ID: 61244979 03-10-2015 Tiragem: 33895 Pág: 11 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 5,39 x 30,26 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Enfermeiros divididos por causa dos aumentos Equiparação salarial Alexandra Campos Acordo assinado com Ministério da Saúde para harmonização salarial está a gerar dúvidas A pergunta é: os enfermeiros não sindicalizados têm ou não direito a equiparação salarial? A resposta depende, consoante os sindicatos. O acordo assinado entre o Governo e três sindicatos de enfermeiros para a uniformização dos vencimentos profissionais com contrato individual de trabalho e em funções públicas está a provocar confusão. Os responsáveis de duas das organizações, o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE), defendem que o acordo apenas abrange os trabalhadores sindicalizados, até porque é isso mesmo que está escrito no acordo. Mas a dirigente de outra estrutura sindical, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Guadalupe Simões, considera que esta interpretação é apenas de “um fait divers”. Admitindo que o acordo que esta semana foi assinado com o Ministério da Saúde refere que apenas se aplica aos sócios dos sindicatos — “é assim a lei da negociação colectiva” —, Guadalupe Simões sublinha que a posição do SEP é a de que esta medida se aplica a todos os profissionais. Uma fonte do gabinete do ministro da Saúde afirma também que, apesar de o acordo se destinar apenas aos enfermeiros sindicalizados, em versão estrita, analisando a questão de forma lata, os trabalhadores não podem ser discriminados. Fernando Correia, dirigente do SIPE, estimou à Lusa que, por causa desta nuance, o acordo abrangerá dez mil enfermeiros, e não os 11 mil anunciados pelo ministro da Saúde. O presidente do SE, José Azevedo, afirma ao PÚBLICO que “ninguém sabe quantos” serão os profissionais beneficiados. Os enfermeiros que iniciam a carreira na função pública ganham cerca de 1200 euros, enquanto os que têm contratos individuais de trabalho nos hospitais do sector empresarial (os EPE) recebem 1020 euros, esclarece o dirigente, para quem é claro que só os sindicalizados podem ser abrangidos pelo novo acordo. De fora do acordo, acrescenta, ficam ainda os profissionais que trabalham nos hospitais geridos em PPP.