A ADMINISTRAÇÃO NO SETOR DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE ITAPEVI* Mirian Aparecida Rocha (FACEQ) ** Sandra Silva Santos (FACEQ)*** Sueli Aparecida Sartor (FACEQ)**** Maria Clara Lopes Saboya (USP/FAFE/FACEQ) ***** Resumo A educação é discutida como tema complexo e é assunto de muitos estudos atuais. As transformações sociais, a globalização, as mudanças e progressos tecnológicos estão entre as principais causas da evolução e transformação do setor educacional. Neste contexto, a educação passa a ter a necessidade de mudanças para adequar-se às demandas da sociedade, visando atender seus objetivos e expectativas educacionais e de mercado de trabalho. No município de Itapevi, vimos a necessidade de pesquisar como é a administração da Educação Pública Municipal, se atende os requisitos do setor educacional e constatar se o sistema educacional no município é deficiente ou não. A realização deste trabalho iniciou-se com um estudo teórico por meio de pesquisas bibliográficas sobre o tema educação e gestão administrativa no setor educacional. Posteriormente, realizamos uma pesquisa de campo por meio de questionário aberto, sendo realizada uma entrevista com o Secretário da Educação e Cultura de Itapevi, César Rodrigues Pimentel e sua Diretora Pedagógica Andréa Braga Salgueiro, que nos relataram dados sobre a gestão administrativa no setor de educação pública do município. Palavras-Chave: Municipais. Educação. Globalização. Gestão Pública. Cultura. Escolas 1 A História da Educação no Brasil Segundo Aranha (1996), a história é a interpretação da ação transformadora do homem no tempo. A pedagogia é a teoria crítica da educação, isto é, a da ação do * Artigo resultante do Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Faculdade Eça de Queirós – FACEQ, apresentado em 2013, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel, sob orientação da Prof. Dra Maria Clara Lopes Saboya. ** Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade Eça de Queirós (Faceq – Uniesp Jandira). *** Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade Eça de Queirós (Faceq – Uniesp Jandira). **** Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade Eça de Queirós (Faceq – Uniesp Jandira). ***** Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo, Mestre em Educação, Cientista Social e Pedagoga. Coordenadora na Faculdade Fernão Dias (FAFE). Professora da Faceq – Uniesp Jandira. 1 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq homem quando transmite ou modifica a herança cultural. É a educação, portanto, que mantém viva a memória de um povo e dá condições para sua sobrevivência. A história resulta da necessidade que o homem tem de reconstruir o passado, relatando e interpretando os acontecimentos em uma ordem cronológica, por meio da seleção daqueles considerados relevantes. Essa disponibilidade de análise, porém não é identificada ao longo do tempo, variando conforme a cultura; também sofre os efeitos da ideologia por estar, de fato, envolvida na política (ARANHA, 1996). Para Aranha (1996), quando o primeiro governador geral, Tomé de Sousa, chega ao Brasil em 1549 vem acompanhado por diversos padres jesuítas. Iniciou-se, assim, o processo de escolas elementares, secundárias, seminários e missões, espalhados pelo Brasil até o ano de 1759, quando os jesuítas são expulsos pelo marquês de Pombal. Sendo assim, a educação brasileira foi marcada pelo ensino jesuítico, que era voltado para o ensino médio. No decorrer do século XVIII, cresce a animosidade contra a Companhia de Jesus, ocorrendo a sua expulsão de diversos países; em 1773, o Papa Clemente XIV a extingue. O governo instituiu, então, um imposto para o pagamento dos professores que vieram substituir os jesuítas, depois conhecido como “subsídio literário”, gerando recursos que nem sempre foram aplicados nas aulas. O Marquês de Pombal só inicia a reconstrução do ensino uma década mais tarde, provocando o retrocesso de todo o sistema educacional brasileiro. Várias medidas desconexas e fragmentadas antecedem as primeiras providências mais efetivas, levadas a efeito só a partir de 1772, quando é implantado o ensino público oficial (ARANHA, 1996). Aranha (1996) esclarece que, no início, foi prejudicial o desmantelamento da estrutura educacional montada pela Companhia de Jesus, pois, de imediato, o ensino regular não é substituído por outra organização escolar, persistindo o analfabetismo e o ensino precário. Assim que D. João chegou ao Brasil, determinou as primeiras medidas a respeito da educação, no sentido de criar escolas de nível superior para atender as necessidades do momento: formou oficiais do exército e da marinha. Em suas realizações estão a Academia Real da Marinha em 1808 e a Academia Militar, em 1810. Após 1832, essas academias são anexadas, compondo uma instituição de engenharia militar com cursos médicos-cirúrgicos, e também diversos cursos avulsos de química, economia, agricultura e cursos jurídicos. Sobre a expansão do ensino de maneira geral, 2 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq as propostas educacionais do século anterior reafirmam no século XX a necessidade da escola pública, laica, gratuita e obrigatória. Apesar dos programas de atendimento, as medidas dos governos ainda não são suficientes (ARANHA, 1996). Após a queda do Estado Novo, em 1945, muitos dos ideais foram retomados e surgiu o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; enviado ao Congresso Nacional em 1948, foi aprovado em 1961, sob a Lei nº 4.024. Em 1951, foi criada no sistema educacional brasileiro a Fundação CAPES, que é a Coordenação do Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior. Houve movimentos e campanhas para a alfabetização de adultos, e a expansão do ensino primário e superior (PAES, 2013). Segundo Aranha (1996), a partir de 1970, educadores tentam implantar projetos inovadores, em vários estados brasileiros, formando uma geração de educadores capazes de elaborar teorias adequadas à realidade brasileira. Nesse contexto, é importante continuar exigindo do Estado o cumprimento de suas obrigações com a participação efetiva dos grupos da sociedade nas discussões dos problemas, já que a constituição diz que a educação constitui um direito subjetivo. Para assegurar os direitos dos cidadãos é preciso instaurar uma política educacional decente, com diretrizes educacionais coerentes; é preciso valorizar o professor com salários, carreira, formação continuada, escola para todos, com rede suprida de biblioteca, com instalações adequadas para dar condições para reuniões educacionais e pedagógicas. Essas características seriam as condições mínimas para implantar a escola pública, universal, gratuita, democrática e de qualidade. Cabe ao gestor público a competência e a vontade política para realizar essa difícil, mas tão necessária tarefa (ARANHA, 1996). 2 A gestão da educação A organização e os processos de gestão assumem diferentes modalidades, conforme a concepção que se tenha das finalidades sociais e políticas da educação em relação à sociedade e à formação dos alunos. Alguns estudos sobre organização e gestão escolar e a observação de experiências levadas a efeito nos últimos anos contribuem para ampliar o leque de estilos de gestão, e para apresentar, de forma esquemática, são 3 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq quatro as concepções: a técnico-científica, a autogestionária, a interpretativa e a democrático-participativa (SILVA Jr et al., 2004) . A concepção técnico-científica baseia-se na hierarquia de cargos, funções, nas regras e nos procedimentos administrativos, para a racionalização do trabalho e a eficiência dos serviços escolares. Sua versão mais conservadora é denominada de administração clássica ou burocrática. A versão mais recente é conhecida como modelo de gestão da qualidade total. A concepção autogestionária baseia-se na responsabilidade coletiva, na ausência de direção centralizada e na acentuação da participação direta e por igual de todos os membros da instituição (SILVA Jr et al., 2004). A concepção interpretativa considera como elemento prioritário na análise dos processos de organização e gestão os significados subjetivos, as intenções e a interação das pessoas. Opondo-se fortemente à concepção científico-racional, por sua rigidez normativa e por considerar as organizações como realidades objetivas. A concepção democrático-participativa se baseia na relação orgânica entre a direção e a participação dos membros da equipe. Acentua a importância da busca de objetivos comuns assumidos por todos. Defende uma forma coletiva de tomada de decisões. Entretanto, uma vez tomada as decisões coletivamente, advoga que cada 27 membros da equipe assumam sua parte no trabalho, admitindo a coordenação e a avaliação sistemática de operacionalização das deliberações (SILVA Jr et al., 2004). 3 Gestão participativa Segundo (SILVA Jr et al., 2004), a participação é o principal meio de assegurar a gestão democrática, possibilitando o envolvimento de todos os integrantes da escola no processo de tomada de decisões e no funcionamento da organização escolar. A participação proporciona melhor conhecimento dos objetivos e das metas da escola, de sua estrutura organizacional e de sua dinâmica, de suas relações com a comunidade, e propicia um clima de trabalho favorável à maior aproximação entre professores, alunos e pais. Nas empresas, a participação nas decisões é quase sempre estratégia que visa à busca de aumento de produtividade. Nas escolas, também se buscam bons resultados, mas há nelas um sentido mais forte de prática da democracia, de experimentação de 4 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq formas não autoritárias de exercício do poder, de oportunidade ao grupo de profissionais para intervir nas decisões da organização e definir coletivamente o rumo dos trabalhos. A participação significa, portanto, a intervenção dos profissionais da educação e dos usuários (alunos e pais) na gestão da escola. 4 Gestão democrática: a gestão participativa Para Silva Jr (et al., 2004), a direção da escola, além de uma das funções do processo organizacional, é um imperativo social e pedagógico. O significado do termo direção, no contexto escolar, difere de outros processos direcionais, especialmente os empresariais. Ele vai além da mobilização das pessoas para a realização eficaz das atividades, pois implica intencionalidade, definição de um rumo educativo, tomada de posição ante objetivos escolares sociais e políticos, em uma sociedade concreta. A participação, o diálogo, a discussão coletiva, a autonomia são práticas indispensáveis da gestão democrática, mas o exercício da democracia não significa ausência de responsabilidades. Uma vez tomadas as decisões coletivamente, participativamente, é preciso pô-las em prática. Para isso, a escola deve estar bem coordenada e administrada. O papel do diretor é de um líder cooperativo, de alguém que consegue aglutinar as aspirações, os desejos e as expectativas da comunidade escolar e articula a adesão e a participação de todos os segmentos da escola na gestão em um projeto comum. A concepção democrático-participativa da gestão valoriza o desenvolvimento pessoal, a qualificação profissional e a competência técnica. A escola é um espaço educativo, lugar de aprendizagem em que todos aprendem a participar dos processos decisórios, mas constitui também o local em que os profissionais desenvolvem seu profissionalismo (SILVA Jr et al., 2004). 5 Estrutura organizacional de uma escola com gestão participativa Para atingir suas finalidades, as instituições determinam papéis e responsabilidades. A maneira pela qual se compreendem a divisão de tarefas e de responsabilidades e o relacionamento entre vários setores determina a estrutura organizacional. As escolas públicas integram um sistema escola, onde o aspecto 5 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq burocrático é determinado, em geral, á existência de uma autoridade legal, com base na qual se estabelecem outros níveis hierárquicos (diretor, vice-diretor, assistente, coordenador, etc). Há regras e regulamentos definidos tanto para a seleção de funcionários, carreira e remuneração quanto para o funcionamento da escola. As escolas devem flexibilizar essa rigidez, por meio de outros arranjos organizacionais, entre eles a escolha de dirigentes por eleições, a gestão participativa, a direção colegiada, a gestão mediante conselhos, etc (SILVA Jr et al., 2004). 6 Estudo de caso: a história de Itapevi Conforme pesquisa realizada, Itapevi é um município situado na região metropolitana de São Paulo. Ficou também conhecida como “cidade dos telhados novos”, “cidade das rosas”, ou como podia se ler na parde da estação de trem do município, “ cidade esperança”. O nome Itapevi vem do Tupi e significa “Rio de Pedras Chatas” (WIKIPEDIA, 2013). Segundo o site Wikipedia (op. cit.), a formação do vilarejo começou por volta de do século XVIII, existindo no município uma casa bandeirista construída por volta de 1720. A família mais antiga, provavelmente, é dos Abreu. Em 10 de julho de 1875 foi inaugurada a Estação de Cotia da Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), em torno da qual se formou o núcleo central de Itapevi. Na verdade, não passava de uma parada, uma pequena plataforma coberta de telhas. Segundo o jornal Gente de 22 de Fevereiro de 2013, parte integrante do município de Cotia, o então distrito de Itapevi foi emancipado oficialmente no dia 18 de Fevereiro de 1959, após intenso movimento de personalidades da região, como Carlos de Castro, Rubens Caramez, Américo Christianini, Cesário de Abreu, Bonifácio de Abreu e Raul Leonardo. Apesar de completar 54 anos de emancipação, Itapevi tem uma história centenária, com sua formação iniciada por volta de 1850. 6.1 Política O Poder Executivo é atualmente (2013) exercido pelo prefeito Jaci Tadeu da Silva, Partido Verde (PV), eleito em 2012 com mandato até 2016, pelo vice-prefeito Fláudio Azevedo Limas, do Partido dos Trabalhadores (PT) (WIKIPEDIA, 2013). 6 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq 6.2 O surgimento das primeiras escolas em Itapevi O Grupo Escolar Dr. Raul Briquett que ficava no local onde se situa hoje a padaria comunitária da Cohab foi uma das primeiras escolas de Itapevi; novas escolas foram surgindo como José Neyde Cesar Lessa, Floriza Nunes de Camargo, Dimarães Antônio Sandei, Marechal Candido Rondon, Padre Romeu Meca e Celina de Barros Bairão (JORNAL GENTE, 2013). 6.3 O crescimento contínuo Segundo o Jornal Gente de 09 de agosto de 2013, de um total de mais de seis mil municípios do país, Itapevi está entre os 100 melhores na qualidade do ensino oferecido. Esse destaque garantiu a Itapevi o prêmio Anísio Teixeira de Educação, entregue na cidade de Porto Seguro, Bahia, no ano de 2000. As escolas públicas de Itapevi poderiam ser comparadas às melhores escolas particulares. Os alunos contam com os mais modernos recursos do ensino, como TV a Cabo, Internet, farto material pedagógico e professores constantemente treinados e reciclados. Fazem parte do currículo escolar visitas monitoradas a museu exposições e teatros. Em Itapevi nenhuma criança em idade escolar está fora da escola. Para manter profissionais atualizados e a par do que acontece no mundo, professores e funcionários que integram a equipe técnica e administrativa são constantemente enviados a congressos e cursos de capacitação em diversas áreas do setor, dentro e fora do estado (REVISTA ITAPEVI, 2000). 6 6.4 A municipalização das escolas de Itapevi Segundo o Boletim Informativo da Secretaria da Educação de Itapevi (2002), boa parte da reestruturação do ensino da cidade passa pela municipalização das escolas de ensino fundamental, de acordo com números da secretaria municipal de educação 70 unidades escolares da cidade, 66 estão municipalizadas. Um dos fatores mais importantes na municipalização é a descentralização do gerenciamento de todas as unidades escolares. A Secretaria Estadual da Educação encontra dificuldades para cuidar das escolas, já o estado é muito grande e tem uma rede educacional complexa. 7 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Com a municipalização é preciso ter um gerenciamento de recursos para investimentos pedagógicos e manutenção dos prédios escolares, a municipalização trouxe maior autonomia e com isso promove atividades junto a comunidade e oferece um ensino de melhor qualidade (Boletim Informativo da Secretaria Municipal de Educação e Cultural, 2002). 7 Estudo de Caso – Pesquisa de campo Em 06 de setembro de 2013 realizamos a pesquisa de campo, entrevistando o Secretário de Educação e Cultura de Itapevi, Cesar Rodrigues Pimentel e sua Diretora Pedagógica Andrea. A entrevista teve a duração de 2 horas e três minutos; o método utilizado para a coleta os dados foi de gravação, posteriormente transcrevemos as respostas. Esta entrevista nos deu a oportunidade de conhecer como funciona a Administração no setor educacional de Itapevi, como são utilizados e distribuídos os recursos destinados à área da educação municipal. Abaixo estão as perguntas formuladas na entrevista e as respectivas respostas dadas pelos entrevistados, Cesar Rodrigues Pimentel e Andréa. Na sequência de cada respostas encontram-se as análises das mesmas. A gestão na Secretaria da Educação e Cultura de Itapevi Pergunta: Muito se fala em gestão democrática na área educacional, como é a gestão na área da educação municipal de Itapevi, é utilizada a gestão participativa? O secretário Cesar Pimentel nos relatou que embora tenha o órgão Conselho Escolar, ele não tem acompanhado de perto como este órgão está funcionando. Este conselho escolar é um organismo deliberativo das escolas, com o seguimento dos funcionários, professores, pais e alunos, mas a secretaria da educação não tem um acompanhamento efetivo. Disse que sua gestão iniciou neste ano de 2013 e estão implantando um mecanismo de gestão democrática e transparente, a começar pela 8 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Secretaria da Educação. Estão iniciando a gestão participativa, concreta e real, que a partir da secretária de educação e cultura vai aplicar também nas escolas. O mecanismo da gestão participativa iniciou as discussões em 20 de julho, numa plenária realizada no complexo Desportivo Educacional João Salvarani, na qual reuniu 1500 mil professores. Na ocasião, todos os presentes receberam um esboço do plano para que o debate pudesse ser feito, declara Cesar Pimentel. Daquela data em diante, por meio de uma comissão formada por um professor de cada escola, diretor, vice-diretor e coordenador, o secretário de Educação e Cultura promoveu três encontros, realizados nas dependências da Secretaria, onde foram feitas as leituras de todos os artigos e a construção das emendas. As discussões se encerraram no dia 23 de agosto, quando a comissão aprovou o Plano de Carreira do Magistério. Dentre os principais pontos discutidos, destaque para o reajuste salarial de 2013, nomenclatura e direitos do professor adjunto, nomeação dos cargos em comissão, promoção vertical e horizontal, recesso escolar, intervalo, professor da sala de recurso, enquadramento salarial, atribuição de aulas, ampliação de jornada, entre outros. O secretário de Educação e Cultura, juntamente com sua comissão, agradeceu ao prefeito e aos professores da rede municipal de Itapevi, pelo grandioso trabalho, já que todo o processo, apresentação, discussão e alteração do Plano de Carreira do Magistério ocorreram de forma transparente e democrática. A próxima etapa será encaminhar o documento, para análise, ao departamento jurídico da Prefeitura, e após a criação do projeto de lei, será enviado à Câmara Municipal para aprovação. O secretário da educação e cultura de Itapevi crê que a participação tem de ser efetiva. A forma que foi conduzida deu a visão de que a responsabilidade é de todos, descentraliza as decisões e responsabilidades, é um aprendizado para todos. Análise Quando o tema é Gestão Participativa, constatamos que a gestão administrativa no setor da educação pública municipal de Itapevi ainda é centralizadora, onde a gestão funciona de forma hierárquica, as determinações são definidas de cima para baixo e devem ser seguidas. De acordo com a respostado secretário da educação Cesar 9 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Rodrigues Pimentel e Andrea, diretora pedagógica sobre gestão participativa, identificamos que somente agora estão com o projeto de gestão participativa, para implantação. Para Libaneo (et al., apud SILVA Jr et al., 2004) a concepção democrático-participativa da gestão valoriza o desenvolvimento pessoal, a qualificação profissional e a competência técnica. A escola é um espaço educativo, lugar de aprendizagem em que todos aprendem a participar dos processos decisórios, mas constitui também o local em que os profissionais desenvolvem seu profissionalismo. As escolas devem flexibilizar essa rigidez, por meio de outros arranjos organizacionais, entre eles a escolha de dirigentes por eleições, a gestão participativa, a direção colegiada, a gestão mediante conselhos. Dotação Orçamentária Pergunta: Quanto de verba o governo estadual repassa para o município? É preciso complementar? A dotação orçamentária de 2013, disponível para a educação foi suficiente? Como foi distribuído? O secretário nos respondeu que o Governo do estado de São Paulo não repassa nenhuma verba para o município, há o recebimento da verba do Governo Federal, porém não é uma verba que o Governo Federal cede, é um repasse, que é composto por fundo de transferência automática, é uma verba carimbada da União. É assinado um convênio com a União para a construção de creches, esse convênio é o Programa Nacional Pró Infância. Há também convênios com o Governo Federal para a aquisição de ônibus e mobiliário. O Governo Federal também assina com o município convênio para que possa ser antecipada a verba do FUNDEB. O FUNDEB tem duas funções básicas que são arrecadar recursos do próprio estado e dos municípios que compõe esse estado, essa arrecadação é de 20% da receita tributária do estado e desses municípios. Essa arrecadação vai para esse fundo (FUNDEB). Para que os municípios possam resgatar recursos desse fundo o município deve dispor de vagas e matricular crianças de 6 a 10anos de idade, no ensino fundamental I. Matriculando mais alunos, mais o município pode resgatar desse fundo, esse valor é que compõe a verba da educação; além disso o 10 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq município tem de gastar 25% da sua receita tributária com a educação, é dessa forma que funciona, o estado é deficitário, relata Cesar Pimentel. A verba é carimbada, os 25% da receita tributária destinada a educação não é o suficiente, pois o município tem uma demanda de creche, mas para obter a verba primeiro deve construir e ter a creche funcionando para posteriormente receber o recurso. Hoje o que tem orçado não atinge. A meta é inaugurar 20 creches até junho de 2014, serão mais ou menos 3500 vagas, então da projeção orçamentária para 2013 o secretário revela que já está estourado os 25% destinado à educação. Análise Segundo o Secretário da Educação César Pimentel, a arrecadação de 20% da receita tributária vai para o Fundeb, para o município resgatar os recursos, é necessário dispor de vagas e ter crianças de 06 a 10 anos matriculadas, somente para depois resgatar, ainda relatou que o município gasta 25% da receita tributária destinada à educação, com isso, conclui-se que a verba enviada para a educação do município de Itapevi é insuficiente. Segundo Veiga (2007), a captação de recursos significa atrair recursos financeiros por via de acordos e convênios, instituições governamentais e não governamentais para remunerar pessoal não previsto pelo órgão central, como manutenção da escola, pagar serviços gerais entre outros. Para Oliveira e Adrião (2007), foi instituído o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEB), onde são especificados as fontes que são destinados à educação, originados da receita de impostos da União, dos estados, do distrito federal e dos municípios. Os estados, municípios recebem uma parcela significativa dos fundos de participação, que são formas de repasse de recurso do governo federal. Merenda Escolar Pergunta: Fale-nos da merenda escolar, como funciona, qual a periodicidade do envio para as escolas, a quantidade enviada atende a todos os alunos? 11 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq O secretário Cesar Rodrigues Pimentel nos relatou que a merenda escolar é feita nas escolas, existe uma empresa contratada que fornece toda a merenda, desde a matéria prima até a mão de obra, a um custo bem competitivo, a um custo de R$ 1,25 (um real e vinte e cinco centavos) por refeição. Foi realizado um benchmark com as escolas municipais do Embu, que apenas tem um fornecedor para a matéria prima, mas quem prepara são os funcionários da prefeitura, o custo de cada refeição nas escolas do Embu das Artes é de R$ 3.00 (três reais). A empresa contratada, o secretário da educação não soube mencionar o nome, até mesmo porque toda licitação e contratação das empresas fornecedoras são feitas pela área de compras/finanças da prefeitura do município de Itapevi. Foi realizada a licitação, três empresas apresentaram suas propostas. Existe uma nutricionista que faz a avaliação das refeições, essa avaliação é periódica e tudo é registrado em relatórios, há um grande cuidado com a refeição que é servida para as crianças da rede municipal de ensino de Itapevi. Os diretores escolares tem a missão de realizar auditorias para analisar o trabalho dessa empresa contratada e quando algum quesito do que está em contrato não é cumprido a Secretaria de Educação glosa o pagamento da fatura do referido mês que o contrato não foi cumprido, a mesma só é paga quando o cumprimento do quesito. Segundo Cesar Rodrigues Pimentel, secretário da educação há algumas comissões na secretaria de educação com a questão de obesidade infantil, foi desenvolvido um comitê com a nutricionista e professores de educação física onde é realizado um trabalho de prevenção da obesidade. Esse trabalho vai de orientação ás crianças e pais, medições das crianças até direcionamento ao serviço de saúde, quando identificado algum caso de obesidade. De acordo com os dados informados pela Secretaria de Educação e Cultura de Itapevi, são servidas em média 1.123.346 refeições mensalmente nas escolas municipais de Itapevi. Análise Devido ao problema social agravado, muitos alunos frequentam a escola para receber a merenda oferecida, porém não resolve a causa, mas serve somente como paliativo para um problema social presente nas escolas. Já para o Secretário da 12 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Educação de Itapevi, Cesar Rodrigues Pimentel, é feito uma licitação para contratar a empresa fornecedora, também são avaliadas por uma nutricionista. Existe uma comissão para avaliar a obesidade infantil, com orientações para as crianças e pais. Diante disso, encontramos um paradoxo, crianças que se motivam em ir para a escola porque vão ter somente uma refeição, devido ao grau de pobreza que está inserido, por outro lado, a prefeitura de Itapevi tratando obesidade infantil. Nos dois casos, as crianças estão mal alimentadas, não adianta somente a escola se esforçar para dar uma alimentação saudável se em casa, não existe consciência por parte dos pais. Também a escola não pode somente se focar na obesidade infantil e ignorar crianças que não tem o que comer em suas casas. É necessário um trabalho em conjunto entre a escola, a comunidade e assistência social para garantir o direito da criança para se alimentar e se desenvolver com dignidade, conforme os direitos garantidos pelo código da criança e do adolescente. Para Krasilchik (1987), não é possível negar a importância da merenda para a nutrição dos alunos, que ela constitui em alguns casos, a motivação para a frequência na escola relata, por exemplo, que é apenas um paliativo para a fome crônica dos alunos, não adianta fornecer merenda sem dar condições posteriores aos alunos, já que a escola reflete as tensões sociais. Material Escolar Pergunta: Fale-nos do material escolar, como funciona a distribuição, a quantidade abrange todos os alunos da rede municipal de ensino? Cesar Rodrigues Pimentel nos relatou que é fornecido no inicio de cada ano letivo para todas as crianças da rede municipal de ensino (exceto maternal), um kit básico de material escolar, esse kit contém mochila, caderno, lápis, borracha, apontador, lápis de cor, régua, estojo. A entrega desse kit não é visto como um benefício e sim um direito de toda criança, desabafa o secretário. O secretário também relata que não houve nenhum tipo de problema com a entrega dos kits nesse ano de 2013, todos os alunos a partir da educação infantil receberam seus kits no mês de março de 2013. A empresa que fornece também participa 13 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq da licitação, não soube dizer o nome da empresa, pois quem faz a licitação é o setor de compras/finanças da prefeitura do município. Análise A prefeitura de Itapevi entrega no início de todo ano, kits de materiais escolares às crianças, tem assumido uma posição assistencialista, devido achar que não é um benefício receber o material escolar, mas um direito , melhorando a qualidade de vida de crianças carentes. Para Krasilchik (1987), problemas como o rebaixamento da qualidade de vida, a má distribuição de renda e os consequentes problemas de evasão e repetência levaram a escola a tentar soluções por meio de programas, como os de distribuição de material escolar. Uniforme Escolar Pergunta: Como funciona a distribuição dos uniformes para os alunos, até que ano escolar são distribuídos? A rede municipal de ensino fornece no inicio de cada ano letivo para todas as crianças a partir da Educação infantil um kit de uniforme escolar. Esse kit contém camiseta manga curta, camiseta manga longa, calça, bermuda, tênis e meia, porém para ano de 2013 as crianças não receberam seus kits. O secretário Cesar Rodrigues Pimentel nos relatou que decidiram por não entregar os uniformes esse ano, pois a empresa impugnou a licitação, porque foi solicitado amostras dos tecidos que esses uniformes eram confeccionados, pois foi identificado que os uniformes dos anos anteriores a durabilidade do tecido era péssima. Portanto a empresa impugnou o pedido de licitação no tribunal de contas e a mesma foi suspensa. O tribunal de contas levou três meses para julgar tal impugnação, depois de causa ganha, tiveram que contratar uma perícia para avaliação dos tecidos das empresas, esse processo de avaliação demorou muito, caso a secretaria aceitasse a compra para 2013 os uniformes chegariam em setembro. Na concepção do secretário da educação e 14 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq dos diretores das unidades escolares não faria mais sentido entregar os kits de uniformes faltando apenas 3 meses para o fim do ano letivo. Tipos de problemas como a entrega do uniformes, geram um desconforto para todos os envolvidos, seja para empresa fornecedora, para os compradores e principalmente para os alunos, mas todos nossos diretores souberam lidar com a situação, e levar a verdade a todos os pais de alunos; O problema não foi alarmante, declara o secretário da educação e sua diretora pedagógica. Isso serviu de aprendizado, diz Andréa Braga Salgueiro, Diretora Pedagógica da Secretária de Educação e Cultura. Solicitamos ao secretário da Educação e Cultura Cesar Rodrigues Pimentel os dados estatísticos sobre a compra e distribuição dos uniformes escolares, porém o mesmo não conseguiu disponibilizar. Análise Conforme relatado pelo Secretário da Educação e Cultura de Itapevi, todo início de ano letivo as crianças a partir do ensino infantil recebem um kit de uniforme escolar. É determinação do MEC que todas escolas municipais façam a entrega desse kits para os alunos a partir do ensino infantil até o ensino fundamental I. Cesar Rodrigues Pimentel nos relatou que esse ano teve um problema com o fornecedor e não houve realização a entrega, segundo ele não houve grandes ruídos. Porém esses kits ajudam e muito as famílias carentes que tem seus filhos matriculados nas escolas e não tem condições de comprar roupas que sirvam de uniformes escolares, não receber o kit para uso durante todo o ano vem aumentar suas despesas. Para Krasilchik (1987) o fornecimento de kits escolares como uniformes e material tem um papel importante na opinião dos líderes e gestores escolar. São tipos de benefícios que visão minimizar a evasão e consequentemente a repetência. Estrutura das unidades escolares Pergunta: Falemos da estrutura de cada unidade escolar, elas comportam o número de alunos que possui. Qual a estrutura municipal de educação em número 15 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq de unidades escolares, em média quantos alunos cada unidade tem. Qual o número de funcionários para atender essas unidades de ensino? Quando falamos da estrutura das unidades escolares, o número de alunos cada escola comporta fica muito vago, pois cada unidade escolar tem uma estrutura depende do nível/série escolar que atende, há 7000 vagas ociosas na rede municipal de ensino para o Ensino Fundamental I, relata Cesar Pimentel. Há escolas que sobram vagas e outras que vagas são escassas, esse fator depende muito da localidade da unidade escolar. A média de alunos por sala está na faixa de 35. O número ideal depende da série escolar e do número de adultos responsável por sala. A média do número de professores e monitores em sala de aula também depende do número de alunos em cada sala. Para as salas de educação infantil esse número é de um monitor para cada 8 crianças, essa é a média. O secretário Cesar Rodrigues Pimentel nos relata que foi criado um grupo de monitores chamado Grupo Focal. Esse grupo foi formado para uma reunião com ele, a fim de levar as necessidades da sala de aula. Essa reunião o deixou surpreso, pois ouviu dessas monitoras que não há necessidade de mais de um monitor e um professor na sala de aula. Esse tema é muito sensível, pois os cargos de Assistente de Professor Infantil (API) e Monitor têm suas descrições muito similares, portanto os salários são bem diferentes. Por esse motivo e alguns outros que a secretaria da educação e cultura está passando por uma reforma administrativa, que vai resolver esse tema, esses cargos serão unificados. No início de seu trabalho como secretário da educação e cultura de Itapevi, Cesar Rodrigues Pimentel pediu aos diretores das unidades escolares que lhe dissessem quais eram suas carências de funcionários, os mesmos lhe apontaram a necessidade de 30 monitores, 45 Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (ADI). O concurso foi aberto para a contratação dos profissionais requeridos e a necessidade atendida. Análise Existe uma variação entre a estrutura das escolas municipais de Itapevi, cada uma tem estrutura e capacidade diferentemente da outra. Há unidades que possuem um 16 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq número de alunos abaixo do que comporta ter, no entanto, há outras unidades que excede a capacidade, essa variação se dá devido a localidade de cada unidade escolar. As unidades mais próximas do centro da cidade são as mais procuradas, pois o acesso é mais fácil do que outras unidades que ficam em bairros mais distantes. Devido de estrutura física das escolas, há unidades em que as salas de aula estão com o número de alunos maior que sua capacidade máxima permite, esse tipo de variação consequentemente acarreta também no número de professores para o atendimento dos alunos dessas salas, onde para salas com superlotação apenas 2 professores por sala não é suficiente. Segundo o que Veiga (2007) diz é que a organização, nesse caso, a escola, deve selecionar e adequadamente todos os elementos, sejam de infraestrutra física, recursos didáticos, recursos humanos e financeiros para alcançar resultados satisfatórios. Segundo Krasilchik (1987) uma das reivindicações mais antigas feitas pelos professores e profissionais da educação é de contarem com mais funcionários para auxiliá-los. Laboratórios de Informática e Biblioteca Pergunta: Todas as unidades escolares possuem laboratórios de informática e biblioteca, se não qual o percentual? O secretário da educação relata que não está satisfeito com as bibliotecas escolares, pois nem todas as unidades possuem uma biblioteca. Nas unidades de educação infantil e educação básica há um espaço para que as crianças possam manipular, mas admite que falta estrutura e até mesmo pessoal. Laboratório de informática só há nas unidades de educação básica. Cada unidade possui um laboratório com aproximadamente 20 computadores. Solicitamos ao secretário o percentual de unidades escolares que possuem laboratórios de informática e biblioteca, obtivemos a informação que das 62 unidades escolares que o município possui 37 tem laboratórios de informática, mas não soube dizer quantas possuem ou não possuem biblioteca. 17 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Análise Constatamos que as escolas municipais de Itapevi são deficitárias no quesito biblioteca. Conforme o secretário da Educação Cesar Rodrigues Pimentel relata que as escolas não possuem biblioteca, apenas as unidades de educação infantil possuem um espaço com alguns livros e brinquedos, onde as crianças podem manipulá-los. Pelo que o secretário nos relata, quanto a laboratórios de informática há apenas nas escolas de ensino fundamental, são 37 as unidades de educação fundamental que possuem laboratórios de informática. Cada unidade possui uma sala com aproximadamente 20 computadores. César Rodrigues Pimentel Secretário da Educação relata não estar satisfeito com a falta de estrutura nas bibliotecas e laboratórios de informáticas, para 62 unidades escolares somente 37 que possuem. Neste contexto, é demonstrado que pela falta de material e equipamento, também decorrente da escassez de verbas públicas tem limitados os professores para a realização de atividades com os alunos, prejudicando o aprendizado. Para Krasilchik (1987), muitas vezes a escola dispõe de laboratório, mas a possibilidade de realização de atividades práticas é limitada pela falta de de material e equipamento, escassez de verbas para compras, dificuldades de obtenção de determinadas substâncias, relata que a construção de laboratórios pode facilitar e melhorar o trabalho dos professores, propiciando a oportunidade de se dar aulas práticas e ter um local onde os alunos possam desenvolver seus projetos de pesquisa. Ingresso e Evasão Pergunta: Como é trabalhado o ingresso e evasão de alunos, pode nos fornecer dados estatísticos? O ingresso de alunos a rede municipal de ensino se dá quando da abertura das matriculas, que se inicia no mês de outubro do ano anterior ao ano letivo. A demanda de vagas é bem grande, principalmente para os berçários e séries de educação infantil. Quando da evasão o secretário relata que não tem problema, pois esse percentual é 18 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq muito pequeno, dos 100% que ingressaram no início do ano letivo, finalizaram com 99,7%. A secretária de educação nos enviou os dados que ingressaram 500 novos alunos no ano letivo de 2012 a evasão foi de 4,46% do total de 823 alunos no final do ano letivo de 2012. O secretário nos relata que na educação infantil os pais solicitam que não haja período de intervalo de férias, pois os pais trabalham e não tem com quem deixar as crianças. Tema que fez a Secretária de Educação analisar e para o próximo ano haverá algumas unidades que funcionarão período integral e sem intervalo de férias. Análise Na comparação do quadro-teórico com a entrevista, conforme pesquisa relatada pelo autor Romanelli (2005), no período de 1960/71, no ensino primário comum, o índice de evasão escolar para o período era de 33,45%, em comparação com o índice atual de evasão escolar de Itapevi, que teve no ano letivo de 2012 4,46%, uma representatividade baixa se comparada com pesquisa mensurada. Para o ingresso de novos alunos, as repetências tem causado problemas, pois as vagas que eram para ser de novatos, ficam comprometidas. Já para séries de educação infantil como berçário, está sendo avaliada pela Secretaria da Educação a criação de novas vagas e a ampliação para período integral para atender a demanda da comunidade. Programa de Inclusão Pergunta: Há algum programa psicopedagógico para alunos que apresentam algum tipo de problema seja de aprendizado ou comportamental? O GAI (Grupo de Apoio e Inclusão) cuida dos alunos com deficiência e também realizam um trabalho com alunos que apresentam problemas de comportamento. Esse grupo conta com um time de 2 psicólogos, 3 estagiários de psicologia, 2 fonoaudiólogos, 1 especialista em surdos e mudos, 1 especialista em cegos e 1 terapeuta ocupacional, para os portadores de deficiência física. Todos os dias um profissional do GAI visita uma unidade escolar orientando alunos e gestores. 19 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq O GAI conta com uma estrutura de salas próprias para cada tipo de necessidade. Essa estrutura é montada em diferentes unidades escolares, hoje são 20 salas equipadas. Essa estrutura atende até alunos que são da rede estadual de ensino, pois no município de Itapevi as unidades de escolas estaduais não possuem nenhuma estrutura para atendimento de alunos portadores de deficiência. Há também uma unidade escolar, a escola Romeu Manfrinato para atendimento de alunos deficientes que não tem condições de freqüentar as unidades de ensino regular. Essa unidade é uma escola de educação especial preparada para atender crianças e adultos. Essa unidade escolar não tem somente o objetivo educacional, tem um objetivo de desenvolvimento pessoal. Análise Através da resposta do secretário da educação Cesar Rodrigues Pimentel e da diretora pedagógica Andréa Braga Salgueiro constatamos que o município tem a preocupação com seus alunos quando o tema é programa especial. Foi disponibilizado um grupo de profissionais, GAI – Grupo de Apoio a Inclusão, que trata desde o tema inclusão de deficientes como também o tratamento e inclusão de alunos que apresentação algum tipo de problema, seja psicopedagógico, seja comportamental. Algumas unidades escolares possuem salas equipadas para o atendimento desses alunos, hoje são 20 salas preparadas o atendimento dos alunos. Segundo Mazzotta (2005), a educação é direito de todos e dever do Estado devendo ser dada no lar e na escola; obrigatoriamente, cada sistema de ensino terá serviços de assistência educacional que assegurem, aos alunos necessitados, condições de eficiência escolar. Pergunta: Há algum trabalho de captação de alunos com problemas de aprendizado e/ou comportamental? São dois os projetos realizados nas escolas de ensino fundamental para as crianças com problemas de aprendizado, um é o “Aprender +”, é realizado no contraturno do horário regular da escola para que os professores possam trabalhar com os alunos. Para os alunos do 5º ano com problemas de alfabetização há o programa 20 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq “Todas as Letras”, onde o aluno sai da turma regular e vai para outra turma, com no máximo de 4 alunos, o professor trabalho com esses alunos somente a alfabetização, quando o aluno está com o problema sanado retorna para a turma regular. O secretário Cesar Rodrigues Pimentel e a diretora Andréa Braga Salgueiro também nos relatam sobre o Programa Lição de Casa, projeto iniciado em abril de 2013 tem como principal objetivo oferecer às crianças atividades pedagógicas no contraturno escolar, fazendo ainda com que elas criem o hábito e a rotina de estudo. Como se trata de um projeto piloto, a ação foi implantada inicialmente no 5º ano, em cinco escolas municipais. Os alunos participaram do projeto uma vez por semana, no período de três horas, onde tinham o acompanhamento em suas atividades desenvolvidas fora da sala de aula. Disseram que a adesão está sendo maciça. Análise Constatar que o município tem a preocupação em gerar projetos e fazer com que funcione é muito gratificante e também mostra que o município no setor da educação quer cada vez se sobressair. Os programas “Lição de Casa e Aprender Mais” faz com que alunos com problemas de aprendizado tenham a oportunidade de sanar suas dificuldades e se dar bem nos estudos. Quando Mazzotta (2005) refere-se que a educação é direito de todos e dever do Estado, devendo ser dada no lar e na escola; obrigatoriamente, cada sistema de ensino terá serviços de assistência educacional que assegurem, aos alunos necessitados, condições de eficiência escolar, entendemos que cabe para não somente para terem programas de inclusão mas também programas que atendam àqueles alunos que tenham problemas de sociabilização e é isso que o município de Itapevi está fazendo. Pergunta: Como é feita a inclusão de alunos deficientes no sistema educacional de Itapevi, pode nos falar mais sobre o assunto? Há uma unidade escolar, Romeu Manfrinato, para atendimento dos portadores de deficiência que não têm condições de frequentar a escola regular, nos relata Cesar Pimentel. É uma unidade de educação especial para crianças e adultos. Essa unidade 21 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq que atende os alunos não tem o caráter somente educacional, mas também um caráter para atender o cidadão itapeviense. Análise Concluímos que a Secretaria de Educação e Cultura de Itapevi tem a preocupação e trabalhado quando o tema é inclusão de deficientes. Todas as unidades escolares são orientadas e adaptadas para a recepção de crianças deficientes, o GAI – Grupo de Apoio a Inclusão são os profissionais que fazem todo o trabalho com as unidades escolares sobre inclusão. Quando o grau de deficiência do aluno lhe permite frequentar as escolas regulares, eles são bem vindos, todo o ambiente das escolas municipais de Itapevi é preparado para receber alunos portadores de deficiência. Quando o grau de deficiência do aluno é elevado, que o impossibilite acessar as escolas regulares, o município tem uma unidade própria para atender esses alunos. Para Mazzotta (2005), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 4.024/61, que reafirmando o direito dos excepcionais à educação, para integrá-los na comunidade, sua educação deverá, dentro do possível, enquadrar-se no sistema geral da educação. A educação especial é entendida como parte integrante da Educação visando ao desenvolvimento pleno das potencialidades do “educando com necessidades especiais”. Ainda são poucos os municípios brasileiros que contam, em sua rede de ensino, com recursos educacionais municipais apropriados para a educação dos alunos portadores de deficiência. De um modo ou de outro, a concretização de uma educação de melhor qualidade para tais alunos depende, em grande parte, de seu devido equacionamento nas políticas educacionais (MAZZOTTA, 2005). A contratação dos profissionais da área de educação Pergunta: Como é realizada a contratação dos professores, quais os requisitos necessários para que a contratação ocorra dentro da lei? 22 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Segundo o secretário da educação Cesar Pimentel todos os profissionais que atuam diretamente ligados a Educação, Diretores, Professores, Gestores Escolares, Profissionais da área administrativa, todos são concursados. Para alguns casos há exigência de nível superior ou não, no caso de Professores, ADIs, Gestores e Diretores e Vice há necessidade de ter curso superior, para as demais áreas de atuação, o Ensino Médio é o suficiente. Quando são aprovados no concurso são chamados para a contratação e requisitado toda a documentação legal do candidato. Análise Os profissionais são contratados através de concursos públicos abertos pela Prefeitura Municipal de Itapevi. Os requisitos solicitados vão depender do cargo que o profissional vai exercer relata Cesar Rodrigues Pimentel. Para a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) no seu art. 61 diz que os requisitos de formação do profissionais da área de educação depende de cada fase do desenvolvimento do educador. Para atuar na educação básica o profissional tem de ter formação superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidade e instituto superiores de educação, admitida, com a formação mínima nas primeiras series do ensino. Atratividade dos profissionais da área de Educação Pergunta: Quais são os fatores que atraem os profissionais da área da educação se candidatarem a vagas? O secretário Cesar Rodrigues Pimentel nos relatou que o primeiro ponto da atratividade dos profissionais da área de educação é porque são profissionais da região, outro ponto é o salário, no ranking de melhor salário dos 19 municípios de São Paulo, Itapevi é o segundo melhor. Os professores do município de Itapevi já têm o salário superior que dos professores da rede municipal de ensino de São Paulo. Atualmente o município que lidera o ranking de melhor salário para os professores da rede municipal de ensino para educação infantil é o município de Barueri, mas por pouco tempo, segundo Cesar Pimentel, todos os professores receberão 23 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq um aumento de 7%, assim o município de Itapevi passará a ser o primeiro colocado. Estão aplicando também a Jornada do Piso Salarial, de acordo com a Lei Federal 1738/08 que estabelece que o professor deve trabalhar até 2/3 de sua jornada em sala de aula e 1/3 fora de sala de aula. A Lei não estava sendo seguida. O secretario da educação Cesar Pimentel garante que para 2014 será aplicado rigorosamente. Ele pagará aos seus professores 20 horas/aula dentro de sala e 10 horas/aula fora de sala de aula. Se tornando assim o maior salário da região. Segundo Cesar Pimentel as condições de trabalho também conta, além de todos terem os benefícios de vale transporte e vale refeição. Quando falamos da rotatividade de funcionários, em alguns momentos há uma rotatividade, em 2013 até o mês de setembro tiveram 45 professores que solicitaram exoneração, esse número de 1500 professores. Análise O Secretário da Educação nos relata que o primeiro ponto da atratividade é que os profissionais da área da educação são na sua maioria residentes da região de Itapevi. Hoje com fatores de trânsito caótico, pessoas mais conscientes e buscando qualidade de vida, buscam por emprego próximo as suas residências. Outro ponto é o salário dos professores da rede, hoje o município tem o segundo melhor salário de professores da rede municipal dentro da grande São Paulo. O município que lidera esse ranking é Barueri, mas segundo Cesar por pouco tempo, pois aplicará a Jornada do Piso Salarial e reajustará em 7% o salário dos professores, passando assim a ser o primeiro dos 19 municípios que melhor paga aos professores. Além do salário, Cesar também relata que além do salário os benefícios de vale transporte e vale refeição também são grandes atrativos. Para Chiavenato (2010) as organizações devem desenvolver sistemas de recompensas capazes de provocar impacto direto na capacidade de atrair, reter e motivar os funcionários, sendo essas recompensas financeiras e não financeiras. Os benefícios fazem parte dos atrativos com que as organizações retêm seus talentos. São intensamente avaliados e discutidos quanto aos seus propósitos, custos e valores. Há uma variedade de benefícios, o que dificulta, até certo ponto, a sua classificação adequada, de modo geral, os benefícios podem ser classificados quanto à exigibilidade 24 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq legal, quanto à sua natureza e quanto aos seus objetivos. Cada organização define seu plano de benefícios para atender às necessidades dos seus funcionários, visando satisfazer vários objetivos individuais, econômicos e sociais, esse plano é desenhado de acordo com critérios próprios e específicos (CHIAVENATO, 2010, p. 343). Plano de carreira Pergunta: Vimos a reportagem no site da Secretaria de Educação e Cultura sobre Plano de Carreira para os profissionais da área da educação, como está sendo trabalhado esse projeto? De acordo com o secretário Cesar Pimentel, a formulação do Plano contou com a participação efetiva dos professores da rede, que iniciaram as discussões no dia 20 de julho, numa plenária realizada no Complexo Desportivo Educacional João Salvarani, na qual reuniu 1,5 mil professores. Na ocasião, todos os presentes receberam um esboço do plano para que o debate pudesse ser feito. Daquela data em diante, por meio de uma comissão formada por um professor de cada escola, diretor, vice-diretor e coordenador, ele promoveu três encontros, realizados nas dependências da Secretaria, onde foram feitas as leituras de todos os artigos e a construção das emendas. As discussões se encerraram no dia 23 de agosto, quando a comissão aprovou o Plano de Carreira do Magistério. Dentre os principais pontos discutidos, destaca-se o reajuste salarial de 2013, nomenclatura e direitos do professor adjunto, nomeação dos cargos em comissão, promoção vertical e horizontal, recesso escolar, intervalo, professor da sala de re-curso, enquadramento salarial, atribuição de aulas, ampliação de jornada, entre outros. O secretário da Educação e Cultura relata que já está agendada a entrega formal do Plano de Carreira ao prefeito do município para o próximo mês (outubro). Análise Conforme relatado por Cesar Rodrigues Pimentel e Andréa Braga Salgueiro, a Secretária de Educação e Cultura nunca teve até o momento um plano de carreira 25 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq definido. Esse projeto está foi desenhado pela gestão dele, e já está sendo enviado para a Câmara Municipal para aprovação. Para Carvalho (et al., 2004), o plano de carreira visa proporcionar à empresa, por meio de um banco de talentos profissionais, os meios para a indicação, a qualquer momento ou situação, de empregados com potencial para o pleno exercício de determinados cargos na organização. O plano de carreira está cedendo o lugar para o autogerenciamento da carreira. A empresa que tem seu plano de carreira bem definido hoje, busca o profissional que tem definido o autogerenciamento da sua carreira, conforme Chiavenato (2010), essa incumbência também é de responsabilidade de cada profissional. Treinamento para Profissionais Pergunta: Existe algum programa de treinamento para os profissionais da área de educação? Pode nos falar sobre esse(s) programa(s), qual a periodicidade de treinamentos e reciclagem? O secretário Cesar Rodrigues Pimentel e a diretora pedagógica Andrea Braga Salgueiro nos relatam que a secretaria de educação e cultura oferece treinamentos e cursos de reciclagem aos profissionais da educação, um dos cursos é o “Alendo +”, oferecido aos profissionais da rede municipal de ensino desde 2006, o curso de formação continuada em matemática abrange dois grupos de trabalho, que são integrados por coordenadores pedagógicos e professores. Por meio de encontros e oficinas, estudos teóricos e aplicações práticas, diferentes conteúdos são trabalhados visando preparar os docentes para o desenvolvimento de novas atividades com suas turmas. Temas como cálculos mentais e sólidos geométricos são abordados pelos profissionais que ministram o curso. Os encontros de formação são realizados nas escolas Prof. Benedicto Antônio dos Santos, Cândido Portinari, Dimarães Antonio Sandei, Irany Toledo Moraes, Jornalista João Valério de Paula Neto e Jardim Vitápolis. Já as oficinas são realizadas na escola Bemvindo Moreira Nery. Há o curso de “Estimulação Precoce”, desenvolvido pela Secretaria de Educação e Cultura desde março de 2009, tem como objetivo promover a capacitação 26 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq continuada do educador que atua nas classes de Educação Infantil, por meio da ampliação de seu conhecimento sobre as etapas de desenvolvimento da criança. Os encontros são realizados no auditório Prof. Darcy Ribeiro e contam com a participação de professores, monitores e ADIs (Auxiliares de Desenvolvimento Infantil). Cesar Rodrigues Pimentel e Andrea Braga Salgueiro também relatam que a Secretaria de Educação e Cultura promove um encontro quinzenal com os professores das escolas que oferecem a EJA (Educação de Jovens e Adultos para realização do HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo). As reuniões visam socializar as atividades desenvolvidas em sala de aula pelos educadores e são complementadas com orientações e suporte teórico e prático dados por membros do NAP (Núcleo de Apoio Pedagógico) da Secretaria. Para o próximo ano estão reservando uma quantia de aproximadamente R$ 400.000,00 para a contínua capacitação de todos os professores. Análise Conforme Cesar Rodrigues Pimentel e Andréa Braga Salgueiro relatam a Secretária de Educação e Cultura oferece inúmeros cursos e treinamentos aos seus profissionais, buscando sempre desenvolvê-los e também trazendo desenvolvimento e qualidade para o ensino público municipal de Itapevi. Vemos o treinamento e desenvolvimento como algo importantíssimo tanto para o profissional como para a empresa. As pessoas apresentam uma incrível capacidade de aprender e se desenvolver. Para Chiavenato (2010) o treinamento proporciona melhor eficiência dos serviços, aumento de eficácia nos resultados, valor agregado, maior qualidade e produtividade, melhor qualidade de vida no trabalho, maior competitividade organizacional, melhoria da imagem da organização. Como Chiavenato (2010) diz desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes informação para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e destrezas. Desenvolver é dar-lhes a formação básica para que aprendam novas atitudes, soluções, ideias, conceitos que modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo que fazem. As pessoas constituem o patrimônio da organização. 27 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Programa de Reconhecimento Profissional Pergunta: Há algum programa de reconhecimento para os profissionais da área educacional? Segundo Cesar Rodrigues Pimentel atualmente não há nenhum programa de reconhecimento profissional para os profissionais da área de educação. Análise A organização não ter um programa de reconhecimento aos seus profissionais faz que a mesma seja confrontada e comparada com outra constantemente, o que pode fazer com que ela tenha uma rotatividade (turnover) elevado. O reconhecimento pelos serviços de alguém e seu desempenho é elemento fundamental na condução das pessoas dentro de uma organização (CHIAVENATO, 2010). Segundo Chiavenato (2010) as organizações devem desenvolver sistemas de recompensas capazes de provocar impacto direto na capacidade de atrair, reter e motivas os funcionários da organização, sejam reconhecimentos financeiros ou não financeiros. Motivação e Desmotivação dos Profissionais Pergunta: Como é trabalhado a motivação e/ou desmotivação dos profissionais? Segundo Cesar Rodrigues Pimentel é difícil para ele responder essa questão, seu trabalho como secretário da Educação e Cultura de Itapevi começou a poucos meses (iniciou em Março), está tendo um bom relacionamento como todos, inclusive com o contato que está tendo com todos sobre o tema Plano de Carreira, além de visitar todas as escolas, manter-se aberto a todos, não consegue ter esse parecer. 28 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq Análise Cesar Rodrigues Pimentel nos relata que não vê nitidamente a desmotivação dos profissionais, está na posição de Secretário da Educação e Cultura de Itapevi a pouco mais seis meses (Setembro/2013), e seu relacionamento profissional com todos é muito boa. Com a implantação de uma gestão participativa e o plano de carreira aplicado diz que conseguirá ter uma maior noção da motivação ou desmotivação dos seus profissionais. Estar motivado significa ter direção, um objetivo ou meta. As primeiras motivações se relacionam com as necessidades fisiológicas. Estudiosos afirmam que uma forte necessidade de aprovação surge do desejo de se superar um nível de auto estima baixo (CARVALHO, et al., 2004). A motivação traduz o princípio que identifica o indivíduo que nunca está satisfeito consigo mesmo, mas que sempre está buscando novas formas de executar seu trabalho (CARVALHO, et al., 2004). Organograma Pergunta: Como está estruturado o organograma da Secretaria de Educação e Cultura de Itapevi, podemos ter uma cópia para apresentação neste trabalho? O secretário Cesar Rodrigues Pimentel disse que não tem o organograma da Secretaria de Educação e Cultura construído; porém; ele sabe como está estruturada a hierarquização dos cargos dentro da Secretaria de Educação e Cultura, na seguinte ordem: Secretário de Educação e Cultura, Chefe de Gabinete, Diretoria Administrativa, Diretoria Pedagógica, Supervisão Administrativa, GAI, Grupo Pedagógico, Conexão Jovem, Supervisão Pedagógica, Orientação Pacto, Projetos. Considerações Finais Neste trabalho, pudemos concluir que a administração do setor educacional municipal de Itapevi está buscando o desenvolvimento para atender toda demanda que um município, com um pouco mais de duzentos mil habitantes, vem gerando. Vimos que na questão da Educação e desenvolvimento, a cidade vem crescendo; porém, ainda 29 E-FACEQ: revista dos discentes da Faculdade Eça de Queirós, ISSN 2238-8605, Ano 3, número 4, agosto de 2014. http://www.faceq.edu.br/e-faceq há muito a fazer. Os recursos humanos ainda são precários, há unidades escolares onde o número de alunos, por sala, é superior à média estimada, que é de oito crianças para cada monitor e professor. Esse número, hoje, ultrapassa 100% da média, pois a média de alunos de cada sala de aula, no ensino infantil, é de 35 crianças. As unidades escolares não possuem biblioteca. No entanto, a evasão escolar é baixa. A Secretaria de Educação e Cultura vem com inovações para o município: a Gestão Democrática Participativa e o Plano de Carreira para o Magistério, e tem investido na capacitação profissional, oferecendo treinamentos e cursos de reciclagem aos professores. Os temas que abordamos não são temas tão novos para muitas organizações privadas como também para algumas empresas públicas, mas podem trazer para o setor da educação o mecanismo democrático e participativo que pressupõe que todos fazem parte da organização “Secretaria Municipal e Cultura de Itapevi”, e que todos são responsáveis pelas melhorias na educação do município; com o plano de carreira, se concluído e realmente implantado, vai trazer aos profissionais a visão de que realmente a “Organização” quer desenvolvê-los e vê-los crescendo. Referências Bibliográficas ARANHA, Maria Lucia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1996. BOLETIM Informativo da Secretaria Municipal de Educação e Cultural. Itapevi. Ano 1, nº 01, março 2002. CARVALHO, Laerte Ramos de. As Reformas Pombalinas da Instrução Pública. São Paulo: Saraiva: Ed. Universidade de São Paulo, 1978. Disponível em:<http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/periodo_pombalino_intro.html>. Acesso em: 25 maio 2013. 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