XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE Aedes Aegypti POR MEIO DE
INDICADORES ENTOMOLÓGICOS
Paulo R. Urbinatti - Departamento de Epidemiologia da FSP/USP, São Paulo, [email protected]
Morgana M. C. de S. L. Diniz Departamento de Epidemiologia da FSP/USP, São Paulo, SP
Daniella V. Lima - Universidade de São Paulo, Prefeitura do Campus USP da Capital, São Paulo, SP,
Filipe G.M. Pancetti - Departamento de Epidemiologia da FSP/USP, São Paulo, SP
Rafael de Oliveira Christe - Instituto de Medicina Tropica/USP
Tamara N. L. Camara - Departamento de Epidemiologia da FSP/USP, São Paulo, SP
Delsio Natal - Departamento de Epidemiologia da FSP/USP, São Paulo, SP
INTRODUÇÃO
O mosquito Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762.) é considerado uma das principais pragas urbanas por ser
o vetor dos vírus da dengue, chikungunyia e febre amarela. Esse inseto é sinantrópico e antropofílico e apresenta
atividade hematofágica predominantemente diurna, além de ser adaptado a criadouros artificiais, dificultando o seu
controle (FORATTINI, 2002; TAUIL, 2002; FERREIRA et al., 2009).
A dengue é uma infecção reemergente e um grave problema de Saúde Pública no Brasil. Segundo o Centro de
Vigilância Epidemiológica de São Paulo até abril de 2015 foram confirmados 167.165 casos (autóctones e
importados) de dengue no Estado, sendo 10.698 na capital.
O controle das infecções pelo vírus dengue é tarefa desafiadora. Não há disponibilidade de vacina e não existem
drogas antivirais capazes de influenciar na redução da viremia. Assim, as intervenções são direcionadas para a o
controle do vetor, por meio de ações como: saneamento do ambiente, atividades de educação e monitoramento
entomológico para avaliar a presença do mesmo (TEIXEIRA et al., 2002).
OBJETIVO
Avaliar a presença de Ae. aegypti em um campus universitário da cidade de São Paulo por meio de indicadores
entomológicos.
MATERIAL E MÉTODOS
As coletas foram realizadas na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (CUASO) situada no Bairro
Butantã, zona Oeste de São Paulo (SP). A Cidade Universitária foi dividida em quatro áreas e mensalmente foram
sorteados dez pontos de coleta por área. Dessa forma, em cada área, foram instaladas dez adultraps (armadilha para
adultos) a fim de avaliar, a presença de Ae. aegypti e a média de fêmeas; e dez ovitrampas (armadilha para ovos),
com infusão de feno, para avaliar o índice de positividade (IPO) e a densidade de ovos (IDO), totalizando 40
ovitrampas e 40 adultraps. As armadilhas permaneceram expostas por cinco dias, após esse período foram retiradas
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e levadas ao Laboratório de Entomologia da Faculdade de Saúde Pública da USP para análise. O período de coleta
foi de dezembro de 2013 a novembro de 2014.
RESULTADOS
De dezembro de 2013 a novembro de 2014 foram coletados 6. 191 ovos nas ovitrampas e 17 fêmeas nas adultraps.
O índice de positividade da ovitrampa (IPO) variou de 0% (julho) a 90% (abril). Em relação ao índice de densidade
de ovos (IDO), o mês de setembro apresentou o maior valor (80,5). As adultraps atingiram o maior índice de
positividade me janeiro (11,8%), enquanto que a maior média de fêmeas ocorreu no mês de março.
DISCUSSÃO
A ovitrampa é sensível para detectar a presença de Ae. aegypti além de ser de baixo custo. O IPO traduz a
distribuição espacial de uma infestação na localidade de estudo, enquanto o IDO indica os períodos de maior e
menor reprodução das fêmeas de mosquitos (BRAGA e VALE, 2007; GOMES, 2002). Observando os dados
relacionados às ovitrampas, verificamos que abril foi o mês de maior IPO (90%) enquanto que o mês de setembro
pode ser considerado o de maior reprodução das fêmeas do Ae. aegypti, já que apresentou o maior IDO (80,5).
Entretanto, em Mato Grosso, MYIAZAKI et al. (2009) que encontraram os maiores níveis de IPO nos meses de
outubro e dezembro, enquanto que para o IDO os meses mais significativos foram julho e agosto. Em relação à
adultrap, foram coletadas 17 fêmeas em 60 dias de exposição. DONATTI e GOMES (2007), ao coletarem nove
fêmeas de Ae. aegypti em três dias de exposição concluíram, que tais armadilhas são importante para avaliação da
infestação de adultos.
CONCLUSÃO
Devido à presença do Ae. aegypti na Cidade Universitária, é necessária a manutenção de um monitoramento
contínuo desse vetor, pois esse local representa um ambiente favorável à autoctonia de casos de dengue.
REFERÊNCIAS
Braga, I.A. Valle D. Aedes aegypti: inseticidas, mecanismo de ação e resistência. Epidemiologia e Serviços de
Saúde. 2007; 16(2) : 113 – 118.
Centro de Vigilância Epidemiológica. Situação Epidemiológica no Estado de São Paulo 2015. Disponível em :
http://www.cve.saude.sp.gov.br. Acesso em: 15/04/2015
Donatti, J.E. Gomes, A.C. Descrição de armadilha para adulto de Aedes aegypti (Diptera: Culicidae). Revista
Brasileira de Entomologia. 2007; 255-56.
Ferreira, B.J. Souza, M.F.M. Soares Filho, A,M. Carvalho, A.A. Evolução histórica dos programas de prevenção e
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Forattini, O.P. Culicidologia Médica. São Paulo : Edusp, 2002.
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Myiazaki, R.D. Ribeiro, A.L.M. Pignatti, M.G. Campelo Júnior, J.H, Pignatti, M. Monitoramento do mosquito
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de Mato Grosso, Cuiabá,Estado de Mato Grosso. 2009; 42(4):392-397.
Tauil, P.L. Aspectos críticos do controle do dengue no Brasil. Cadernos de Saúde Pública. 2002; 18( 3).
Teixeira, M.G. Barreto, M.L. Costa, M.C.N. Ferreira, L.D.A. Vasconcelos, P.F.C. Cairncross S. Dynamics of
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dengue virus circulation: a silent epidemic in a complex urban area. Trop Med Int Health. 2002; 7:757-762.
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