Salvador w Nº 06 Setembro 2012 RECICLAGEM DE ACRÍLICO É DEMANDA NO MERCADO O acrílico é um produto que, mesmo depois de reciclado, mantém suas perfomance, propriedade e características iniciais. Atualmente, 90% da produção brasileira deixam de ser reciclados por causa da inexistência de empresas processadoras no mercado. O Perfil das empresas transformadoras de chapas de acrílico evidencia que o segmento de comunicação visual é o mais atendido por essas empresas E ntre as forças que o mercado exerce sobre as empresas estão ações governamentais com legislação mais eficazes para a preservação do meio ambiente. Com isso, ganham empreendedores e empresários que focam seus investimentos em negócios de reciclagem. Como se não bastasse a oportunidade que o ambiente externo está oferecendo a possíveis recicladores, o Instituto Nacional para o Desenvolvimento do Acrílico (Indac), por ocasião do 10º Fórum do Acrílico, apresentou opções sustentáveis para o acrílico no Brasil ressaltando como é imprescindível trazer o reciclador para este mercado. paviláo de acrílico recicládo Segundo a Indac, a indústria da transformação do acrílico gera em torno de 15 mil ton/ano, enquanto apenas 1.500 a 1.800 toneladas são recicladas atualmente. Os aproximados 10% de reciclagem do acrílico evidenciam a existência de uma lacuna imensa de oportunidade para o mercado já que o produto é 100% reciclável e que, mesmo depois de processado, mantém as mesmas performances, propriedades e características iniciais. Em São Paulo, uma empresa transforma 80 toneladas do material. Todo dia a fábrica recebe um carregamento de sucata de acrílico. São restos de mesas, luminárias, displays, enfim, lixão. Eles separam outros plásticos e tiram uma película que envolve o acrílico, para não riscar. É um trabalho totalmente artesanal. O lixo é moído e vai para um forno por 10 horas. Os pigmentos e outras substâncias químicas contidas no produto viram carvão. O acrílico evapora, passa por tubos depois esfria e condensa. O acrílico sai em estado líquido. Claro como água. O trabalho é transformar em chapa de novo. Esse líquido é despejado no meio de duas chapas de vidro até se espalhar por todo o espaço. Depois vai para Quem tem conhecimento vai pra frente | 0800 570 0800 | sebrae2014.com.br Salvador | 2 um equipamento chamado autoclave – uma espécie de panela de pressão gigante. Depois, basta retirar os vidros e o acrílico está sólido de novo. Com o acrílico não existe missão impossível Bonito, leve, fácil de modelar em formas tridimensionais, reciclável e, acima de tudo, extremamente versátil. O acrílico é sem dúvida um dos poucos materiais que vai bem com tudo – da construção civil às pulseiras coloridas, das placas de sinalização aos lustres modernos. A Indac produziu uma apresentação que está disponível em http://www.youtube.com/ watch?v=iDuJ0IflaYY para demonstrar a dimensão da aplicabilidade do acrílico. Essa versatilidade garante que o mercado de comunicação visual seja o maior consumidor nacional do acrílico. Com a movimentação em torno dos eventos esportivos nos próximos dois anos, essa relação deve ser potencializada em virtude dos investimentos em marketing que o país receberá. Perfil das empresas transformadoras de chapas de acrílico De junho a setembro de 2010, o Indac realizou uma pesquisa com 250 empresas brasileiras de transformação de acrílico, obtendo resposta de 46%, ou seja, 114 do total pesquisado. De acordo com os dados obtidos, 57% das empresas localizam-se no estado de SP e 33% nos estados de SC, MG, RJ, RS e PR. O restante 10% dos transformadores representam empresas de todos os outros estados do país. Esse dado pode indicar que há oportunidade para abertura de empresas de transformação de chapas no estado da Bahia, que obteve baixíssima representatividade no painel de respondentes da Indac. O consumo médio de chapas acrílicas nas 114 empresas pesquisadas é de 2,0 toneladas por mês, sendo que praticamente metade utiliza até 500 kg mensalmente. Outra parcela de 20% das empresas consomem de 500 a 1.000 kg e cerca de 16% utilizam de 1,0 a 3,0 toneladas. Somente 14% das empresas que responderam a pesquisa consomem mais de 3,0 toneladas mensais. Os materiais utilizados pelas empresas transformadoras de acrílico são bastante diversificados, porém, praticamente metade das empresas pesquisadas tem seu foco de trabalho somente em acrílico. Em cerca de 20% das empresas o acrílico representa de 50 a 80% do consumo total de materiais e outra parcela de 30% das empresas “acrileiras” utilizam somente metade de acrílico como matéria-prima. Os maiores concorrentes do acrílico são os outros plásticos, com destaque para as chapas de policarbonato e poliestireno, utilizadas por cerca de 40% das empresas pesquisadas. Materiais não plásticos, como metálicos, aço, madeira, MDF e vidro são consumidos por 40% das empresas que possuem a palavra acrílico em sua razão social e focalizadas neste estudo. Devido à diversidade dos pedidos, a maioria das empresas transformadoras não são especializadas em um único segmento, mas sim fabricam produtos de acordo com as necessidades de seus clientes. Somente 12% das empresas pesquisadas atuam em apenas um segmento, sendo a maioria em iluminação. A grande maioria das empresas, ou seja, de 70 a 80% das pesquisadas, atuam em Comunicação Visual, Displays e recebem pedidos sob encomenda. Metade dos transformadores produzem Peças Técnicas, sendo que outros segmentos citados foram Troféus, Urnas, Caixas, Móveis e Púlpitos. Embora o grande pólo de transformação de acrílico seja o estado de São Paulo, algumas das maiores empresas bem como aquelas que mais crescem estão localizadas fora desta região, espalhadas entre SC, RS, RJ e PR. Também nota-se que, embora metade dos transformadores consumam até 500 kg/mês de chapas acrílicas, existem empresas com elevado consumo, diferenciando-se da média e imprimindo um ritmo de desenvolvimento acelerado ao setor. Outra constatação importante é que praticamente metade dos transformadores consomem somente chapas acrílicas, especializando-se e focalizando sua atuação neste material. Finalmente comprova-se que o segmento de Comunicação Visual, incluindo displays, PDVs, sinalização e luminosos, é o mais importante do setor e o segmento mais bem atendido pelas empresas transformadoras de acrílico no país. Mais informações sobre o setor podem ser obtidas em www.indac.org.br. Formado em sua grande maioria por empresas de micro e pequeno porte, o setor pode contar com o apoio do Sebrae-BA. Além da agenda de capacitação que está disponível em www.sebrae.com.br, informações sobre outros produtos e serviços do Sebrae-BA podem ser obtidas no link: www.sebrae.com.br. Salvador | 3 “BAIANIDADE” EM ALTA O termo “baianidade”, o qual se refere a identidade cultural que fez da Bahia uma marca comercial poderosa, pode tornar-se ainda mais rentável se esse potencial for explorado pelos empreendedores para gerar produtos e serviços associados a realização dos jogos da Copa do Mundo FIFA 2014, em Salvador A divulgação global de produtos de consumo associados a marca Bahia, promovida por empresas especializadas e órgãos públicos, atraiu milhares de turistas para conhecer os bens culturais, históricos e naturais do estado, bem como provocou o consumo de tendências e modismos promovidos pela música, festas populares, gastronomia, estética e religiosidade. Nesse sentido as músicas que exploraram os temas associados a “baianidade” como o Axé Music representado por Daniela Mercury e Ivete Sangalo, por exemplo, atravessaram fronteiras promovendo carnavais fora de época – as Micaretas – eventos consolidados em várias capitais e que nos últimos anos vem crescendo. É uma prova que a exploração da “baianidade” como produto, seguido pelas religiões afro com a venda de seus adereços, representa um nicho significativo de mercado. Oportunidades de ganho para as comunidades tradicionais Esse tipo de negócio é interessante, pois permite que os empreendedores das comunidades locais e tradicionais também ganhem com o aumento do fluxo de dinheiro no comércio, haja vista que comer um acarajé sem ter a tradicional baiana trajada com a indumentária característica, não seria a mesma coisa. Ou seja, o valor agregado do negócio é a preservação da cultura e do patrimônio arquitetônico. Não é de agora que a Bahia é divulgada pelo mundo. O escritor Jorge Amado já difundia a cultura local desde a década de 40, além de ícones da música como Dorival Caymmi, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, fatos que justificam toda a força da cultura local, alcançando a atenção de artistas pop mundiais, como no caso do cantor americano Michael Jackson e Paul Simon. Esses gravaram videoclipes no Pelourinho com o grupo de percussão e Organização Não Governamental Olodum, grupo também conhecido mundialmente por seu trabalho impar, completamente associado a Bahia. Produtos customizados para a Copa O músico baiano Carlinhos Brown criou e lançou em setembro passado a ‘caxirola’, um instrumento musical inspirado na vuvuzela sul-africana, que se tornou popular na Copa de 2010 e que deseja transformar em febre durante a edição brasileira em 2014. A criação é uma espécie de chocalho de plástico inspirado no caxixi, chocalho de palha de origem indígena muito usado na capoeira e na MPB. Assim como Carlinhos Brown, outros empreendedores baianos têm na Copa do Mundo uma excelente oportunidade de colocar sua criatividade em ação e mostrar ao mundo o que é que a Bahia tem. Dicas para os empreendedores baianos ganharem com a Copa Para os empreendedores interessados em investir na marca Bahia, sendo baiano ou não, seguem algumas dicas de eventos que geram oportunidades de negócios e também de alguns tipos de negócios que tem a cara do estado: • Shows e apresentações regionais, nacionais e internacionais – Os artistas baianos estão com um número crescente de eventos musicais para divulgar a musicalidade baiana. Os artistas locais contam com contratos para um, para dois, três anos, impulsionando os negócios do setor, com extensão na produção e venda de DVDs e CDs, além da participação em eventos como carnaval e micaretas, com projeção na mídia mundial. • Festas Populares – O calendário de festividades da Empresa de Turismo Estadual está repleto de oportunidades fomentadas pela promoção das festas populares e tradicionais, as quais resgatam as raízes africanas e multicultural. Vale a pena acompanhar a programação diversa e descentralizada, pois todo o estado possui representação viva de seus costumes, vistos nas Salvador | 4 manifestações artísticas e culturais. Um exemplo fora de Salvador é a Festa da Boa Morte, que ocorre na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, a qual revive, nas procissões nas ruas, a força negra das escravas que participam da Irmandade da Boa Morte, uma confraria religiosa afro-católica que mostra no sincretismo religioso seu ponto maior. • • • • São João – Festa inteiramente regional, vem crescendo com o apoio de prefeituras locais, que investem cifras significativas em estruturas para receber um público que muitas vezes ultrapassa o número de habitantes dos municípios. A divulgação da festa envolve a gastronomia regional, a apresentação de ícones da cultura junina, com sua musicalidade própria, e as cidades se mobilizam para implantar infraestrutura local como hotéis, imóveis e locação. Carnaval – Este setor já movimenta milhões de reais, cria, emprega, oportuniza e capacita negócios, comércio virtual potencializando toda a economia local. Com a realização da Copa, Salvador terá um carnaval fora de época em cada jogo que receber. Salão de beleza “afro” – A estética é um mercado forte e rentável, os salões de beleza “afro” terão uma avalanche de demandas, os empreendedores precisarão se preparar para atender de forma criativa o grande aumento de mercado. Os negros baianos foram os primeiros a utilizar os penteados como forma de manter suas características étnicas. A tendência de copiar este estilo colocou as tranças nos cabelos dos baianos e simpatizantes da cultura afro do país e do mundo. Loja de artesanato – O artesanato baiano já é destaque no cenário nacional, com suas representações da cultura local, confeccionada pelas mãos dos mestres de ofício, agregando valor pela tradição. É crescente esta atividade e sua comercialização por meio de lojas especializadas em produtos utilitários e decorativos. Quem visitar a Bahia no período da Copa, vai querer levar lembranças, e dependendo do perfil dos turistas, poderá consumir obras com maior valor agregado e de maior custo. • Culinária – O tempero baiano deve ser destaque durante a realização da Copa FIFA 2014. Mesmo com as restrições impostas pela Lei Geral da Copa, no caso da Bahia, as comidas tradicionais são um debate a parte. Ainda se busca um acordo que respeite os acordos internacionais sem ferir a cultura local. SEBRAE O Sebrae oferece algumas publicações que podem ser importantes para você pensar num bom negócio para a Copa do Mundo Fifa 2014. Confira. Conexão Bahia – Revista temática sobre oportunidades com a Copa http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/0f5e363a16336c5 e03256c67006799da/44fac45fb386a816832577ae0 0501da4/$FILE/NT000447EA.pdf. Estudo de tendências de Mercado http://ebookbrowse.com/cartilha-tendencias-mercado-site-pdf-d195187129. Página específica sobre oportunidades com a Copa http://www.sebrae.com.br/uf/bahia/produtos-e-servicos/sebrae-2014/sc_view. Sebrae na Bahia www.sebrae.com.br/uf/bahia 0800 570 0800 BOLETIM SEBRAE 2014 Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros – UAMSF Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões | Diretor-Presidente: Luiz Barretto | Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos | Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos | Coordenação Nacional do Programa Sebrae 2014: Dival Schmidt, Ivan Tonet, Rafael Castro | Gerente da Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros: Paulo Alvim | Planejamento e Execução: Lucio Pires, Patrícia Mayana, Fabiana Castro e Ana Paula Capparelli SGAS Quadra 605, Conjunto A. | CEP: 70.200-645 – Brasília.DF | Telefone: (61) 3348 7203