Expansão do FGTS para compra de imóveis joga ações de
imobiliárias para cima
Plano de elevar o teto para estimular economia dará um novo impulso para setor, que passa por um período de
desaquecimento da demanda, diz analista; PDG lidera ganhos do Ibovespa
Por Paula Barra
|06-12-2012
SÃO PAULO - A possível elevação do limite do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)
jogou para cima as ações do setor imobiliário no pregão desta quinta-feira (6), enquanto
o Ibovespa novamente opera na instabilidade.
Às 16h10 (horário de Brasília), enquanto o Ibovespa caía 0,30%, as ações da PDG (PDGR3)
lideravam os ganhos do índice, com alta de 3,61%, aos R$ 3,16. Um pouco atrás, apareciam os
papéis da Brookfield (BISA3, +2,42%, R$ 3,38), Gafisa (GFSA3, +2,93%, R$ 4,57), MRV (MRVE3,
+1,29%, R$ 11,74), Cyrela (CYRE3, +1,59%, R$ 18,47) e Rossi Residencial (RSID3, +1,17%, R$
4,32). Em reflexo a esse desempenho, o índice IMOB, que acompanha os ativos do setor imobiliário,
subia 1,05%.
Plano de elevar o teto para estimular economia dará um novo impulso para setor, que passa por um período
de desaquecimento da demanda (Marcelo Camargo/ABr)
"Aumentar o limite do teto do FGTS seria o principal driver dos papéis, já que trará um novo estímulo
para o setor, que vem passando por um período de desaquecimento na demanda", disse o analista
Eduardo Machado, da Amaril Franklin.
O governo avalia elevar de R$ 500 mil para R$ 700 mil o valor máximo dos imóveis que o trabalhador
pode comprar com o seu saldo do FGTS, segundo matéria desta edição da Folha de S. Paulo. O valor
aumentaria tanto para aquisições à vista quanto para financiamento do SFH (Sistema Financeiro de
Habitação), que tem juros menores.
Esse anúncio vem num momento importante para a indústria de construção civil, que passa por um
período difícil, e enfrenta diversos ajustes para reduzir alavancagem. Embora seja positivo, nem todas
as empresas se beneficiariam do aumento do teto, como é o caso da MRV, que está mais direcionada
para o público de baixa renda, mas a alta das ações da empresa reflete o setor como um todo, disse o
analista.
Gafisa foi a primeira a esboçar otimismo com anúncio
O reflexo do anúncio, contudo, veio "atrasado", e só durante a tarde as ações do setor esboçaram um
certo otimismo. A exceção foi a Gafisa, que sobe desde a abertura e chegou a alcançar valorização
de 4,50%, aos R$ 4,64.
Um dos motivos para esse desempenho é porque os papéis da companhia já sofreram bastante, e ela
está bem defasada em relação aos demais players, disse Machado. "Embora suba 16,67% no mês,
os ativos da empresa ainda estão bem depreciados e qualquer evento positivo tende a levar os papéis
a subirem primeiro ou mais do que os demais do setor", complementa.
Além disso, mais cedo, o Bank of America Merrill Lynch elevou o preço-alvo das ações, de R$ 5,10
para R$ 5,75 - o que representa um potencial de ganho de 29,50% em relação ao fechamento da
última quarta-feira (5).
A opinião do banco é fundamentada por dois pilares: o potencial da Alphaville de liberar valor para a
Gafisa, tendo em vista que 46% dos lançamentos da empresa nos nove primeiros meses de 2012
foram do segmento de alta renda; e a contínua recuperação por meio da geração de caixa e da
expansão das margens.
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