ARUN
9 788599 456019
O TAO DO VIOLÃO
I SBN 85 - 99456 - 01 - 6
O TAO DO VIOLÃO
ARUN
Brasília | DF | 2005
O Tao do Violão
© Roberto Pereira, 1999-2005
www.arun.com.br
Citações de Osho com a permissão da Osho International Foundation, www.osho.com.
Para mais informações, ver o site, também disponível em português.
Citações do romance Iniciação, de Elisabeth Haich,
utilizadas com a permissão da Editora Cultrix/Pensamento.
Citações com permissão da Agni Yoga Society, © copyright da Agni Yoga Society,
www.agniyoga.com
Glossário inspirado no dicionário on-line do site www.mailu.hpg.ig.com.br
Revisão final:
Luís Eduardo da Silva
Tradução das citações:
Rafael Godinho
Projeto gráfico e diagramação:
Marcos Hartwich
Ilustrações:
Raphael Caron Freitas
Fotos:
Mila Petrillo, Fábio Resck & José Rosa
Catalogação na fonte
P4141
Pereira, Roberto Pinto (Arun)
O Tao do Violão / Roberto Pinto Pereira. Revisão: Luís Eduardo da Silva
– Brasília: RADHA – Rede de Amigos da Holoarte, 2005.
193 p. ; il.
Bibliografia: p. 157
Glossário: p. 163
Apêndice: p. 191
ISBN: 85-99456-01-6
1. Música 2. Auto-ajuda 3. Meditação I. Título
CDD 780
Vedada, nos termos da lei, a reprodução total ou parcial deste livro,
sem a autorização do autor e da Editora.
Ao meu pai, Ritacínio Ramos Pereira (1915 – 2002)
À minha Sophia, mais querida da Vida!
Projeto patrocinado pelo Fundo da Arte e da Cultura - FAC - SEC/DF
Apoio:
www.sagres.com.br | Navegando com arte
www.portadachapada.com.br | O paraíso da chapada
SUMÁRIO
Agradecimentos ........................................................................................ 9
Apresentação .............................................................................................. 11
Nota introdutória .................................................................................... 13
1ª PARTE
ASPECTOS EXISTENCIAIS DA MÚSICA ....................... 15
Capítulo 1
Fundamental ............................................................................................... 17
Capítulo 2
AUM – A Vibração Original
e suas Propriedades Divinas ........................................................ 23
Capítulo 3
A Importância da Música ............................................................... 37
Capítulo 4
O Profundo Bem-estar ...................................................................... 41
Capítulo 5
O Corpo Cósmico .................................................................................... 49
Capítulo 6
A Voz ................................................................................................................. 63
RITUAL DA PASSAGEM ............................................................... 71
Capítulo 7
Sexo, o Ponto de Equilíbrio ........................................................... 73
2ª PARTE
ASPECTOS RACIONAIS DA MÚSICA .............................. 81
Capítulo 8
A Racionalização da Música ........................................................ 83
Capítulo 9
O Violão ........................................................................................................... 97
Capítulo 10
MPB Cósmica ............................................................................................. 123
Capítulo 11
Viajando no Som .................................................................................... 129
Capítulo 12
Arte Objetiva ............................................................................................... 141
Capítulo 13
Páginas de vida.......................................................................................... 149
Referências Bibliográficas ............................................................. 157
Glossário ........................................................................................................ 163
Apêndice
Produtos Radha ....................................................................................... 191
AGRADECIMENTOS
O Tao
do Violão
Arun
A minha mãezinha Olívia, prof. Turibio Santos, sra. Suely e sr. Sepúlveda Pertence, sra. Maria
Eliane Menezes de Farias, sr. Sebastião Cabral, resort
Portal da Chapada (Alto Paraíso de Goiás/GO); Ermeli
Schrammel & Cildemac Marques, José Hilário da Silva Rego, Ilve e equipe Sagres Internet & Comunicação (Brasília/DF); luthier Jó Nunes (RJ), sr. Alexandre
Mendonça dos Santos, sra. Suely Lemos, Alfamet Fundição e Loja Alemdalenda (Taguatinga/DF), sr. José
Antonio Azevedo de Oliveira, o Zé;
Às seguintes instituições e seus
representantes: Ana Cristina Ribeiro da Cunha, Silvia
Sardinha, Raimundo de Souza, Reinaldo Vieira e toda
equipe da CAIXA; Maria Gil e toda equipe do Sr.
Ministro Gilberto Gil, Ministério da Cultura; Alexandre
Alves Silva e equipe Aden Violões (Taguatinga/DF);
Luiz Henrique dos Santos, Néctar – Instituto de
Terapias Naturais (Brasília/DF); Andréa dos Santos,
Fermata do Brasil; Tereza Bezerra, Tanira Azevedo,
Irene Borges e toda equipe do sr. Secretário Pedro
Henrique Bório, Secretaria de Estado de Cultura – DF;
Klaus Steeg, Osho International Foundation; Daniel
Entin, Agni Yoga Society; Cidinha, Editora Cultrix/
9
Pensamento; Robert Archigian, La Bella Strings; Frau Dr. Ina Raphael Caron Freitas,
Kleber Lima, Rafael Godinho, Órion e Pritama (primeiros revisores do texto), Jorge
Macarrão, Bené Fonteles, Dulce Schunck, Leander Motta, Johnny Rodergas, Claudio
Vinícius; Galli, Jaime Ernest Dias; Carolina Sena, Cristiano Gomes, Luciana Martuchelli
e equipe TAO Filmes; Mila Petrillo, Alvo Invísivel Imagem Texto; José Rosa, Imaginar
Estúdio Fotográfico; Bohumil Med, Musimed; Rinaldo Feitosa; Charles, Aninha e equipe
Movimento Calango;
Pela vida: Márcia Pompeu, Maguinha (Jackson!), Amanda Mota; Soraya & Ruy,
Instituto Dalcídio Jurandir/RJ; Dilmeire Alves da Silva, DAS Bucal (Taguatinga/DF); Gisele
(in memorian) e Valdir, Restaurante Alimenta (Teatro Nacional de Brasília); Deborah
Green, Rosângela Cunha Campos, Mardava, Rasa Vilasini; Mestre Francisco (in memorian)
e irmandade Centro de Cultura Cósmica; Venícius e irmandade Centro de Harmonização
Interior Essência Divina; irmandades Céu do Planalto e Divina Luz; Iran e Fraternidade
Rosa da Vida; Vítor, Ken, Greg, Natasha e amigos A Tribo; Suparni, Radha, Darshana,
Nishanto, Naná, Zahir, Jade, Marina, Maria, Joca, Ananda, Gouranga, Daniel;
O Tao
do Violão
Arun
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Pela presença: Airton Garcia de Lima; Braga; Flavio Fonseca,
www.musicexpress.com.br; Bel, Pipasa, Renascer na Luz; Grauben; Celinha Ventura;
Neuzinha & Tom, Pousada Casa das Flores; Marcos, Pousada Águas de Março; Nartan e
equipe Guia Lótus; Jurema & Sérgio, Restaurante Flor de Lótus; Rubens Carvalho, Gate’s
Pub; Edom e equipe Computer Shopping; Adriano Albuquerque, Avalon Escritório Cultural;
Adalberto Fiore, Pier 21; Nilda Fernandes, Centro Educacional de Yoga Ramana Maharishi;
Priscila Montenegro, Manu, Kenya Rosa, Dojival Vieira, Prashanti, Mati, Shyama, Niskama,
dra. Enadir Silveira Trípoli, Raji, Vimukta, Rashke, Caiê Milfont, Vital Lima e amigos por esse
Brasil afora; Dedé & Bert Schröer, Isolino Gomes, Tilasmi, Viren, Anam, Frauke Gerstenberg;
Andreas Hommelsheim, Blackbird Musik Verlag und Produktion - Berlin; Frau Klein, Klaus
Michael Krause, Carlo Domeniconi, Hochschule der Künste - Berlin; Manik & Sohan,
Zahira, Rishi, Amana, Premal, Miten, Satyaa e amigos por esse mundo afora; ao povo
brasileiro e seu coração de ouro: Alfredo, Milton, Nando, Narrita, Paulo, Zeca; Zezé, Sidinho,
Dorinha, Deuso, Sol, Venúsia, Estrela, Narciso, tia Fifi, Zé Roberto, Margarida, e toda a raiz!;
Marisa (in memorian), Marcelo Mariano, João Luís Curvo e família, Patrícia Durães, Délia
Fischer, Carlinhos Soares, Lena, Gratiela, Nilson, Hercélio, Ricardo “Fio”, Marco Pires e
família, Shasho (in memorian), Ivonaldo, d. Ieda & seu Túlio, Izabel, Guto;
À lágrima clara sobre a pele escura: Villa-Lobos, Pixinguinha, Garoto, Cartola,
Baden Powell, João Gilberto, Tom Jobim, Chico Buarque, Paulinho da Viola, d. Ivone Lara,
Jorge Benjor, Caetano, Gil, Clara Nunes!!!
À civilização védica, que nos legou a grande maioria dos instrumentos musicais
e seu uso divino. Shiva, Krishna, Patanjali, Lao Tsé, Chuang Tsé, Gautama, o Buda,
Bodhidharma, Rinzai, Pitágoras, Sócrates, Heráclito, Jesus de Nazaré, Osho, Gurdjieff,
Ramakrishna, e Mestres Irineu e Gabriel, do coração do Brasil!!!
Aos tantos outros amigos, que estão na jornada, que fazem parte da equipe
cósmica!!!
Toda minha gratidão!!!
APRESENTAÇÃO
O Tao
do Violão
Arun
Recebi seu projeto “O Tao do Violão”, em que
este instrumento é utilizado de forma original.
Segundo sua concepção, a abordagem holística
do violão permite – através de uma afinação
meditativa – a todos o acesso à experiência musical.
Foi-me importante saber que seu método,
desenvolvido durante longo aprendizado com mestres
consagrados, entre eles Turibio Santos, foi refinado
em conceituada escola de música alemã.
O projeto, além de seu inequívoco valor
cultural, tem a característica de propiciar o hábito da
introspecção e da meditação, que tendem a levar as
pessoas a um profundo bem-estar. No mundo atual,
em que o stress se tornou um lugar comum, a sua
proposta certamente encontrará um público ávido para
usufruí-la.
Por esses motivos posso antever o sucesso do
lançamento do seu livro/CD, que possibilitará a todos
um enriquecimento não apenas intelectual, mas
também espiritual, de que tanto carecem as pessoas
e o mundo atual.”
Gilberto Gil Moreira
Ministro de Estado da Cultura
11
Arun no gabinete entregando o violinho encomendado
pelo Ministro.
Roberto Pereira – ARUN – estudou comigo alguns anos e sua extraordinária
criatividade sempre me chamou a atenção.
Essa criatividade alimenta o seu cd "Tamboura Guitar" e seu projeto "O Tao do
Violão".
Suas qualidades de músico se enriqueceram na Índia, de onde Roberto voltou
Arun.
E, já no Brasil, somou a Índia à MPB e criou o "Violinho", encantador instrumento
destinado a preencher seus projetos de vida e de música.
Rio de Janeiro, 11/11/2003
Turibio Santos
NOTA
INTRODUTÓRIA
O Tao
do Violão
Arun
O livro aborda perspectivas essenciais da
música: a existencial e a racional.
Os capítulos estão dispostos enfatizando a
analogia espectro zodiacal/escala musical cromática,
para facilitar o aprendizado musical, e sua
conseqüente memorização.
A dimensão sexual–cuja raiz latina é
separação, divisão – é apresentada tal a linha divisória
entre as metades complementares da Unidade Divina.
Nos capítulos de 1 a 6, as questões existenciais
da música, e de 8 a 13 as racionais, que culminam na
fusão de ambas para a expansão da consciência...
Um Glossário foi elaborado para facilitar o
estudo do leitor, e contém os termos musicais e
existenciais utilizados.
13
1ª PARTE
ASPECTOS EXISTENCIAIS
DA MÚSICA
Capítulo 1
Fundamental
"Áries faz com que algo apareça no mundo, faz
com que nasça. O nascimento ocorre mesmo que
não coincida com o signo de Áries! Pois, cada
nascimento, independentemente do mundo
exterior e devidamente independente dos signos,
traz dentro de si a força inicial e a essa força
chamamos Áries, tanto no conjunto de astros como
no íntimo de cada ser individual. Trata-se do
absoluto do Carneiro em cada forma criada. E o
mesmo acontece exatamente com todas as outras
constelações, com todas as manifestações de vida
e com todos os aspectos das Quatro Faces de Deus.
Sempre existe uma manifestação interior, absoluta,
e uma manifestação exterior, relativa" (*1).
Intervalo natural: Fundamental ou tônica
Grau na escala cromática: 1
Essência: Áries
Nota no universo de D (ré): D
Nota no universo de C (dó): C
Cultura: do al. Kultur: O aperfeiçoamento do espírito
humano de um povo; 'lavoura, cultivo dos campos';
'instrução, conhecimentos adquiridos'. Enciclopédia
Mirador Internacional
Cultura: Antigamente não se usava cultura senão
para as cousas do espírito. Atualmente passou designar
também qualquer cuidado ou esforço para adquirir
aperfeiçoamento.
Dicionário Silveira Bueno
Cultura: (...) Forma ou etapa evolutiva das tradições e
valores morais, intelectuais, espirituais (de um lugar
ou período específico)...
Dicionário Houaiss
Quem não gostaria de pegar num violão e entoar um som harmônico e melodioso? Acredito que muitos, muitos mesmo, apreciariam esta experiência. Quantos até
compraram um violão, e entraram em alguma escola, mas esbarraram na imensa dificuldade de se integrar ao instrumento?... O violão, apesar de sua notável popularidade,
só perde em grau de dificuldade para o violino, como se diz. Soma-se a isso, ainda, o
fato de que, no Ocidente, transmite-se o conhecimento desses instrumentos quase que
unicamente através de aspectos técnicos e teóricos, fazendo com que só os mais
talentosos – os que já têm jeito para a coisa... – consigam produzir algo harmônico com
esse saber. Como se fôssemos ensinar futebol por meio de polichinelos, flexões e abdominais, indiferentes à dimensão do brincar. A dimensão do brincar, da inspiração e da
aspiração ao mais alto, tem ficado muito esquecida, aqui no Ocidente. Passei anos sem
tocar profissionalmente, somente experimentando as técnicas de meditação de Osho, e
tentando compreender o Seu conceito de meditação.
"No oriente, a música sempre foi utilizada como
apoio para a meditação. É difícil lutar com a mente
e seu constante fluxo de pensamentos, mas estando absorto numa linda melodia, faz com que
todos os pensamentos desapareçam. Música é
som, mas o som pode ser usado de tal forma que
cria o silêncio; esta é a arte maior" (Osho *1).
Quando quis retornar à atividade musical, quis fazê-lo de forma que eu, minha
mente, meu fazer, não interferissem; que eu pudesse mais ouvir que ser ouvido, mais
inspirar do que impor. E me deparei com esta afinação simples, que chamo de "afinação
meditativa": uma forma mais elementar de introdução a este instrumento tão popular.
Esta afinação, aplicada ao instrumento, versátil, parte inseparável de uma cultura musical de riqueza incomparável, a brasileira, me trouxe resultados surpreendentes. É fascinante o crescimento musical e pessoal que se obtém, através desta visão, e me fascina
ainda mais ver os alunos, iniciantes na maioria, já nas primeiras aulas viajarem como
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crianças, nos sons que eles mesmos produzem, e cantam! Resgatar todos esses violões, que
estão em algum lugar das casas, guardados e empoeirados, e ouvi-los soando, criando
alegria e harmonia para a Totalidade, realmente me faz sentir em pleno vôo! O que significa que todos podem se transformar, por intermédio desta abordagem. Orientar novos
patamares em suas vidas, com uma ferramenta simples, que desenvolve a própria
musicalidade, voz, aprofunda a percepção e o sentimento de bem-estar, com alegria e
elevação. A partir daí, acessar o cerne da cultura musical universal se torna bem mais fácil,
inclusive da nossa música brasileira.
Duas questões básicas, a respeito da evolução da Música no Planeta Terra, estão
sendo abordadas neste livro. A primeira é a questão existencial: os sons produzidos
musicalmente tocam a alma profundamente. Isso só é possível porque somos e vivemos
em um mar de vibrações...
A história nos mostra que a música tem sempre sido utilizada em associação com
a religiosidade, conectando o homem com a dimensão do seu potencial intuitivo. Esta
questão tem se tornado cada vez mais compreensível.
A segunda questão é a da racionalização da música. Que acontece na medida
que o homem começa a se dedicar especificamente ao estudo do fenômeno sonoro, à
fabricação de instrumentos e à notação musical.
A utilização intuitiva, ou existencial, tem o seu ápice no Oriente, mais especificamente na Índia, como apoio à busca espiritual. A abordagem racional da música irrompe
no ambiente da civilização grega, florescendo no Ocidente. Juntas, intuição e razão
podem elevar o homem a um novo degrau evolutivo. A ciência da interioridade, que
propicia a comunhão com o Todo, desabrocha como Religião, no Oriente. A ciência da
exterioridade, que permite a análise das partes componentes, desabrocha como
tecnologia, no Ocidente. Utilizaremos o violão, que é um produto típico da cultura ocidental, de linguagem racionalizada, como ferramenta auxiliar para vivenciarmos a existência física, espiritual e cósmica – o hólos grego.
O bem-estar, a beleza e a harmonia com o infinito
Revelaremos o violão como ferramenta de apoio ao autoconhecimento e ao bemestar, por um lado integrando a voz e a musicalidade plenamente no corpo e nos sentidos,
e por outro promovendo a experiência profunda da própria essência, expandindo a consciência criativa e lúdica do aprendiz. Nós nos dirigimos aos adultos, aos jovens e à Melhor
Idade, àqueles que anseiam pela musicalização plena. Através da abordagem proposta, o
som original do instrumento, como é apresentado, ou seja, na afinação meditativa, pode
levar a uma imersão deliciosa no momento presente, no agora, e essa experiência integra
os elementos inconscientes da música com a percepção consciente do indivíduo, abrindo
caminho para habilidades potenciais até então adormecidas. A experiência musical intuitiva servirá de base ao ingresso no reino interior, e essa experiência – que se utiliza profundamente do aparelho auditivo – auxilia no desenvolvimento dos dons musicais e espirituais. Alcançaremos, então, por meio do som das cordas soltas do violão – com a afinação
meditativa... –, que lembra a harpa angelical etérea!!, e mais a compreensão adquirida nas
técnicas de meditação, aqui apresentadas, um reencontro com a Vida Interior, o Seu deleite
e a Sua expressão amorosa, no viver de cada dia. Começaremos falando dos aspectos
existenciais da música e, em seguida, dos aspectos racionais, de fundamental importância
para o aprofundamento da experiência, que é cósmica, culminando com a fusão de ambos
os conceitos, existencial e racional, no objetivo do maior equilíbrio com a própria natureza.
"(...) Vocês se referem freqüentemente à palavra
cultura; ela significa o culto à Luz. Eu vos recordo
de quão grande é a responsabilidade de todos ante
a Luz, pois cada pensamento pode tanto obscurecer como purificar espaços. Lembremo-nos, pois"
(Agni Yoga *1).
Vamos ver, então, a origem ômnica (relativa ao OM1, o som original) da nossa
existência.
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1
OM, representação fonética do som original, também grafada AUM – veja capítulo 2.
Capítulo 2
AUM –
A Vibração
Original e suas
Propriedades
Divinas
"Onde cada ser vivo nasce, ali ele terá de deitar
raízes. Isso acontece com a ajuda de Touro. A nova
criatura come e assimila o alimento. Dessa forma
se estabelece a ligação material com este mundo,
criando-se uma linha de apoio para o corpo" (*1).
Intervalo natural: Segunda menor
Grau na escala cromática: 2
Essência: Touro
Nota no universo de D (ré): Eb
Nota no universo de C (dó): Db
"Portanto, Nada Brahma não significa apenas
Deus, o Criador. É som, mas, também, e acima de
tudo: a criação, o cosmos. O mundo é som. E o
som é mundo. Mas Nada Brahma também significa que o som é alegria. E até o vazio é som.
Enfim: o espírito e a alma são som" (*3).
"AUM é o som primordial do qual consiste todo
o universo; somos feitos de música. Desta forma, se nos movermos totalmente rumo a qualquer direção ou coisa, apenas a música restará
e tudo mais desaparecerá, porque a música é
nosso elemento constituinte; todo o restante é
arbitrário, artificial, inventado. Apenas a música escondida em nossas almas não é inventada, é parte de Deus. Deus é o músico e nós somos Sua música. Ele é o bailarino e nós somos
Sua coreografia. Ele é o poeta, e nós, Sua poesia. Ele é o cantor e nós, Sua canção. Este é o
significado de AUM" (Osho *2).
A oração que deu origem ao Pai Nosso merece ser citada:
"Pai-Mãe, Respiração da Vida, Fonte do Som,
Ação Sem Palavras, Criador do Cosmos! Faça
sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora
de nós, para que possamos torná-la útil. Ajude-nos a seguir nosso caminho respirando apenas o sentimento que emana de Você. Nosso
eu, no mesmo passo, possa estar com Você, para
que caminhemos como Reis e Rainhas com todas as outras criaturas. Que o Seu e o nosso
desejo sejam um só, em toda a Luz, assim como
em todas as formas, em toda existência individual, assim como em todas as comunidades.
Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,
pois assim sentiremos a Sabedoria que existe
em tudo. Não permita que a superficialidade e
a aparência das coisas do mundo nos iludam, e
nos liberte de tudo aquilo que impede nosso
crescimento. Não nos deixe ser tomados pelo
esquecimento de que Você é o Poder e a Glória
do Mundo, a Canção que se renova de tempos
em tempos e que a tudo embeleza. Possa o Seu
amor ser o solo onde crescem nossas ações.
AMÉM" ( *19).
O Tao
do Violão
Arun
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"Abvum d'bashmaia
Netcádash shimóch
Tetê malcutách Una
Nehuê tcevianách aicana
d'bashimáia af b'arha
Hôvlan lácma d'suncanán
Iaomána
Uashbocan háubein uahtehin
Aicána dáf quinan shbuocán
L'haiabéin
Uêla tahlan l'nesiúna.
Êla patssan min bíxa
Metúl dilahie malcutá
Uaháila
Uateshbúcta láhlám.
ALMÍN."
O Tao
do Violão
Arun
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Para falarmos em música, dentro de uma visão profunda e abrangente, seu lugar,
sua importância no desenvolvimento do ser humano, sua existência, é necessária uma
reflexão sobre a fonte de toda a criação, o centro de onde tudo se irradia. Fazendo assim,
iremos compreender por que a música, desde sempre, está associada a um intercâmbio
com outras dimensões, como também o porquê da sua tendência natural – quando é "bela",
bem proporcionada, harmônica em suas "medidas" – de nos remeter a estados de profundo
bem-estar.
A natureza está cheia destes exemplos da grande ordem e perfeição das proporções divinas: o arco-íris, a abóbada celeste, as espirais das conchas marinhas, as órbitas
planetárias. Estes são exemplos dos objetos de estudo da geometria sagrada.
Figuras 1 e 33: A proporção obtida pela divisão de uma linha em duas partes diferentes, de tal forma que
a razão entre a porção menor e a maior é idêntica à razão existente entre a porção maior e a linha inteira
é conhecida como "seção áurea", uma teoria matemática da proporção perfeita. "Matematicamente
falando, é realmente uma proporção de extraordinária beleza e perfeição" (Rudolf Wittkower).
A proporção "irracional" (de aproximadamente 0,618:1) aproxima-se cada vez mais dela. Foi primeiramente
discutida por Euclides e mais tarde descoberta pelo matemático italiano Fibonacci (1175-1230), que propôs a
razão entre os números consecutivos – que começa com 1,1 e continua adicionando – se os últimos dois
números para se obter o próximo na seqüência, ou seja: 1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89... A "Série de Fibonacci" é
encontrada na natureza no arranjo dos pinhões, no cone da pinha e no arranjo das sementes do girassol;
portanto tem uma base na natureza.
Figura 22: A figura humana de Vitrúvio desenhada por Leonardo da Vinci (1452-1519).
Os oito trigramas do I Ching
Antes de analisarmos o fenômeno musical em si, e entrarmos no assunto "violão", relembraremos essa fonte de tudo, esse som original, o centro da irradiação eterna.
Esta descrição está nas grandes obras da antigüidade, a Bíblia, o Rig Veda, e também
confirmada nas mais recentes descobertas da ciência acadêmica, de que tudo é energia,
de que tudo é vibração. Esta vibração, este "verbo", este som original, este núcleo irradia
suas propriedades divinas de amor, de perfeição, de beleza, de harmonia, para todas as
coisas universais, fazendo com que tudo seja também energia regida por essas mesmas
leis. Assim, a vida do universo multidimensional é uma teia de vibrações, com ciclos
dentro de ciclos, mundos dentro de mundos, sistemas dentro de sistemas, cujo som
original é Deus, nota fundamental que permeia tudo com a Sua essência. As flores, os
animais, os planetas e suas órbitas, as constelações, os sistemas, os sóis são movimentos
cósmicos com ritmo e periodicidade, todos regidos pela vibração mais pura do som
original. Essas "mensagens" divinas aparecem, em todas as coisas, em forma de geometria sagrada, espirais e ciclos de oitavas. O conceito AUM servirá de base para entendermos as medidas divinas com suas infinitas espirais: os harmônicos do fenômeno sonoro, o código DNA, o I Ching, a notação binária, elementos da cosmologia Maia e da
astrologia tradicional, e outras formas evidentes da grande ordem sincrônica divina.
"Este sutil 'zumbir' vem sendo ouvido há séculos
por meditadores. No Oriente, um nome especial
lhe foi dado, OM. Não é precisamente OM, mas
algo similar (...) qualquer um que se torne extremamente silencioso (...) é o próprio silêncio a cantar, é a canção do silêncio" (Osho *3).
"O símbolo AUM, então, consiste de quatro elementos. Três deles são os sons básicos: aa-uumm – A, U, M. Estes são os sons básicos; todos os
outros sons são derivados destes três sons. Esta
é a real trindade, a trindade dos sons. Todos estes
três sons emergiram a partir do quarto, porém o
quarto é inaudível, não pode ser escutado. O quarto som é representado apenas por um ponto; este
ponto é denominado anuswar (...)
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do Violão
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O Tao
do Violão
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28
(...) Você também pode pensar nisto de outra maneira: marque um ponto em uma folha de papel –
este é o centro – e então desenhe três círculos concêntricos à sua volta. O último círculo concêntrico,
o maior deles, será A, o primeiro. O segundo círculo, U, estará exatamente entre o primeiro e o terceiro. E então o terceiro círculo concêntrico, mais
próximo do ponto, do cerne, será M. E o ponto – o
centro de todos estes três círculos concêntricos,
destas três circunferências – é o anuswar: o som
mudo; o que os Mestres Zen chamam de 'o som de
uma mão batendo palmas'. A Mandukya Upanishad2
o denomina 'o quarto' – turiya – sem outorgar a
ele nome algum, mas simplesmente um número (...)
2
As Upanishads são a essência filosófica da milenar sabedoria dos Vedas, na tradição espiritual da Índia. Esta Upanishad é
considerada a essência dos ensinamentos contidos em todas as 108 Upanishads, e seu tema central é a sílaba mística OM.
O texto trata primeiramente do OM, segundo a doutrina dos três estados, vigília, sonho e sono sem sonho, passando a se
referir ao quarto estado de consciência por Turya, situado além dos três citados (*14).
(...) Os três, os três primeiros sons, representam seus
três estados, e o quarto, sua natureza interior. O
ser humano é também exatamente como o AUM,
um universo em miniatura. Se pudermos decifrar o
ser humano, seremos capazes de decifrar toda a
existência. Se pudermos conhecer uma única gota
de orvalho em sua totalidade, teremos conhecido
todos os oceanos, pois teremos dissecado uma
única partícula que contém o segredo de todos os
oceanos. Chegaremos ao conhecimento da
fórmula H2O, e este é o segredo" (Osho *4).
A música nos ajuda, e muito, a decifrar o que somos. A essência ômnica se
ramifica dando nascimento a tudo que existe. O homem tem procurado simbolizá-la de
diversas maneiras: a concepção ancestral do OM, a da sabedoria milenar chinesa do Yin
e do Yang, a maia do Hunab Ku são algumas destas formas. Vamos nos guiar por elas
para entendermos como nasceu a linguagem musical moderna.
"A teoria do Yin e do Yang por certo deve muito aos músicos – mais ainda,
talvez, do que aos astrônomos e aos adivinhos" (*12).
O Tao
do Violão
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A concepção do Yin e do Yang
"De cada ponto do universo Deus se manifesta como
quádruplo. Em cada uma das quatro direções da
Terra e do Céu Ele se irradia com um efeito diferente.
E como esses fluxos de energia, que embora originados do mesmo ponto, são tão diferentes, provêm todos de uma unidade paradisíaca, podemos
representá-los como se fossem quatro grandes rios
que brotam do centro do paraíso, onde estão
enraizadas a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal, e correm para o mundo
exterior em quatro direções diferentes" (*1).
Símbolo Maia do sol central: Hunab Ku,
com as quatro direções de efeitos
distintos: Sul, fogo; Leste, água; Norte,
ar; Oeste, terra.
O princípio dos pólos opostos complementares é o que se apresenta aqui.
"São as quatro manifestações divinas, cada uma
contendo os três aspectos originais de Deus" (*1).
A partir daqui já podemos conceber a fórmula contida em todos os seres e coisas do universo tridimensional.
O Tao
do Violão
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"Como mostra a representação simbólica da pirâmide, cada uma das Quatro Faces de Deus contém
os três aspectos divinos. Isso resulta em uma manifestação duodécupla, presente em cada ponto do
universo e atuante em tudo o que existe, a começar das criaturas individuais que vivem nos planetas, mas também nos próprios planetas, nos sóis,
nos sistemas solares, nos sistemas universais e em
todo o universo, exatamente como pequenos círculos dentro de maiores, e círculos maiores dentro
de círculos ainda maiores, continuando assim até
o infinito. Se você conhecer um desses círculos,
conhecerá a estrutura interior não apenas de todo
o universo, mas também de cada ser vivo. Pois todo
o universo visível está fundamentado nessa manifestação duodécupla de Deus" (*1).
No Zodíaco encontramos o sentido análogo à linguagem musical moderna.
Quando passarmos à prática musical, encontraremos uma profunda analogia sonora
com a linguagem energética do Zodíaco. Vamos ouvir o que é uma dissonância ou uma
consonância, o que é Yin ou Yang, fogo ou água, e essa perspectiva, em analogia com
os ciclos divinos, trará um imenso significado ao nosso desenvolvimento musical e
espiritual3. Explicar como fazer música para o bem-estar é mostrar simplesmente essas
medidas regulares presentes em toda a cadeia da vida, que a tornam "cadeia" e "vida", a
roda perpétua, samsara, segundo os orientais: os ciclos de morte e renascimento até a
volta ao repouso absoluto. Nesse estudo, queremos que a linguagem racional da música
e seu lado intuitivo se fundam, tão intimamente, que tal integração nos leve a expandir
a consciência como um todo, e a aprofundar e desenvolver o aprendizado da arte musical. Explicar a escala musical é bem mais simples a partir da perspectiva que os sábios
egípcios da antigüidade têm da criação. O que é difundido é que houve uma "dissonância"
entre as forças cósmicas primordiais, que causou uma "queda" da energia de seu absoluto estado de repouso e equilíbrio, o Big Bang, o que resultou na criação de todas as
coisas. A energia, em seu absoluto estado de equilíbrio e repouso, é não-dual, una, eterna
e perfeita. A partir da "explosão", então aparece a dualidade e suas medidas divinas, seus
pólos complementares.
"Longe vou
Eu vou longe, vou buscar meu Amor
Que perdi
E quebrei o vaso e a flor"
(Song of Radha – do CD Tamboura Guitar, de Arun)
Essa dissonância, representada pelo símbolo aquariano, cria a tridimensional
"cadeia da vida"; a energia primordial se torna a corrente de ar aquariana que dá vida ao
pai do Zodíaco, Leão, que lhe dá nascimento. Podemos fazer uma analogia perfeita do
Zodíaco com a escala musical cromática (detalhes no cap. 8), ambas com 12 passos
naturais. Por isso, relembraremos o que é o Zodíaco, pois esta compreensão vai facilitar
aquela dos sons da escala musical. Aquário, quando desencanta, aparece, se manifesta,
definindo o "movimento" da pulsação divina e seus 12 passos cíclicos de maturação: o
mundo das coisas, o mundo transitório. Ele alimenta o pai do triângulo de fogo, Leão, que
energiza toda a cadeia da vida. O calor da sua radiação nos dá a força vital no âmbito
dessa existência, para que possamos regressar ao equilíbrio absoluto da consciência
original.
Assim nasce o ciclo absoluto, presente em tudo o que há. Esse 11 (Aquário) é
muito representativo da dualidade, a separação, 11, como o símbolo chinês do Yin e Yang,
por onde o OM deságua...
3
Esse estudo é mais poético do que científico, no sentido acadêmico. É uma manifestação intuitiva de tudo que o coração
encontrou pelo caminho. Procurando entender o porquê de a linguagem musical ter sido desenvolvida do jeito como é ensinada
nos dias de hoje, tivemos que buscar, mais fundo, a própria origem da existência tridimensional. Os porquês, as possibilidades e o
aprofundamento dessas questões, deixaremos para as mentes mais brilhantes e científicas.
O Tao
do Violão
Arun
31
O Tao
do Violão
Arun
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Representação gráfica da "queda":
Aquário alimenta Leão, que dá o calor
necessário à vida.
"(...) que verte incansavelmente o seu pote de água
da vida, cujas ondas fluem até os mundos mais
distantes" (*1).
Entre Aquário e Leão, pólos opostos complementares, percebemos que Leão
(trítono) (ver Glossário e cap. 7) está no centro da "onda" de Aquário (fundamental), e é
a nota mais tensa desta. O fogo que dá vida à nova dimensão, o mundo da criação.
Quando surge Aquário, uma nova fundamental aparece: Áries.
Libra, o signo oposto a Áries, se torna a nota mais tensa dessa nova onda, e a
que impulsiona a essência de volta ao repouso, o "caminho do meio", estando para Áries
como Leão estava para Aquário, o ponto de entrada original da energia. A mensagem é
que, através do uso consciente – Libra – da nossa energia bruta – Leão –, a vital ou
instintiva, podemos nos elevar até os píncaros do Ser – Aquário.
Libra: a nota mais tensa de uma nova
dimensão – transitória –, o ponto de
apoio para a volta ao lar cósmico.
O Tao
do Violão
Arun
33
A onda-mãe primordial, com as 12 etapas de maturação, começando em Áries,
cujo centro é Libra, e terminando em Áries, em outra dimensão, é uma fórmula que
existe em tudo o que há. Tudo nasce, cresce, floresce, amadurece, fenece e se extingue.
A concepção astrológica maia parece bem mais profunda do que a tradicional.
É uma cosmologia baseada no Sol Pleiadiano, em torno do qual o nosso Sol leva 26 mil
anos para orbitar. A sabedoria dos maias está fundamentada em um sistema solar
muito mais abrangente que o nosso, e nos ensina que o ciclo se completa ao retornar
a si mesmo. Por isso é bom observarmos que o 13 é Áries novamente, em outra
dimensão, ou oitava. Estas analogias se baseiam na ciclicidade das espirais.
Em suma, a queda do repouso absoluto é uma dissonância que vaza por Aquário,
o número 11 da roda zodiacal, que gera o fogo (pai do Zodíaco), Leão, o número 5 da roda,
que coloca em movimento os ciclos mecânicos dos seres animados e inanimados da
existência.
A posição fixa das constelações,
fórmula contida em todas as
coisas
da existência.
O Tao
do Violão
Arun
34
A posição das constelações, sobreposta
na figura de Leonardo da Vinci.
"Ao longo da história da humanidade podemos
perceber o reconhecimento de um Espírito Superior, o Espírito Santo, o Confortador, e um grande
número de conceitos afins apontando ao Mundo
Superior. Tal testemunho de todas as eras e povos há de compelir mesmo o ignorante à reflexão.
Toda a humanidade não pode estar enganada!
Sob as mais diversas condições as pessoas pressentiram a mesma suprema e misteriosa Origem.
As pessoas consideraram a manifestação do espírito como a pedra filosofal. Podemos encontrar os
mais multiformes sinais da grande Realidade preservados pelos povos. E não se trata de uma sugestão de interesse pessoal, mas de discernimento
da Verdade. Que as pessoas busquem pelo antigo
Egito, Babilônia, por entre a oculta cultura dos
maias; e, em todo lugar, além dos símbolos sutis,
podem ser encontrados os mesmos conceitos fundamentais. Assim, a ciência pode conduzir ao
Mundo Superior" (Agni Yoga *2).
"A existência é harmonia; ela não é anarquia. Ela
não é um caos; é um cosmos, uma unidade. Tão
complexa, tão vasta, e ainda assim una. E a vida
pulsa - desde o mais ínfimo átomo até a mais
longínqua estrela. Comprimentos de ondas variam, pulsações têm diferentes freqüências, mas o
Todo pulsa em profunda unidade, em harmonia.
Plotinus denominou a isto 'a música das esferas'.
Toda a existência é uma música. É musical em
outro sentido, também. O yoga, o tantra e todas
as linhas que têm trabalhado esotericamente na
jornada interna da consciência humana afirmam
que a vida consiste de som; a existência consiste
de som" (Osho *5).
Conscientizemo-nos da importância da arte musical para a evolução humana!!
O Tao
do Violão
Arun
35
Capítulo 3
A Importância
da Música
"Sob a influência do signo de Gêmeos, o novo ser
começa a amealhar experiências, seus rumos se
ramificam tal como os galhos de uma árvore. Ele
vai em várias direções e obtém extenso conhecimento" (*1).
Intervalo natural: Segunda maior
Grau na escala cromática: 3
Essência: Gêmeos
Nota no universo de D (ré): E
Nota no universo de C (dó): D
"AUM não ressoa como uma palavra, mas como
um conceito. Uma pessoa sensível perceberá o som
que está em harmonia com a música das esferas.
Raramente pode-se ouvir a ressonância das esferas com ouvidos terrenos, mas o ignorante a tem
apenas como um ruído em seu ouvido. Movamonos, então, para onde ressoa o próprio Infinito"
(Agni Yoga *3).
Quando falamos em música, falamos das próprias medidas da criação divina, em
forma de som. Tudo que se individualiza gera uma série cíclica absoluta de vida, a ramificação ômnica que descrevemos no capítulo anterior. Assim é, também, com o som.
Todo som gera outros sons, formando uma cadeia harmônica. O homem, cada vez mais,
desenvolve a capacidade de ouvir essas propriedades universais, contidas em tudo, a
que chamamos harmônicos. Um som, na verdade, é um complexo de outros sons. Os
harmônicos são subprodutos sonoros gerados por uma nota fundamental, uma determinada onda que se individualizou. Quando um som se revela, quando soa, se manifesta, retine os passos mais marcantes do seu círculo de criação. Quando um hipotético
"Um" soa, carrega em si essas outras notas que formam os pontos de apoio da sua
cadeia. Ordinariamente, não reconhecemos esses "harmônicos". Distinguimos apenas
que a voz de João é diferente daquela de Maria, porém são justamente os harmônicos
embutidos na vibração da voz de cada um que as fazem soar diferentes. A isso chamamos
timbre. Dizemos que a voz de João é "grossa", grave, enquanto a de Maria é "fina", aguda,
por causa dos harmônicos que uma e outra geram ao soar. Da mesma forma, um piano
tem um timbre totalmente diferente de um violão, ou mesmo o daquele de um órgão. Na
medida que o aparelho auditivo se desenvolve, a consciência se expande, revelando
essas relações sonoras entre a "fundamental" e a sua constelação, que normalmente
estão adormecidas no inconsciente. A música se torna um código de vibração universal,
por soar os princípios cósmicos, demonstrados no capítulo anterior. Fenômeno de natureza
sonora, a música se torna um laboratório perfeito e, mais do que isso, uma ferramenta
mais que perfeita de sincronização com o Todo. A música, como a conhecemos, é um
fenômeno vibracional que percebemos na dimensão auditiva tridimensional, mas é
constituída dessas relações de amor, perfeição e beleza existentes na centelha divina, o
som original.
"É por isso que você se sente bem ao ouvir música.
Por que você se sente bem? Que é música, senão
apenas um grupo de sons harmoniosos? Por que
você vivencia tamanho bem-estar quando há música a seu redor? E por que, quando há caos, barulho, sente-se tão perturbado? Você próprio é profundamente musical. Você é um instrumento, e esse
instrumento re-ecoa as coisas" (Osho *6).
O Tao
do Violão
Arun
39
"O Pensador relembrava aos outros com freqüência a respeito da harmonia na música. Ele esperava que tal consciência pudesse auxiliar a estabelecer a harmonia na vida" (Agni Yoga *4).
O Tao
do Violão
Arun
40
O homem e a mulher, como seres divinos da mais alta complexidade, são dotados
com a possibilidade de se tornarem conscientes da centelha divina, ou som original e, por
isso, são microcosmos. Através do aparelho auditivo tridimensional podemos interagir com
o universo, tomando consciência do som e, através da expansão da consciência, percebendo o fenômeno musical, aprofundamos a percepção dos sentidos para além do centro
auditivo tridimensional. Os sentidos tanto se tornam adequados à investigação exterior
quanto à interior, onde está a fonte da própria vida. Os sentidos vão nos abrindo a consciência,
cada vez mais presente, da incomensurável beleza e perfeição divinas. Mas é a consciência
– visualizando o exemplo do anuswar, que Osho menciona na explicação do OM (capítulo
anterior) –, em última instância, que possibilita a existência do fenômeno musical, a chave
oculta em todas as manifestações tridimensionais, mas que só o homem pode refletir
conscientemente. Ao se conscientizar dessas relações harmônicas existentes no fenômeno
sonoro tridimensional – tendo a experiência de um hipotético som, vivenciando-o como
uma nota fundamental e reconhecendo a sua oitava, bem como os degraus existentes
entre a fundamental e a oitava –, o aprendiz começa a aprofundar sua experiência auditiva,
buscando o sentido da beleza contida nessas relações e, dessa forma, em contato com o
sentido harmonioso da beleza e do amor divinos, começa a achar sentido em tudo – em ser.
Assim como existe a "visão interior", existe também a "audição interior", em vários planos,
várias dimensões, até que se possa ouvir a cada vez mais sutil música das esferas. Da
mesma forma que o fenômeno "eu", indivíduo, só faz sentido quando relacionado com a
Fonte Original, Deus, uma nota só faz sentido quando relacionada ao sol de sua constelação
ou escala, a tônica (ou fundamental). Na escala (ou onda) de Áries (1), onda primordial,
Aquário (11) é um som dissonante, e Leão (5) é um som Yang, masculino, majestoso... O 1,
Áries, é a nota fundamental, ou tônica. O 1 e o 13 são a fundamental. Dentro dessa "onda",
todas essas "notas", seja Leão, Câncer ou Áries, ou qualquer outra, têm uma cor, sua
personalidade característica. Ou seja, o quinto passo (cromático – ver cap. 8) de uma hipotética
fundamental será sempre "leonino". O décimo segundo passo ou grau de uma determinada
onda soará sempre como uma energia pisciana dessa onda. Se dissermos que Câncer é
uma fundamental, digamos, a onda de Câncer, então o quinto grau (cromático) de Câncer,
que é Escorpião, soará "leonino" para ela. O importante é compreendermos as relações das
energias dinâmicas da onda primordial. A capacidade de simplesmente ser e perceber a
fonte e seus desencadeamentos, ou a fundamental e suas companheiras de escala, é que
formam o contexto onde surge a compreensão da arte musical. Para alguns, a mais bela
música não será diferente de um ruído, para outros o mero passar do vento pelas folhas de
uma árvore os levará às mais altas esferas.
"Não há meio melhor de aproximar-se de Deus, de
elevar-se em direção do espírito, de alcançar a
perfeição espiritual do que a música, bastando
compreendê-la da forma correta" (*2).
Vejamos agora como aprender a ouvir a Fonte da Vida!!
Capítulo 4
O Profundo
Bem-estar
"Em Câncer, ele torna a recolher-se ao seu lar, a
digerir seus ganhos espirituais - as experiências
que reuniu. Começa a desenvolver-se o seu cerne"
(*1).
Intervalo natural: Terça menor
Grau na escala cromática: 4
Essência: Câncer
Nota no universo de D (ré): F
Nota no universo de C (dó): Eb
"(...) O ouvir é mais exato que o ver. Experimentos
nos mostraram que nenhum outro órgão reage aos
mínimos impulsos como o ouvido e, visto biologicamente, parece possuir ainda um maior significado: antes de nascermos, já nos tornamos acusticamente conscientes do mundo exterior e, no momento da morte, ainda podemos ouvir, mesmo
quando todos os outros sentidos já faliram" (*3).
O Tao
do Violão
Arun
"Quando alguém aprender a ouvir corretamente, terá
aprendido o mais profundo segredo da meditação"
(Osho *36).
Alcançamos o profundo bem-estar quando paramos para perceber o que somos,
e nos colocamos em sintonia com todos os elementos que nos constituem. Meditar é
deixar essa sintonia acontecer. É discernir entre o centro vital e os mecanismos da
mente, que são o corpo e suas funções mais sutis. É ficar com o centro, em silêncio,
observando tudo o que existe.
Para expressar e designar a experiência que Buda denomina dhyan, não existe,
no Ocidente, uma palavra mais adequada que a palavra "meditação", embora ela já tenha
aqui um sentido, que é o de reflexão. Quando o Seu discípulo Bodhidharma ruma para a
China, na época um solo fértil para os ensinamentos de Buda, a palavra toma a forma de
ch'an. Quando posteriormente Rinzai, o discípulo de Bodhidharma, leva a mensagem
para o Japão, a palavra se transforma em zen. Meditação é a própria natureza da essência
divina, uma sintonia profunda com o universo, em todos níveis. É a plena consciência do
que somos, e com esta consciência caminhamos com todos os outros seres e ritmos
universais, encarnando um profundo bem-estar e bem-aventurança. O conceito de
meditação precisa ser bem entendido, se quisermos retornar a uma harmonia maior em
todas as dimensões da vida. Falamos em retornar porque, obviamente, nos afastamos
demais da natureza original, de maneira que nos tornamos reféns da nossa própria
mente e suas criações. Mas, uma volta ao lar cósmico, a uma harmonia interior profunda
43
e sincrônica com todos os seres, não é impossível! Na verdade, nos encontramos em
plena era quando uma mudança real de valores pode suceder e, assim, podemos criar
uma nova realidade por meio de uma mente sã. Vamos conhecer essa harmonia partindo
do nosso próprio corpo, onde Deus habita. Sim, Deus habita o nosso corpo, pois nada
existe que não contenha sua fagulha vital. Portanto, esse é o melhor lugar para começar,
o mais próximo. A centelha divina está aí, dentro de você, dentro de cada um de nós!!, e,
com um pouquinho de boa vontade, esforço sincero e confiança, poderemos, a partir de
nós mesmos, nos afinar com toda a malha sincrônica da existência. O corpo humano
talvez seja a coisa mais complexa que exista na natureza, um aparelho capaz de irradiar
desde a matéria mais densa até a consciência mais pura. O corpo, o espírito e o
transcendental formam o ambiente onde a nossa individualidade se desenvolve – rumo
ao infinito!!
"Você deve aprender a arte da meditação. Toda
ela consiste em um simples fato: mover-se em
direção ao interior, porque não existe sociedade,
pai, ou mãe: você está só – absolutamente só.
Mova-se para dentro e encontre seu ser; e subitamente sua solidão sofrerá uma transformação; sua solidão se tornará em um 'estar só'.
Solidão4 é patológica, o estado de 'estar só' é
lindo, imensamente lindo" (Osho *16).
O Tao
do Violão
Arun
44
"Toda a arte da meditação refere-se à arte de
lembrar-se de quem você é. A realização não
pode acontecer a menos que você saiba quem
você é. Como pode você se regozijar se no fundo de seu ser interior há escuridão, ignorância?
Se você não se conhece, como pode se sentir
realizado? Antes da realização, do regozijo, a
condição básica é lembrar-se, e o milagre deste
processo é que no momento em que você se lembra, em que se torna consciente de seu Eu, o
regozijo e a realização vêm simultaneamente –
sem qualquer esforço de sua parte. São
florescências de sua iluminação, de sua
relembrança" (Osho *7).
"Isto é toda a arte da meditação: levar você até
seu verdadeiro eu. No momento em que você o
4
Nos textos de Osho, em inglês, encontramos muitas vezes a palavra solitude, cuja tradução para o português tem o sentido
de 'estar só', mas em harmonia com a existência. O termo lonely é traduzido por solidão, no sentido de estar solitário, isolado
da existência, em sofrimento...
encontrar, o ego arbitrário desaparecerá – da
mesma maneira como as trevas desaparecem
quando se entra com tocha acesa em uma casa
escura" (Osho *9).
"O real observador está bem distante da mente.
Criar o distanciamento entre a mente e o observador é o propósito de toda arte da meditação.
Então, não se envolva apenas em questões intelectuais; faça alguns esforços a fim de vivenciar a
possibilidade de ser apenas um observador de toda
a mente" (Osho *8).
"E toda a arte da meditação é estar aqui-agora.
Estar aqui-agora significa que você saiu da mente. E sair da mente, mesmo que por um único instante, é de uma tremenda beleza e significação,
pois então você vê o que é a realidade. Você vê,
então, aquilo que é. Você vê Deus, ou a verdade.
Você vê a existência em sua autêntica cor, qualidade, som" (Osho *10).
"A meditação não é algo novo; você a trouxe consigo para este mundo. A mente é algo novo; a
meditação é a sua natureza. É a sua natureza, é o
seu ser. A meditação é uma aventura, uma aventura rumo ao desconhecido – a maior aventura
em que a mente humana pode embarcar. Meditar
é apenas ser, não fazer nada – sem ações, sem
pensamentos nem emoções. Você apenas é, e isto
é um completo deleite. De onde vem este deleite
se você não está a fazer nada? Vem de lugar nenhum, ou de todos os lugares. É espontâneo, porque a existência é feita da coisa que chamamos
alegria" (Osho *11).
"Meu interesse é o crescimento. Você deve crescer
para tornar-se um, para tornar-se inteiro, para
tornar-se são. Eu não vou forçar a sanidade sobre você. Ao invés disso, irei trazer à tona sua
insanidade. Quando ela tiver sido completamente
manifestada, lançada ao vento, a sanidade lhe
acontecerá, você crescerá. Você se transformará.
Este é o significado de meditação" (Osho *12).
O Tao
do Violão
Arun
45
O Tao
do Violão
Arun
46
"O fenômeno é similar a você querer estar consciente da sua própria presença: você tem que
estar completamente inativo – totalmente inativo, apenas sendo, sem fazer nada. Todas as
pequenas ondas devem cessar, toda a atividade deve se evaporar. Você é, simplesmente. Você
é! Naquele momento, pela primeira vez, você se
torna consciente de sua própria presença. Por
quê? Porque a presença é muito sutil. Ocupado
com objetos tão grosseiros, engajado em atividades tão grosseiras, você não pode tornar-se
consciente de uma presença sutil. É uma música muito silenciosa, a sua presença. E você é
tão cheio de ruídos, e todo tipo de ruídos têm
ocupado você, de tal forma a impossibilitar que
você ouça aquela imóvel, sutil voz interior. Cesse
seu engajamento em sons e atividades exteriores. Então aquela voz sutil e imóvel será escutada pela primeira vez; aquele som silencioso.
A música silenciosa é sentida. Você adentra o
sutil e deixa o grosseiro. A atividade é grosseira; a inatividade é sutil. E a sua presença é a
coisa mais sutil em todo o mundo. Para sentila você deve cessar; você tem que estar ausente de tudo para que a totalidade de sua presença entre e você possa encontrar a si próprio. É por isso que em muitas técnicas é sugerido que se largue o corpo como se estivesse
morto. Significa simplesmente estar inativo
como uma pessoa morta" (Osho *13).
"E isto é toda a arte da meditação: tornar-se
consciente da própria consciência. No momento
em que você conhece quem está residindo no
corpo, quem você é, nesta revelação em si você
transcendeu a morte e o mundo da morte. Você
transcendeu tudo que é momentâneo" (Osho *14).
"Isto é toda a arte da meditação: como estar profundamente envolvido na atividade, como renunciar ao pensar e como converter a energia que
se movia rumo ao pensar para a consciência"
(Osho *17).
"Viver prazerosamente, viver alegremente, não é
contrário à meditação. É, na verdade, a necessidade básica da meditação" (Osho *15).
Vejamos agora como, a partir do corpo e das técnicas de meditação, podemos
relaxar em perfeita sintonia!!
O Tao
do Violão
Arun
47
Capítulo 5
O Corpo Cósmico
"Através do efeito fogoso e doador de vida de Leão,
o ser humano torna-se maduro e digno. Ele desdobra suas forças e suas capacidades, cumprindo
o seu dever terreno – criar uma nova geração e
tornar-se pai de família" (*1).
Intervalo natural: Terça maior
Grau na escala cromática: 5
Essência: Leão
Nota no universo de D (ré): F#
Nota no universo de C (dó): E
As técnicas aqui sugeridas têm sido praticadas por milhares de pessoas, e os seus
efeitos benéficos comprovados, tanto por especialistas quanto por buscadores. O emprego
correto deste conhecimento é de responsabilidade do praticante.
"Na verdade, a alegria significa apenas que seu corpo está em uma sinfonia,
nada mais: que seu corpo faz parte de um ritmo
musical, nada mais. Alegria não é prazer; o prazer
é obtido a partir de algo exterior. Alegria é apenas
ser você mesmo – vivo, totalmente vibrante, vital.
É sentir uma música sutil ao redor do seu corpo e
dentro dele, uma sinfonia – isto é alegria. Você
pode ser alegre quando seu corpo está fluindo,
quando ele flui como um rio" (Osho *18).
Nosso trabalho começa aqui neste recinto,
através do, para o e no qual a vida acontece: o corpo
físico e sua mente, que verdadeiramente é um conjunto de funções sutis do próprio
corpo. Neste corpo está contida a vida. Aquilo que ouve, que vê, sente, vive e recebe todos
os estímulos possíveis de diversas dimensões. Um centro tão sutil, transcendental aos
elementos físico-mentais. Vamos abordá-lo no contexto deste livro como "não-mente",
que é aquilo que está vivo e que percebe todas as coisas. O corpo é o nosso templo. O
"aparelho" humano é capaz de irradiar todas as dimensões do universo, da mais pura, o
som original, à mais densa, a matéria. Por isso é um microcosmo, e é nele que faremos
nossa viagem musical-espiritual, em direção ao som original, à não-mente, dentro de
nós!! O corpo é apenas uma passagem entre o reino interior da não-mente e o exterior,
da mente. Uma passagem cheia de graça e beleza, quando em harmonia com o Todo.
Vamos dar especial atenção a este aparelho magnífico, partindo sempre da sua totalidade,
do denso até o mais sutil. Sugerimos aqui várias técnicas que utilizamos há quase 20
anos, algumas mais, outras menos, e que consideramos imprescindíveis para a compreensão da proposta e para o profundo bem-estar de cada um.
A Fonte da Juventude
Peter Kelder (*4)
Esses "ritos" de A Fonte da Juventude, de Peter Kelder, melhoram a aparência,
promovem a recuperação da memória e proporcionam alívio para males crônicos (sinusite, artrite, má digestão). São rituais, pois devem ser executados com prece e reverência
pelo corpo, e não mecanicamente. Essas melhoras são reflexo da harmonização da velocidade de rotação dos centros de força do organismo humano – os chacras. Os ritos
podem ser praticados pela manhã, à noite ou em ambos os horários. O autor recomenda
iniciar cada rito com repetições de apenas três vezes e ir aumentando semanalmente, de
dois em dois: cinco, sete, nove... e assim sucessivamente. Não se deve executar os ritos
mais que 21 vezes ao dia. O objetivo é normalizar a média da velocidade de rotação dos
chacras até àquela apresentada por indivíduos com cerca de 25 anos.
Na posição ereta, com os braços estendidos para os lados, na horizontal, gire no
sentido horário, da esquerda para a direita. Para diminuir a tontura, se for o caso, você
O Tao
do Violão
Arun
51
Rito 1
pode agir da seguinte maneira: antes de começar a girar, focalize a vista em um dedo de
sua mão direita. Esse ponto de referência lhe permitirá ficar mais orientado e menos
tonto. Não praticar em excesso. Outras informações, quanto a este e aos demais ritos,
podem ser buscadas no livro original de Kelder.
Rito 2
O Tao
do Violão
Arun
52
Deite-se de costas no chão, sobre um tapete ou qualquer outro forro macio superfícies frias devem ser evitadas, pois o resfriamento do bio-sistema retarda os
resultados da prática. Estenda os braços ao longo do corpo e vire as palmas das mãos para
o chão, mantendo os dedos coesos. Erga a cabeça do chão, encostando o queixo no peito.
Ao mesmo tempo, vá levantando as pernas, com os joelhos retos, até ficarem na vertical.
Depois, vagarosamente, abaixe a cabeça e pernas, mantendo os joelhos firmes, até voltar
à posição inicial. Deixe os músculos relaxarem e repita o rito. Inspire profundamente
quando estiver levantando as pernas e a cabeça, exale pela boca, ao descê-las. Se for
incapaz de manter os joelhos perfeitamente retos, só dobre-os o mínimo necessário.
Mas, prosseguindo na prática, empenhe-se em manter as pernas sempre bem estendidas.
Rito 3
Incline a cabeça para a frente, até o queixo tocar o peito. Atire a cabeça para trás, o
máximo possível e, ao mesmo tempo, incline-se para trás, também o máximo possível,
arqueando o corpo. Nesse movimento, você se escorará nas mãos, que se apóiam nas coxas.
Feito isso, volte à posição original e comece de novo. Como no rito 2, você deve estabelecer
uma respiração ritmada. Inspire profundamente quando arquear o corpo, e exale ao voltar
à posição ereta. Repare, na ilustração anterior, a ponta dos pés.
Rito 4
Sente-se com as pernas estendidas para a frente, deixando uma distância de uns
40 cm entre os pés. Mantendo o corpo ereto, coloque as palmas das mãos no chão,
voltadas para a frente, ao lado das nádegas. Incline a cabeça, fazendo o queixo tocar o
peito. Em seguida, incline a cabeça para trás, o máximo possível. Ao mesmo tempo, erga
o corpo, de modo que os joelhos dobrem, enquanto os braços permanecem retos. O
tronco e as coxas deverão ficar retos, horizontalmente em relação ao chão; os braços e
as pernas estarão em posição perpendicular ao chão. Uma vez mais, a respiração é
importante. Inspire profundamente ao elevar o corpo. Segure a respiração durante a
tensão dos músculos, e exale completamente enquanto voltar à posição inicial. Continue respirando no mesmo ritmo – no intervalo entre as repetições.
Rito 5
Deite-se de bruços, no chão. Em seguida, erga o corpo, apoiando-se nas palmas
das mãos e nos dedos dos pés, que deverão ficar flexionados. Durante todo o rito, mantenha uma distância de cerca de 50 cm entre os pés e entre as mãos. Mantendo pernas e
braços retos, arqueie o tronco e leve a cabeça para trás, o máximo possível. Depois,
dobrando-se nos quadris, erga o corpo até ficar como um "V" invertido. Ao mesmo
tempo, encoste o queixo no peito. Volte à posição inicial e repita. O ritmo talvez pareça
difícil, mas após uma semana de prática você vai considerá-lo um dos ritos mais simples.
Quando estiver executando com destreza, tensione os músculos por um instante, tanto
no ponto mais alto como no mais baixo. E, ao abaixar o corpo, procure encostá-lo de
O Tao
do Violão
Arun
53
leve no chão. Siga o mesmo padrão de respiração profunda e lenta que usou nos outros
ritos. Inspire ao erguer o corpo e exale quando fizer o "V" invertido. Repare a ponta dos
pés, na ilustração.
Técnicas de meditação criadas por Osho
As técnicas de Osho, a "Dinâmica" e a "Kundalini", já bastariam para consagrar o
trabalho deste grande Mestre. Se você tiver a possibilidade de praticar ambas, a primeira pela manhã, e a segunda ao final da tarde, certamente chegará à compreensão da
sua constituição, ao autoconhecimento. Um espaço físico adequado é necessário para
praticá-las, com um sistema de som e condições de pular, gritar e respirar à vontade. Há
um CD guia especialmente elaborado para cada uma das técnicas aqui apresentadas –
veja, no final do capítulo, onde consegui-los!
Dinâmica
– Esta técnica tem 5 estágios.
O Tao
do Violão
Arun
Primeiro estágio
estágio: 10 minutos
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Respirar e aspirar com rapidez e pelo nariz, deixando que a respiração seja intensa e caótica. O
ar deve adentrar profundamente os pulmões.
Respire tão rápido quanto puder, respirando sempre profundamente. Faça isto tão intensamente
quanto puder; sem tensionar seu corpo. Certifique-se de que seu pescoço e ombros estejam relaxados. Continue a respiração até que você literalmente se torne a respiração, deixando que
ela seja caótica (ou seja, irregular, imprevisível).
Uma vez que sua energia esteja circulando, ela
começará a mover seu corpo. Permita que esses
movimentos corporais se manifestem, e utilizeos para acumulá-la ainda mais. Mover seus braços e tronco de maneira natural ajudará a
aumentá-la. Sinta-a se acumulando; não se
desconcentre durante este primeiro estágio e
nunca diminua seu ritmo.
Segundo estágio
estágio: 10 minutos
Siga seu corpo. Dê a ele liberdade para expressar o
que quer que nele esteja, exploda!! Deixe-o assumir
o controle. Livre-se de tudo que precisa ser jogado
fora. Enlouqueça totalmente... cante, grite, ria, berre,
chore, pule, chacoalhe-se, dance, chute e se mova
livremente. Não retenha nada e mantenha o corpo
em movimento. Um pouco de encenação pode ajudar
a começar. Nunca deixe sua mente interferir no que
acontece. Lembre-se de ser total.
O Tao
do Violão
Arun
55
Terceiro estágio
estágio: 10 minutos
Deixando seus ombros e pescoço relaxados, levante ambos os braços o mais alto que conseguir, sem
travar os cotovelos. Com os braços levantados, pule
gritando o mantra HU!..., HU!..., HU!... tão profundamente quanto possível, deixando que esse som
venha do fundo de seu abdômen. Cada vez que
pousar sobre a sola dos pés, deixe o som do mantra
martelar profundamente o centro do sexo (primeiro
chacra, o chacra básico). Dê tudo de si, busque a
completa exaustão.
Quarto estágio
estágio: 15 minutos
Pare! Congele seu corpo em qualquer posição que
esteja. Não o ajeite, seja como for. Uma tossida,
um movimento, qualquer coisa dissipará o fluxo
de energia e o esforço será perdido. Seja uma testemunha de tudo que está acontecendo em você.
O Tao
do Violão
Arun
56
Quinto estágio
estágio: 15 minutos
Celebre! Com música e dança, expresse-se!! Leve
essa luz ao longo do seu dia.
Kundalini
- Técnica em 4 estágios.
Primeiro estágio
estágio: 15 minutos
Solte-se por completo e comece a se chacoalhar,
a partir da coluna, sentindo as energias se moverem desde os seus pés até a cabeça. Os olhos podem
estar abertos ou fechados.
O Tao
do Violão
Arun
Segundo estágio
estágio: 15 minutos
Dance!… do jeito que você sentir vontade, e deixe
que todo seu corpo se mova conforme desejar.
Terceiro estágio
estágio: 15 minutos
Feche os olhos e permaneça imóvel, sentado, ou
em pé... testemunhando qualquer coisa que esteja acontecendo interior e exteriormente.
57
Quarto estágio
estágio: 15 minutos
Mantendo os olhos fechados, deite-se e permaneça imóvel até o final, sinalizado pelo som de um
sino.
Chacra Sounds
Esta técnica de meditação pode ser também utilizada junto às técnicas de canto
- ver cap. 6 –, e tem dois estágios.
Primeiro estágio
estágio: 45 minutos
O Tao
do Violão
Arun
58
Fique de pé, sente-se confortavelmente ou deite-se, caso prefira. Mantenha a
coluna ereta e o corpo relaxado. Respire com o abdômen (diafragma), ao invés do peito.
Os sons devem ser emitidos com a boca aberta e a mandíbula totalmente relaxada, todo
o tempo. Feche os olhos e ouça a música; quando desejar, comece a fazer os sons no
primeiro chacra. Você pode emitir um único som – constante – ou pode variá-lo. Deixe
que a música lhe guie, muito embora você possa ser criativo com seus próprios sons.
Enquanto estiver escutando a música ou os sons que está emitindo, sinta-os pulsando
no centro do seu chacra, mesmo que à primeira vista isto possa parecer imaginação.
Osho sugere utilizarmos a imaginação para 'nos conectarmos com algo que já está lá'.
Portanto, continue a atividade mesmo que você esteja apenas visualizando os chacras.
Com concentração, sua imaginação pode levá-lo a um encontro com as vibrações internas de cada centro. Após fazer os sons no primeiro chacra, você os ouvirá em nova
altura5. Esta é a indicação de que é o momento de ouvir, sentir e emitir os sons no
segundo chacra. Este processo se repete até o sétimo e último chacra. Conforme você
se move, subindo chacra a chacra, flua com a música. Após ouvir e emitir os sons do
sétimo chacra, a música o guia de volta, um por um, até o básico, mais rapidamente. Sinta
o interior de seu corpo tornar-se oco como um bambu, deixando que os sons soem do
topo da cabeça até a base do tronco. Ao final da seqüência, que começa e termina no
primeiro chacra, você ouvirá uma pausa, antes que a próxima se inicie. Este movimento
de sons para cima e para baixo será repetido três vezes, por um total de aproximadamente 45 minutos.
5
Ver Glossário.
Quando a meditação se tornar familiar, você pode adicionar a ela uma outra
dimensão, por meio da visualização. Abra-se para quaisquer imagens que surjam em sua
imaginação, enquanto você se concentra em cada chacra. Não há necessidade de criálas, apenas permaneça receptivo às que porventura surjam. Podem ser cores, padrões, ou
naturais, bucólicas. As coisas que vêm à sua consciência podem ser visuais; para alguns,
no entanto, pode ser mais natural vir um pensamento em vez de uma visão. Por exemplo,
você pode pensar 'ouro', ou visualizar a cor em sua imaginação.
Segundo estágio
estágio: 15 minutos – silêncio
Após a última seqüência de sons, fique sentado ou deitado, em silêncio, de olhos
fechados. Permaneça em silêncio e não se concentre em nada em particular. Permita-se
observar e estar consciente acerca de qualquer coisa que esteja acontecendo em nível
interno. Relaxe e seja uma testemunha – não julgando.
Localização dos chacras:
1 – O primeiro chacra se localiza na pélvis inferior, entre a base da coluna e a
região púbica, na frente.
2 – O segundo chacra se situa logo abaixo do umbigo.
3 – O terceiro chacra fica na
região do plexo solar, acima do umbigo e abaixo do esterno.
4 – O quarto chacra se encontra no centro da região torácica – no
coração!
5 – O quinto chacra se localiza
na região da garganta.
6 – O sexto chacra, o "terceiro
olho", encontra-se no centro da cabeça,
atrás do ponto entre as sobrancelhas.
7 – O sétimo chacra está dentro do topo da cabeça, e se prolonga
para acima dela.
Estas são apenas indicações.
Descubra a localização exata de cada
chacra em seu próprio corpo. Eles se localizam em centros tridimensionais na
coluna, no próprio centro simétrico.
O Tao
do Violão
Arun
59
Gibberish
- Técnica em 4 estágios.
Gibberish – dizer sons, palavras, fonemas sem
sentido – é livrar-se da mente ativa, silenciar é
livrar-se da mente inativa, e o deixar ir é adentrar
o transcendental.
Primeiro estágio tagarele sons sem sentido
e deixe-se levar...
O Tao
do Violão
Arun
60
Estando sentado ou de pé, feche os olhos e comece a emitir sons sem sentido – quaisquer sons ou
palavras, desde que não façam sentido. Fale qualquer língua que você não saiba falar! Permita o
que tem que ser expressado – do seu interior. Jogue
tudo fora! A mente pensa, sempre, em termos de
palavras. Esse 'tagarelar sem sentido' ajuda a
quebrar o padrão de verbalização contínua. Sem
que seus pensamentos sejam reprimidos, você
pode livrar-se disso. Deixe que seu corpo se expresse com liberdade!
Segundo estágio –
movendo-se para dentro!...
Após alguns minutos de expressão de 'não-palavras', idéias e sons, soa um tambor, determinando o ponto de silenciar. A voz de Osho guia então o ouvinte para um
espaço de profundo silêncio, quietude e relaxamento, dizendo, por exemplo, "Silencie,
feche os olhos... sem movimentos corporais, sinta-se congelar. Mova-se para dentro,
mais e mais profundo, como uma flecha... Penetre todas as camadas e atinja o centro de
sua existência.
Terceiro estágio –
deixar ir
Após uma outra batida do tambor, sem se ajeitar de qualquer jeito, permita-se
tombar tal um 'saco de arroz'. Então, deite-se, profundamente quieto, imóvel e relaxado
sobre as costas, à medida que você é guiado ainda mais profundamente a uma quietude
silenciosa.
Quarto estágio – retornando...
O Tao
do Violão
Arun
61
Ao último toque do tambor, a voz de Osho o guiará de volta à posição sentada,
relembrando-lhe que leve consigo a essência da consciência divina, que experimenta,
para suas atividades diárias.
"(...) Deve-se lembrar que, ao se aproximar da luz, é
preciso carregar a própria lamparina sem derramar. Tal perfeição de se orientar no caminho deve
ser adquirida no corpo físico" (Agni Yoga *11).
Para saber onde praticar, na sua região, as técnicas apresentadas aqui, visite o
site www.osho.com. Para encomendar os CDs e saber onde praticar as técnicas de Osho
no Brasil, visite o site www.oshobrasil.com.br.
Agora, vamos descobrir a voz!
Capítulo 6
A Voz
"Virgem traz a colheita. O homem colhe os frutos
dos seus esforços e os coloca no celeiro. Nas
profundezas de sua alma, desenvolve-se a criança divina, o amor universal" (*1).
Intervalo natural: Quarta
Grau na escala cromática: 6
Essência: Virgem
Nota no universo de D (ré): G
Nota no universo de C (dó): F
"A voz é um código de expressão da alma, pois
revela nossas impressões mais profundas através de seu timbre, seu volume, sua forma de
emissão, enfim. Quando trabalhamos com a voz
de alguém, colocamos em jogo o seu esquema
de valores, toda a sua filosofia de vida e toda a
sua cosmovisão" (*5).
O homem é um microcosmo, por irradiar ou ser, através de seus centros de força,
as oitavas da criação, desde a matéria até a vibração mais pura do som original. A voz,
portanto, é uma síntese sonora de toda nossa constituição, e reflete o desenvolvimento
que um indivíduo alcançou, durante a sua caminhada evolutiva. Assim como o "verbo
divino" cria o universo, a voz do homem, tendo ele sido feito à imagem e semelhança de
Deus, cria com imenso poder. A intenção é revelada no som antes de qualquer outro
significado. Cantar é uma linguagem singular da alma que, aliada à linguagem universal
da música, tem o poder de nos conectar à força criativa divina e a todas as pessoas,
independentemente da língua. Por isso todos podem – e devem – aprender a utilizar a
voz do canto natural espontâneo!! Permitir a si mesmos adentrar este reino interior e
soar a sua voz divina!!
As pessoas simplesmente esqueceram essa expressão tão natural da alma, e
muitas vezes sentem-se incapazes de cantar. Mas a voz divina está dentro de cada um
de nós, o paraíso no fundo do coração... Cantar a dor e cantar a alegria, cada sentimento, não importando qual, e a voz revela o que está bem, ou não, dentro de você. Ficamos
surpresos ao reconhecer quanta qualidade e força musical há nas pessoas – às quais
tem sido dito não deverem cantar...
A força vital dos ritmos afro-brasileiros, parte integrante do acervo musical apreendido culturalmente, inconscientemente, e que podemos expressar facilmente – com
o uso da abordagem natural do violão –, nos revitaliza e reforça, dando coragem, energia
e autoconfiança. A vibração do cantar carrega todo o corpo com alegria e amor, que vem
das fontes mais profundas do nosso ser, estando nós – ou não – conscientes disso.
Cantando, podemos despertar e fortalecer a disposição para nos perdoar, e aos outros,
e com isso abrir caminho para o novo!! A voz vem do centro do ser: carrega as propriedades vibratórias do chacra cardíaco. Nas mulheres, por isso, a tendência é a de ter uma
voz Yang, pois o seu quarto chacra é de polaridade complementar positiva, enquanto
no homem a tendência é a de ter voz Yin, pois o seu centro cardíaco é de polaridade
complementar negativa.
O estudo da voz é imensamente prazeroso. Trabalhá-la é um desafio – pois está
guardada bem no fundo de cada um – e, embora muito perto de nós, parte de nosso instrumento corpóreo cósmico, precisamos conhecer o caminho para acessá-la, para dentro... A
familiarização das partes internas, profundas – o diafragma, a caixa torácica, a acústica dos
ossos –, requer um esforço complexo, mas esse estudo se torna prazerosa atividade, e uma
grande bênção! Vários mestres revolucionaram nossa época, a partir das técnicas de meditação desenvolvidas. O estudo do aparato fonador, com as técnicas aqui sugeridas – aliadas ao
uso do violão em apoio ao estudo musical, à sua linguagem e mistérios –, certamente trará
resultados surpreendentes a todos que se dedicarem com sinceridade.
O Tao
do Violão
Arun
65
A seguinte prática nos auxiliará:
Ouvindo o coração
"Simplesmente ouça o seu próprio coração – esse
é o seu único professor" (Osho *19).
Adquira um estetoscópio, fita de velcro7 para fixar o auscultoscópio8 do instrumento – bem juntinho ao coração – e, também, "olivas"9, bem molinhas, para o conforto
das orelhas.
O Tao
do Violão
Arun
66
Agora, deite-se com o instrumento bem coladinho ao peito, relaxe e ouça o
próprio coração. Aos poucos, vá se distanciando das atividades mentais, e se aproxime
do som cada vez mais claro e profundo do seu próprio coração. Fique com isso, seja o
observador...
Essa prática nos trouxe muitos presentes, o mais precioso foi sentir estar novamente no útero materno. Memórias auditivas muito profundas começam a se revelar.
Estamos, na verdade, todos no grande útero divino e ligados à vibração original, e constatar isso traz grande liberação e confiança. Nossa intenção é compartilhar que a nossa voz
é um instrumento da alma. Que a podemos desenvolver em toda sua plenitude!! Todos
podem cantar, basta se permitir. E reconhecer o aparato vocal – tendo o violão como
ferramenta auxiliar, com apoio no trabalho com as técnicas de meditação aqui apresentadas. Nesse estudo, sempre, pegar o rumo natural da alma e do corpo e, nunca, jamais
forçar a natureza da voz com exercícios estressantes, exagerados ou não-musicais.
7
Tecido fabricado em tiras duplas aderentes, usadas como fecho ou para fixar uma na outra duas coisas diversas ou duas partes
da mesma coisa. Uma das tiras tem inúmeras pequeninas alças, e a outra, outros tantos ganchinhos, de forma que as duas possam
prender-se entre si com uma simples pressão dos dedos. ETIM fr. Velcro (1958), formado de velours 'veludo' + crochet 'crochê',
na expr. fermeture velcro 'fecho velcro' (Houaiss).
8
Espécie de microfone – captador de som, do instrumento estetoscópio, auscultador.
9
Espécie de borracha, em forma de azeitona, utilizada para amortecer ou amaciar o contato do aparelho estetoscópio nas
orelhas de quem promove a auscultação.
"O Sol é o Coração do Sistema Planetário; assim,
da mesma forma, o Coração Humano é o Sol do
Organismo. Há muitos sóis, corações, e o Universo representa um sistema de Corações; logo, o
culto à Luz é o culto ao Coração. Entender isto de
forma abstrata é deixar o coração frio; mas tão
logo a Luz do Coração-Sol precise se acender, a
necessidade de atração de calor, passará a brilhar, a emanar tal um verdadeiro Sol. Diz-se: "Cruze
Santana com o auxílio do coração". Assim, podese chegar próximo de uma compreensão do Coração. O ritmo do Coração pode ser considerado o
ritmo da Vida. O Ensinamento do Coração é tão
luminoso quanto o Sol, e o calor do Coração se
propaga tão velozmente quanto um raio de Sol.
Todos já se maravilharam com quão instantaneamente um raio do Sol nascente aquece todas as
coisas. O Coração pode agir de forma similar. Falo
do calor do Coração quando este é necessitado
em especial. Rompedor, o pensamento se expande no espaço, mas o calor do Coração é um Lar
constante. Isto deve ser lembrado. O surgimento
de forças de trevas é como a geada para a plantação. Apenas o calor do Coração emana um escudo luminoso. Mas, tão delicadamente como nos
aventuramos por pequenas ondas – tão cuidadosamente – é como se deve abordar o Coração"
(Agni Yoga *5).
É fundamental a compreensão do conceito de meditação aliado ao estudo que
propomos. Lembremos que somos vibração. A experiência sonora tridimensional é apenas uma manifestação densa do som original mais puro. Com isso em mente, cantemos
e celebremos rumo ao infinito!!
A Respiração do Cantor
Em ambiente limpo e confortável, deite-se relaxadamente no chão. Com o corpo relaxado, ombros e maxilares soltos, sinta o ar entrar e sair do corpo. Repare como o
seu ventre se expande quando inspira, e como volta ao normal quando solta o ar. Relaxe nisso! Agora, faça a mesma coisa com a mão na cintura. Com os olhos fechados,
sinta com as mãos o expandir e o encolher da região do ventre, ao inspirar, com o
polegar tateando a região dos rins e, os outros dedos, a parte frontal do ventre. Relaxe
nisso... Vamos entender como é a respiração que apóia o cantar. Inspire normalmente,
mas, ao expirar, não permita que o ventre encolha! Faça com que a musculatura do
ventre se abra na medida em que for soltando o ar, sentindo-a com as mãos na cintura
– como indicado anteriormente, com o polegar atrás e os outros dedos na frente.
O Tao
do Violão
Arun
67
"SSSSSSSSSS"
Solte o ar fazendo o som "SSSSS", procurando mantê-lo homogêneo, estável,
sem variar a intensidade, sem exagerar e sem forçar. Descanse bem entre uma tentativa
e outra, até fazer o exercício totalmente relaxado, com prazer. Aproveite para fazer o
"SSS" antes de dormir, e ao acordar. A idéia, como nos ritos tibetanos sugeridos no
capítulo 5, é que você vá praticando essa pequena-grande técnica, até que um belo dia
você a incorpore ao seu cantar, naturalmente, sem esforço aparente.
Utilizamos a técnica de meditação "Chacra Sounds" de Osho, apresentada no
capítulo 5, para integrar esta última técnica do "SSS" à emissão de sons vocais naturais.
Ao exalar os sons, à maneira "Chacra Sounds", integre o exercício respiratório do "SSS".
Com certeza isso irá acelerar o conhecimento do próprio aparelho fonador!!
Pratique bastante bem as duas técnicas, separadamente, antes de fundi-las em
uma só prática!
O canto overtônico
O Tao
do Violão
Arun
68
"O termo 'sobre-tom' (overtone) origina-se da palavra alemã Obertone, a qual se refere às diversas
parciais ou harmônicos que são produzidos pelo
mais forte e baixo tom fundamental, resultando
em um tom composto, ou complexo. No século
XIX, o físico alemão Ohm foi a primeiro a formular isto cientificamente, em sua lei acústica, enquanto Hermann von Helmholz desenvolveu minuciosas pesquisas no campo dos harmônicos, e
lançou o primeiro corpus teórico consistente no
campo da acústica musical. Cerca de 100 anos
mais tarde, sua teoria do ritmo seria substituída
pela "Teoria da Assonância", a qual contém a noção da "Faixa Crítica". Na prática musical, o som
não depende apenas de sua altura, amplitude e
volume, mas também de seu número específico
de harmônicos, chamado timbre, ou 'cor', ou 'dimensões' do som. Normalmente, os sons são descritos de forma complementar, fino/grosso, reservado/intrusivo, sombrio/vívido, maçante/
impetuoso, suave/pesado, macio/duro, amplo/
estreito, largo/apertado, limpo/sujo, sólido/oco,
compacto/fragmentado, fechado/aberto. Os
cânticos dos monges tibetanos são repletos de
harmônicos de uma forma altamente rara, que
atinge e estimula os chacras" (*6).
O canto overtônico consiste em cantar produzindo harmônicos vocais. Esta prática originária da Mongólia talvez seja a mais fascinante e poderosa das práticas vocais.
É como tocar fisicamente um mistério divino. Os harmônicos são os subprodutos, sempre em região mais alta ou aguda, de um hipotético som originador, fundamental. Fazem parte da propriedade de um som original que, ao soar, repercute, retinindo noutras
alturas, nas dimensões mais agudas, os harmônicos infinitos, e os mais marcantes –
como as pontas de uma Estrela –, em espirais infinitas! (Reveja essas propriedades
divinas no cap. 2).
"Ritmo ou melodia? Afirmando com correção, é o
ritmo que cria vibrações. Como você sabe, a música das esferas consiste fundamentalmente de
ritmo. O Fogo está no ritmo, mas não no contexto
da melodia. É claro que felizes coincidências podem acontecer, quando a melodia se torna ritmo.
Deve-se compreender inteiramente a conexão entre o ritmo e o fogo" (Agni Yoga *6).
Praticando o canto overtônico
O canto overtônico é assim: você emite um som médio, confortável, com a sílaba "OOO", "EEE" ou "UUU", inicialmente, experimentando com a acústica da boca, abrindo
os lábios, procurando as diferentes "cores" que ela pode produzir. Agora, ao emitir "OOO",
enrole a língua para trás. Sinta e incorpore o som emitido e, aos poucos, desenrole-a
passo a passo, em direção à parte anterior dos dentes frontais.
Você começará a ouvir sons agudos como assovios, freqüências altas produzidas
na caixa craniana. Pratique – e se tornarão cada vez mais claros e audíveis!! Após a
realização desses sons, você não mais utilizará a língua para produzi-los. Terá entendido
que são produzidos naturalmente pela boca e lábios. Ouça esses sons com as glândulas
cerebrais internas, a pineal, entre as sobrancelhas, no centro do cérebro. Não tardará o
dia em que estará ouvindo novos sons, ao andar pela rua. O ouvido é apenas a porta da
percepção. Logo estaremos mais sensíveis à "música das esferas"...
O Tao
do Violão
Arun
69
"Cantar um mantra continuamente, sem estar
consciente, constitui um retrocesso. Se cânticos devem
ser feitos, então, com consciência eles devem ser proferidos. Você deve permanecer testemunha. Se você
estiver cantando OM, OM, OM, você deve testemunhar
isto. O canto deve ser feito pelo corpo, e você deve
permanecer a testemunha. Caso se perca a testemunha, o cântico se torna inebriante – ele se tornou
tóxico" (Osho *20).
Vamos conhecer um pouco mais a respeito da fonte de energia e de equilíbrio
do ser humano.
O Tao
do Violão
Arun
70
RITUAL DA PASSAGEM
Capítulo 7
Sexo, o Ponto
de Equilíbrio
"No signo de Libra, seus atos são pesados, o positivo lhe é creditado, e o negativo, debitado na sua
conta. A atenção volta-se para ambos os lados
da vida, tanto para o material quanto para o espiritual. O ser equilibra perfeitamente em si mesmo os dois mundos e concretiza a lei divina, que
sobrepuja toda a relatividade" (*1).
Intervalo natural: Quarta aumentada
ou quinta diminuta
Grau na escala cromática: 7
Essência: Libra
Nota no universo de D (ré): G# ou Ab
Nota no universo de C (dó): F# ou Gb
A dimensão sexual é fundamental à vida. Música e vida estão tão intimamente
ligadas que se pode quase afirmar que são a mesma coisa, um só elemento.
"Uma sociedade sexualmente reprimida pode permanecer sexual, mas uma sociedade nãorepressora, desinibida, não pode permanecer na
sexualidade para sempre. Ela terá de ser transcendida. Então, se uma sociedade é sexual, a meditação se seguirá. Para mim, uma sociedade sexualmente livre é o primeiro passo rumo à procura, à busca" (Osho *21).
O Tao
do Violão
Arun
75
A palavra (de origem latina) sexo10 tem o significado de separação, divisão, no
sentido de algo que se separou do todo, que se polarizou. A energia pura que caiu na
dualidade, assumindo uma de suas metades complementares. No corpo humano, se
manifesta como um centro de forças. Um lago concentrador das energias do imanifesto,
da energia pura, que funciona como a usina de força da individualidade de um ser. Esse
lago corresponde, no desabrochar do Zodíaco, no Big Bang, à constelação de Leão. Vimos
no cap. 2, que Leão aparece no centro da onda de Aquário, em oposição a Ele, onde a
dissonância original acontece. Neste desabrochar do mundo das coisas, samsara, o moto
perpétuo, se inicia, manifestando as características do Criador. Recapitulando, a
dissonância gera o fogo da vida, Leão, que vivifica samsara. Áries aparece representando
a Emanação Original, o Um Divino. Assim como Leão se manifesta em oposição a Aquário,
Libra se manifesta em oposição a Áries. A energia bruta do fogo primordial, na dimensão
das coisas, se torna o caminho do meio, o perfeito equilíbrio, a balança. A força primordial
10
Sexo: Palavra usada para homens e mulheres, coletivamente; do latim sexus, "estado de ser/estar masculino/feminino, gênero";
"Comumente tomada como seco ou divisão em 'metade' da raça" [Tucker], que ligaria a secare, "dividir ou cortar" (*16) .
(Leão), quando em perfeita sintonia no indivíduo (Libra), possibilita a volta ao lar cósmico,
não-dual. A dimensão sexual precisa ser abordada como o pólo de tensão máxima da
alma manifestada – um ponto sagrado –, por onde passa a energia vital primordial, um
lugar que deve ser só equilíbrio. Por isso, colocamos esse capítulo aqui, no centro de todos
os demais, exatamente entre o existencial e o racional, o ponto de equilíbrio, o caminho
do meio, o ponto de partida para a viagem transcendental.
Os primeiros seis capítulos são mais relacionados com a vibração original, sua
existência. Os últimos seis, mais relacionados com a dimensão consciente, racional dessa
energia, que se tornou dual. Depois de organizar um capítulo inteiro dedicado ao corpo,
percebemos a importância de compartilhar a nossa experiência na dimensão sexual. O
conhecimento do centro sexual é de extrema importância para o equilíbrio das forças que
regem nosso corpo. No sistema de centros de forças do corpo físico humano – que
segundo a sabedoria milenar chinesa são cinco –, o centro urogenital se situa na base, é
o primeiro centro e é a base energética da polaridade sexual mulher/homem. A freqüência
medo - confiança, comum a ambos, faz parte do universo deste centro, conforme a
sabedoria taoísta. A integridade de um ser está intimamente relacionada com o seu
O Tao
do Violão
Arun
76
primeiro centro de forças e, por isso, é tão importante que este centro esteja sendo bem
cuidado, pela sua mestra, ou mestre. Quando está em equilíbrio, gera a certeza e a
confiança necessárias para empreender a vida, mas, quando em desequilíbrio, gera
incerteza, desconfiança e medo, que são os principais obstáculos na vida de qualquer ser.
Você compreenderá melhor a referência adiante após conhecer os capítulos a seguir, que
tratam justamente da racionalização da música.
Na Idade Média, uma das ações deliberadas da Igreja, por meio da "Santa
Inquisição", foi pejorar o intervalo conhecido como "trítono": o som, a cor, o intervalo que
se encontra entre as notas fundamental e sua oitava – entre Aquário e Aquário (uma
oitava acima), Leão, ou entre Áries e Áries (uma oitava acima), Libra, a balança – tachado
"diabolus in musica"... Algo nos diz que há mais coisas por detrás dessa ação proibitiva
do que simplesmente a sonoridade misteriosa dela!...
As harpas eólias foram proibidas na época medieval por conterem harmônicos
naturais, entre eles o trítono. Hoje em dia se tenta associar a sonoridade dele com cenas de
terror, suspense, medo, mantendo a mesma atitude preconceituosa – com os mesmos
objetivos?... Na verdade, o trítono é de grande poder harmonizador, transcendental. Prestemos atenção, portanto, a esta nota da escala musical e de nossas vidas, que no ciclo
tridimensional, o de Áries, se manifesta como Libra.
Quando esse aspecto da vida está equilibrado, e a energia do corpo se torna
circular, harmônica e natural, livre para fluir e sentir, a música acontece. A função do
sexo não poderia ser somente a da reprodução e/ou a do prazer físico. Seria um desperdício imenso dum centro tão rico de dimensões!! Sua função é a da geração da vida, da
realização espiritual através da percepção plena de si mesmo, da própria constituição
físico (biológico) – mental (espiritual). As técnicas sugeridas no capítulo 5 contribuem
para o equilíbrio geral, e também para o aumento da capacidade orgástica do homem e
da mulher. O transbordamento energético originado por essas práticas requer
direcionamento consciente. Por isso, consideramos importante o testemunho a seguir.
O Tao
do Violão
Arun
77
A POLARIDADE MASCULINA: "Eu Sou A Força"
O homem pode ter basicamente duas atitudes com relação à sua sexualidade.
Uma é a excitação, que leva à ejaculação prazerosa, animalesca, que ele persegue inconscientemente, truque do sistema biológico com o objetivo da reprodução e da sobrevivência da espécie. A outra é sentir, relaxadamente, estar encarnando a força fálica,
no êxtase. Uma direciona a força para fora, para baixo; a outra direciona a força para
dentro, para cima. Segundo Osho, a primeira dá nascimento a um novo indivíduo, pela
procriação; a segunda dá nascimento a si mesmo, ao Eu Divino!! A realização orgástica
do homem, o êxtase da polaridade masculina é "ser a força", sentir que "é", ele, o homem, a fonte da força, do poder e da virilidade. Ele deve se guiar por isso, distribuindo
essa energia, essa potência do falo, por todo o corpo, relaxando nessa realização, procurando se distanciar da localidade do seu prazer, para irradiá-lo conscientemente por
todo o corpo, sendo guiado não pela excitação que leva à ejaculação, mas pelo êxtase
de concentrar a força na fonte do falo, no "hara" – centro energético (chacra) que se
encontra mais ou menos a quatro dedos abaixo do umbigo. Normalmente se pensa que
a ejaculação é o orgasmo masculino. A ejaculação é "prazerosa, certamente...", mas
provoca queda energética – que esvazia as reservas vitais –, e envelhece precocemente.
Não se pode dizer que é ruim, se empregada corretamente: para a fecundação de uma
nova encarnação. Existe um outro lado da polaridade masculina que é mais pleno de
realização: a experiência de ficar, literalmente, horas relaxando... e sentindo a força – em
O Tao
do Violão
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êxtase – num abraço eterno com a amada. No ato sexual, após um longo período de
tempo encarnando a força, e sentindo a virilidade, o tesão do poder, essa energia se
acumula no escroto – em forma de fluidos que serão reabsorvidos pelo corpo –,
realimentando as glândulas cerebrais, que abrigam os chacras superiores. A energia é
tanta que pode provocar sensação de extrema sensibilidade ali. Logo após o descanso,
esses fluidos são reabsorvidos, e uma satisfação profunda advém!! Existe um grave
engano ao se associar este assunto aqui no Ocidente, o conceito tântrico, ao "controle" da
ejaculação. Tantra11 e controle são duas coisas que não se coadunam. Controlar a
ejaculação não é aconselhável. A única forma que os homens aprendem de se "realizar"
sexualmente é através da ejaculação... No entanto, constatamos que se o homem
permanece naquela excitação "da ponta do pênis", que leva à ejaculação, precisará ficar
tenso, controlando para não ejacular, o que é absolutamente não-meditativo. É natural
ficar na base da força - como um pilar energético -, relaxando nela, deixando-a fluir até
os pés, o coração e os chacras superiores. Dessa maneira, ele não ejaculará naturalmente,
mas sem controle, e estará em imenso relaxamento, sentimento e confiança no Seu
Deus interior.
Aproveitemos muito bem essa energia acumulada, e tenhamos consciência de
que, a cada encontro amoroso, nossa capacidade meditativa precisa crescer, pois a energia
será cada vez maior, a cada acumulação... Teremos mais força, e também mais excitação. Portanto, precisaremos (cada vez mais) de paz e serenidade para lidar com essa
imensa fonte de energia! A respiração é fundamental. No ato de dar a força para a
mulher, no movimento de penetração e criação do fogo, o homem deve expirar. O
processo da não-ejaculação, todavia, pode demorar mais ou menos a se estabelecer no
homem, dependendo do apego que tenha ao "hábito" da ejaculação, que é natural, que
visa a preservação da espécie – não podendo assim ser considerada "mal"... Demorou
anos para que pudéssemos entender a mudança de atitude na abordagem do prazer.
Ficamos bastante à mercê das funções orgânicas habituais, mas à medida que entendemos melhor como relaxar na energia da fonte fálica, o corpo se harmoniza e a realização de ser a força se aprofunda.
A seguir, colaboração de Ma Deva Pritama, sobre a realização feminina.
A POLARIDADE FEMININA: "Eu Sou A Luz"
Embora ainda perdure acerca deste assunto muito tabu, preconceito e
desinformação, principalmente com relação ao prazer sexual da mulher, não podemos
negar que a natureza sabiamente reservou a ela a capacidade de gerar e a de dar à luz,
visto ser ela a polaridade mais sensível e capaz da doação. A fonte de prazer da mulher
é, naturalmente, conectada ao coração. O primeiro chacra, de polaridade introvertida,
Yin, recebe a força masculina extrovertida, Yang, mas a explosão luminosa dessa força
se dá no coração, chacra de polaridade positiva na mulher. Por isso, ela é a doadora de
vida, a mãe, a que armazena o fruto da relação sexual. Puramente com a energia do
11
Abordagens que preconizam a realização espiritual através de formas não convencionais, ou de ritualismos heterodoxos.
primeiro chacra, não disporia dos sentimentos necessários a tamanha doação, tanto
física como emocionalmente. Ela recebe seu parceiro, o acolhe, quase que totalmente no
quarto chacra, o do coração. Para a mulher, o sexo já é, naturalmente, muito mais fonte
de prazer emocional-espiritual do que puramente físico. É bom lembrar que os braços e
as mãos são uma continuação do chacra cardíaco. Quando abraça o seu homem, ela já o
envolve no seu coração. Portanto, a doação à vida e à luz tem início no ato sexual:
primeiro, ela dá a luz ao parceiro, depois, à sua cria. Essa luz se reflete de volta a ela
mesma, nestes dois momentos tão singulares!! Outra observação: além dos braços e
mãos, também os seios estão localizados, na mulher, no chacra cardíaco, e devemos lembrar que isso não ocorre com os outros mamíferos. Ao amamentar ou abraçar, ela alimenta
duplamente, doando sua energia do coração. Muito mais do que algo agradável e prazeroso,
o sexo pode nos levar a realizações muito maiores, até mesmo do que as alcançadas
quando sexo-coração estão interligados. É bem verdade que há momentos em que a
excitação física, a atração puramente corporal, e a sensação de unidade provocada pela
bioeletricidade, podem levar a crer que o contato sexual com certa pessoa será profundo e
de grande realização para a mulher. Ela pode brevemente descobrir, após tal contato, que
nem sempre é assim: são as ilusões próprias do ser humano. No entanto, em geral, um
relacionamento maduro e consciente pode fazê-la alcançar padrões energéticos muito
elevados. Isso torna-se mais fácil quando a relação sexual é prolongada, em especial quando
o parceiro não tem por objetivo primeiro a ejaculação – o que, sem dúvida alguma, tem sido
a origem de grande frustração para a maioria das mulheres.
À medida que o homem e a mulher aprendem a prolongar o ato sexual, e passam a ter mais mestria sobre si mesmos, mais e mais energia é gerada e multiplicada. É
formado, então, um círculo de luz, de eletricidade, em torno dos parceiros, conectando
seus chacras básicos aos superiores e – por que não dizer? – aos centros de força do
Planeta e do Universo. Tal força é sentida por todo o organismo, e transforma-se imediatamente em beleza, saúde, vigor, harmonia, felicidade. Esse resultado transforma e
renova a vida do ser humano, elevando o seu padrão energético. Dentro de cada um de
nós habita a lembrança e a possibilidade de voltar à unidade. Em união amorosa, temos
a impressão de que isso é possível... Por um momento, "morremos" no sexo, e nos fundimos num só corpo e espírito, e temos a sensação de alcançar Deus!! Chegamos bem
perto, nos emocionamos com esse estado!! Esse vislumbre do divino, esse estado de
paraíso, de totalidade, nos traz a certeza da alma plena. E, um dia, quando as polaridades
masculina e feminina contidas em nossas individualidades se unirem, num abraço
eterno, estaremos na fonte ômnica de tudo. Amém!!
Ma Deva Pritama
"O mais elevado ser vivo da Terra é o homem. Sua
tarefa consiste em atuar ajudando na
espiritualização do planeta, da qual todos os seres participam, segundo o próprio desenvolvimento. E cada homem que se transformar de uma pessoa
O Tao
do Violão
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identificada Eu Divino, cumpriu sua missão! Esse homem espiritualizou um pedacinho da Terra. Ele ajudou o planeta a dar um passo rumo à sua salvação. Pois ele pode ajudar a salvar outros seres,
como um ajudante" (*1).
O conceito utilizado para formatar este capítulo, "Eu Sou A Força", polaridade
masculina, e "Eu Sou A Luz", polaridade feminina, foi inspirado na leitura da energia
primordial que fazem os mestres das tradições caboclas e xamânicas, da bebida sacramental Ayahuasca, Daime, ou, ainda, Hoaska. Essa bebida, conhecida também como
"Vegetal", é elaborada a partir de duas espécies vegetais diferentes: um cipó (polaridade
Yang), na Amazônia conhecido como "Mariri", que traz à força, e outro, uma folha (polaridade Yin), conhecida como "Chacrona" (Planta-rainha, Rainha), que traz à luz. Estes dois
princípios auxiliam o buscador sincero do transcendental na sua jornada espiritual (*13).
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"Concluindo, do fundo do meu coração, desejo que
a luxúria interior de cada um de nós possa tornarse uma escada pela qual se possa chegar ao templo do amor; que o sexo dentro de cada um de nós
possa tornar-se um veículo para a
supraconsciência. E, finalmente, inclino-me diante do Supremo que reina em todos nós. Por favor,
aceitem meus respeitos" (Osho *22).
Vamos ver, a seguir, como a linguagem musical foi codificada e se desenvolveu.
Após o ritual de passagem, estamos prontos para brincar com a racionalidade, sem
maiores riscos de nos deixarmos enfeitiçar por ela, sem que nos tornemos estátuas de
sal, como diz a poesia da Tradição!...
2ª PARTE
ASPECTOS RACIONAIS
DA MÚSICA
Capítulo 8
A Racionalização
da Música
"Em Escorpião surge o grande ponto de mutação,
o solstício. Ele precisa espiritualizar o poder criativo divino, na medida em que este se manifesta
intimamente como impulso sexual e instintivo.
Deve utilizar estes impulsos, esse poder criativo
divino, a serviço dos semelhantes. Isso significa
que precisa vencer completamente a própria pessoa. Ele sente a morte mística de sua personalidade, em seguida vive a ressurreição e a imortalidade do espírito. De agora em diante, cessará de
servir à matéria. Bem acima da Terra, em perfeita
liberdade espiritual, voa como uma águia, como o
sagrado falcão Hórus" (*1).
Intervalo natural: Quinta
Grau na escala cromática: 8
Essência: Escorpião
Nota no universo de D (ré): A
Nota no universo de C (dó): G
É a cultura grega, fundada em heranças culturais da civilização védica, que contribui, efetivamente, por intermédio de Pitágoras, para a solidificação da linguagem
musical hoje utilizada. Essa racionalização, desenvolvida principalmente na Europa no
segundo milênio d.C., deu nascimento a uma música harmônica típica de acordes – a
música Ocidental –, a uma notação musical surpreendente e, também, a um desenvolvimento imenso no aperfeiçoamento de instrumentos musicais. No capítulo 9, aprenderemos a afinar um violão e a deixá-lo no ponto exato – para vivenciar todos esses
sons musicais, que vamos detalhar a seguir.
Na demonstração acima, temos duas cordas da mesma espessura e tamanho.
Uma delas é pressionada exatamente sobre a sua metade. Ao percutirmos a metade da
que foi pressionada, ela soa o mesmo "som" que a de maior tamanho, em uma altura ou
dimensão acima. A este fenômeno sonoro dá-se o nome de intervalo de oitava, porque
a partir das divisões "naturais" se encontram sete notas musicais. A oitava é o fechamento de um ciclo ou escala, antes de se perpetuar no infinito, e é freqüentemente
representada por uma espiral. Nela encontramos todos os intervalos musicais, de segunda, de terça, de quarta, etc. Entre o soar da corda inteira e a sua repetição, em
outras alturas, existem vários sons, que sobressaem naturalmente, chamados harmônicos, mas o primeiro som diferente da fundamental (oitava) que aparece na Criação é
aquele chamado intervalo de quinta, correspondente à divisão demonstrada abaixo:
Essas duas notas juntas, a fundamental (ou tônica) [I] e a quinta [V], equilibram
o ciclo da oitava. Formam os alicerces da construção divina. Dentro do nosso trabalho,
a quinta [V] tem uma especial consideração. É chamada dominante (na teoria musical),
função harmônica correspondente ao acorde de 5º grau da escala natural.
É como se fosse a perna esquerda de um universo sonoro, enquanto a direita é
a tônica, ou fundamental. No próximo capítulo, utilizaremos este intervalo para afinarmos nosso violão. Este equilíbrio resultante do soar das duas notas – um acorde de
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do Violão
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grande harmonia!! – pode ser sentido nos surdos das escolas de samba e nos instrumentos sagrados do Oriente. Os gregos o consideravam um intervalo de "consonância
perfeita" (juntamente com o de 8ª e o de 4ª), e o denominavam "sinfonia". Na medida
em que o espírito começa a evoluir, vai se tornando mais e mais consciente desse universo sonoro. A quinta, ou intervalo de quinta, é a primeira nota da qual nos tornamos
conscientes – depois da oitava, ou intervalo de oitava – e, por isso, a mais familiar ao
reconhecimento auditivo. A música é uma linguagem universal, por já existir dentro de
cada um de nós, no nosso inconsciente. Podemos sentir a música chinesa, a africana ou
a mongol, assim como outros povos podem ouvir a nossa música, e também se deleitar,
por já trazermos todos esse código embutido na nossa própria informação genética
essencial. Dentro da lógica racional, então, a próxima divisão que aparece é a quarta, ou
o intervalo de quarta:
O Tao
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Podemos usar a seguinte expressão matemática: 1:2:3:4.
1:1 = Uníssono (I)
1:2 = Oitava (I)
2:3 = Quinta (V)
3:4 = Quarta (IV)
Representação pitagórica
da proporção sagrada.
Entre o soar da corda inteira e a sua repetição, a oitava, obtemos estes intervalos. A esta forma de divisão natural dos intervalos chamamos escala diatônica, em
contraste com a divisão da oitava em 12 partes iguais, chamada escala cromática.
Note que ambas as escalas são divisíveis em duas metades complementares, e
são parte de um mesmo fenômeno divino.
A Origem do Nome das Notas
O monge beneditino Guido d'Arezzo12 adotou uma pauta de quatro linhas, que
deu origem ao pentagrama, o gráfico com cinco linhas paralelas onde desenhamos as
notas.
Para dar nomes às notas ele utilizou as primeiras sílabas de um hino a São João
Batista:
UT queant laxis
REssonare fibris
MIra gestorum
FAmuli tuorum
SOLve poluti
LAbii reatum
SancTI Johannes!
12
Para que se possa
dó
Cantar com vigor
ré
Apreciando a grandiosidade
mi
De teus feitos
fá
Absolve a mácula
sol
Dos lábios de teus servos
lá
São João!
Si
Guido d'Arezzo. Período Medieval. Nascido (c. 995) em Paris, falece (c. 1050) em Avellano (França).
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Vamos praticar a familiar escala conhecida como escala diatônica, ou natural, de
dó:
Dó ré mi fá sol lá
1
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2
3
4
5
6
si dó
7
8
Vamos vivenciá-la profundamente na consciência. Sugerimos que pratique essa
escala como é praticada na Índia, através de movimentos corporais. Os nomes das notas
estão apresentados como são conhecidos lá, pois são muito sonoros aos ouvidos e ao
coração. Esses movimentos fazem uma relação direta com os nossos centros energéticos
de força, os chacras. Comece vocalizando no primeiro chacra (conforme a gravura acima), indo até o oitavo e retornando ao primeiro. Com um som bem confortável, não é
necessário que seja um dó "de verdade", na freqüência absoluta do diapasão. Qualquer
som fácil – para sua extensão vocal – trará o resultado. O importante é a sucessão de
sons como a desta familiar escala melódica. A fundamental, que vamos chamar de "dó",
ou "sa", pode começar em qualquer som, mas a sucessão de intervalos com essa
característica, com essa melodia, é o que importa agora, para termos uma referência
no nosso estudo.
88
É muito importante que você viva esses sons e observe (ouça), com clareza, que
a primeira nota, no caso o dó, se repete em uma altura mais aguda, quando chega à
oitava. É a mesma nota, só que soando "uma oitava acima". Usaremos os algarismos
romanos para representar a cor de cada passo ou grau da escala, pois esse é o verdadeiro conhecimento: o das relações das notas existentes entre a primeira nota, ou
fundamental, e a sua oitava. Mais tarde veremos que, usando o violão como propomos, se torna uma delícia vivenciar essa escala!
As cifras
Universalmente – no nosso maravilhoso Paraíso Terrestre!! – simbolizam-se as
notas lá à sol com as primeiras sete letras do alfabeto, gerando a seguinte nomenclatura: A, B, C, D, E, F e G, respectivamente lá, si, dó, ré, mi, fá e sol. A nota A (lá) é aquela
designada oficialmente para servir de referência para afinação das outras notas. A freqüência do A (lá) adotada mundialmente é 440 Hz. Nesta obra propomos que o A (lá)
seja afinado na freqüência 432 Hz, por causa da sua harmonia com as outras freqüências universais, o que veremos no capítulo a seguir.
O Tao
do Violão
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Intervalos
Os intervalos, embora constituídos de duas notas, produzem uma única sonoridade – ou cor. O intervalo de quinta, por exemplo, é o intervalo entre uma fundamental
e o quinto degrau de sua escala diatônica ou natural, mas na prática é o soar de uma
nota, um determinado colorido, em relação a um centro (fundamental).
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Maior e Menor
Leão F# (fá #) é exatamente o intervalo de 'terça maior' de Áries D (ré), constituído
de dois tons, um intervalo Yang, inconfundível, que aparece sempre e naturalmente
nos ciclos divinos (veja acima). A escala natural então é classificada de maior, e o que
determina se uma escala é do modo maior ou menor é justamente a terceira nota a
partir da fundamental, a terça, ou, sob a perspectiva da escala cromática, o quinto
degrau desta.
O intervalo de terça maior soa naturalmente, marcando as fases dos movimentos cíclicos divinos. No gráfico abaixo, vamos observar que os três aspectos do fogo se
movem em terças maiores, e o mesmo se dá com os outros aspectos elementares, que
se movem também em terças maiores, formando figuras de triângulos, que simbolizam
Deus em seu Estado Divino Perfeito.
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A analogia sons, cores e zodíaco
No caminho do coração encontramos a cromopuntura, a fusão da cromoterapia
com os princípios da medicina chinesa. As experiências do grande médico naturalista
alemão, Dr. Peter Mandel, confirmam a efetividade produzida pela aplicação de feixes
de luzes coloridas no sistema energético humano.
Como o som e a cor estão intimamente ligados, são aspectos diferentes dum
mesmo fenômeno, resolvemos introduzir essa associação para enriquecer a prática dos
estudos dos intervalos musicais, com a intenção de empregá-la terapeuticamente.
Na página da web, do músico e cientista Charles Lucy (*8), encontramos um
quadro bem descrito da associação entre cores e sons, sua história, e outros resultados de
sua pesquisa. Ao analisá-los, associamos a freqüência F# (fá #), de cor vermelha, a de
Leão, o doador da vida no Zodíaco (*1).
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Ao associarmos o F# (fá #), a cor mais quente, o vermelho, ao signo de Leão,
obtemos o quadro acima. Um Zodíaco musical, com arquétipos sonoros equivalentes à
essência divina das constelações! A escala ou universo de D (ré) casa perfeitamente
com os arquétipos do Zodíaco e a teoria da dissonância original, o Big Bang. É o tom
geralmente utilizado para afinar as tamburas indianas, e o mais adequado para a
abordagem natural do violão, por causa de sua sonoridade robusta (sexta corda em D),
próxima da tensão normalmente utilizada para afinar o instrumento.
Do B (si) até o F (fá), temos as tonalidades Yin; e do F# (fá #) até o Bb (si b), as
tonalidades Yang. Tomemos como exemplo um E (mi). A tonalidade E é violeta, Yin; sua
terça maior, G#, é laranja, Yang e, sua quinta é B, amarelo-verde, passando de Yang para
Yin...
Desse modo, podemos utilizar a música, cada vez mais conscientes, objetivos...
Já sabemos que uma determinada freqüência tonal é sedante ou estimulante! A
quinta equilibra a fundamental, pois sua freqüência é o primeiro degrau da segunda
metade da oitava. Na oitava, a primeira metade é feminina e, a segunda, masculina,
com início na quinta.
Um C (Aquário), por exemplo, é verde, e a sua oposta é F# (Leão), vermelho. A
quinta do acorde é G (Virgem), laranja; então, todo acorde traduz equilíbrio: a isso chamamos música. Representamos os signos sempre unidos às suas cores opostas. No centro,
o signo em si veste a sua cor fundamental, e, ao fundo, a sua cor oposta. No acorde de C,
a fundamental é sedativa e, sua terça, e sua quinta, são estimulantes! (Consulte o
marca-páginas).
"A cura por meio dos sons tornou-se um campo
crescente, o qual Edgar Cayce já previu, a medicina
do futuro" (*6).
"A utilização das cores na cromopuntura é
embasada na teoria original de Goethe sobre cores complementares. Cores quentes e frias são
utilizadas para equilibrar os fluxos de energias (Yin
e Yang) nos meridianos. Cada cor tem sua própria
complementar – amarelo X violeta, laranja X azul,
vermelho X verde –, e exercem efeitos distintos em
meridianos (regiões do corpo físico e dos corpos
sutis). Mandel descobriu que se pode tonificar ou
sedar os meridianos da acupuntura pela utilização
de pares de cores complementares. Em geral, o
vermelho, o laranja e o amarelo estimulam,
enquanto o verde, o azul e o violeta têm efeitos
sedativos. Existem pares complementares de cores
sedativas e estimulantes, correspondentes entre
si, e estes são empregados de forma bilateral, para
tratar um único meridiano de acupuntura. Os
pontos mais dolorosos indicam excesso de energia. Nós os tratamos com suavização. Então, fazse o equilíbrio com a cor mais quente. Em qualquer
ponto em questão a energia é trabalhada
tratando os excessos, com a cor mais suave,
primeiro, e equilibrando a energia com a cor mais
quente" (*9).
"Nos reservamos o direito de maravilharmo-nos
com a ocorrência de cores em significados, para
admirar e, se possível, desvelar os segredos das
cores" (Goethe).
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do Violão
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Notação
A notação musical moderna se utiliza de um pentagrama – na ilustração abaixo
–, e de chaves, para determinar a altura das notas.
A chave à esquerda (na figura a seguir) é chamada clave de sol, pois determina a
posição da nota sol graficamente: ela se localiza sobre a segunda linha do pentagrama,
contando de baixo para cima.
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do Violão
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Sucessivamente, após o sol, no espaço entre a 2ª e a 3ª linhas, vem o A (lá). A
seguir, na 3ª linha, o B (si). No espaço entre a 3ª linha e a 4ª, o C (dó). Na 4ª linha, o D (ré).
No espaço entre a 4ª linha e a 5ª, o E (mi). Na 5ª linha, o F (fá). E teremos as linhas
suplementares superiores, sol, lá, si etc.
No sentido inverso, no espaço compreendido entre a 2ª linha, G (sol), e a 1ª
linha, E (mi), temos o F (fá). O E (mi), na linha inferior do pentagrama, e teremos as
linhas suplementares inferiores.
O "joguinho da velha" que vemos ao lado da clave de sol, na ilustração acima, é
chamado sustenido, símbolo que representa uma alteração ascendente, na nota que
acompanha. No caso da ilustração acima, ele altera a nota da 5ª linha, correspondente
à nota F (fá). Ela será, então, F# (fá #, fá sustenido). Ele altera ascendentemente a nota
que acompanha, em linha ou espaço.
#) altera a nota 1/2 tom ([um] semitom) para cima, enquanto o
O sustenido (#
bemol ( ) altera a nota 1/2 tom ([um] semitom) para baixo. O bequadro ( ) "desaltera"
uma nota que foi anteriormente alterada, anula a alteração feita anteriormente, para
cima (sustenido) ou para baixo (bemol). Essas alterações são chamadas "acidentes", em
uma frase musical.
A clave de fá define que a linha que passa entre os dois pontos (veja figura a
seguir) é a linha da nota F (fá), que representa os sons médios para graves. A clave de sol
determina os sons médios para agudos.
Exemplo com as claves de fá e sol, utilizando a série harmônica.
Para saber de cor e salteado!!
A melodia de qualquer escala diatônica tem aquele som familiar da escala natural de C (dó), que descrevemos no início do capítulo. Reapresentamos a escala diatônica
de D (ré), que utilizaremos no nosso estudo:
A escala cromática tem 12 semitons, 12 passos iguais. A escala natural é formada por tons e semitons.
Escala diatônica de ré Ré
Escala cromática
1
Escala diatônica
1
Cifra
D
Zodíaco
2
Mi
3
2
E
4
Fá# Sol
6
5
4
3
F# G
7
Lá
8
5
A
9
Si
10
6
B
Dó# Ré1
11 12 13
7
8
C# D
Um tom é equivalente a dois semitons. De Áries para Gêmeos há um tom, portanto. De Gêmeos para Leão, também há um tom. De Leão para Virgem há apenas um semitom.
Acordes são blocos de notas executadas simultaneamente.
Acordes consonantes inspiram harmonia, repouso e relaxamento.
Acordes dissonantes provocam tensão e demandam relaxamento, se
complementando com os acordes consonantes, na dialética natural.
Quando falamos em intervalos de terça, sexta ou quinta, estamos nos referindo
sempre à escala diatônica, e não à escala cromática.
O Zodíaco, musicalmente falando, com 12 intervalos, é uma escala cromática
(formada por semitons sucessivos). (Veja também SISTEMA TEMPERADO, no Glossário.)
Acidentes: # (sustenido) ou (bemol), dependendo do fluir da escala. A nota
alterada vai se chamar, por exemplo, D# (ré #) ou Eb (mi b), dependendo do contexto
musical. O bequadro também é um acidente, que anula as alterações ascendentes ou
descendentes, os sustenidos ou os bemóis, existentes na frase musical.
Vamos agora ao violão, e à linguagem aplicada ao seu estudo!!
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Capítulo 9
O Violão
"Através do efeito de Sagitário ele se transforma
num grande professor, como o próprio Centauro,
uma criatura que cresceu além do nível animal,
usando o seu corpo físico apenas para alcançar
mais rapidamente a meta que vê à frente, com
toda a clareza" (*1).
Intervalo natural: Quinta aumentada
ou sexta menor
Grau na escala cromática: 9
Essência: Sagitário
Nota no universo de D (ré): A# ou Bb
Nota no universo de C (dó): G# ou Ab
Presumimos que as harpas e as liras tenham, em algum instrumento de uma só
corda, como o berimbau, por exemplo, a sua origem. A partir dessa sonoridade ômnica,
de uma só nota, o homem começa a desenvolver a sua musicalidade. Este é um ótimo
exemplo, porque ambos os instrumentos possuem possibilidades rítmicas exuberantes,
e a utilização destas possibilidades será imprescindível para os primeiros passos da
musicalização. Essa riqueza rítmica do acervo inconsciente, que carregamos, unida à
sonoridade ômnica da afinação do violão, como propomos, é que fazem da abordagem
natural do violão uma ferramenta utilíssima de expansão da consciência, e de aprendizado da linguagem musical moderna. Das primeiras liras, feitas de casco de tartaruga e
cordas de tripas de animais, até os "tanburs", encontrados nas tumbas em escavações
no Egito e na Babilônia, temos já as origens do violão (*10).
É interessantíssimo que o instrumento encontrado no Antigo Egito (o "tanbur")
tenha um nome muito parecido com o da tambura indiana, o instrumento-base da
música clássica védica. Embora esta não se assemelhe muito com as "caixas com cordas" egípcias, os tanburs, ou com os atuais violões, com certeza suas origens e funções
estão intimamente ligadas.
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O Berimbau, que é ômnico.
O violão
"A maioria das pessoas são destras, por isso as
instruções serão passadas nessa linguagem. Destros devem praticar como destros, canhotos, como
canhotos. Há fortes e importantes razões
neurofisiológicas para isso. Não se deve inverter
a orientação das mãos – não se deve obrigar um
canhoto a estudar como destro, ou vice-versa, sob
pena de sérios riscos para os organismos. Não há
vantagens para o canhoto estudar como destro,
ou para o destro estudar como canhoto. Se um
canhoto iniciou seus estudos como destro e já tem
certo domínio do instrumento, EM NENHUMA HIPÓTESE DEVERÁ INVERTER A POSIÇÃO DAS MÃOS,
o mesmo valendo para destros que tenham estudado como canhotos" (*18).
.
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A afinação do violão moderno é um florescimento da música racionalizada, uma
sonoridade não muito natural aos ouvidos... E que tem sido usada soberbamente pelos
mestres da música brasileira! Uma afinação sofisticada, com as cordas soltas soando
um acorde diferente, típico da racionalização, para servir à concepção harmônica de
acordes da música ocidental.
Os primeiros intervalos reconhecidos pela consciência humana são os de oitava
e quinta. A terça menor, contida na sonoridade das cordas soltas do violão (E-G), aparece originalmente em relação ao quinto grau da Oitava Divina.
Para formação da consciência humana, ela aparece depois ainda da terça maior,
a cor majestosa de Leão, que aquece todo o Zodíaco. O intervalo mais quente da Oitava
(ver cap. 2). Na figura acima,
a terça maior está indicada com o n° 5.
O acorde formado pelas cordas soltas do violão revela um intervalo de terça
menor, que é consonante, mas se encontra entre outros intervalos, diferentes, formando dissonância – o que faz o instrumento soar "tenso". Os ouvidos menos desenvolvidos
musicalmente podem demonstrar certa dificuldade com a percepção desta sonoridade.
Com a sua afinação sofisticada, por soar dissonante, e com aquele intervalo mais distante da consciência, a terça menor, ele exige do aprendiz uma certa habilidade natural
para lidar, e criar, com ele. Isso já é um obstáculo para aquela experiência musical orgânica, corporal, visceral que um principiante pode, e deve, ter!!
A afinação meditativa, ou natural, que propomos, soando um acorde de quinta,
já permite a experiência musical imediata. A quinta é a primeira nota 'diferente' que
aparece na série harmônica. A primeira nota que aparece na série harmônica é a própria
fundamental, uma oitava acima. A segunda é ela, a quinta. É o intervalo utilizado no
tecido da música clássica indiana, e também utilizado pelos "surdos" nas escolas de
samba, a base da música sagrada afro-brasileira!
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do Violão
Arun
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O violão, com as suas seis cordas, como propomos, passa a soar esse intervalo com
apenas duas notas, levando o aprendiz inocentemente ao encontro imediato do seu
acervo musical inconsciente, construído sobre o código vibracional natural. Todos os
seres o possuem, o que permite essa interação musical, sendo a música (por isso) a
linguagem universal!! Através do som contínuo da fundamental e de sua quinta, cria-se
um moto perpétuo, incessante, que simula a eternidade!... Há uma analogia direta com
o OM cósmico, o som original, e a Criação! O equilíbrio do intervalo de quinta é marcado
pelos surdos, a base rítmica da música sagrada afro-brasileira e do samba popular de
Cartola, Paulinho da Viola, Clara Nunes, Tom Jobim, Jorge Benjor...
As sugestões aqui apresentadas facilitam a musicalização em geral, especialmente
para os que não apresentem uma "facilidade extraordinária" para o aprendizado musical.
Servem para utilização do instrumento como auxiliar na auto-sensibilização, funcionando como um jardim de infância da música – não se opondo à afinação convencional.
Afinar é tudo!!
"Há um ponto no qual as cordas não estão nem
frouxas, nem tesas – e apenas um mestre o pode
reconhecer. É fácil tocar algo em um violão: é difícil
trazer o instrumento àquela afinação na qual a música nasce, nasce naturalmente, nasce sem esforço.
Uma pessoa se torna um mestre, ou um maestro,
quando conseguir afinar seu instrumento. Tocar não
é tão difícil: afinar é mais difícil – porque para afinar
é necessário saber onde se situa o equilíbrio perfeito.
Você tem que estar muito alerta, muito sensitivo.
Seu ouvido tem de ser muito, muito sensível. Apenas
então você pode encontrar o ponto médio, de equilíbrio" (Osho *23).
O Tao
do Violão
Arun
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Esse livro é fundamentado na experiência sonora de intervalos musicais harmônicos universais, que já existem na construção divina, dentro de nós, no nosso inconsciente. Acreditamos que a imersão nessa experiência trará um aprendizado instantâneo.
Para isso, é necessário um violão bem afinado. O princípio do violão é um pouco misterioso, mas muito fácil de entender. Para afinar um violão temos que ajustar a freqüência do som das cordas manualmente. Produzimos o som tangendo a corda com a mão
direita e, através do girar da cravelha correspondente a esta corda, ouvimos a mudança
da vibração.
A mão do instrumento
com as cravelhas.
Para ajustar exatamente a freqüência da nota correspondente a cada corda,
utilizamos um afinador eletrônico como referência. A vibração da corda é captada pelo
microfone do aparelho, e você gira a cravelha, para frente ou para trás, aumentando ou
diminuindo a freqüência sonora emitida pela vibração da corda, dependendo daquela
que queira atingir, até que o indicador do mesmo permaneça no centro do mostrador.
É importante entender que essa maneira de afinar que estamos demonstrando é a
maneira absoluta de afinar, ou seja, aquela que pode ser depreendida pela utilização do
aparelho afinador eletrônico, que mostrará a exata altura da nota que pretendemos
ajustar. A familiaridade com o instrumento – violão – deverá levar a prescindir do afinador
eletrônico, já que a afinação pode (e deve) ser realizada de ouvido. A principal vantagem da afinação absoluta, nesse nosso trabalho (no qual sugiro o A = 432 Hz), é a
riqueza de harmônicos que o seu violão e a sua voz vão produzir, quando assim sintonizados, enriquecendo sua consciência e trabalhando com as freqüências universalmente
em ação. No caso da afinação absoluta, com o A = 440 Hz, também fica bem interessante, pois se pode afinar com a freqüência-padrão moderna, que é a das músicas
tocadas no rádio e na televisão, pois o A (lá) padronizado é aquele sintonizado nesta
freqüência.
A outra maneira de afinar que existe é a afinação relativa. Nesta afinamos o
violão tendo como referência a sexta corda do instrumento, com uma freqüência aproximada da exata, afinando as outras cordas por ela. A respeito da afinação relativa,
veremos mais adiante, depois de aprendermos a afinação absoluta, que nos interessa
muito mais, devido à sua riqueza harmônica.
Princípios
1) Entender bem a diferença entre a escala natural, de sete sons, e a escala
cromática, de 12;
A escala diatônica é constituída de tons e semitons. A escala cromática contém a escala diatônica. Intervalos cromáticos são denominados
"semitons", enquanto os intervalos naturais são compostos, ora de tom,
ora de tom e semiton, ou somente semitom. 1 tom = 2 semitons.
O Tao
do Violão
Arun
103
2) Uma boa noção da distância sonora, do grave até o agudo, entre uma corda e
outra:
3) Aprender a utilizar um afinador eletrônico, para ajustar a freqüência das notas.
O afinador que recomendamos é o Korg ca-3013 , que nos possibilita afinar o violão com
o A (lá) na freqüência de 432 Hz, e produzir freqüências mais ricas em harmônicos, em
comparação com o lá convencionado oficialmente, em 440 Hz (ver A, no Glossário).
O Tao
do Violão
Arun
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No mostrador do afinador há um medidor de freqüência, e na parte superior do
mesmo vão aparecendo as notas correspondentes à escala natural e cromática, à medida
que o aparelho as for captando.
Precisaremos de muita atenção e bom senso para saber onde, em que altura, a
corda está soando. Ao tanger uma corda, esta vai soar e o seu som será captado pelo
microfone do aparelho, que deve estar bem próximo do instrumento. São seis cordas
esticadas, cujas tensões medianas produzem sons audíveis. Consideremos que o violão
tenha apenas uma corda, para entendermos o princípio básico, esquecendo por um
momento as outras cordas e o seu corpo acústico. A situação da corda esticada nos
remete àquela experiência conduzida por Pitágoras, que demonstramos no capítulo
anterior. Exatamente a sua divisão ou multiplicação por dois produz a mesma freqüência, ou nota, em uma região mais aguda ou mais grave, a oitava.
13
Os afinadores geralmente trazem as notas fixas da afinação tradicional do violão, E A D G B E, e não possibilitam a alteração
da "altura" (pitch) (não confundir com volume!) da freqüência, ou seja, mudar a mesma de 440 Hz para 432 Hz.
Uma corda dividida ao meio vai soar a sua própria oitava, só que acima. Agora,
para ter esses dois sons, em duas cordas diferentes, de mesmo comprimento, utilizaremos uma outra corda mais fina e mais tensionada para produzir o mesmo efeito!... O
violão é assim construído e desenhado, com cordas grossas para a região grave e cordas
do mesmo tamanho, cada vez mais finas, para as regiões média e aguda. As cordas
soltas do violão clássico reproduzem sons graves, das cordas mais grossas, que são de
náilon revestido de aço, e sons médios e agudos, das cordas mais finas, de náilon, de
maneira que ele soa desde a oitava grave até a média e a aguda, perfazendo três oitavas
distintas.
A sexta corda, bordão, é aquela mais grave, e a primeira, prima, é a corda mais
aguda. As outras quatro cordas ficam entre essas duas, tanto na afinação tradicional
quanto na afinação meditativa, que propomos aos iniciantes (viajores de si mesmos!!).
Existe uma significativa distância intervalar, de altura, entre a sexta corda do
violão, grave, o bordão, e a última corda, aguda, a prima. São três oitavas. Quando você
afrouxa ou aperta a cravelha de uma corda individual do seu instrumento, a distância
percorrida é bem pouca, de pouco em pouco. O controle da freqüência da corda é feito
ao apertar ou afrouxar as cravelhas, que ficam na mão do instrumento. São seis as
cravelhas, cada uma correspondendo a uma das seis cordas.
Por exemplo: você está em G (sol) e quer chegar no A (lá). Para isso, terá que
percorrer a seguinte distância, ou seja, apertar a corda, a seguinte quantidade:
c
c#
d
d#
e
f
f#
g
g#
a
Quando você começa a girar a cravelha (apertar a corda), está em G (sol), passa
em seguida pelo G# (sol sustenido) e alcança o A (lá).
Faça um teste prático. Escolha uma corda, por exemplo, o bordão. Toque-a, e, enquanto está soando, com a outra mão, aperte e/ou afrouxe a cravelha correspondente a ela.
Talvez esta seja a melhor dica para se familiarizar com o mecanismo da afinação
do instrumento. Dessa maneira, você vai sentir a mudança de vibração da corda, de
acordo com o movimento de girar a cravelha. O mais importante é que, neste movimento, você ouça a corda mudar de freqüência.
O Tao
do Violão
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Para utilizar o afinador:
1) Obtenha um som claro da corda escolhida, com a mão direita. É importante
experimentar como fazer isso. Brinque com as cordas, veja como a sua mão tira esses
sons, tanto das cordas individuais, como de todas ao mesmo tempo.
2) Observe o que mostra o aparelho. Ele foi desenhado para captar uma corda
de cada vez. Portanto, se tanger todas ao mesmo tempo, ele vai ficar caótico (neste
caso, abafe as cordas!). Refaça o movimento, de modo adequado, tangendo uma corda de
cada vez.
3) Com a corda soando, gire a cravelha para frente e para trás, com a mão
esquerda, e veja o que mostra o aparelho. Ouça a mudança de freqüência. Ao longo do
aprendizado, sentirá como reage seu verdadeiro aparelho afinador - o ouvido!!
O aparelho vai indicar a nota que está sendo captada. O medidor de freqüência
exibirá uma mudança na medida em que for apertada a cravelha correspondente à
corda tangida. Ele vai indicar se a nota está "abaixo" ou "acima" da freqüência exata
correspondente àquela nota.
O Tao
do Violão
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Se o ponteiro está abaixo do centro, quer dizer que a nota está "baixa". Se o ponteiro
está acima do centro, quer dizer que a nota está "alta". Se ela está no centro, a luzinha verde
se acende e o ponteiro fica no zero, indicando a altura correta da freqüência.
A natureza vibratória da corda, seu tempo de vida, quando percutida ou tangida,
é bem curto. O som dura pouco e tende à instabilidade. Por isso, o tempo que o ponteiro
permanece no centro do mostrador – com a luzinha verde acesa – ocorre por breve
momento apenas, e definha... Ao percutir a corda, portanto, veja o mostrador do afinador
e gire a cravelha, apertando-a ou afrouxando-a, localizando a freqüência desejada.
É melhor relaxar a altura da freqüência da corda que você está afinando, afrouxando-a até antes da freqüência central indicada pelo aparelho, e gradualmente ir apertando-a, até chegar ao ponto exato da freqüência da afinação buscada, do que afrouxála até essa freqüência buscada, a partir de uma altura mais alta. É que existe uma
chance maior da afinação cair quando você a afina afrouxando. É mais seguro e firme
apertá-la até a freqüência desejada.
Afinando
Essa é a parte crítica do nosso estudo. Se sabemos como afinar o instrumento, já
teremos alcançado a metade do caminho!! A afinação meditativa se constitui daquele
intervalo já demonstrado, o intervalo de quinta. Ele é formado por duas notas apenas, a
fundamental e a quinta da escala. No caso, a nota fundamental ou tônica da nossa
afinação é D (ré). Então, a partir de D (ré), a escala se constitui: D (ré), E (mi), F# (fá #), G (sol),
A (lá), B (si) e C# (dó #). Portanto, a quinta de D (ré) é A (lá). Nesse trabalho de conscientização
da música divina, temos apenas essas duas notas, distribuídas pelas seis cordas do
instrumento, da seguinte maneira:
Afinação absoluta
Com o violão encordoado em punho, todas as cordas em tensão média, claras e
audíveis, o afinador próximo o suficiente para captar o som – pronto para apertar ou
afrouxar as cravelhas correspondentes a cada corda –, prepare-se!! Começaremos pela
sexta corda.
Afinando a 6ª corda
A nota que desejamos na sexta corda é D (ré), que é grave e robusta no violão. A
tensão dessa corda deve ser de frouxa para média. Nunca tensa demais... Com as cordas
revestidas de metal, é melhor sempre começar do frouxo para o tenso. Ao tanger a
sexta corda, repare que o aparelho indicará uma nota no canto direito do mostrador.
Usemos um exemplo: B (si) – o nome B aparecerá no canto direito do mostrador. Isso
demonstra que a corda captada pelo aparelho é B. Como a corda é de natureza grave,
esse B então pertence à oitava mais grave, a nota inicial do gráfico, a seguir.
B C C# D...
A nota que queremos para a sexta corda é D (ré). O movimento de giro da cravelha faz a freqüência da nota emitida pela vibração da corda tangida ir aumentando
gradativamente de B (si), passando por C (dó), C# (dó #), até chegar ao D (ré). Agora, esta
nota D precisa estar na freqüência exata, que será indicada pelo ponteiro do aparelho.
Aperte a corda até que ele, o ponteiro, se estabeleça no centro do mostrador, no zero.
(Considere brincadeiras as tentativas de localizar o ponteiro no centro do mostrador,
enquanto vai apertando ou afrouxando as cravelhas!...) A corda soando, afrouxe-a e
aperte-a, sucessivamente (atento à indicação do ponteiro do aparelho)... O ponteiro irá
indicar se a nota está afinada (no centro do mostrador), se está acima ou abaixo. Se o
ponteiro não indicar o centro do mostrador, a corda deverá ser afinada, isto é, o ponteiro
deverá ser colocado no centro, por meio de apertar ou afrouxar a corda. Familiarize-se ao
máximo com esse procedimento. Depois que a sexta corda estiver afinada, então você
pode prosseguir com o aparelho para afinar as demais, ou, quando tiver mais experiência,
poderá afinar as demais por ela, 'de ouvido'!... Para prosseguir afinando com o aparelho,
simplesmente adote o mesmo procedimento utilizado para afinar as demais. Comece a
O Tao
do Violão
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partir da corda relaxada, veja a nota que o aparelho indica ao soá-la, e raciocine, identificando para que altura freqüencial deverá ser elevada ou baixada a tensão da corda,
para atingir a afinação exata.
Afinação relativa
Prosseguimos com as notas da afinação tradicional do violão.
Na afinação relativa, que será utilizada quando o aprendiz estiver mais treinado,
ele se deve guiar pela freqüência da corda mais grave, já afinada ou com tensão aproximada da freqüência exata, e prosseguir afinando as demais por ela. Como não há o
compromisso com a exatidão da freqüência, e se trata de um modo mais usual de afinar
o instrumento, aproveitamos para abordar a afinação tradicional. O bordão do violão
tradicional é E (mi), que é um tom (2 semitons) acima do bordão afinado em D (ré). Um
tom é uma distância pequena para se percorrer girando a cravelha. É a corda D do
violão meditativo um pouco mais tensa, 'um tom acima'.
O Tao
do Violão
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Observe: na afinação tradicional, as notas da 4ª e da 5ª cordas são as mesmas
daquelas da afinação meditativa.
Vamos à afinação relativa, utilizando as notas da afinação convencional do violão.
A sexta corda deverá estar em tensão média, em freqüência aproximada da nota E (mi).
Afinando a 5ª Corda
Pressione a 6ª corda (o bordão) com o dedo 2 da mão esquerda contra o braço do
instrumento, na casa 5. Veja o diagrama anterior. Ao tangê-la pressionada assim, a nota
que soará é a mesma da 5ª corda do instrumento, solta, a nota A (lá). Pressione a corda 6
na quinta casa. Deixe-a soar. Ajuste a quinta corda até que ela soe idêntica à sexta corda
pressionada na quinta casa.
Afinando a 4ª Corda
Pressionando a 5ª corda na casa 5, com o dedo 2 da mão esquerda, e tangendo-a,
soará a mesma nota da quarta corda solta. Essa é a nota D (ré). Assim, ajuste a corda D de
maneira que ela soe exatamente tal qual a quinta corda pressionada na casa 5 do
instrumento.
Afinando a 3ª Corda
O Tao
do Violão
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Pressionando a 4ª corda na quinta casa, e tangendo-a, soará como deverá soar a
3ª corda solta. Essa é a nota G (sol). Equalize a sua 3ª corda.
Afinando a 2ª Corda
Para todas as cordas até aqui, a quinta casa tem sido usada para afinar a corda
imediatamente abaixo. A única exceção é a segunda corda, que tem o mesmo som, solta,
que a sonoridade da 3ª corda pressionada na quarta casa. Essa nota é a B (si). Dessa
maneira, afine a 2ª corda: pressione a 3ª corda na casa 4, ajustando a 2ª corda solta, até
que fique com o som (nota B) da corda 3 pressionada na casa 4.
Afinando a 1ª Corda
O Tao
do Violão
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Pressionando a 2ª corda, desta vez na casa 5 novamente, e tangendo-a, deveremos ouvir soar a nota da 1ª corda solta. Essa é a nota E (mi). A mesma nota da 6ª corda, só
que duas oitavas acima. Afine, assim, portanto, a sua 1ª corda.
Faça a "prova real": cheque a afinação das cordas novamente, repetindo os
movimentos em seqüência.
As cordas de náilon novas têm a tendência de ceder e desafinar. Para estabilizar
a afinação delas, você pode esticá-las com sua própria mão: pegue a corda mais ou
menos na sua metade, no 12º traste – depois de afinada –, e puxe-a firmemente, com
cuidado. Ela irá ceder, e desafinará. Afine-a novamente, e repita o processo até conseguir que a corda mantenha a freqüência afinada.
Anedota
Anedota: O violonista que toca há 30 anos. Com certeza passou pelo menos 15
afinando!
O violão-oitava
Com o violinho cósmico, as cordas estarão soando "uma oitava acima", mas o
processo é o mesmo. O afinador eletrônico reagirá igualmente à mudança de oitava!
O Capotraste
O capo é uma peça importante no desenvolvimento do nosso trabalho. É um
acessório que, preso ao braço do instrumento, eleva a afinação como um todo. Na foto
abaixo, é como se o braço do instrumento terminasse onde o capo foi fixado, fazendo
com que o violão soe mais agudo, mantendo, porém, a mesma sonoridade original, ou
timbre.
O Tao
do Violão
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Método de encordoamento (John Gilbert, *11)
"O primeiro passo é proteger o tampo da caixa de ressonância do instrumento, na área que fica imediatamente atrás do cavalete. Você pode utilizar um
papel-cartão de 7,5 x 12,5 cm. Fixe o cartão com fita adesiva. Para reduzir a
quantidade de adesivo na fita, pregue-a em suas roupas algumas vezes. Fitas com
grande quantidade de adesivo podem danificar o tampo do violão. Portanto, cuidado!
O Tao
do Violão
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A ordem de colocação das cordas será 1ª, 2ª, 3ª, e então 6ª, 5ª e 4ª. Isto dá
às cordas agudas tempo bastante para que se assentem, enquanto colocamos as
graves (bordões). Além disso, seguir esta ordem de colocação evita que elas fiquem no caminho umas das outras, conforme as fixamos nos cilindros da mão do
violão. Comecemos formando uma pequena bola nas terminações das cordas agudas. Fazemos isso posicionando a terminação da corda próxima (e não diretamente) da chama de uma vela ou fósforo. A bolinha formada deve ter de 1,5 a 2
vezes o diâmetro da corda.
Agora pegue a ponta da corda que não foi derretida – sem a pequena bola
– e insira-a pelo orifício da parte de trás do rastilho. A ponta com a bolinha deve
sobrar aproximadamente 5 cm da parte de trás do rastilho, pois é a parte da
corda que será amarrada a ele.
Pegue a ponta da corda com a bola, passe-a por cima do rastilho e por
baixo da corda. Eu costumo amarrar a corda passando a ponta com a bola de
'cima para baixo', descendo como das cordas graves para as agudas.
O Tao
do Violão
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Leve a corda até a parte de trás do rastilho.
Aqui, um exemplo de como uma imagem pode valer mais que mil palavras!...
A corda faz uma volta até a aresta de trás do rastilho, e é passada em volta e por
baixo da parte dela que primeiramente foi inserida no rastilho. A terminação com
a bolinha deve ficar na parte de cima do rastilho, a cerca de 0,5 cm da aresta (ver
foto). Isso é muito importante, pois é a aresta vertical do rastilho que prende a
corda, e não seu topo horizontal. O formato do cavalete do instrumento é crucial
para uma amarração apropriada das cordas.
Depois de colocadas, as cordas agudas devem estar dispostas como as
desta foto.
O Tao
do Violão
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Nesta foto, uma visão lateral.
Agora, veremos como amarrar as cordas agudas nos cilindros da mão do
instrumento. O primeiro passo é girar os cilindros até que os orifícios estejam
todos voltados para cima, em sua direção. Nesta foto, a primeira corda já foi
colocada.
Agora, pegue a corda, neste caso, a segunda, e passe-a pelo orifício.
O Tao
do Violão
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Em seguida, puxe a corda para cima, e em volta do cilindro.
Neste ponto, um passo crucial! Devemos agora enrolar a corda em volta de
si mesma. Ela precisa ser amarrada de forma que a ponta solta esteja na direção
do centro da mão do violão. Fazemos isto enrolando a ponta solta da corda, a
partir da parte exterior da mão (na qual estão as cravelhas), e puxando-a até o
centro da mão.
Agora dê mais uma volta na corda em torno de si mesma. Você deve dar
duas voltas na corda. A ponta solta deve estar na direção do centro da mão do
violão. Na foto, a ponta solta é a que está à esquerda da ponta do meu dedo.
O Tao
do Violão
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Agora, puxe a corda firmemente. Novamente, certifique-se de que a ponta
solta esteja na direção do centro da mão do instrumento. Isso é muito importante!
Você pode agora afinar esta corda até sua altura correta. É fundamental
que ela se enrole no cilindro em direção à parte exterior da mão (onde estão as
cravelhas). A ponta solta, sempre, na direção oposta, do centro da mão.
Nesta foto, uma outra visão.
O Tao
do Violão
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Uma vez que esteja afinada, você pode cortar o excesso da corda. A ponta
com o excesso cortado não deve medir mais que 1 cm. Quando você tiver amarrado todas as cordas agudas, e as afinado corretamente, poderá começar a colocar
as graves.
Estamos prontos para colocar as cordas graves. Algumas delas vêm com
uma ponta desbastada e fraca. NÃO USE esta ponta no rastilho!
Comece pela sexta corda. Passe-a por dentro do orifício do rastilho.
O Tao
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Puxe a corda para cima, por cima do rastilho, na direção da mão. Passe-a por
baixo dela mesma, de volta, em direção da aresta da parte traseira do rastilho.
Agora, enfie a ponta da corda por baixo da corda no final do rastilho,
conforme mostrado na foto. Puxe firmemente e corte o excesso da ponta, deixando não mais que 1 cm.
As cordas ficarão assim, quando estiverem todas colocadas e afinadas.
O Tao
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Nesta foto, uma visão do ângulo da frente.
Assim como as cordas agudas, as graves devem ser amarradas inserindo-seas no cilindro, a partir de cima.
A corda é então puxada para cima, em volta do cilindro.
O Tao
do Violão
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A única diferença entre a amarração das cordas graves e agudas à mão do
instrumento é que as graves são enroladas apenas uma vez por baixo da corda.
Agora, afine a corda.
Corte o excesso, de forma que não reste mais que 1 cm de corda.
O Tao
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Certifique-se de que a ponta da corda esteja na direção do centro da mão,
e NÃO na direção das cravelhas.
Nesta foto, o modo que a mão do instrumento deve estar, quando tudo estiver
pronto."
No próximo capítulo, resultados artísticos alcançados com a abordagem natural
do violão!!
O Tao
do Violão
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Capítulo 10
MPB Cósmica
"No signo de Capricórnio, nasce a criança divina – o
amor universal – no coração humano. Ele torna-se
idêntico ao Eu Divino e tem consciência do fato.
Como a criança divina nasceu em seu coração, ele
a torna visível, tal qual um cristal transparente. Em
suas palavras e ações, revela o amor universal" (*1).
Intervalo natural: Sexta
Grau na escala cromática: 10
Essência: Capricórnio
Nota no universo de D (ré): B
Nota no universo de C (dó): A
Nessa parte, peço licença ao leitor para falar na primeira pessoa. O sonho do
"Violão Cósmico" vem resgatar uma função original dessa família de instrumentos, a de
simular a eternidade, o soar perene do AUM, e proporcionar o ambiente sonoro no qual
se possa desenvolver a percepção musical – em adição, aquela percepção das vibrações
mais sublimes!!
São três as características do violão meditativo:
1) A abordagem natural – o instrumento é ferramenta de sensibilização,
autodescoberta e bem-estar profundo;
2) A afinação meditativa, utilizando o intervalo sagrado de quinta;
3) Uma pequena mudança na estrutura do cavalete, que modifica o timbre e
possibilita maior presença de harmônicos.
A tambura, instrumento legado pela
civilização védica, ressoa o OM, a partir
do qual todo som surge. Seu soar grave e
relaxante propicia atmosfera de eternidade, que suaviza a mente. É o "pano de fundo" sonoro onde floresce a música clássica indiana.
O Tao
do Violão
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O violinho faz um som "de gente grande", e é atualmente o meu instrumento
preferido, para fazer a música do bem-estar profundo!
O violinho soa nas freqüências agudas, diferente do violão tradicional, e é perfeito em conjunto com baixo elétrico, bateria e teclados. Normalmente os graves do
violão tradicional se misturam às freqüências do baixo e da bateria, principalmente, o
que torna difícil sua mixagem em eventos ao vivo. Com o violinho – que soa uma oitava
acima, na região do cavaquinho –, essa sobreposição de freqüências não acontece, o
resultado é harmônico. Depois do seu som ômnico-"tropical", outro grande apelo é a
sua portabilidade!
Como cheguei a esta abordagem
Fato ou não, o que se tem notícia é que na Índia, em sua era de ouro, há milênios,
o músico tinha que acender uma vela com o soar de seu instrumento, para ser considerado um mestre.
Esta possibilidade alterou completamente o curso da minha jornada musical e
de vida. Embora tivesse muita facilidade para aprender música, na hora de interpretar
os clássicos, havia uma certa mecanicidade, uma ausência de profundidade, uma noção
bastante racional do espaço infinito entre as notas, o que me causava um sutil desconforto, pois sabia e sentia que não estava alcançando a fonte de vida da mensagem
musical.
Interrompi os estudos na Escola Superior de Artes de Berlim (HdK), e também a
produção de discos, a que me vinha dedicando.
Iniciei um profundo processo de autoconhecimento. No centro destes 18 anos de
trabalho, estão duas das técnicas de meditação de Osho, para o homem contemporâneo: a
Dinâmica e a Kundalini. Junto à prática delas, me envolvi com a leitura de centenas de
livros legados por Ele. Neles, a elucidação sobre simplesmente ser – a meditação.
Em 1995, cheguei intuitivamente a uma afinação muito simples do violão, diferente da tradicionalmente utilizada. Não estava querendo executar coisa alguma, apenas me esforçava para que aquela sonoridade me elevasse a outros níveis de ser, a um
relaxamento, a uma oração.
Queria utilizar o violão da maneira que os instrumentos são utilizados na Índia:
os praticantes mantêm a atenção voltada para a fonte da experiência vital, para aquele
que a vivencia...
O Tao
do Violão
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126
"Por exemplo, neste exato instante você
está ouvindo a mim. Você pode ouvir de duas formas distintas, pois cada coisa pode ser feita de
duas formas: Oriental e Ocidental. Você está ouvindo a mim; sua ênfase pode estar no que eu
estou dizendo, no orador – e esta é a abordagem
Ocidental. A abordagem Oriental é aquela na qual
a ênfase está no ouvinte, o observador, a testemunha. Você não está muito preocupado com o
que está sendo dito ou ouvido, mas com quem é
essa testemunha, quem está ouvindo isto. Você
está vendo a mim... quem é o agente desta ação?
Essa transformação, essa mudança de gestalt, trará
você ao mundo da não-ilusão; de outra maneira,
tudo é ilusório" (Osho *24).
Constatei que a afinação a que eu havia chegado era muito semelhante à daquele instrumento indiano, a tambura. Com o seu mântrico zumbir, ela possibilita à
tabla, à cítara e à flauta alçarem um vôo mais alto e profundo. Fui devagar mergulhando
nesta subjetividade. Era só o que queria. Nem utilizava a mão esquerda, somente a mão
direita, suavemente, a voz improvisando, naturalmente!... O que me permite, ainda agora,
estudar com precisão o meu potencial vocal!
Quando um certo equilíbrio começou a se dar, nasceu "Tamboura Guitar", o
primeiro CD dedicado à visão cósmica, anciã, atemporal e natural do violão.
Esta abordagem é uma forma bem prática de iniciação ao violão, um jardim de
infância do instrumento e do espírito, para entendermos as origens do som, dominar a
linguagem teórica da música e a técnica do violão clássico.
Não imaginei que poderia sentir tanta beleza no início deste trabalho. As canções
foram aportando ao mesmo tempo: "Reencontro", "Song of Radha", "O Raio de Radha"... e
quando comecei a utilizar essa afinação, para alguns clássicos da música popular brasileira, também me surpreendi com a solenidade e nobreza alcançadas! Em "Aquarela do
Brasil", homenageio o grande compositor Ary Barroso, agora no seu centenário, e lanço
uma luz para o fato de este clássico da MPB ser uma explícita homenagem ao nosso País
e ao Mestre Jesus. Existe, assim, a MPB, e a vocação sincera do povo brasileiro para a
oração!!
A vocação natural do povo brasileiro para a prece – e a celebração!! – torna esta
abordagem imensamente relevante para o atual cenário cultural.
A MPB é cósmica. Tem a prece e a alegria de Paulinho da Viola e de Clara Nunes, na
celebração intrínseca do samba, a genialidade melódica e harmônica de Tom Jobim, Chico
Buarque de Hollanda, Caetano Veloso – para citar somente alguns exemplos – e, agora
também, através de nós, uma vontade deliberada de dirigir esse potencial musical e amoroso para criar profundo bem-estar consciente, paz e silêncio profundos e sagrados!
No próximo capítulo, vamos ver alguns aspectos importantes da prática musical
meditativa!!
O Tao
do Violão
Arun
127
“Violão Cósmico”. Concerto holístico mesclando
música, dança sagrada, silêncio e mensagens. Sala
Martins Penna do Teatro
Nacional Claudio Santoro,
Brasília. Direção de Luciana
Martuchelli.
No
elenco,
Araci Onghero, Carolina
Senna,Prashanti, Cristiano
Gomes, Johnny Rodergas,
Jorge
Macarrão,
Bruno
Wambier, Rômulo Duarte,
Leander Mota.
Capítulo 11
Viajando no Som
"O signo de Aquário derrama suas dádivas sobre as
criaturas vivas. Ele tornou-se a brilhante criança
divina, que não tem sexo. Irradia a si mesmo, ele é a
fonte da mais elevada fonte divina de força. O processo da transformação e da desmaterialização se
inicia" (*1).
Intervalo natural: Sétima menor
Grau na escala cromática: 11
Essência: Aquário
Nota no universo de D (ré): C
Nota no universo de C (dó): Bb
"(...) a música das esferas é sublime, mas ela não
atinge os centros nervosos. Daí, dentre as coisas
existentes, as pessoas se atraem pela
dissonância, contudo apenas uns poucos sabem
como reconhecer a concordância. Nos caminhos
da Irmandade é necessário conhecer o poder da
concordância" (Agni Yoga *7).
"Não há nada mais meditativo que a música. Ou,
se você tocar um instrumento, então é muito melhor – porque ouvindo você permanece na periferia; tocando, você está no centro. Se, no momento
em que você estiver tocando algum instrumento –
uma flauta, uma cítara ou um violão –, você se
perder no tocar, se perder absolutamente no tocar,
o tempo pára, a mente não está mais lá, um momento búdico chega, e você sabe o que é o aqui e
agora" (Osho *25).
O Tao
do Violão
Arun
O mais importante é cultivar um espaço de treinamento. Primeiro, o espaço
físico. Trabalhar energeticamente um recinto, que pode ser um quarto individual ou um
espaço de trabalho, no qual vamos desenvolver, em determinado período, a nossa prática. Aos poucos, esse espaço vai sendo imantado com a nossa vibração e energia. A
disciplina vai surgindo naturalmente, quando se vai seguindo o que o corpo quer, o que
os sentidos querem. A disciplina é resultado da harmonia. Nunca devemos forçar nada,
horário algum, a não ser quando experimentando, por um certo período com determinada técnica, a Dinâmica, de Osho, por exemplo. Começar a se entregar à música deve ser
uma coisa muito prazerosa, natural e sadia. Mas o espaço há de estar limpo, sem telefone, sem televisão, sem campainha. Nada que possa interferir no seu trabalho. O ideal é
um espaço só para isso, ou outras atividades compatíveis, como estudo e leitura.
O seu violão deve sempre estar à mão, fora da capa. Amarrar uma fita na mão do
instrumento e pendurá-lo na parede é uma boa solução. Assim, você pode mantê-lo
afinado, mesmo que não toque ou entre "em sessão", e pode afiná-lo e deixá-lo assim
para, na hora que vier a vontade, ele estar lá, lhe esperando, pronto para mais uma
viajem à sua subjetividade.
Propomos sessões nas quais se pode vivenciar o Si Mesmo, e sentir profundamente os elementos que nos constituem, em todas as dimensões. São sessões de música e silêncio, de música criando silêncio e de silêncio criando música e, nesse contexto,
fica quase palpável o centro percepcional dos sentidos – a não-mente –, viva! Ensinamos como manter um violão afinado com o intervalo sagrado de quinta e, por meio
deste ambiente sonoro produzido pelo instrumento, fundamentado na sabedoria da
131
abordagem oriental14 , desenvolver a capacidade de ser, ouvir, tocar e cantar, com maior
liberdade do que a possível com a sofisticada afinação do violão tradicional.
A partir dessa experiência é que se pode começar a falar sobre teoria da música.
Na nossa sociedade, o ensino da teoria é partilhado antes de sabermos se o interessado
tem a experiência sonora consciente para respaldar esse conhecimento. Por isso, muitas
pessoas desistem de estudar música, mesmo tendo um organismo perfeito para realizála; muitas pessoas têm um violão em casa, mas não conseguem fazer dele uma ferramenta de expressão artística e, muito menos, de utilizá-lo para a devoção da
autodescoberta.
O Tao
do Violão
Arun
Ensinamos, a partir da experiência que vai aos poucos trazendo, do inconsciente
(para o consciente), a música universal. A música "Parabéns pra Você", utilizada para
celebrar aniversários, "Cai Cai Balão", do folclore infantil, "Mengo", o grito da torcida,
quando reunida no Maracanã, são bons exemplos de frases e sentidos musicais que
habitam o inconsciente de todos. Com o instrumento afinado no intervalo sagrado de
quinta, promovemos sessões musicais com os alunos. À medida que se torna clara a
relação da nota fundamental com a quinta (no ambiente sonoro que propiciam), trazemos
estas canções, melodias e refrões do imaginário popular, relacionando-os com a
ferramenta proposta – o instrumento violão, fixado no universo sonoro de D (ré) –,
solidificando assim o transporte disso, que estava flutuando no inconsciente, para a luz
da consciência. Por meio da experiência alcançada, expandimos o conhecimento musical,
o que nos possibilita adentrar o precioso acervo da música popular brasileira e universal.
132
14
Ver cap. 10, citação Osho *24.
O Tao
do Violão
Arun
133
"A maioria das pessoas são destras, por isso as instruções serão passadas
nessa linguagem. Destros devem praticar como destros, canhotos, como canhotos. Há fortes e importantes razões neurofisiológicas para isso. Não se
deve inverter a orientação das mãos – não se deve obrigar um canhoto a
estudar como destro, ou vice-versa, sob pena de sérios riscos para os organismos. Não há vantagens para o canhoto estudar como destro, ou para o
destro estudar como canhoto. Se um canhoto iniciou seus estudos como
destro e já tem certo domínio do instrumento, EM NENHUMA HIPÓTESE DEVERÁ INVERTER A POSIÇÃO DAS MÃOS, o mesmo valendo para destros que
tenham estudado como canhotos" (*18).
Ouvir é tudo
Com o violão afinado no intervalo sagrado de quinta, sente-se confortavelmente. Comece a tocar as cordas com a sua mão direita. Ouça bem o som produzido.
Você pode fazer muita coisa bonita com a voz, acompanhado ritmicamente
pela mão direita, sem utilizar a mão esquerda. A riqueza musical do nosso inconsciente
é tão grande que podemos brincar com vários ritmos diferentes... Experimente bastante
com a mão direita e voz, o máximo possível!
A sua voz venha sempre do coração. Use-a para expressar o que quer que seja, e
o violão funcione também como um tambor, você vocalizando criativamente e acompanhando com a mão direita tangindo as cordas.
O Tao
do Violão
Arun
A mão direita e a voz devem sempre começar intensamente, deliberadamente
sem controle, para que você possa sair do padrão normal do dia a dia. Ao intensificar a
batida do violão, comece a emitir sons vocais, como na técnica Gibberish (cap. 5).
134
Comece de novo, com movimentos caóticos e intensos e, aos poucos, fique cada
vez mais suave e sereno, produzindo calmaria e silêncio, prestando atenção no universo
sonoro em que se encontra, relaxando no ouvir.
Dê forma rítmica ao som que conseguir produzir com a mão direita. Quando
sentir que o ritmo ficou mais seguro, comece a emitir som com a voz. Comece com uma
única nota, boca fechada, vibrando-a no coração. Deixe que estas freqüências combinadas, as da voz e do violão, preencham a sua totalidade. Observe!... O milagre!... Atenção!!!
Onde está, o que é ou quem é a fonte desta atividade?!... Esta será sempre a
linha mestra.
Após esta sincronização consigo mesmo, brinque!! Dessincronize!...
Deixe que outros ritmos totalmente diferentes aportem. Emita sons diversos
com a voz, explore os dois juntos.
Ria de si mesmo!!
"Você está ouvindo um instrumento, uma cítara
ou qualquer outro. Muitas notas estão lá. Esteja
alerta e ouça o cerne central, a coluna vertebral
em torno da qual todas as notas fluem, a corrente mais profunda que mantém todas as notas unidas, e que é central, assim como a sua coluna.
Todo o corpo é sustentado pela coluna vertebral.
O Tao
do Violão
Arun
135
Ao ouvir a música, esteja alerta, penetre-a e encontre a sua coluna central, o elemento central
que segue fluindo, mantendo tudo unido. As notas vêm e vão e desaparecem, mas o cerne fundamental15 flui. Torne-se consciente dele" (Osho *26).
"Mesmo quando você está ouvindo música, o que
realmente toca seu coração não é o som, mas a
lacuna entre dois sons. Como trazer esta lacuna
até seu coração é toda a arte da música. Mas se
um homem puder trazer essa lacuna apenas com
sua presença, e você entrar em silêncio profundo,
você conhecerá a música real. Então você saberá
que aquilo que costumava pensar ser música era
apenas um treinamento preliminar. E o mesmo se
aplica à dança, o mesmo é verdadeiro com relação a toda arte criativa. O que parece ser não é
realidade, é apenas um dispositivo para que você
possa se tornar consciente de algo intangível,
oculto, além" (Osho *27).
O Tao
do Violão
Arun
136
Procure combinar, com o procedimento acima, a emissão de sons vocais, em
harmonia com a vibração do violão. Pode cantar "E", "A", "U", ou AUM, e ouça muito bem
– essa pequena orquestra que é você! Sincronize os movimentos da mão direita com os
sons que emite. Procure encontrar os dois sons, o emitido pela voz e o produzido com a
mão direita, simultaneamente. Por exemplo, se for cantar "PA", toque ao mesmo tempo
nas cordas com a mão direita!
"Você está ouvindo música. Não a ouça a partir
da cabeça. Apenas esqueça de sua cabeça e sinta
que você não tem cabeça, não há cabeça. É bom
ter uma fotografia de você mesmo sem a cabeça
no seu quarto. Concentre-se nisso, você está sem
sua cabeça, não permita que a cabeça entre. Quando for ouvir música, ouça-a a partir do coração.
Sinta a música indo até seu coração, deixe seu
coração vibrar com ela. Deixe que suas sensações
se unam em seu coração, não na cabeça. Tente
isto com todas suas sensações, e sinta cada vez
mais que todas elas adentram seu coração e nele
se dissolvem" (Osho *28).
15
A fundamental da escala.
"Meditação significa que a linguagem não deve
estar presente e que você deve estar consciente. De
outra forma não há comunhão com a existência,
com tudo o que existe, com tudo que é. Então, o
que deve ser feito? Nenhum mantra pode ajudá-lo,
nenhum cântico pode ajudá-lo. Eles não podem ser
instrumentais na meditação, eles só podem ser instrumentais na auto-hipnose, e auto-hipnose não é
meditação. É bem o contrário. Estar em um estado
auto-hipnótico é um retrocesso. Não é transcender
a linguagem, é cair abaixo dela" (Osho *29).
A prática da mão esquerda começa com a compreensão profunda da constelação
musical, a escala cromática e diatônica, já vistas anteriormente. A escala cromática é a
que permeia a escala natural. A escala cromática tem 12 medidas iguais e, assim, a
contém. A analogia com o Zodíaco é perfeita. No Zodíaco, a constelação que irradia a
energia – que aquece todas as outras – é Leão.
O Tao
do Violão
Arun
137
Reparem que Leão é o quinto signo da escala cromática, e o terceiro da escala
natural. No nosso violão, que é afinado em D (ré), vamos colocar o dedo 3 na primeira
corda, na quarta casa do violão, para ouvir o que é o som leonino – a terça maior!!!
Para ouvir essa nota, é fundamental tanger as cordas do violão, enfatizando a
primeira corda, que estará produzindo este som "leonino". Ouça a corda prima solta, e
depois ouça-a novamente, com o dedo 3 pressionando na casa 4. A idéia é fazer um
som contínuo com a mão direita, de maneira que crie um ciclo com o bordão soando o
tempo todo, enquanto for pressionando os dedos na corda mais aguda, a prima.
O Tao
do Violão
Arun
138
Começaremos a trabalhar com a mão esquerda pressionando aleatoriamente os
dedos, 1, 2, 3, 4, ao longo da primeira corda. A mão direita produz o som, à medida que
os dedos forem pressionando as cordas nas casas indicadas. Pressione o dedo 1, por
exemplo, na casa 4 do violão. Ouça o som produzido. Assim variando, com um dedo de
cada vez, em uma casa de cada vez, experimente e ouça o resultado.
As posições da escala diatônica no violão:
Se você conseguir fazer a as primeiras cinco notas da escala, está ótimo!! Ouça os
sons, brinque com isso!...
Ouça bem o trítono!
À medida que for tomando gosto pela música – e seus mistérios –, comece a
explorar mais o instrumento – e o seu corpo... Antes de iniciar a meditação, explore um
pouco as notas com a mão esquerda. Comece pela primeira corda. Ela o induzirá a
linhas melódicas e caminhos harmônicos.
Lembre-se: a 1ª corda tem a mesma freqüência que a segunda, a quarta e a
sexta, D (ré). Ouça como soam semelhantes, apenas em oitavas distintas!!
Neste culto à sua Luz Interior, sinta-A, viva-A!! Envie-A a outras pessoas telepaticamente!... Ao praticar música, podemos também brincar com a projeção de cores por
meio da imaginação (visualização) – em associação com as notas que estamos executando. Por exemplo, uma música em D (ré) maior. A fundamental é azul. Sua quinta A (lá)
é laranja. Se a escala é maior, então a terça maior é vermelha. O acorde tem a fundamental relaxante, e a terça e a quinta são raios estimulantes!! (Ver cap. 8, relações notas
musicais/cores/zodíaco.)
"Basicamente, originalmente, a música era empregada na meditação; particularmente a música indiana era desenvolvida como método de meditação, a dança indiana... desenvolvida como
método de meditação. Para o praticante, constituía uma profunda meditação, bem como para a
platéia. Um bailarino ou um músico pode ser um
técnico. Se não há meditação na performance,
ele é um técnico. Ele pode ser um grande técnico, mas então a alma não está lá, apenas o corpo. A alma vem apenas quando o músico é um
profundo meditador" (Osho *30).
"E a música é apenas o aspecto exterior. Enquanto
tocando sua cítara, um músico não apenas a toca,
ele toca também sua consciência interior. A cítara
O Tao
do Violão
Arun
139
se expande para o exterior e a intensa consciência
se move em direção do interior. A música flui para
fora, mas ele está alerta, constantemente consciente de seu cerne mais íntimo. E isto propicia o
samadhi. Isto se torna êxtase. Isto se torna o mais
alto pico" (Osho *30).
"E então você saberá o que deve ser sabido, ou o
que vale a pena saber. Você se tornará onipresente.
Com a música... encontrando seu cerne fundamental, você se tornará desperto, e com esse despertar você estará em todo lugar" (Osho *31).
Agora, a visão da arte objetiva!!
O Tao
do Violão
Arun
140
Capítulo 12
Arte Objetiva
"No signo de Peixes, o ser humano vive a experiência de tornar-se um com a sua metade complementar oculta. Isso, no entanto, significa a destruição da matéria. Ele volta ao seu lar divino,
para a unidade total, para Deus! Sua consciência
se funde com a omniconsciência, ele se livra do
corpo e termina sua vida terrena" (*1).
Intervalo natural: Sétima maior
Grau na escala cromática: 12
Essência: Peixes
Nota no universo de D (ré): C#
Nota no universo de C (dó): B
"A palavra 'sagrado' caiu em completo desuso. O
sacrilégio substituiu o sacro. Muitas são as possíveis acepções da palavra 'sagrado' na Terra, mas
os homens alijaram delas a mais bela. Quando o
pensamento vagou advindo da destinação sagrada
do Ser, o próprio significado de 'Ser' se evaporou.
A manifestação da concordância suprema é um
ato sagrado do espírito. A união sagrada é a fundação de todo o Ser. Assim, as esferas mais altas
revelam as formas mais sutilizadas de Materia
Lucida. Se mesmo sobre a Terra a concordância
empresta belas formas às cores, sons e à humanidade, o que não pode ser alcançado em níveis
mais altos de concordância!! (...)" (Agni Yoga *8).
"A vida é um fenômeno de grande complexidade,
bem mais complexo que uma flauta. A vida é toda
a orquestra, milhares de instrumentos musicais
juntos. E você tem que aprender a tocar todos
eles, de forma a criar uma harmonia. Esta é toda
a arte... e a vida é uma oportunidade de aprendêla. Não é renunciar, e sim regozijar-se" (Osho *32).
Um novo tempo já está aí, com a gente brasileira tendo conseguido colocar seu
coração em quase tudo que realiza!! O coração é força pura!! O coração quer viver, quer
amar, quer verdade. Muito antes de nascermos, o coraçãozinho já está batendo, e a alma
já está "ouvindo" através dele. Justamente essa é a força do Brasil, que até no formato de
sua geografia revelou o coração!! Devemos nos fortalecer – e não esmorecer – diante dos
primeiros passos deste gigante, que tem um significado incomensurável para toda a humanidade. O coração vencerá. A mediocridade, a hipocrisia, a falsidade serão definitivamente derrotadas pela imensa força vital do amor e da vontade de viver!!
Essa música, popularizada pela eterna Clara Nunes, é tão linda, e se encaixa tão
bem aqui – não podemos deixar de mencioná-la:
Juízo Final
(Nélson Cavaquinho/Élcio Soares)
O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente
É o juízo final
A história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver
A maldade desaparecer
O Tao
do Violão
Arun
143
Podemos criar situações para que a compreensiva união e comunhão se enraízem profundamente na consciência comum, e se expandam!!... A capacidade de autoreflexão precisa ser utilizada para que o ser humano consiga sair do estado sonambúlico,
e alcançar o estado divino!! Ele precisa reaprender o caminho do seu reino interior, onde
tudo é amor, tudo é alegria – e as artes têm papel fundamental nisso!!
O Tao
do Violão
Arun
144
As obras artísticas que nascem de um profundo bem-estar e harmonia com a
existência, que são criadas por artistas que cultivam o silêncio, a paz e o amor, irão
transmitir essa essência para todos que entrem em contato com elas. A isso se dá o
nome de ARTE OBJETIVA. A arte feita com responsabilidade em relação ao que irá sentir
e viver o ser que entra em contato com ela.
Este conceito vem sendo difundido principalmente pelo Mestre russo Gurdjieff.
(Ver Glossário). Místico, meditador e músico, se baseou em experiências profundas da
psique humana, consigo mesmo e Seus discípulos, para nos trazer o conceito de arte
objetiva.
Basicamente a arte subjetiva é inconsciente, em que o artista canaliza sua própria insanidade para a obra cultural, passando a influenciar, por meio dela, todo o meioambiente ao seu redor, amplificando vibrações indesejáveis. Infelizmente há também
quem utilize a arte subjetiva conscientemente, com a intenção nefasta de manter o
planeta envolto em vibrações animalescas inferiores.
A natureza, todavia, é a própria manifestação da arte divina, e o homem que
acessa a sua própria essência, através do próprio esforço, consegue canalizar vibrações
superiores, que irão impactar o seu meio positivamente, com harmonia, paz e alegria.
"Arte objetiva é exatamente o oposto. O homem
não tem nada para atirar para fora, ele está totalmente vazio, absolutamente limpo. Deste silêncio, deste vazio, brota amor, compaixão. E deste
silêncio nasce a possibilidade da criatividade. Este
silêncio, este amor, esta compaixão – são qualidades da meditação. A meditação o traz para o
próprio centro. E, o seu centro não é somente seu
centro, é o centro de toda a existência. Somente na
periferia somos diferentes. Quando começamos a
nos mover em direção ao centro, somos um. Somos
parte da eternidade, uma experiência tremendamente luminosa, de um êxtase além das palavras.
Algo que você pode ser... mas dificilmente conseguirá expressar. Mas um grande desejo vem de compartilhar isto, pois todas as outras pessoas ao seu
redor estão tateando, exatamente, procurando
estas experiências. E você a tem, você sabe o
caminho (...)
(...) Arte objetiva é arte-meditação, arte subjetiva
é arte-mente" (Osho *35).
Noventa e nove por cento das artes são
subjetivas. Os artistas simplesmente despejam seus
sentimentos, emoções e fantasias, nas suas obras, às vezes até as piores emoções e as
piores fantasias, não tendo a menor noção – consciência – dos efeitos que essa sua
criação pode estar causando nas pessoas que as vêem, que as ouvem, que as sentem –
que delas participam. As vibrações musicais, especialmente, permanecem por milhares
de anos, por muito tempo... na atmosfera terrestre, derramando o tempo todo suas
influências, as benéficas, mas também as maléficas – a ser evitadas –, nos corações e
mentes da humanidade, e das formas de vida em geral.
Da mesma maneira que a arte pode causar um grande mal-estar – e tem causado: divulgação massiva de programas, filmes de violência, guerras, sexo animalizado
(pornografias escondidas sob véus de "arte"), egoísmos (competições, ao invés da cooperação!...), músicas de efeito comprovadamente nocivo à saúde das pessoas, das plantas, dos animais, do planeta –, a arte também pode causar o profundo bem-estar, e
catalizar no sentido da evolução!
Devemos nos concentrar, para termos na mídia planetária somente a arte a
serviço do Bem Maior, para que seja transmutada a humanidade atual para seu estado
superior de evolução. O risco que corremos, tão próximo, se não tivermos atitude firme,
decidida e clara nesse sentido, é o das destruições gerais, iminentes...
"A Nova Era pode ser construída apenas por intermédio da cultura. Assim, a cultura será proclamada a
principal defesa contra a desintegração. Devíamos,
nos dias de hoje, abrir nosso caminho em direção a
isto, apenas. Nossa Ordem é a de não perder sequer
O Tao
do Violão
Arun
145
uma única oportunidade de relembrar às pessoas sobre a cultura. Embora possamos ser considerados fanáticos pelo assunto, as pessoas não obstante darão
ouvidos e se tornarão acostumadas a ele. Assim, nós
introduzimos padrões cerebrais" (Agni Yoga *9).
"A mente Ocidental tem algo para contribuir com o
mundo. É a ciência, não a religião. A mente Oriental
pode contribuir apenas com a religião, não com
tecnologia ou ciência. Ciência e religião são complementares. Se pudermos perceber as diferenças de
ambos e seus aspectos de complementação, então
uma cultura mundial superior pode nascer a partir
disso" (Osho *33).
O Tao
do Violão
Arun
146
Estamos criando um sem número de situações e obras para difundir o sagrado,
celebrar a alegria e perpetuar a harmonia... Nosso primeiro objetivo é promover a audição
com conforto. Pois é no conforto que se sente o bem-estar, e é sentindo o bem-estar que
podemos sentir a vida pulsando dentro de nós – os seus mistérios! Quando vivenciamos o
divino, conscientemente, aqui dentro de nós, uma confiança acontece, uma confiança
divina, uma certeza de que somos parte do Todo, Sua Alegria, Sua Luz, e isso nos dá a força
vital necessária para prosseguirmos na Estrada da Vida. Para a audição com conforto,
idealizamos espaços montados ao ar livre, com estrutura que tem por finalidade oferecer
aos participantes um lugar arejado, e confortável, para desfrutar da arte objetiva: Música,
ensinamentos diversos, em forma de áudio – execução mecânica –, ou “ao vivo”, palestras
e concertos. Nesses espaços também serão oferecidas oficinas de artes e mostras, enfim,
tudo que se relacione com bem-estar, união dos corações, comunhão. A experiência coletiva de que somos um só coração precisa se internalizar em cada um de nós, num espaço
onde se possa sentar em silêncio, vibrar coletivamente, em prol da harmonia e da vitória do
coração. Essa concepção também pode ser adaptada para auditórios, escolas públicas e
espaços institucionais já existentes, em horários próprios para se poder encantar com a
arte objetiva – e "ir para dentro"... Podemos dispor à comunidade uma visão divina da
arte, proporcionando mais sensibilidade, paz e harmonia... Queremos contribuir com ferramentas para aprofundar a capacidade de reflexão dos Jovens, dos Adultos, e dos que estão
na Melhor Idade... para expandir a consciência vibracional natural!!!
Outro objetivo é o de tornar o violão, que é o instrumento popular mais difundido
no País, o grande veículo de autoconhecimento para as pessoas, auxiliando-as a revelar
ainda mais a sua musicalidade e sensibilidade, através da sua abordagem natural. O Brasil,
com o imenso talento de seu povo, e sua geografia abençoada, tem tudo para ser a síntese
tropical da fusão dos hemisférios – direito/esquerdo – Oriente/Ocidente!
"Vocês sabem a respeito do efeito de emanações
humanas sobre as plantas. Também sabem dos
efeitos das cores. Agora, é necessário relembrar a
influência do som. A similaridade entre esses efeitos é significativa. Se para a expansão das
potencialidades de uma planta é necessário um
coração aberto, que emane luminosidade, então,
com relação aos efeitos do som, consonância e
todas as combinações dominantes são necessárias. A dissonância não pode fortalecer a corrente
de energia. As dissonâncias, de forma paradoxal,
podem apresentar efeitos úteis para as pessoas, a
fim de fortalecer o ritmo de suas consciências; mas
com relação às plantas, nas quais a consciência
se apresenta em sua forma mais minimizada, a
dissonância parece ser apenas uma condição de
atraso. Com os minerais, a dissonância pode até
mesmo ser a causa de desintegração. Assim, uma
rosa é um símbolo de consonância, e a dominante
da radiação da rosa está conectada à imanência
do coração. Muitos experimentos foram
conduzidos sobre os efeitos do som em plantas,
mas os antigos acreditavam que as mais belas
flores cresciam perto de templos, nos quais havia
grande profusão de harmonia, vozes e música"
(Agni Yoga *10).
O Tao
do Violão
Arun
147
"A visão do estar atento, da rebelião, deve ser dada
à maior parte da humanidade. Somente assim pode
o homem realmente tornar-se humano. O homem
só é humano no nome. Ele ainda não é humano,
porque aquelas qualidades que fazem dele humano estão faltando, ausentes. Elas não existem nele.
Nele, a compaixão não existe, o amor não existe, a
meditação não existe. A prece, a gratidão não existe,
a celebração não existe. Em resumo, Deus não está
presente nele.O homem é um templo vazio: Deus
está faltando. E Deus continuará faltando a menos
que a sua semente se dissolva e você comece a
brotar em Deus. Deus é o seu crescimento! Lembrese, Deus não será encontrado em algum lugar do
lado de fora – no Himalaya, em Jerusalém, em um
monastério; Deus tem que evoluir de dentro de você,
do seu crescimento, não é um objeto exterior que
você irá encontrar algum dia. A menos que se torne
Ele, nunca irá encontrá-Lo. Somente tornando-se
Ele, irá encontrá-Lo. E esta é toda a mensagem de
Jesus" (Osho *34).
O próximo capítulo é simbólico. São páginas em branco para que você se lembre
da "não-mente", da própria vida em si... e brinque, vivendo, preenchendo o seu destino!!!
O Tao
do Violão
Arun
148
Capítulo 13
Páginas de Vida
Intervalo natural: Oitava
Grau na escala cromática: 13
Essência: Áries
Nota no universo de D (ré): D
Nota no universo de C (dó): C
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
*1 Iniciação.
HAICH, Elisabeth. Editora Cultrix/Pensamento
*2 The Life of Music.
KHAN, Hazrat Inayat. Omega Publications, 1988
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BERENDT, Joachim–Ernst, Editora Cultrix/Pensamento, 1983, São Paulo
*4 A Fonte da Juventude.
KELDER, Peter, Ed. Best Seller, São Paulo
*5 Técnica Vocal para Coros.
COELHO, Helena Wöhl, Editora Sinodal, São Leopoldo, 1994
*6 The Musical Octave.
HIGHTOWER, Thomas (http://home22.inet.tele.dk/hightower)
*7 http://www.harpmaker.net/windharp.htm
*8 Tunning Page.
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*9 http://www.angelfire.com/az3/colorpuncturepro/treatment_color's.htm
*10 San Francisco Performances Arts Education Programs
http://www.performances.org/education/education.asp
*11 A Guitar Stringing Method.
GILBERT, John. http://www.schrammguitars.com/tutorial.html
*12 O Pensamento Chinês.
GRANET, Marcel. Editora Contraponto, 1997
*13 http://www.santodaime.org/
*14 As Upanishads.
TINÔCO, Carlos Alberto. São Paulo, IBRASA, 1996.
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BUENO, Silveira, Ed. Saraiva, São Paulo, 1964
*16 http://www.etymonline.com
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do Violão
Arun
159
*18 Como Iniciar os Estudos de Violão.
BERNINI, Eduardo. [email protected]
*19 http://www.abwoon.com
Cosmoterapia – A Cura dos Males Humanos pela Consciência Cósmica.
ROHDEN, Huberto. Editora Alvorada
Os Fundamentos Racionais e Sociológicos da Música.
WEBER, Max. Editora da Universidade de São Paulo, 1995
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A Função do Orgasmo.
REICH, Wilhelm. Editora Brasiliense, São Paulo, 1977
Dicionário de Música Zahar. Zahar Editores, Rio de Janeiro, 1985
Dicionário de Filosofia – Tomo IV.
MOURA, Edson Ferrater. Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 2001
O Tao
do Violão
Arun
160
World Wide Web:
http://www.il-canto-del-mondo.org
http://www.calendariodapaz.com.br
http://www.tortuga.com
http://www.raw.com
http://www.ravi-art.co.uk
http://www.schillerinstitute.org/music/petition.html
http://goldennumber.net/music.htm
http://www.colorpuncture.com/mandel.html
http://hem.bredband.net/arenamontanus/Mage/pythagoreans.html
http://www.turibio.com.br/
http://www.museuvillalobos.org.br/
http://www.wikipedia.org
Citações da Agni Yoga, http://www.agniyoga.com:
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Hierarchy, 1931
(quadra n°) 173
AUM, 1936
86
AUM, 1936
79
Supermundane II
289
Heart, 1932
62
Fiery World I
355
Brotherhood, 1937
480
Infinity I
95
Fiery World Book I, 1933
190
Heart
66
Fiery World I
634
Citações de Osho.
Consulte os sites www.osho.com e www.oshobrasil.com.br, para mais informações sobre as obras abaixo relacionadas:
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*29
The Golden Future, #21
Philosophia Ultima, #1
Beyond Enlightenment, #26
Philosophia Ultima, #13
The New Alchemy: To Turn You On, #11
The Book of Secrets, Vol. 1, #27
The Osho Upanishad, #15
Sermons in Stones, #25
From Death to Deathlessness, #26
The First Principle, #5
I Am The Gate
Meditation: The Art of Ecstasy
The Book of Secrets, Vol. 1, #2
The Dhammapada: The Way of the Buddha, Vol. 2, #3
Beyond Psychology, #9
The Rebellious Spirit, #15
The Book of Nothing: Hsin Hsin Ming, #3
The Supreme Doctrine, #51
The Transmission of the Lamp, #26
The Hidden Harmony, #7
The Psychology of the Esoteric, #2
Do Sexo à Supraconsciência, cap. 5
The Discipline of Transcendence, Vol. 4, #3
Tao: The Pathless Path, Vol. 1, #4
Walk Without Feet, Fly Without Wings and Think Without Mind, #3
The Book of Secrets, Vol.1, #27
Beyond Psychology, # 20
The Book of Secrets, Vol.1, #11
The Psychology of the Esoteric, #2
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The Book of Secrets, Vol.1, #27
The Book of Secrets, Vol.1, #27
Philosophia Ultima, #1
The Psychology of the Esoteric, #10
I Say Unto You, Vol. 2, #7
The Last Testament, Vol. 3, #24
http://www.osho.com
GLOSSÁRIO
A
A – Letra que representa a nota lá na nomenclatura
internacional.
A 432 Hz – (...) Foram encontradas provas científicas
de que a música soa de forma mais bela na "afinação
de Verdi" de C = 256 Hz (correspondente ao A = 432
Hz) do que na afinação mais comumente utilizada (A
= 440 Hz). Em experimento simples, porém extraordinariamente conclusivo, foi demonstrado que os sons
produzidos na afinação mais baixa têm maior abundância de harmônicos. O resultado: os sons têm mais
cor, seu volume e capacidade de alcance são maiores
(...) http://www.schillerinstitute.org/music/
petition.html.
AUM – Representação fonética do símbolo do som
original, também representado como OM.
A 440 Hz – É um padrão arbitrário. A Federação Americana de Músicos aceitou o A 440 Hz como alturapadrão em 1917. Ele foi então adotado pelo governo
estadunidense como seu padrão em 1920, e não antes de 1939 esta altura foi aceita e reconhecida internacionalmente (Verdi utilizava a afinação A 432
Hz por ser mais harmoniosa, no entanto foi adotada
uma outra como padrão...) Antes dos tempos recentes, uma variedade de afinações era utilizada. James
Furia e outros sugeriram que A 432 Hz fosse o padrão. Este era freqüentemente utilizado por compositores eruditos, e resulta numa afinação de freqüência de números inteiros, que se conectam aos números utilizados na construção de uma variedade de
obras antigas e de locais sagrados, como a Grande
Pirâmide do Egito. A controvérsia acerca da afinação
ainda é forte, com proponentes do padrão de A 432
Hz ou C 256 Hz como afinações mais naturais, do
que a padrão atual. http://goldennumber.net/
music.htm
ACIDENTES – Símbolos que modificam a altura da
nota à qual estão ligados, assim como de todas as
notas subseqüentes do mesmo compasso na mesma
linha (ou espaço) da partitura. Dobrado-bemol ( )
baixa a nota um tom, bemol ( ) baixa a nota meio
tom; bequadro ( )cancela o efeito provocado por um
O Tao
do Violão
Arun
165
acidente (ou sustenido ou bemol da armadura da clave), sustenido ( # ) aumenta a nota em meio tom, e o
dobrado-sustenido ( x ) aumenta a nota em um tom.
ACOMPANHAMENTO – Conjunto de sons que, subordinados a uma parte principal, servem de sustentação harmônica e rítmica, a exemplo da parte executada pela orquestra, paralelamente ao solista.
ACORDE – Conjunto simultâneo de sons diferentes,
dispostos de acordo com regras harmônicas préestabelecidas. Tem como base a tríade, que por sua
vez se funda na noção de tonalidade.
AFINAÇÃO – Sistema de fixação das freqüências sonoras. A afinação absoluta se refere àquela definida
com exatidão em Hz. Afinação Relativa é aquela cujo
conjunto das notas está em absoluta concordância
umas com as outras, mas não necessariamente exata
em Hz.
O Tao
do Violão
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166
ALTERAÇÕES – Modificação da altura de uma nota,
seja por elevação, seja por abaixamento de um ou de
dois semitons. As alterações são indicadas, na pauta,
pelos sinais chamados acidentes (veja ACIDENTE).
ALTURA – Propriedade de uma onda ou vibração sonora, caracterizada pela freqüência da vibração. Distância entre duas notas – uma mais grave e outra
mais aguda.
ANDAMENTO – Grau de lentidão ou de celeridade
do trecho musical, indicado por nomenclaturas tradicionais, em língua italiana.
ANUSWAR (SÂNSCRITO) – O ponto, existente no
símbolo AUM, que representa o inaudível.
ARPEJO – Execução sucessiva das notas de um acorde.
ARRANJO – Organizar de uma composição, para execução musical.
ARTE OBJETIVA – A arte que emana harmonia e
perfeição, que nasce da profunda comunhão com a
natureza.
AUMENTADO, INTERVALO – Meio-tom acima do intervalo de quarta ou quinta.
B
B – A nota si na nomenclatura internacional.
BAIXO – Nome dado à voz masculina mais grave (profunda). De acordo com o timbre, classifica-se em baixo-profundo, baixo-cantante e baixo-barítono. O termo também é empregado para designar a parte mais
grave de uma composição polifônica, bem como o
instrumento mais grave de uma família.
BAQUETA – Vara de madeira com que se percute os
tambores.
BATERIA – Conjunto de instrumentos de percussão,
no âmbito da orquestra ou no grupo musical.
BATUTA – Varinha usada pelos regentes desde o século XVI, para marcar os tempos musicais, por meio
de movimentos do braço direito. A batuta moderna
varia entre 15 a 25 centímetros e é feita de madeira
leve, celulóide ou material plástico. Alguns regentes
a dispensam, preferindo marcar os tempos da música com as mãos.
BEMOL – Alteração que abaixa em meio tom a nota
assinalada na partitura. Aparece ao lado da nota.
BEQUADRO – Signo que anula o efeito de alteração
produzido sobre uma nota por um sustenido ou um
bemol anterior.
BERIMBAU – Instrumento constituído por um arco
de madeira, cujas extremidades são ligadas por um
fio de metal. Este é percutido com uma vareta, enquanto uma cabaça, colocada numa extremidade do
arco, serve de caixa de ressonância. Muito usado no
folclore baiano.
BORDÃO – A corda mais grave dos instrumentos de
corda.
BUDA – A palavra buddha significa "iluminado" ou
"desperto", e é o título conferido àqueles que atingiram o estado da iluminação suprema e perfeita. Os
budistas crêem que houve, haverá incontáveis
O Tao
do Violão
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167
Buddhas. Seu nome pessoal era Siddhartha, que significa "desejo realizado". Seu nome de família era
Gautama, e seu clã o dos Sakyas. Na sua busca da
verdade, ficou conhecido como Sakyamuni, o sábio
dos Sakyas. Por seis longos anos praticou rígidas austeridades, mas descobriu que seu corpo enfraquecido não poderia sustentar os esforços. Ele adotou "O
Caminho do Meio", que evita os extremos da
automortificação e dos prazeres sensuais. Aos 35 anos
de idade, atingiu a Iluminação Suprema (Nirvana, ou
Nibbana, em Páli), e assim se tornou Buda. Após lecionar por 45 anos, desencarnou octogenário.
C
C – Nome da nota dó na nomenclatura internacional.
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168
CANÇÃO – Uma das mais antigas formas musicais,
compõe-se de texto poético dividido em estrofes, de
igual número de versos, de igual métrica, ao qual se
associa uma melodia. Suas origens remontam à antigüidade grega, e seu apogeu ocorreu no século XIX,
com a Chanson francesa e com o Lied alemão.
CAPOTRASTE – Acessório que se fixa ao braço do
violão, para elevar a altura da afinação das cordas
soltas – como um todo –, mantendo a mesma sonoridade original – ou timbre – do instrumento.
CENTRO TONAL – Universo de uma nota original sobre a qual uma experiência musical se desenvolve.
CHACRA – Centro de força energético que liga o corpo físico às dimensões mais sutis da energia divina.
(Ver
cap.
5)
CHUANG TSÉ (Chuang Tzu) – Mestre taoísta, poeta e
principal difusor do legado de Lao Tsé.
CLAVE – Signo utilizado para relacionar e nomear as
notas escritas nas linhas de um pentagrama, com a
sua altura real. Existem três claves: clave de Sol
(tessitura aguda), clave de Dó (tessitura média) e clave de Fá (tessitura grave).
COMPASSO – Medida que se toma como unidade
para dividir uma obra musical em fragmentos de igual
duração. Na partitura, cada uma destas partes separa-se da seguinte com uma barra vertical chamada
barra de compasso.
CONSONÂNCIA & DISSONÂNCIA – Conceitos
fundamentais para a harmonia ocidental. São usados para indicar, respectivamente, as sensações de
repouso e tensão causadas ao ouvido humano por
determinados intervalos sonoros. A consonância
sugere repouso, enquanto a dissonância sugere
movimento, tensão, na medida em que na harmonia tradicional um intervalo dissonante necessita
resolver-se numa consonância. A classificação é
subjetiva, cabendo ao ouvido humano determinar
se um intervalo é dissonante ou consonante. Tradicionalmente, consideram-se como consonantes
os intervalos de terça e sexta maior e menor, quarta, quinta e oitava justas e o uníssono. Os demais
intervalos são considerados dissonantes (segunda
e sétima maior e menor, todos os aumentados e
diminutos).
CONTRALTO – A voz feminina de tessitura mais grave.
CONTRAPONTO – A técnica de combinar linhas musicais, do latim punctus contra punctus.
COR (ver INTERVALO) –
CRAVELHA – Mecanismo que tem a finalidade de
alcançar a afinação correta, afrouxando ou apertando as cordas, conforme a necessidade. O mecanismo
se localiza na mão do instrumento.
CROMOPUNTURA (COLORPUNTURA) – Ciência desenvolvida pelo naturopata Peter Mandel, sistema de
'acupuntura' com luzes. Fusão da ciência moderna
com os princípios da Medicina Chinesa (ver MANDEL,
Peter).
CULTURA – Ação ou maneira de cultivar a evolução,
pela atividade e desenvolvimento individuais ou de
povos (ver início do cap. 1).
O Tao
do Violão
Arun
169
D
D – Nome da nota ré nas nomenclaturas inglesa e
alemã.
DIAPASÃO – Pequeno instrumento de sopro, ou metálico em forma de "U", que produz o som (nota) lá
padrão. Serve para afinação dos instrumentos e vozes musicais.
DIATÔNICA, ESCALA (ver ESCALA) –
DIATÔNICO – Que procede de acordo com a sucessão natural de tons e semitons.
DIMINUTO, INTERVALO – Meio-tom abaixo do intervalo de quarta ou quinta.
DISSONÂNCIA – (ver CONSONÂNCIA)
O Tao
do Violão
Arun
170
DÓ – Nome de um dos sons musicais, o primeiro grau
(fundamental ou tônica) da escala natural. O equivalente a "Ut", nas línguas românicas, ou "C", na nomenclatura internacional.
DOMINANTE – O quinto grau da escala diatônica, é
assim denominado por ser a segunda nota essencial
da melodia. De caráter dinâmico, móvel e tenso, precisa – na harmonia tradicional – ser resolvido (veja
RESOLUÇÃO) na tônica (veja TÔNICA), que representa repouso. Harmonicamente é representada e
grafada com o algarismo romano V.
DURAÇÃO – O tempo de existência de uma nota
musical.
E
E – nome da nota mi na nomenclatura internacional.
ENTOAÇÃO – 1. Fazer soar; ouvir. 2. Começar,
principiar, iniciar (um canto). 3. Dar o tom para se
cantar ou tocar instrumento. 4. Pôr no tom. 5. Dar
direção a; dirigir, encaminhar.
ESCALA – Sucessão de sons de alturas diferentes
que representam a base de um sistema musical. A
música se constitui a partir de uma escala diatônica,
formada por cinco tons e dois semitons, que se
dispõem de duas maneiras distintas: t t s t t t s (escala
maior) e t s t t s t t (escala menor) – t = tom, s =
semitom. A escala pode iniciar em qualquer um dos
12 semitons de uma oitava. Disso resulta um total de
24 escalas – 12 maiores e 12 menores,
correspondentes.
ESCALA MAIOR – Modelo dado pela sucessão das
notas (1) dó, (2) ré, (3) mi, (4) fá, (5) sol, (6) lá, (7) si, (8)
dó, que coincidem com as teclas brancas do piano. A
partir deste modelo, conservando a mesma ordem de
intervalos que caracterizam o modo maior, pode
reproduzir-se – com as conseqüentes alterações – a
partir de qualquer nota.
ESCALA MENOR – Modelo dado pela sucessão das
notas (1) dó, (2) ré, (3m) mi b, (4) fá, (5) sol, (b6) lá b, (7m)
si b, (8) dó, reproduzível a partir de qualquer nota.
EXTENSÃO – Conjunto de notas que pode emitir um
instrumento ou voz. O piano ou o órgão têm a sua
extensão claramente delimitada, mas na corda, na
madeira e no metal, esta pode depender da capacidade do intérprete. A extensão ou tessitura da voz humana é, normalmente, de duas oitavas, mas pode ser
estendida tanto numa ou noutra direção (grave ou
aguda), por meio de técnicas adequadas.
F
F – Letra que representa a nota fá na nomenclatura
musical internacional.
FÁ – Nome da nota correspondente ao quarto grau
(SUBDOMINANTE) da escala natural. O equivalente a
"F", na nomenclatura internacional.
O Tao
do Violão
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171
FALSETE – Maneira artificial de cantar, adotada por
vozes masculinas, principalmente pelos tenores, com
o objetivo de produzir sons mais agudos, acima de
seu registro normal. Também se conhece como "voz
de cabeça", para distinguir da voz de peito.
FORMA – Manifestação externa de uma idéia musical sujeita a uma ordenação pré-estabelecida de ritmos, frases, intervalos etc. Pode adotar um grande
número de variedades (fuga, sonata, sinfonia, samba, baião)...
FRASE – Grupo de notas, que apresenta uma caracterização melódica determinada.
FREQÜÊNCIA – Medida da altura de som de uma
nota, igual ao número de vibrações por segundo da
corda vibratória, coluna de ar etc., que a produz. É
medida em Hertz (Hz), ciclos por segundo.
O Tao
do Violão
Arun
172
FUNÇÃO HARMÔNICA – Cada nota da escala tem
uma “cor”, um sentido em relação à fundamental. Os
acordes correspondentes a cada grau incorporam essa
mesma característica. A função correspondente ao
acorde da fundamental, por exemplo, tem a função
de repouso, e é denominada tônica, grafada com o
algarismo romano I. Na música popular são basicamente três as funções dos acordes, em geral: tônica,
subdominante e dominante.
FUNDAMENTAL (ver TÔNICA) –
G
G – Nome da nota sol na nomenclatura internacional.
GLISSANDO – Termo com o qual se designa o
deslizamento do dedo sobre as teclas, brancas ou pretas, do piano e das cordas da harpa, da voz etc. Nos
instrumentos de corda, é como se denomina o
deslizamento do dedo sobre as cordas ao longo do
braço.
GOETHE, Johann Wolfgang von (1749-1832) –
Nasceu em 28 de agosto de 1749, em Frankfurt, e
viveu a maior parte de sua vida em Weimar, onde
faleceu. Sua "Teoria das Cores" (três volumes) culminou mais de 42 anos de pesquisa, e se opunha
vigorosamente à idéia Newtoniana da "formação" da
luz branca (de diferentes comprimentos de ondas de
luz colorida). Embora sua abordagem tenha sido desacreditada à luz da física Newtoniana e Quântica,
suas teorias partem da clássica noção Aristotélica de
cores "quentes" e "frias", "vermelhos" e "azuis". Seu
conceito foi expresso poeticamente: "as cores são
os feitos e sofrimentos da luz". O próprio Goethe
julgava este o seu mais importante trabalho, e esperava ser lembrado como um cientista.
GRAU – Cada “passo” ou “degrau” da escala (ver NOTA).
GURDJIEFF, George Ivanovitch (1866?-1949) –
nasceu na Armênia russa. Passou anos pela Ásia Central, África do Norte e outros lugares, procurando
pelas tradições ocultas, cujos traços conheceu na infância. Durante Sua busca, entrou em contato com
certas escolas esotéricas. Em meados de 1900, levou
para a Europa o ensinamento que desenvolveu a partir
do contato com estas escolas. O ensinamento básico
de Gurdjieff é que os seres humanos vivem dormindo – acordados... A transcendência desse estado de
sono requer um trabalho interior específico, que é
praticado em condições particulares, em meio à convivência com os outros seres. Isto leva a níveis de vitalidade e consciência que, de outra maneira, não seriam possíveis de alcançar. Gurdjieff é o propositor
da arte objetiva.
H
HAICH, Elisabeth (1897-1994) – Nascida em Budapeste, na Hungria, estudou música, artes plásticas
e se tornou uma artista reconhecida internacionalmente depois da 1ª guerra mundial. Ao mesmo tempo se interessava, desde sempre, por conhecimentos
esotéricos e caminhos espirituais. Fundou, assim, no
O Tao
do Violão
Arun
173
final da década de 30, a primeira escola de Yoga de
Budapeste, que conduziu até a ocupação pelos russos, em 1944. Por fim, obrigada a fugir, construiu,
junto com Selvarajan Yesudian, em Zurique, a mais
conhecida escola de Hatha-Yoga da Europa Ocidental. Simultaneamente, nascia em Diano Marino, na
Itália, a Escola de Yoga de Verão, que no início dos
anos 50 mudaria para Ponte Tresa, Suiça. Ambas as
escolas existiram até 1989, quando, em razão da idade avançada de seus fundadores, foram fechadas.
Elisabeth Haich desencarnou com a idade de 97 anos
de uma vida realizada. É autora clássica da literatura
esotérica, inclusive do romance Iniciação.
HARMONIA – Arte de combinar sons simultâneos
tendo como base a tonalidade e, como princípio gerador, a estrutura de acordes.
O Tao
do Violão
Arun
174
HARMÔNICO – Conceito da acústica musical, relativo às várias freqüências de um som que, quando vibrado, se estendem em múltiplos inteiros de sua freqüência de base, noutras alturas. O som de base é
denominado fundamental, e os outros são seus harmônicos. Nos instrumentos de corda, é possível fazer
soar apenas os harmônicos, através da vibração de
parte da corda.
HARPA EÓLIA – Tipo de cítara em que as cordas são
tangidas pelo vento. As cordas são todas do mesmo
comprimento, mas, como são de diferentes espessuras, fazem soar um acorde quando colocadas em uma
corrente de ar. Diz a lenda que o bíblico Rei Davi dormia com um desses instrumentos sobre a cama. Nos
séculos XVIII e XIX, as harpas eólias eram às vezes
colocadas em parques e nos telhados de castelos em
ruínas, acrescentando elemento romântico à paisagem (o nome deriva de Éolo, deus dos ventos, na mitologia grega).
HERTZ (Hz) – A unidade de freqüência. É igual a um
ciclo por segundo, e seu nome deriva do descobridor
das ondas de rádio (ou ondas hertzianas), o físico alemão Heinrich Hertz (1857-l894).
HINO – 1. Cântico de louvor que os cristãos elevam a
Deus e aos Santos. Diferentemente dos salmos, os hinos são originados em textos religiosos não-bíblicos,
estendidos ao cantochão e à polifonia. A reforma
luterana propagou os hinos em língua vulgar, a quatro vozes geralmente, originando o coral. 2. Canto patriótico, oficial ou não, executado nos momentos mais
solenes.
HOLOARTE – Ou holística, é a arte orientada no sentido do todo existente. (Ver ARTE OBJETIVA.)
I
ÍNDIA – Berço da civilização védica, que legou à humanidade grandes tesouros espirituais, quase todos os
instrumentos musicais, a Matemática e a Astrologia.
IMPROVISAÇÃO – O ato de compor espontaneamente uma obra (ou fragmento musical) enquanto se está
interpretando, sem preparação prévia e sem ter sido
escrita, com antecipação. Os últimos vestígios da improvisação, as cadências dos concertos instrumentais, desapareceram no séc. XIX, ao serem anotadas
previamente pelo próprio compositor. Atualmente é
uma das linguagens preferidas do jazz.
INTERVALO – Distância entre dois sons em função
da sua altura. Essa distância produz um som característico em relação à fundamental, que pode ser
chamado de 'cor'. Pode ser justo, maior, menor, aumentado ou diminuto.
IRINEU Serra, Raimundo – Nasce em São Vicente
de Férrer (MA), em 1892. No final da primeira década
do século, embarca para o então Território do Acre,
aonde se estabelece, próximo à cidade de Brasiléia,
na fronteira com o Peru. É ali, no coração das florestas da América do Sul, que Mestre Irineu, com Seus
Hinos, dá novo sentido às tradições caboclas e
xamânicas da bebida sacramental Ayahuasca, e a
rebatiza de Daime, significando, com isso, a invocação que deve ser feita pelo fiel ao comungar a bebida: “Dai-me amor”, “Dai-me luz” etc. Se fundamenta no Advento de Jesus para expor a verdade da
consciência cósmica. Instala-se definitivamente na
O Tao
do Violão
Arun
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localidade denominada Alto Santo, onde aperfeiçoa
Seu estilo, até fazer a passagem, em 6 de julho de
1971. http://www.santodaime.org/
J
JUSTO, INTERVALO – Nome dado aos intervalos de
oitava, quinta e quarta.
K
O Tao
do Violão
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KUNDALINI (SÂNSCRITO) – "Serpente enrolada",
energia latente no chacra básico, que ascende pela
parte
etérica
da
coluna
vertebral.
KRISHNA – Preto ou azul escuro em sânscrito. Divindade da tradição hindu.
L
LÁ – Nome da nota correspondente ao sexto grau
(SUPERDOMINANTE) da escala natural do modo maior.
Equivalente a "A", na nomenclatura internacional.
LAO TSÉ (Lao Tzu) – Filósofo chinês que viveu aproximadamente no séc. VII a.C., a quem é atribuída
a autoria da obra taoísta fundamental, o Tao Te Ching.
LEMINISCATA – Curva geométrica em forma de 8
deitado, que representa o infinito em matemática e
música, a cujo formato o violão se assemelha.
LINHAS SUPLEMENTARES – (ver PENTAGRAMA)
LUTHIER (INGLÊS) – Denominação aplicada, por convenção, a qualquer fabricante de instrumentos musicais, especialmente instrumentos de corda.
M
MAIOR E MENOR – Termos empregados a partir do
século XV para definir a constituição, a maneira de
ser de um intervalo, de um acorde e de um modo (ver
ESCALA).
MANDEL, Peter – Criador da Colorpuntura Esogética,
sistema de 'acupuntura' com luzes. Extraordinário
cientista e naturopata, é pioneiro em desenvolvimento
de novas tecnologias curativas. Estudou cura natural, homeopatia, acupuntura, quiropraxia e
massoterapia. Vem pesquisando energias informativas e desenvolvendo sistemas de diagnóstico e terapias relacionados, inclusive aquele a partir da fotografia
Kirlian, chamado Análise de Emissão de Energia. Autor
de muitos artigos científicos e publicações, é o fundador do Instituto Mandel de Medicina Esogética, na Alemanha, bem como do Instituto Mandel Internacional
de Medicina Esogética, na Suíça. Possui uma abordagem profundamente filosófica e espiritual aplicada à
cura. Descreve seu paradigma ou modelo ideal para a
cura como "Esogético". É "a fusão da sabedoria esotérica
acerca da vida com os princípios energéticos dos processos vitais". Ele acredita que as raízes da doença e da
dor encontram-se no inconsciente e no ponto de
intersecção entre espírito e matéria. http://
www.esogetics.com/german/index.htm
MANTRA (SÂNSCRITO) – Técnica ancestral que utiliza
nomes sagrados de divindades, aforismos, fórmulas
ou cânticos, cujas repetições rítmicas e/ou contínuas
“sugestionam” aspectos específicos da mente.
Sugestão.
MEIO-TOM – Intervalo igual à metade de um tom
diatônico, ou à duodécima parte da oitava.
MELODIA – Sucessão de notas adequadamente ordenadas em alturas e duração e dotadas de sentido
musical. Também se chama melodia ao canto produzido por uma voz.
MENTE – O corpo e suas funções mais sutis. O aparelho que serve à consciência.
O Tao
do Violão
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177
MEDITAÇÃO – Reflexão sobre algo. No autoconhecimento, reflexão do estado natural do Ser, da
própria consciência (ver ZEN).
MI – Nome da nota correspondente ao terceiro grau
da escala natural do modo maior, equivalente a "E",
na nomenclatura internacional.
MOTO PERPÉTUO – do Latim motu, movimento. Giro;
impulso. “Movimento sem-fim”.
MODO – Como se caminha de uma nota original até
à sua oitava. Basicamente temos o modo menor e o
maior. O menor é caracterizado pela terça menor e o
maior, pela terça maior.
MODULAÇÃO – Mudança de tom ao longo de um
trecho.
O Tao
do Violão
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178
N
NOTA – Cada um dos sinais gráficos com que se
representam convencionalmente a altura e duração relativas dos sons, nas composições musicais.
Quanto às alturas relativas dos sons que representam, as notas são designadas como dó, ré, mi, fá,
sol, lá ou si, e suas respectivas alterações (ver ALTERAÇÕES). Quanto à duração relativa, são designadas
breve, semibreve, mínima, semínima, colcheia,
semicolcheia, fusa ou semifusa, também chamadas
naturais: sem acidente (não incrementada);
diatônica: sem acidente ou com acidente fixo; artificial ou cromática: com alteração ocorrente;
enarmônica (ou sinônima, ou homóloga): de nome
diferente embora com a mesma altura da outra. Ex.:
mi b = ré # = fá x (dobrado bemol).
NÃO-MENTE – Vida mais sutil além da mente, do
corpo, do pensamento, das emoções, dos sentimentos e dos humores. Tudo o que não é mente.
O
OITAVA acima, abaixo – Oitava é o oitavo grau da
escala. Um valor mais elevado produz notas mais agudas, um valor mais baixo, notas mais graves.
ONDA SONORA – Onda de pressão que se propaga
num meio elástico, tendo a freqüência situada entre
20 e 20.000 Hz, que é a responsável pelos fenômenos
acústicos; onda sônica.
OM (ver AUM)
ÔMNICO – Relativo ao som original, à Totalidade.
OSHO – "Nunca Nascido – Nunca Falecido – Apenas visitou este Planeta entre 11 de dezembro de
1931 e 19 de janeiro de 1990." Com estas palavras
literalmente imortais, Osho tanto dita seu epitáfio
como exime a necessidade de uma biografia. Tendo
removido seu nome de tudo quanto existe, ele finalmente concordou em aceitar "Osho", explicando que
este se deriva da obra "Oceanic", de William James.
"Não é meu nome", diz ele, "é um som de cura".
"Estou aqui para seduzi-lo a um amor pela vida;
para ajudá-lo a se tornar um pouco mais poético; para ajudá-lo a morrer para o mundano e
para o ordinário, de modo que o extraordinário
exploda em sua vida."
"Eu não sou um lógico, sou um existencialista.
Acredito nesse belo caos da existência e estou
pronto para ir aonde quer que ela vá. Não tenho
uma meta, porque a existência não possui uma
meta. Ela simplesmente é, florescendo, brotando, dançando – mas não pergunte por quê. Apenas um transbordamento de energia, sem motivo algum. Estou com a existência."
"Eu não sou um messias e não sou um missionário. E não estou aqui para estabelecer uma
igreja ou para dar uma doutrina para o mundo, uma nova religião, não. Meu esforço é totalmente diferente: uma nova consciência, não
uma nova religião, uma nova consciência, não
uma nova doutrina. Chega de doutrinas e chega de religiões! O homem necessita de uma
O Tao
do Violão
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179
nova consciência. E a única maneira de trazer
uma nova consciência é continuar martelando
por todos os lados para que lenta, lentamente
nacos de sua mente se desprendam. A estátua
de um Buda está oculta em você. Nesse momento você é uma rocha. Se eu continuar martelando, cortando fora pedaços de você, lenta,
lentamente o Buda surgirá."
"Osho é um mestre iluminado que está trabalhando com todas as possibilidades para ajudar
a humanidade a superar uma fase difícil no desenvolvimento da consciência" (Dalai Lama).
"Esse livro faz parte da estante de toda biblioteca e do lar de todos aqueles que buscam conhecimento do ser mais elevado" (Dr. Deepak Chopra).
O Tao
do Violão
Arun
"Osho é o homem mais perigoso desde Jesus Cristo… Ele é obviamente um homem muito efetivo,
senão ele não seria uma tal ameaça. Ele está dizendo as coisas que ninguém mais tem coragem
de dizer. Um homem que tem todos os tipos de
idéias, elas não são só inflamatórias, elas também possuem uma ressonância da verdade que
assusta os monstros do controle" (Tom Robbins)
OUVIDO, DE (ver TOCAR DE OUVIDO)
180
P
PEDAL – 1. Mecanismo que, em certos instrumentos,
piano, harpa, torna possível modificar a duração, a
intensidade ou a afinação das notas. 2. No órgão, é o
teclado que executa as notas mais graves, e funciona
ao ser acionado pelos pés. 3. Em harmonia, é a nota
sustentada por vários acordes consecutivos.
PARTITURA – Disposição gráfica, por extenso ou reduzida, de todas as partes vocais e instrumentais de
uma composição, de modo que permita a sua leitura
simultânea.
PAUTA (ver PENTAGRAMA) –
PAUSA – Sinal com que se indica o valor do silêncio, que tem correspondência ao das figuras sonoras. Silêncio.
PENTAGRAMA – Pauta musical de cinco linhas e quatro espaços que se utiliza para indicar a altura das
notas e a sua duração. As notas vão precedidas de
uma clave, de uma armadura e de uma indicação de
compasso, para designar o seu nome, altura e ritmo
correspondentes. 'Linhas e espaços suplementares' são
utilizados espontaneamente, quando a frase melódica ultrapassa as cinco linhas e quatro espaços da
pauta, para o grave ou o agudo.
PERCEPÇÃO – Ato, efeito ou faculdade de perceber.
PIANO – (it. pianoforte.) 1. Instrumento musical de
cordas, percutíveis por martelos de madeira revestidos de feltro, munido de teclado de 88 teclas, que
abrange sete oitavas e pedais com funções específicas, dotado de uma caixa de ressonância, onde se estendem as cordas. 2. (it. piano.) Adv. suavemente, com
pouca força.
PITÁGORAS – Os Pitagoreanos eram de uma tradição menor durante a clássica era da filosofia grega,
influenciados pelas idéias orientais. Sua linha de pensamento foi fundada pelo próprio Pitágoras, por volta
de 500 a.C.. Muitas histórias foram contadas sobre ele
e seus feitos. Diz-se que podia fazer quase qualquer
coisa; competiu e foi premiado nos Jogos Olímpicos de
luta aos 18 anos de idade apenas. Viajou para o Egito
e Babilônia (atual Iraque), a fim de aprender a
sabedoria antiga dos sacerdotes. Podia domar um urso
ou parar uma águia no ar com poucas palavras mágicas.
Era um mestre na Música e na Física. Quando
Polykrates se tornou o tirano de sua natal Samos,
Pitágoras mudou-se para Crotone, no sul da Itália . Lá
fundou Sua Escola de filosofia e misticismo, e passou
a maior parte do tempo em contemplação, dentro de
uma caverna, a descobrir as verdades ocultas do
universo, escrevendo-as em pequenas lendas ou leis.
http://hem.bredband.net/arenamontanus/Mage/
pythagoreans.html
PITCH (INGLÊS) (ver ALTURA)
O Tao
do Violão
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181
Q
QUARTA – Intervalo entre a primeira e a quarta de
um grupo de quatro notas consecutivas. Exemplo: dó
– fá (dó, ré, mi, fá).
QUINTA – Intervalo entre as notas extremas de um
grupo de cinco notas consecutivas. Exemplo: dó – sol
(dó, ré, mi, fá, sol).
R
O Tao
do Violão
Arun
182
RADHA (SÂNSCRITO) – Metade complementar original de Krishna, a Deusa Suprema. Seu amor é tido
como o mais perfeito, infinito e incondicional. Um de
Seus nomes, Hara, é parte do mantra “Hare Krishna”,
de invocação ao Supremo.
RALLENTANDO – Ital., "atrasando". Ação de diminuir
progressivamente o tempo de determinada passagem
musical. Muito utilizado nos finais das peças musicais.
RÉ – Nome da nota correspondente ao segundo grau
(SUPERTÔNICA) da escala natural. O equivalente a "D",
na nomenclatura internacional.
RECITAL – Concerto de um único intérprete ou solista vocal, com acompanhamento instrumental.
REICH, Wilhelm (1897-1957) – Psiquiatra e
biomédico austríaco, por muitos anos associado da
Policlínica Psicanalítica de Freud, em Viena, mais tarde
romperia com Freud e o movimento psicanalítico. Forçado a deixar a Alemanha nazista, se estabeleceu em
Nova Iorque em 1939, para continuar sua pesquisa independente em Biofísica. Lecionou (1939-1941) na Nova
Escola de Pesquisa Social e, em 1942, fundou o Instituto Orgone. De acordo com as teorias de Reich, o universo
é permeado por um fenômeno primário e livre de massa,
ao qual chamava energia orgônica; no organismo humano, a falta de uma descarga total desta energia – por
meio de atividade sexual natural – seria a gênese não
apenas da neurose individual, mas também dos movimentos sociais irracionais e da desordem neurótica
coletiva. Reich inventou a caixa orgônica, um dispositivo que ele apregoava restaurar a energia, mas sua
invenção foi considerada uma fraude pelo FDA
(Departamento Estadunidense de Regulamentação de
Alimentos e Drogas). Em 1956, foi julgado por
desrespeito à corte e violação da regulamentação do
FDA, e sentenciado a dois anos de cárcere em uma
penitenciária federal, onde morreu. http://
www.encyclopedia.com/html/r/reich-w1i.asp
RESOLUÇÃO – Na harmonia tradicional, processo de
transformação da dissonância em consonância, eliminando a tensão harmônica e melódica.
RESSONÂNCIA – Processo de amplificação de sons,
qualidade ou propriedade de emitir ou produzir som.
RITMO – O ritmo constitui, com a melodia e a harmonia, um dos princípios fundamentais da música. É
a sucessão de tempos fortes e fracos que se alternam, com intervalos regulares, em um verso, em uma
frase musical etc. Pulsação, cadência.
O Tao
do Violão
Arun
183
ROHDEN, Huberto (1893-1981) – Nasce em Tubarão, Santa Catarina, Brasil. Formou-se em Ciências,
Filosofia e Teologia em Universidades da Europa –
Innsbruck (Áustria), Valkenburg (Holanda) e Nápoles
(Itália). De regresso ao Brasil, trabalhou como
professor, conferencista e escritor. Fundou e dirigia o
movimento mundial Alvorada, com sede em São
Paulo, e não está filiado a nenhuma igreja, seita ou
partido político. Rohden deixa, para as gerações
futuras, um legado cultural e um exemplo de fé e
trabalho somente comparados aos dos grandes
homens do nosso século.
SAMSARA (SÂNSCRITO) – Perpétua repetição de nascimento e morte. A menos que se adquira a perfeita
sabedoria ou seja iluminado, não se poderá escapar
desta roda da transmigração. Aqueles que estão li
S
SÂNSCRITO – A língua falada nos primórdios da
civilização humana, que deu origem ao Latim, ao
Grego e aos demais idiomas. Os mais antigos manuscritos conhecidos da literatura universal foram compostos neste idioma sagrado e de erudição, nas ciências tradicionais da Índia.
O Tao
do Violão
Arun
184
SANTOS, Turibio – É um dos maiores violonistas da
atualidade. Seus discos 12 Estudos para Violão de Heitor Villa-Lobos e Choros do Brasil são marcos na história da música contemporânea. Responsável pelo levantamento e documentação de boa parte da obra
violonística brasileira de relevância. Membro-fundador do Conseil D’Entraide Musicale, da UNESCO. Em
1985, é nomeado Diretor do Museu Villa-Lobos e
Chevalier de La Legion D’Honneur; em 1989, Oficial da
Ordem do Cruzeiro do Sul. http://www.turibio.com.br/
SEGUNDA – Intervalo formado por duas notas consecutivas.
SEMITOM – Meio-tom.
SENSÍVEL – Sétimo grau da escala diatônica.
SÉRIE HARMÔNICA – O número indeterminado de sons
que acompanham um som gerador, ou fundamental.
Da nota 1 até a nota 4 - Polifonia primitiva; da 3 à
6 – Idade média, trovadores e jograis; de 4 à 8 –
Barroco, rococó; de 4 à 10 – Romântico; de 4 ao
final - Moderno. Os estilos musicais se desenvolvem à medida que a consciência se expande, e a
capacidade de percepção se aprofunda.
SÉTIMA – Intervalo entre as notas extremas de um
grupo de sete notas consecutivas. Exemplo: D (ré) –
C (dó), [D (ré), E (mi), F (fá), G (sol), A (lá), B (si), C (dó)].
SEXTA – Intervalo entre as notas extremas de um
grupo de seis consecutivas. Exemplo: E (mi) – C (dó), [E
(mi), F (fá), G (sol), A (lá), B (si), C (dó)].
SI – Nota correspondente ao sétimo grau (sensível)
da escala natural do modo maior. O equivalente a "B",
na nomenclatura internacional, e a H, na notação
usada nos países germânicos.
SINFONIA – 1. Entre os antigos gregos, a consonância
perfeita, isto é, os intervalos de oitava, quarta e quinta justas. 2. Peça exclusivamente instrumental que
servia de prelúdio às grandes obras vocais: ópera,
oratório, cantata etc.
SISTEMA TONAL – Qualquer série determinada de
sons consecutivos. Relativo ao tom, ou à tonalidade.
SISTEMA TEMPERADO – Consiste em dividir a oitava em 12 semitons exatamente iguais. É o sistema
usado na afinação de certos instrumentos de sons
fixos (piano, órgão etc.), de modo que uma tecla pode
servir para produzir mais de uma nota, de nomes diferentes, mas de som igual, como por exemplo, dó-si
sustenido-ré dobrado bemol, o que era impossível
no temperamento desigual.
SISTEMA CROMÁTICO – Sistema baseado na divisão da oitava em 12 partes iguais.
SOBREDOMINANTE (ou SUPERDOMINANTE) – Sexto
grau da escala diatônica.
SOL – Nota correspondente ao quinto grau (DOMINANTE) da escala natural. O equivalente a "G", na
nomenclatura internacional.
SOLO – A parte, em uma composição, destinada a
ser executada a uma só voz ou instrumento.
SOM – É a sensação produzida no ouvido pelo movimento vibratório de um corpo. O som musical pode
ser distinguido de um ruído porque é possível medir
com exatidão a sua freqüência. É definido por sua
altura (oscilações num determinado período de tempo, freqüência); seu volume (intensidade ou força), e
seu timbre (o que distingue dois sons iguais em intensidade e freqüência) – o que permite diferenciar o
dó do piano daquele da flauta!
SOPRANO – A mais alta, aguda e brilhante das vozes
de mulher. A sua tessitura também pode ser alcançada
O Tao
do Violão
Arun
185
por um menino ou um sopranista (voz masculina que
alcança o registro de soprano), mas com uma extensão inferior à da soprano pura, que supera as duas
oitavas.
SUBDOMINANTE – Quarto grau da escala diatônica.
Harmonicamente grafada com algarismo romano IV.
SUPERTÔNICA – Segundo grau da escala diatônica.
Harmonicamente grafada com algarismo romano II.
SUSTENIDO – Alteração que eleva em meio tom a
nota assinalada na pauta.
T
O Tao
do Violão
Arun
186
TAMBURA – Instrumento de cordas dedilháveis de
braço longo, com ressonador de cabaça ou madeira,
utilizado como bordão acompanhador na música clássica indiana. O instrumento é tocado em cordas soltas, geralmente quatro, afinadas em quinta, quarta
ou outro intervalo sinfônico (Ver SINFONIA).
TANBUR (INGLÊS) – Antepassado da maioria dos instrumentos dedilhados. Seu corpo em forma de pêra
normalmente é esculpido em madeira de amora. O
braço longo tem 14 trastes feitos de tripa de animal.
TANTRA (SÂNSCRITO)– Abordagem do caminho
espiritual caracterizada pelo fluir da confiança e da
auto-entrega transcendental, no que se diferencia do
Yoga, caminho da vontade determinada.
TARRACHA – O mesmo que cravelha.
TAO – Termo central no taoísmo, significa originalmente “caminho”. "O Tao É um Total constituído
por dois aspectos que, por sua vez, também são
totais, pois substituem inteiramente um ao outro.
O Tao não é a soma deles, mas o regulador de sua
alternância" (*12).
TEMA – Elemento básico de uma composição ou de
parte dela, com sentido completo e individualidade
bem reconhecível. Motivo condutor em determinados gêneros de composição.
TEMPERADO, SISTEMA – Sistema introduzido na
prática musical em princípios do século XVIII. Consiste numa ligeira alteração nos intervalos da escala natural utilizada pelos gregos, para produzir 12 semitons
exatamente iguais (temperados). Esse sistema deu
origem à escala temperada – consagrada por Bach
nos seus volumes do "Cravo Bem Temperado" – e permitiu o desenvolvimento da modulação e da própria
arte musical.
TENOR – A mais aguda das vozes masculinas. Homem dotado dessa voz.
TERÇA – Intervalo entre a primeira e a terceira de três
notas consecutivas. Exemplo: dó – mi (dó, ré, mi).
TESSITURA – Extensão ou âmbito de uma voz ou
instrumento.
TIMBRE – A qualidade que distingue um som, quando é executado por um instrumento ou voz, do mesmo som quando é executado por outro instrumento
ou voz. Depende da quantidade e qualidade de harmônicos que acompanham a emissão do som fundamental, e não da altura ou intensidade do mesmo.
TROVADOR – Poeta e músico medieval.
TOCAR DE OUVIDO – Tocar repetindo o que se ouve,
segundo a memória auditiva, sem conhecimento teórico-musical: "como o seresteiro que nunca estudou música, que toca de ouvido e, muitas vezes, que
nunca teve professor".
TOM – Altura (entonação) em que se desenvolve uma
peça musical. 1. Intervalo de segunda maior formado
por dois semitons; 2. A altura de um som na escala
geral dos sons; 3. No sistema tonal clássico, entoação dos sucessivos tons e semitons que caracterizam
uma escala diatônica qualquer, assim como a própria escala em que está escrito qualquer trecho musical. (A palavra tom deve preceder o nome da tônica
O Tao
do Violão
Arun
187
dessa escala e a indicação do respectivo modo, como,
por exemplo, tom de dó maior, tom de fá sustenido
menor, mas é omitida com freqüência, ficando apenas subentendida, dizendo-se, por exemplo, uma sonata em sol maior, ou modular para ré menor, etc.);
4. Popularmente aceita várias acepções. É especialmente o mesmo que tonalidade (Em que tom está?),
mas às vezes vale por modo "num tom menor"; 3.
Dar o tom quer dizer cantarolar ao acompanhador
em que tonalidade vai cantar.
O Tao
do Violão
Arun
188
TONALIDADE – Técnica de composição que se baseia num centro tonal harmônico. Sistema básico da
música ocidental desde o século XX, a tonalidade está
centrada na tônica, que assume um papel polarizador
– ponto de repouso de toda a tensão da obra. A tonalidade pode ser de modo maior ou menor, dependendo da escala sobre a qual a obra é construída: se
a tônica for a nota dó, a tonalidade se efetua no plano
do dó, maior ou menor. Os princípios da música tonal
estão compreendidos nas noções de harmonia e
contraponto.
TÔNICA – Primeiro grau de uma escala diatônica e
que a ela dá seu nome. Nota central e essencial, a
tônica representa o pólo de repouso, em oposição à
dominante, que é o pólo de tensão.
TRASTE – São os filetes de metal que dividem o braço do instrumento em várias 'casas' consecutivas.
TRASTEJAR – Ação de tirar um som 'sujo' do instrumento, pressionando o dedo na parte anterior da casa.
TRÍADE – Acorde formado de três sons. Pode resultar
da superposição de duas terças, duas quartas ou duas
quintas. A harmonia tradicional só considera a tríade
que resulta da superposição de duas terças – maiores ou menores.
TRÍTONO – Intervalo de três tons.
U
UNÍSSONO – Incidência de duas ou várias vozes ou
instrumentos numa mesma nota.
V
VIBRAÇÃO – 1. Ato ou efeito de vibrar; 2. Oscilação,
balanço; 3. Tremor do ar, ou de uma voz; 4. Movimento vibratório; trepidação.
VIOLÃO – Instrumento de cordas dedilhadas, constituído por uma caixa de ressonância de madeira com
fundo chato, em forma de oito, e um braço dividido
em trastes em cuja extremidade suas seis cordas são
fixadas e afinadas por cravelhas. As cordas, de afinação
E A D G B E, são as três mais graves, chamadas de
bordões e feitas de metal, e as demais são feitas de
náilon.
VILLA-LOBOS, Heitor (1887-1959) – O maior compositor brasileiro de todos os tempos. Criador de obra
essencial para o violão, que lhe eleva o status, de
instrumento popular para instrumento acadêmico.
http://www.museuvillalobos.org.br/
O Tao
do Violão
Arun
189
VOCALISE – 1. Exercício vocal que consiste em cantar
sobre uma vogal uma série de notas convenientemente escolhidas, com objetivo didático; 2. Trecho vocal
sem palavras, sobretudo na música polifônica dos sécs.
XIII e XV, quando as partes nem sempre tinham textos; 3. Exercício vocal ou peça de concerto cantada
somente sobre uma ou mais vogais.
VOLUME – Intensidade da voz ou do som emitido
por um instrumento ou aparelho acústico.
Y
O Tao
do Violão
Arun
YIN e YANG – Símbolo da Unidade (das polaridades
complementares), oriundo da cultura taoísta (chinesa). Yin (mandarim para a lua), o princípio passivo,
feminino, e Yang (mandarim para o sol), o princípio
ativo, masculino.
190
Z
ZEN – Origina-se da palavra Dhyan, que Buda (vera
BUDA) utiliza, em Páli – língua próxima do Sânscrito , para indicar um estado de plena harmonia do indivíduo consigo mesmo e com toda a existência. Quando
o Seu discípulo Bodhidharma leva o Ensinamento para
a China, a palavra se torna Ch'an. Quando o discípulo
deste último, Rinzai, leva o Ensinamento para o Japão,
a palavra se transforma em Zen. No Ocidente não
existe uma tradução direta, de maneira que eruditos
ocidentais escolheram a palavra “meditação” para
traduzir o seu sentido.
APÊNDICE
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