O Jeito Wal Mart na Igreja Pr. Derson Lopes* O Wal-­‐Mart, conhecida rede de supermercados presente em vários países, inclusive o Brasil, é considerado uma das maiores empresas do mundo. Seu faturamento já chegou perto dos 300 bilhões de dólares por ano, valor superior ao PIB da Bélgica. São quase 1 milhão e 700 mil funcionários espalhados pelo mundo, número superior a população da cidade de Campinas. i Para se ter uma idéia do poder de vendas do Wal-­‐Mart, todo mês, a empresa vende nos Estados Unidos 320 milhões de latas de Coca-­‐Cola, 250 milhões de litros de água mineral Nestlé e 101 milhões de litros de leite de sua marca própria, Great Value. Das prateleiras do Wal-­‐Mart saem um de cada cinco CDs ou DVDs vendidos nos Estados Unidos e uma boneca Barbie a cada 2 segundos. ii Em 2005 foi lançado nos Estados Unidos um livro chamado “The Wal-­‐Mart Way” (O Jeito Wal-­‐Mart) por Don Soderquist, que trabalhou por 25 anos no Wal-­‐Mart, chegando a ser Vice Presidente da instituição. O livro recebeu este título pois, segundo o autor, os objetivos do Wal-­‐Mart fizeram com que eles tivessem um estilo próprio de administrar, focado totalmente em sua missão e visão. Mas o que o Wal-­‐Mart tem a ver com a igreja? Analisando a história, desenvolvimento e método de gestão desta empresa, encontramos semelhanças com a nossa igreja e tiramos lições para nosso desenvolvimento. Início Simples, mas Visionário A Rede Wal-­‐Mart começou com um sonho. Sam Walton desejava ter sua própria loja, mas não queria uma loja qualquer, ele tinha alguns objetivos com essa loja: 1 – Servir bem as pessoas 2 – Construir um time vencedor 3 – Trabalhar duro 4 – Impactar a vida das pessoas para o bem 5 – Ter alegria no trabalho 6 – Sustentar sua família 7 – Honrar seu Senhoriii Embora tenha começado com uma loja pequena que acabou perdendo, ele não desistiu de seus objetivos. Em 1962, Sam e seu irmão Bud, já tinham 15 lojas. Mas eles não estavam satisfeitos. Queriam lojas maiores, para poder servir um maior número de pessoas. Mas o mais interessante, assumiram um objetivo: ter o menor preço possível. Não que essa seria a única característica da empresa, mas seria um diferencial para o público. O que eles queriam mesmo era aumentar o poder aquisitivo dos americanos. Sonharam com um público que pudesse ter acesso a produtos que antes eram consumidos apenas pelas classes mais altas. Eles alcançariam esse objetivo com duas ações básicas: comprando sempre por menores preços dos fornecedores e gastando o mínimo possível na condução do negócio para reduzir suas despesas operacionais e poder operar com margens mais baixas que os concorrentes. Estudos recentes mostram que a rede alcançou seu objetivo. Segundo a revista Exame, o Wal-­‐Mart proporcionou uma economia de 100 bilhões de dólares para seus clientes somente no ano de 2004.iv Muitos produtos que eram restritos de determinadas classes sociais, passaram a fazer parte do cotidiano de pessoas das classes mais simples. Os Segredos do Wal-­‐Mart O autor do livro citado traz uma lista de 12 segredos que fizeram do Wal-­‐Mart uma das maiores empresas do mundov. São eles: 1. Começou com o sonho. 2. Foi construído e mantido por uma visão não baseada nos objetivos financeiros, mas em servir aos outros. 3. Criou e mantém uma cultura baseada em valores e crenças que são transmitidos a todos os associados (funcionários). 4. Demonstra um genuíno comprometimento com seus associados, considerando cada um vital para o sucesso da empresa e tratando a todos com respeito e dignidade. 5. Enfatiza e reforça com seus associados que as necessidades dos clientes devem ser satisfeitas. O Wal-­‐Mart reconhece que os clientes são a razão de sua existência. 6. Encoraja a paixão pela excelência em cada área do negócio. 7. Foco na execução, para que as coisas aconteçam de maneira rápida e eficaz. 8. Investimento em desenvolvimento tecnológico. 9. Foco nas operações básicas do negócio. 10. Relacionamento com fornecedores baseado em franqueza e confiança. 11. Implementação de cuidadosa e tenaz estratégia de crescimento. 12. Investimento na comunidade, como um retorno aos clientes. A aplicação desses fatores fez com que o Wal-­‐Mart crescesse assustadoramente, deixando de ser uma simples rede de bairro, para tornar-­‐se a referencia empresarial que é hoje. O interessante é que embora tenha se tornado uma empresa milionária, os princípios do Wal-­‐Mart permanecem na gestão da empresa até hoje. A sede da empresa continua em um escritório bastante espartano na pequena cidade de Bentonville, nos Estados Unidos. Os altos executivos trabalham em escritórios sem janelas. Ninguém viaja na classe executiva e os quartos dos hotéis são sempre compartilhados.vi Pelo que se pode perceber, ainda hoje o “Jeito Wal-­‐Mart” continua sendo marcado pela simplicidade e o foto na missão. Como resultado, os associados, funcionários, da empresa, demonstram alegria e comprometimento em seu trabalho. Possuem um grito de guerra que é utilizado antes da abertura das lojas e procuram fazer seu trabalho da melhor maneira possível. Mas este não é um artigo voltado para gestores de empresa e não pretende ser uma divulgação gratuita da rede Wal-­‐Mart. Vamos analisar a aplicação destes conceitos interessantes da rede para nosso contexto de igreja. Aplicando os Segredos Nossa igreja também teve um início simples. São muitas as histórias de abnegação e sacrifício de nossos pioneiros. Tiago White trabalhou duro para desenvolver a igreja. Mesmo com seu defeito na perna, trabalhou em construção de estradas de ferro e em colheitas para conseguir recursos para suas viagens missionárias, sendo que algumas vezes sequer recebeu pelo seu trabalho. A alimentação do casal era simples, possuíam poucos móveis, e do pouco que tinham partilhavam com os mais necessitados. Embora humildes, nosso pioneiros ferviam pelo cumprimento da missão e visão que haviam recebido do Senhor. Ellen White comenta: “Desde o início, nossa obra teve caráter empreendedor. Reduzido era o nosso número, e em sua maior parte procedente das classes pobres. Nossas idéias eram quase desconhecidas do mundo. Não tínhamos casas de culto, possuíamos poucas publicações, e reduzidíssimos recursos para levar avante a nossa obra. As ovelhas estavam esparsas pelas estradas e caminhos, nas cidades, aldeias e matas. Os mandamentos de Deus e a fé de Jesus eram a nossa mensagem.”vii Da mesma forma que parecia impossível que a pequena loja dos Walton viesse a se tornar uma das maiores empresas do mundo, poucos apostariam que aquele pequeno grupo de pessoas seria a igreja de Deus na terra, alcançando os resultados que tempos hoje. Analisando os segredos de sucesso do Wal-­‐Mart, observamos que as mesmas idéias estiveram presentes em nosso começo e podem ser mantidas e ampliadas na condução da igreja hoje. 1 – Começo com um sonho. Nossa igreja foi iniciada com um sonho, o sonho de Deus para Seu povo. A visão e a missão de nossa igreja foram estabelecidas por Deus: “Os adventistas do sétimo dia foram escolhidos por Deus como um povo peculiar, separado do mundo. Com a grande talhadeira da verdade Ele os cortou da pedreira do mundo, e os ligou a Si. Tornou-­‐os representantes Seus, e os chamou para serem embaixadores Seus na derradeira obra de salvação. O maior tesouro da verdade já confiado a mortais, as mais solenes e terríveis advertências que Deus já enviou aos homens, foram confiadas a este povo, a fim de serem transmitidas ao mundo”.viii Não podemos conduzir a igreja como se fosse um negócio humano, um sonho particular, uma visão pessoal. Quanto mais tivermos fixo em nossa mente que tudo que estivermos fazendo em nome da igreja deve levar o selo de Deus e deve contribuir para o alcance da visão que Ele estabeleceu, então agiremos buscando conformidade com Sua santa vontade. 2 – Visão baseada em servir e não em objetivos financeiros Parece estranho comentar sobre isso em se tratando de igreja, mas podemos nos perder em nossos objetivos. Obviamente precisamos de saúde financeira, nada neste mundo sobrevive muito tempo sem os recursos financeiros. Deus tem conduzido nossa igreja através de sábios administradores que com firmeza e precaução permitiram uma sólida estrutura que tem proporcionado o avanço da missão. No entanto, não podemos perder de vista que o objetivo da igreja não é o acúmulo de recursos, mas servir o povo através da pregação do evangelho. “A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir, e sua missão é levar o evangelho ao mundo”.ix É preciso ter cuidado para que o conservadorismo e a cautela na condução da igreja não desande para uma preocupa;cão excessiva com a quantidade de recursos financeiros acumulados. Muitas de nossas congregações padecem em seus projetos evangelísticos por temer investir neste trabalho. Tudo o que a igreja tem deve contribuir para o cumprimento da missão a nós confiada. 3 – Cultura baseada em crenças e valores e comunicada aos associados Nossa igreja tem uma sólida base doutrinária. Por mais que muitos tentem encontrar falhas e incoerências em nossas crenças fundamentais, o estudo exaustivo delas revela sua clareza e convergência total com os princípios bíblicos. O problema que enfrentamos algumas vezes é ter sucesso na transformação de nosso corpo de crenças fundamentais em um estilo de vida para nossos membros. Necessitamos de um grupo de pessoas que ao carregar o nome “adventista do sétimo dia”, tenha um estilo de vida coerente com aquilo que prega. Precisamos ser eficazes na transmissão desse estilo de vida. As pessoas que venham a fazer parte de nossa igreja devem ser marcadas por uma mudança em seus hábitos: “Aquelas pessoas produziram frutos dignos de arrependimento. Creram e foram batizadas, e levantaram-­‐se para andar em novidade de vida -­‐ como novas criaturas em Cristo Jesus; não para se conformarem aos desejos anteriores, mas, pela fé no Filho de Deus, seguir-­‐Lhe os passos, refletir-­‐Lhe o caráter, e purificar-­‐se, assim como Ele é puro. As coisas que antes odiavam, agora amavam; e as que antes amavam, passaram a odiar.”x 4 – Comprometimento com os associados Muitos já tiveram situações desagradáveis ao precisar de algum serviço de um órgão público. Muitas vezes não somos tratados como deveríamos e sentimos uma revolta, afinal os órgãos governamentais existem em função do povo e são mantidos pelo povo. Algumas vezes não demonstramos o devido comprometimento com os membros da igreja. Os líderes existem para servir a comunidade de crentes e através dela. Assim como em uma empresa os associados trabalham unidos para alcançar os objetivos estabelecidos, na igreja os membros trabalham para alcançar os objetivos estabelecidos por sua liderança. Por mais que se esforcem, os líderes nunca alcançaram os resultados sem o trabalho dedicado de cada membro da igreja. E para que os membros trabalhem comprometidos, precisam sentir que seus líderes estão comprometidos com eles, oferecendo todo o apoio, material, treinamento e acompanhamento para que executem corretamente suas atividades. Ellen White afirma: “Nossos líderes [...] podem fazer muito no sentido de aumentar as forças em atividade. Podem planejar alcançar muitos nos caminhos e valados. À medida que empregam calmo, permanente e consagrado esforço para educar os membros da igreja a se ocuparem em trabalho pessoal em favor das almas, onde quer que haja oportunidade favorável, o bom êxito coroará suas atividades.”xi 5 – Os Clientes são a razão da existência. Qualquer aplicação do termo clientes em um contexto de igreja é superficial e pode gerar deturpações filosóficas. Mas apenas em um sentido de aplicação dos princípios do Wal-­‐
Mart, podemos interpretar os clientes como sendo as pessoas que precisam ser alcançadas pelo evangelho. A razão de existência da igreja é a conquista de almas. “O Senhor considera a igreja responsável pela alma daqueles para cuja salvação eles poderiam ser o instrumento”.xii A igreja não pode ser simplesmente um local agradável para reunião daqueles que aceitaram o evangelho. É uma organização com propósito bem definido de pregar o evangelho. Algumas igrejas focam seus programas e atividades apenas em seus membros. Alguns ficam até tristes quando aparecem visitas pois a igreja fica mais ocupada e às vezes faltam lugares para sentar. Uma igreja voltada apenas para os membros é como uma empresa que existisse apenas para seus funcionários. Assim como os líderes existem para servir os membros, a igreja como um todo existe para servir os não alcançados, e sua senha de trabalho deve ser a salvação dos descrentes. 6 – Paixão pela Excelência Para que uma empresa realmente cresça e permaneça no mercado na atualidade, não basta apenas que seja grande, ela precisa ser excelente.xiii Esse conceito também é real no que se refere à vida profissional. Só conseguem sucesso na carreira os que buscam ser profissionais excelentes. Na igreja não pode ser diferente. Muitas vezes encaramos a igreja como algo de menor importância. Ellen White fala daqueles que dedicam tempo para tornarem-­‐se melhores profissionais, mas não preocupam-­‐
se no preparo para servir melhor a Deus com seus dons: “Muito homem dedica meses e anos à aquisição de um ofício ou profissão para que se possa tornar trabalhador de êxito no mundo; e, no entanto, nenhum esforço especial faz no sentido de cultivar os talentos que o tornariam obreiro de êxito na vinha do Senhor. Perverteu suas faculdades, malbaratou os talentos. Mostrou desrespeito para com o Mestre celestial. Esse é o grande pecado do professo povo de Deus. Servem a si mesmos e servem ao mundo. Podem ter o nome de financistas sagazes e de êxito; mas negligenciam aumentar, pelo uso, os talentos que Deus lhes deu para o Seu serviço. O tato mundano está se desenvolvendo pelo exercício; o espiritual se está enfraquecendo devido à inatividade”.xiv Devemos incentivar os membros a fazer o melhor na causa de Deus. Devem ser exortados a preparar-­‐se, assistir a treinamentos, estudar livros e desenvolver suas capacidades para exercer um trabalho excelente, seja qual for sua atuação dentro da igreja. 7 – Foco na Execução Uma das frases mais famosas de Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, é “Não confunda movimento com progresso”. Ellen White compartilha dessa opinião. Falando sobre os que não apresentam resultados no seu trabalho ela diz: “[...] Embora estejam sempre atarefados, não apresentam senão pequenos resultados. Têm idéias errôneas quanto ao trabalho, e julgam estar numa árdua tarefa quando, houvessem eles tido método em sua obra, e se aplicado inteligentemente ao que tinham a fazer, teriam realizado muito mais em menos tempo. [...] Estão sempre ocupados e, julgam, trabalhando ativamente; todavia pouco têm a apresentar por seus esforços.”xv Algumas igrejas estão sempre ativas, mas não produzem muito resultado. Perdem-­‐se em atividades burocráticas, gastam tempo demais em assuntos corriqueiros, e como resultado, não conseguem alcançar seu objetivo. O fato de todos estarem ocupados não pressupõe desenvolvimento. As pessoas precisam concentrar-­‐se no alvo estabelecido e trabalhar por ele. Precisam aprender a identificar as prioridades e trabalhar nelas, precisam combater a procrastinação, assumir a cultura da execução e do foco nos resultados esperados. 8 – Investimento em desenvolvimento Tecnológico Nossa igreja tem feito grandes investimentos em tecnologia. Esses investimentos podem ser vistos em várias áreas, tanto no que tange á administração da igreja, quanto na prática da pregação em si. Nos últimos anos muito dinheiro foi aplicado em tecnologias para a divulgação do evangelho, seja por meio da televisão, do rádio ou da internet. À medida que novas formar de pregação e alcance do povo vão surgindo, precisamos analisá-­‐las e investir naquilo que trará melhores resultados. Desde o princípio houve um encorajamento para que a igreja descobrisse novos métodos de divulgar a mensagem de salvação. “Novos métodos precisam ser introduzidos. O povo de Deus precisa despertar para a necessidade do tempo em que estão vivendo.”xvi Obviamente devemos cuidar para não investir em tecnologia desnecessária, mas tudo aquilo que colabore para a execução do trabalho da igreja deve ser implementado. Mesmo nas igrejas locais esse princípio deve ser seguido. Cada uma precisa encontrar quais são os canais que precisam ser abertos para alcançar aqueles que estão em sua esfera de influência. 9 – Foco nas operações básicas do negócio O grande negócio da igreja é ganhar almas. Esse é um princípio simples, mas que as vezes é esquecido. Em meio a uma grande quantidade de atividades que podem ser exercidas por uma congregação, ela pode se perder em ações que nada colaborem para a conquista das almas para Cristo. Ao organizar o programa de uma igreja, a espinha dorsal do trabalho de todas as áreas deve ser o ganho de pessoas para Cristo. Qualquer atividade que não colabore para esse objetivo deve ser descartada. Alguns textos de Ellen White já foram citados sobre esse assunto nesse artigo. 10 – Relacionamento com Fornecedores baseados em fraqueza e confiança Como não é uma empresa de revenda de produtos, uma igreja não possui número significativo de fornecedores, mas esse princípio ainda assim é relevante. Temos observado em alguns lugares que nem sempre as igrejas têm encarado de maneira correta seu relacionamento com as prefeituras, os fornecedores de produtos e materiais, os responsáveis por prestação de serviço e etc. Se esperamos dos membros que revelem seu cristianismo em todos os seus relacionamentos, devemos como igreja também cuidar com nossas relações comerciais. Todos os que se envolvem com algum tipo de relação comercial com a igreja deveriam ficar impressionados pela retidão com que os assuntos são conduzidos. Devem ter prazer em fazer negócios com a igreja por terem a certeza de que serão tratados de maneira correta e honesta. É preferível por vezes perder algum dinheiro a transparecer desonestidade ou tentativa de vantagem sobre alguém. “Em todas as nossas transações comerciais, ela [a palavra de Deus] nos ensina a colocar-­‐nos no lugar daqueles com quem estamos tratando, a considerar, não somente o que é nosso, mas também o que é dos outros.”xvii 11 – Implementação de cuidadosa e tenaz estratégia de crescimento Não existe lugar para estagnação na criação de Deus. Todas as coisas foram criadas para crescer e se desenvolver. Com a igreja não é diferente. Deus estabeleceu Sua igreja para o crescimento e desenvolvimento. Temos observado no decorrer dos anos um grande crescimento de nossa igreja. É um fato que temos tido grandes bênçãos divinas na expansão de nossa causa. Comparada com o humilde início, a situação atual da igreja revela um milagroso desenvolvimento. No entanto ainda existe muito por fazer. Somos ainda um número muito reduzido em vista de toda a humanidade a ser alcançada. Muitos países têm uma presença apenas simbólica do adventismo, apresentando grandes desafios a serem transpostos. O crescimento não pode ser ocasional, mas intencional. Precisamos idear estratégias e planos para crescer e alcançar o mundo. Isso deve acontecer não apenas em nível mundial, mas na esfera de cada igreja local. Embora Deus esteja no comando e esteja agindo para o avanço da causa, Ele espera que nós estejamos desenvolvendo planos para alcançar os resultados desejados: “Em geral, Deus não opera milagres para fazer Sua verdade avançar. Se o pai de família negligenciar a cultura do solo, Deus não opera por certo nenhum milagre para impedir os naturais resultados. Ele age em harmonia com grandes princípios que nos são dados a conhecer, e compete-­‐nos amadurecer planos sábios, pondo em operação os meios pelos quais Deus há de produzir resultados certos. Aqueles que não fazem esforços decididos, mas esperam simplesmente que o Espírito Santo os force à ação, perecerão em trevas. Não vos deveis deixar estar tranqüilamente, sem nada fazer na obra de Deus.”xviii 12 – Investimento na Comunidade Assuntos relacionados à comunidade têm sido cada vez mais comuns no meio empresarial. A responsabilidade social veio para ficar e as empresas estão investindo alto para demonstrar sua preocupação com a sociedade. Alguns livros têm demonstrado a importância da relevância da igreja na comunidade na qual está inserida. É muito triste notar que se algumas igrejas deixassem o bairro onde estão estabelecidas, ninguém da comunidade sentiria sua falta e alguns até comemorariam sua mudança. A igreja deve ser uma benção na vida da comunidade de tal forma que as pessoas que vivem ao redor dela sintam-­‐se felizes por sua existência. Ellen White, comentando sobre os resultados daqueles que passaram pelo verdadeiro reavivamento, escreveu: “Notava-­‐se uma transformação na vida dos que tinham professado o nome de Jesus. A comunidade se beneficiava por sua influência. Uniam-­‐se com Cristo e semeavam no Espírito, a fim de ceifar a vida eterna.”xix Quando os membros da igreja vivem o evangelho, as bênçãos divinas fluem através deles a todos que estão ao redor. Uma igreja bem dirigida coordena os dons espirituais de seus membros para que excedam os limites da igreja e atinjam a comunidade. Para isso, a liderança precisa conhecer intimamente a comunidade, descobrindo suas necessidades e atuado diretamente sobre elas. Conclusão Muitas empresas têm procurado seguir o exemplo do Wal-­‐Mart com o objetivo de reproduzir o mesmo sucesso dessa empresa. Como percebemos neste artigo, embora possamos aprender com a sistematização e foco desta empresa, os princípios gerais de seus segredos nós possuímos há muito tempo nos escritos de Ellen White. Nossa igreja tem sido grandemente abençoada por Deus, mas precisamos trabalhar de maneira concentrada e organizada. Seguir princípios de administração empresarial não significa abrir mão da direção divina ou copiar as técnicas do mundo para a igreja, mas sim fazer nossa parte para alcançar os resultados desejados por Deus, afinal os resultados na terra sempre são alcançados pela conjugação dos esforços divinos com os esforços humanos.xx Quem sabe poderíamos estabelecer uma característica especial para nossa forma de conduzir a igreja, não o “Jeito Wal-­‐Mart”, mas o “Jeito Missão”, com uma liderança marcada pela obsessão em cumprir a missão da igreja, concentrando todos os recursos possíveis, sejam financeiros, patrimoniais ou humanos, para pregar o evangelho ao mundo e apressar a vinda de Jesus. Muito ainda tem para ser feito para a conclusão da obra, e certamente a igreja de Deus será vitoriosa. Como líderes e pastores precisamos coordenar a igreja para alcançar os sonhos de Deus para Seu povo. * Derson Lopes é formado em Administração de Empresas, Ciências Contábeis e Teologia e possui um MBA em Gestão Financeira. Atualmente trabalha como pastor distrinal da APL. i
Revista Exame, Agosto de 2005. Artigo: O Poderoso Wal-­‐Mart. Idem iii
The Wal-­‐Mart Way. Don Soderquist. Nashville, Tenesse. Nelson Business. 2005. Pg. 1 iv
Revista Exame, Agosto de 2005. Artigo: O Poderoso Wal-­‐Mart. v
The Wal-­‐Mart Way. Don Soderquist. Nashville, Tenesse. Nelson Business. 2005 pg. xvi a xix. vi
Revista Exame, Agosto de 2005. Artigo: O Poderoso Wal-­‐Mart. vii
Vida e Ensinos, 192 viii
Eventos Finais, 45 ix
Atos dos Apóstolos, 9 x
Reavivamento e seus Resultados, 7 e 8. xi
Evangelismo, 114 xii
Serviço Cristão, 13 ii
xiii
O Oitavo Hábito. Stephen Covey. Pg. 8 Conselhos sobre Mordomia, 124 xv
Filhos e Filhas de Deus, 117 xvi
Refletindo a Cristo, 234 xvii
A Ciência do Bom Viver, 187 xviii
Serviço Cristão, 228 xix
Grande Conflito, 462 xx
Parábolas de Jesus, 82 xiv