Edição de 5, 6, 7 e 8 de abril de 2012 Jornal do Comércio - Porto Alegre 13 Economia Energia EDP inaugura parque eólico em Tramandaí Empreendimento já opera desde maio com 31 aerogeradores Jefferson Klein [email protected] A Petrobras busca na Justiça Federal do Rio de Janeiro que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) devolva R$ 140,2 milhões em participações governamentais que considera ter pago a mais pela produção em dois campos, Albacora e Albacora Leste. A empresa entrou com ação contra a ANP há cerca de três meses. O processo ainda está em fase inicial. A Petrobras alega que pagou mais royalties do que deveria por Albacora e Albacora Leste no período de janeiro de 2007 a janeiro de 2008 ao ter superestimado, por um erro, a produção dos dois campos em documentos fiscais. A cobrança é feita pelo volume de óleo extraído. A ANP, por sua vez, considera justo o pagamento e ainda exige R$ 125 milhões de royalties e par- ticipações especiais. A cobrança da agência reguladora, entretanto, foi suspensa por liminar da 2ª Vara Federal do Rio, obtida pela companhia em 14 de dezembro do ano passado. Em nota, a Petrobras informou que “a companhia busca, com essa ação, obter da autoridade judicial competente o reconhecimento de seus pontos de vista de maneira inequívoca e, assim, conseguir a compensação das participações governamentais pagas a mais no período de janeiro de 2007 a janeiro de 2008 nos campos de Albacora Leste e Albacora”. Os campos são operados pela Petrobras. A Repsol Sinopec tem participação societária de 10% em Albacora Leste e também tenta obter na Justiça a devolução de R$ 12,4 milhões em participações governamentais. Preço da eletricidade no mercado livre sobe mais de 100% em março Capacidade de 70 MW pode abastecer cidade de 200 mil habitantes O empreendimento em Tramandaí é um exemplo do bom período que atravessa o segmento eólico. “Este momento está sendo muito virtuoso para o setor”, comemora a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Melo. Ela lembra que os preços da energia eólica estão competitivos e que em 2011 foram comercializados cerca de 2,9 mil MW dessa geração. A Abeeólica sustenta que o ideal é a incorporação média de pelo menos 2 mil MW eólicos anuais na matriz energética brasileira. Se essa meta for alcançada, a energia eólica passará da atual participação de 1,3% na matriz para 5,3% em 2014 e 12% em 2020. O coordenador do grupo temático de energia da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Carlos Faria, concorda que há espaço para o setor eólico crescer ainda mais no País. Ele destaca que está sendo criada uma cadeia de fornecedores nacionais de equipamentos para essa área. No caso do Estado, Faria salienta que o Rio Grande do Sul verifica uma forte concorrência com os projetos do Nordeste, que possuem uma série de benefícios para serem construídos nessa região. O dirigente acrescenta que o sistema de transmissão de energia gaúcho terá que ser fortalecido para escoar a produção dos novos parques que virão. Aneel dá parecer favorável para projeto de usina solar A Petrobras recebeu parecer favorável da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o projeto de pesquisa e desenvolvimento de uma usina de energia solar de 1,1 MW em Alto do Rodrigues, município do Rio Grande do Norte situado a 200 quilômetros de Natal. A usina será instalada no terreno da Usina Termelétrica (UTE) Jesus Soares Pereira, da Petrobras, e a energia gerada será utilizada pela própria empresa. O custo total do projeto, que começará a ser desenvolvido este ano, é estimado em R$ 20,9 milhões. O início da operação está previsto para o segundo semestre de 2014. A estatal explica, em nota, que para o desenvolvimento desse projeto será implantada uma plataforma experimental de 10 kW, como modelo de usina, no Laboratório de Eletrônica de Potência e Energias Renováveis do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O preço da energia elétrica de fonte convencional para entrega a curto prazo no mercado livre brasileiro teve uma alta de 102% ao longo de março na plataforma eletrônica Brix, fechando o mês a R$ 135,61 por megawatt-hora (MWh). Ao longo do período, o preço mais baixo registrado na Brix foi de R$ 67,13 MWh, em 1 de março, e o mais alto de R$ 140,95 MWh, em 13 de março. O forte aumento é resultado da alta do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), valor da energia divulgado semanalmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e que utiliza como base o custo marginal de operação. O PLD médio mensal para o submercado Sudeste/ Centro-Oeste, que em fevereiro foi de R$ 50,67 MWh, avançou para R$ 124,97 MWh em março, com alta de 146%. Segundo a CCEE, o aumento no PLD está atrelado, entre outros fatores, à estimativa de volume de água que deve chegar futuramente aos reservatórios das hidrelétricas, tendo em vista as chuvas abaixo do esperado ao longo de fevereiro e março. Além disso, atrasos no cronograma de termelétricas fizeram com que algumas dessas usinas fossem retiradas dos cálculos desse preço. Já o índice Brix Convencional, que aponta o prêmio sobre o PLD, encerrou o mês de março a R$ 10,64 MWh, com desvalorização de 35% em relação ao verificado no mês anterior. O patamar máximo alcançado no período foi de R$ 21,54 MWh, no dia 8 de março, e o mínimo de R$ 10,51 MWh, no dia 29 de março. O diretor-presidente da Brix, Marcello Mello, comentou que tendo em vista o forte aumento do preço da energia elétrica para entrega no curto prazo, a liquidez do mercado caiu. Em nota, a Brix salienta que tendo em vista a dinâmica do Ambiente de Contratação Livre (ACL), os preços correntes para energia convencional com entrega no submercado Sudeste/Centro-Oeste ainda no mês de março estão em cerca de R$ 136 MWh, enquanto para entrega no mês de abril já estão em cerca de R$ 190 MWh. EXCELENTE PRÉDIO NA PERNAMBUCO Vende-se, com exclusividade, prédio de 10.500 m2 de área construída, num terreno de 7.500m2 na Av. Pernambuco, próximo da Sertório. Tratar c/sr. Gilson fone (51) 9982-3262 CRECI 31840 DANILO UCHA/JN/ESPECIAL/JC A EDP Renováveis Brasil realiza nesta quinta-feira a solenidade de inauguração do Parque Eólico Cidreira I, que apesar do nome fica localizado no município de Tramandaí, no Litoral gaúcho. O complexo, que já está em operação comercial desde maio do ano passado, tem capacidade instalada de 70 MW e produção de energia suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes. A cerimônia, que acontecerá às 9h30min na sede da Sociedade dos Amigos de Tramandaí (SAT), contará com a presidente da EDP no Brasil, Ana Maria Fernandes, o presidente da EDP Renováveis Brasil, Miguel Setas, o prefeito de Tramandaí, Anderson Hoffmeister, entre outros políticos e empresários. A estrutura ocupa uma área de 832 hectares e é composta por 31 aerogeradores (de 1,9 a 2,3 MW), com torres de 98 metros de altura e pás de 40 metros. O parque, inicialmente, seria construído em Cidreira, mas por motivos de licenciamento ambiental foi deslocado alguns metros para o outro lado da divisa com Tramandaí. O grupo EDP comprou os direitos do projeto da Elebrás em 2009. Quando o empreendimento estava sob a responsabilidade dessa companhia, em 2004, ele foi um dos selecionados dentro do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia (Proinfa). Essa iniciativa, do governo federal, previa a compra de energias alternativas, mais caras do que a tradicional hidreletricidade, por parte da Eletrobras. Além da estrutura de Tramandaí, a EDP Renováveis Brasil adquiriu mais 462 MW em projetos da Elebrás (esses sem a seleção do Proinfa). O total do negócio envolveu R$ 6 milhões. Petrobras tenta na Justiça que ANP devolva R$ 140,2 milhões