Leitura e Interpretação de
Desenho Técnico Mecânico
Módulo II
Aula 02
Cotagem
Cotagem é a indicação das medidas da peça em seu desenho. Para a cotagem de um desenho
são necessários três elementos:
a=Linhas de cota, b=Linhas auxiliares e c=cotas
Linhas de cota são linhas contínuas estreitas, com setas nas extremidades; nessas linhas são
colocadas as cotas que indicam as medidas da peça.
A linha auxiliar é uma linha contínua estreita que limita as linhas de cota.
Deve ser ligeiramente prolongada além da linha de cota e deve-se deixar um pequeno espaço
entre ela e o desenho.
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Cotas são numerais que indicam as medidas básicas da peça e as medidas de seus elementos.
As medidas básicas são: comprimento, largura e altura.
(No desenho de escreve apenas a medida sem o símbolo)
50 = comprimento
25 = largura
15= altura
Cuidados na cotagem
Ao cotar um desenho é necessário observar o seguinte:
Seta
errada
errada
errada
certa
A seta deverá ter aproximadamente 3mm de comprimento e também ser estreita.
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As cotas guardam uma pequena distância acima das linhas de cota. As linhas auxiliares também
guardam uma pequena distância das vistas do desenho técnico.
Em desenho mecânico, normalmente a unidade de medida usada é o milímetro (mm), e é
dispensada a colocação do símbolo junto à cota. Quando se emprega outra distinta do milímetro
(por exemplo, a polegada), coloca-se seu símbolo.
Observação
As cotas devem ser colocadas de modo que o desenho seja lido da direita para esquerda e de
baixo para cima, paralelamente à dimensão cotada.
Sempre que possível é bom evitar colocar cotas em linhas tracejadas.
Deve-se evitar também colocar a cota dentro do desenho.
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A distância da linha de cota para o desenho deve ser de aproximadamente 10mm. Salvo algumas
exceções onde não houver essa possibilidade.
Cotagem de peças simétricas
A utilização de linha de simetria em peças simétricas facilita e simplifica a cotagem, conforme os
exemplos abaixo.
(Em peças simétricas a cotagem é facilitada, pois não precisa de localização).
Sem linha de simetria
Com linha de simetria
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Cotagem de diâmetro
Furos cilíndricos, precisam da cota do tamanho do furo, localizados na vista que aparece com
maior, clareza, não podendo se esquecer do símbolo de
menos na vista frontal do círculo, onde
observamos que ele é cilíndrico.
Pequenos diâmetros, indica-se cotando-o por fora da parte circular de maneira simples, por linha
de chamada com seta dos dois lados, ou somente um lado prolongando-o suficiente para a
inscrição do valor.
Cotagem de raios
Deve ser feita quando se tem o arco de circunferência igual ou menor que 180º.
Quando se tem, elementos iguais na mesma peça, só se cota um elemento e define-se a
quantidade de elementos iguais; Por exemplo:
10(x4) ou 4x
10.
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Quando a linha de cota está na posição inclinada, a cota acompanha a inclinação para facilitar a
leitura.
Raio muito pequeno cota-se através de linha de chamada, raio muito grande não se indica o
centro do raio, e a linha de cota é representada incompleta. Outro jeito de se cotar raios grandes é
se destacando o centro do raio com linha de simetria com a linha de cota aparecendo quebrada,
pode-se também cotar desta maneira quando o centro for deslocado.
Observação
Deve-se observar o lado certo para colocação da cota. É preciso evitar que as linhas de cotas
apareçam penduradas.
Porém, é preciso evitar a disposição das linhas de cota entre os setores hachurados e inclinados
de cerca de 30º.
Desenhos técnicos sem cotas básicas
Há casos que é possível dispensar a indicação de uma ou duas cotas básicas, ou as vezes até
três cotas, isso geralmente ocorre em peças com parte arredondadas, onde se representam os
valores de centro à centro de detalhes, ou de centro até faces de detalhes de peças.
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Cotagem de elementos esféricos
Elementos esféricos são elementos em forma de esfera.
A cotagem dos elementos esféricos é feita pela medida de seus diâmetros ou de seus raios.
ESF = Esférico
Ø = Diâmetro
R = Raio
Cotagem de elementos angulares
Existem peças que têm elementos angulares. Elementos angulares são formados por ângulos.
O ângulo é medido com o goniômetro pela sua abertura em graus.
O goniômetro é conhecido como transferidor.
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A cotagem da abertura do elemento angular é feita em linha de cota curva, cujo centro é vértice do
ângulo cotado.
Uso de goniômetro (transferidor)
Cotagem de ângulos em peças cilíndricas
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Cotagem de chanfros
Chanfro é a superfície oblíqua obtida pelo corte da aresta de duas superfícies que se encontram.
Existem duas maneiras pelas quais os chanfros aparecem cotados: por meio de cotas lineares e
por meio de cotas lineares e angulares.
As cotas lineares indicam medidas de comprimento, largura e altura.
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As cotas angulares indicam medidas de abertura de ângulos.
Cotas lineares
São aceitáveis duas formas de acordo com a Norma ABNT 10126/1987 para indicar cotas
angulares.
Pode-se cotar ângulos por fora, por dentro, ou só por fora. (Usar o bom senso, sem
normalização).
Cotas lineares e cotas angulares
Em peças planas ou cilíndricas, quando o chanfro está a 45º é possível simplificar a cotagem.
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A linha de chamada usada na cotagem de ângulos à 45º deve ser usada quando o chanfro for
muito pequeno no desenho.
Cotas auxiliares
Servem de complemento às outras cotas. Elas aparecem no desenho apenas para evitar cálculos
e são indicadas entre parênteses.
Cotagem em espaços reduzidos
Para cotar em espaços reduzidos, é necessário colocar as cotas conforme os desenhos abaixo.
Quando não houver lugar para setas, estas substituídas por pequenos traços oblíquos.
Cotas não podem ficar penduradas, a não ser em casos especiais como este, em que a linha
auxiliar é usada em comum para duas dimensões.
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Cotas funcionais e não funcionais
Cotas funcionais são aquelas que indicam a forma, a grandeza e a posição de partes essenciais
para o funcionamento da peça.
Cotas não funcionais também indicam forma, tamanho e posição, mas se referem a partes não
essenciais para o funcionamento da peça.
Cotagem por faces de referência
Na cotagem por faces de referência as medidas da peça são indicadas a partir das faces.
Cotagem em paralelo
Cotagem aditiva
A cotagem por faces de referência ou por elementos de referência pode ser executada como
cotagem em paralelo ou cotagem aditiva.
Na cotagem em paralelo, toda localização é determinada a partir da mesma face de referência, e
as linhas ficam paralelas umas nas outras.
A cotagem aditiva é uma simplificação da cotagem em paralelo e pode ser utilizada onde há
limitação de espaço, desde que não haja problema de interpretação.
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A cotagem aditiva em duas direções pode ser utilizada quando for vantajoso.
Cotagem aditiva em duas direções
Cotagem em paralelo
Cotagem por coordenadas
A cotagem aditiva em duas direções pode ser simplificada por cotagem por coordenadas. A peça
fica relacionada a dois eixos.
Fica mais prática indicar as cotas em uma tabela ao invés de indicá-la diretamente sobre a peça.
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Precisa-se ter a imaginação de dois eixos perpendiculares entre si, com o cruzamento dos eixos
sendo o ponto “O”. A localização é feita pelo par de cotas. Deve-se colocar abaixo do desenho a
simbologia dos eixos da coordenada.
X
Y
ø
1
8
8
4
2
8
38
4
3
22
15
5
4
22
30
3
5
35
23
6
6
52
8
4
7
52
8
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Cotagem por linhas básicas
Na cotagem por linha básica as medidas da peça são indicadas a partir de linhas.
Essas linhas podem ser linhas de simetria, de centro de elementos, ou outra linha que facilite a
interpretação, podendo ser na horizontal, vertical, ou ainda em ambas.
Usa-se muito este sistema de cotagem para representar peças compostas por curvas irregulares.
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Cotagem de furos espaçados igualmente
Existem peças com furos que têm a mesma distância entre seus centros, isto é, furos espaçados
igualmente.
A cotagem das distâncias entre centros de furos pode ser feita por cotas lineares e por cotas
angulares.
Cota-se o primeiro espaço (15mm) e depois 4x30(120) que é a distancia entre todos furos
espaçados igualmente do primeiro ao último furo, e indica-se o valor total entre parênteses (Total)
de 4x30 (é a distância de 4 espaços entre os 5 furos), depois cota-se a quantidade de furos e seu
de 6mm.
Observação
Em peças de pouca espessura em que se omite alguma vista, pode-se cotar a espessura
colocando-se a inscrição ESP dentro da peça no canto direito seguido do valor numérico, ou fora
da peça, mas logo abaixo e centralizada se caso não couber dentro da peça.
No caso de cotagem de furos espaçados igualmente, mas de forma angular, o processo é o
mesmo, só mudando os valores que serão neste caso angulares.
Representa-se os furos, escreve-se a notação da linha que a peça tem 6 furos de
5 distanciadas
entre si a 60º e entre parênteses a soma dos ângulos total de 360º, podendo omitir o restante dos
furos do desenho, e por fim faça a cotagem do diâmetro do centro dos furos.
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Cotagem linear
Cotagem linear e angular
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Quando não causarem dúvidas, o desenho e a cotagem podem ser simplificados.
Desenho e cotagem simplificados
Desenho e cotagem simplificados
Indicações especiais
Cotagem de cordas, arcos e ângulos.
As cotas de cordas, arcos e ângulos devem ser indicadas como nos exemplos abaixo.
Raio definido por outras cotas.
O raio deve ser indicado com o símbolo R sem cota quando o seu tamanho for definido por outras
cotas.
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Cotas fora de escala
As cotas fora de escala nas linhas de cota sem interrupção devem ser sublinhadas com linhas reta
com a mesma largura da linha do algarismo.
Cotagem de uma área ou comprimento limitado de uma superfície, para indicar uma
situação especial
A área ou o comprimento e sua localização são indicados por meio de linha traço e ponto,
desenhada adjacente à face corresponde.
Cotagem de peças com faces ou elementos inclinados
Existem peças que têm faces ou elementos inclinados.
Nos desenhos técnicos de peças com faces ou elementos inclinados, a relação de inclinação deve
estar indicada.
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A relação de inclinação 1:10 indica que cada 10 milímetros do comprimento da peça, diminui-se
um milímetro da altura.
Com a relação de inclinação vem indicada do desenho técnico, não é necessário que a outra cota
de altura da peça apareça.
Símbolo indicativo de inclinação  , é orientado de acordo com o lado da inclinação.
Outros exemplos a seguir.
Na relação o numeral que vem sempre antes dos: (dois pontos) é sempre 1.
Cota-se através de linha de chamada com a palavra inclinação seguida da relação numérica.
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Quando se tem a relação, cota-se somente o comprimento e um dos lados.
Pode-se também ser expressa em porcentagem, ou seja, 1:50 é o mesmo que 2%.
Exemplo: 1/50 equivale à 2/100 = 1:50 = 2%.
Cotagem de peças cônicas ou com elementos cônicos
Existem peças cônicas ou com elemento cônicos.
Observação
Ângulo de inclinação é a metade da conicidade de uma peça.
Nos desenhos técnicos de peças como estas, a relação de conicidade deve estar indicada.
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A relação de conicidade 1:20 indica que a cada 20 milímetros do comprimento da peça, diminui-se
um milímetro do diâmetro.
O símbolo indicativo de conicidade é  dependendo da posição do cone.
Outros exemplos:
Dicas na cotagem
Só se cota detalhes iguais em um lado só, não se repete a cota;
Coloca-se cotas no desenho na vista que melhor transmitir claramente a forma do desenho;
Deve-se evitar a cotagem do desenho em um elemento tracejada, como furo por exemplo,
nesse caso, cota-se a forma circular (circunferência) no desenho;
Não se pode cortar ou separar linhas auxiliares e de cotas;
Representar as cotas sempre de maneira legível em caligrafia técnica;
Fazer a cotagem da peça com uma boa distribuição de cotas pelo desenho;
Sempre colocar a simbologia no desenho seja ela de diâmetro (Ø) ou de quadrado (⃞);
Deve-se sempre que conveniente e necessário, colocar cotas básicas no desenho;
Quando não se usar o milímetro colocar a unidade após a cota.
Dica
Na cotagem de peças, você deverá usar sempre a imaginação para verificar sempre a melhor
maneira de se cotar um desenho, pois não há regras pré definidas de onde colocar cotas, mas
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devemos somente nos lembrar de respeitar algumas regras que englobam normas técnicas,
portanto devemos sempre tentar representar o desenho e sua cotagem com a maior clareza
possível, tanto ao se desenhar, quanto para quem possa vir à interpretá-lo.
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