Instituto do petróleo e do gás
nasce por causa do Brasil e tem
110 milhões de euros até 2017
Energia
Lurdes Ferreira
Se as previsões
de preços e
produção se confirmarem,
as verbas a aplicar em I&D
chegam a 775 milhões de
dólares em 2025
Instituto do Petróleo e do Gás
(ISPG) que a Galp Energia acaba de
lançar com as seis principais universidades portuguesas visa sobretudo
cumprir a lei brasileira de aplicar
1% das receitas do petróleo em In(I&D)
vestigação e Desenvolvimento
no país e tem verbas garantidas de
financiamento de 140 milhões de dólares (cerca de 110 milhões de euros)
até 2017.
0 primeiro instituto do género em
Portugal, anunciado na passada sexta-feira, vai funcionar como a grande
frente de I&D nacional na área do petróleo e do gás, com instituições porO
A Galp Energia vai aplicar 1% das receitas no Brasil em I&D
tuguesas mas também a pensar numa futura ligação a Angola e Moçam-
bique. As regras de aproveitamento
do financiamento proporcionado
através do Brasil impõem, contudo,
que as verbas sejam aplicadas em
projectos originados naquele país.
O instituto que vai ligar o mundo
académico ao das empresas junta a
Universidade de Aveiro, Faculdade
de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Instituto Superior
Técnico, Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa, Universidade do Minho, Universidade Nova de
Lisboa e Universidade do Porto.
O presidente executivo da petrolífera, Manuel Ferreira de Oliveira,
declarou ao PÚBLICO que as universidades portuguesas "terão a opor-
tunidade única de propor
e
partici-
par, no contexto das regras definidas
pela Agência brasileira de Petróleos
(ANP), em projectos de investigação
e formação avançada orientados pa-
ra aplicações
concretas".
E se as actuais previsões
se confir-
as verbas
para I&D podem
ser sete vezes superiores nos anos
seguintes. "Se olharmos para as premarem,
visões de produção
de petróleo e gás
da Galp Energia no Brasil ao longo
da próxima década e das receitas
que lhes correspondem, se o petróleo se mantiver aos níveis actuais, a
parcela disponível para investirmos
em investigação originada no Brasil,
em termos acumulados, é da ordem
dos mil milhões de dólares (cerca
de 775 milhões de euros) até 2025",
acrescentou.
As regras da ANP estabelecem que
cimentos das empresas de E&P do
espaço lusófono é particularmente
relevante no contexto dos grandes
metade da parcela a aplicar tem de
ser contratada com entidades brasileiras reconhecidas pela agência
e a outra pode ser com entidades
externas, desde que a aplicação seja
no Brasil. É sobretudo por via destas
verbas que o ISPG promete promotransmisver o desenvolvimento,
são e difusão da ciência e tecnologia aplicada às actividades da fileira
energética, em especial do petróleo
do Brasil para
e gás. E a importância
o ISPG justifica que a sua primeira
subsidiária nasça naquele país, dado "um grande número dos trabalhos de investigação em carteira se
referir aos projectos de exploração
e produção em que a Galp Energia
participa" naquele país. Ferreira de
Oliveira diz que essa iniciativa é a
"primeira prioridade" do instituto
nas próximas semanas, bem como a
sua acreditação junto da ANP.
Para o mesmo responsável, o instituto abre novos horizontes aos projectos de formação avançada, I&D,
mas deverá permitir também "estruturar toda a actividade da Galp
Energia" já em curso nesta área e admite que "as parcerias de investigação em que hoje a Galp participa na
área energética, e em particular nas
áreas do petróleo e do gás, venham
a ser conduzidas preferencialmente
através do Instituto".
A Galp Energia sustenta que a
aplicação de 1% das receitas em
desenvolvimento
I&D é "uma enorme oportunidade, uma vez que essa investigação
contribui
para tornar mais competiestruturantes em
tivos os projectos
que a Galp Energia está envolvida"
e lembra que foi por causa dessa
regra que o seu principal parceiro,
a Petrobras, se tornou "a empresa
líder mundial em termos tecnológicos e operacionais na exploração
no offshore profundo, o que é consequência de uma excelente aplicação
destes recursos".
Ferreira de Oliveira prevê que o
ISPG possa evoluir para actividades
fora do Brasil, nomeadamente em
Angola e em Moçambique. "A consolidação da experiência e conhe-
projectos
e
que, neste sector, estão em
no Brasil, Angola
Moçambique".
Porque, sublinha,
"o objectivo último da investigação
e da I&D é desenvolver conhecimento novo e aplicá-lo na resolução de
problemas concretos".
Quanto às universidades
portu-
guesas, a mensagem de Ferreira de
Oliveira é que "todo o conhecimento
e experiência que adquirirem nestes
projectos é um património que fica e
que poderão valorizar em qualquer
parte do mundo. Não lhes faltarão
oportunidades, nomeadamente no
espaço lusófono".
O que já é certo é que a maior
fatia das verbas do ISPG irá para
projectos na área da exploração e
produção, "por ser a dimensão da
actividade da Galp Energia que é tecnologicamente mais complexa e que
é indiscutivelmente
a sua âncora de
crescimento".
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