XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. A BUSCA DO SUCESSO DAS EMPRESAS MOVELEIRAS NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL ATRAVÉS DA GESTÃO DE PESSOAS Cláudia de Freitas Michelin (ULBRA [email protected]) Alberto Souza Schmidt (UFSM [email protected]) Resumo As empresas moveleiras têm sofrido, nos últimos anos, profundas modificações decorrentes, sobretudo, de fatores como a globalização, a competitividade, os avanços tecnológicos e o novo perfil do consumidor, mais exigente e consciente de seus direitos. O sucesso dessas organizações depende cada vez mais das oportunidades de aprendizado das pessoas e desenvolvimento de suas potencialidades. Valorizar pessoas significa assegurar seu desenvolvimento, bem-estar e satisfação, criando práticas mais flexíveis e produtivas para atrair e reter talentos. A pesquisa tem o objetivo de identificar e analisar como se dá o processo de recrutamento, seleção e contratação de pessoas identificando as principais dificuldades enfrentadas na contratação, as técnicas utilizadas neste processo, os critérios que determinam a escolha de candidatos bem como os que eliminam. Os dados foram obtidos nas empresas moveleiras localizada na região central do Rio Grande do Sul. A pesquisa de natureza exploratória e descritiva, recorre às práticas de gestão de pessoas de acordo com os Critérios de Excelência da Fundação Nacional da Qualidade em uma rede de marcenarias da região central, RS. A rede denominada REDEMOV está constituída por vinte e quatro empresas de micro e pequeno porte. Com os dados obtidos constatou-se que os processos e técnicas de gestão de pessoas das empresas estudadas se dão de forma não-sistematizada e fragmentada, estando falho com alguns requisitos do critério Pessoas; a falta de qualificação específica da área está entre as principais dificuldades encontradas nas contratações; conduta e postura surgem entre os fatores que determinam e eliminam na escolha dos candidatos seguidos de outros considerados relevantes pelos gestores entrevistados. Palavras-chave: Recrutamento, Seleção de Pessoas, Empresas Moveleiras. 1 Introdução A competição entre as empresas vem gerando uma redução dos índices de rentabilidade das mesmas, forçando a otimização do processo produtivo, obtendo assim maior eficácia na alocação dos fatores de produção envolvidos. Dentre esses fatores, destacam-se as pessoas como elementos fundamentais, e que por isso devem ser analisadas com cautela. Muitos gestores adotam uma postura diferenciada e promove uma integração social, buscando relações humanas melhores, o que reflete em aumento dos níveis de produção, também influenciando na motivação dos colaboradores. Para atender às exigências da era do mercado globalizado e informatizado a empresa, hoje, procura o profissional criativo, bem-informado e capacitado para exercer as tarefas com flexibilidade. E mais: deve ser crítico, alerta, curioso e possuir espírito de liderança e elevado senso de trabalho em equipe (MARRAS, 2002). A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 1 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. Cappelli (2003) diz que o sucesso da maioria das empresas de hoje depende mais dos ativos humanos do que dos físicos ou financeiros. Prédios, equipamentos, tecnologia podem ser comprados facilmente, mas o talento humano e o know-how necessário para operar nas organizações baseadas no conhecimento são muito mais difíceis de encontrar. Percebe-se então que alguns paradigmas estão sendo quebrados e mudanças se tornam necessárias. Na mesma linha, a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) (2009) diz que o sucesso das organizações depende cada vez mais das oportunidades de aprendizado das pessoas que as integram e de um ambiente favorável ao desenvolvimento de suas potencialidades. Valorizar pessoas significa assegurar seu desenvolvimento, bem-estar e satisfação, criando práticas mais flexíveis e produtivas para atrair e reter talentos, bem como um clima organizacional participativo e agradável, que propicie um alto desempenho pessoal e organizacional. A contratação eficaz e a retenção de pessoal são as bases do futuro bem-estar da empresa. Se existirem problemas nesses processos esse bem-estar estará comprometido. É necessário que gerentes ou proprietários busquem informações sobre essa questão. Sem as pessoas certas nos cargos certos, nenhuma empresa pode apresentar desempenho excepcional. (CAPPELLI, 2003). Nesses ambientes, o trabalho com pessoas vem se mostrando como um dos grandes desafios uma vez que as organizações, muitas vezes, não estão preparadas para resolver conflitos internos ou demandas referentes aos seus recursos humanos. Se não é prioritário ou estratégico não é importante e os problemas ocorrem na mesma proporção em que não são resolvidos. Mas se os processos relativos às pessoas dentro da cultura da empresa forem bem conduzidos e orientados, representam vantagens nas diversas facetas da organização, embora sua prática no contexto organizacional tem-se revelado precária ou incipiente. Apesar das organizações terem consciência de que somente por meio das pessoas conseguirão atingir os resultados desejados, conduzem com falha os seus processos seletivos A falta de recursos, a má condução do processo, as questões culturais, supervalorização de outras áreas em detrimento das pessoas, e um foco mais direcionado nos resultados financeiros evidenciam uma distância considerável entre a teoria e a prática, se constituindo, em última instância, em aspectos dificultadores comuns. Tais constatações não só são verdadeiras como também denunciam o descaso com que muitas organizações reagem frente à busca de novos colaboradores; a fragmentação nestes processos repercute, entre outras coisas, em custos, no desgaste de pessoal, no clima organizacional e no descrédito do próprio processo de recrutamento, seleção, contratação e internalização. Mosqueira et. al (2009) abordam a seleção de funcionários como a chave subjacente ao sucesso de uma empresa e crucial no desenvolvimento de uma equipe superior, que terá a organização a um nível mais elevado de desempenho. Mais do que nunca contratar e reter talentos tornou-se vital para as empresas e, tratando-se de uma atividade complexa, todo o processo deve ser conduzido com critérios e por profissionais competentes, uma vez que o ser humano é o envolvido. Com base nesses pressupostos e na relevância do tema objetivou-se: analisar como se dá os processos que compõem a gestão de pessoas nas empresas pertencentes à Associação das Indústrias Moveleiras do Centro Gaúcho (REDEMOV) tendo como referência a FNQ – Critério Pessoas; identificar as formas ou técnicas de seleção e contratação utilizadas pelas empresas; A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 2 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. levantar as principais dificuldades enfrentadas na seleção e; apontar os critérios que determinam e eliminam candidatos na visão dos gestores. Se o momento empresarial brasileiro exige cada vez mais a maximização da capacidade de resultados por intermédio das pessoas, o questionamento a ser feito é: por que a gestão de pessoas para muitas organizações, não é considerado uma atividade de cunho estratégico? Cabe ressaltar que o Critério Pessoas aborda três requisitos distintos: Sistemas de Trabalho, Capacitação e Desenvolvimento e Qualidade de Vida. A mescla dos itens de cada requisito do critério é o que aponta a forma como as organizações tratam as pessoas. 2 Gestão de Pessoas 2.1 Gestão de Pessoas de acordo com a Fundação Nacional da Qualidade As organizações buscam reconhecimento sendo necessários informação e conhecimento. A FNQ (2009) entende as organizações como sistemas vivos, integrantes de ecossistemas complexos que quando interligados oferece a visão sistêmica do negócio. Para se chegar nesse nível de amadurecimento é preciso conhecer os fundamentos de excelência em gestão. Dentre eles encontra-se a base e a referência do estudo, pela sua relevância no novo século - Valorização das Pessoas - tal fundamento visa desenvolver dentro das organizações condições para que as pessoas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, do desenvolvimento de competências e de espaços para empreender. A Fundação Nacional da Qualidade tem como missão disseminar os fundamentos da excelência em gestão para o aumento de competitividade das organizações e do Brasil. Tem como visão ser um dos principais centros mundiais de estudo, debate e irradiação de conhecimento sobre a Excelência em Gestão (FNQ, 2009). A disseminação dos conhecimentos da Fundação Nacional da Qualidade se dá através de seu Modelo de Excelência em Gestão – MEG®, baseado em 11 fundamentos nos quais representam diretrizes para a prática de uma gestão de qualidade. São eles: Pensamento Sistêmico, Aprendizado Organizacional, Cultura da Inovação, Liderança e Constância de Propósitos, Orientação por Processos e Informações, Visão de Futuro, Geração de Valor, Valorização das Pessoas, Conhecimento sobre o cliente e o Mercado, Desenvolvimento de Parcerias, Responsabilidade Social. Esses fundamentos são contemplados através dos oito critérios do MEG, que são: liderança, estratégias e planos, clientes, sociedade, informação e conhecimento, pessoas, processos e resultados. Dentro destes dá-se a atenção ao critério Pessoas, baseado no fundamento Valorização das Pessoas e estruturado em três temas: sistemas de trabalho, capacitação e desenvolvimento e qualidade de vida. O critério relaciona o desempenho da organização com a capacitação, motivação e bem-estar da força de trabalho, bem como com um ambiente propício à participação e ao desenvolvimento. Está baseado também nos fundamentos Geração de Valor, Pensamento Sistêmico e Aprendizado Organizacional (FNQ, 2008). Os requisitos desse critério são voltados a selecionar, integrar, organizar as pessoas e avaliar seu desempenho; capacitar e desenvolver; e manter o ambiente de trabalho, de forma a A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 3 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. assegurar a utilização plena do potencial das pessoas que compõem a força de trabalho, em alinhamento com as estratégias organizacionais. “Todas as organizações são feitas por pessoas e, se nós entendermos que isso é uma verdade, e essa tem sido uma grande diretriz do século XXI, então o importante é ter pessoas capacitadas, motivadas, comprometidas e valorizadas dentro da organização. O resto elas farão. Nesse sentido, não podemos esquecer que a liderança de uma organização também é feita por pessoas que precisam estar preparadas e motivadas para enfrentar desafios.” Ricardo Lenz César – DiretorPresidente da FNQ – FNQ – Classe Mundial – 2004. Alinhando ao que a FNQ espera de um processo de gestão de recursos humanos, o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), Ralph Chelotti, FNQ (2009) diz que o relacionamento entre as empresas e seus colaboradores mudou. Antes os funcionários eram vistos como recursos, hoje como talentos. Desde a década de 90 a gestão de pessoas vem ganhando importância e passando por um processo de transformação. Hoje, não significa controle, padronização e rotina, mas sim estímulo, desenvolvimento e envolvimento. Palavras como capacitação e valorização da equipe fazem parte da estratégia das organizações que querem ser competitivas. 2.2 Recursos Humanos dentro das organizações Recursos humanos, atualmente mais chamados de gestão de pessoas vêm passando por um profundo processo de transformação. O sistema utilizado até a década de 90, focado em cargos e remuneração, tem se mostrado cada vez mais ineficiente. Hoje, as organizações valorizam seu capital intelectual. A qualidade de vida está na cultura da empresa, que se preocupa em proporcionar um ambiente de trabalho adequado e agradável. Isso acontece não apenas nas grandes, mas também nas de médio e pequeno porte. A gestão de pessoas se baseia no fato de que o desempenho de uma organização depende da contribuição de quem nela trabalha e da forma como a equipe se organiza, é estimulada e capacitada. (CHELOTI, 2007) De acordo com Gomes e Stefano (2008), uma empresa, independente de seu tamanho ou área de atuação, cresce sempre sobre um elemento básico que a sustenta e a faz crescer, que são seus colaboradores. A administração de recursos humanos é uma especialidade que surgiu com o crescimento das organizações, e com a complexidade das tarefas organizacionais, e trata do adequado aprovisionamento, da aplicação, da manutenção e do desenvolvimento das pessoas nas organizações. Os autores afirmam ainda, que são através do recrutamento que a empresa atrai bons candidatos, atividade complementada pela seleção, por meio da qual a empresa escolhe dentre os candidatos, aqueles que melhor ocuparão determinado cargo. Daí a importância de um processo de gestão de pessoas bem elaborado. Chiavenato (1994) afirma que “a administração de Recursos Humanos consiste no planejamento, na organização, no desenvolvimento, na coordenação e no controle de técnicas capazes de promover o desempenho do pessoal, ao mesmo tempo em que a organização representa o meio que permite às pessoas que com ela colaboram alcançar os objetivos individuais relacionados direta ou indiretamente com o trabalho” Investir tempo e dinheiro em capacitação e desenvolvimento exige planejamento para proporcionar o treinamento certo e é esta a função que o gerente ou o departamento pessoal A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 4 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. desempenha para ajudar as pessoas a melhorarem seus conhecimentos e habilidades, dessa forma a equipe torna-se mais feliz e produtiva, por isso é altamente compensador para a organização (PASCHOAL,2006). Por outro lado é necessário que o colaborador esteja comprometido com a organização. Souto e Garcia (2009) apud Naves e Coleta (2003) caracterizam o comprometimento como uma tendência a manifestar um esforço considerável a favor da organização e também a manifestação de um forte desejo de permanecer nela. Demo (2008) aponta que o comprometimento está associado a remuneração que deve refletir tanto o valor do trabalho quanto a qualidade da contribuição das pessoas e de grupos, corresponde ao salário compatível com competências e formação e também salário competitivo com os oferecidos no mercado para a função. Recompensas diretas (remuneração) e indiretas (incentivos) sevem ser determinadas com base na produtividade e no desempenho. Os incentivos são promoções viabilizadas por planos de carreira claramentes definidos e conhecidos por todos, seriam os bônus, participação nos lucros, funções comissionadas. 2.3 Processo de seleção, recrutamento, contratação e internalização de pessoas Segundo Cappelli (2003) a contratação é um processo composto de várias etapas importantes, ou técnicas, assim descritas: a) Definição dos requisitos do cargo: saber exatamente para o que se está contratando, conjunto de qualificação, experiência, atitude e características pessoais exigidos; b) Recrutamento: envolve o lançamento da chamada de forma estratégica para criar um grupo de candidatos qualificados. A seleção e análise de currículo fazem parte dessa etapa; c) Entrevista: tem a finalidade principal de dar ao entrevistador e ao candidato ao cargo, oportunidade para que obtenham as informações que necessitam para tomar a melhor decisão possível. Estas podem ser estruturadas ou não estruturadas, o ideal é fazer um mix das duas abordagens – isto é, ser flexível no tipo de questionamento, mas certificando-se que todos os entrevistados respondam a um conjunto básico de perguntas; d) Avaliação dos candidatos: é realizada uma avaliação objetiva de cada candidato. Neste ponto, uma matriz de tomada de decisão poderá ajudar a organizar as anotações das entrevistas e lembranças de muitas pessoas; e) Tomar a decisão e fazer uma proposta: a última etapa do processo, visando sempre à pessoa que poderá contribuir para o sucesso da organização. De acordo com Chiavenato (1999, p.107)[...] A seleção busca, dentre os vários candidatos recrutados, aqueles que são mais adequados aos cargos existentes na organização, visando manter ou aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal, bem como a eficácia da organização. No fundo, está em jogo o capital intelectual da organização que a seleção deve preservar ou enriquecer. A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 5 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. Os processos dependem de outros fatores, desde tamanho da empresa, cultura organizacional, ramo da atividade e, o processo em si também deve ser avaliado, porque dependendo da complexidade da organização e do cargo, envolve uma variedade de procedimentos tornando-o suscetível a falhas. Além da escolha, a empresa deve se preocupar em reter o talento escolhido, quais os procedimentos e o que proporciona para a integração desse indivíduo na cultura da empresa. “Cada organização precisa determinar quais são os processos e procedimentos de seleção mais adequados e que proporcionam os melhores resultados” (Chiavenatto, 1999) tendo em vista que a escolha mais adequada é que irá garantir sua eficiência e eficácia. Bossidy & Charam (2002, p. 108) declaram: “Em função das muitas coisas que as empresas não conseguem controlar, desde a situação econômica incerta até as ações imprevisíveis dos concorrentes, você acharia que elas prestam muita atenção no que podem controlar – a qualidade de seu pessoal, principalmente aqueles da equipe de liderança. As pessoas de uma organização são o recurso mais confiável para gerar resultados excelentes ano após ano. Suas opiniões, experiências e habilidades são o que dita a diferença entre o sucesso e o fracasso. Mas os mesmos líderes que proclamam que “as pessoas certas são nosso ativo mais importante”, em geral, não pensam muito quando escolhem as pessoas certas para o trabalho certo. Eles e suas organizações não têm idéias precisas sobre o que o trabalho requer – não apenas no presente, mas no futuro – e que tipo de pessoas precisa para preencher os cargos. Como resultado, suas empresas não contratam, promovem e desenvolvem os melhores candidatos para as suas necessidades.” Os processos de gestão de pessoas nas pequenas empresas têm tendência a ser fragmentado ou não estruturado. Segundo Cheloti (2007) é possível que uma pequena empresa, mesmo com poucos recursos tenha uma boa gestão de pessoas, mas o ritmo é mais lento. Muitas ainda não se deram conta da importância do papel dos recursos humanos (RH) não sabem como ele pode contribuir para melhorar a performance da organização. Não tem nada a ver com falta de recursos, é uma questão cultural, cabe ao gestor exercer o papel estratégico de agente de mudanças e ajustar, gradualmente, sua empresa aos moldes modernos da oferta de produtos, da prestação de serviços e das relações de trabalho. Dyer et.al (2010) afirmam que “quando candidatos a emprego desenvolvem uma imagem positiva da empresa como resultado de suas experiências durante a seleção, eles parecem estar mais disposto a aceitar ofertas de emprego e recomendar a empresa a outros”. As práticas de seleção no âmbito de pequenas empresas podem afetar as atitudes e o comportamento do empregado segundo as autoras, tornando-as um desafio uma vez que os proprietários dessas empresas são raramente especialistas em recrutamento e práticas de seleção. 3. Metodologia Pesquisa é qualquer investigação organizada para fornecer informações para solução, entendimento ou aprofundamento de um problema. Collis e Hussey (2005) dividem as pesquisas acadêmicas sob dois paradigmas. Esses dois paradigmas, ou filosofia de pesquisa são o positivista e o fenomenológico. A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 6 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. Em uma pesquisa amparada pelo paradigma positivista procuram-se fatos ou as causas dos fenômenos sociais, dando pouca importância ao estado subjetivo do individuo; baseia-se, portanto em objetividade e precisão. Já a pesquisa suportada pelo paradigma fenomenológico é utilizada para examinar e refletir percepções para se obter um entendimento de atividades sociais e humanas. Normalmente, ela é utilizada quando não se tem muita informação sobre variáveis em um contexto ou mesmo muita teoria de suporte. Ao se realizar uma pesquisa fenomenológica, não se espera resolver um problema, mas sim fazer descobertas ou compreender razões. Para a consecução dos objetivos utilizou-se de uma abordagem fenomenológica e descritiva. Oliveira (2004) diz que esse tipo de estudo permite ao pesquisador a obtenção de uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e elementos que influenciam determinados fenômenos. Quanto ao trabalho de campo envolveu levantamentos de dados quantitativos e qualitativos. Para Lakatos (2007) essa abordagem é muito utilizada no desenvolvimento das pesquisas descritivas, na qual se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na investigação da relação da causalidade entre fenômenos de causa e efeito. Os dados foram coletados através de entrevistas gravadas semi-estruturadas realizadas com os proprietários ou pessoas que respondem pelo setor de recursos humanos dentro das empresas pesquisadas. O limite desse estudo foi a REDEMOV, rede de indústrias de móveis sob medida da região de Santa Maria, Quarta Colônia e Santiago. A rede considerada um estudo de caso é constituída por vinte e quatro multicasos na sua totalidade. O formulário de entrevista, desenvolvido de acordo com os Fundamentos de Excelência da FNQ – Valorização de Pessoas – atendeu com perguntas referentes a cada um dos requisitos e marcadores do Critério Pessoas, ficando dividido em duas partes distintas: 1) dados gerais das empresas (nome, porte, número de funcionário, o que a empresa oferece); 2) processos gerenciais (seleção e contratação, desempenho, capacitação e desenvolvimento, benefícios e qualidade de vida, indicadores). As entrevistas foram realizadas nos meses março e abril de 2010. Do universo de dados que preencheram toda a entrevista, foram abordados quatro, aos quais respondem aos objetivos escolhidos especificamente para esse estudo. 4. Apresentação e discussão dos resultados Considerando a classificação das empresas pesquisadas, micro e de pequeno porte, em uma média geral possuem 13 colaboradores distribuídos entre produção e gerência com escolaridade média também de 1º grau completo. Apenas 3 (três) empresas informaram possuir todos os colaboradores com o ensino médio – 2º grau concluído. Em relação aos cuidados com as pessoas não existe um setor ou departamento de Recursos Humanos dentro da grande maioria das empresas, salvo uma que informou ter uma pessoa responsável exclusivamente para tratar desses assuntos. Quanto aos processos de seleção e contratação, foi questionado se a empresa possui um processo com passos ou técnicas definidas, 6 (seis) informaram que sim, conforme quadro abaixo. A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 7 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. Quadro 1: Técnicas utilizadas para selecionar e contratar Técnicas / Empresa Entrevista formalizada Entrevista informal Testes práticos Testes psicológicos Prova de conhecimento Dinâmica de grupo Análise de currículo 4 5 15 18 22 24 z z z z z z z z z z z z z Fonte: Dados da Pesquisa Das empresas que possuem um processo definido para selecionar e contratar, a empresa 18 relatou que antes da entrevista, é divulgada a vaga em rádios locais e disponibilizado uma ficha para currículo pela empresa, onde os interessados preenchem, destas é feita uma triagem com os cinco melhores candidatos que são chamados para posterior entrevista na empresa só após esses procedimentos é escolhido o candidato. As empresas 5 e 15 são as únicas dentro da rede que terceirizam testes psicológicos para recrutar e selecionar e realiza prova de conhecimento com atividades práticas diretamente no setor ao qual a pessoa foi selecionada, respectivamente. A grande maioria das empresas que responderam não possuir um processo definido realiza sempre uma conversa informal com a pessoa indicada ao cargo para analisar o perfil. Destas apenas a empresa 11 possui uma entrevista formalizada, que serve também como futuro banco de dados. Esses dados refletem no fato das empresas não estarem inseridas em um sistema que lhes de suporte, informação e conhecimento. Esse apoio pode ser encontrado através do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP). O programa a partir de 1998 se tornou uma entidade comunitária, Associação Qualidade RS (Rio Grande do Sul) e tem como missão promover a competitividade do Rio Grande do Sul para melhoria da qualidade de vida das pessoas através da busca da excelência em gestão com foco na sustentabilidade (PGQP, 2010). Do total das empresas (54 %) informaram ter participado de cursos oferecidos pelo PGQP, as demais nunca se envolveram. Essa realidade está lentamente mudando através de cursos oferecidos pela própria rede. Com base no Relatório Moveleiro (2008), (76%) das empresas informaram ter interesse em cursos de planejamento estratégico e marketing seguido de liderança, gestão e administração financeira. Percebe-se então que há dificuldades nestas áreas. Outro dado importante a se observar são os fatores apontados pelos empresários que restringem a contratação de trabalhadores. A maior dificuldade na geração de empregos está na capacitação da mão-de-obra (84,6%), seguida do espaço físico (26,9%). A falta de qualificação de profissionais lidera também na pesquisa no questionamento referente às maiores dificuldades relatadas pelos gestores em contratar novas pessoas. A A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 8 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. grande maioria, 22 empresas, informou que existe uma escassez no mercado de pessoas qualificadas na área de marcenaria ou com experiência e que, as pessoas estão desmotivadas e sem iniciativa. Novamente, esse problema é destaque no Relatório Moveleiro (2008) onde os empresários apontaram (81%) de intenção em investir em capacitação. Então se constata que a mão de obra normalmente é formada dentro das marcenarias, o funcionário entra sem a formação e adquiri com o tempo a experiência na função. Muitos desses problemas poderiam ser evitados se pessoas que buscam um lugar no mercado de trabalho fossem melhores preparadas. Da totalidade de empresas, apenas duas disseram não sentir dificuldades na procura de novas pessoas. Quanto aos critérios que determinam na escolha de candidatos, os gestores deveriam escolher na entrevista, em ordem de importância de 1 a 8 os considerados mais relevantes podendo ainda citar outro. Conduta e postura, seguidos de experiência anterior na função foram citados pela grande maioria como os principais, os demais foram enumerados conforme gráfico abaixo. Figura 1: Critérios determinantes na escolha de candidatos Fonte: Dados da Pesquisa A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 9 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. A empresa 18 ainda apontou localização e a empresa 24 dicção e iniciativa como pontos relevantes para a escolha de candidatos. Os critérios sexo e estado civil foram apontados como os menos relevantes pela grande maioria, sendo que uma empresa não contrataria pessoas do sexo feminino e algumas disseram preferir pessoas casadas por entenderem ser mais responsáveis que as solteiras. Em relação aos aspectos que eliminariam o candidato no primeiro contato, as respostas foram parecidas, ficando em primeiro lugar conduta e postura (92%). Esse critério foi citado por 22 empresas fazendo referência a tipos de conduta como: vícios (bebidas), pontualidade, falta de humildade, falta de confiança, aparência (maneira como se veste), arrogância, suspeita de comportamento ético. As outras duas empresas relataram falta de experiência e escolaridade como fatores eliminatórios, representando (4%) cada uma. Figura 2: Aspectos que eliminam candidatos no primeiro contato 4% 4% Postura Falta de Experiência Escolaridade 92% Fonte: Dados da Pesquisa É importante ressaltar que a conduta e a postura de uma pessoa é imprescindível em qualquer situação seja na vida pessoal como profissional. Segundo os dados registrados na pesquisa esses critérios tanto determinam na escolha como eliminam em uma entrevista de emprego. Não basta apenas currículo, referências, é preciso também demonstrar uma atitude proativa, inspirar confiança, transmitir vontade em querer uma posição no mercado de trabalho contribuindo assim com os objetivos organizacionais. 5. Considerações finais Dentre outras conclusões, destaca-se que a grande maioria das empresas pesquisadas se utiliza, na medida do possível e de forma fragmentada, de alguns critérios de recrutamento e seleção de pessoas, não se constituindo, desse modo, em processos completos e sistematizados. Não existe uma rotina de processo. A partir da análise constatou-se que as contratações na maioria das empresas estudadas são ocasionais e na grande maioria anuais. A baixa rotatividade nas empresas estudadas mostra que apesar das dificuldades enfrentadas nos processos de recrutamento e seleção, as mesmas estão conseguindo contratar pessoas que, de certo modo, atendem aos requisitos necessários ao desempenho da função. Pesquisas mostram que há escassez de mão de obra na região central do Rio Grande do Sul, portanto, as empresas procuram manter as pessoas trabalhando em equipes e não há rotatividade dos mesmos. Segundo os gerentes apenas a ponta é alterada, ou seja, o último que entra é o primeiro que sai. São disponibilizadas vagas de funções mais simples de auxílio aos marceneiros formados e de acordo com a demanda ou época de maior pico de produção. Sendo a qualificação um problema do setor, a retenção de talentos é fator chave para esse tipo de negócio pela dificuldade de substituição. As empresas precisam estar preparadas para encontrar mecanismos que agreguem valor ao trabalhador, seja referente à função, plano A busca do sucesso das empresas moveleiras através da gestão de pessoas Michelin 10 XI SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SUL-AMERICANA Inovação, Competitividade e Sustentabilidade Santa Maria, RS, Brasil, 3 e 4 de novembro de 2011. de carreira, ambiente propício ao bom desenvolvimento do trabalho, qualidade de vida dentro e fora da empresa. Esses fatores são fundamentados pela FNQ (2009) que espera que os ambientes corporativos vejam seu capital intelectual como a principal força para se manter competitivo num mercado cada vez mais acirrado e globalizado. Sendo a corporação contemporânea complexa, principalmente para as pequenas empresas, que precisam se unir, buscar a cooperação, a informação, o conhecimento para continuar vivas, tudo está constantemente em movimento: estrutura, idéias, decisões, pessoas. Mudanças ocorrem a cada minuto onde a diferença entre uma empresa e a sua concorrência está cada vez mais na habilidade que ela tem de executar, de escolher estratégias que venham a ser implementadas. Entretanto, as organizações não executam, a menos que as pessoas certas, individual e coletivamente o façam. Por isso o processo de gestão de pessoas constitui fator determinante. Todavia somente com o efetivo comprometimento dos gestores em buscar aperfeiçoamento torna o processo viável. Cheloti (2007) fala dos desafios desse processo, e que a solução está em ter líderes competentes e que gostem de pessoas. O processo exige que o trabalho da liderança e os resultados sejam acompanhados de perto. Os fatores que motivam uma pessoa a se comprometer com a organização devem ser conhecidos pelo líder. Ele ajuda a identificar o que impede ou ajuda na busca pela qualidade e a estabelecer ações gerenciais que ajudem a solucionar os entraves. Pode-se dizer que as discussões pertinentes ao recrutamento e seleção de pessoas, aspectos determinantes e eliminatórios, dificuldades não poderiam surgir num momento mais oportuno, na medida em que os valores das organizações se fixam nos aspectos concorrenciais e de sucesso corporativo. Se as circunstâncias assim se apresentam, obviamente, surge que as organizações repensem sobre a importância das pessoas no processo como um todo, desde a descoberta de talentos até a contribuição desses para resultados mais efetivos. Referências BOSSIDY, Larry; CHARAM, Ram. Elemento 3: O Trabalho que nenhum líder deve delegar – ter as pessoas certas no lugar certo. In: _______. Desafio: fazer acontecer – a disciplina na execução dos negócios. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. CAPPELLI, Peter. Contratando e mantendo as melhores pessoas. Tradução de Nivaldo Montingelli. Rio de Janeiro: Record, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos na Empresa. 1ª ed. 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