PAINEL 263 APLICAÇÃO DO MODELO HÍBRIDO PARA O COMETA-ALVO DA MISSÃO ROSETTA Maurício Capucim1, Gilberto Carlos Sanzovo1, Amaury Augusto de Almeida2 1 - UEL 2 - IAG/USP Apresentamos, neste Trabalho, os resultados de um estudo sistemático e uniforme da produtividade do Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, alvo da Missão Rosetta, durante os retornos de 1982, 1996 e 2002. As taxas de produção de gás [em g/s] são obtidas a partir das taxas do radical OH [em moléculas/s], conhecidas na Literatura, considerando que cerca de 85% das foto-dissociações da água produzem este radical (Huebner et al., 1992). Por sua vez, as taxas de perda de poeira [em g/s] são deduzidas a partir de um modelo que combina a estrutura do Modelo Fotométrico de Newburn & Spinrad (1985, 1989) com aquela do Modelo de A‘Hearn et al (1984). Esse Modelo Híbrido, converte os parâmetros Afρ [em cm] em taxas de perda de massa de poeira [em g/s]. Além dessas taxas de perda de massa, o modelo também determina outras propriedades físicas para a poeira tais como: temperaturas de corpo negro associadas, dimensões efetivas médias, velocidades, cores e razões poeira-gás, bem como as suas variações com a distância heliocêntrica. Para o periélio de 2015 [r = q = 1,24 UA, em 12 de Agosto de 2015], nós deduzimos pelo modelo que o Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko deverá perder massa, na forma de gás e poeira, a uma taxa de 405 kg/s. PAINEL 265 INTERAÇÃO DE FÓTONS E ELÉTRONS COM MOLÉCULAS NA ATMOSFERA DE TITÃ Vinícius Bandeira de Melo, Heloisa Maria Boechat Roberty OV/UFRJ A sonda Cassini obteve espectros de fotoabsorção na faixa do ultravioleta (UV) durante a ocultação de uma estrela tipo O pela atmosfera de Titã e pela material ejetado da superfície de Encélado, ambos são satélites de Saturno. Utilizando nosso banco de dados de seção de choque de fotoabsorção na faixa do UV para várias moléculas, como os hidrocarbonetos e a água, obtivemos espectros sintéticos de fotoabsorção para a atmosfera. A comparação dos espectros sintéticos com os espectros observados mostrou uma excelente concordância, permitiu a identificação de novas moléculas e a determinação das densidades colunares destas moléculas. Usando o banco de dados do NIST-Chemistry, obtivemos também um espectro de massa sintético da mistura de diversas moléculas, levando em conta as densidades colunares de cada espécie molecular. Tanto a Cassini quanto as sondas Voyager mediram consideráveis valores de fluxo de elétrons da atmosfera de Titã, elétrons estes provenientes da ionização pelos fótons do Sol e pela precipitação na magnetosfera de Saturno. Estudamos experimentalmente o espalhamento de elétrons com o hidrocarboneto etileno (C2H4) presente na atmosfera de Titã e determinamos as seções de choque de elásticas e inelásticas e a seção de choque de fotoabsorção na faixa UV, considerando que, em ângulos de espalhamentos próximos de zero os espectros de perda de energia de elétrons são similares aos espectros de fotoabsorção. Com estes parâmetros determinamos as taxas (eventos s-1) de espalhamentos elásticos e excitações eletrônicas por elétrons na região do UV, mostrando a importância tanto dos fótons quanto elétrons na química destes ambientes. PAINEL 267 CRONOLOGIA CAÓTICA DE FAMÍLIAS DE ASTEROIDES ENTRE OS TROIANOS DE JÚPITER Erick dos Santos Silva ON/MCT A existência de famílias de asteroides entre os Troianos Jovianos foi descrita inicialmente por Milani (1993) e reformulada por Beaugé & Roig (2001). Entretanto, estudos taxonômicos recentes (Dotto et al. 2004; Fornasier et al. 2006; Roig et al. 2008), juntamente com modelos de formação para nuvens troainas (Tsiganis et al. 2005; Morbidelli et al. 2009) levantam dúvidas sobre a quantidade real de famílias existentes neste grupo de asteroides, bem como sobre os processos que teriam levado à origem das mesmas. Entre as diversas famílias destaca-se Eurybates, um aglomerado robusto localizado em torno do ponto L4 cujos espectros apresentam-se neutros. O presente trabalho tem por objetivo aplicar a técnica de cronologia caótica para estimar a idade da família de Eurybates, bem como possíveis vínculos evolutivos. Tal técnica consiste em determinar as taxas de difusão caótica que afetam os objetos na região investigada, podendo fornecer um limite superior para a idade da família, admitindo que a mesma seja relativamente jovem. A metodologia envolve uma análise inicial sobre os parâmetros envolvidos numa colisão de asteroides típica, cuja evolução dinâmica pode ser simulada com integradores numéricos e algoritmos já existentes, que estão sendo adaptados e/ou modificados conforme nossas necessidades. O projeto encontra-se na etapa de implementação das simulações. Foram integradas algumas condições iniciais de interesse cujos resultados têm apontado para um bom funcionamento dos algoritmos utilizados. Na próxima etapa, estas simulações serão estendidas, visando à obtenção de resultados mais definitivos. O presente trabalho pode nos ajudar a entender o histórico colisional da região investigada. PAINEL 269 PARTÍCULAS DE POEIRA NO SISTEMA DE PLUTÃO:EFEITOS DA PRESSÃO DE RADIAÇÃO SOLAR Silvia Maria Giuliatti Winter, Pryscilla Maria Pires dos Santos, Rafael Sfair FEG/UNESP Partículas de poeira podem ter sido originadas durante a formação do sistema binário Plutão-Caronte ou através de colisões entre objetos interplanetários e a superfície dos satélites Nix e Hidra. Apesar da distância Plutão-Sol, os efeitos da pressão de radiação solar devem ser levados em consideração na análise da evolução orbital dessas partículas de poeira. Nesse trabalho analisamos a evolução orbital de um conjunto de partículas com raio variando entre 1-30µm, inicialmente localizado entre as órbitas de Nix e Hidra (Pires dos Santos, Giuliatti Winter & Sfair, MNRAS, 2011). Nossos resultados mostram que os efeitos da pressão de radiação aumenta a excentricidade das partículas, fazendo-as colidir com os corpos massivos ou serem ejetadas do sistema em menos de 1 ano. No entanto Nix e Hidra podem produzir partículas pequenas através da colisão de objetos interplanetários com sua superfície, e consequentemente realimentar esse provável anel. Através da análise da quantidade de partículas produzida nessa região foi possível estimar o tempo necessário para formar um anel -9 com diferentes profundidades óticas (τ). Um anel com τ=10 , formado por partículas com tamanho variando entre 1-10µm, pode ser gerado em ∼0,5ano. Portanto, caso haja um anel entre as órbitas de Nix e Hidra, ele poderá ser alimentado pelas partículas provenientes dessas colisões. Um anel com maior profundidade ótica deverá ter fontes adicionais de realimentação. PAINEL 271 EFEITO YARKOVSKY APLICADO EM FAMÍLIAS DE ASTERÓIDES DIFERENCIADOS Walter Silva Martins-Filho, Thais Mothe-Diniz OV/UFRJ - O projeto tem por finalidade estudar as possíveis variações no Efeito Yarkovsky causadas por variações de densidade, albedo e inércia térmica dos objetos de estudo. Por efeito Yarkovsky entende-se o efeito da reirradiação térmica de um corpo, causando alterações em seu movimento orbital. Uma primeira referência pode ser encontrada em Peterson (1976). Atualmente atribuem-se a este efeito diversos fenômenos conhecidos tais como o transporte de corpos para ressonâncias e o espalhamento em semi-eixo maior de objetos pertencentes a famílias de asteróides. Asteróide são corpos pequenos, isto é, com diâmetro menos do que 1000 Km, que não possuem atividade cometária e são remanescentes do processo de formação planetária. Tomando por base o formalismo desenvolvido por Vokrouhlický (1998a)(1998b)(1999) (2001) para o efeito Yarkovsky e as equações da variação do semi-eixo em função do movimento médio, da freqüência de rotação, da condutividade, do parâmetro térmico, do calor específico, da obliquidade, do coeficiente de pressão de radiação e do albedo bolométrico (Bottke et al., 2006), foi possível expressá-las diretamente em termos das propriedades físicas, permitindo assim o estudo da variação do semi-eixo em função das mesmas. Com isso verificamos que a variação em semi-eixo de objetos rochosos é de uma a duas ordens de grandeza maior do que a mesma em objetos metálicos. O próximo passo neste projeto será gerar uma família sintética de asteróides, modelando o instante de sua quebra, com membros de propriedades físicas distintas (dadas por sua composição, mais rica em silicatos, material carbonado, ou metais), e simular sua evolução no tempo, ao longo de centenas de milhares de anos. PAINEL 273 THE EVOLUTION OF POSSIBLE HORSEHOES COORBITALS TO ENCELADO AND MIMAS DURING TIDAL MIGRATION Décio Cardozo Mourão, Silvia Maria Giulliati Winter, Othon Cabo Winter FEG/UNESP The satellite system of Saturn is the only one known to have coorbital satellites. In general they are small icy bodies librating around the Lagrangian points of a larger satellite. Dione has Helene librating around L4 and Polideuces around L5. Tethys has Calipso and Telesto around L4 and L5, respectively. There is also the pair Janus-Epimetheus with similar masses in horseshoe orbits. In these intrincated satellite systems it is also well known that there are other mean motion resonances between Enceladus and Dione and between Mimas and Tethys.Due the tidal migration, it is supposed that the Saturn satellites migrate from inner to outer region. In previous works we analyzed the stability of hypothetical satellites coorbital in little tadpole orbits to Mimas and Enceladus in several situations of mutual resonance configurations before their throw nowadays position. We concluded that there were unstable and the tadpoles orbits turn to large horseshoe. In this work we analyze the evolution of this particles in horseshoe orbits for 2:1 3:4, 4:5 and 6:7 resonances between Mimas and Encelado, considering the effects of an oblate Saturn, Tethis and Dione, with Mimas and Enceladus in fixed position at semi major axis resonant smaller than they are today, in resonant locations. We simulated 25 particles each resonant configuration in 10000 years and the results show that Enceladus kept most of horseshoe coorbital particles, while Mimas lost most of them, but 50% of the particles kept in horseshoe orbits present a chaotic behavior inside the coorbital region. PAINEL 275 EVOLUÇÃO DINÂMICA E DISTRIBUIÇÃO TAXONÔMICAS DOS ASTERÓIDES CRUZADORES DE MARTE Anderson de Oliveira Ribeiro1, M. Cañada-Assandri 2, F.V. Roig1, R. Gil-Hutton2,3 1 - ON/MCT 2 - Universidad Nacional de San Juan 3 - Complejo Astronómico El Leoncito - CONICET Neste trabalho apresentaremos o estudo da evolução dinâmica de asteróides cruzadores da órbita de Marte da região interna do Cinturão Principal e sua distribuição taxonômica. A escolha dos asteróides da região interna se deve pelo fato de que é onde se encontra a maioria dos cruzadores da órbita de Marte. O objetivo deste estudo e avaliar o quanto a distribuição taxonômica de asteróides poderia ser alterada com a contaminação de asteróides oriundos da população de cruzadores de Marte. Para isto identificamos a eficiência de transporte dinâmico de nossa amostra para as regiões de NEO’S e para as regiões intermediaria e externa do Cinturão de Asteróides utilizando uma abordagem numérica onde realizamos extensas simulações cujo objetivo era reproduzir, com a maior precisão possível, a evolução dinâmica dos asteróides cruzadores de Marte em escalas de tempo da ordem 8 de 10 anos. Especificamente, nós integrados numericamente a evolução orbital de 3263 partículas de teste com condições inicial reais utilizando o integrador simplético SWIFT SKELL (Duncan et al., 1998 - A Multiple Time Step Symplectic Algorithm for Integrating Close Encounters. AJ 116, 2067–2077). O nosso modelo inclui perturbação gravitacional de todos os planetas (exceto Mercúrio) e a componente diurna do efeito Yarkovsky. Por outro lado compararemos a distribuição taxonômicas conhecida da amostra de asteróides cruzadores de Marte com as distribuições conhecidas dos NEO’S, para complementar a analise taxonômica usamos os dados fotométricos do Catálogo de Objetos Môveis do Sloan Digital Sky Survey (SDSS-MOC4). A precisão das simulações e implicações dos resultados será discutida.