - Por esta razão
eram incapazes de obedecer, não podiam ouvir e cumprir o que Deus ordenava.
Moisés era uma pessoa muito mansa e
o Senhor pode guiá-Io. Quando perdeu
sua mansidão, ainda que por um momento, se pôs na mesma posição de um
homem de dura cerviz e não entrou na
terra prometida, uma imagem do Reino
dos céus. Abraão era manso, portanto,
Deus pôde guiá-Io, desde a sua terra e
seu povo até uma terra estranha. Além
disso o Espirito de Deus o guiou para
um lugar ainda melhor, isto é, a pátria
celestia!.
Pedro, o apóstolo, admoestou as mulheres que conquistassem seus maridos
incrédulos através' de um espírito calmo
e submisso.
O que não puderam fazer
com jóias e frizar de cabelos, somente
o conseguiram através de uma atitude
submissa.
É impossível que uma mulher alcance seu marido se tiver um espírito de teimosia e rebelião.
O Espírito Santo nunca dirige uma
pessoa usando a violência e por esta
razão somente os mansos estão qualificados para o Reino de Deus, aqueles
que são guiados por sua mão, por seu
Espírito. Se resistirmos ao Espírito, ele
se afastará de nós. Paulo diz aos gálatas:
"Irmãos, se um homem chegar a
ser surpreendido em algum delito, vós,
que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão."
Pessoas espirituais são guiados pelo Espírito Santo e ele
nunca Ihes orienta a agirem com raiva,
fúria ou violência.
O Espírito Santo só
pode lidar com pessoas que sejam tratáveis, dóceis, o que, naturalmente, inclui mansidão.
Os mansos são para a
Palavra de Deus como um canal aberto,
não como um solo empedernido:
"Recebei com mansidão a palavra em vós
implantada", pois o solo endurecido não
é receptível.
Deve ter sido chocante para os judeus quando ouviram que somente os
mansos herdariam a terra.
Pois esperavam que seus problemas políticos fossem resolvidos por uma vitória militar,
não através da direção do Espírito Santo. Pensavam que a herança da terra ou, mais diretamente, do país - depen-
desse de uma demonstração de força e
poder exterior. Mas as pessoas que herdarão a terra, que até mesmo governarão
todo o universo, não são as agressivas,
mas as mansas. "Sabeis que os santos julgarão o mundo?"
Deus só pode
usar pessoas como o manso Moisés,
pois só estes são capazes de guiar as nações e governar em obediência a ele. A
descendência de' Abraão é o "herdeiro
do mundo", isto é, Cristo e os que estão em Cristo.
No Novo Testamento a palavra herança é quase sempre usada em conexão com bençãos espirituais, com uma
herança celestial, com a vida eterna,
com as promessas. A terra não é mencionada aqui, pois dentre os mansos
Deus recrutará aqueles que herdarão tudo. Até então, o que governa o mundo
comanda a terra através de meios de violência, agressão, compulção e supressão. Na plenitude do tempo "os reis
da terra" serão revelados, aqueles que
governam junto com seu "Capitão".
E
serão achados aptos, porque são guiados pelo Espírito de Deus e portanto fazem a vOntade do Pai.
COMUNHAO E AÇAO
IINO SENHOR 111
(Estudo bíblico)
(Romanos 16.3-16)
Vilson Scholz
Introdução:
Apenas mais uma destas insípidas
relações de nomes que estão na Biblia.
Algo semelhante às genealogias.
Nomes
difíceis, estranhos e malsonantes. Esta
é a primeira impressão.
É uma impressão falsa.
Romanos 16
é um dos mais instrutivos capítulos do
Novo Testamento (Emil Brunner). É pre. ciso apenas lê-Ia adequadamente, com
É um
mente aberta para os detalhes.
capítulo importante por ser o epílogo da
carta aos Romanos, a jóia do Novo Testamento, o mais rico escrito doutrinário
de toda a Bíblia. Além disso, é o mesmo Paulo quem escreveu os 15 primeiros
capítulos e este ultimo é-lhe igualmente
importante.
201
Romanos 16 nos mostra que a congregação cristã é formada por pessoas,
nomes, que individualmente são importantes para Deus. No Cristianismo o que
interessa e é de importância vital são as
pessoas: o Deus pessoal, em contraste
com o "deus"
imanente (politeísmo) e
o "deus"
espírito transcendente
(ens
spirituale) dos filósofos; as três pessoas:
Pai, Filho, Espírito Santo (trindade na
unidade); a pessoa individual - o cristão.
Cristianismo não é massa, povo, - é indivíduo.
Eis então o grande significado
de Romanos 16: tudo o que Paulo escreveu anteriormente não fica suspenso no
ar mas sim, é uma realidade na vida de
indivíduos e por isso Paulo cita nomes.
Quando Paulo cita "Apeles, aprovado em
Cristo", "Rufo, eleito no Senhor" ele faz
com que as palavras escritas anteriormente (como pr. ex. "Concluímos, pois,
que o homem é justificado pela fé, independentemente
das obras da lei" Rm 3.28), sejam trazidas para a vida,
deixando de ser apenas uma afirmação
É como se ele dissesse: "Conteórica.
cluímos que Urbano, Asíncrito são justificados pela fé ... "
Estas pessoas, no Cristianismo, se relacionam. Se relacionam no sentido vertical e horizontal:
e isto forma a COMUNHÃO. Esta é a primeira grande lição e verdade deste texto:
por detrás
das saudações vemos que existe uma
Grande Família ligada pela comunhão.
COMUNHÃO
a) "Saudai ...
Saudai ...
Saudai"
(v. 3, 5, 6, 7, etc.) Paulo escreve aos
cristãos de Roma, em Corinto, durante
o inverno de 55-56 A. D. A congregação
de Roma era-lhe em grande parte desconhecida
(1.13).
Àqueles que Paulo
conhece ele solicita que saúdem.
importante é que ele não diz "eu vos saúdo" mas "saudai vós este e aquele".
Paulo pede que os próprios cristãos de
Roma saúdem uns aos outros em seu
lugar. Paulo tem por objetivo incentivar
a comunhão, a união.
Os cristãos de
Roma podem saudar os outros em lugar
de Paulo porque existe um elo comum
que os une:
o SENHOR. Na verdade,
quando um cristão saúda o outro, ele se
confessa ligado a este em nome de Cristo. Por isso, quando Paulo, que viveu
202
inteiramente para Jesus e que fazia tudo em Cristo, fala em "saudar' ele não
quer expressar mera simpatia humana
mas sim união e amor em Jesus.
b) "Saudai a meu querido Epêneto,
primlcias da Ásia, para Cristo" - Epêneto foi o primeiro gentio da Ásia incorporado em Cristo.
Bem-aventurados
os
primeiros que não abandonam o primeIro amor!
Epêneto continuava em Cristo e por isso Paulo não receia em usar
a calorosa palavra "meu querido", "agapeetón mou", meu amado (v. 5).
c) "Saudai Amplíato, meu dileto amigo (no original "meu amado") NO SENHOR ... e a meu amado Estáquis" (v.
8,9)
"amado NO SENHOR" - Fato que se
destaca neste capítulo 16 de Romanos
e que é de profunda implicação teológica é a insistência com que Paulo enfatiza o "no Senhor" (en kyríoo), "em
Cristo" (en Kristõo).
Para ser exato,
Paulo, em suas cartas, emprega essa
expressão 164 vezes. Andrônico e Júnias estavam em Cristo antes de Paulo
(v. 7). Os da casa de Narciso estão no
Senhor (v. 11).
Estar no Senhor, estar
em Cristo querl dizer "estar ligado a ele".
"Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós", .diz Jesus em João 15.4
Objetivamente somos ligados a Cristo
pelos meios da graça.
O batismo nos
incorpora em Cristo, nos torna corpo de
Cristo que é a Cabeça (há uma estreita,
absolutamente necessária relação entre
cabeça e corpo). Subjetivamente, o que
nos liga a Cristo é a fé. Estar em Cristo, estar no Senhor em resumo quer dizer "ter comunhão com Cristo", a comunhão vertical.
Os que tem esta comunhão tem também razões suficientes
para chamar o irmão de "amado nó Senhor", estabelecendo a comunhão horizontal mesmo que se trate de um escravo,
que para os homens era "coisa". (Amplíato provavelmente era escravo).
d "Saudai os da casa de Aristóbu10 ...
os da casa de Narciso, que estão
no Senhor" (v. 10,11) - Os da casa de
Aristóbulo e Narciso são dois grupos de
escravos compostos de muitas pessoas.
(Eram conhecidos não pelo nome mas
como sendo da casa de, propriedade
de Aristóbulo e Narciso, os senhores,
donos). São pessoas despersonalizadas
(não Ihes conhecemos os nomes), rlas-
sificadas, sem expressão scc,;.
cravos, objetos.
Mas, estão no
E isto basta. Paulo não c::; ::~
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este capitulo 16 de Romanos
je profunda implicação teológisistência com que Paulo enfa10 Senhor"
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Para ser exato,
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164 vezes. Andrônico e Júam em Cristo antes de Paulo
da casa de Narciso estão no
11). Estar no Senhor, estar
querl dizer "estar ligado a ele".
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O batismo nos
em Cristo, nos torna corpo de
é a Cabeça (há uma estreita,
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corpo). Subjetivamente, o que
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Os que tem esta co1m também razões suficientes
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os homens era "coisa". (Amavelmente era escravo).
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e Narciso são dois grupos de
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da casa de, propriedade
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conhecemos os nomes), 1'1 as-
sificadas, sem expressão social. São escravos, objetos.
Mas. estão no Senhor.
E isto basta. Paulo não diz que "são
cristãos"
ou que "crêem em Cristo"
mas que "estão no Senhor", que tem
uma existência nova, iniciada em Jesus
e determinada por Jesus.
Neste estar
no Senhor, que os comprou da escravidão espiritual com sua morte substitutiva na cruz, está sua importância. Apesar de humanamente escravos, são livres no Senhor. Paulo escreve aos cristãos da Galácia (GI 3.28) que os que
estão em Cristo, que sejam escravos
quer libertos, são um só. Estes escravos de Roma estão em Cristo e por isso
Paulo os saúda e solicita que os romanos os saúdem como conservos do Senhor Jesus.
e) "Saudai .. , aos irmãos que se
reúnem com eles '"
os santos que se
reúnem com eles" (v. 14,15). - Estas
duas afirmações nos mostram que os
cristãos de Roma não se reuniam numa
única sala de cultos. A congregação se
reunia em diversas casas. Paulo menciona três congregações domiciliares neste capitulo 16 de Romanos: a da casa
de Áquila e Priscila (v.5), os que se
reunem como os mencionados no v. 14
e os do v. 15. Paulo denomina-os de
"santo" porque apesar de não o merecerem eles o são, declarados por Deus,
devido à cruz de Cristo e devido ao fato de eles estarem em Cristo. Os "santos" em Cristo são "irmãos" entre si. Os
irmãos formam o corpo de Cristo, e o
corpo de Cristo se reúne, mantém a
comunhão.
f) "Saudai-vos uns aos outros com
ósculo santo. Todas as igrejas de Cristo vos saúdam". (v. 16) - Com estas palavras Paulo aumenta e fecha o circulo
da comunhão.
Ele solicitara que, em
seu lugar, saúdassem diversas pessoas:
escravos, livres, gentios (Epênoto - v. 5),
gente de origem judaica (Andrônico e
Júnias), romanos (Urbano' - v. 9), homens
e mulheres que agora eram um só corpo
pela união com Cristo.
Agora Paulo
pede que saúdem uns aos outros, aumentando o círculo.
Pede que se saúdem com o ósculo (beijo) santo. Esta
era uma cerimônia estabelecida na igreja antiga e temos menção dela em 1 Co·
16.20, 2 Co 13.12, 1 Ts 5.26, Pe 5.14.
Cada um se dirigia ao vizinho dando e
recebendo um beijo na face, demonstrando que estavam unidos pelo mesmo
vínculo. l:: um costume que ainda persiste nas igrejas do Oriente, onde homens e mulheres sentam separados na
igreja.
Para ampliar o circulo da comunhão
e fechá-Ia, Paulo, diz que todas as igrejas de Cristo (não "as igrejas do oriente"
mas "as igrejas de Cristo") saúdam a
igreja de Roma (ocidente). A grande família dos que estão em. Cristo está reunida, está em comunhão.
AÇAO
A segunda grande verdade de Rm
16 é que a congregação, aquele corpo
em comunhão, é um todo ativo, é uma
comunidade ativa que trabalha no SENHOR.
a) "Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus".
Áquila e Priscila formam um casal exemplar no Novo
Testamento.
Moravam originalmente em
Roma donde foram expulsos por um decreto de Cláudio em 49 D.C. (At 18.2).
Foram a Corinto onde Paulo foi seu hóspede após seu "fracasso"
em Atenas.
De Corinto Paulo os levou consigo a Êfeso (At 18.19). onde instruem Apoio (At
18.26) e mantém uma igreja em sua casa (1 Co 16.19). Deixando de vigorar
o decreto de Cláudio, eles voltam a Roma (Rrri 16.3). Mais tarde encontramolos novamente em Éfeso (2 Tm 4.19).
Um casal que muito se moveu dentro do
Império Romano e que aproveitou esta
sua situação para ser "cooperador"
na
obra que Paulo estava realizando em
Cristo Jesus. Paulo era o pioneiro. Sua
estratégia missionária era lançar a semente em determinados centros, criando pequenas células, prosseguindo viagem então. A partir destes centros (Êfeso, Corinto, etc.) o trabalho se desenvolvia, era continuado.
Nesta expansão
e neste trabalho de edificar, instruir o
corpo de Cristo entrava o trabalho de
outras pessoas e entre estas o de leigos como Priscila e Áquila, em cuja casa se reunia parte da congregação de
Roma (v. 5).
Eles igualmente arriscaram suas próprias cabeças por Paulo. Não sabemos
o "quanto" nem o "onde" contudo sabemos que houve muitas destas situa203
ções e experiências das quais hoje nos
faltam detalhes mas que nos novos céus e nova terra ouviremos maiores detalhes contados pelos personagens nelas envolvidos, entre os quais Áquila e
Priscila.
Por este seu cooperar com Paulo,
por este seu arriscar da vida por Paulo,
são-lhe gratos as igrejas dos gentios,
somos-Ihes gratos também nós que dentre os gentios fomos incorporados em
Cristo.
b) " ... Maria que muito trabalhou
por vós" (v. 6) - É notável o trabalho
das mulheres.
Sua atuação é destacada. Priscila, citada antes de Áquila seu
marido; Maria, Pérside, Trifena e Trifosa, etc. Quantas servas consagradas!
c) " ... Urbano, que é nosso cooperadar em Cristo" (v. 9) Urbano, "nosso'
cooperador de Paulo e dos romanos. Era
cooperador não por causa de vantagens
pessoais, por tradição, para manter aparências, por amizade a Paulo e aos cristãos de Roma; ele era cooperado r em
Cristo, ele agia porque estavà em Cristo,
porque Cristo agia nele e por intermedia dele .
d) " ... Trifena e Trifosa ... trabalhavam no Senhor ....
Pérside que também muito trabalhou no Senhor" (v. 121
- Mulheres que trabalharam
e muito.
Não trabalharam para a igreja.
Trabalhavam no Senhor, como fruto da união
com este, e no serviço do Senhor.
igreja primitiva desconhecia um trabalho
voltado para uma denominação, uma organização externa.
Trabalhavam no e
para seu Senhor, eles, os servos redimidos.
e) " ... Rufo ...
e sua mãe, que
também tem sido rT\ãe para mim" (v. 13).
"mãe para mim" - por detrás destas
palavras está uma história viva ocorrida
no passado, talvez em Jerusalém. Mães,
além de serem mães no âmbito humano
(mãe de Rufo), podem ser e são também
mães para os servos de Deus (Paulo e
outros) rio Senhor!
Rufo - segundo Me 15.21, trata-se
do filho de Simão Cireneu. (Marcos, o
transmissor, o intérprete de Pedro, escreveu .seu Evangelho em Roma, para os
romanos razão porque, ao relatar sobre
Simão, refere-se a Rufo e Alexandre que
eram conhecidos dos romanos).
Assim
sendo, Rufo é o filho do homem que por
204
coação carregou a cruz de Cristo rumo
ao GÓlgota. Agora Rufo leva sua cruz
espontaneamente e difunde a cruz de
Cristo na capital do mundo de então,
Roma. É provável inclusive que Rufo
junto com Andrônico e Júnias tenham
sido os pioneiros do trabalho em Roma.
Já na primeira geração o Evangelho
de Jesus estava em Roma, criando a comunhão e impulcionando para a ação.
Sejamos cooperadores do Evangelho para que isto seja realidade no Brasil!
"SERVOIl
(Estudo bíblico)
(At 16.17)
Valdir
Feller
No Grego a palavra é "doulos" e se
traduz literalmente por "escravo".
~ o
termo fundamental de todo o cristão. Significa um objeto, um escravo, ou alguém que foi comprado por um determinado preço, e recebeu então a marca
. de seu dono, e não tem a liberdade de
fazer o que quer e de falar o que quer,
só deve fazer a vontade de seu dono.
O verdadeiro servo de Deus é na realidade um escravo, não um empregaao.
Um servente, um empregado, ou um o·
perário, como nós conhecemos nos dias
de hoje, pode desejar a sua liberdade
a hora que quiser; trabalha segundo um
certo horário (Horista-quinzenista-mensalista-empreiteiro etc.) e tem partes do
dia livre para fazer o que quizer; trabalha
por um salário; possui vontade própria
e pode pensar por sua conta; pode discutir o 'preço que quer pelos seus serviços; o que quer fazer; onde quer trabalhar; possui leis que o protegem; possui certas garantias (INPS-FGTS-PIS-Sin'
dicatos, parques de recreação etc.).
Um escravo não pode fazer nenhuma
dessas coisas. O escravo é uma possessão absoluta de seu amo e não tem tempo para fazer o que ele quiser, nem vontade que se possa dizer sua. Deve render a sua vida ao seu dono, sem fazer
perguntas, sem opor objeções ou restrições, sem poder escolher o que ele
quer fazer, sem poder tirar férias (no cristianismo não há férias - não se pode deixar de ser cristão por um determinado
tempo como que para dGecs' ~S'nós, como cristãos, somcs 7~:-'
Deus e não possuimos 'C·'::'::7
Nós somos objetos comp-~:::=e
to pagou o preço. 1 Cc ê = =
fostes comprados pcr :'s~:
pois, glorificai a Deus nCi:: õõ ::
(demonstra a nossa ob(g::.:~:: :~
cravos compradOS). O Cri,;: ~:~
lado quando nós nos vet"c=-:::,
bo (O salário do pecado 2 s -:~
6.23). Cristo pagou o :;0'=:: .:
resgatar desse pecado e ::':;;'::' ª
so dono.
Foi o Gn:cc:.s
:;"
condições de ,esga::ar ::, :=
alguém, pois e'a "es: es:::.::'
cravo é um se, C'SS:: " õ,,própria e, conss:::",s-:::s,,-::"
libertar ou des,,:,,' ",- :: ,h::
cravo não pode
::s '~S' '
tem que obedece' ,,; SS_ :::-:
j
to alguém está es ::s:: s.-=: s õ-:'
diabo e não pode õ6
si mesmo).
Para quem Cristo p.a:-~;,; '"
Cristo morreu para De",,, :: ::S;;'
lou o preço. O diat.ç ,..~::: s:~
preço pois está abaixo ::e :",..2
está acima de tudo. dee -::õ <;
e ele faz o preço. (Tai:;ez_ esquema esclareça meiho"
Douloi são todos os (;'.;6 ;;,
pagamento de Cristo. Cad2 s-õ:
sua obrigação, sua incurntê-:: ~
isso o seu Dono lhe dá::-j
equipa (dons espirituais) .. ::...."
vos temos dois nascimen::s
,~
carne, para o mundo e
espírito, para a vida pelo :3-õ-:"
e Nicodemos ...
"impo~::.-.:~
de novo") ..
0:.'-;:
Quem
é
servo, ou escravo
á
ABRAÁO é servo de Ds~õ
24; SI 105.42.
MOISÉS recebe este
zes do qualquer um outr:: :.~
da bíblia - Ex 14.31; Nm -2-;
Js 1.1; 2.7; 13.15; 8.31; 11-2
2Cr 24.6; Ne 1.7; 10.19; Se • '"
10; 144.10; Dn 9.11.
JACÓ é servo de Deus - ~
45.4; Ez 37.25.
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capital do mundo de então,
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~ Andrônico e Júnias tenham
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primeira geração o Evangelho
estava em Roma, criando a coimpulcionando para a ação.
ooperadores do Evangelho pa'o seja realidade no Brasil!
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(Estudo bíblico)
(At 16.17)
Valdir
Feller
ego a palavra é "doulos" e se
É o
sralmente por "escravo".
damental de todo o cristão. Si"1 objeto,
um escravo, ou al3 foi comprado por um deterreço, e recebeu então a marca
ono, e não tem a liberdade de
ue quer e de falar o que quer,
azer a vontade de seu dono.
jadeiro servo de Deus é na re11 escravo, não um empregaClo.
nte, um empregado, ou um 0orno nós conhecemos nos dias
pode desejar a sua liberdade
1e quiser; trabalha segundo um
ário (Horista-quinzenista-mensasiteiro etc.) e tem partes do
ara fazer o que quizer; trabalha
;alário; possui vontade própria
3nsar por sua conta; pOde diseço que quer pelos seus servie quer fazer; onde quer traba,ui leis que o protegem; posgarantias (INPS-FGTS-PIS-Sinarques de recreação etc.).
cravo não pode fazer nenhuma
'sas. O escravo é uma posseslta de seu amo e não tem tem,zer o que ele quiser, nem vonse possa dizer sua. Deve renvida ao seu dono, sem fazer
sem opor objeções ou res3m poder escolher o que ele
sem poder tirar férias (no cr:são há férias - não se pode dei'r cristão por um determinado
tempo como que para descansar). Assim,
nós, como cristãos, somos escravos de
Deus e não possuimos vontade própria.
Nós somos objetos comprados.
Cristo pagou o preço. 1 Co 6.20: "Porque
fostes comprados por preço.
Agora,
pois, glorificai a Deus no vosso corpo".
(demonstra a nossa obrigação como escravos comprados).
O preço foi estipulado quando nós nos vendemos ao diabo (O salário do pecado é a morte - Rm
6.23). Cristo pagou o preço para nos
resgatar desse pecado e agora é o nosso dono.
Foi o único que possuia as
condições de resgatar ou de comprar
alguém, pois era sem pecado.
Um escravo é um ser preso e sem vontade
própria e, consequentemente, não pode
libertar ou desatar um outro. Um escravo não pode libertar o outro, pois
tem que obedecer ao seu dono (Enquanto alguém está em pecado é escravo do
diabo e não pode se libertar dele por
si mesmo).
Para quem
Cristo
pagou
o preço?
Cristo morreu para Deus, e este estipulou o preço. O diabo não estipulou o
preço pois está abaixo de Deus. Deus
está acima de tudo, dele nos afastamos
e ele faz o preço. (Talvez um pequeno
esquema esclareça melhor). '"
Douloi são todos os que aceitam o
pagamento de Cristo. Cada escravo tem
sua obrigação, sua incumbência e para
isso o seu Dono lhe dá condições, o
equipa (dons espirituais).
Como escravos temos dois nascimentos; um para a
carne, para o mundo e o outro para o
espírito, para a vida pelo batismo. (Cristo
e Nicodemos ...
"importa-vos
nascer
de novo").
Quem
é
servo, ou escravo de Cristo?
ABRAÃO é servo de Deus - Gn 26.
24; SI 105.42.
MOISÉS recebe este título mais vezes do qualquer um outro personagem
da bíblia - Ex 14.31; Nm 12.7; Dt 34.5;
Js 1.1; 2.7; 13.15; 8.31; 11.12; 1Cr 6.49;
2Cr 24.6; Ne 1.7; 10.19; SI 105.26; 132.
10; 144.10; Dn 9.11.
JACó é servo de Deus - Is 44.1,2;
45.4; Ez 37.25.
CALEBE E JOSUÉ são servos de Deus - Nm 14.24; Js 24.9; Jz 2.8.
DAVI ocupa o segundo lugar, com
respeito a Moisés, entre os servos de
Deus - 1Re 8.66; 11.36; 2Re 19.34; 20.6;
1Cr 17.4; titulos dos salmos 18 e 36; SI
89.3; Ez 34.24..
ELlAS é servo de Deus - 2Re 9.36;
10.10.
JÓ é servo de Deus - Jó 1.8; 42.7
OS PROFETAS são servos de Deus
2Re 21.10; Am 3.7.
OS APÓSTOLOS são servos de DeusFp 1.1; Tt 1.1; Jd 1; Rm 1.1; 2Co 4.5.
UM HOMEM COMO EPAFRAS é também servo de Deus - CI 4.12.
TODOS OS CRISTÃOS SÃO SERVOS
DE DEUS - Ef 6.6.
Podemos acrescentar ainda;
Os maiores homens da história tem
considerado como a maior honra saberem ser servos de Deus. Não havia título mais alto que se podia aspirar entre
os reis cristãos. O lema do principe de
Gales, que se inscreve debaixo de três
plumas de seu escudo é "servo".
Nada neste mundo pode ser maior do que
um servo de Deus.
Devemos notar a amplitude a que este termo se refere:
Moisés, o LEGISLADOR;
Davi, o PASTOR DE OVELHAS, o
mais doce CANTOR de Israel, o REI de
sua nação;
Abraão, o PEREGRINO E AVENTUREIRO;
Calebe e Josué, SOLDADOS e homens de ação;
Elias e Isaias, PROFETAS e varões
de Deus;
Jó, que foi fiel em seu infortúnio;
Os apóstolos que transmitiram
aos
homens a história de Jesus;
Todos os crístãos, porque todos podem aspirar o título de servo de Deus,
porque ... Rm 3.23,24 ("Fostes comprados por preço" 1Co 6.20) E ... "Agora
não vos torneis escravos de homens" ...
Mas de Crísto - 1Co 7.23.
Não há nada' que Deus não possa
usar, se está disposto a submeter-se a
seu serviço.
Cada um tem o seu d('l~
e como escravo deve usá-Io dignamente
em favor de seu dono.
205
1
1
I
$
I
UMA
PALAVRA
A
CADA
(Estudo bíblico)
(Tito 2.1-10)
UM
Tito recebe recomendações as quais
deve transmitir aos seus congregados.
Elas dirigem-se às mais variadas faixas
de idades.
Arno Bessel
UMA PALAVRA
INTRODUÇÃO - (Algumas recomendações como proceder):
Todos devem ter sua Bíblia.
Leitura particular silenciosa.
Pensar na vida diária (comparar a
vida particular com a narração biblica):
em casa, no relacionamento
com os pais, irmãos; na escola, no
serviço, na igreja.
- Destacar as palavras que mais chamaram a atenção.
Ouvidos atentos:
deixar que Deus
fale:
Obs.:
Antes de principiar a leitura, pode-se fazer a seguinte oração:
"Fala, Senhor, porque o teu servo ouve."
Leitura comparativa com o Novo Testamento na Linguagem de Hoje.
Notar que a palavra de Deus se dirige às mais diversas classes de pessoas. Deus se dirige a cada um a responsabilidade ante Deus é individual.
Todos estão colocados no
mesmo plano.
Tito recebe instruções de Paulo de
como e o que deveria ensinar às pessoas que lhe foram confiadas.
Verso 1 - Tito certamente estava ciente
como proceder e o que ensinar, uma
vez que recebera instruções de Paulo
AOS HOMENS
V. 2
IDOSOS
Verso 2 - Cabe aos homens idosos serem exemplos; são o mastro principal
que dá equilíbrio à congregação, no caso. Sua maturidade e experiência na vida haverão de mostrar-se: 1) Pela temperança - ser moderado, ter medida,
manter-se dentro dos limites cristãos
quanto à bebida, sexo, pensar e falar.
A leviandade, a irreflexão e a imprudência não devem mais acompanhá-I os.
Homens idosos não deveriam deixar arrastar-se pelas paixões e desejos carnais,
nem por emoções espirituais.
2) Pelo
respeito - une-se à temperança - tomar
as coisas a sério.
Respeitar para ser
respeitado.
3) Pela sensatez - empregar a inteligência como dom de Deus.
4) Serem sadios na fé, no amor, na constância .. Na - fé - ser autêntico na confiança em Deus, Fundamento da fé: Palavra de Deus; no amor - o padrão do
amor sadio é a Palavra de Deus - é o
amor de Deus para com os que não lhe
retribuiram amor, e nem mereciam este
amor.
É o amor desinteressado, t sem
esperar por recompensas. É o amor dos
apesares:
Exemplo: Deus amou apesar
dos homens não o amarem; apesar que
não receberia nenhuma recompensa, étc.
(Tt 1.9).
Paulo, no entanto, dá um lembrete:
"Tito, lembre-te:
Ensina somente o que
a Palavra de Deus diz."
Tito recebe
uma admoestação e incentivo de permanecer firme naquilo que aprendera, em
meio das falsas doutrinas que estavam
sendo anunciadas ao seu redor. Tito é
colocado em contraste com os falsos
profetas (Tt i. i 0-16).
Ligado ao ensino da sã doutrina está a conduta. A sã doutrina requer justamente uma conduta condigna - que
condiz, prová e mostra o que ela na
verdade é.
A aceitação ou não-aceitação do Evangelho, bem como sua estimação por
parte dos não-cristãos, podem depender
bastante do modo de se portar e viver
dos cristãos.
206
UMA PALAVRA ÀS MULHERES
V. 3-5
IDOSAS
E MOÇ""
Verso 3 - "Sérias em seu proceder" Conduzir-se convenientemente,
sabendo
que sempre se está na presença de DeuS. "Não caluniadoras"
- 8.° Mandamento - manter a língua no freio. Língua
- órgão usado por Satanás, muitas vezes.
Pode ser usada para bendizer ou maldizer. A fala - particularidade, bênção dada somente aos homens; destaca o homem das demais criaturas.
Eleva o homem sobre os animais.
Pode também
escravizá-I o quando empregada maldosamente. Ex.: fofocas.
"Não escravizada pelo vinho" - parece ser causa menos comum entre as mulheres do que
entre os homens. No Oriente: vinho era
bebida comum; água ;,,-~ - ~:' ~
nho era necessário.
N~::::"
vinho, mas o muito vinr.: :_ :_-:;'
bidas alcoólicas.
Mulheres idosas-espelhos
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às mais moças.
Segue parte positiva:
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tarefas - "Sejam mestras ::: ~~
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perigos - por isso agora :e.:~ ;
contra os perigos. Conse:~:s;~
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selho sábio da mulher ex: E' E -:i!
capaz de evitar muita Inre": :,,:2
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Verso 4 - "Instruírem ... 2. ~-:"
seus maridos" - trata-se dE 2.~:"
Na agitação da vida, no tra: "- - :
ga diários, na convivênc:a --"
ajudar ao outro a supcrta: as :'"
des. Compartilhar o bem =. ::: J!!
O amor pode esfriar -: õ: 2.,
e baixos - daí lembre-se C"E :
dádiva de Deus. Ele pedE :~amarem a seus filhos" - c-:=. ;
pera a Palavra de Deus, c :~: "
amor materno pode dec-=s:",'
sumir. (Pode-se abordar éS -::,
cias da mãe que trabalha "- -õ da de seus filhos).
Verso 5 - "Sensatas" - aS2- homens, assim tabém as :--:';-7'"""
são conclamadas a freiar a" :,,:1
turais do corpo e do esp1r"::
sato para fazer aos outres s'o;;
tarefa das idosas. "Hones:as
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ras no proceder.
Pureza
As oportunidades tentadoras s~:;
ras para levar ao deslise,
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de casa" - 1 Tm 5.13 - De,,'O '~
dicadas donas de casa. ==~:.a
lhos, zelar pela vida es,,:':."
Construir um lar acolhedc- - ::;
propícias para a educaçã:, t:::;.
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ver com tempo integral CC~ :.;;
ILUSTRAÇÃO - Lutera:
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foi pintada de modo tal qus c==
cima duma lesma. A les"7'= :::ti!
onde ela vai, leva sua casa
Assim a mulher deve pe::-2.-ij
seus cuidados do lar e n~: 3t!
-"cebe recomendações as quais
,-,smitir aos seus congregados.
gem-se às mais variadas faixas
~ALAVRA
AOS HOMENS
V. 2
IDOSOS
- Cabe aos homens idosos se:'1plos; são o mastro principal
3quilíbrio à congregação, no camaturidade e experiência na vião de mostrar-se: 1) Pela tem- ser moderado, ter medida,
dentro dos limites cristãos
: bebida, sexo, pensar e falar.
;ade, a irreflexão e a imprudendevem mais acompanhá-Ios.
1dosos não deveriam deixar arpelas paixões e desejos carnais,
emoções espirituais.
2) Pelo
- une-se à temperança - tomar
3 a sério.
Respeitar para ser
3) Pela sensatez - empre:e!igência como dom de Deus.
sadios na fé, no amor, na conNa - fé - ser autêntico na confiDeus. Fundamento da fé: PaDeus; no amor - o padrão do
iO é a Palavra de Deus - é o
Deus para com os que não lhe
n amor, e nem mereciam este
o amor desinteressado, t sem
ar recompensas. É o amor dos
Exemplo: Deus amou apesar
inS não o amarem; apesar que
)eria nenhuma recompensa, etc.
'RA ÀS MULHERES
V. 3-5
IDOSAS
E MOÇnv
"Sérias em seu proceder" ;8 convenientemente,
sabendo
re se está na presença de De) caluniadoras"
- 8.° Mandalanter a língua no freio. Língua
;ado por Satanás, muitas vezes.
usada para bendizer ou malaiIa - particularidade, bênção date aos homens; destaca o hodemais criaturas.
Eleva o ho'e os animais.
Pode também
o quando empregada maldoEx.: fofocas.
"Não escravizainho" - parece ser cousa mem entre as mulheres do que
)mens. No Oriente: vinho era
bebida comum; água rara - por isso vinho era necessário.
Não se proíbe o
vinho, mas o muito vinho ou outras bebidas alcoólicas.
Mulheres idosas - espelhos de conduta
às mais moças.
Segue parte positiva:
Mulheres tem
tarefas - "Sejam mestras do bem." Suas experiências são valiosas para as mulheres mais moças. Tem vivido a vida
- já enfrentaram muitas situações que
as moças irão enfrentar - perceberam
perigos - por isso agora devem advertir
contra os perigos. Conselhos, geralmente, pouco aceitos pelos moços. O conselho sábio da mulher experiente já foi
capaz de evitar muita infelicidade e muitos passos em falso da mulher moça.
Verso 4 - "Instruírem ... a amarem a
seus maridos" - trata-se de amor mútuo.
Na agitação da vida, no trabalho e fadiga diários, na convivência mútua, um
ajudar ao outro a suportar as dificuldades. Compartilhar o bem e o mal.
O amor pode esfriar - oscilar: altos
e baixos - daí lembre-se que o amor é
dádiva de Deus. Ele pode dá-Io.
"A
amarem a seus filhos" - onde não impera a Palavra de Deus, o tão elogiado
amor materno pode decrescer, senão
sumir. (Pode-se abordar as inconveniências da mãe que trabalha fora - afastada de seus filhos).
Verso 5 - "Sensatas" - assim como os
homens, assim tabém as mulheres jovens
são conclamadas a freiar as paixões naturais do corpo e do espírito.
Ser sensato para fazer aos outros sensatos tarefa das idosas.
"Honestas" - sinceras no proceder.
Pureza, castidade.
As oportunidades tentadoras são inúmeras para levar ao deslise. "Boas donas
de casa" - 1 Tm 5.13 - Deus requer dedicadas donas de casa. Educar os tIlhos, zelar pela vida espiritual no lar.
Construir um lar acolhedor - condições
propícias para a educação boa dos filhos. Daí a importância da mãe conviver com tempo integral com os filhos.
ILUSTRAÇÃO - Lutero:
A deusa Vênus
foi pintada de modo tal que parasse em
cima duma lesma. A lesma, para onde
onde ela vai, leva sua casa.
Assim a mulher deve permanecer nos
seus cuidados do lar e não se afastar
muito dos mesmos. Comparar Pv 7.11
com 31.10 e ss.
Missão primeira da mulher - ser mãe,
zelar pelo lar.
"Submissas aos maridos" - Hoje se faIa muito em emancipação da mulher isto não pode, todavia, excluir a submissão ao marido.
Ef 5.22,23; 1 Pe 3.1-6; Gn 3.16. Submissão não é escravizar.
Na antigüidade, especialmente, a mulher
era considerada inferior em muitos sentidos em relação ao homem = objeto.
Cristianismo eliminou, ou tenta eliminar,
esta concepção - como seres humanos
não há diferença de valor entre um e
outro. - Pode ser que aqui surgem perguntas e discuções. O líder deve ser preparado para tal.
É da vontade de Deus que o marido seja o cabeça, o chefe da família - não
se entende com isso autoridade tirânica. Homem ser o cabeça é como Cristo
é o Cabeça da igreja que a si mesmo se
entregou por ela - traçar a comparação
entre Cristo e a significação do homem
como cabeça.
A submissão vem acompanhada
por
o verdadeiro amor
verdadeiro amor
vem acompanhado por submissão voluntária.
"As ações das mulheres cristãs devem pregar (soar) mais alto que suas
palavras."
UMA
PALAVRA
AOS MOÇOS
- V.
6-8
Verso 6 - "Em todas as cousas sejam
criteriosos" - ser sensato, de modo reforçado.
Ser controlado
- sensatos:
usar suas faculdades mentais, sua inteligência para distinguir o que convém ao
cristão.
Envolve moderação em todos
os aspectos - auto-domínio.
As tentações apresentam-se bem vestidas, atraentes.
Não brincar com cousas que sabemos que são perigosas expor-se
voluntáriamente
ao
perigo.
Quando menos se espera, é possível
acontecer a queda. O diabo é o melhor
amigo - mas amigo da "onça"!
Verso 7 - Ser PADRÃO - é recomendação a Tito, mas não exclui cada cristão
individualmente.
PADRÃO - modelo oficial - alguma coisa que se usa para
comparar outras. Ex.: o metro. Outras
extensões se compara (o seu tamanho)
207
com a medida oficial que é o metro.
Cristão ser exemplo, PADRÃO = outros
se medirem, se compararem com eie,
Na comparação se manifestam as diferenças que há entre um e outro.
Tito - ser padrão, exemplo "de boas
obras" - primeiramente se refere ao pastor; em segundo lugar a cada cristão.
Pastor: membros observam sobremanei ra
seu proceder.
Haver coerência do seu
ensino com a vida que leva. O EXEMPLO de vida é a melhor pregação.
"Integridade
e reverência" - motivação
certa (amor de Deus) - não desejo de
recompensa - motivado pelo amor de
Cristo ensinar a doutrina pura, de modo
que não se ache nada contrário à Palavra de Deus.
"Reverência" - dignidade correspondente ao ensino - não arrogante quanto à
posição que o pastor ocupa,
Pregar a verdade - não adaptar a
pregação às conveniências dos ouvintes
para agradá-Ias - não perguntar se eles
gostam ou não:
Pregação ser convicta, clara, decisiva,
convincente que o adversário se envergonhe perante ela. Deveria ser impossível ao adversário apontar qualquer objeção - responsabilidade pastora! ! ! !
Verso 8 - "Linguagem sadia e irrepreensível" - assim que nada se tem a objetar contra.
Manter a integridade da revelação, sem acréscimos nem diminuições.
JOVENS
-
SEREM
gradável.
Isto também é válído no relacionamento familiar:
pais - filhos. Tópico: NT e a escravatura.
De uma ou outra maneira todos estão subordinados:
no trabalho, no lar,
na escola, na igreja, etc.
"Não furtem" - Por causa da consciência, por causa da fé, por causa do mandamento de Deus:
"Não
furtarás".
Fidelidade para que o senhor possa depositar plena confiança nele. O Evangelho será beneficiado desta maneira o Evangelho está comprometido com a
boa conduta (fidelidade) do cristão.
O 7.° Mandamento - tenho a impressão - que menos parece nos atingi"
Achamos que contra este quase não pecamos, ou pecamos menos que contra
os demais!
Não seria a cola em aula furto? Por
que?
1. É sinônimo de preguiça - Ec 10.18;
Pr 13.4.
2,
3.
4.
É covardia - fuga à responsabilidade.
Vai contra a consciência - Rm 14,23.
É Infidelidade - Lc 16.10; 19.17
Ap 2.10,
5. E engano - Pr 26.18,19; SI 6.6b.
"O costume começa a existir quando
o ato se tem muitas vezes repetido."
- cola, roubo pode tornar-se vício!
Alunos - também na escola ser CriStão PADRAO !
CONCLUSÃO
EXEMPLOS
Surgem dúvidas:
Posso fazer isso
ou aquilo?
Frequentar baile! posso ou
não posso? É questão individual - questão de consciência.
Muito importante perguntar-se:
"Deus
pode ir e ficar comigo onde vou ?"
UMA
PALAVRA
AOS
SERVOS
-
v.
9,1u
Verso 9 e 10 - Recomendações espeCiais
de Paulo aos servos (escravos).
Deve
ter havido escravatura nas congregações
da época. Serem obedientes - respeitar
os superiores - não rebelar-se na sua
situacão humilde.
Portar-se de tal modo que o senhor (patrão) se mostre satisfeito com ele. Não ser involuntários,
descontentes.
Respondões
- retrucar
asperamente à uma ordem pouco a208
-
-
Deus fala a todos. Cada um é responsável por si, em primeiro lugar.
O vizinho não pode defender-me perante Deus, assim como o advogado
defende a causa duma pessoa perante a justiça.
Não apreciamos as verdades quando
nos tocam - elas doem!
Cristo, a Palavra de Deus não diz o
que agrada mas o que é verdade, o
que edifica, o que é conveniente ao
homem.
CRISTO TEM TAMBÉM UMA PALAVkl-\
PARA VOCÊ! - palavra de perdão, de
amizade, de ajuda, de salvação.
Cada um mostre que o nome de cristão que ele leva não é simples enfefeite, mas que realmente tem significado para sua vida.
OBS.:
Este estudo ce:~
diversas oc.a.s; :-·7~
- congregaçã:
- socieda:je
;:=
37~-:-~
liga de
reuni§e :=
Dependec:::
:::'.~
Devoce.e
Na Carta aos 82.=.::'.s :õ:-,;;
siculo 11 e 12. es:-e·e
"Faço-vos, porém. s:'.: e_~
evangelho por mim a-.-: :'.:: ê
gundo o homem: p:r:~= =_ -~
bi, nem o aprendi ::2 -: -õ~
mas mediante reveiaçb: _= _'"
to",
Prezados amigos
Uma das coisas que
~
leitura das cartas de Pe~: e
que ele manifesta com r~-::e o:'
gelho que anuncia. ,A,sse;:c.
--=--,:
trata de um apocalipse d .=:.
Cristo. Quanto a isso, ":b: e~
bra de dúvida. No ccc:eJ":
.."
nossa palavra chega e -~:;:tema contra quantc;; c-e;: _e- ;
que vá além do seu, se.-= :'. ,
ele mesmo, Paulo, eu T ~ ::20:0,
ou Pedro, ou Tiago, ou - =e:-}
vindo do céu: seja a":2:=-e _'!
lembra ele, e ag.ora re:::
:::.;
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Adeptos de algumas ':--"",
samento naturalista iec-c-2,
tipo de certeza conce~~--~
ções é fenómeno bem c:--=-:;o
tas vitimas de aluclna;::-e--o
dogmatizar e trovejar an2:~- 25O fenômeno realmen:e e :.;:
cido. Mas pensar que es~e :'"}
do também o caso de Pa_:
Isto também é válído no re,ento familiar:
pais - filhos. NT e a escravatura.
_ma ou outra maneira todos es::::rdinados:
no trabalho, no lar,
:a, na igreja, etc.
J'tem" - Por causa da consciên. causa da fé, por causa do mande Deus:
"Não
furtarás".
de para que o senhor possa deoiena confiança nele. O Evanerá beneficiado desta maneira 2e1ho está comprometido com a
~duta (fidelidade) do cristão.
. Mandamento - tenho a impresque menos parece nos atingir;
8 que contra este quase não peou pecamos menos que contra
ais!
08S.:
EVANGELHO ... I/NAO
SEGUNDO O HOMEMil
seria a cola em aula furto? Por
Devoção - (GI 1.12,13)
nônimo de preguiça - Ec 10.18;
, 3.4.
::vardia - fuga à responsabilidade.
contra a consciência - Rm 14.23.
:fidelidade - Lc 16.10; 19.17
2.10.
ngano - Pr 26.18,19; SI 6.6b.
::ostume começa a existir quando
3e tem muitas vezes repetido."
'oubo pode tornar-se vício!
;8 - também na escola ser cnsRAO!
ISÃO
fala a todos.
Cada um é res'lei por si, em primeiro lugar.
:nho não pode defender-me peDeus, assim como o advogado
je a causa duma pessoa peranjustiça.
=-preciamos as verdades quando
Dcam - elas doem!
. a Palavra de Deus não diz o
.grada mas o que é verdade, o
-difica, o que é conveniente
ao
n.
'0 TEM TAMBÉM UMA PALAVkA
VOCÊ! - palavra de perdão, de
:ie, de ajuda, de salvação.
um mostre que o nome de cris;e ele leva não é simples en1emas que realmente tem signifi:Jara sua vida.
Este estudo pode ser usado em
diversas ocasiões:
- congregaçã.o
- sociedade de senhoras
- liga de leigos
- reunião de juventude
Dependendo das circunstâncias,
dever-se-á enfatizar e desenvolver mais o item que se refere
mais diretamente às
pessoas
com as quais se está tratando.
Arnaldo
Schueler
Na Carta aos Gálatas, capítulo I, versículo 11 e 12, escreve o Apóstolo:
"Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o
evangelho por mim anunciado não é segundo o homem; porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum,
mas mediante revelação de JesLls Cris-
to".
Prezados amigos.
Uma das coisas que impressionam na
leitura das cartas de Paulo é a certeza
que ele manifesta com respeito ao evangelho que anuncia. Assegura-nos que se
trata de um apocalipse direto de Jesus
Cristo. Quanto a isso, não admite sombra de dúvida. No contexto imediato de
nossa palavra chega a redigir um anátema contra quantos preguem evangelho
que vá além do seu, seja lá quem for:
ele mesmo, Paulo, ou Timóteo, ou Tito,
ou Pedro, ou Tiago, ou mesmo um anjo
vindo do céu: seja anátema! Já o disse,
lembra ele, e ag.ora repito: Seja anátema .
Adeptos de algumas formas de pensamento naturalista lembram que esse
tipo de certeza concernente a revelações é fenómeno bem conhecido.
Certas vítimas de alucinações
costumam
dogmatizar e trovejar anátemas.
O fenômeno realmente é bem conhecido. Mas pensar que este pode ter sido também o caso de Paulo é flagran-
temente superficial.
Há um complexo de
fatos que tornam impossível enquadrar o
Apóstolo na hipótese naturalista.
Sublinharemos apenas um deles, que se
evidencia a qualquer inspeção.
Os devaneios do homem, invariavelmente, naturalmente, trazem a marca de
sua origem.
Mas vem aos olhos que
o evangelho anunciado pelo Apóstolo
transgride os horizontes do homem.
E
não só transgride os horizontes do homem; está em conflito insanávei com tudo o que o homem considera óbvio. Hostiliza todas as fantasias humanas e por
elas é hospitalizado. Choca-se com o que
de melhor produziu a sabedoria humana
e com o consenso unânime dos homens.
Manifestamente, o evangelho de Paulo
não é katà ánthrõpon, "segundo o homem".
Seu evangelho machuca de ta!
forma as visões do coração, que do
ponto de vista humano este maior de
todos os missionários parece um homem
fora de si, um propagandista empenhado
em fabricar a destruição da causa
qual se mata. E Paulo, em certo sentido, é um homem fora de si. Ele mesmo se explica no versículo imediatamente anterior ao nosso texto: "Porventura
procuro eu agora o favor dos homens,
ou o de Deus?
ou procuro agradar a
homens? Se agradasse ainda a homens,
não seria servo de Cristo".
Homem que
pode falar assim é, em certo sentido, homem fora de si, alheado, arrancado de
si mesmo.
Vocês decidiram
habilitar-se,
neste
Seminário, para a missão de anunciar
aos homens um evangelho, rejeitado pela sabedoria dos homens, tornou-se sabedoria para vocês. Toda vez que isso'
acontece, estamos em presença do milagre da fé.
Graças a este milagre, concluímos
contra as visões do homem. Graças a
este milagre, sabemos meditar o evangelho fazendo cara feia às objeções do
homem. Graças a este milagre, resistimos a todas as emendas ao evangelho,
emendas que têm, qualquer uma delas,
a particularidade assustadora de anular·
o evangelho todo inteiro.
Que Deus preserve em nossos frágeis corações de homens esta fé no evangelho que não é segundo o homem.
Amém
209
" ...
ANTES
DA
FUNDAÇÃO
DO
MUNDO"
(Devoção)
Acir
Raymann
Irmãos:
Penso que tenho uma mensagem muito
importante para vocês nesta manhã.
É uma mensagem que sempre me enche
de alegria e de conforto.
A mensagem
é esta: a comunicação e o amor já existiam antes da fundação do mundo!
Fala-se tanto neste bimônio comunicação e amor. Fala-se tanto na sua falta
e na sua necessidade.
Na verdade os
grandes problemas da humanidade residem n0 desiquilibrio ou na inexistência
de comunicação e amor.
homem moderno pergunta de onde
vêm comunicação e amor tão necessanos à sobrevivência do ser humano. Músicos, cantores, poetas, psicólogos afirmam que tudo depénde de comunicação
e amor mas nem sempre sabem de onde
vêm e não sabem o que significam.
Nós podemos afirmar que embora façam
parte da natureza humana, comunicação
e amor não surgiram na criação do mundo. Não apareceram com as coisas que
existem.
Não foram criados do nada.
Comunicação e amor já existiam bem
antes .de todas as cousas. Este relacionamento íntimo, este sentimento quente
que tens pelo teu Deus, pelos teus pais,
teus filhos, tua esposa, tua namorada,
teu amigo não é novo, é mais antigo que
qualquer cousa que vês. É um reflexo
da comunicação e do amor que existiam antes da criação.
A expressão registrada em Gênesis 1.26
que diz "Façamos o homem" demonstra
que houve uma conversação, uma assembléia, uma decisão inteligente e volitiva
dentro da Trindade. Portanto, houve comunicação!
Comunicação existia em Deus!
Comunicação faz parte da eternidade!
Que dizer do amor?
Em João 17.24 Jesus ora a seu Pai no
céu dizendo:
"Tu me amaste antes da
fundação do mundo".
Jesus está afirmando que é amado pelo seu Pai antes
e
210
da criação de todas as cousas. Antes
de "No princípio", portanto, uma situação, que não é uma situaçã.o estática, estava acontecendo.
Mas, esta comunicação e este amor não
se limitavam, não se restringiam à Trindade. Eles visavam um objetivo fora dela - visavam a criatura, o homem.
Deus estava pensando no mundo,
nos homens,
em nós quando comunicava-se consigo mesmo e demonstrava
amor para consigo mesmo. Por isso o
apóstolo Pedro (1.20) enfatizava que a
morte sacrificial de Cristo já era conhecida, preordenada antes mesmo da fundação do mundo.
E tudo porque Deus pensava em nós.
Na minha pessoa.
Na tua vida.
No meu destino.
Na tua salvação.
O Pai amava o Filho e através do Filho
amava a cada um de nós. Por isso nós
sobrevivemos espiritualmente porque recebemos a comunicação e o amor de
Deus.
Que grande evangelho, que grande consolo, que grande maravilha quando o
Senhor diz em Efésios (1.4) que "Deus
nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo ... e em amor nos predestinou para ele".
Sublime mensagem!
Para mim, a mais grandiosa.
Sim, nós fazemos parte do pensamento
de Deus desde a eternidade.
Não estamos no mundo por acaso. Não somos
salvos por acaso. Houve um plano, bem
definido, bem delineado.
Mas, o cuidado de Deus por nós não
se manifesta apenas no que respeita a
nossa vida, nossa salvação.
Deus envolve-se também naquilo que queremos
ser, realizar.
E isto também nos toca
bem de perto. Se somos de Deus, somos agentes de Deus. Somos reflexos
da comunicação e do amor de Deus. O
ministério que exercemos ou para o qual
nos preparamos também não é um acaso. A função profética também está
dentro dos planos de Deus. Também
faz parte da eternidade.
Todos conhecemos a passagem de Jeremias(1.5) que
diz: "Antes que tu te formasses no ventre
materno ...
eu te constituí profeta às
nações". E motivado por este consolo
(Continua na pág. 212)
COMENTÁRI
:ão de todas as cousas. Antes
princípio", portanto, uma situas não é uma situação estática, es:;:otecendo.
<:: comunicação e este amor não
::'/am, não se restringiam à TrinEles visavam um objetivo fora deavam a criatura, o homem.
stava pensando no mundo,
:8 homens,
em nós quando comunica:):)nslgo mesmo e demonstrava
ara consigo mesmo. Por isso o
Pedro (1.20) enfatizava que a
acrificial de Cristo já era conhe'eordenada antes mesmo da funiD
mundo.
porque Deus pensava em nós.
minha pessoa.
:a tua vida.
No meu destino.
Na tua salvação.
,mava b Filho e através do Filho
, cada um de nós. Por Isso nós
amos espiritualmente porque re3 a comunicação
e o amor de
,nde evangelho, que grande congrande maravilha quando o
diz em Efésios (1.4) que "Deus
::liheu em Cristo antes da fundanundo ... e em amor nos predes:ra ele".
Sublime mensagem!
'11, a mais grandiosa.
fazemos parte do pensamento
desde a eternidade.
Não es~ mundo por acaso. Não somos
ar acaso. Houve um plano, bem
bem delineado.
cuidado de Deus por nós não
resta apenas no que respeita a
'da, nossa salvação.
Deus entambém naquilo que queremos
izar. E isto também nos toca
perto. Se somos de Deus, so;ntes de Deus. Somos reflexos
nlcação e do amor de Deus. O
) que exercemos ou para o qual
paramos também não é um a\ função profética também está
ias planos de Deus. Também
; da eternidade.
Todos oonhepassagem de Jeremias(1.5) que
es qUE!tu te formasses no ventre
eu te constituí profeta às
E motivado por este consolo
(Continua na pág. 212)
ie
COMENTÁRIOS
o
EXORCISTA
Rev. Abival Pires da Silveira
O livro "O EXORCISTA" termina com
um diálogo interessante entre o padre
Dyer e Chris, a mãe de Rags. "O que
você aoha que aconteceu mesmo? Perguntou o padre Dyer em voz baixa. Como descrente. Acha que ela estava
endemoninhada mesmo?" Baixando a vista, Chris pensou um pouco antes de responder. - "Pois é, como você diz ...
quanto a Deus sou descrente.
E continuo sendo.
Mas quando se trata do
diabo ... bem aí a ooisa muda de figura. Nisso eu seria capaz de acreditar.
E acredito realmente, acredito mesmo. E
não é só por causa do que aconteceu
com Rags. Falo de modo geral. Quando se pensa em Deus, ohega-se à conclusão de que, se ele existe, então com
certeza precisa dormir um milhão de anos cada noite, porque do contrário teria que ficar irritado.
Entende o que eu
quero dizer?
Deus nunca abre a boca pra nada. Mas o diabo não pára de
fazer propaganda, padre.
O diabo faz
comerciais à beça."
Dyer olhou-a um instante e, depois,
retrucou tranqüilamente:
- "Mas já que tudo o que há de ruim
no mundo leva você a pensar que o diabo tem de existir, então como é que
você explica tudo o que há de bom?"
A idéia a fez espremer os olhos enquanto resistia à mirada dele. Por fim
baixou-os.
- "Pois é, pois é ... murmurou.
Aí é
que está." (O Exoroista, pg. 318, Rg/74).
Este diálogo descreve com rara fidelidade uma das vivências de nossa vida
cotidiana e ao mesmo tempo uma experiência fundamental da humanidade:
a
experiência do mal, da dor, do sofrimento, da doença, da morte, de potências
satânicas e de poderes demoníacos.
Sabemos que esta não é uma questão
fácil e que poderia ser abordada de muitas e qiferentes perspectivas.
É claro
211
que vamos analisar este problema da
perspectiva bíblico-teológica
mas é bom
assentarmos alguns pontos preliminares
muito importantes com a ajuda de disciplinas auxiliares.
o
PROBLEMA DA LINGUAGEM
O problema da linguagem é fundamental na cultura moderna.
A comunicação tornou-se hoje um problema.
Se
por um lado os meios de comunicação
propiciaram uma vertiginosa veiculação
de idéias, de outro lado a dinâmica e a
aceleração do processo dissemântico privaram os vocabulários de toda sua univocidade.
Em outras palavras: quando
abrimos o jornal ou ouvimos o noticiário
as paiavras mais usadas como amor, democracia, revolução, abertura, detente,
têm tantas conotações que já não significam mais nada a ponto de as pessoas que as usam passarem a brigar para
dizer o que queriam dizer e o que não
queriam dizer quando as usaram.
Não apenas no campo político, mas
dentro dos lares, os pais já não enten-
antes da fundação do mundo."
(Vem da pág. 210)
de ser designado por Deus antes de
nascer que Jeremias profetiza a uma nação que perdeu a comunicação e o amor com Deus. É -motivado pela graça
de que Deus o separou antes de nascer
(GI 2.15-16) que Paulo anuncia o que
para alguns é escândalo e loucura.
Motivados também por esta verdade de
que Deus nos chamou, escolheu e designou para o ministério é q'ue precisamos
desenvolvê-Io com sublimidade, dinamismo, responsabilidade.
O ministério de
cada um de nós também faz parte da
eternidade.
Foi ali que foi designado.
Por isso o "lde ... pregai" (Me 16.15) de
Jesus é uma ordem imperiosa.
Porque
esta missão está dentro de nós, faz parte de cada um de nós.
Nós fomos agraciados pela comunicação
e pelo amor de Deus, que nos criaram,
redimiram, e salvaram.
Sejamoa bons
portadores, instrumentos desta comunicação e desta amor de Deus porque são de
importância e de valor eternos. Amém.
212
dem mais a linguagem dos filhos e vice-versa. As palavras já não servem para comunicar.
Não comunicam bem, para não dizer não comunicam nada.
No campo da religião este problema
se torna dramático, pois, a fé depende
totalmente da palavra.
A revelação divina é transmitida com a palavra humana. "A FÉ VEM PELO OUVIR".
A fé
entra pelo ouvido.
Ora, quando a palavra humana perde o seu valor e gera
confusão, é claro que a convivência humana fundamentada na fé entra em cri-
se.
Daí porque o homem de hoje encontra grande dificuldade em compreender
a linguagem que versa sobre pecado,
graça, milagre, anjo e, também, demônio.
Este é um aspecto.
O PROBLEMA DA CIÊNCIA, OU DO
PROGRESSO CIENTíFICO
Escreveu alguém, recentemente, co'
mentando este gosto sensacionalista pe'
Ia demologia.
"Não se pode usar luz
elétrica ou aparelho de teievisão ou, em
casos de doença, valer-se dos recursos
médicos e clínicos modernos e ao mesmo tempo crer no mundo dos espiritos
e dos milagres.
Com o conhecimento
das forças e das leis da natureza morreu
a crença na existência dos espíritos e
dos demônios".
Não há dúvida alguma que o progresso e o conhecimento científico tem arrancado, expulsado, exorcizado da mente do homem idéias mágicas e crendices. Se a idade média se caracterizou
por uma crença excessiva nos demônios
a ponto de se tornarem comuns e corriqueiras as excomunhões, as condenações e queimas de bruxas e luceferinos,
a partir do seco XVII sob a influência
do iluminismo e do desenvolvimento científico começou-se a relegar tais crenças cada vez mais ao reino da magía
e da fantasia.
E hoje, graças a Deus,
sabemos que fenômenos físicos como
tempestades e secas têm suas causas
naturais e não precisamos dos espíritos
bons ou maus para explicá-Ias, assim como a medicina especializada já fincou
alguns marcos significativos nesta delicada fronteira que distingue possessão
de fenômenos patológicos naturais, so'
bretudo nas diversas fonnas de -'
mentais.
O PROBLEMA HERMENtuTICO
o gênio próprio da literatu;2sa exige critérios
e catego'3;;
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Ora, quando a pa,ana perde o seu valor e gera
é claro que a convivência hudamentada na fé entra em cri-
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ROGRESSO CIENTíFICO
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"Não se pode usar luz
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dúvida alguma que o progrescnhecimento científico tem ar:xpulsado, exorcizado da men~em idéias mágicas e crendi, idade média se caracterizou
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3
e secas têm suas causas
não precisamos dos espíritos
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nesta deliera que distingue possessão
;os patológicos naturais, so-
bretudo nas diversas formas de doenças
mentais.
O PROBLEMA HERMENtoUTICO
O gênio próprio da iiteratura religiosa exige critérios
e categorias
próprias de interpretação.
Assim, é fundamental que na interpretação dos textos
bíblicos se tome em consideração o gênero literário próprio.
Sem o que faremos a Bíblia dizer aquiio que ela não
diz e deixaremos de dizer aquilo que
ela diz. Neste sentido seria oportuna
esta observação:
Ao se julgar as afirmações das Escrituras deve-se evitar
dois extremos: de uma parte, nem tudo
o que é dito deve ser tomado como realidade, porque muita coisa pertence à
concepção antiga do mundo e hoje está superado (1), mas por outra parte não
se pode em hipótese alguma, em nome
do conhecimento que temos hoje de mUItos fatos (por exemplo: de fenômenos
físicos ou psíquicos) concluir imediatamente que as forças demoníacas não
existem ou não exercem ação maléfica.
Agora entremos no mundo bíblico.
Aí
as potências demoníacas apresentam um
caráter paradoxal e contrastante. De um
lado o seu caráter pessoal que pode ser
constatado pela preocupação em se usar nomes concretos como Satã, Belial,
Belzebu, Lúcifer.
De outro lado, essas forças demoníacas apresentam um caráter impessoal.
São simplesmente
potências,
poderes,
sem especificação.
São os poderes e
as potestades do ar símbolos de domínio, força, prepotência, despotismo ..
O termo "diabo" vem do grego diaballein que significa desordenar.
Logo,
diabólico é tudo aquilo que desordena,
desintegra, confunde, aniquila. Assim, na
Bíblia, todas as manifestações diabólicas
ou demoníacas têm o denominador comum da desordem, da desintegração, da
confusão.
Aqui a essência desses poderes satânicos. E como expressam eles?
E como podemos tomar consciência deles? De que modo podemos percebêlos como forças atuando em nós e no
nosso mundo? São essas as perguntas
que a Bíblia nos responde.
1 - A primeira categoria bíblica da
interpretação demoníaca é a TENTAÇAO.
Assim, a tentação é uma manifestação
da presença diabólica.
Fazer com que
o mundo, fazer com que a existência,
fazer com que as coisas no seu conjunto ou nos seus pormenores apareçam
como TENTAÇÃO. Pessoas, atitudes, palavras, situações, intuições apareçam carregadas de sedução e de ameaça. Tentações, seduções e ameaças que adquirem um caráter absoluto e que visam
instalar o homem numa órbita em que
ele se aparte de Deus e se perca. E eis
porque é perigoso o tentador.
Ele não
tem sinais característicos.
O seu perigo está justamente no disfarce da sedu-
ção.
2 - Outra categoria típica da interpretação demoníaca na Bíblia é a DOENÇA.
Encontramos constantemente nos relatos
dos evangelhos as doenças, de um modo geral, como manifestação da presença diabólica.
Marcos e Lucas atribuem
ao demônio o caso de um "espírito surdo-mudo".
Mateus cita o caso de um
endemoninhado ao qual o demônio tinha
arrebatado não somente a fala mas também a vista.
Em Lucas, também, uma
mulher atormentada é descrita como possuída por um espírito de enfermidade.
E assim poderíamos enumerar muitos
outros casos do espírito do mal causando doenças descritas de um modc vago
como a daquela mulher encurvada a
quem Jesus chama e diz:
"Esta filha
de Abrão a quem Satã mantém prisioneira por 18 anos".
Outrora a doença
era considerada uma deterioração
das
relações com o cosmos, um estado caótico da existência individual e, consequentemente, uma situação falsa perante Deus. Havia sensibilidade muito grande para esse tipo de defeitos, aos quais
se procurava
dar uma interpretação
ética.
Doença e possessão quase não
se dissociavam.
Nos evangelhos a doença é a expressão da impotência do
homem, de sua prostração e miséria e
de sua necessidade de cura e restauração. Mas além deste dois há um terceiro nível de manifestacão diabólica. São
as chamadas
•
3 - POSSESSÕES
DEMONIACAS
oro-
priamente ditas. A possessão é ~ma
manifestação especialmente drástica do
poder satânico como se ele fosse a alma desse corpo.
É a possessão total
em que a atividade demoníaca suplanta as potências anímicas a tal ponto que
213
as faculdades superiores da alma e a
própria consciência desaparecem.
É por isso que um especialista
no
assunto assim se expressa: "nas doenças psíquicas experimentamos ainda hoje o "momento da possessão" que', num
sentido mais amplo, e profundo se verifica em todas as doenças".
A narrativa do endemoninhado de Gerasa nos Sinóticos tem um valor quase
paradigmático.
O desventurado tem uma
afinidade inegável com a morte. A tendência de seu ser revela-se na ação de
arruinar, de destruir, de corromper, de aniquilar,
Perdeu a sua identidade.
Esqueceu o seu nome.
É a síntese de
forças em conflito que o arrebentam de
dentro para fora. Está condenado à escravidão e à morte. E este poder diabólico não destrói apenas o homem enquanto individuo.
Ele invade a história.
Apossa-se das instituições políticas e sociais, insinua-se no ânimo dos detentores do poder criando um verdadeiro império que o apóstolo descreve na figura
dos principados e potestades. E o "principe deste mundo".
Dentro de todo este contexto Cristo
é apresentado como o Exorcista por excelência. Este é um dos aspectos mais
desconcertantes do ministério de Jesus.
Não era algo periférico mas central em
sua obra.
Cristo tem não só de ensinar uma
doutrina, mostrar um caminho e trazer
uma vida.
Ele tem de romper os grilhões de um poder antidivino.
Ele vence a tentação, repreende a enfermidade,
expulsa o demônio e numa visão do seu
triunfo cósmico vê Satã caindo do céu
É
afirmação da
como um relâmpago.
vitória, total, completa e final de Cristo
sobre toda e qualquer expressão do poder demoníaco. Onde Cristo entra a tentação e a sedução são desmascaradas,
as enfermidades são curadas, os endemoniados são devolvidos ao seu perfeito juizo e as potestadas são destronadas.
As narrativas de exorcismo nos evangelhos não são narrativas vulgares. Elas
se encaixam plenamente na economia
da salvação:
A nossa vida e a vida
do nosso mundo se desenrola na fronteira da vida e da morte, da liberdade
e da escravidão, e só Ele, descrito co214
mo o mais forte que venceu a morte,
pode livrar-nos dos poderes da morte e
dar vida.
Os exorcismos que ele praticou são
os sinais do advento do Reino de Deus,
da destruição do império de Satanás e
uma antecipação da salvação, escatológica.
O filme ou o livro "O Exorcista", na
verdade, nos ensina, quiçá sem querer,
uma verdade preciosa.
Penso que sem
pretender, inconscientemente, o autor de
"O EXORCISTA" põe em evidência o fato de que a fixação em fenômenos extraordinários de suposta origem diabólica dificulta uma compreensão adequada
do ministério no qual têm lugar as relações entre o homem e Deus. Em outras
palavras: todos os recursos técnicos foram empregados para a representação
mais surrealista possivel do espírito maIígno a ponto de causar calafrios, horror e até náuseas e vômitos mas o resultado foi que ao invés de levar. à fé
na bondade libertadora de Deus, levou
a heroina, a mãe de Rags, no fim da
tragédia, a confessar que quanto a Deus
continuava descrente,
mas depositava
toda a sua fé no diabo. É bem o retrato da condição do homem de hoje: de
um lado o descrédito de Deus mas de
outro a sua aproximação cada vez maior
dos poderes satânicos que, à semelhança de "O Exorcista", parece ter descoberto uma nova técnica de fazer possessos.
Hoje o clima cultural é diferente. Vangloriamo-nos de viver na tecnópolis construida pelo nosso próprio engenho. Mas
aí continuam a operar, quiça apenas de
um modo mais sofisticado, os poderes
demoníacos.
As atividades do espírito
malígno adaptam-se ao espírito da época. O cidadão megalopolense é manipulado, no recôndito mais íntimo de sua
consciência, pela tecnologia audio-visual,
pelos meios técnicos de comunicação de
massas, pela propaganda e pelos fenômenos de sugestão global.
Nunca, como em nossos dias, o homem foi tão manipulado, massificado,
despersonalizado e, quanto mais despersonalizado, tanto mais suscetível de sedução demoníaca. Pois ela nivela o valor da personalidade individual, impede
decisões pessoais, e tende a destruir a
autoconsciência e reSpD'i5s: ::.S::'f
vidual. O endeusamenL: :::6 '::.: :5
cados para a sociedade :::6 :: - :;'-'
exploração desenfreiada ::.::e: e ' ~'e!
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um apelo cego e fanáL::.: e: ....,
provocando práticas f2n::':5:: 20 .::
sticiosas que vivem à c.e:.:: :" !!!;
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onde há medo, e onde ~2 ::.'e'E:
onde há superstição, e:":e
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magia.
Daí porque hoje.
que nos tempos de C ' .
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tenhamos alegria e~, -::.e'=·= "
Nesta missão encont~2.re-:s
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para que Jesus os cast';~=""'":i!!
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ruição do império de Satanás e
Iecipação da salvação, escatolóme ou o livro "O Exorcista", na
nos ensina, quiçá sem querer,
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Penso que sem
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: todos os recursos técnicos fooregados para a representação
realista possivel do espírito maponto de causar calafrios, hor3 náuseas e vômitos mas o re'oi que ao invés de levar à fé
ade libertadora de Deus, levou
a, a mãe de Rags, no fim da
a confessar que quanto a Deus
'a descrente,
mas depositava
Ja fé no diabo. É bem o retrandição do homem de hoje: de
o descrédito de Deus mas de
ua aproximação cada vez maior
,res satânicos que, à semelhan) Exorcista", parece ter descoa nova técnica de fazer pos) clima cultural é diferente. Van'0S de viver na tecnópolis conso nosso próprio engenho. Mas
1am a operar, quiça apenas de
mais sofisticado, os poderes
JS.
As atividades do espírito
,daptam-se ao espírito da époidadão megalopolense é mani) recôndito mais íntimo de sua
'a, pela tecnología audio-visual,
JS técnicos de comunicação de
'ela propaganda e pelos fenôsugestão global.
como em nossos dias, o hotão manipulado, massificado,
3!izado e, quanto mais desper, tanto mais suscetível de seioníaca.
Pois ela nivela o varsonalidade individual, impede
)8ssoais, e tende a destruir a
autoconsciência e responsabilidade individual. O endeusamento de ídolos fabricados para a sociedade de consumo, a
exploração desenfreiada das paixões nos
comerciais, o apelo constante aos instintos, tornam o homem de hoje vítima
fácil de qualquer tipo de demonismo.
Talvez, isto tudo esteja na origem de
um dos fenômenos mais paradoxais da
era tecnológica:
a volta das bruxas, a
proliferação dos feiticeiros, a multiplicação dos terreiros, a popularização dos
orixás e enxús, a industrialização dos horóscopos, nas moderníssimas megalópolis do século XX.
Isso tudo vai gerando um clima mórbido de angústia doentia, despertando
um apelo cego e fanático ao irracional,
provocando práticas fantásticas e supersticiosas que vivem à custa da emotividade sensual, do medo e do terror.
E
onde há medo, e onde há crendice, e'
, onde há superstição, e onde há angústia
e terror não há verdadeira religião e sim
magia.
Daí porque hoje, quiça mais ainda
que nos tempos de Cristo, temos de,
como cristãos e como igrejas, atentar
para o mandamento de Cristo: "não nos
deixes cair em tentação", "curai enfermos" e "expulsai demônios".
Quando Jesus pede a seus discípulos para curarem enfermos e expulsarem
demônios, não distingue entre enfermidades corporais, mentais ou espirituais.
Cada página do evangelho mostra que
ele menciona igualmente as três e as
três são uma só.
Aqui está, talvez, a lição mais preciosa que o divino exorcista nos quer
transmitir:
- que tanto a enfermidade
física, como mental, tanto a enfermidade
individual como a social, são conseqüências do distanciamento entre o espírito do homem e o espírito divino e
que nenhuma doença pode ser curada
e nenhum demônio pode ser expulso
sem a reaproximação do espírito humano com o divino.
Como os discípulos,
tenhamos alegria em nossa vocação.
Nesta missão encontraremos outros aliados.
Quando os discípulos relataram contrariados que outras pessoas estavam
também expulsando demônios, pediram
para que Jesus os castigasse mandando
cair sobre eles fogo do céus. Não foram atendidos e Jesus lembrou: "quem
não é contra nós é por nós",
Aí está a medicina, aí está a psiquiatria e tantos outros aliados preciosos
neste ministério
grandioso de cÚrar e
exorcisar os males do homem e do mundo. Mas aí está, também, a advertência
de Cristo: haveremos de encontrar demônios que só podem ser exorcizados
pela palavra da fé, pela mensagem da
reconciliação e do' perdão.
Apesar de
nossa enfermidade, apesar dos demônios que operam dentro de nós, de nossas igrejas e de nosso mundo, apesar
de todos os usurpadores deste século,
apesar da brutalidade e do cinismo, apesar dos tiranos e poderosos, apesar
do pecado e da servidão, alegramo-nos.
porque:
Teu é o poder,
Tua é a glória,
Não por uns tempos
Mas por todo o sempre, Senhor!
E alegramo-nos,
mais ainda:~ não
porque curamos e expulsamos demônios, mas porque temos os nossos nomes arrolados nos céus.
(Extraído
p. 3, 7)
de "O
Estandarte",
junho/?6
1
1
I
II
1
I
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I
QUE LUZES LARça A HISTÓRIA
SOBRE
I
O SIGNIfiCADO
i;
ª
DA
páSCOA 1
(D. A. Reily - Professor de História
Eclesiástica da Faculdade de Teologia de Rudge Ramos, SP)
Os cristãos primitivos pouco se preocuparam em recordar os seus atos para .a posteridade.
Por isso, há muitas
lacunas em nosso conhecimento da história da Igreja nos primeiros
séculos.
Não podemos precisar quando a Igreja
começou a celebrar a Páscoa como festa . anual e nem sabemos onde tal celebração primeiro se fez. Mesmo assim,
a própria controvérsia que se travou sobre a Páscoa, concernente ao dia correto da sua celebração, a maneira da
sua celebração e as interpretações da
215
I
I
j
festa, lança luzes sobre o verdadeiro significado da Páscoa.
A resistência dos cristãos, de origem
gentílica, a tudo que cheirava de judaísmo. Existem evidências de diversas
espécies que os cristãos primitivos faziam questão de demonstrar que não
eram judeus.
A Didaquê, por exemplo,
explica que os cristãos jejuavam nos 4.°
e 6.0 dias da semana, exatamente para
~ ser diferentes dos "hipócritas"
(os judeus), os quais jejuavam nos 2.° e 5.°
dias (Cap. 8). O próprio Apóstolo Paulo criticara severamente os Gáiatas por
guardarem "dias, meses, tempos e anos", a saber, observar os sábados e
festa judáicas (GI 4.10).
O mais conhecido dos Apologistas Cristãos, Justino
Mártir, no seu Diálogo com o judeu Trifão, deixou claro que os cristãos não
levaram em conta os sábados e as outras festas judáicas.
Por causa deste evidente desprezo
de "dias, meses, tempos e anos" e o
afã geral de evitar quaiquer aparência de
judaísmo, é provável que a Igreja demorou algum tempo antes de introduzir
a prática anual da celebração da Páscoa. No Novo Testamento não existe
nenhuma referência a uma "Páscoa Cristã" no sentido de um dia anual, a exemplo da festa judáica.
A referência neotestamentária mais parecida é 1 Co 5.7"Cristo, nossa Páscoa" ou "Cristo, nosso cordeiro pascai".
Também a Didaquê, um manual de culto cristão, que
dá instruções sobre batismo, santa ceia,
festa de amor, oração, jejum e coisas afins não menciona nenhuma ce!ebração anual da Páscoa.
Apesar desta resistência a "dias, meses, tempos e anos", duas cousas significativas ocorreram.
A primeira destas é que os cristãos
começaram, espontaneamente, a celebrar,
como dia especial de culto, "o primeiro
dia da semana" (cf. 1 Co 16.2; At 20.7)
que depois também foi denominado Ó
"Dia do Senhor" (d. Ap 1.10; Didaquê
capo 14, refere ao "dia próprio do Senhor").
O "Dia do Senhor", é claro, foi
o dia da ressurreição, nada tendo a ver
com o sábado dos judeus.
Os cristãos
deixaram claro este fato. Um dos Pais
216
Apostólicos, Barnabé, na sua Epístola,
chamava Domingo o 8.0 dia!
"Portanto, guardamos o 8.° dia com
alegria, no qual também Jesus ressurgiu dos mortos, e tendo se manifestado,
subiu aos céus" (Cap.15).
Ele o chamava assim, pois quis enfatizar que em
Cristo, e particularmente na sua ressurreição, Deus havia iniciado uma nova
era!
Bem mais tarde, Agostinho também deixou clara a distinção entre o
Sábado dos judeus e o Domingo dos
cristãos:
"Sábado significa descanso;
Domingo significa ressurreição".
A segunda coisa foi que, apesar da
resistência de Paulo e de outros, a Igreja chegou a estabelecer um dia anual
para oomemorar a morte e ressurreição
do Senhor!
E curiosamente, este dia
cristão veio a ter o mesmo nome daquele dos judeus - Páscoa. (Claro que
a coincidência da morte e ressurreição ae
Jesus com aquela grande festa judáica
contribuiu significativamente
para isto).
Gostariamos de ter maiores detalhes sobre as origens desta festa anual, porém
as lacunas aqui são grandes.
Na verdade, as primeiras referências à Pásooa
como festa anual provêm da controvérsia entre dois bispos sobre a data correta da sua celebração.
Bispo Poli carpo de Esmirna (o qual foi martirizado
depois) visitou o Bispo Aniceto de Roma, e os dois discutiram sobre o dia e
a maneira corretos da celebração da
Pásooa. Não chegaram ao acordo, mas
se separaram ainda como amigos.
O
que nos interessa no momento, porém,
é que esta disputa ocorreu mais ou menos no ano 154 d.C., o que índica que,
pelo menos em meados do segundo século, já se celebrava a Páscoa como
uma festa anual.
Apesar, então, de uma resistência ao
estabelecimento pelos cristãos de dias
especiais, a Igreja, de fato, chegou a
estabelecer, quase desde o início, um
dia espeoial semanal, e um outro anual.
Este fato força-nos a perguntar: por quê?
A única explicação que nos parece
de qualquer-forma
adequada é que ambas destas coisas enalteciam a RESSURREiÇÃO, e que a Igreja reconhecia a
ressuneição
como pedra - de - toque do
próprio cristianismo.
- Sem a ressurreição, Jesus seria apenas um profeta, mestre e mártir, im-
portante, sem dÚ":::=- - ~
vamente diferente ce _um Amós.
Poré~
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mo Filho de Deus ::- .
- Sem a ressurre~§:
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- Sem a ressurreiçª-c ~:: ~ " -;;
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em que os Judeus eê'Oça-a '=-~
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cos, Barnabé, na sua Epístola,
Domingo o 8.° dia!
~anto, guardamos o 8.° dia com
no qual também Jesus ressurmortos, e tendo se manifestado,
)3 céus" (Cap.15). Ele o cha3sím, pois quis enfatizar que em
s particularmente na sua ressurDeus havia iniciado uma nova
33m mais tarde, Agostinho tamxou clara a distinção entre o
dos judeus e o Domingo dos
"Sábado significa descanso;
significa ressurreição".
,gunda coisa foi que, apesar da
)'a de Paulo e de outros, a Igreou a estabelecer um dia anual
memorar a morte e ressurreição
~,or! E curiosamente, este dia
"eio a ter o mesmo nome daJS judeus - Páscoa. (Claro que
:ência da morte e ressurreição ae
em aquela grande festa judáica
j significativamente
para isto).
mos de ter maiores detalhes so)'ígens desta festa anual, porém
:as aqui são grandes.
Na verprimeiras referências à Páscoa
sta anual provêm da controvér, dois bispos sobre a data corsua celebração.
Bispo Policar:smirna (o qual foi martirizado
visitou o Bispo Aniceto de Ro3 dois discutiram sobre o dia e
'a corretos da celebração da
Não chegaram ao acordo, mas
raram ainda como amigos.
O
interessa no momento, porém,
:ta disputa ocorreu mais ou me,no 154 d.C., o que indica que,
:os em meados do segundo sése celebrava a Páscoa como
a anual.
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:mento pelos cristãos de dias
a Igreja, de fato, chegou a
sr, quase desde o início, um
:ial semanal, e um outro anual.
força-nos a perguntar: por quê?
ca explicação que nos parece
Jer' forma adequada é que am,s coisas enalteciam a RESSURe que a Igreja reconhecia a
20 como pedra - de - toque do
dstianismo.
a ressurreição, Jesus seria a1 profeta, mestre e mártir, im3,
portante, sem dúvida, mas não qualitativamente diferente de um Jeremias ou
um Amós.
Porém, pela ressurreição,
Deus poderosamente revelara Jesus como Filho de Deus (Rm 1.4).
- Sem a ressurreição, nem existiria
a Igreja, cuja razão de ser era testemunhar as maravilhas de Deus, particularmente a ressurreição.
- Sem a ressurreição, toda a fé cristã seria vã, toda a proclamação cristã
uma falsidade (1 Co 15.14).
Foi esta convicção que levou os cristãos a celebrarem toda a semana a ressurreição, para que esta não fosse apenas uma memória, um fato histórico, mas
também um elemento na sua existência
no dia-a-dia.
No entanto, também não
resistiram à tendência de fazer do acontecimento uma festa anual. E desde
o início, pela importância dela, foi sempre mais do que um dia de celebração,
pois os cristãos sentiam, desde logo,
a necessidade de um tempo mais demorado para se preparar para esta comemoração, que Gregório Nazianzo chamava "a festa das festas" ou "o mais feliz
dos dias".
11
A evidência histórica que temos leva a crer que logo tornou-se prática
universal na Igreja a celebração anual
da Páscoa. Mas, apesar da universalidade da celebração, havia diversidade
quanto à data e à maneira da sua celebração. Pelo exposto acima, ficou claro que havia diferenças entre a celebração em Roma e Ásia Menor.
Porém,
mais ou menos em 167 d. C., arrebentou
uma outra controvérsia, indicando ainda
uma terceira modalidade da celebração
da Páscoa e uma terceira data tida como a correta.
Sem nos perder em minúcias, será necessário a esta altura
examinar ligeiramente cada grupo, especialmente quanto à sua interpretação da
data correta da celebração.
1) A ênfase dos Ebionistas ou Judaizantes. Este grupo, seguindo a orientação
dos Evangelhos Sinõticos, a saber, Mateus, Marcos e Lucas, entendeu que Jesus realizou sua última ceia na noite
de 14 de Nisã (isto é, na mesma noite
em que os Judeus em geral também estavam celebrando sua Páscoa).
Para
eles, Jesus fora crucificado no dia 15 do
mês de Nisã.
2) O segundo grupo, representando um
costume geral da Ásia Menor, baseou a
sua prática no Evangelho de João, que
indica que Jesus morreu na tarde do dia
14 de Nisã. Estes faziam uma vigília e
jejum, terminando o mesmo às 15 horas
(a hora que Jesus teria morrido) com a
Santa Ceia.
3) A terceira posição, a romana, era a
mais radical. Esta desprezou o calendário judáico,
sem desprezar a história.
Todos os Evangelhos concordam que a
ressurreição ocorreu no "primeiro dia
da semana", ou seja, domingo.
Já vimos como as Igrejas espontaneamente
adotaram o domingo, ou seja, o Dia do
Senhor, como o seu dia especial de .adoração, por ser o dia da ressurreição
de Cristo. A celebração romana sempre
se fazia no domingo, sem levar em conta a data do calendário judáico.
A prática romana, então, fez duas coisas:
a) Ela conservou o elemento histórico do acontecimento, em lembrar que
Jesus de fato apareceu ressurreto aos
seus discípulos no primeiro día da semana. b) Ao mesmo tempo, ela desvinculou o evento da festa judáica! .Pois
as respectivas práticas acima descritas representavam três posições filosóficas ou doutrinárias bem diversas.
Senão, vejamos:
Sucintamente, podemos representar a
posição Ebionista assim:
"A Páscoa
Cristã é, basicamente, uma continuação
da Páscoa judáica".
A posição da Ásia Menor era:
"A
Páscoa cristã, de fato, se liga à Páscoa
judáica, mas não é idêntica".
Enquanto a posição romana insistia:
"A Páscoa cristã é algo radicalmente novo. De fato. ela ocorreu históricamente
na mesma época da Páscoa judaica,
mas convém frisar que há novidade, há
elementos únicos, há dimensões inéditas,
que precisam ser enfatizados e aproveitados" .
Esta controvérsia sobre a data correta da celebração da Páscoa noslembra, então, dois fatos importantes.
Primeiro, que a nossa fé é essencialmente
histórica!
Ela está vinculada a eventos
que ocorreram mesmo, envolvendo pessoas cujos nomes conhecemos e cujas
2171
personalidades
podemos deiinear,
em
uma área geográfica conhecida e em época que pode ser precisa quase ao
dia e hora. Não é uma filosofia cujos
princípios são universais e eternos, Mas
é a fé no Deus que age e que de fato
agiu na pessoa de Jesus, o carpinteiro
de Nazaré, o qual viveu, ensinou, 'morreu e foi ressurreto!
Mas, em segundo
lugar, que este carpinteiro judeu, criado
em Nazaré, e crucificado em Jerusalém,
não pode ser confinado ao judaísmo.
Este carpinteiro
de Nazaré realmente
revolucionou o mundo; ele derrubou a
parede que separava Judeu e Gentio
(Ef 3.14); ele iniciou a nova era; ele
inaugurou o Reino de Deus entre os homens.
(Expositor Cristão, Março/76, p.5)
SÓ NO CASO DE URIAS
Poucas pessoas têm a nobreza de
caráter e a delicadeza de espírito daquele que escreveu a maior parte dos
Salmos, o livro mais lido da Bíblia. Oitavo e último filho de Jessé, ruivo, de
belos olhos e boa aparência, harpista de
grande talento, homem de fé, ao mesmo
tempo forte e corajoso, sisudo em palavras, profundamente humano, desprovido de vaidade e espírito de vingança,
nascido em Belém da Judéia,
Davi começou a vida exercendo a profissão de
pastor de ovelhas. Saiu da obscuridade
de repente, ao aceitar por conta própria
o desafio de Golias. Pouco depois tornou-se chefe da guarda pessoal e genro do rei Saul. A sua popularidade
foi tal, que despertou os ciumes do rei
e foi obrigado a fugir por tempo indeterminado.
Neste período, juntaram-se a
Davi "todos os homens que se achavam
em a,perto, e todo o homem endividado,
e todos os amargurados de espírito, e
ele se fez chefe deles" (1 Samuel 22.2).
Com a morte de Saul, Davi foi aclamado
rei e tratou com benevolência os seus
inimigos.
Fez o que era agradável aos
olhos de Deus, a ponto de se tornar
padrão para os demais reis, até o cativeiro babilônico,
Mas há um grave senão, que a Bíblia não oculta:
Davi fez
o que era reto perante o Senhor, e não
se desviou de tudo quanto lhe ordenara
218
em todos os dias da sua vida,senão só
no caso de Urias, o heteu"(1 Reis, 15.5).
O chamado caso de Urias foi o escândalo provocado por um escorregão moral de grandes proporções envolvendo o
rei e Bate-Seba, a mulher de Urias.
A análise cuidadosa deste famoso adultério e de suas conseqüências há de
produzir nos leitores boa dose do temor
do Senhor e oportunas advertências para o dia de hoje. Para tornar as causas mais vivas, apresentaremos os fatos
por meio de uma suposta entrevista com
o autor da comovente confissão do Salmo 51. As respostas colocadas na boca de Davi têm base bíblica e uma dose muito pequena de imaginação.
A concupiscência
dos olhos
Ultimato
- Ninguém poderia supor
que o Rei seria capaz de todas aquelas misérias contidas no 11.° capítulo
do 2.° livro de Samuel ...
Davi - Nem eu tampouco. Posso, no
entanto, garantir que não foi uma cousa premeditada.
Fui tomado de surpre-
sa.
Ultimato - Os psicólogos dizem que
há uma idade considerada perigosa, entre os 31 e os 50 anos, um período de
tumulto interior, quando a juventude já
acabou, mas a velhice ainda não se
estabeleceu.
O Rei pecou quando estava nesta faixa?
Davi - Sim, mas não exagero o valor destas pesquisas.
Se há crises de
idade, não há algo como dispensa de
certas obrigações morais, que devem
ser guardadas a qualquer custo, para o
nosso próprio bem. José era jovem sadio e solteiro quando, em circuntâncias
tremendamente favoráveis ao pecado, rejeitou a proposta da mulher de Potifar,
sob a alegação de que pecaria contra
Deus (Gênesis, 39.7-20). Jamais tentei
desculpar o meu pecado.
Ultimato - Como o Rei explica o seu
adultério com Bate-Seba?
Davi - Creio ter havido o concurso
dos seguintes elementos:
1.°) Naqueles
dias eu não estava fazendo o 'que deveria fazer.
Meu lugar era o campo de
batalha e não Jerusalém (2 Samuel, 11.1
e 12.26-31; 1 Crônicas, 20.1). 2.°) Dei
um valor exagerado ao ímpeto das paixões.
Dispus-me a satisfazer a carne
de imediato, sem mais ne!7, ....~ - J
esta razão passei por cima::,o ~
contrariei inclusive certas face:e" j
ha personalidade.
3.°) A!ér- :: ~"
vavelmente porque atravessa',=, -"
odo de relativa segurança e ~~:i
o meu relacionamento
cor- :>õ';;
estava na melhor fase.
Ultimato - Por que não
ta de recato de Bate-Seba - - - mentos que o levaram ao
Davi - Não há dúvida ca ::. e
da parte dela uma provocaç~:
'."
se pode depender da ausê- ~ ~ ~
tações para se viver corre;"-~'"
mundo inteiro jaz; no maligno ~ -"j
há no mundo, a concupiscê-:: :: ~
ne, a concupiscência dos é> ~ ::" ::
berba da vida - não proce:a ::e
mas procede do mundo.
:::-~
fazer a vontade de Deus ne"ca ::'
hostil (1 João 2.15-17; 5.18 =
eu falhei, porque fiz a "':-. e
Não há aquilo que se Cf,e-e
esmagadora da carne, pcs e }j
é humana e não divina, e Ce.~ "
mite que sejamos tentado ô ~ ~
nossas forças (1 Coríntics
- 3)
bém não se pode confu,:; - "e~
pecado _ O sexo faz p,,;-::e :::õ
de Deus e é elemento :r: ô::·e-s:,;
biologia atual.
Pecado ê .o.::_'
dência sempre presente ::,o -~.}
ceitar as regras do j09: e _-;;
de achar que Deus rão ='=,o
existe, não ditou lei a!;c - ô
A diferença
entre perék-
Ultimato - Parece G. ~ :: ::e: s.:
xe aiguns problemas ce' e : = =
Davi - Primeiro. =. c'e::_:.;;;
ocultar o ocorrido.
Se:;.-::
= ~
indesejável de Bate-Se: =.
fracasso da tentativa se "e.:",' c
dela do campo de bate -:: '" -~
tar com ela, para q:.;e; : = - - .;,
do como de Urias.
Ultimato - Foi ar o:...~ : =e ,
matar a Urias, um de se.3
:::Samuel, 23.39)?
5
Davi - Não o me.:e ::próprias mãos. En'ie
::0:: •
_ -'s;!
carta ao comandar:a c: =:., ,o': .;§
nando que pusesse c ....e·::
'~
Seba na frente da r-ce:~ ':-:e ~
ja, para que a morte ce,e 0::'.,0:'3
os os dias da sua vida,senão só
~ de Urias, o heteu"(1 Reis, 15.5).
nado caso de Urias foi o escân'ovocado por um escorregão mograndes proporções envolvendo o
Bate-Seba, a mulher de Urias.
se cuidadosa deste famoso adulde suas conseqüências há de
, nos leitores boa dose do temor
.'<0 r e oportunas
advertências paa de hoje. Para tornar as cou's vivas, apresentaremos os fatos
o de uma suposta entrevista com
da comovente confissão do SaIAs respostas colocadas na bo)avi têm base bíblica e uma doJ pequena de imaginação.
~oncupiscência
dos olhos
lalo - Ninguém poderia supor
Rei seria capaz de todas aqueérías contidas no 11.° capítulo
ivro de Samuel ...
- Nem eu Iam pouco. Posso, no
garantir que não foi uma coueditada. Fui tomado de surpreato - Os psicólogos dizem que
idade considerada perigosa, en1 e os 50 anos, um periodo de
interior, quando a juventude já
mas a velhice ainda não se
~eu. O Rei pecou quando esta faixa?
- Sim, mas não exagero o va,s pesquisas.
Se há crises de
ão há algo como dispensa de
)brigações morais, que devem
:Jadas a qualquer custo, para o
óprio bem. José era jovem sadteiro quando, em circuntâncias
mente favoráveis ao pecado, reproposta da mulher de Potifar,
'egação de que pecaria contra
ênesis, 39.7-20). Jamais tentei
. o meu pecado.
lto - Como o Rei explica o seu
com Bate-Seba?
- Creio ter havido o concurso
intes elementos:
1.°). Naqueles
lão estava fazendo o que deveMeu lugar era o campo de
não Jerusalém (2 Samuel, 11.1
1; 1 Crônicas, 20.1). 2.°) Dei
exagerado ao ímpeto das pai)ispus-me a satisfazer a carne
de imediato, sem mais nem menos. Por
esta razão passei por cima de tudo e
; contrariei inclusive certas facetas de minha personalidade.
3.°) Além disto, provavelmente porque atravessava um período de relativa segurança e facilidade,
o meu relacionamento
com Deus não
estava na melhor fase.
Ultimato - Por que não incluiu a falta de recato de Bate-Seba entre os elementos que o levaram ao pecado?
Davi - Não há dúvida de que houve
da parte dela uma provocação. Mas não
se pode depender da ausência de tentações para se viver corretamente.
O
mundo inteiro jaz; no maligno, e tudo que
há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede de Deus,
mas procede do mundo.
Compete-nos
fazer a vontade de Deus neste ambiente
hostil (1 João 2.15-17; 5.19). Foi ai que
eu falhei, porque fiz a minha vontade.
Não há aquilo que se chama pressão
esmagadora da carne, pois a tentação
é humana e não divina, e Deus não permite que sejamos tentados além das
nossas forças (1 Coríntios, 10.13). Também não se pode confundir sexo com
pecado.
O sexo faz parte da criação
de Deus e é elemento indispensável na
biologia atual.
Pecado é aquela tendência sempre presente de não se aceitar as regras do jogo, a presunção
de achar que Deus não existe ou, se
existe, não ditou lei alguma.
A diferença
entre perdão e correção
Ultimato - Parece que o pecado trouxe alguns problemas para o Rei ...
Davi - Primeiro, a preocupação de
ocultar o ocorrido.
Segundo, a gravidez
indesejável de Bate-Seba.
Terceiro,
o
fracasso da tentativa de trazer o marido
dela do campo de batalha e fazê-Io estar com ela, para que o filho fosse tido como de Urias.
Ultimato - Foi aí que o Rei resolveu
matar a Urias, um de seus valentes (2
Samuel, 23.39)?
Davi - Não o matei com as minhas
próprias mãos. Enviei por Urias uma
carta ao comandante do Exército, ordenando que pusesse o marido de BateSeba na frente da maior força da peleja, para que a morte dele parecesse aci-
dente de guerra. Tenho repugnância disto tudo, especialmente da falsidade e
da maldade de meus atos. O pecado
nunca vem só. Ele cria um circulo vicioso e ilude.
Ultimato - Depois da morte de Urias,
o Rei levou a viúva para o palácio e a
fez sua mulher. Houve algum problema
de consciência?
Davi - O pecado insensibiliza. Só acordei para a hediondez de minha conduta meses depois, por ocasião do nascimento de nosso filho, quando a palavra
do Senhor veio a mim por intermédio do
profeta Natã.
Ultimato - Foi nesta ocasião que o
Rei compôs o Salmo 51 ?
Davi - Minha alma se derreteu como
cera. Nunca senti tanto a necessidade
de perdão e purificação.
Orei para que
o Senhor me lavasse completamente de
minha iniqüidade, não retirasse de mim
o seu Santo Espírito e me devolvesse
a alegria da salvação.
Ultimato - Deus o perdoou?
Davi - Enquanto calei os meus pecados, não obtive cousa alguma do Senhor.
Mas, quando confessei tudo que havia
feito, Ele me perdoou.
Bem-aventurado
aquele cuja iniqüidade é perdoada e
cujo pecado é coberto (Salmo 32.1-5).
Ultimato - Se Deus o perdoou, por
que, então, feriu a criança?
Davi - E necessário fazer distinção
entre perdão e correção.
Deus me livrou da culpa, mas não me poupou das
conseqüências naturais do pecado. Por
meio do perdão, eu me aproximei dEle
outra vez, reatei a comunhão perdida,
achei-me purificado de minha iniqüidade, encontrei ânimo e alegria para viver
e livrei-me de sua mão que pesava sobre mim dia e noite. Por meio da correção, Deus mostrou o seu desagrado
pelo meu pecado e os homens viram
que Ele é Deus zeloso. O Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho
a quem recebe (Hebreus, 12.6). A vara
e o cajado de Deus me consolam (Salmos, 23.4).
Ultimato - O Rei nunca teve um sentimento de aversão por Bate-Seba?
Davi - Por que o teria?
Quando a
criança morreu, fui a ela e consolei-a.
Não a deixaria sozinha numa hora desta.
219
Ultimato - A naturE3za humana tem
dificuldade para acolher crítica e repreensão. Quanto mais alta a posição do
indivíduo, maior é esta dificuldade. Guarda o Rei algum rancor contra o profeta Natã?
Davi - O Senhor me disse por boca
de Natã: "Eis que da própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a
teu próximo, o qual se deitará com elas,
em plena luz deste sol".
Davi - Natã veio a mim por ordem
do Senhor.
~Jão havia nada de pessoal nas palavras dele. Graças ao profeta,
o círculo vicioso criado pelo pecado se
rompeu.
Portanto, nada tenho contr'a
ele. Quando Bate~Seba me deu à luz o
segundo filho, Salomão, este dentro do
matrimônio, eu o entreguei nas mã.os de
Natã (2 Samuel, 12.25). Anos a fio o
profeta foi amigo particular da família.
Ele teve papel importante para que Salomão subisse ao trono após a minha
morte (1 Reis, 1.5-31). Dois filhos dele
foram oficiais de meu filho (1 Reis, 4.5).
Ultimato - Então, Deus é mau e vingativo?
Davi - Entendo doutra maneira.
Eu
provoquei o Senhor a zelo, isto é, levei
o Senhor a agir, a descarregar a sua
mão sobre mim, a exercer a sua justiça
ou a sua ira. Já disse, e repito: o Senhor é Deus zelozo (Êxodo, 20.5). Por
esta razão, quando Slmei, valendo-se da
situação, me amaldiçoou e me atirou
pedras, estando eu fugindo de Jerusalém, não permiti que Abisai lhe tirasse
a cabeça, dizendo-lhe:
"Deixai-o, que
amaldiçoe, pois o Senhor lhe ordenou"
(2 Samuel, 16.5-14).
Os ris.cos a longo prazo
Ultimato - Natã anunciou que o Rei,
por ter desprezado a palavra do Senhor,
veria acontecimentos
bastante desagradáveis, envolvendo membros da família
real. Estas cousas se deram?
Davi - Elas foram acontecendo aos
poucos. A primeira tragédia foi o incesto de Amnon.
Este meu filho primogenito se apaixonou por uma meia-irmã,
chamada Tamar, filha de outra esposa,
forcou-a e abandonou-a.
A segunda ocorreu dois anos depois: meu filho A>
salão matou a Amnon à traição para
vingar a irmã, e fugiu para o exterior.
Ao cabo de três anos, permíti que Absalão voltasse ao país, mas ordenei que
permanecesse em sua casa, em Jerusalém. A liberdade total só a concedi depois de mais dois anos. A terceira tragédia deu-se quatro anos mais tarde:
este mesmo Absalão furtou o coração
dos homens de Israe! para si e levantou
uma conspirata contra mim. Fui obrigado a fugir de Jerusalém.
Deixei dez
concubinas
para cuidarem da casa, e
Absa!ão, para se mostrar odio~o a mim,
armou uma tenda no eirado e, à vista
de todo o povo, coabitou com elas.
Ultimato - Mas tudo isto tem relação
com o seu pecado com Bate-Seba?
220
Ultimato - Quer dizer que Deus mandou Absalão possuir as concubinas do
Rei ?
Davi - Deus não mandou que eie
fizesse isto. Foi Aitofel quem lhe deu
este conselho.
Também não foi Deus
quem sugeriu que os irmãos de José
intentassem contra a sua vida, mas o
Senhor fez uso daquele crime como lhe
aprouve e o transformou em bem (Gênesis, 50.20). Deus tem tudo sob controle.
Absalão agiu como quis e não
deíxou de responder por seus atos, mas
Deus se serviu de tudo aquilo para
cumprir o seu intento.
Uitimato - Diz-se que onde abundou
o pecado, superabundou a graça (Romanos, 5.20). O Rei o comprova?
Davi - Acho notável que Natã tenha
chamado Salomão de Jedidias,que
quer
dizer "amado do Senhor".
Foi este
meu filho com Bate-Seba que ocupou o
trono após minha morte.
Exatamente
ele conduziu o país ao período de maior glória e construiu o templo do Senhor em Jerusalém.
O perdão de Deus
t:. como
se nada
é algo maravilhoso.
tivesse acontecido.
Por esta razão, lêse na genealogia de Jesus, de acordo
com Mateus: "Jessé gerou ao rei Davi;
e o rei Davi, a Salomão, da que fora
mulher de Urias" (1.6)!
(Ultimato - junho/76 - p. 6,7)
REENCARNAÇÃO
Para o Jornal Espírita. - ._A Viagem "marca uma n0'i'" =',,- =,
doutrina espírita no Bras:
- ~
mesmo abatendo o entus!",s-.: .:
iro que deixou muita gen:e .:: - ~
com vontade de estuda":::2
:;
Allan Kardec, é possive: c:_= : 1
tismo ganhe alguns novos ::::7:'~'"
número de católicos com c.: -. : ::"
píritas se amplie. Os pro:s;:,,--~~õ
mente sem doutrina e se~ =:.: "
se cuidem, porque o al2.:: = ':
de. Ao mesmo tempo. a:c,,-; ~c·
rece e estimula uma ava!iaçé.: :: ~
espíritas, especialmente a -~~- .•
à luz do Cristianismo.
"-5
O que
é
A reencarnação é uma: '=- :::;
e muita antiga, sem o me...:' ._'-.~
to bíblico.
Faz parte da :: --" -~
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""'0, o qual se deitará com elas,
-s iuz deste sol".
nato - Então, Deus é mau e vinEntendo doutra maneira,
Eu
o Senhor a zelo, isto é, levei
- a agir, a descarregar a sua
-e mim, a exercer a sua justiça
,s ira. Já disse, e repito: o SenJeus zelozo (Êxodo, 20.5). Por
:ãc, quando Simei, valendo-se da
me amaldiçoou e me ,atirou
estando eu fugindo de Jerusac permiti que Abisai lhe tirasse
;;a, dizendo-lhe:
"Deixa i-o, que
:a, pois o Senhor lhe ordenou"
.ai, 16.5-14).
lato - Quer dizer que Deus manselão possuir as concubinas do
- Deus não mandou que ele
'sto. Foi Aitofei quem lhe deu
,selho.
Também não foi Deus
,,;geriu que os irmãos de José
em contra a sua vida, mas o
'ez uso daquele crime como lhe
e o transformou em bem (Gê;,20). Deus tem tudo sob con'.bsalão agiu como quis e não
a responder por seus atos, mas
, serviu de tudo aquilo para
:' seu intento.
,10 - Diz-se que onde abundou
). superabundou a graça (Roma:j. O Rei o comprova?
- Acho notável que Natã tenha
Salomão de Jedidias, que quer
'nado do Senhor".
Foi este
com Bate-Seba que ocupou o
,ós minha morte.
Exatamente
lziu o país ao período de. maie construiu o templo do SenJerusalém, O perdão de Deus
naravilhoso.
t::
como se nada
::ontecido.
Por esta razão, lê,nealogia de Jesus, de acordo
JUS:
"Jessé gerou ao rei Davi;
Davi, a Salomão, da que fora
=
Urias" (1.6)!
(Ultimato - junho/76
- p, 6,7)
REENCARNACÃO
,
Para o Jornal Espírita, a telenovela
A Viagem "marca uma nova era para a
doutrina espírita no Brasil".
De fato,
mesmo abatendo o entusiasmo passageiro que deixou mui,ta gente confusa e
com vontade de estudar os livros de
Allan Kardec, é possível que o Espiritismo ganhe alguns novos adeptos e o
número de católicos com convicções espíritas se amplie. Os protestantes igualmente sem doutrina e sem Bíblia que
se cuidem, porque o alarde foi grande. Ao mesmo tempo, a ocasião favorece e estimula uma avaliação dos temas
espíritas, especialmente a reencarnação,
à luz do Cristianismo,
o
que
é
A reencarnação é uma crença pagã
e muita antiga, sem o menor fundamento bíblico.
Faz parte da doutrina espírita codificada por Allan Kardec em meados do século passado. Ensina a pluralidade das existências, em virtude da
qual todas as criaturas humanas, em sucessivas encarnações, vão evoluindo gradativamente, quer no plano intelectual,
quer no plano moral, enquanto que, ao
mesmo passo, vão resgatando erros e
crimes do passado. "O objetivo da reencarnação, «diz o próprio Kardec», é a
expiação, o melhoramento progressivo da
humanidade ".
As novas encarnações
podem se dar aqui na Terra ou em outros corpos celestes, de nível moral superior ao nosso. O espírito de um ho"
mem pode encarnar no corpo de uma
mulher e vice-versa.
Em que se baseia
A doutrina da reencarnação procura
assentar as suas bases na revelação dos
espíritos.
Detalhes fantásticos são atribuídos a eles e aceitos. Quando Jesus
disse: "Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora" (Jo 16.12), Ele estaria se referindo
a outras revelações, inciusive à lei da
reencarnação, que viriam a seu tempo
por intermédio dos espíritos superiores
com o concurso de diversos médiuns, o
que chega a ser séria irreverência para
quem conhece e preza a Palavra de D.eus. Além destas bases, a reencarnação
seria a explicação para o sofrimento humano e para uma série de fenômenos,
tais como a existência de crianças-prodígio, as reminiscências, as faculdades
supranormais de animais, etc. A doutrina firma-se ainda na tentativa de afastar para longe e para sempre a idéia
do juízo final, pois, por meio dela, quer
queiram quer não, com menor ou maior
demora, todos os homens chegarão ao
estado de perfeição e pureza que Deus
exige, por esforço e moto próprios.
Confrontando .com a Bíblia
Ninguém se iluda: uma vez aceita
a reencarnação, as principais doutrinas
do Cristianismo são reduzidas a nada.
A atriz Eva Wilma estava tremendamente enganada quando declarou ao Jornal
Espírita que não acha "o Espiritismo conflitante com o Catolicismo".
E o ator
Ewerton de Castro, que também trabalhou na novela A Viagem e que é membro de uma Igreja Presbiteriana Independente, confessou grave tibieza ao afirmar, ao mesmo jornal, que gosta muito
da doutrina espírita e encontrou nas obras de Kardec respostas a muitas de
suas perguntas.
Apesar de o Espiritismo se gloriar de
não ser materialista por acreditar, acertadamente, que o homem não é só corpo, o sistema deixa o homem sozinho
em seus anseios de salvação,
Não há
Iu'gar na doutrina espírita para a mais
,importante mensagem da Bíblia, de que
Jesus "veio buscar e salvar o perdido"
(Lc 19.10). Não se conta a expiação de
nossos pecados "mediante a oferta do
corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas" (Hb 10.10). O véu do templo não
se rasgou em duas partes, de alto a baixo, naquela sexta-feira da Paixão (Me
15.38), e nós não podemos entrar no
Santo dos Santos pelo sangue de Jesus
(Hb 10.19). Não é a propiciação pelos
nossos pecados (1 Jo 1.9; 2.2). Deus
não amou ao mundo de tal maneira a
dar o seu Filho unigênlto, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). Paulo estava errado quando declarou: "Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não
vem de vós, é dom de Deus; não de
I
II
i
221
§
-..
para que ninguém se glorie" (Ef
2.8-9). O escrito da dívida que era contra nós não foi removido nem encravado
na cruz (CI 2.14). O ladrão que se arrependeu e creu ali na cruz junto a Jesus, não se salvou nem foi levado para
o Paraíso (Lc 23.43). O castigo que nos
traz a Daz nunca esteve sobre Ele, Jesus, m~s repousa implacavelmente sobre
nós, indefinidamente (ls 53.5).
obras,
Aquele que crê na reencarnação obriga-se a rejeitar a doutrina das ultimas
cousas conforme apresentada na Bíblia.
Para ele não haverá salvos e perdidos,
não obstante as palavras de Jesus (Mt
13.41,2 4, 49, 50; 25.46; etc). O juízo
final é algo meramente simbólico.
Os
injustos, contemporâneos a Noé e a Ló,
não estão, sob castigo, reservados para o dia do juízo (2 Pe 2.4-11). A ressurreição dos mortos não deve ser entendida como Paulo ensinou: "Semeiase o corpo na corrupção, ressuscita na
incorrupção" (1 Co 15.42), pois entre a
morte e a "ressurreição"
dar-se-ão intermináveis novas encarnações.
A destruição dos céus e da Terra que agora
existem (2 Pe 1.13) será um fenômeno
natural, e quando isto suceder, daqui a
milhões de anos, a Terra já estará desabitada, porque os seres humanos "terão
atingido um nível evolutivo em que o
plano terreno não mais Ihes servirá de
morada".
o
que fazer
A doutrina da reencarnação é tão o'
posta à Bíblia que se impõe uma opção
como aquela que Elias colocou dis'lte
de Israel: "Até quando coxeareis entre
dois pensamentos?
Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o" (1 Rs
18.21). No caso das múltiplas existências, a primeira opção terá que ser entre o Espírito Santo de Deus e os espíritos de que falam os espíritas, entre a
autoridades das Escrituras Sagradas e a
codificação de Allan Kardec, entre o absolutamente certo dos Evangelhos (SI
2.36) e a ficção reencarnacionista.
De
uma causa não haja dúvida:
é inútil
qualquer tentativa de harmonizar o verdadeiro Cristianismo com o Espiritismo.
(Ultimato - maio/76
222
- p. 5)
MÉDICOS
CAPITULAM
DE
DIANTE
ADIVINHOS
Um pesquisador afirma: adivinhos podem evitar que os médicos tenham de
realizar exames que envolvem riscos.
Os adivinhos podem diagnosticar certas doenças e males indeterminados com
a mesma certeza que os médicos com
métodos complicados, mas sem riscos,
concluiu um relatório, foi pesquisa de
um enoontro médico em Tuscon, Arizona,
EUA. O DI'. C. Norman Shealy, um cirurgião, formado pela Universidade de Wisconsin, disse numa entrevista, que num,
estudo de 18 meses concluiu que adivinhos podem realizar um diagnóstico médico exato em cada três de quatro casos.
portanto, a mesma média alcançada com
métodos que muitas vezes são acompanhados de exposição a raios ou outros
riscos. O médico disse que muitas queixas sobre males indefinidos - como dores de cabeça e no ventre - levam a
uma série de exames caros e arriscados, que não garantem um diagnóstico
correto. O DI'. Shealy disse aos médicos
que a sua "solução-PSI"
(Fator PSI ==
poder sobrenatural), poderia ser a resposta para a realização de um diagnóstico numa situação duvidosa e arriscada.
Ele não aconselha, portanto, consultar
adivinhos ao invés de médicos, mas aconselhou aos médicos que consultem
um vidente conhecido quando acharem
necessário. "Se o PSI disser não, porque deveríamos realizar o exame?" - "E
se consultares três adivinhos, e eles concordarem, poderás ohegar a uma certeza em torno de 98%, e isto é muito
mais garantido que um diagnóstico médico!" - O Congresso Nacional sobre
complementação da medicina, exortou à
procura de diretivas novas e não tradicionais na medicina, e à busca de caminhos onde o corpo e o espírito trabalhem conjuntamente
para a cura.
O
DI'. Shealy afirmou que sua pesquisa foi
realizada com mais de 200 pacientes, e
com a ajuda de videntes, interpretadores
de sinais, quiromantes
e astrólogos,
que na maioria dos casos nunoa viram
os pacientes cujo diagnóstico tinha que
fornecer. "A maior parte do trabalno foi
feita pelo correio, e nunca fornecemos
informações médicas", d'S5e : 3
aly, "aos videntes enviar:s
":=f
interpretadores de sinais e =-S:': :1
necemos a data do naS':~8',=
quiromantes as impressões :~
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CAPITULAM
DE
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ADIVINHOS
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Dr. C. Norman Shealy, um cirurrmado pela Universidade de Wisdisse numa entrevista, que num,
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a mesma média alcançada com
que muitas vezes são acompan1a exposição
a raios ou outros
O médico disse que muitas queira males indefinidos - como docabeça e no ventre - levam a
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O Dr. Shealy disse aos médicos
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de diretivas novas e não tradi'a medicina, e à busca de cande o corpo e o espírito trabanjuntamente para a cura.
O
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com mais de 200 pacientes, e
uda de videntes, interpretadores
s. quiromantes
e astrólogos,
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"A maior parte do trabalho foi
) correio, e nunca fornecemos
informações médicas", disse o Dr. Shealy, "aos videntes enviamos fotos, aos
interpretadores de sinais e astrólogos fornecemos a data do nascimento, e aos
quiromantes as impressões das mãos.
Os adivinhos receberam também um desenho do corpo. Aii localizavam a parte do corpo onde estava o mal, preenchendo depois um formulário. Em todos
os casos", disse Shealy, "o diagnóstico
já era conhecido.
Os adivinhos foram
3 a 10 vezes mais exatos que o acaso.
Em aproximadamente 75%· dos casos o
seu diagnóstico foi correto."
Baseado nesta exatidão, Sheaiy propôs a utilização da solução-PSI, ao invés de muitos dos 750.000 caros e potencialmente perigosos exames de contraste com Raio-X, realizados anualmente nos EUA. "Quando se tira uma chapa de Raio-X do crâneo, para localizar
um tumor cerebral, a chance de encontrá-Io está em menos de 10%, disse ele.
"Os médicos conseguem uma exatidão
de 80% com exames de contraste", disse ele, "mas com o risco de complicação em torno de 10%. "Com os adivinhos conseguimos uma exatidão de 98%,
sem fator de risco. Somente 10% dos
exames com Raio-X descobrem uma doença que necessita de operação, isto
significa que nós médicos fazemos estes testes para evitar diagnósticos
falsos. Poderíamos alcançar a mesma, ou
até uma maior exatidão, com diagnósticos-PSI, evitando anualmente 5. O O u
complicações" .
O Dr. Shealy disse que um adivinho,
num certo caso de pesquisa, corrigiu um
diagnóstico médico. "Tínhamos um paciente que, pensávamos, sofria de leucemia. Um PSI o olhou e disse que ele
sofria do fígado. Ele disse também que
em 10 dias o paciente estaria em casa.
Dois dias depois o paciente levantou-se
da cama e disse que se sentia bem.
Achamos que ele teve sintomas de envenenamento em conseqüência da anestesia na operação." - Num outro caso,
o diagnóstico do adivinho dizia de um
paciente que ele tinha câncer no sistema linfático. "Eu achei que o diagnóstico estava errado.
O paciente morreu
após nove meses. A autópsia revelou
que ele havia morrido de câncer no
sistema linfático."
Nota da Redação: Copiamos este relatório horrivel da revista "Chamada da
Meia Noite", cujo redator evangélico acrescenta um comentário que aceitamos
na íntegra.
Escreve Wim Malgo: "Esta
é uma notícia muito séria. Ela relata nada menos que o fato de a classe médica
americana estar se colocando à disposição dos demônios.
Em outros campos
o limite entre a ciência e o ocultismo já
foi apagado há muito. Agora também a
medicina é atacada.
Por que os médicos capitulam diante dos adivinhos?
Porque se impressionam com os resuitados. Certamente desconhecem que Satanás sabe muito, mas que para cada
manifestação do seu conhecimento exige
um preço, o direito sobre a alma do
paciente em questão.
Não podemos aiertar suficientemente contra a busca do
auxílio com adivinhos, pois quem faz tal
coisa é abominação ao Senhor" (Dt 18.
10-12).
BRASIL: 500 MILHÔES
1. Em 1872 quando foi feito o primeiro recenseamento geral do país, tinha
o Brasil dez milhões de habitantes. Acabara de sair vitorioso de sangrenta guerra contra o paraguai, que invadira o Sul
e ameaçara a segurança nacional.
2. Trinta anos antes, cessara o tráfico dos escravos, principal fonte de braços para a agricultura e mineração e
para o desenvolvimento do país. Já estava em andamento a campanha da abolição da escravatura, o que, na opinião
de muitos, significaria a desorganização
do setor agrícola e a queda da produção.
3. A primeira prioridade do Brasil,
era então, povoar para desenvolver e garantir a segurança nacional. Embarcamos
em intensa campanha para atrair colonos
europeus. Oferecíamos ajuda em dinheiro, terras gratúitas e outras vantagens
aos que quisessem emigrar para o Brasil e aqui se radicarem.
A resposta foi
muito satisfatória.
Nas décadas seguintes cinco milhões de italianos, portugueses, espanhóis, alemães e pessoas de
outras nacionalidades optaram pelo Brasil.
Na década de 1880, mais de 500
mil estrangeiros chegaram ao Brasil, ís223
to é, o dobro da migração de 1800 a
1870.
No último decênio do século,
mais de 1.200 mil emigrantes preferiram
nosso País. Tal caudal humano correspondia a quase 10% da população total de então.
4. A família numerosa era glorificada de todas as formas.
As mulheres
eram convocadas a dar à pàtria o maior
número possivel de filhos.
Era a po!ítica adequada, certa e lógica para um
continente subpovoado.
Cem anos mais
tarde, em 1972, a população brasileira
atingia a marca dos 100 milhões. Agora,
somos 110 milhões. Crescemos ao ritmo
de três milhões por ano. Justificam-se
hoje as políticas, atitudes e "slogans"
de um século atrás? A nossa primeira
prioridade não deveria ser a qualidade
de vida dos brasileiros, em vez da quantidade de vidas?
5. Não só duplicou nossa população
em um século, como nas últimas décadas passou a só aumentar nas cidades
e grandes aglomeraçõ~s metropolitanas.
Em 1940, dos 41 milhões de brasileiros,
28 milhões estavam dispersos nas áreas
rurais e 13 milhões viviam nas cidades
e vilas. Em 1970 mais da metade dos
93 milhões de brasileiros
(52 milhões)
se concentravam em cidades e vilas e
41 milhões nas áreas rurais.
Em 1980,
nossa população urbana será de 80 milhões e a rural 40 milhões. Em 40 anos,
de "país essencialmente agrícola"
em
que dois terços da população eram habitantes do campo, nos transformaremos
em "nação preponderantemente urbana
com dois terços da população nas cidades e vilas.
6. Os brasileiros mostram clara preferência pela vida nos grandes aglome"
rados urbanos, onde as oportunidades
de trabalho são mais amplas. Em 1960,
habitavam as nove regiões metropolitanas oficiais 13.600 mil pessoas. Em 1970,
eram 22800 mil. Em 1985, serão 51 milhões, ou seja, quase a mesma popula-'
ção total do Brasil em 1950. Em 1960,
apenas três regiões metropolitanas
tinham mais de um milhão de habitantes.
Em 1970, seis estavam nesta categoria.
Em 1985, todas terão mais de um milhão. A região metropolitana de São Paulo terá 20 milhões e a do Rio 12 milhões.
224
7. A causa principal da rápida urba-.
nização é o acelerado crescimento demográfico e a migração rural urbana.
Todo nosso aumento populacional ocorre nas áieas urbanas. Estas aumentam
3 milhões de pessoas por ano. Assim,
nos 24 anos que nos separam do fim
do século, a população urbana do Brasil aumentará 100 milhões de pessoas.
Chegaremos ao ano 2.000 com uma população de 200-210 milhões, dos quais
80%, ou seja, 160-170 milhões viverão
nas megalópoles cidades e vilas.
8. Quantos seremos daqui a 100 anos? Em 1872 éramos 10 milhões. Duplicamos em 1910. Já em 1939 o Brasil
tinha 40 milhões.
Em 1965 atingimos
a cifra de 80 milhões.
Em 1990 nossa
população terá duplicado para 160 milhões. Se duplicarmos nos 30 anos seguintes (supondo que a taxa de crescimento demográfico caia para 2,3% ao
ano), seremos 320
milhões no ano
2020. Se a taxa de crescimento diminuir para 1,5% ao ano, nossa população será de 640 milhões no ano 2065.
9. Como num planeta fínito não pode haver crescimento infinito, a população do mundo tenderá a se estabilizar
no futuro. A do Brasil também. As taxas de crescimento demográfico diminuem com o desenvolvimento econômico,
a urbanização, a elevação d9 "status"
da mulher'- e muitos outros fatores de
modernização da sociedade.
No Brasil
já se verifica lenta redução de natalidade, o que autoriza certa cautela nas
projeções de população.
Mas, pode se
confirmar
com bastante confiabilidade
que no ano 2000 seremos cerca de 200
milhões e que, daqui a cem anos, o
Brasil terá aproximadamente 500 milhões
de habitantes.
10. Com esta perspectiva, não teria
Chegado a hora de o Governo patrocinar amplo programa de planejamento
familiar voluntário, oferecendo aos casais que desejam determinar o número
dos filhos a informação e os meios indispensáveis?
É bem provável que nos
próximos 24 anos a população aumente
cerca de 100 milhões de pessoas, as
quais, em sua totalidade, se localizarão
nas áreas urbanas.
Torna-se, pois, indispensável que o poder público ajude
(Continua na pág. 226)
A IGREJA NO
ft
:ausa principal da rápida urba-.
o acelerado crescimento de: e a migração rural urbana.
;330 aumento populacional ocor,,"eas urbanas. Estas aumentam
53 de pessoas por ano. Assim,
anos que nos separam do fim
J. a população urbana do Bra'ntará 100 milhões de pessoas.
-nos ao ano 2.000 com uma pode 200-210 milhões, dos quais
- seja, 160-170 milhões viverão
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A IGREJA NO MUNDO
-no num planeta finito não pocrescimento infinito, a popumundo tenderá a se estabilizar
A do Brasil também. As ta"8scimento demográfico diminuo desenvolvimento econômico,
zação, a elevação dQ "status"
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?ção da sociedade.
No Brasil
[fica lenta redução de natalidaue autoriza certa cautela nas
de população.
Mas, pode se
com bastante confiabilidade
no 2000 seremos cerca de 200
:; que, daqui a cem anos, o
à aproximadamente 500 milhões
ntes.
Lutero na avaliação do catolicismo
de hoje - 459 anos após afixação
de
suas famosas teses na porta da catedral de Wittenberg, Martinho Lutero ainda
é discutido.
O número de agosto-outubro de 1975 do jornal "Catolicismo", editado em Campos, RJ, publica violento
artigo contra o reformado r alemão sob
o título "Aprender com Lutero?" e diz:
"nos lábios de Lutero encontramos palavras que só se pode transcrever fazendo ao mesmo tempo um ato de reparação a Deus Nosso Senhor e aos seus
santos.
São blasfêmias que dispensam
qualquer comentário."
Já o teólogo dominicano francês Yves Congar, em recente entrevista, publicada inclusive na
"Folha da Tarde" de Porto Alegre, diz
exatamente o contrário:
"Lutera foi um
dos maiores gênios religiosos da História, e de certa forma maior do que Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e
Pascal. Lutero reexaminou o cristianismo inteiro.
Ele foi um homem da Igreja". - É evidente: assim como foi profetizado do próprio Jesus nas palavras de
Simeão: "Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel, e para ser
alvo de contradição"
(Lc 2.34), assim
seus mensageiros aqui na terra, e em
especial os que por Deus foram chamados de levantar bem alto a bandeira
do evangelho, como Lutero, serão até
o fim deste mundo "alvo de contradição". - H.R.
:m esta perspectiva, não teria
a hora de o Governo patrocio programa de planejamento
'oluntário, oferecendo aos cadesejam determinar o número
: a informação e os meios in:;Is? É bem provável que nos
24 anos a população aumente
100 milhões de pessoas, as
sua totalidade, se localizarão
urbanas.
Torna-se, pois, insi que o poder público ajude
(Continua na pág. 226)
Alvos para o I Centenário dos Batistas Brasileiros - Em 1982, portanto daqui a seis anos, os batistas brasileiros
comemorarão o· seu primeiro centenário.
No momento, eles possuem 3.000 igrejas e 400.000 membros.
Neste período
de 312 semanas ou 2.190 dias, esperam
alcançar o seguinte alvo, proposto na última convenção nacional realizada em
Manaus:
6.600 igrejas, 1. 000. 000 de
membros, 120 missionários no Exterior,
550 missionários nos campos nacionais,
3.000 alunos nos seminários, 3.000 igre-
:antos seremos daqui a 100 am 1872 éramos 10 milhões. Duem 1910. Já em 1939 o Brasil
milhões.
Em 1965 atingimos
;e 80 milhões. Em 1990 nossa
o terá duplicado para 160 mioe duplicarmos nos 30 anos se'supondo que a taxa de cresdemográfico caia para 2,3% ao
'"emos 320
milhões no ano
e a taxa de crescimento dimi? 1,5% ao ano, nossa populade 640 milhões no ano 2065.
225
jas com pastores de tempo integral e
uma tiragem de 50.000 exemplares do
órgão oficial, o semanário O Jornal Batista. (Parece que a proporção entre o número de membros e a tiragem do órgão
oficial ainda não é ideal - Um jornal para 20 batistas.
O entusiasmo da convenção deveria aumentar o alvo para
200.000 exempiares - um jornal para 5
batistas.)
Para conseguir 3.300 novas
igrejas até 1982, será necessário organizar mais de 10 igrejas por domingo.
Para conseguir 600.000 novos crentes
até 1982, será necessário um acréscimo
dominical de 19.230 pessoas por batismo. Os alvos são audaciosos, mas possíveis, com a benção de Deus e a consagração dos fi eis. Não obstante os
batistas terão que zelar pela qualidade
dos frutos e pela motivação do aivo proposto. - "Ultimato", nr.89,6.
A População Judaica - De acordo
com o 1976 "American Jewish YearbooK ,
a população judaica mundial é de 14.
200.000, assim espalhada: 5.700.000 nos
EUA (40,1%), 2.900.000 em Israel (20,4
%), 2.700.000 na União Soviética (19%)
e o restante em outros países (20,4%).
Em cada quilômetro quadrado do atuai
Estado de Israel há 140 habitantes de
nacionalidade judaica.
A população é
acentuadamente urbana (84%) e cresce
à razão de 3% ao ano. Em 1973, houve 27,4 nascimentos e 9 mortos por
B R A S I L:
500 Milhões
(Vem da pág. 224)
aos que desejam planejar suas famílias
e, assim, evite que, a longo prazo, nos
tornemos a índia do Ocidente, em número de habitantes.
A política de fomentar o crescimento populacional era
patriótica há cem anos. Hoje, nossa
"primeira prioridade" é reduzir o explosivo crescimento demográfico do País,
se desejarmos legar a nossos filhos e
netos uma sociedade maís justa em que
a qualidade da vida melhore gradativamente.
Nada fazer neste campo, por
preconceito religioso, timidez política ou
apego a velhas idéias, é marcar um encontro nacional com o caos.
(Folha de S. Paulo de 24-6-76)
226
mil habitantes. No censo levantado por
militares durante nove meses e vinte dias, por ordem 'do rei Davi, cerca de
1.000 anos antes de Cristo, havia em
Israel 1.300.000 homens de guerra, o que
significa uma população muito maior que
a atual (2 Sm 24.8-9). - "Ultimato"
nr.89,7.
A mulher que fuma - O presidente da
Sociedade Americana de Câncer, Dr.
Benjamin F. Byrd, declarou recentemente que a campanha contra o fumo deve
ser intensificada,
e as companhias de
cigarros deveriam ser proibidas de relacionar o fumo com "saúde, beleza, boa
aparência e sexo".
O pronunciamento
foi ocasionado pela revelação de que
27% das meninas entre 13 e 17 anos
estão fumando agora nos EUA, um elevado aumento nos últimos seis anos. O
hábito de fumar entre rapazes permaneceu mais ou menos constante neste
mesmo período.
A propósito, sabe-se
que no Estado de Utah a incidência de
câncer fica 22% abaixo da taxa no país
e os pesquisadores relacionam este fato com outro : 70% da população daquele Estado é mórmon, e os mórmons
não fumam. Aqui no Brasil, o cirurgião
plástico Dr. Vilmar Ribeiro Soares, por
ocasião do XIII Congresso Brasileiro de
Cirurgia Plática, realizada alguns meses
atrás em Porto Alegre, explicou ql:le o
fumo é o grande causador do evelhecimento precoce da mulher e explica substancialmente a procura da cirurgia plástica. - H.R. cf. "Ultimato" nr. 91.15.
o trabalho dos "Gideões" torna-se
frutífero também no Brasil. - Esta organização reune homens de negócios e profissionais liberais que acreditam na Bíblia como a Palavra de Deus e em Jesus Cristo como o eterno Filho de Deus
e Salvador pessoal daqueles que crêem.
A Convenção Mundial dos "Gideões"
deste ano realizou-se em São Francisco
da Califórnia, EUA, em julho deste ano.
Nos dias 17 a 19 de Setembro realizarse-á em Goiânia a VII Conferência Nacional dos Gideões Brasileiros. - Tanto
a organização internacional como a do
Brasil tem por objetivo colocar as Escrituras Sagradas em quartos de hotéis, e
nas mãos de militares, estudantes, enfermeiras, presidiários ete. - "Ultimato" (a-
gosto 76.14) rep;C':~::: "~-~=
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; Americana de Câncer, Dr.
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jeveriam ser proibidas de relafumo com "saúde, beleza, boa
e sexo".
O pronunciamento
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meninas entre 13 e 17 anos
:ando agora nos EUA, um eleento nos últimos seis anos. O
fumar entre rapazes perma;is ou menos constante neste
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A propósito, sabe-se
stado de Utah a incidência de
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Aqui no Brasil, o cirurgião
) r. Vilmar Ribeiro Soares, por
o XIII Congresso Brasileiro de
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Porto Alegre, explicou que o
grande causador do evelheci,coce da mulher e explica sub·nte a procura da cirurgia plásR. cf. "Ultimato"
nr. 91.15.
lalho dos "Gideões"
torna-se
~mbém no Brasil. - Esta orgaune homens de negócios e proliberais que acreditam na Bia Palavra de Deus e em Jecomo o eterno Filho de Deus
r pessoal daqueles que crêem.
l':;ão Mundial dos "Gideões"
realizou-se em São Francisco
nia, EUA, em julho deste ano.
17 a 19 de Setembro realizar30iânia a VII Conferência Na; Gideões Brasileiros. - Tanto
;ção internacional como a do
por objetivo colocar as Escrí'adas em quartos de hotéis, e
de militares, estudantes, enferssidiários etc. - "Ultimato" (a-
gosto 76.14) reproduz fotos impressionantes que mostram como os "Gideões"
de Brasília distribuem Novos Testamentos aos 1) soldados do exército; 2) homens da Polícia Militar; 3) estudantes
pré-universitários;
4) estudantes de 1.°
grau; 5) presidiários e 6) à diretoria de
um colégio católico. - O trabalho dos
"Gideões" começou em 1899, de maneira muito modesta. Hoje, espalhados em
vários países, os "Gideões", "preocupados porque o relógio de Deus está correndo", estão acelerando a difusão do
Evangelhos através da distribuição
de
Novos Testamentos. Acabam eles de organizar o Campo de Dacar, no Senegal,
onde há 2.500 quartos de hotel - o Estado de Senegal é dominado pelo Islão,
com uma minoria de católicos romanos,
e o Campo de Jerusalém.
Na Convenção Internacional
de julho levantou-se
uma oferta especial para a aquisição de
636.000 Novos Testamentos para o Brasil. - Aqui o trabalho se amplia cada vez
mais,. Só no ano passado os "Gideões
de Brasilia" distribuiram
73.000 exemplares.
Os Gideões de Natal, RN, já
distribuiram mais de 160.000, desde ~
organização daquele campo.
E os "Gideões" de Londrina, PR, pretendem distribuir 30. 000 Novos Testamentos em
1976. H.R.
Ordenação de mulheres na Igreja. Esta questão está perturbando bastante
algumas Igrejas - tanto a católica como
protestantes.
O Arcebispo Jan Jadot,
representante do Vaticano nos EUA, na
reunião anual da Federação Nacional
dos Concílios de Sacerdotes, em Houston, Texas,' declarou inequivocamente:
"Mais por razões teológicas que sociológicas, as mulheres nunca serão ordenadas sacerdotes na Igreja Católica."
Que tal não é a última palavra na Igreja Católica se vê pelo fato de que a
Pontifícia Comissão Bíblica, composta
de vinte membros - todos de fama internacional, concluiu que o Novo Testamento, por si só, não parece suficiente
para "determinar de forma clara de uma
vez para sempre" que as mulheres não
possam ser admitidas ao sacerdócio. O
mesmo grupo de estudiosos também acredita que se a Igreja permitir o sacerdócio às mulheres não iria contra as
intenções de Cristo.
Quase ao mesmo
tempo, a irmã Elizabeth Carroll, da ordem das "Religious Sisters of Mercy",
recebeu uma ovação quando afirmou,
numa reunião de 600 freiras em Nova
York, que "nem os Evangelhos nem as
doutrinas centrais da igreja excluem as
mulheres do ministério ordenado".
No
meio protestante, as divergências são,
às vezes, enormes.
Há pouco tempo
atrás uma pastora presbiteriana dos EUA
acusou os que se opõem à ordenação
de mulheres de misogenia (desprezo ou
aversão às mulheres) e convidou-os ao
arrependimento .. , Em compensação, Lavínia Stewart, pastora da Igreja Batista
Monte Sião, em Nassau, Capital das Bahamas, foi eleita a Mulher Religiosa do
ano(1975), pelos ouvintes de estação de
rádio do arquipélago.
Ela foi ordenada
em 1971, após a morte do marido, a
quem substituiu no pastorado da igreja.
E a Rev. Dora Ofori-Owusu, a primeira
mulher ordenada pela Igreja Presbiteriana de Ghana, na África Ocidental, acaba de aceitar um convite para trabalhar
no Presbitério de Atlanta, Geórgia, na
área de evangelismo e educação. - Também a Igreja Episcopal nos EUA na sua
última Convenção Geral, realizada em
fins de setembro na cidade de Minneapolis, Estado de Minnesota, teve muitas dificuldades de evitar, ao menos por
ora, uma completa ruptura sobre a questão da ordenação de mulheres. A parte mais aberta para a Igreja Católica
não aceita mulheres no ministério ordenado, enquanto a parte que se inclina
para o protestantismo em geral já ordenou várias mulheres e quer que sejam
confirmadas como ministros femininos ordenados. - Também aquela parte na Igreja Luterana, Sinodo de Missouri, que se
reuniu na organização chamada "ELlM"
está favoravelmente inclinada a aceitar
mulheres no pastorado. - Sem dúvida
surgirá também nas igrejas luteranas da
América Latina o problema mais cedo
ou mais tarde, e o assunto deve ser estudado à base do Novo Testamento. H.li.
Rebelião feminina na religião judaica - É sem dúvida, uma notícia extraordinária que a Revista "Veja" na sua
seção "Religião" está comentando, noticia, aliás, que se sincroniza perfeitamente com o comentário acima. A revista dá destaque ao seu comentário,
227
reproduzindo a foto de uma (notem o
feminino!) rabi tendo na mão o rolo da
Lei, a rabi Priesand. Notícia e comentário que seguem, merecem, de fato,
também destaque para nós, os luteranos.
O texto é o seguinte:
"Segundo a tradição hebraica, o lugar de uma mulher judia é o lar. Por
isso, nas sinagogas ortodoxas, a mulher
fica segregada no balcão ou atrás das
balaustradas. Não é chamada à "aliiah"
(leitura da Tora, a lei mosaica) nem conta para o "minián" (serviço religioso que
só se realiza com um mínimo de dez
pessoas). Ela também não possui qualquer participação na cerimônia de casamento ou no encaminhamento do pedido de divórcio, bem como no serviço
religioso que acompanha o nascimento
de seus filhos.
E, mesmo no Judaismo
Reformado, que há 130 anos proclamou
a igualdade feminina, a ordenação de
uma primeira mulher rabi só ocorreu
quatro anos atrás.
A tradição admite a existência
de
todas essas limitações, mas explica que
elas só ocorrem para assegurar a sobrevivência
da fé judaica.
Em outras
palavras, os direitos principais da mu·
Iher judaica seriam a concepção, para
a continuidade de sua raça, e a educação de seus filhos como judeus praticantes.
'Depois do holocausto nazista
a que fomos submetidos e do advento
das modernas técnicas anticoncepcionais, essas premissas se tornaram extremamente atuais', sustenta o rabino ortodoxo Steven Riskin, de Nova York. "Necessitamos desesperadamente de mulheres
que tenham uma porção de filhos. Além
disso, o lar, onde são gerados novos judeus, é uma fonte de espiritulidade bem
maior que a sinagoga."
- O fato é que nos Estados Unidos,
onde vive a maior comunidade hebraica
do mundo, formada por 6 milhões de
pessoas, os judeus vêm-se reproduzindo apenas vegetativamente, ou quase cada casal tem em média dois filhos.
Mais ainda, muitos que nascem judeus
simplesmente abandonam sua fé depois
de adultos, e uma terça parte com nãojudeus.
Para arrematar, um respeitável
contingente de mulheres, inspirado pelo movimento feminista, trabalha inces-
santemente pelos chamados "direitos religiosos . femininos".
"Se as mulheres são infelizes, aí está o perigo para a sobrevivência da raça judaica", diz Ester Faber, ex-Iider da
Organização Feminista Judia, de 1.500
associados.
Com a finalidade expressa
de conquistar tais direitos, um grupo de
feministas judias está lançando nos Estados Unidos a revista "Lilith", cujo título homenageia uma mitológica figura
feminina, anterior até mesmo a Eva, que
teria sido, segundo a lenda, expulsa do
Paraíso por reivindicar igualdade em relação ao primeiro homem, Adão. A combatividade de crescente número de feministas judias, aliás, já levou a mudanças
significativas.
Uma pesquisa da Assembléia Rabínica mostra, por exemplo, que
50% dos ministros do culto judaico dos
Estados Unidos já estão permitindo
a
participação da mulher em alguns atos
religiosos, inclusive no chamamento à leitura do Tora.
- Com efeito, estimuladas pelo sucesso, algumas mulheres judias chegam
a ultrapassar antigas tradições e criar
rituais próprios.
Arabi
Sandy Sasso,
por exemplo, da Havurah Reconstrucionista de Manhattan, acaba de escrever um
serviço celebrando o nascimento de sua
filha. "Havia um enorme simbolismo envolvendo o nascimento de um menino,
mas pouquísima coisa em relação ao
de uma menina", explica ela. Além disso, em sua busca do que chamam "espiritualidade alternativa", mulheres judias
começam a se unir em grupos religiosos
pouco ortodoxos, como certas comunidades independentes destinadas a estudar e a prestar culto a Deus.
parte de suas irmãs de S3.fg_-:
pegadas à tradição.
"Devo admitir que as aç::-:5
dias feministas me parecer:- ::""l
ameaça", diz, por exemplo, :2---~
berg, filiada a uma sinagoga :~
de Los Angeles.
"Vejo-as o: - :
tivessem tentando destrui r :...::::
críticas, as feministas judias
'católicas e protestantes, res;::- j'l
estão simplesmente buscandc dade e igualdade.
Mas nc: - ::~
luta, muitos judeus ortodoxos 2-~
que elas estão na verdade - -;;
formas de sua fé.
(Revista "Veja" 06/10,:-~
"'ª
João Ferreira de Almeida ordinário Lisboeta". - Em 16!'';: ~
lescente de 14 anos, chamado ~G
reira de Almeida, nascido er:- residente na Ilha de Java (Inc:-é;
um folheto em espanhol !ro::_<
Diferença da Cristandade da 1º'2~
mada e Romana" e se torne" ::<
O rapazinho era um gênio e- j
ca e, aos 17 anos, já havia to";::J;;
ra o português o Novo Test2.-~
vindo-se da versão latina de :3
espanhola, da francesa e G2Casou-se com a filha de um :f!:
landês, que muito o ajudo" -:;::
do holandês e do grego. G::;-
É bem verdade que o movimento das
feministas judias também se defronta
com problemas.
Das três primeiras mulheres ordenadas rabis pelo Judaismo
Reformado, somente uma, Sally Príesand,
por coincindência a primeira, tem o direito de fazer pregações.
E os tempos
também não são fáceis para a Organização Feminista Judia.
Acometida por
falta de dinheiro e divergências internas,
o movimento viu recentemente desertar
metade de sua diretoria.
E tal como o
movimento leigo, as feministas judias
também se defrontam com resistência da
228
~-_.
?'lte pelos chamados "direitos
femininos".
re-
2.S mulheres são infelizes, ai es"lgO para a sobrevivência da raca", diz Ester Faber, ex-Iider da
::ção Feminista Judia, de 1.500
JOS.
Com a finalidade expressa
:uistar tais direitos, um grupo de
,8 judias está lançando
nos Es'lidos a revista "Lilith", cujo tí-nenageia uma mitológica figura
" anterior até mesmo a Eva, que
segundo a lenda, expulsa do
por reivindicar igualdade em reprimeiro homem, Adão. A come de crescente número de femidias, aliás, já levou a mudanças
,vaso Uma pesquisa da Assembínica mostra, por exemplo, que
ministros do culto judaico dos
Unidos já estão permitindo a
~ão da mulher em alguns atos
3. inclusive no chamamento à leiTora.
3
efeito, estimuladas pelo su'gumas mulheres judias chegam
lssar antigas tradições e criar
róprios.
A rabi Sandy Sasso,
pio, da Havurah Reconstrucionislnhattan, acaba de escrever um
elebrando o nascimento de sua
avia um enorme simbolismo eno nascimento de um menino,
quísima coisa em relação ao
nenina", explica ela. Além disua busca do que chamam "esde alternativa", mulheres judias
a se unir em grupos religiosos
'lodoxos, como certas comuniJependentes destinadas a estuorestar culto a Deus.
11
verdade que o movimento das
judias também se defronta
'emas. Das três primeiras mu"denadas rabis pelo Judaismo
:, somente uma, Sally Príesand,
;ndência a primeira, tem o diazer pregações.
E os tempos
ão são fáceis para a OrganiT1lnlsta Judia.
Acometida por
'nheiro e divergências internas,
'lto viu recentemente desertar
sua diretoria.
E tal como o
leigo, as feministas judias
defrontam com resistência da
parte de suas irmãs de sangue mais apegadas à tradição.
"Devo admitir que as ações das judias feministas me parecem como uma
ameaça", diz, por exemplo, Dianne Weinberg, filiada a uma sinagoga ortodoxa
de Los Angeles.
"Vejo-as como se estivessem tentando destruir tudo". A tais
críticas, as feministas judias, tal como
católicas e protestantes, respondem que
estão simplesmente buscando mais liberdade e igualdade.
Mas no curso desta
luta, muitos judeus ortodoxos acreditam
que elas estão na verdade mudando as
formas de sua fé.
(Revista "Veja" 06/10/76, pág. 73)
João Ferreira de Almeida - "O extraordinário Lisboeta". - Em 1642, um adolescente de 14 anos, chamado João Ferreira de Almeida, nascido em Lisboa e
residente na Ilha de Java (Indonésia), leu
um folheto em espanhol intitulado
"A
Diferença da Cristandade da Igreja Reformada e Romana" e se tornou oalvinista.
O rapazinho era um gênio em lingüística e, aos 17 anos, já havia traduzido para o português o Novo Testamento, servindo-se da versão latina de Beza, da
espanhola, da francesa eda
italiana.
Casou-se com a filha de um pastor holandês, que muito o ajudou no estudo
do holandês e do grego. Com a idade
de 28 anos ordenou-se pastor da Igreja Reformada e foi enviado como missionário a Ceilão e à índia. Mais tarde
voltou para Java e pastoreou a comunidade portuguesa de Batávia, hoje Jacarta, capital da Indonésia.
Dos originais
grego e hebraico, traduziu todo o Novo
Testamento (1670) e quase todo o Velho Testamento (de Gênesis a Ezequiel
48.21). A impressão foi custeada pela
Companhia Holandesa das índias Orientais. Um volume, da 3.a edição, impresso em Al"1lsterdam, em 1712, pode ser
visto na seção de Livros Raros da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro
João Ferreira de Almeida é o primeiro tradutor da Bíblia em língua portuguesa e o autor da 32.a versão integral
da Bíblia nas línguas modernas, depois
da Reforma. A obra tem sido revisada
várias vezes. A Sociedade Bíblica do
Brasil gastou dez anos para apresentar
uma edição revista e atualizada no Brasil da tradução de Almeida.
É: a versão
mais usada pelos evangélicos brasileiros.
O extraordinário
lisboeta traduziu
também a liturgia das Igrejas Reformadas, o Catecismo de Heidelberg e as
fábulas de Esopo (aos 44 anos).
A morte o levou no dia 6 de agosto
de 1691, com a idade de 63 anos.
("Ultimato", nr. 92, 15)
-:0:-
229
LIVROS
leonhard Goppelt: Teologia do Novo Testamento - Volume I: Jesus e a
Comunidade Primitiva. - Tradução do
manuscrito por Marlin Dreher. - Coedição:
Editora Sinodal/Editora
Vozes São Leopoldo/ Petrópolis. 1976. 300 páginas, Capa plastificada. - Cr$ 70,00.
É com profunda satisfação que anunciamos a publicação dum dos mais recentes e, sem dúvida, mais importantes
livros no campo da teologia neotestamentária ultimamente escrito: "Theologie
des Neuen Testaments" com o subtítulo
para o primeiro volume "Jesus und die
Urgemeinde" de leonhard Goppeit. Goppelt, um dos teólogos luteranos que
não caiu diante das ondas derrubadoras
da teologia existencial, pessimista e negativista, apresenta com esta obra, numa visão magistral, a riqueza do Novo
Testamento sob um aspecto novo e empolgante.
Esta nossa satisfação tornajá no mesmo ano
se alegria quando
da publicação do original alemão - podemos ter em mão uma tradução desta
obra numa linguagem fluente e nobre
para a Iingua brasileira, por Martin Oreher, pastor da IECLB, baseado no manuscrito do próprio autor.
A esta alegria associa-se mais uma satisfação, a
saber, que a obra pode ser publicada no
Brasil em coedição Editora Sinodal/Vozes e que, porisso, terá - o que certamente merece - uma divulgação realmente ampla.
o
Para dar aos nossos leitores oportunidade de conhecer algo mais sobre o
método do autor, o conteudo da obra e
seu alto objetivo, reproduzimos aqui a
"Introdução",
da qual infelizmente, não
é mencionado o autor. Vale a pena lê-Ia:
"O Novo Testamento contém as únicas tradições fidedignas a respeito da
atividade de Jesus, bem como a respeito
da formação básica da igreja e da sua
pregação.
Constitui, por isso, para todos os tempos, a base decisiva e orientadora de tudo aquilo que se designa
por cristianismo e por igreja.
Os escritos do Novo Testamento, no
entanto, são, todos eles, palavras destl230
nadas a uma determinada situação histórica. O objetivo de uma "Teologia do
Novo Testamento" é o de deduzir, de
escritos isolados ou de grupos de escritos, imagens objetivas e coerentes da
atividade de Jesus ou da pregação e da
primeira igreja. Ela é uma disciplina de
ciência neotestamentária, surgida no século XVIII.
A "Teologia do Novo Testamento" é
o cume do monte ao qual conduzem
os difíceis caminhos da exegese neotestamentária e do qual, olhando-se para
trás, a vista os pode abranger.
Essa
comparação evidencia que entre a exegese e. a Teologia do Novo Testamento
existe uma reciprocidade.
A Teologia
neotestamentária nao somente coleta os
resultados da exegese, mas desenvolve
um panorama, ou melhor, uma visão global que, por seu torno, enriquece a exegese e, no fundo, a torna possivel.
O
estudo do Novo Testamento ocorre, tanto teológica como historicamente, sempre a partir do detalhe em direção ao
todo e do todo em direção ao detalhe.
Nas diversas exposições da "Teologia do Novo Testamento" espelham-se,
mais do que nas exegeses isoladas, as
posições, a orientação e as premissas
dos diversos teólogos.
Por isso é CII8
se apresentam nelas, com especial clareza, os problemas metódico-hermenêuticos, históricos e teológicos que nos oferecem os escritos do Novo Testamento.
Nos diversos tópicos abordados evidenciar-se-ão as possibilidades de solução,
discutidas na pesquisa, e suas pressuposições, e não apenas a nossa opinião.
Assim o leitor participará do diálogo da
pesquisa, habilitando-se a formar uma
opinião própria.
A "Teologia
do Novo Testamento"
resume, pois, os resultados teológicos
da pesquisa neotestamentária. Esses resultados, e as afirmações do NT que se
encontram por trás deles, somente trarão frutos para o diálogo teológico e eclesiástico da atualidade, caso as análises históricas e as premissas das quais
partem se tornarem transparentes
da
maneira a que há pouco aludimos.
Não
podemos submeter a compr: :-~-i
NT, de maneira estática, às :"S;;
do pensamento moderno, ne- :'"
2'l!
tar o homem e a socieda:e
com meras recitações do NT. :)
aspectos, o Novo Testamec:::- :;
mem de nossos dias, deve"" ~=
frontados em um diálogo cr":.
diálogo tem que se realizar. e5:~:"
te, entre o texto e o exege~:: ~
as disciplinas exegéticas e e e""",
Somente por esse caminho é ':" e
de chegar a uma compreensê.::.;;
mações neotestamentárias.:e
""
que se tornem compreensíve:s ::~
ti ma exigência e última pro!'"essa
Compreendida desta mans"=. ,
logia do Novo Testamento ase" ~e
sição-chave em toda a teo:;::
Sua estrutura e sua problemá'::: ;
ciam-se no resumo da histÓ"=. j
quisa a respeito de seu dEee- :~
to, que apresentamos a seg~'
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de Jesus ou da pregação e da
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'eotestamentária, surgida no séiL
3010gia do Novo Testamento" é
do monte ao qual conduzem
s caminhos da exegese neotesa e do qual, olhando-se para
lista os pode abranger.
Essa
·ão evidencia que entre a exe! Teologia do Novo Testamento
-na reciprocidade.
A Teologia
,entária nã'o somente coleta os
3
da exegese, mas desenvolve
ama, ou melhor, uma visão glocor seu torno, enriquece a exeia fundo, a torna possível. O
) Novo Testamento ocorre, tanca como historicamente, semrtir do detalhe em direção ao
J todo em direção ao detalhe.
iversas exposições da "Teolo'ovo Testamento" espelham-se,
que nas exegeses isoladas, as
a orientação e as premissas
30S
teólogos.
Por isso é Gi!>')
1tam nelas, com especial claemblemas metódico-hermenêuti,'cos e teológicos que nos os escritos do Novo Testamento.
30S tópicos abordados evidenas possibilidades de solução,
na pesquisa, e suas pressu:; não apenas a nossa opinião.
",tor participará do diálogo da
habilitando-se a formar uma
ópria.
J,ogia do Novo Testamento"
:lis, os resultados teológicos
,a neotestamentária. Esses reas afirmações do NT que se
por trás deles, somente traQara o diálogo teológico e eda atualidade, caso as análi;as e as premissas das quais
tornarem transparentes
da
que há pouco aludimos.
Não
podemos submeter a compreensão do
NT, de maneira estática, às premissas
do pensamento moderno, nem confrontar o homem e a sociedade de hoje
com meras recitações_ do NT. Os dois
aspectos, o Novo Têstamento e o homem de nossos dias, devem ser confrontados em um diálogo crítico.
Esse
diálogo tem que se realizar, especialmente, entre o texto e o exegeta, e entre
as disciplinas exegéticas e sistemática.
Somente por esse caminho é que se pode chegar a uma compreensão das afirmações neotestamentárias,
de maneira
que se tornem compreensíveis como última exigência e última promessa.
Compreendida desta maneira, a Teologia do Novo Testamento assume a posição-chave em toda a teologia cristã.
Sua estrutura e sua problemática evidenciam-se no resumo da história da pese
quisa a respeito de seu desenvolvimento, que apresentamos a seguir. A finalidade deste resumo é a de orientar a
respeito dos problemas básicos do estudo do Novo Testamento e a respeito
da posição dos teólogos que se dedicaram a esse estudo.
Para poder servir
de orientação, através de opiniões isoladas e da literatura, nossa exposição
tem que ser, necessariamente, esquemática.
Não é necessário que se inic'e
a leitura da "Teologia do Novo Testamento" na primeira página; pode se principiar também com a leitura de determinados temas, p.ex., com a discussão
a respeito da ressurreição de Jesus.
Quanto mais, no entanto, aparecerem
nomes e opiniões, tanto mais necessário
será que se procurem informações nessa orientação global que certamente apresenta o resumo mais importante da
história da teologia da Idade Moderna .."
Essa introdução é precedido por um
extenso "Sumário"
que nos mostra a
grande riqueza do material oferecido na
obra. O livro tem, também, no fim, um
registro de passagens bíblicas citadas
que perfaz mais do que 17 páginas, o
que nos dá uma idéia do alcance do estudo. - O que ainda podia ser acrescentado seria um registro dos nomes e tópicos, o qual enriqueceria muito ainda
o uso da obra; será, como é de esperar,
acrescentado ao segundo volume.
Só nos resta recomendar cordialmente aos nossos leitores a compra deste
livro para um estudo criterioso.
Tal estudo, provavelmente, nos induzirá a por
pontos de interrogação aqui e acolá ao
lado de algumas afirmações e formulações, estranhas à terminologia à qual,
em nosso meio, estamos acostumados.
Porém podemos assegurar aos nossos
leitores também, que o estudo deste livro enriquecerá grandemente a nossa
"bagagem teológica"
e a nossa visão
geral daquele instrumento divino, nos dado para nos servir em nosso ministério
neste mundo: o Novo Testamento.
Johannes H. Rottmann
Desafio às Igrejas. - Diálogo Ecumênico em Tempos de Mudança. Patrocinado pelo Instituto de Pesquisa Ecumênica
de Estrasburgo (França).
Editorado por
Walter Altmann e Bertholdo Weber. Editora Sinodal, São Leopoldo. 1976.
Coedição
Edições Loyola, São, Paulo
126 páginas, Capa plastificada-Cr$ 25,00.
Este "Desafio às Igrejas" é também
um desafio para nós. Merece ser estudado; merece ser estudado criteriosamente. Pode ser que entre os nossos
leitores haja muitos que, com grande reserva, vão se aproximar deste "Desafio"
e, aliás, com certa razão, especialmente
quando se lê somente o que o subtítulo promete: Diálogo Ecumênico! - Já se
tem conhecimento de tantos "diálogos
ecumênicos"
não só infrutíferos,
mas
sim, até perigosos pela inclinação a fazer concessões, pressupostas em tais
"diálogos".
No entanto achamos que
essa coletânia nos apresenta algo novo.
Já o fato de que é um livro de co-edição
das Edições Loyola, de origem jesuíta,
e da Editora Sinodal, com a qual a Comissão de Literatura da IELB também
está trabalhando,
lançando co-edições,
mostra um raio de ação algo extraordinário. Além disso convém lembrar que
até a Comissão de Teologia e Relações
Eclesiais da Igreja Luterana-Sinodo de
Missouri mantém diálogos com teólogos
da Igreja Católica Romana, o que também nos demonstra que o subtítulo do
livro indica algo que realmente existe,
a saber "tempos de mudança".
Neste
sentido achamos aceitável o primeiro parágrafo da descrição na capa do livro:
"O 'cenário' ecumênico é hoje muito di231
verso daquele de dez anos atrás. O que
atualmente carateriza o ecumenismo é o
que tem sido chamado a transconfessionalidade de posições. Quer dizer, dentro das mais diversas igrejas institucio~
nais, podem ser localizadas as mesmas
tendências, os mesmos posicionamentos,
as mesmas correntes, as mesmas tensões,
as mesmas divergências, os mesmos conflitos."
Desta maneira o conteudo pode ser
visto como uma tentativa de demonstrar
estas tensões e ao mesmo tempo a possibilidade de um diálogo apesar das tensões. Assim temos: 1." parte: As Igrejas e suas tensões internas - com contribuições de Prof. DI'. Gunars J. Ansons
(Instituto de Pesquisa Ecumênica de Estrasburgo): O movimento ecumênico e a
tensão entre correntes sócio-po! iticas e
evangelicais; - Pe. Jesús Hortal, S. J.
(Faculdade de Teologia Cristo Rei, São
Leopoldo): Catolicismo brasileiro hodierno: posições e tendências; - Pastor DI'.
Walter Altmann (Faculdade de Teologia
da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, São Leopoldo): A crise
de identidade eclesial e a incónformidade de Cristo; - Pastor Albérico Baeske (Pastor Regional da I Região Eclesi-
ástica da Igreja Evangélica de Confissão
Luterana no Brasil, Vitória): Ecumenismo
e teologia da libertação. - 2." parte: Duas Perspectivas de Ação Ecumênica com contribuições de Pe. Fernando Bastos, S. J. (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento, Rio de Janeiro):
A missão
da Igreja hoje; - D.Mário Teixeira Gurgel,
S.D.S. (Bispo de Itabira): Relações ecumênicas nas comunidades de base. 3." parte: Diálogo Teológico Católico-Lu
terano:
Histórico e Significado do Relatório de Malta - com contribuições de
Prof. DI'. Harding Meyer (Instituto de
Pesquisa Ecumênica de Estrasburgo): O
diálogo católico-Iuterano internacional;
Pe. Jesús Hortal, S.J. (Faculdade de Teologia Cristo Rei, São Leopoldo): O Evangelho e a Igreja perante a realidade brasileira; - Pastor DI'. Walter Altmann (Faculdade de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, São Leopoldo): O Evangelho e a Igreja no contexto do ecumenismo brasileiro. - Essa relação do conteúdo do livro mostra seu
alcance.
Sem dúvida constitui este livro um enriquecimento da literatura ecumênica nessa época "de mudanças".
O preço é acessível.
Johannes H. Rottmann
-:0:íNDICE
Apresentando ARTIGOS
L. pág.
169
DE FUNDO:
O Cánone do Antigo Testamento - Rudi Zimmer, 169
As Traduções da Biblia - W. Kunstmann,
179
A Historicidade de Adão e Eva - P. W. Buss! A. Bessel, 184
Tradução da palavra para «alma» no A. T. - H. E. Peacock, 191
Professor Dr. Hermann Sasse, DD t - Johannes H. Rottmann, 195
DEVOCIONAL:
A Imagem do Cristão - Meditação - Th-Reuter, 197
«Bem-aventurados os mansos» - Meditação - v. d. Brínk, 200
Comunhão e ação «no SenhOr» - Est. Bíblico - V. SCholz, 201
«Servo» - Estudo Biblico - Valdir Feller, 204
Uma palavra a cada um - Estudo Biblico - Arno Bessel, 206
Evangelho ... <mão segundo o homem» - Devoção - A. Schueler, 209
«Antes da fundação do mundo» - Devoção - Acír Raymann, 210
COMENT ARIOS:
O Exorcísta - A. Pires da Silveira, 211
Luzes sobre o Significado da Páscoa - D. A. Reily,
Só no caso de Urias - Uma «entrevista», 218
Reencarnação, 221
Médicos capitulam diante de adivinhos, 222
Brasil: 500 Milhões, 223
A Igreja no lUundo, 225
LivrOs, 230
232
215
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