POTENCIAL ECONÔMICO PARA TERRAS RARAS PESADAS EM GRANITOS TIPO-A DA PROVÍNCIA ESTANÍFERA DE GOIÁS ECONOMIC POTENTIAL OF HEAVY REE IN A-TYPE GRANITES AT THE GOIÁS TIN PROVINCE Nilson F. Botelho Instituto de Geociências - UnB Universidade de Brasília CAPES Instituto de Geociências PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA GRADUATE PROGRAM IN GEOLOGY GRUPO DE PESQUISA SOBRE GRANITOS E MINERALIZAÇÕES ASSOCIADAS RESEARCH GROUP ON GRANITES AND ASSOCIATED MINERALIZATIONS POR QUE TERRAS RARAS? Aplicação de terras raras Aplicação de terras raras Veículos Elétricos Aplicação de terras raras Toyota Prius : 1 Kg de neodímio (magneto do motor elétrico) 10-15 kg de lantânio (bateria) Aplicação de terras raras Magnetos de turbinas eólicas 300 kg de neodímio por megawatt Classificação dos Elementos Terras Raras La Ce Pr Nd Sm Eu Gd Tb Dy LEVES Ho Er Tm Yb PESADOS CRÍTICOS NÃO CRÍTICOS Lu Y Risco no suprimento a curto prazo Fonte: U.S. Department of Energy - 2010 Risco no suprimento a médio prazo Granitos Tipo-A x Carbonatitos (Mariano & Mariano Jr. 2012) Por que Granitos Tipo-A? Granito tipo-A Minério de Araxá – (A. Silva, 2012) Província Estanífera de Goiás (parte norte) LEGEND Maranhão Amazonian Craton NPt NPe Pará Mato Grosso Phanerozoic Covers Paraguai and Araguaia Belts NPap Studied Area NPc 11S Tocantins Goiás Francisco Tocantins Goiás NPb PPar PPMPnc Niquelândia Craton MPoa Bahia Goiás MPsm Crixás Tocantins Group NPt Estrondo Group Paranoá and Canastra Groups PPn Natividade Group Ophiolitic Melange / Araxá Group Granulitic terranes + orthogneisses Magmatic Arc NPpc Vulcanosedimentary Sequences PPMPbj 2 Araí Group Greenstone belts / Orthogneisses Internal Zone MPoa PPar 1 NPe Externai Zone Bambuí Group (including São Francisco NPb Craton Covers) NPpc PPar PPar NPap Cuiabá Group Granulite/orthognesises (Embasement?) Brasília Belt Dianópolis Natividade 1 Porangatu NPap NPc Alto Paraguai Group Piauí Tocantins Bahia PPn 1 São Mato Grosso Porto Nacional NPe NPe NPe PPMPcp 11S Minas Gerais MPoa Orthogneisses NPc Brasília Mato Grosso Goiás 16S Iporá Goiás Massif NPb Goiás MPsm NPc Paraná Basin Goiânia NPpc NPb MPoa Folded covers / Serra da Mesa Group Mafic-ultramafic / Adjacent vulcanosedimentary sequences: PPMPbj - Barro Alto / Juscelândia PPMPnc - Niquelândia / Coitezeiro PPMPcp - Cana Brava / Palmeirópolis Greenstone belts/Orthogneisses Catalão Scale Symbology Goiás Minas Gerais 50 0 50 100 km 48W Araxá NPb Geological boundary Main structurals symbols: 1 - Transbrasiliano Lineament 2 - Pirineus Syntaxis Tocantins Province boundary Thrust Faults States boundarys Tocantins Province simplified geological map (after Fuck et al. 1994 and Blum,1999). Granitogênese na região nordeste de Goiás e sudeste de Tocantins Até 1995 Suíte Pedra Branca (tipo A) 1,77-1,74 Ga (g1 e g2) Suíte Serra da Mesa (tipo A) 1,60-1,56 Ga Suíte Aurumina 2,15-2,1 Ga Ocorrências e depósitos minerais na região nordeste de Goiás e sudeste de Tocantins Granitos tipo-A da Província Estanífera de Goiás Tendência alcalina a subalcalina. Incompatibilidade de Nb e Th durante a evolução magmática. Alto conteúdo em Zr, Y, REE e F. LREE compatíveis e HREE incompatíveis no início da evolução magmática Padrões de REE em granitos do tipo A da Província Estanífera de Goiás. Granitos tipo-A primitivos Granitos tipo-A evoluídos Granitos tipo-A primitivos saprolitizados 10000 1000 100 10 1 La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu SERRA DOURADA PEDRA BRANCA MACIÇO SERRA DOURADA Áreas Requeridas para REE (DNPM, 2014) REE TOCANTINS PALMEIRÓPOLIS MATA AZUL GOIÁS SERRA DOURADA PROJETO SERRA VERDE Mineração Serra Verde: Mining Ventures Brasil Lta. Mineradora Serra Verde assinou com o governo de Goiás um protocolo de intenções para a construção de planta destinada à exploração em larga escala de terras-raras no município de Minaçu. A mineralização seria do tipo adsorção iônica em argilo-minerais. Funcionário da Mineração Serra Verde manuseia material de mina de onde serão retirados minerais de terras-raras (Arte sobre foto de: ML&A Comunicações) http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/terras-raras/ MACIÇO GRANÍTICO SERRA DOURADA FORMAS DE OCORRÊNCIA DE CONCENTRAÇÕES DE TERRAS RARAS 1. Minerais acessórios nos granitos primitivos 2. Minerais acessórios/secundários em albitito mineralizado 3. Níveis saprolitizados de granito primitivo 4. Níveis argilosos no perfil de intemperismo 5. Aluviões 0,1 mm Serra Dourada Minerais acessórios do biotita granito monazita xenotima 0,1 mm Serra Dourada – albitito mineralizado Concentrado de cassiterita da Mina do Buriti cassiterita Imagem BSE Xenotima(YPO4) monazita Distribuição do fósforo Serra Dourada – granito saprolitizado PPM Biotita granito Saprolitizado La 217,6 544,2 Ce 322,8 877,6 Pr 40,72 108,76 Nd 135,0 354,6 Sm 22,98 55,51 Eu 0,96 1,91 Gd 17,62 40,44 Tb 2,11 5,01 Dy 10,49 27,28 Ho 1,50 4,15 Er 3,58 10,54 Tm 0,41 1,35 Yb 2,64 7,7 Lu 0,32 0,83 Y 48 122,90 ΣTR 778,73 2039,88 ΣTR + Y 826,73 2162,78 ΣTRL 740,06 1942,58 ΣTRP +Y 86,67 220,20 Serra Dourada Intemperismo do biotita granito: TR adsorvidas como íons nos argilo-minerais (??) PPM Saprolitizado Horizonte argiloso La 544,2 257,50 Ce 877,6 327,10 Pr 108,76 56,34 Nd 354,6 191,60 Sm 55,51 33,43 Eu 1,91 1,08 Gd 40,44 28,76 Tb 5,01 4,20 Dy 27,28 29,18 Ho 4,15 5,33 Er 10,54 15,91 Tm 1,35 2,33 Yb 7,7 15,52 Lu 0,83 2,08 Y 122,90 156,1 ΣTR 2039,88 970,36 ΣTR + Y 2162,78 1126,46 ΣTRL 1942,58 867,05 ΣTRP +Y 220,20 259,41 Serra Dourada - Aluviões Serra Dourada – concentrados de minerais pesados MONAZITA MONAZITA XENOTIMA OUTROS XENOTIMA Serra Dourada – xenotima e monazita do Córrego São Bento xenotima monazita MACIÇOS PEDRA BRANCA E MOCAMBO Maciço Pedra Branca 1 km MACIÇO MOCAMBO MINERAIS DE ETR E PORTADORES DE ETR NOS MACIÇOS PEDRA BRANCA E MOCAMBO • allanita (Ca, La, Ce )2 (Fe2+, Fe3+)Al2O [Si2O7] [SiO4] (OH), monazita, xenotima e apatita rica em REE são acessórios comuns no biotita granito dominante. • minerais de terras raras como fluocerita ((Ce,La)F3) e xenotima (YPO4) ocorrem disseminados em greisens dos maciços Pedra Branca e Mocambo. • minerais do tipo bastnaesita (Ce, La,Nd)(CO3)F - parisita (Ce,La,Nd)2Ca(CO3)3F2 ocorrem em granitos ricos em fluorita. • zircões no Maciço Pedra Branca possuem teores de Yb de até 4% , e de Yb + Y de até 10%. N Maciço Pedra Branca 1 km Perfil Pedra Branca Depósito de Estanho da Faixa Placha Depósito de Sn da Faixa Placha Comparação entre granitos saprolitizados da Serra Dourada e da Pedra Branca PPM Pedra Branca Serra Dourada La 98,69 544,2 Ce 243,4 877,6 Nd 150,2 354,6 Sm 40,98 55,51 Eu 0,874 1,91 Gd 40,34 40,44 Dy 72,71 29,18 Ho 14,32 5,33 Er 37,46 15,91 Yb 30,5 7,7 Lu 3,15 0,83 Y 425 122,90 ΣTR 1158 2039,88 ΣTR + Y 1583 2162,78 ΣTRL 534 1942,58 ΣTRP +Y 623 220,20 Serra Dourada Pedra Branca 10000 1000 100 10 1 La Ce Pr Nd PmSmEu Gd Tb Dy Ho Er TmYb Lu MINERAIS PORTADORES DE REE APATITA MEV - BSE Catodoluminescência Alteração hidrotermal de apatita britholita apatita apatita britholita Pedra Branca Mocambo APATITA (Ca5(PO4)3(F, OH, Cl) BRITHOLITA (Ce, Y, Ca)5[(Si, P)O4]3(F, OH, Cl) 100 Y2O3 (% peso) 10 g1b - Mocambo g1b - Pedra Branca g1b - Soledade g2c - Pedra Branca Serra Dourada Ce - Britholita Y - Britholita g1a - Mendes 1 0,1 0,01 0,01 0,1 1 ETR2O3 (% peso) 10 100 MINERAIS PORTADORES DE REE Zircão do Maciço Pedra Branca Zircão dos maciços Pedra Branca e Serra Dourada Zircão do Maciço Pedra Branca Zircão de Pitinga (Mariano & Mariano Jr. 2012) PRINCIPAIS MINERAIS DE TERRAS RARAS NOS GRANITOS TIPO-A DA PROVÍNCIA ESTANÍFERA DE GOIÁS • • • • • MAGMÁTICOS ou HIDROTERMAIS: Allanita (Ca, La, Ce )2 (Fe2+, Fe3+)Al2O [Si2O7] [SiO4] (OH) Monazita (REE, Th)PO4 Xenotima (YPO4) Fergusonita (Y) YNbO4 • • • • • • HIDROTERMAIS: Fluocerita ((Ce,La)F3) Bastnaesita (Ce, La,Nd)(CO3)F Parisita (Ce,La,Nd)2Ca(CO3)3F2 Britholita (REE,Y,Ca)5(SiO4,PO4)3(OH,F) Oxifluoretos (Ce, La, Nd)OF Conclusões • Os maciços graníticos tipo-A da Província Estanífera de Goiás possuem tipos litológicos com teores de TR que ultrapassam 1000 vezes o teor médio em condritos, com teores anômalos em torno de 0,15% de TR + ítrio. Isto foi observado principalmente nos maciços Serra Dourada, Pedra Branca e Mocambo, mas existem rochas semelhantes e indícios nos demais maciços. • Ao contrário do requerido para estudos petrológicos, especial atenção deve ser direcionada para rochas alteradas, saprolitos e perfis de alteração dos granitos! Conclusões - Maciço Serra Dourada (MGSD) • Concentrações de TR no maciço granítico Serra Dourada possuem equivalência com depósitos mundiais importantes associados a granitos. • Por exemplo, os teores de TR dos depósitos residuais da China são da ordem de 0,05 – 0,2 wt% e estes são atualmente a principal fonte mundial de TRP. • Os teores do saprolito e de horizontes argilosos são de 0,21 e 0,11 wt% respectivamente o que coloca o MGSD em posição privilegiada em se tratando de teores. • Existe ainda um grande potencial nos depósitos aluvionares e no aproveitamento de TR como subproduto dos depósitos de Estanho. Conclusões - Maciços Pedra Branca e Mocambo • Investigações preliminares indicam a existência dos mesmo processos concentradores de TR, principalmente TRP+Y, encontrados na Serra Dourada. • Os maciços Pedra Branca e Mocambo possuem dimensões e condições topográficas para desenvolvimento de perfis de alteração, onde poderia haver concentração de terras raras pesadas. Conclusões - Maciços Pedra Branca e Mocambo • O potencial para depósitos de TR nesses maciços é ainda maior pelas concentrações em apatita magmática da ordem de até 9% de óxidos de TR + Y. A apatita é consumida durante as alterações hidrotermais dando origem a minerais secundários de TR+Y. • Zircões de rochas mineralizadas têm concentrações superiores a 10% de óxidos de TRP+Y. Nas frações mais finas dos depósitos aluvionares de estanho, zircão é mais abundante do que cassiterita. Referências sobre REE na Província Estanífera de Goiás MARINI O. J.; BOTELHO, N. F e ROSSI, PH. - 1992 - Elementos terras raras em granitóides da Província Estanífera de Goiás. Revista Brasileira de Geociências, 22: 61 - 72. PINTO-COELHO C., BOTELHO N.F., ROGER G. 1999. Mobilité des terres rares au cours des altérations hydrothermales: l’exemple du granite de Serra Branca- Brésil Central. C.R. Acad. Sci. Paris, 328:663-670. SANTANA I.V. & BOTELHO, N.F. 2014 Occurrence and behavior of monazite and xenotime in detrital and saprolitic environments related to an A-type granite, Goiás/Tocantins, Brazil: potential for REE deposits. Journal of Geochemical Exploration (accepted). SANTANA, I.G. 2013 Caracterização Mineralógica e Geoquímica de Ocorrências de Terras Raras no Maciço Granítico Serra Dourada, Goiás/Tocantins, Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, 69 p. TEIXEIRA, L.M. 2002 Caracterização de Minerais Portadores de Terras Raras e sua Aplicação à Petrologia e Geocronologia de Granitos das Subprovíncias Tocantins e Paranã – Goiás. Tese (Doutorado). Universidade de Brasília, 356 p. TEIXEIRA, L. M.; BOTELHO, N. F. 1999. Comportamento dos elementos terras raras pesadas em zircão, xenotima e torita dos granitos e greisens da Subprovíncia Estanífera Paranã, Goiás. Revista Brasileira de Geociências, Brasília, 29 (4): 547-554. TEIXEIRA, L. M.; BOTELHO, N. F.. 2002 Comportamento cristaloquímico de monazita primária e hidrotermal durante a evolução de granitos e greisens: exemplos das subprovíncias Tocantins e Paranã, Goiás. Revista Brasileira de Geociências, 32 (3): 335-342. TEIXEIRA, L. M.; BOTELHO, N. F 2006. Comportamento geoquímico de ETR durante evolução magmática e alteração hidrotermal de granitos: exemplos da Província Estanífera de Goiás. Revista Brasileira de Geociências, Brasília, 36 (4): 679-691. SERRA DOURADA – REGIÃO DE PELA-EMA OBRIGADO!