Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição de hoje do Jornal de Negócios online Banco Mundial critica resgate à banca espanhola por falta de detalhes Carla Pedro - [email protected] "A Europa desperdiçou uma bala com o resgate à banca espanhola", diz o presidente do organismo, Robert Zoellick. O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, criticou ontem o resgate aos bancos espanhóis por parte da União Europeia. “É alucinante que estejamos a falar de colocar 100.000 milhões de euros em cima da mesa e o mercado o tome como algo negativo”, declarou num encontro empresarial prévio à cimeira do G-20 em Los Cabos (México). “Com o resgate à banca espanhola, tinham uma bala e desperdiçaram-na”, censurou o presidente do Banco Mundial, citado pelo “El País”. “A execução da iniciativa foi extremamente pobre”, acrescentou Zoellick, que está a um mês de deixar o cargo. Para o presidente do organismo, a grande crítica está na ausência de detalhes desta ajuda, algo que os mercados penalizam duramente. “Não se sabe de onde vai sair o dinheiro, se vai ser do fundo de resgate temporário ou do fundo permanente, ou que efeito terá sobre a dívida pública [espanhola], disse o mesmo responsável, citado pelo “El País”. Recorde-se que, depois do FMI, esta semana [dia 21] duas consultoras externas (a Roland Berger e a Oliver Wyman) apresentarão as suas avaliações à resiliência da banca espanhola, os chamados “testes de stress”. No entanto, a imprensa do país sublinha que os dados talvez sejam revelados antes de quinta-feira, especialmente devido a pressões do G-20 nesse sentido. O FMI falou em necessidades de recapitalização de 40 a 60 mil milhões de euros e as duas avaliadoras externas poderão apresentar um número em torno dos 70 mil milhões. Caberá depois ao governo de Mariano Rajoy recorrer ao empréstimo necessário, sendo que a UE já anunciou que poderá disponibilizar até 100.000 milhões de euros. O FMI e a OCDE, por seu lado, são mais otimistas do que o Banco Mundial. “Estou convencida de que o governo espanhol e as autoridades europeias serão capazes de pôr em marcha o programa”, declarou a diretora-geral do Fundo, Christine Lagarde. Já o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, disse que “Espanha pode gerir a recapitalização dos seus bancos e quando o dinheiro for desembolsado veremos como é que será reduzida a pressão sobre o seu prémio de risco” [soberano]. 18-06-2012