PERFIL DO MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO POR ALUNOS EM SUA LOCOMOÇÃO DIÁRIA PARA UMA UNIVERSIDADE Raquel Cymrot1, Ana Júlia Ferreira Rocha 2, Magda Aparecida Salgueiro Duro 3 Abstract ⎯ Researches of origin - destination point that the advance of the motorization aggravates the general conditions of circulation and the urban environment. Traffic jam, extreme fuel consumption, and atmospheric pollution are some of the effect of this advance, disclosing an exhaustion of the model that privileges the automobile. It had been searched 386 students of a college of engineering and analyzed the referring data to the profile of the method of transportation used by them in their daily displacement there and back to the university. The possible impacts in this profile had been searched if measured as the inauguration of station of subway in the neighborhoods of the university, availability of local insurance inside of the unit of study for deposit of belongings, availability of place for parking of bicycles and motorcycles were implemented. Index Terms- Environment, Method of Transportation, Displacements and Impacts. INTRODUÇÃO O acelerado crescimento da população humana, principalmente em grandes regiões metropolitanas e em especial, nos países menos desenvolvidos, desencadeia imensa conseqüência sobre o meio ambiente em geral e nos recursos naturais em particular. A conscientização ambiental se faz necessária para uma valoração da percepção e entendimento do real valor do meio ambiente em nossas atividades diárias. A cada dia há uma maior conscientização do poder público e da população em se reduzir a utilização do transporte individual e prevalecer os deslocamentos por modos de transporte público ou coletivo e quando possível não motorizado. A partir dos anos setenta foram realizadas algumas pesquisas na Inglaterra visando avaliar a percepção dos pedestres em relação ao tráfego e à qualidade de caminhada. O tráfego de veículos causa uma série de distúrbios e desconforto ao pedestre, que ao se referirem às sensações provocadas pelo tráfego utilizam termos como: perturbados, incomodados, irritados ou preocupados [6]. Entretanto, outras pesquisas realizadas também na Inglaterra, indicam que os pedestres citam como importantes elementos de 1 avaliação a poluição atmosférica, a poluição sonora, a intrusão visual, a emissão de fumaça e poeira e o conflito veículo/pedestre ou risco de ocorrer um acidente [4]. Em grandes cidades da Europa, como Amsterdã, Gotemburgo, Copenhague e Barcelona algumas pesquisas indicaram que os principais motivos citados pela população para a escolha do meio de transporte foram a pequena distância para deslocamentos a pé, rapidez para bicicleta e necessidade de carregar bagagem, conforto e agradabilidade para automóvel [2], [3]. Esta mesma pesquisa indicou que a opção modal está correlacionada ao tipo de deslocamento, por exemplo nos deslocamentos compulsório a porcentagem de utilização transporte motorizado é muito maior do que nos deslocamentos para lazer. A opção modal da população ao realizar determinado deslocamento está indiretamente ligada a sua percepção ambiental urbana. Estudos revelaram que a população das grandes cidades brasileiras tem sofrido com graves problemas de transporte e baixa qualidade de vida. Nas últimas décadas as maiores cidades brasileiras foram adaptadas para o uso eficiente do automóvel enquanto houve investimentos insuficientes nos sistemas de transporte público para atender a uma demanda crescente. Nos últimos anos, o transporte público experimentou um declínio na sua importância, na sua eficiência e na sua confiabilidade junto ao público. A falta de transporte público de qualidade estimula a expansão do uso de transporte individual, gerando um aumento da poluição atmosférica [1]. A diminuição do uso do automóvel como meio de transporte levaria a uma redução na emissão de poluentes atmosféricos trazendo melhorias para a qualidade de vida dos habitantes das grandes cidades. Este trabalho visa estudar a opção dos alunos da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie em relação aos meios de transportes utilizados em sua ida e vinda da universidade, bem como as possíveis alterações nesta escolha se algumas medidas fossem implementadas. Raquel Cymrot, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rua da Consolação, 930, prédio 6, 01.302-907, São Paulo, SP, Brasil, [email protected] Ana Júlia Ferreira Rocha, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rua da Consolação, 930, prédio 6, 01.302-907, São Paulo, SP, Brasil, [email protected] 3 Magda Aparecida Salgueiro Duro, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rua da Consolação, 930, prédio 6, 01.302-907, São Paulo, SP, Brasil, [email protected] 2 METODOLOGIA A pesquisa foi realizada na Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi elaborado um questionário em que foram perguntados o curso em que o aluno está matriculado, ano de ingresso, idade, sexo, se o aluno tem habilitação para dirigir e em caso afirmativo se tem veículo disponível para seu uso. Foi também indagado sobre os meios de transporte utilizados na ida e na volta em sua locomoção para a universidade bem como a quilometragem percorrida. Foram perguntados também quais meios de transporte seriam utilizados caso já estivesse em funcionamento a estação de metrô junto ao Campus Itambé e se houvesse armário seguro na unidade de estudo do aluno onde pudessem ser deixados alguns pertences. O aluno respondeu ainda se optaria pelo uso de bicicleta e/ou moto, caso houvesse um estacionamento sob supervisão da Universidade. A amostragem utilizada foi a estratificada. Na Escola de Engenharia há seis cursos diferentes, a saber: Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia de Matérias, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção e Tecnologia Elétrica. Cada curso formou dois estratos contendo os alunos matriculados na primeira e na segunda metade do curso perfazendo, portanto os doze estratos. Durante a quarta semana de março de 2006 foi sorteada uma turma de cada estrato e aplicado o questionário para os alunos presentes, totalizando 396 questionários. Os dados foram tabulados e analisados com o auxílio dos softwares MINITAB e Excel. Foram tabeladas as freqüências e porcentagens de cada variável estudada, considerando-se apenas os indivíduos que responderam à questão referente à variável. Para as questões em que o aluno podia marcar mais de uma alternativa, a soma das porcentagens não é 100%. Foram calculados alguns intervalos de confiança de interesse, utilizando uma confiança de 95% e realizados alguns testes de hipótese. A fim de testar se existe independência entre um par de variáveis aleatórias, utilizou-se o teste Quiquadrado, respeitando-se as limitações do mesmo [7]. Para todos os testes realizados utilizamos um nível de significância de 5%. Denotamos por “P” o nível descritivo do teste. Toda vez que P for menor que o nível de significância estabelecido, rejeita-se a hipótese testada [5]. Quando houve rejeição da hipótese de independência, analisaram-se os valores observados e esperados para confirmar as prováveis causas desta dependência estatística. RESULTADOS Dos 386 questionários respondidos, 21,50% foram respondidos por alunos da Engenharia Civil, 32,64% por alunos da Engenharia Elétrica, 10,10% por alunos da Engenharia de Materiais, 16,06% por alunos da Engenharia Mecânica, 13,21% por alunos da Engenharia de Produção e 6,48% por alunos da Tecnologia Elétrica. Destes 69,95% estudavam no período diurno. Tem-se que 81,35% dos respondentes eram do sexo masculino. A idade média foi de 21,7 anos com um desvio padrão igual a 3,5 anos. O intervalo com 95% de confiança para idade média foi igual a [21,3 ; 22,0] anos. Tem-se que 25% dos alunos têm até 19 anos e 75% dos alunos têm até 23 anos. O ano de ingresso do aluno na universidade foi anterior a 2002 para 24,44% dos alunos e foi posterior a 2004 para 38,02% dos alunos. Entre os 386 respondentes, 318 (82,38%) declararam possuir habilitação, dentre os quais 194 (61,01%) possuíam veículo disponível para seu uso. Ainda obteve-se que 22,34% e 22,72% dos alunos declaram respectivamente que optariam pelo meio de transporte bicicleta e moto se houvesse, sob a supervisão da universidade, estacionamento para tais veículos. A respeito da quilometragem percorrida, tem-se que em torno de 60% dos alunos percorrem até 20 km em seu percurso de ida ou volta da universidade e apenas 5% dos alunos realizam percursos com mais de 60 km. A tabela 1 apresenta os meios de transporte utilizados para o percurso de ida e volta à universidade. TABELA 1 Meios de transporte nos percursos de ida e de volta. meio de atualmente para ida atualmente para volta transporte freqüência % em 386 freqüência % em 385 a pé 80 20,73 70 18,18 bicicleta 4 1,04 6 1,56 carro 146 37,82 141 36,62 metrô 101 26,17 93 24,16 moto 6 1,55 7 1,82 ônibus 192 49,74 181 47,01 trem 16 4,15 13 3,38 Foram calculados os intervalos de confiança para a proporção de alunos que utilizam o carro como meio de transporte para ida e volta da universidade, respectivamente iguais a [0,3297 ; 0,4268] e [0,3180; 0,4144]. A tabela 2 apresenta os meios de transporte que seriam utilizados caso a estação de metrô junto ao Campus Itambé já estivesse em funcionamento. TABELA 2 Meios de transporte nos percursos de ida e de volta caso a nova estação já estivesse em funcionamento. para ida com estação para volta com estação meio de transporte freqüência % em 379 freqüência % em 378 a pé 59 15,57 58 15,34 bicicleta 5 1,32 5 1,32 carro 108 28,50 101 26,72 metrô 217 57,26 213 56,35 moto 6 1,58 6 1,59 ônibus 145 38,26 142 37,57 trem 15 3,96 14 3,70 Foram calculados os intervalos de confiança para a proporção de alunos que utilizariam o carro como meio de transporte para ida e volta da universidade se a estação de metrô estivesse funcionando, respectivamente iguais a [0,2394 ; 0,3306] e [0,2224; 0,3119]. Foi testado, ao nível de significância de 5%, se a proporção de alunos que utilizam carro como meio de transporte em seu percurso de ida e em seu percurso de volta diminuiria caso estivesse em funcionamento a estação de metrô junto ao Campus Itambé. A região crítica para a diferença das proporções para o percurso de ida é igual a R.C. = {diferença | diferença ≥ 0,0577} com a diferença encontrada igual a 0,0933. A região crítica para a diferença das proporções para o percurso de volta é igual a R.C. = {diferença | diferença ≥ 0,0435} com a diferença encontrada igual a 0,0990. Baseado nos valores observados e nas regiões críticas correspondentes, concluí-se que haveria diminuição nestas proporções. A tabela 3 apresenta os meios de transporte que seriam utilizados caso estivessem disponíveis armários seguros na unidade de estudo do aluno para que este pudesse deixar alguns pertences. TABELA 3 Meios de transporte nos percursos de ida e de volta caso houvessem armários seguros para utilização dos alunos. meio de para ida com armário para volta com armário transporte freqüência % em 382 freqüência % em 384 a pé 72 18,85 72 18,75 bicicleta 19 4,97 18 4,69 carro 103 26,96 102 26,56 metrô 142 37,17 144 37,50 moto 11 2,88 10 2,60 ônibus 165 43,19 165 42,97 trem 15 3,93 12 3,13 Foram calculados os intervalos de confiança para a proporção de alunos que utilizariam o carro como meio de transporte para ida e volta da universidade, respectivamente iguais a [0,2250 ; 0,3143] e [0,2213; 0,3099]. Foi testado, ao nível de significância de 5%, se a proporção de alunos que utilizam carro como meio de transporte em seu percurso de ida e em seu percurso de volta diminuiria caso os alunos tivessem disponíveis armários seguros em sua unidade de estudo. A região crítica para a diferença das proporções para o percurso de ida é igual a R.C. = {diferença | diferença ≥ 0,0575} com a diferença encontrada igual a 0,1086. A região crítica para a diferença das proporções para o percurso de volta é igual a R.C. = {diferença | diferença ≥ 0,0552} com a diferença encontrada igual a 0,1006. Baseado nos valores observados e nas regiões críticas correspondentes, concluí-se que haveria diminuição nestas proporções. A tabela 4 mostra quantos alunos declararam que passariam a também utilizar determinado meio de transporte e quantos alunos declararam que deixariam de utilizar determinado meio de transporte, em seu percurso de ida à universidade, se a estação de metrô junto ao Campus Itambé estivesse funcionando. Note que 68,60% dos alunos não acrescentariam nenhum tipo de meio de transporte aos atuais e 75,20% dos alunos não deixariam de utilizar algum meio de transporte atual. TABELA 4 Acréscimo e decréscimo no uso do meio de transporte no percurso de ida, caso a estação junto ao Campus Itambé estivesse em funcionamento. meio de acréscimo com metrô decréscimo com metrô transporte freqüência % em 379 % em 119 freqüência % em 379 % em 94 nenhum 260 68,60 285 75,20 a pé 1 0,26 0,84 20 5,28 21,28 bicicleta 1 0,26 0,84 0 0,00 0,00 carro 1 0,26 0,84 36 9,50 38,30 metrô 117 30,87 98,32 0 0,00 0,00 moto 0 0,00 0,00 0 0,00 0,00 ônibus 9 2,37 7,56 52 13,72 55,32 trem 2 0,53 1,68 3 0,79 3,19 Houve alunos que acrescentaram outros meios de transporte, que não o metrô, pois já o utilizavam. A nova estação traria alterações nos meios de transportes utilizados em conjunto com o metrô. O ônibus seria o segundo meio de transporte mais acrescentado ao uso diário (7,56%). O meio com maior decréscimo seria o ônibus (55,32%), seguido pelo carro (38,30%) e pela caminhada (21,28%). A tabela 5 mostra quantos alunos declararam que passariam a também utilizar determinado meio de transporte e quantos alunos declararam que deixariam de utilizar determinado meio de transporte em seu percurso de volta à universidade, se a estação de metrô junto ao Campus Itambé estivesse funcionando. Note que 67,46% dos alunos não acrescentariam nenhum tipo de meio de transporte aos atuais e 76,98% dos alunos não deixariam de utilizar algum meio de transporte atual. TABELA 5 Acréscimo e decréscimo no uso do meio de transporte no percurso de volta, caso a estação junto ao Campus Itambé estivesse em funcionamento. meio de acréscimo com metrô decréscimo com metrô transporte freqüência % em 378 % em 123 freqüência % em 378 % em 87 nenhum 255 67,46 291 76,98 a pé 1 0,26 0,81 13 3,44 14,94 bicicleta 0 0,00 0,00 1 0,26 1,15 carro 0 0,00 0,00 38 10,05 43,68 metrô 121 32,01 98,37 0 0,00 0,00 moto 1 0,26 0,81 2 0,53 2,30 ônibus 10 2,65 8,13 45 11,90 51,72 trem 2 0,53 1,63 1 0,26 1,15 O ônibus seria o segundo meio de transporte mais acrescentado ao uso diário (8,13%). O meio com maior decréscimo seria o ônibus (51,72%), seguido pelo carro (43,68%) e pela caminhada (14,94%). A tabela 6 mostra quantos alunos declararam que passariam a também utilizar determinado meio de transporte e quantos alunos declararam que deixariam de utilizar determinado meio de transporte, em seu percurso de ida à universidade, se houvesse armário seguro disponível para sua utilização em sua unidade de estudos. Note que 78,53% dos alunos não acrescentariam nenhum tipo de meio de transporte aos atuais e 77,49% dos alunos não deixariam de utilizar algum meio de transporte atual. transporte de ida e de volta para a universidade (63,92% para a ida e 64,43% para a volta). TABELA 6 TABELA 8 Acréscimo e decréscimo no uso do meio de transporte no percurso de ida, caso houvesse armário seguro disponível. Teste Quiquadrado de independência Variáveis P Conclusão sexo X carro ida 0,018 Rejeita-se H0 sexo X carro volta 0,038 Rejeita-se H0 veículo disponível x carro ida 0,000 Rejeita-se H0 veículo disponível x carro volta 0,000 Rejeita-se H0 faixa etária X carro ida 0,008 Rejeita-se H0 faixa etária X carro volta 0,002 Rejeita-se H0 curso X carro ida 0,000 Rejeita-se H0 curso X carro volta 0,000 Rejeita-se H0 opção pela bicicleta X carro ida 0,015 Rejeita-se H0 opção pela bicicleta X carro volta 0,054 Não se rejeita H0 veículo disponível x bicicleta 0,184 Não se rejeita H0 opção pela bicicleta X km ida 0,002 Rejeita-se H0 opção pela bicicleta X km volta 0,000 Rejeita-se H0 carro ida X km ida 0,076 Não se rejeita H0 carro volta X km volta 0,105 Não se rejeita H0 opção pela moto X carro ida 0,046 Rejeita-se H0 opção pela moto X carro volta 0,081 Não se rejeita H0 veículo disponível X opção pela moto 0,506 Não se rejeita H0 opção pela moto X km ida 0,154 Não se rejeita H0 opção pela moto X km volta 0,032 Rejeita-se H0 meio de acréscimo com armário transporte freqüência % em 382 % em 82 nenhum 300 78,53 a pé 6 1,57 7,32 bicicleta 15 3,93 18,29 carro 0 0,00 0,00 metrô 51 13,35 62,20 moto 6 1,57 7,32 ônibus 13 3,40 15,85 trem 3 0,79 3,66 decréscimo com armário freqüência % em 379 % em 86 296 77,49 13 3,40 15,12 0 0,00 0,00 42 10,99 48,84 8 2,09 9,30 1 0,26 1,16 37 9,69 43,02 4 1,05 4,65 O metrô seria o meio de transporte mais acrescentado (62,20%), seguido pela bicicleta (18,29%) e pelo ônibus (15,85%). O meio de transporte com maior decréscimo seria o carro (48,84%), seguido pelo ônibus (43,02%) e pela caminhada (15,12%). A tabela 7 mostra quantos alunos declararam que passariam a também utilizar determinado meio de transporte e quantos alunos declararam que deixariam de utilizar determinado meio de transporte, em seu percurso de volta à universidade, se houvesse armário seguro disponível para sua utilização em sua unidade de estudos. Note que 77,34% dos alunos não acrescentariam nenhum tipo de meio de transporte aos atuais e 80,73% dos alunos não deixariam de utilizar algum meio de transporte atual. TABELA 7 Acréscimo e decréscimo no uso do meio de transporte no percurso de volta, caso houvesse armário seguro disponível. meio de acréscimo com armário transporte freqüência % em 384 % em 87 nenhum 297 77,34 a pé 6 1,56 6,90 bicicleta 13 3,39 14,94 carro 0 0,00 0,00 metrô 55 14,32 63,22 moto 4 1,04 4,60 ônibus 17 4,43 19,54 trem 3 0,78 3,45 decréscimo com armário freqüência % em 384 % em 74 310 80,73 6 1,56 8,11 1 0,26 1,35 38 9,90 51,35 6 1,56 8,11 1 0,26 1,35 32 8,33 43,24 4 1,04 5,41 O metrô seria o meio de transporte mais acrescentado (63,22%), seguido pelo ônibus (19,54%) e pela bicicleta (14,94%). O meio de transporte com maior decréscimo seria o carro (51,35%), seguido pelo ônibus (43,24%) e pela caminhada e metrô (8,11%). A tabela 8 apresenta os resultados dos testes de hipótese realizados para testar a hipótese nula H0 de independência entre um par de variáveis aleatórias. Ao analisar as tabelas de contingência com seus valores observados e esperados para cada teste de independência entre um par de variáveis aleatórias realizado, podemos concluir que: Mulheres utilizam mais que o esperado o carro como meio de transporte de ida e de volta para a universidade. Os alunos que tem veículo disponível para seu uso utilizam mais que o esperado o carro como meio de Os alunos mais jovens (até 22 anos) utilizam menos que o esperado o carro como meio de transporte de ida e de volta para a universidade. Os alunos do curso de Engenharia Civil utilizam mais que o esperado o carro como meio de transporte para a universidade e os alunos do curso de Engenharia Elétrica utilizam menos que o esperado o carro como meio de transporte para a universidade, tanto para o percurso de ida como para o percurso de volta. Os alunos que utilizam o carro como meio de transporte de ida para a universidade optariam menos que o esperado pelo uso da bicicleta, caso houvesse, sob a supervisão da universidade, estacionamento para a mesma. Os alunos que percorrem percursos menores (menos de 10 km) de ida e de volta para a universidade optariam mais que o esperado pelo uso da bicicleta, caso houvesse, sob a supervisão da universidade, estacionamento para a mesma. Já os alunos que percorrem percursos maiores (mais de 30 km) de ida e de volta para a universidade optariam menos que o esperado pelo uso da bicicleta, caso houvesse, sob a supervisão da universidade, estacionamento para a mesma. Os alunos que utilizam o carro como meio de transporte de ida para a universidade optariam menos que o esperado pelo uso da moto, caso houvesse, sob a supervisão da universidade, estacionamento para a mesma. Os alunos que percorrem percursos de 20 a 30 km de volta para a universidade optariam mais que o esperado pelo uso da moto, caso houvesse, sob a supervisão da universidade, estacionamento para a mesma. Já os alunos que percorrem percursos de 30 a 50 km de volta para a universidade optariam menos que o esperado pelo uso da moto, caso houvesse, sob a supervisão da universidade, estacionamento para a mesma. CONCLUSÕES Caso estivesse em funcionamento a estação de metrô junto ao Campus Itambé e caso houvesse um armário seguro na unidade de estudo do aluno para que ele pudesse deixar seus pertences, haveria diminuição na proporção de alunos que utilizam carro como meio de transporte em seu percurso de ida e de volta para a universidade. A estação de metrô próxima ao Campus levaria a uma diminuição do uso de ônibus, carro e caminhada, tanto para percursos de ida como para percursos de volta da universidade. Já a possibilidade de utilização de armário seguro na unidade de estudo levaria a um aumento no uso do metrô e ônibus provavelmente devido à diminuição no uso do carro e a um aumento da caminhada substituindo o ônibus. O carro é mais utilizado que o esperado, nos trajetos de ida e de volta da universidade por alunos do sexo feminino e por alunos com mais de 22 anos. Quem utiliza o carro em seu percurso de ida para a universidade optaria menos que o esperado pelo uso da bicicleta e da moto, se houvesse estacionamento para tais veículos sob a supervisão da universidade. Os alunos que percorrem distâncias menores que 10 km (31,07% dos alunos) optariam mais pelo uso da bicicleta caso houvesse estacionamento sob a supervisão da universidade e os alunos que percorrem distâncias entre 20 e 30 km (18,54% dos alunos) optariam mais pelo uso da moto caso houvesse estacionamento sob a supervisão da universidade O estudo mostra que medidas simples podem trazer uma diminuição efetiva no uso do carro como meio de transporte dos alunos, contribuindo para uma melhora ambiental na região da universidade. AGRADECIMENTOS As autoras agradecem à direção e aos professores da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie pelo apoio recebido para a realização desta pesquisa. REFERÊNCIAS [1] ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES PÚBLICOS ANTP, Transporte humano: cidades com qualidade de vida. 2. ed. São Paulo: ANTP, 1997. [2] FORWARD, S. Behavioural factors affecting modal choice. Swedish National Road Transport Institute, Linkoping, Sweden, 1998. 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