Num mundo em que as distancias se encurtam e o tempo cada
vez mais se acelera, pais nenhum é uma ilha. Entre todas as NaçOes
existe uma comunidade de destinos, devido à solidariedade dos problemas. Não existem mais desafios estritamente locais, há tão só
problemas globais que se refletem diversamente sobre cada povo. Por
isso, o Brasil contemporaneo, nascido da Revolução, amadurece para
auto afirmação, o desenvolvimento e a integração.
nesse instante da história que, convocado pelo Presiden
te Ernesto Geisel, fui eleito para ser o Governador dos Paulistas,
com o Vice Governador, professor Manoel Gonçalves Ferreira Filho.
como paulista que acorro ao chamado. Para mim, ser paulista é antes de tudo um estado de espírito uma euforia de ação, uma pressade
caminhar uma ânsia de crescer. Assim tem sido desde os Bandeirantes que levaram o Brasil das praias ensolaradas do Atlântico até os
contrafortes Andinos.
O homem de Estado não conduz o seu povo com mentiras e
sim com a verdade. Ainda mais quando esse povo é o Paulista, para
quem a grandeza dos desafios só faz redobrar a energia no trabalho
e na luta. É a verdade que devo dizer.
Grave é a situação por que passa o mundo. Há vários anos
que a economia mundial enfrenta uma crise monetária, hoje ampliada
pela elevação brusca de custos e extremamente acentuada pelas trans
ferencias de reservas monetárias, sem a necessária reciclagem Que a
velocidade do comércio internacional exige. Como consequencia, uma
inflação in q uietante, proveniente das nações mais desenvolvidas,aba
la até paises onde secularmente a moeda era estavel.
Por outro lado, à crise economico-financeira se soma uma
crise espiritual e política, os valores básicos da nossa civilização vem sendo postos em duvida. Outros, porém, não os substituem.
Ao mesmo tempo, descrentes da razão, muitos se empenham, pela força,
pelo terror, em mudar as estruturas políticas, como se, do caos,fos
se possível erguer uma sociedade nova, utópica.
Para enfrentar esse mómento, temos um Brasil renovado pela Revolução. Em 10 anos, profunda e séria foi a modificação no se
tor da economia, deformações foram ou estão sendo corrigidas. O in
teresse comum possou a prevalecer sobre o particular. Impos-se uma
programação de metas e objetivos definidos. Reprimiram-se os abusos
em que se evaporava o dinheiro público.
Tais resultados ai estão para quem quiser ver, palpáveis,
marcantes.
No campo administrativo, modernisou-se o Estado. A máqui
na burocrática, a pouco e pouco se adapta às exigências e à veloci
dade do mundo contemporâneo. No plano político, a Revolução, assegurando a indispensável paz, condição do bem comum, reformula as
mentalidades para a renovação das instituições.
Muito resta a fazer. Difíceis serão as etapas a vencer.
Todo Governante de São Paulo sabe, porém, que pode confiar no povo
que vai dirigir.
Comunidade multirracial que convive na harmonia, o povo
paulista trabalha sem descanso. Ainda não surgiu, nem surgirá, tarefa que o assuste ou encargo que o afugente.
0,esforço e o sacrifício S590 dia a dia de cada um. Poris
so, se qualquer tormenta sobrevier, sabe o governante que poderá
contar com todos.
Num Estado particularmente desenvolvido como São Paulo,de
especial importancia e a atuação responsável da classe empresarial.
Esta, que capitaneia com audácia e descortinio o desenvolvimento
paulista, não pode ignorar que os benefícios já auferidos lhe impOem encargos maiores, integrante de um exercito de trabalhadores,
saberá partilhar com eles as asperezas, ince r tezas e sacrifícios da
luta.
Esta luta, o bom combate,
e
o desenvolvimento naciónal.De
senvolvimento em suas tres dimensões: a economica, a social e a po
lítica. Desenvolvimento que e essencial à paz.
Ênfase tem sido dada ao desenvolvimento econômico. E
e
certo que assim seja. Desenvolvimento econômico é a produç.o da ri
queza, sem esta e impossível a prosperidade, a justo titulo portanto se orgulha o Paulista, do alto Índice com que cresce a sua econo
mia.
O desenvolvimento econômico, porem, não e um fim em si,só
ganha sentido quando e dirigido para a satisfação das necessidades
do homem, a elevação e a 'dignidade da vida humana. Por isso, tem
ele de repercutir numa dimensão social. Por isso tem ele de importar em melhores condições de vida para todo o povo, a fim de que ca
da um tenha, não só o que comer, o que vestir e onde morar, mas que
tenha também escolas para o aprimoramento da cultura, hospitais para doentes, previdência para a velhice, lazer para o convívio com a
familia.
No se completa, entretanto, o desenvolvimento sem o plano
político. A liberdade de cada homem reclama inexorável e logicamente a Democracia, esta exige uma participaçao efetiva na condução dos
negocios p15.blicos. Presume, nao apenas instituições aprimoradas,mas
igualmente uma consciencia cívica.
Esta mentalidade, lamentavelmante, n.o se tem desenvolvido
com a mesma velocidade da economia. As lideranças ainda permanecem,
de modo geral, em descompasso com a modernização efetivada pela Revo
luçao. Parecem muitas vezes nao entender p or que a Revolução varreu
os velhos partidos, criando organismos novos para, com sua plena par
ticipaçao, atingir as grandes metas nacionais. Anteviu ela, nos par
tidos, novos poios de aglutinação de ideias, nucleos de formação de
governantes. Anteviu-os identificados com a nova fase vivida pelana
çao e vivida de modo irreversível. Anteviu-os depurados dos ajuntamentos do passado, dos maus hábitos que tanto depreciaram a figurado
político, e só assim se justifica a sua existencia.
natural que partidos políticos contenham entrechoques de
pensamento, sempre, pOrem, voltados para o interesse geral e nuncank
ra as querelas mesquinhas e personalistas. A existência de grupos e
sub-grupos a girar em torno de questiunculas ou interesses pessoais,
despreocupados do bem geral, o ó intolerzilvel numa perspectiva de desenvolvimento político. No momento crucial das eleições, o Partido
deve ser uno, monolítico, galvanizado em torno de sua bandeira.
A impotência politica para tirar o Brasil da encruzilhada
de 1_964, conduziu as Forças Armadas a assumirem o papel de veiculo
de expressão da vontade nacional. Exauridas na sua capacidade de su
portar facções e apetites insaciveis, foram obrigadas, pela p rimei,.
ra vez na nossa historia, a encampar o poder politiconcapacidade
de políticos em encampar os interesses da '1\1-aça°. Os que participam
da vida política nao o podem ignorar, tem, e hão de ter, a sensibili
dade de reconhecer os novos tempos, mesmo porque nem ais nem lgri-mas, nem ranger dentes fardo reviver o dia de ontem.
PAULISTAS!
- Vivemos num Estado próspero, onde se encontra a maior px
cela da riqueza brasileira. Desfrutamos, em ponto maior que nossos
irmãos, de emprego, de fat—bura, de cultura, de educaçao, de segurança, enfim, do bem estar que essa riqueza proporciona. Isto avoluma,
em contrapartida, a nossa responsabilidade perante a Nação. A essa
responsabilidade nao faltaremos.
Devemos integrar-nos com mais ardor ainda, nas grandes cau
sas nacionais, estreitando os vínculos entre todos os brasileiros na
extensão do desenvolvimento a todos os pontos do território nacional,
para que não haja brasileiro que não perticipe dos seus benefícios.
Isso custará esforço e sacrifício, mas trará vantagem para todos e J..)a,.
ra cada um.
Para esse empreendimento -. e ( l ue convoco o povo de São Paulo,
os trabalhadores e os empresários, da cidade e do campo, hão de estender as mãos e levantar a luva que os tumultuados dias de hoje nos
atiram. A inteligncia, onde quer que se encontre ou se manifeste,
nao poderá ficar margem do esforço nacional, não poderá permanecer
beira do caminho, o Brasil necessita de todas as Suas -Qotencialidades.
juventude, igualmente, com suas irreverencias e inconformismos, deve integrar-se na totalidade da vida brasileira e não apenas na atividade profissional. As gerações devem caminhar, umas ao
encontro das outras, para somar forças, reunir ideias.
Acima de interesses ou paix-oes, de desencontros ou incompre
ensoés episódicas, está o Brasil, O Brasil que amanhã estará nas
mãos da mocidades de hoje...,
Nesta convocação, não pode faltar a mulher. Ontem baluarte
do lar, hoje acumula essa tarefa com uma participação crescente em to
dos os setores de atividade econômica, social, cultural. Dela vem a
lição de que e possível construir, sem a fôrça bruta, mas pelo desvelo e pelo amor.
Nessa tarefa, conto co21 a ARENA, ã qual agradeço o apoio de
la, aguardo a solidariedade e a compreensão do momento atual, para,
com o Partido da Revolução, levar São Paulo a desempenhar o papel político que lhe cabe no cenário nacional.
O aperfeiçoamento das instituiç3es, que a Revolução vem bus
cando, encetado por Castelo Branco, depois continuado por Costa e Sil
va e Mediei, hoje prosseguindo por Ernesto Geisel, exige de cada um
uma parcela de civismo, de amor, de compreensão e de sacrifício. Por
sua própria dinâmica interna e pela repercussão dos acontecimentos
internacionais, o processo revolucionário inicia uma nova fase.
O dia da hõje: não é o de ontem, o céu não e o mesmo e nem os
ventos Que sopram. Reclama e impõe esforços extraordinários e em no
vos níveis, para que o Brasil esteja presente no despertar do Mundo
Novo. Tendo vivido as primeiras horas-revolucionárias e participado
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de seu primeiro Governo - o Governo de Castelo Branco - e devendo vi
ver, como Governador deste Estado, a nova fase em que estamos ingres
sando, hei de oferecer ao Presidente Geisel a participação de no
Paulo em todos os planos, o Econômico, o Social e o Político.
Para a construção dé uma sociedade aberta e próspera, de
uma Democracia calcada na realidade brasileira, o Presidente apelou
para a coopera .o,para a imaginação e a criatividade de todos, do lá
vrador e do fazendeiro, do operário e do industrial, do estudante e
do professor, do comerciante, do funcionário, da mulher, do profis-sional,liberal. Utilizemo-nos dessa imaginação e dessa criatividade
para ir oferecendo à pátria as ferramentas, instituições e doutrinas
compatíveis, com o nosso prc ente e com o nosso futuro.
A fe no destino do Brasil sempre inspirou a comunidade bandeirante. E no Paulo, pela sua expressão econômica e social, pela
expressão política que haverá de ter, assume deveres ingentes perante os brasileiros, estou seguro de que a gente de Pi•atininga respon
derá ao chamado que a pátria lhe faz.
Povo, povo de minha terra!
Não irei, agora, como Governador eleito de no Paulo, apor
tar as linhas da minha plataforma administrdciva, no momento oportuno, ela será conhecida.
É esta a mensagem que dirijo aos paulistas: que se incorpo
rem por inteiro, na batalha que travamos. O processo que estamos vi
vendo ganhou velocidade de vertigem. NOs iremos caminhar nessa velo
cidade. Temos pressa, muita pressa. Que vinguem se deixe ficar
margem do caminho, envolvido pela poeira do tempo.
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