XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Custo do transporte florestal na Amazônia: Um estudo
de caso no Projeto de Assentamento Agroextrativista
(PAE) Equador, Estado do Acre, 2013
Naele de Sousa Dourado 1; Zenobio Abel Gouvêa Perelli
da Gama e Silva2; Jéssica Sampaio Gonçalves3
1
Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected]); 2Prof. Dr.
Centro de Ciências Biológicas e da Natureza Universidade Federal do Acre (zenobiosilva@hotmail.
com); 3Graduanda Eng. Florestal Universidade Federal do Acre ([email protected])
Introdução e Objetivos
dos custos de exploração florestal numa
área manejada, em relação aos obtidos na
colheita madeireira que ocorre em locais de
desmate. Cabe aqui mencionar que Johnson
e Sarre (1995) e Thiele (1994) indicam
os fatores econômicos como os maiores
obstáculos à efetiva implantação do MFS
nos trópicos. Assim sendo, são validas as
pesquisas que identifiquem os custos do
Porém, Amaral et. al. (1998) alertam que
manejo Florestal sustentável no Estado do
a destruição da floresta gera impactos
Acre.
como a extinção das árvores de grande
porte, que são chaves na produção de se- Em outras palavras, os esforços feitos no
mentes; danos aos indivíduos jovens com sentido de gerar informações econômia exploração, gerando prejuízo ao estoque cas sobre etapas do manejo florestal, tal
remanescente e redução da população de como o transporte florestal, as quais são
certas espécies e, por último, a abertura fundamentais para subsidiar políticas púno dossel, ao facilitar a entrada do fogo na blicas voltadas a fomentar o uso racional
floresta, afeta as espécies menos resistentes dos recursos florestais existentes na região
a ele.Salienta-seque,comaevoluçãodos co- Amazônica, de forma geral, e no Estado do
nhecimentos sobre a floresta, surgiu o ma- Acre, em particular.
Os recursos florestais têm contribuído
para o desenvolvimento da humanidade.
Nesse contexto, cabe aqui mencionar, que
a reserva de floresta tropical, na Amazônia e como relata Costa (2005), é rica em
biodiversidade e suas florestas têm potencial para a produção madeireira.
nejo florestal sustentável (MFS), e com Com esse pensamento, esse estudo tem,
ele a possibilidade do uso correto desse re- como objetivo maior, gerar informações
curso natural.
econômicas da exploração florestal que
Amaral et. al. (1998) acrescentam que tal subsidiem a elaboração de políticas públiprocedimento reduz os danos na floresta, cas, que visando o uso sustentável dos reeleva a produtividade da exploração e cursos florestais locais. O seu objetivo
especifico, por seu turno, foi quantificar
melhora a segurança do trabalho.
o custo operacional do transporte florestal
Todavia, mesmo com novos conceitos e
no Projeto de Assentamento Agroextratitécnicas, assim como das mudanças nas
vista (PAE) Equador em Xapuri
políticas governamentais, que levam ao
uso racional das florestas tropicais, ainda
não está clara a superioridade ou não
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Resumos Expandidos
Material e métodos
Seguindo sugestões apresentadas por Freitas et al. (2004), os dados coletados para
esse estudo foram os seguintes: (Va), valor
residual do veículo em relação ao Va (k),
Valor residual (Vr), Vida útil (n), Fator de conversão p/ transformar o
custo de depreciação mensal em depreciação por hora efetiva, Coeficiente de
depreciação, Coeficiente de administração
(k), Taxa de juros (i), Salário do motorista (Sm), Preço do combustível (Pcomb),
Consumo de combustível (Ccomb), Fator de conversão p/ transformar custo de
combustível (custo/km) em combustível
por hora de efetivo trabalho (kmp),
Custo do oleo lubrificante (Co), Volume do Carter (Qo), Quilometragem
de troca do óleo do carter (kmt), Custo
do óleo de transmissão (CT), Volume
da caixa (QT), Custo de lavagem (Cl),
Número de lavagens mensais (Nl), Quilometragem mensal (Km), Custo/preço de
um pneu (Cp), Custo/preço de uma câmara
(Cc), Custo de uma recapagem (Cr), Quilometragem que um pneu novo roda a
mais que uma recapagem (kmo), Valor
mensal gasto com oficina (Vf), Salário mensal (mecânico + ajudante)(So), Fator para
converter o custo dos trabalhadores (motorista + ajudante) de US$/mês p/ US$/
he, Fator para converter o custo dos
trabalhadores (motorista + ajudante) de
US$/mês p/ US$/he, Salário do ajudante
do motorist (Sajm), Encargos sociais
(Encs), Preço do combustível (Pcomb),
Número de veículos (V), e Custo de licença anual (la) Considerando que só houve
possibilidade de coletar dados ao final da
safra, essa pesquisase fundamenta na coleta
de dados de em um dia e meio de trabalho.
Cabe salientar-se que a safra corresponde
aproximadamente 120 dias.. Os dados coletados nesse estudo serão processados
fazendo-se uso das seguintes variáveis,
e suas respectivas equações, propostas por
Freitas et al. (2004) e Silva (2010):
Resultados e discussão
O processamento dos dados obtidos nesse
estudo de origem aos seguintes resultados.
Para Custo Variável, obteve-se um custo
estimado de combustível (Comb) de R$
85,51 por hora de trabalho, considerando
o fator de conversão para transformar os
custos por quilômetro em custos por horas efetivas de 15,38; o custo com o óleo
do motor (OC) foi de R$ 0,89 por hora de
trabalho; com o óleo de transmissão (OT),
o valor encontrado foi de R$ 0,40 por hora
de trabalho; Lavagem e Lubrificação (LL)
tiveram um custo calculado em R$ 0,58 por
hora de trabalho; com Pneus, câmaras e
recapagens (PCR) o custo identificado foi
de R$ 5,56 por hora de trabalho; já peças e
material de oficina (PM) o seu custo quantificado em R$ 9,61por hora de trabalho.
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XVII Seminário de Atualização
em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal
Para Custo Fixo, obteve-se um custo estimado de Depreciação (DP) de R$ 9,36 por
hora de trabalho, para um fator de conversão do custo de depreciação por hora efetiva de trabalho de 1/208; Juro (J) de R$ 3,51
por hora de trabalho; custos com salários e
encargos sociais (SM) foi de R$ 24,40 por
hora de trabalho, considerando encargos
sociais de 103% e um fator de conversão
de 1/208 modificado devido a empresa não
possuir ajudante; com licenciamento (L) o
valor foi de R$ 5,85 por hora de trabalho,
considerando um custo com licença anual
de 5%; com seguro (S) o custo foi identificado foi de R$ 11,70 por hora de trabalho; o custo direto (CD) quantificado foi de
R$157,36 por horas de trabalho; Administração (Adm) de 27,54 reais por horas de
trabalho e Custo operacional total (COT)
de R$ 184,90 por horas de trabalho.
Conclusões
Os resultados gerados neste estudo permitem inferir as seguintes conclusões:
A atividade de transporte de tora, em Rio
Branco é uma atividade lucrativa, pois
tomando-se como base, o fato que, nesse
município, um caminhão em média carrega
12 metros cúbicos de tora, para um turno
de 8 horas, e o seu empresário recebe um
valor de médio de R$ 38,75/m3 de tora
transportada, o quer gera uma receita, por
hora trabalhada, de R$ 184,90, superior ao
valor obtido nesse estudo.
Referências Bibliográficas
AMARAL, P; VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P.; VIDAL, E. Floresta para sempre:
um manual para produção de madeira na
Amazônia. Belém: Imazon, 1998. 137p.
COSTA, C.A.F. da. Racionalidade e exploração madeireira na Amazônia Bra-
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sileira. 2005. Tese (Doutorado em Ciências
Sociais) – Universidade de Salamanca, Salamanca – Espanha, 2005.
FREITAS, L.C. de; MARQUES, G.M.;
SILVA, M.L. da; MACHADO, R.R.; MACHADO, C.C. Estudo comparativo envolvendo três métodos de cálculo de custo
operacional do caminhão bitrem. Arvore, v.
28, n. 6, p. 855-863, 2004.
JOHNSON, S.; SARRE, A. Aspectos
económicos de la ordenación de bosques
tropicales naturales. Actualidad Forestal
Tropical de la OIMT. Yokohama, v. 3, n.
4, p. 3-6. 1995.
THIELE, R. How to manage tropical forests more sustainably: the case of Indonesia. Intereconomics. (s.l.), v. 29, n. 4,
p.184-193, 1994.
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